Você está na página 1de 100

Método de Guitarra

Tocando
Guitarra com
Maestria
Teoria, Harmonia
e Improvisação
- Volume 1 -
Tocando
Guitarra com
Maestria
Método de Guitarra sobre
Teoria, Harmonia e Improvisação
Vol. 1
Neste método vocês terão um primeiro contato com diversos assuntos
importantes para o desenvolvimento musical de vocês, desde dicas até tópicos
abordando a anatomia do instrumento, pedais, amplificadores, ligações,
acordes, intervalos, exercícios, sistema 5 (CAGED), escalas, improvisação,
iniciação ao Blues, dicas de como construir seus solos, campo harmônico,
arpejos, como ler partituras/tablaturas e muito mais, tudo de forma bem
explicada e ilustrada.
Tópicos
Capítulo 1
Introdução ............................................................................

Anatomia da Guitarra ............................................................

Equipamentos e Ligações ......................................................

Dicas .....................................................................................

Capítulo 2
Iniciação à Guitarra Base ......................................................

Afinando o instrumento .........................................................

Exercícios para o fortalecimento dos dedos ...........................

Acordes .................................................................................

Intervalos .............................................................................

Sistema 5 (CAGED) ...............................................................

Capítulo 3
Iniciação à Guitarra Solo ......................................................

Escalas ..................................................................................

Escalas Relativas ...................................................................

Capítulo 4
Improvisação ........................................................................

Blues .....................................................................................

Construção de solos ..............................................................


Capítulo 5
Campo Harmônico .................................................................

Capítulo 6
Arpejos .................................................................................

Capítulo 7
Notação Musical – Tablatura e Partitura ................................

Tablatura ..............................................................................

Partitura ...............................................................................

Capítulo 8
Notação de técnicas ..............................................................

Dicionário .............................................................................
Capítulo 1
Introdução
Um pouco de história: A guitarra, um prático e simpático
instrumento de corda, pode ser encontrada em quase todos os
países dos cinco continentes. Extremamente versátil, pode ser
tocada em acompanhamento ou solo. Com uma diversidade
inigualável, está presente em vários ritmos, desde rock, heavy
metal, blues, jazz, música barroca e flamenco até música étnica.
Nas mãos de talentosos guitarristas, como Eddie Van Halen, Joe
Satriani, Steve Vai, Eric Clapton, Jimy Hendrix, Pat Metheney,
Joe Pass e tantos outros, faz verdadeiros milagres.

A verdadeira origem

Essa Jovem senhora nascida em 1930 chega aos seus 70 anos


mentindo a idade. Basta uma olhadinha para trás pra ver que
ela é muito mais velha. A origem da guitarra é incerta e ainda
se busca o elo perdido que a fez se tornar o que é hoje. A teoria
mais aceita é que ela tenha evoluído de um instrumento
espanhol chamado vihuela, que já é uma evolução do ‘ud árabe
e da cozba romana. O ‘ud é o mais velho dos três. Trata-se de
um instrumento de 5 cordas muito popular no Oriente Médio no
século 3. Provavelmente, foi dele que evolui a espanhola
vihuela, que já aparece com 6 cordas, apontando o caminho a
ser seguido pela guitarra moderna. Uma dificuldade peculiar
encontrada ao se tentar traças a história da guitarra é a
confusão que se faz entre ela e o violão. O português é uma das
únicas línguas que tem nome diferente para cada um dos
instrumentos. Sabe-se que o violão convencional de 6 cordas
teve origem na Itália, por volta de 1780. A guitarra elétrica,
filha desse violão, foi criada em 1930. Muito diferente do que é
hoje, seu som era suave e baixo. Para tentar resolver esse
problema, captadores eletrônicos foram adaptados ao
instrumento. O que parecia ser uma solução, na verdade, criou
outro problema: esses captadores faziam o bojo da guitarra
vibrar, criando o conhecido – e famigerado – feedback. Foi o
brilhante Les Paul que, para resolver esse impasse, inventou o
corpo maciço da guitarra. Esse é o ponto em que chegamos ao
instrumento tal como ele é hoje. Em 1931, a empresa
Rickenbacker começou a construir a guitarra, o primeiro
instrumento eletrônico de cordas comercialmente disponível,
que foi simpaticamente nomeado de Pedals Steel Portátil
“Frigideira”. No ano seguinte, a mesma empresa introduzia no
mercado a primeira guitarra elétrica propriamente dita, a Electro
Spanish.

Assim se Fez História

Outro nome importante para a historia da guitarra, que não


poderia ficar de fora, é o de Leo Fender, responsável pela mais
tradicional empresa de guitarra do mundo, a pioneira em
produção em massa do instrumento. Foi ele também o
responsável pela criação da lendária e venerada Fender
Stratocaster. Muitos outros ficaram famosos por dar à guitarra
designs diferentes e ousados, que se tornaram verdadeiros
ícones. Mas a guitarra começou a se tornar mais popular depois
da Segunda Guerra Mundial e foi consagrada definitivamente
nos braços da contracultura, nos anos 50 e 60. Depois disso,
virou moda e fincou-se definitivamente como um dos
instrumentos mais tocados e cultuados da atualidade.

