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Actuação Imediata
ÍNDICE pág.
1 – INTRODUÇÃO........................................................................................................8
2 – INTOXICAÇÕES AGUDAS....................................................................................9
3.1 – EPIDEMIOLOGIA...............................................................................................42
3.2 – FARMACOCINÉTICA........................................................................................42
3.3 – TOXICIDADE.....................................................................................................44
3.4 – TRATAMENTO...................................................................................................44
Intoxicação Aguda por Antidepressivos 7
Actuação Imediata
4 – CONCLUSÃO.......................................................................................................46
BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................47
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Actuação Imediata
1 – INTRODUÇÃO
2 – INTOXICAÇÕES AGUDAS
Uma substância pode ou não ter uma acção tóxica dependendo de:
Æ Quantidade contactada;
Æ Via e intensidade de absorção;
Æ Tipo de distribuição;
Æ Rapidez e grau de bio-transformação;
Æ Excreção;
Æ Características do indivíduo (idade, dotação genética e estado de
saúde ou doença) (BATUCA, 2003, p.85).
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Actuação Imediata
2.1.1 – Absorção
1) Via Digestiva
Todo o tubo digestivo pode ser sede de absorção, desde a boca até ao recto.
Podemos dizer, que é no terço inicial do intestino delgado que se dá a absorção da
maior parte do tóxico. Quando é absorvido a nível da boca a toxicidade é maior, uma
vez que, o produto não sofre metabolização.
A presença de alimentos no tubo digestivo dificulta o processo de absorção,
pois o contacto do tóxico com as membranas celulares é mais difícil e podem
formar-se complexos não absorvíveis. A absorção é ainda influenciada pela
motilidade gastrointestinal, a sua aceleração reduz a absorção do tóxico ingerido
(BATUCA, 2003, p.89).
2) Via Inalatória
3) Via Cutânea
2.1.2 – Distribuição
2.1.3 – Excreção
Fonte: BATUCA, Artur Alberto Lacerda R. ; COELHO, José Carlos Quaresma ; MOREIRA, Isabel
Maria Pinheiro Borges - Técnicas de Urgência. 2ª ed. Coimbra : Formasau, 2003, p. 94.
a) Posicionamentos
Fonte: BATUCA, Artur Alberto Lacerda R. ; COELHO, José Carlos Quaresma ; MOREIRA, Isabel
Maria Pinheiro Borges - Técnicas de Urgência. 2ª ed. Coimbra : Formasau, 2003, p. 97.
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Actuação Imediata
c) Cateterização Venosa
d) Cateterização Vesical
e) Entubação Nasogástrica
Quando sabemos que o tóxico foi ingerido e caso não esteja contra indicado
(exemplo produtos caústicos) deve proceder-se à entubação gástrica com uma
sonda de calibre grosso e à colheita de conteúdo gástrico para doseamento
toxicológico.
Após a implementação das acções iniciais, a nossa actuação centrar-se-á na
remoção do tóxico (BATUCA, 2003, p.97).
Æ Caracterização do Tóxico:
O nome químico do produto ou o nome por que é conhecido em
linguagem corrente. Na impossibilidade de se saber o nome
deve indagar-se, as características do mesmo, a cor, o cheiro, e
a forma do produto.
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Actuação Imediata
Æ Condições da Intoxicação:
Via de contacto com o tóxico;
Quantidade ingerida, tempo de exposição no caso de inalação
ou ainda a superfície cutânea exposta;
Hora da intoxicação, para cálculo do tempo decorrido durante o
contacto com o tóxico;
Se o contacto se deu ou não após a ingestão de alimentos;
Se foram executadas algumas medidas e quais.
Æ Avaliação do Doente:
Idade, estado geral, antecedentes de saúde, se é portador de
doenças prévias, nomeadamente ao nível renal, cardiovascular,
pulmonar, hepático e psiquiátrico;
Estilos de vida, em particular hábitos alcoólicos e
toxicodependência;
Parâmetros vitais – frequência e tipo de respiração, frequência
cardíaca e suas características e tensão arterial;
Estado de consciência – avaliado segundo a Escala de
Glasgow;
Alterações apresentadas pelo doente, nomeadamente:
o Sinais de queimadura ao nível da boca ou
orofaringe;
o Da motilidade intestinal – presença de diarreia;
o Perda de controlo dos esfíncteres;
o Da pele e mucosas;
o Do estado de consciência (crises convulsivas).
2.3.3 – Descontaminação
A técnica geral que se utiliza na maior parte das exposições requer que se
retire o doente da substância ou que esta seja eliminada da pessoa (TINTINALLI,
2006, p.1198).
Consoante a via de absorção assim serão instituídos os primeiros cuidados
tendo em vista a redução da absorção. No entanto, independentemente da via, o
primeiro tóxico para remover (aquele que ainda não atravessou as membranas
celulares), será sempre aquele que ainda não foi absorvido (BATUCA, 2003, p.99).