Vamos, agora, conhecer e aprender a lidar com nosso


instrumento. Aqui vai uma descrição dos principais componentes
da guitarra:

Mão ou Paleta (Headstock): extremidade superior do braço,


onde se encontram fixadas as tarraxas, os postes e em algumas
guitarras, os abaixadores de cordas.
Pode ter diversos graus de inclinação para trás. Isso irá,
primariamente, determinar o quanto o headstock vai afetar o
timbre de sua guitarra. Quanto mais reto for o headstock mais
ele vai se tornar essencialmente uma continuação do braço,
tornando o som mais “vivo”, pois a pressão no nut será mínima,
essa pressão é responsável pelo tipo de vibração que a corda
terá nesse ponto, fazendo assim com que certas freqüências
sejam destacadas, e outras, atenuadas. Em headstocks mais
inclinados a pressão sobre o nut é bem maior contribuindo para
um maior sustain, já que ao invés de dissipar a vibração das
cordas para o headstock, essa é transferida para o corpo da
guitarra.
Tarraxas ou cravelhas (Tuning Machines): mecanismo
giratório que serve para afinar as cordas, tencionando-as
(sentido anti-horário) ou distendendo-as (sentido horário).
O fato de serem mais leves ou pesadas pode mudar a massa do
headstock, mudando a ressonância das freqüências sobre o
braço e modificando assim o timbre, mesmo que seja de uma
maneira muito sutil. Desde que as tarraxas são responsáveis por
fixar as cordas ao headstock, sua integridade física é muito
importante. Tarraxas enferrujadas, soltas ou com folgas irão
contribuir para ruídos indesejados, além de, obviamente,
prejudicar a afinação.

Pestana ou Capotraste (Nut): peça alongada que possui


pequenos veios por onde passam as cordas. Geralmente
confeccionada de plástico, osso, latão e fibra de carbono, além
do nut comum, existem ainda o roller nut e o locking nut.
No passado, muitos guitarristas substituíram seus nuts de
plástico ou osso por outros de metal, achando que isso poderia
aumentar o sustain da guitarra. Hoje, sabemos que o nut só
pode influenciar o som da corda solta do instrumento, porque o
traste virtualmente se torna o nut quando a corda é pressionada
contra a escala. Mas um nut mal instalado pode afetar o timbre
de sua guitarra. Este precisa ser firme contra o braço, pois caso
contrário, isso influenciará negativamente na vibração das
cordas, resultando em perdas de freqüências. Os “dutos” (lugar
onde a corda passa por dentro do nut) precisam estar
devidamente cortados, pois se a corda estiver se movendo de
forma indesejável dentro destes dutos, o resultado será barulho
e perda de sonoridade. Por outro lado, se as cordas estiverem
muito presas dentro dos dutos, isto resultará em má afinação ao
usarmos a alavanca. Outra consideração é com o locking nut
(capotraste com trava) que terá uma resposta sobre as cordas
soltas sensivelmente diferente de um nut comum, pois você
estará prensando a corda entre duas peças de metal, fazendo
com que a mesma altere sua característica natural de vibração.
Alguns consideram esse som mais comprimido e com menos
respostas de harmônicos, mas esta é uma observação que deve
ser feita pessoalmente, assim como qualquer aqui expressa por
mim.

Trastes (frets): série de filetes metálicos perfilados ao longo


da escala que servem para delimitar semitons (as notas de cada
casa) do “sistema temperado” (sistema que divide a escala em
doze sons sucessivos dispostos em igualdade de distância entre
si). Geralmente confeccionados em níquel, devido a sua grande
resistência. Os trastes são divididos em: fino, médio, jumbo e
extra jumbo.
Existem muitas opiniões diferentes a respeito de como o traste
pode afetar o timbre de uma guitarra. Muitos dizem que
diferentes trastes afetam muito mais o “feeling” (como você
sente a guitarra) do que propriamente o seu timbre. Quando o
ponto de contato da corda com o traste for muito grande, irá
resultar numa nota com menos clareza. Muitos músicos
acreditam que trastes jumbo aumentam o sustain do
instrumento porque este, com sua maior massa metálica, irá
transferir mais a vibração das cordas para guitarra, enquanto
que trastes pequenos resultariam num som mais agudo e limpo,
devido ao ponto de contato mais acurado da corda com o traste.

Casa: espaço delimitado por dois trastes, onde os dedos


“martelam” para produzir o som das notas.

Braço (Neck): É uma peça fundamental na construção do


timbre da guitarra, sendo, junto com o corpo, a ponte, a escala
e as cordas, um componente timbral primário. Diferentes
densidades e cortes alteram sensivelmente a maneira como o
braço transmite o som das cordas ao corpo. O timbre pode
variar bastante, mesmo com braços construídos do mesmo
material. Na maioria dos casos, materiais mais duros – como o
maple – produzem um som claro e brilhante, enquanto
mahogany e outras madeiras macias produzem um som mais
encorpado. Hoje, podemos encontrar várias alternativas às
madeiras mais tradicionais, como pau-ferro, rosewood, fibras
artificiais (como o grafite), entre outras. Segundo os
especialistas, é importante observar as fibras da madeira que no
braço devem ser longas e sem interrupções, afim de melhor
transportarem o som para o corpo.

Escala (Finger Boards): são lâminas de madeira fixadas sobre


o braço do instrumento nas quais os trastes são colocados, é
também onde se encontram as marcações (inlay).
É outro elemento fundamental para o timbre final do
instrumento. Diferentes materiais filtram de maneiras distintas,
a vibração das cordas para o braço e para o corpo da guitarra.
Basicamente, os materiais para fazer a escala estão em duas
categorias: madeira e sintético. As madeiras mais comuns são o
rosewood, o ébano e o maple. O ébano é mais duro e pesado
que as outras madeiras, e irá adicionar mais ataque e um decay
(declínio da nota) rápido, dando ás notas mais clareza. O maple
irá produzir menos ataque que o ébano, mas com mais balanço
a relação ataque-decay, produzindo um som mais brilhante,
com um pouco mais de sustain. Algumas guitarras possuem
uma peça única (one piece) para a escala e o braço. Isto vai
alterar a maneira como a escala vai transferir as vibrações das
cordas ao resto do instrumento. Escalas em rosewood terão um
som mais encorpado e com ataque menos definido que o ébano
ou o maple. É uma madeira menos densa que contém uma
grande quantidade de óleo proporcionando muito médio e
cortando as freqüências mais agudas. Escalas sintéticas são
extremamente duras, o que irá resultar numa maior resposta de
agudos e uma grande consistência sonora, pois o material não
se altera com o tempo. Quando você troca uma escala de
madeira por uma de grafite, a impressão é que a guitarra
adquiriu um som mais “hi-fi” (de alta fidelidade).

Tensor ou Tirante: barra metálica que atravessa o braço onde


por dentro e por toda a sua extensão, funcionando para ajustar
o mesmo no caso de um empeno.

Captadores (pickups): são enrolamentos (bobinas), que


envolvem uma barra magnética (imã) que é a responsável pela
“captação” do som emitido pelas cordas e pela sua
transformação em sinais elétricos que serão enviados para um
amplificador de som.
Como você pode imaginar, os captadores são os “superstars”
em nossa equação sonora. Com exceção das cordas, os
captadores são a mais fácil, e efetiva maneira de alterar a
característica sonora de uma guitarra. Eles são, basicamente,
divididos em:
Single coils - captadores de uma única bobina que possuem
como uma de suas principais qualidades, som bem definido,
embora proporcionem o “Hum”, ruído característico nesse tipo
de captador;
Humbuckers - captadores de duas bobinas que, em razão disso,
cancelam o “Hum”. Mas que não possuem um timbre tão
definido e claro como o single coil. No entanto, podem
proporcionar maior volume e timbres com mais ataque e
sustentação, é ainda possível a instalação de um push pull na
guitarra, fazendo assim com que ao acionar este sistema, ocorra
a “transformação” do captador humbucker em single coil.
Podemos encontrar também um humbucker em formato de
single coil (stack) que é um captador de duas bobinas,
geralmente sobrepostas em vez de paralelas, pode possuir as
características dos tradicionais dos humbuckers. Mas com
formato de single, muitas vezes seus timbres se assemelham
bastante, entretanto com um diferencial: o stack não apresenta
o “Hum”.
Além de dividir os captadores entre single coil e humbucker,
podemos classificá-los em outras duas categorias: ativos ou
passivos. Captadores ativos possuem um pequeno pré-
amplificador e necessitam de uma bateria para o seu
funcionamento. Estes são muito silenciosos, e possuem uma
variedade incrível de níveis de saída, alem de uma tessitura
muito grande. Alguns acham os captadores ativos muito fiéis,
preferindo os passivos pela sua grande capacidade de realçar só
algumas freqüências, atenuando outras. Muitos guitarristas
mudam de captadores na busca de mais sustain; mas pode um
captador com mais volume aumentar o sustain da guitarra?
Cuidado! Quando a corda pára de vibrar, tudo está acabado, e o
captador não tem mais o que reproduzir. O que pode acontecer
é você aumentar o nível de saturação de seu amplificador – por
estar mandando um sinal mais forte – mas isto não vai,
necessariamente, aumentar a duração da nota. É importante
observar a posição dos captadores em relação às cordas, ao
braço e à ponte, e experimentar a maior variedade de modelos
e marcas, até chegar a uma conclusão do que seria melhor e
mais adequado ao seu estilo de tocar.

Ponte (Bridge) e Cavalete: Peça de madeira ou de zamack,


antimônio, aço, níquel, latão, ferro, zinco, alumínio, e fibra de
carbono, ela determina a altura das cordas e o distanciamento
entre os apoios, carrinho e capotraste (saddle e nut), que atuam
diretamente na afinação. A ponte é responsável pelo ajuste das
oitavas e pelo ângulo de que as cordas partirão, além de
estabelecer, assim como o capotraste, a relação entre as cordas
quanto á altura entre elas. É um ponto crítico dentro da nossa
equação sonora. É o principal ponto de fixação da corda à
guitarra, e vai determinar a quantidade de vibração transferida
ao corpo da mesma. Pontes fixas (sem alavanca) oferecem mais
área de contato com o corpo do que pontes com alavanca,
permitindo assim enviar mais vibrações das cordas diretamente
ao corpo do instrumento. Uma guitarra com ponte fixa
geralmente irá soar com mais massa do que uma similar com
ponte móvel (alavanca). Estas são usualmente fixadas na
guitarra por dois pequenos pivôs atarraxados ao corpo, e estes
vão ser o único ponto direto de transmissão de vibração entre o
corpo e a ponte – os outros pontos de transmissão seriam as
molas e a barra de sustain. Por isso, se você trocar uma ponte
fixa por uma móvel, ou vice-versa, fique ciente que isto estará
alterando a característica sonora do seu instrumento. O material
da ponte também irá influenciar diretamente a resposta sonora
da mesma. Uma ponte de liga de vários materiais diferentes,
fundidos dentro de um mesmo molde, irá soar muito diferente
de outra feita com um único bloco de metal sólido.