Æ Via Digestiva: cada um dos métodos que se usam para remoção do tóxico na
via digestiva acarreta benefícios e riscos potenciais que devem ser
considerados antes da sua aplicação (TINTINALLI, 2006, p.1198).
A remoção do tóxico ingerido pode fazer-se por indução do vómito, lavagem
gástrica, aspiração do conteúdo gástrico, aumento do peristaltismo e
administração de produtos absorventes. A utilização de um ou outro método
depende da avaliação do estado de consciência e da natureza e quantidade
do tóxico (BATUCA, 2003, p.100).
Fonte: BATUCA, Artur Alberto Lacerda R. ; COELHO, José Carlos Quaresma ; MOREIRA, Isabel
Maria Pinheiro Borges - Técnicas de Urgência. 2ª ed. Coimbra : Formasau, 2003, p. 100.
b) Lavagem Gástrica
Fonte: BATUCA, Artur Alberto Lacerda R. ; COELHO, José Carlos Quaresma ; MOREIRA, Isabel
Maria Pinheiro Borges - Técnicas de Urgência. 2ª ed. Coimbra : Formasau, 2003, p. 101.
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Actuação Imediata
Procedimentos Justificação
Explicar ao doente a necessidade e os Diminui a sua ansiedade e facilita a sua
procedimentos que vão ser efectuados colaboração.
Em doentes com depressão do sistema
nervoso central, ou diminuição dos
Diminui o risco de aspiração brônquica.
reflexos, deve proceder-se à entubação
endotraqueal e insuflação do “cuff”.
Diminui a passagem dos conteúdos
Posicionar os doentes em decúbito gástricos para o interior do duodeno
lateral esquerdo e em Trendlenbourg. durante a lavagem, e minimiza a
possibilidade de aspiração.
Usar sonda de Levin nº30 a 36 para Facilita a remoção dos resíduos
adultos. alimentares.
Introduzir a sonda através do nariz ou
boca com movimentos suaves e fixar Diminui o risco de traumatismo.
com adesivo.
Permite verificar se a sonda está no
Aspirar a maior quantidade possível de estômago, recolher o maior volume
conteúdo gástrico. possível de conteúdo gástrico e recolher
uma amostra para estudo toxicológico.
Instilar de cada vez cerca de 200 a 500
Quantidades superiores podem acelerar a
ml (em adultos) e 10 ml/kg (em
passagem das substâncias para o interior
crianças) de soro fisiológico ou água
do duodeno.
morna.
Aspirar o conteúdo gástrico após cada
Permite contabilizar a saída de líquidos e
insuflação realizando simultaneamente
facilita a remoção dos resíduos
massagens ao nível da região
alimentares e tóxicos.
epigástrica.
Quando a lavagem é em grande
Realizar a lavagem até que o líquido de quantidade pode haver espoliação de
retorno seja claro não excedendo os 10 electrólitos, alteração da pressão dos
litros. gases arteriais e estimulação vagal com
possíveis complicações.
Permite controlar se houve retenção de
Anotar sempre os líquidos entrados e
líquidos e/ou a sua passagem para o
saídos.
duodeno.
Fonte: BATUCA, Artur Alberto Lacerda R. ; COELHO, José Carlos Quaresma ; MOREIRA, Isabel
Maria Pinheiro Borges - Técnicas de Urgência. 2ª ed. Coimbra : Formasau, 2003, p. 102.
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a) Carvão Activado
b) Catárticos
Outra técnica para limpar o intestino é a irrigação intestinal total, que requer
instilar grandes volumes de glicol de polietileno num electrólito e uma solução
equilibrada osmoticamente que não ocasione alterações hídricas ou electrólitas.
Este técnica realiza-se com a instilação de 2l/h de solução de glicol de polietileno por
via oral ou através de uma sonda nasogástrica, e em crianças, com a instilação de
50 a 250 ml/kg/h ou a quantidade de solução que se tolere. O objectivo é obter a
saída rectal de líquido transparente.
As contra-indicações incluem doentes com diarreia precedente, ingestão de
tóxicos que se prevê causar diarreia considerável, ausência de ruído intestinal ou
presença de obstrução.
Entre as complicações encontram-se: inflamações intestinais e irritação rectal
por evacuações frequentes.
As indicações usuais para a irrigação intestinal total incluem: ingestão de
substâncias que não absorvem o carvão activado, ingestão de preparado de
libertação lenta, situações clínicas em que se encontram corpos estranhos não
obstrutivos do intestino (TINTINALLI, 2006, p.1202).
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Actuação Imediata
a) Depuração Renal
b) Depuração Respiratório
Se o tóxico é um produto volátil, este será eliminado através dos pulmões. Para
evitar a respiração do gás expirado é necessário o arejamento do quarto onde o
doente está instalado ou no caso, estar sujeito a ventilação mecânica, deve
assegurar-se a ligação do circuito expiratório para o exterior e evitar assim a
concentração de tóxico à saída do ventilador.