Potenciômetros e Knobs (Control Pots/Knobs): controle de


volume e de tonalidade dos captadores.

Chave Comutadora de Captadores (Pickup Switch): esta é


uma chave (de três ou cinco posições) que seleciona o captador
que estará em uso, seja ele o da ponte, o do meio, ou o do
braço, há chaves que possibilitam o uso de dois ou mais
captadores.

Jack: orifício onde se conecta o plug do cabo (fio), que é


responsável pelo envio do sinal elétrico do captador ao
amplificador, geralmente encontrado ou na lateral traseira da
guitarra ou próximo aos knobs e potenciômetros.

Escudo ou Placa (Pick-Guard): placa de plástico, metal ou


madeira que tem como objetivo adornar, proteger ou tampar
determinadas áreas do instrumento.

Alavanca ou Tremolo (Whammy bar): sistema mecânico que


quando acionado faz com que a nota que está soando suba ou
dessa sua altura, ou seja, o que ocorre é na verdade um bend.
Podemos usá-la também para gerar um vibrato.

Roldanas: serve para se fixar a correia.

Compartimento de Molas (tremolo string cavity): local


onde se alojam as molas, estas são responsáveis pela tensão
que se será dada às cordas.
Corpo (Body): nele estão fixados os captadores, o escudo, a
ponte e as demais outras peças. Numa guitarra elétrica, o corpo
funciona como uma “prancha sonora”, seu material é
fundamental para a resolução final do timbre do instrumento,
pois diferentes madeiras vão determinar diferentes formas do
corpo ‘ouvir’ a vibração das cordas. Corpos de guitarras podem
ser encontrados em grande variedade de madeiras, cada uma
com sua própria característica sonora, sendo que diferentes
cortes podem dotar a mesma madeira com sonoridades
diversas, por variações na sua densidade e peso. Mesmo assim,
podemos fazer algumas considerações gerais...
a) Maple – tem grande resposta de ataque e rápido declínio da
nota (decay); gera uma forte resposta ao som fundamental,
sem muita projeção de harmônicos, muito utilizada para
guitarras semi-acústicas.
b) Mahogany (mogno) – tem ataque macio, rico em sustain e
massa; é uma madeira consideravelmente pesada.
c) Basswood – geralmente usada em guitarras de rock feitas
para tocarem em alto volume; possui ataque moderado, com
sustain constante; é uma madeira leve, mas com boa massa
sonora final.
d) Ash – madeira com timbre bem característico; funciona bem
com single coils, proporciona excelente corpo sonoro e boa
resposta de agudos.
Estas são apenas algumas opções que podem ser usadas na
construção de um corpo. Também é comum a combinação de
madeiras, como por exemplo, um corpo de mahogany e o top
(parte superior do corpo) de maple, ganhando assim o ‘melhor
dos dois mundos’, um peso tolerável e uma excelente resposta
de agudos. Atualmente, existe um grande numero de guitarras
de baixo custo feitas com corpos de compensado e aglomerado.
É sempre bom ficar atento a este tipo de madeira, que nunca
poderá responder sonoramente como uma madeira nobre,
deixando muito a desejar quando necessitamos de um timbre de
guitarra realmente bom.

Guia de Cordas (String Retainers): abaixador de cordas.

Marcação da Escala (Inlay): geralmente confeccionada de


plástico, madrepérola, tinta e etc.

Placa do Tróculo (neck plate): placa de aço que prende braço


ao corpo da guitarra.
Suporte de Jack (jack plate): placa de aço em forma de
canoa, que prende o Jack de saída.

Truss Rod: compartimento onde se aloja o tensor.


Anatomia da guitarra
Modelo Stratocaster
Modelo Les Paul
Outro modelo
Violão
Equipamentos e Ligações

O som da guitarra é um elemento fundamental para que


você possa, literalmente, falar por intermédio desse
instrumento. A força com que você consegue expressar está em
grande parte apoiada na qualidade do timbre da guitarra.
Conseguir o som ideal para transmitir o que você sente é uma
equação com muitas variáveis.
Nesta matéria, tentarei, na medida do possível, discutir
algumas das principais variáveis desse infinito universo, e abrir
novos horizontes para que você melhore seu conhecimento a
respeito de como trabalhar com equipamentos relacionados à
guitarra.
Primeiro é fundamental tomar consciência da importância do
timbre do instrumento. É a qualidade sonora desse som que vai
identificar sua voz junto aos ouvidos da audiência, E uma voz
defeituosa, sem qualidade, rouca, hesitante, não pode ser
identificada com precisão e não agrada aos ouvidos. Dessa
forma, todos os cuidados com a ‘sua voz’ ou seja, o seu timbre,
não é exagero, e sim uma necessidade – para is profissionais,
uma obrigação! Você também tem que entender que existem
muitos tipos de timbre e cada um se adapta a uma forma de
tocar e a um estilo diferente. Isso é muito, mas muito
importante de entender, pois por mais obvio que possa parecer
tal afirmação, é comum um jovem guitarrista perguntar sobre
qual é o melhor equipamento... Tal pergunta só pode ser bem
respondida se outra anterior tiver uma resposta: “qual o tipo de
musica que você faz?”.
Para tocar blues, você não deve utilizar timbres com níveis de
saturação muito altos, chegando até o efeito de distorção, pois
há uma necessidade de maior dinâmica, assim como para tocar
metal você não pode tocar com timbres totalmente limpos.
É bom ter e mente que cada um tem uma necessidade
diferente e que o equipamento vai funcional sempre de forma
individual. O que vamos trabalhar nesta matéria são algumas
regras e conceitos gerais daquilo que poderemos chamar de
“bom senso timbrístico”. Essas dicas devem servir de forma
geral, independente do gênero/estilo que você tocar.
Procuramos assim auxiliar o maior número de guitarristas
possível.
Vamos começar por entender os três principais elementos
de nossa equação: guitarra, efeitos e amplificadores. A guitarra
deve atender à sua forma de tocar. O que acontece é que
muitos ainda não decidiram de que forma querem tocar, o que
me leva à conclusão que o desenvolvimento do timbre e o
equipamento utilizado para gerá-lo estão diretamente
relacionado ao desenvolvimento do musico como artista. Assim,
chegamos a duas regras de “bom senso timbrístico”:

1) Sempre relacione sua forma de tocar e o estilo ao


equipamento que esta utilizando;

2) É sempre saudável comparar e ter referencias em relação


ao que você pretende tocar e como deve soar.