A depuração pode ainda ser feita através de outros meios artificiais,
nomeadamente diálise peritoneal, hemodiálise, hemotransfusão com carvão
activado ou resinas sintéticas, hemofiltração arterio-venosa, plasmaférese e outros
(BATUCA, 2003, p.104).
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Actuação Imediata
Por último, salienta-se que para além das acções abordadas é fundamental
que a assistência a estes doentes se desenvolva num clima de ajuda, evitando
atitudes hostis que exacerbam sentimentos de culpa e diminuam a auto-estima do
doente. Este aspecto reverte-se de extrema importância, tanto mais, que a maioria
das intoxicações são voluntarias numa tentativa de suicídio que não corresponde a
um desejo suicida, mas a uma resposta impulsiva face a situações de stress ou a
uma chamada de atenção (BATUCA, 2003, p.105).
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Actuação Imediata
Fonte: MIR, Moya – Normas de Actuácion en Urgências. 3ª edición. Buenos Aires : Médica
Panamericana, 2005, p.612-613. ISBN: 84-7903-984-1.
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a) Avaliação Inicial
b) Avaliação Secundária
1) Benzodiazepinas
2) Barbitúricos
3) Analgésicos e Antipiréticos
Os cuidados visam:
ORGANOFOSFORADOS
SINDROMAS/SINTOMAS ALTERAÇÕES
Respiratório: constrição torácica, hipersecreção
brônquica, tosse, dispneia, cianose e edema
pulmonar.
Digestivo: náuseas, vómitos, cólicas abdominais,
Muscarínico diarreia, tenesmo e incontinência fecal;
(aumento do estímulo Cardiovascular: hipotensão arterial e bradicardia;
vagal) Urinário: polaquiúria e incontinência urinária;
Glandular: hipersecreção lacrimal, salivar e
sudorípara;
Pupilar: miose, por vezes anisocória;
Visual: perturbações visuais.
Aumento da acção dos gânglios simpáticos: palidez,
taquicardia e perturbações tensionais;
Nicotínico
Reforço da sinapse músculo-estriada: fasciculações,
cãibras e hipotonia.
Labilidade emocional, cefaleias, tremores, apatia,
ataxia, astenia generalizada, respiração cheyne-
Sistema Nervoso Central
stokes, convulsões, depressão dos centros
respiratórios e circulatórios e coma.
Fonte: BATUCA, Artur Alberto Lacerda R. ; COELHO, José Carlos Quaresma ; MOREIRA, Isabel
Maria Pinheiro Borges - Técnicas de Urgência. 2ª ed. Coimbra : Formasau, 2003, p. 111.
A maioria das intoxicações dá-se por via oral (ingestão do tóxico), no entanto
podem também ocorrer por via respiratória e cutânea.
A absorção é favorecida pelo calor, pela humidade ambiente e pela sudação.
Aquando da avaliação inicial o doente intoxicado por organofosforados pode
apresentar-se assintomático. O período de latência entre a intoxicação aguda e o
aparecimento da sintomatologia tem uma duração variável (dependendo da via de
contacto, da quantidade absorvida e do tipo de tóxico) em virtude de muitos
organofosforados serem toxicologicamente inertes e só após a sua bio-
transformação se convertem em metabolitos quimicamente reactivos.
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Actuação Imediata
2) Remoção do Tóxico
3.1 – EPIDEMIOLOGIA
3.2 – FARMACOCINÉTICA
3.3 – TOXICIDADE
As doses terapêuticas dos TDA são muito variáveis e determina-se com base
em muitos factores. Qualquer dose superior a 1 a 5 mg/kg por dia tem o potencial de
produzir toxicidade, e os sintomas de perigo de morte surgem em doses superiores
a 10 mg/kg em adultos (TINTINALLI, 2006, p.1207).
Pode ocorrer óbito com a sobredosagem com esta classe de drogas. A
ingestão múltipla de drogas, incluindo o álcool, é comum na sobredosagem
deliberada de antidepressivos tricíclicos.
Os sinais e sintomas de toxicidade desenvolvem-se rapidamente, havendo
necessidade, o mais rápido possível de monitorização hospitalar.
As manifestações clínicas de sobredosagem incluem: disritmias cardíacas,
hipotensão grave, convulsões e depressão do SNC incluindo coma. Alterações no
eletrocardiograma são indicações clínicas significativas de toxicidade com
antidepressivo tricíclico. Outros sinais podem incluir contractilidade diminuída do
miocárdio, confusão; concentração perturbada, alucinações visuais transitórias,
pupilas dilatadas, desordens da motilidade ocular, agitação, reflexos de
hiperactividade, poliradiculoneuropatia, estupor, sonolência, rigidez muscular,
vómito, hipotermia, hiperpirexia ou qualquer um dos sintomas descritos como
reacções adversas (INFARMED, 2007)
3.4 – TRATAMENTO
4 – CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
ADT® [em linha] INFARMED, 2007. [citado 4 de Abril de 2008]. Disponível em <URL:
http://www.infarmed.pt/infomed/download_ficheiro.php?med_id=137&tipo_doc=fi>