Esse segundo conceito é importante e revelador, pois vai


ajudar – e muito! – tudo o que você fizer. É por comparação que
você pode perceber tudo que o cerca. Algo só é bom ou ruim,
feio ou bonito, grande ou pequeno porque está em relação
comparativa. De outra forma não seria nada. Assim, compare
seu estilo e seu timbre ao daqueles músicos que você tem como
referência.
Exemplo: se você gostar do timbre do Zakk Wylde, é
melhor não comprar ema guitarra modelo Stratocaster. E
mesmo que não tenha dinheiro para comprar um Gibson Les
Paul original, não tem problema. Adquira um instrumento que
tenha o formato e que mais se aproxime da construção de uma.
Da mesma forma deve agir aquele que deseja tocar jazz ou
musica brasileira: evite uma guitarra modelo Flying V ou uma
Gibson SG – é melhor a aquisição de uma semi-acústica, ao
estilo George Benson.
O mesmo modelo de guitarra pode ter tipos diferentes de
trate, captadores, madeiras, pontes, tarraxas, etc. Cada
elemento vai modificar não somente a forma como a guitarra irá
funcionar, mas também como ela ira soar. Nesse caso,
aconselho outra regra clássica: pesquise sempre, experimente
muito.
A pesquisa e a experimentação são elementos básicos para
que você tenha real conhecimento sobre o que quer que seja. É
por essa razão que sempre estamos às voltas com compras,
trocas e ‘rolos’ com equipamentos. É necessário ter diferentes
tipos de guitarras e experimentá-las por um tempo para que
você realmente saiba como elas funcionam. E o mais
importante: se funcionam bem para você. Só se conhece
verdadeiramente um equipamento quando você fica com ele
tempo suficiente para que o experimente em todas as situações
em que ele deve servir. Somente depois que um equipamento
foi para ensaios, shows e estúdios é que você saberá se ele
serve às suas necessidades ou não.
O que vulgarmente é chamado
de “amplificador de guitarra” ou
“combo” (erroneamente conhecido
em grande parte do Brasil como
“cubo”) é na realidade dividido em
três partes. O power amplificador,
responsável por amplificar,
aumentar, dar mais potencia ao
sinal da guitarra, aparece
posteriormente ao pré-amplificador
(estágio de entrada do sinal, que
regula freqüências como, agudo, médio e grave) na corrente
percorrida pelo sinal, enquanto os alto-falantes recebem o sinal
no final da corrente e o colocam, no ambiente físico de forma a
se tornar perceptível aos sentidos.
O combo (foto 1) tem esses três elementos reunidos em
um só aparelho. O que chamamos de “cabeçote” e “caixa” (foto
2) divide esses elementos em duas partes: a ‘cabeça’ (contendo
a seção de pré e de amplificação) e a caixa com os falantes. O
chamado “sistema de amplificação de rack” (foto 3) possui
esses três elementos de forma separada.
Não se pode afirmar que
um sistema é melhor que o
outro. Eles são apenas
diferentes e utilizados para
diferentes aplicações. O
importante é perceber que
existe uma diferença entre a
seção de pré-amplificação e
de power, porque quando
você conectar efeitos entre a
guitarra e o amplificador, terá
que compreender isso muito
bem.
Novamente, utilize a
regra da referencia quando
tiver que escolher seu sistema
de amplificação. Nem sempre
um modelo de rack de 200
watts RMS, que custa muitos
milhares de dólares, é melhor
que um pequeno combo de
15w. Tudo depende do tipo de
som que você necessita. Não
faz sentido para quem toca em
pequenos ambientes ter um
amplificador de muita
potência. A relação entre
potência e qualidade do som
não é proporcional, ou seja,
ter mais potência não significa
obter mais qualidade, e sim
mais volume. É melhor utilizar
seu amplificador entre 50% e
70% da potência que ele pode
oferecer, porque se ele estiver
muito baixo não vai render o
que poderia e deveria. Se toda
vez que você tocar seu volume
estiver entre “1” e “3”, pode
ter certeza de que está utilizando a potência errada! É mais ou
menos como um carro esporte: de nada adianta um motor
V8para andar no transito em primeira e segunda marcha – um
carro automático e econômico seria a melhor opção.
Outra questão muito oportuna é o significado da sigla RMS
x PMPO. A primeira é utilizada como padrão mundial de medida
da potência de um sinal amplificado, mas talvez porque o Brasil
é o país das mentiras – querem que acreditemos que o nosso
Presidente é honesto, que nossa seleção é a melhor, que a
banda Calypso faz música -, somente em nosso país existe o
famoso PMPO, que transformou aquilo que era 100w RMS em
1000w PMPO. Essa sigla foi criada para afetar o subconsciente
do consumidor menos informado, que forma a grande maioria
do povo brasileiro. O PMPO permite que o vendedor fale que
aquele sonzinho contrabandeado de países duvidosos e que é
vendido nas Casas Bahia da vida tenha “900w”, quando na
verdade aquilo é PMPO – com um sinal amplificado em 900w
RMS você consegue tranquilamente tocar guitarra no estádio do
Morumbi lotado! Microfonando é claro. Tome cuidado com esse
tipo de medida. Não se iluda com potência! Mesmo sendo RMS.
O que importa é o timbre.
Os sistemas de amplificação de rack, que migraram dos
estúdios para os palcos, oferecem mais recursos. Em
contrapartida, são mais caros, mais complexos e pesados e –
novamente – não necessariamente melhores de os combos ou
‘cabeças’. A grande diferença é que você pode combinar
diferentes tipos de pré, powers e caixas entre si. Combo já vem
montado e esses elementos foram combinados e balanceados na
fabrica, trazendo ao guitarrista mais praticidade e melhor custo.
As ‘cabeças’ e caixas são os sistemas preferidos por bandas de
rock e por quem faz trabalhos com necessidade de altos índices
de volume, pó oferecer a praticidade de um combo, mas com
muito mais potência.
Outra coisa que você tem que observar com cuidado ao
escolher um sistema para amplificar sua guitarra é a opção
entre um sistema valvulado, um simulador e um sistema que
não é nem valvulado nem um simulador, vulgarmente chamado
de trasistorizado. A válvula é o sistema preferido de oito entre
dez guitarristas, especialmente quando estes utilizam timbres
saturados. É ela que traz ao som da guitarra uma compressão
natural e uma sensação especial muito diferente dos outros
sistemas. Isso sem falar, naquilo que chamamos de “calor”. Um
bom amplificador valvulado deixa o timbre ‘quente’ e também
com muita dinâmica, ou seja, é muito sensível ao toque da
palheta. Esses são elementos fundamentais para a interpretação
do instrumento.
Os simuladores têm melhorado sua qualidade a cada dia e
tentam por meio da tecnologia digital imitar os timbres de
outros amplificadores. A evolução foi de tal proporção que há
quem diga que já é impossível distinguir o som tirado de um
simulador daquele extraído de um amplificador real em uma
gravação. Pode ser que a maioria dos ouvintes realmente não
consiga distinguir uma coisa da outra, mas o músico com
certeza consegue. É diferente tocar com um som proveniente de
um simulador daquele advindo de um sistema valvulado, mas
não necessariamente pior. Novamente, tudo vai depender
daquilo que você quer. O simulador trouxe versatilidade e
praticidade, barateou os custos e facilitou a produção de música,
mas segundo este que vos escreve nada como um bom
microfone na boca de um amplificador valvulado para trazer o
melhor que a guitarra pode oferecer. Mas esta é apenas uma
opinião pessoal. Muitos podem preferir os simuladores ou os
amplificadores transistorizados. O importante é que o
equipamento sirva para a necessidade de cada um, Geralmente,
os músicos que tocam com o som limpo de guitarra preferem
sistemas do tipo transistorizado – um bom exemplo é o
amplificador Roland Jazz Chorus, que ficou famoso nas mãos de
Pat Metheny.
Depois, você tem que considerar os efeitos, que são a
verdadeira ‘perfumaria1 dos guitarristas. E o mesmo conceito se
aplica a eles na hora da escolha do tipo a ser usado. Pedaleiras
digitais, racks de efeitos ou pedais separados? Como não sou de
ficar em cima do muro, afirmo que pedais separados são muito
melhores no que se refere ao timbre. Mas novamente isso é
uma opinião pessoal. Talvez as pedaleiras digitais tenham feito
tanto sucesso justamente pela facilidade e praticidade de ter
tudo em uma única caixa, com um custo baixo quando
comparado à montagem de uma pedaleira tradicional. Os bons
racks de efeitos são os mais caros, sensíveis para se colocar ‘na
estrada’, mas contam com muitos recursos e um qualidade
sonora de estúdio.

Como conectar seu equipamento

Basicamente, existem duas formas de conectar efeitos:

1) Entre a guitarra e o pré-amplificador (foto 4);

2) Entre o pré e o power (foto 5).


A primeira opção é, tradicionalmente, predominante para
pedais de efeito. Especialmente para timbres de rock, um pedal
de overdrive ligado em linha entre a guitarra e o amplificador
eleva o ganho do sinal de saída do instrumento, com este
chegando ao pré-amplificador de modo muito mais forte. Deste
jeito ele chega com um, certo nível de saturação, deixando o
som, como se costuma dizer, mais “nervoso”. Também é
comum conectar pedais como wah wah, chorus, flanger, phaser,
whammy e outros tipos de modulação antes do pré-
amplificador. A forma tradicional de conectá-los é chamada de
“corrente”, plugando o output (saída) de um no input (entrada)
do seguinte dando seqüência a esse procedimento até o fim de
sua corrente (foto 6).
O problema é que esses pequenos ‘brinquedos’ possuem
um ruído inerente ao seu funcionamento, que vai se
amplificando á medida que a corrente aumenta.
Isso leva a mais uma regra da equação sonora: posicione
os pedais de maior ganho de sinal no inicio da sua corrente.
Um pedal de distorção
vai amplificar o ruído
inerente de sua corrente
em maior intensidade
que um wah wah,
chorus ou phaser, o que
significa que esse
mesmo pedal de
distorção vai causar um
prejuízo muito maior no
final da corrente.
De qualquer
forma, o ruído de uma
pedaleira sempre vai existir e ainda será amplificado ao chegar
ao pré-amplificador. Assim, verifique sempre cabos e plugs,
procurando utilizar sempre o melhor equipamento de conexão
possível.
De nada adianta um alto investimento em pedais, guitarras
e amplificadores se esses acessórios são de baixa qualidade.
Nos últimos tempos tenho optado por cabos e plugs que não
necessitam de soldas, o que tende a melhorar substancialmente
a qualidade do sinal.
Lembre-se também que o tamanho dos cabos deve ser
sempre do comprimento exato entre os equipamentos. Evite
cabos enrolados. Primeiro defina o set de equipamentos e
depois monte os cabos sob medida.

Existe uma outra forma de encarar os pedais: como


famílias. Reúna os pedais em famílias de “saturações, drivers e
distorções” (foto 7),
“modulações e repetições”
(delay, reverb, chorus, flanger,
phaser etc) (foto 8) e
“expressão” (volume, whammy,
wah wah etc) (foto 9).
O segundo motivo pelo qual
não se deve colocar um pedal da
família das saturações no final
da corrente é porque ele faz
com que o efeito proveniente
dos pedais da família das modulações perca sua definição.
Experimente ligar um overdrive depois de um delay: a saturação
do primeiro acaba embolando a repetição do segundo e o som
se torna incompreensível.
A ordem da corrente deve ser muito bem observada. Alem
dos ganhos, você deve considerar o tipo de efeito e a relação
que irá produzir com seus companheiros de mesma família e
com aqueles de famílias diferentes. Comece pela ordem mais
convencional:

Afinador – wah wah – “família dos overdrives” – “família


das modulações” – (tendo sempre o delay e/ou reverb
como o ultimo pedal) (foto 10).
Como organizar a ordem dos pedais entre as “famílias” é
outra questão muito importante. Sempre experimente primeiro
os drives de menor saturação antes dos pedais de maior ganho.
Quando um pedal for do tipo booster (que serve para aumentar
o volume geral), ele deve ser colocado no fim da “família das
saturações”, pois assim ele vai aumentar o timbre geral
conseguido até aquele momento, interagindo com os pedais
individualmente ou quando estes estiverem ligados em
conjunto. Nas modulações, o delay e o reverb devem ser
sempre os últimos da fila, porque tratam de repetir e ambientar
o som. Eles devem fazer isso com o timbre já processado, no
final da corrente, ou você perderá muito em definição. Entre o
final dos pedais de saturação e o delay e o reverb, coloque o
chorus, o phaser e o flanger, entre outros (foto 11).

As perguntas naturais seriam “mas qual depois de qual?”,


“no final da corrente, o ultimo a ser colocado deve ser o delay
ou o reverb?”, “e no começo, primeiro o pedal de volume ou o
wah wah?”... Abordarei especificamente o pedal de volume mais
adiante, mas a melhor resposta é: pesquise! Já tive pedaleiras
com o chorus por último e para o que estava buscando,
funcionava bem. É preciso paciência e muitos testes para definir
se é, melhor, o flanger antes do phaser ou vice-versa. Isso vai
depender do tipo de pedal, da regulagem que você gosta de
usar em cada um, e do tipo de som que está buscando.
Agora anote aí: como o pré-amplificador também é uma
fonte de efeitos – afinal é nele que você pode equalizar, saturar
e mexer de várias formas em seu som -, é preciso pensar nele
também como parte de sua corrente de pedais. Por exemplo: se
utilizar a saturação de seu amplificador, ou seja, de seu pré,
você tem então que colocar os efeitos da “família de modulações
e repetições” depois dele. É por essa razão que combos e
cabeças têm uma conexão muito importante, geralmente
situada em sua parte posterior, chamada effects loop (foto 12)
ou send/return (foto 13).

O effect loop é responsável por dividir a seção de power e


pré-amplificação que já vêm juntas no combo ou na ‘cabeça’.
Quando utilizar a saturação do pré e seu equipamento não for
um sistema de amplificação de rack, utiliza a conexão do effect
loop para ligar os pedais de modulação. Assim, sua corrente
ficará: guitarra – wah wah – pré-amplificador, ou seja,
saturação – e modulações, mais delay (foto 14). Também é
possível ligar outros
pedais que não sejam da
“família das modulações
e repetições” no effect
loop. De fato, você pode
ligar todos eles se assim
desejar, mas tanto a
relação de ganho como
de impedância vão
mudar e também o
timbre será afetado pelo
tipo de send/return ou effect loop que seu equipamento possui.
Equilibrar os ganhos é uma regra básica de uma conexão
que usa o effect loop ou qualquer outro tipo de situação. Você
deve verificar se o volume saído do pré-amplificador via
send/return casa com o volume que sua unidade de efeitos está
preparada para receber. Novamente, a opção de ligar efeitos
antes ou depois do pré-amplificador depende da sua
necessidade, do tipo de equipamento e do resultado que deseja.
Pedais antes de pré-amplificadores não apenas soam muito
bem (porque estão em sua posição natural) como também
abaixam a impedância do sinal que sai da guitarra. Altas
impedâncias tendem a produzir mais capacitance (acúmulo de
elétrons dentro dos cabos de guitarra), que sugam agudos de
seu timbre. Esse fenômeno é chamado loading (cargo,
carregamento). Usualmente, a impedância que sai da guitarra é
alta, a não ser em casos de captadores ativos (como os modelos
EMG). Captadores ativos têm um pequeno pré-amplificador
dentro da guitarra, o que toma a impedância próxima de seu
pré.
Então, posso citar mais uma regra de “bom senso
timbrístico”: equilibre e verifique sempre o ganho, volume e a
impedância. È fundamental que esses parâmetros estejam
sempre bem equilibrados entre si.

Volume

Existem três tipos básicos de volume, medidos em decibéis


(db): de -40 a -20db (que é o volume de uma guitarra), 0db (o
chamado “volume de linha” para tecladistas) e + 4db, que é o
line level para o resto do mundo.
A maioria dos racks de efeitos e pedaleiras podem ser calibradas
por intermédio de um botão na parte traseira do aparelho. Se o
seu multi-efeitos não tiver esse botão, procure o valor nominal
no manual de instruções. Observe que sem esses valores
equilibrados você não obtém um resultado sonoro desejável.
Lembre-se, porém, que todos esses números são apenas alvos
de orientação. Um músico tocando uma Stratocaster nunca
estará utilizando o mesmo volume (line level) de um outro que
esteja com uma Les Paul mesmo que os dois tenham
antecipadamente regulado, seus line levels em 10dbs. Aí está a
razão porque o equilíbrio de ganhos, requerer uma precisão
detalhista. A maioria dos racks de efeitos e pedaleiras digitais
possuem um botão que controla o input level (volume de
entrada), geralmente localizado na parte anterior do aparelho,
que funciona em combinação com um conjunto de leds (luzes
indicativas). É preciso trabalhar em conjunto com o input level
do seu efeito (seja ele pedal ou rack) e o output level de seu
pré-amlpificador. A tarefa é aproximar o máximo possível esses
volumes, ou seja, com a corrente de efeitos desligada, o volume
tem que ser o mesmo do momento em que ela estiver ligada.
Faça o seguinte teste: ligue e desligue todos os efeitos
(desplugue até mesmo os cabos) e verifique se não há perda de
sinal e de timbre, e se os volumes estão realmente equilibrados.
É comum ver músicos iniciantes aumentarem em demasia a
saída dos efeitos para compensar a perda de sinal quando os
mesmos estão ligados. Isso acaba gerando resultados
indesejáveis, como perda de sinal, saturação e falta de
equilíbrio. Os efeitos de racks e pedaleiras digitais também
possuem um controle de output level. Use-o para verificar se
um aparelho está mandando sinal suficiente para o outro e
assim por diante.
Os pedais são como costumamos dizer, mais “toscos”, têm
menos recursos, mas em música existe uma máxima oportuna:
“menos é sempre mais”. Acredito que esse é um dos pontos
positivos dos pedais, o que cativa minha atenção. Afinal, menos
controles não significam timbres piores. Lembre-se: o que vale é
o timbre, a qualidade do som. Use sempre seu ouvido como
prova de comparação.
Mesmo assim, você tem que acertar os volumes também com
esses ‘pequenos amigos’. Verifique quais os controles que fazem
o papel de regular a função do volume, veja se esse volume é
apenas do efeito ou se mexe com o volume geral de saída do
pedal. Teste se o pedal, mesmo desligado, rouba algo do seu
som, algo que acontece com freqüência. Você tem que
compensar isso em algum ponto. Mesmo pedais que às vezes
roubam um pouco de som ainda são bons, pois o efeito que ele
gera é aquele que você gosta, quer e/ou necessita.
De tempos em tempos, é aconselhável verificar cada peça
de sua equação e como aquilo está afetando seu timbre final.
Ouça somente a guitarra ligada direto no amplificador. Depois,
vá colocando cada elemento, um de cada vez, e novamente
compare com a guitarra ligada direto no amplificador. Repita a
operação até que consiga perceber se há ou não mudança de
som.

Pedal de volume

Esse pedal pertence à “família de pedais de expressão” Ele


pode ser colocado antes ou depois do pré-amplificador e/ou
pedais de saturação. Dependendo do tipo de efeito e sonoridade
que o músico necessita. Se colocado antes da saturação ou pré,
significa que você pode controlar o nível de entrada no pedal ou
pré, ocasionando uma sensível diferença no timbre (foto 15).
Se a opção for manter sempre o mesmo timbre e apenas mexer
com a dinâmica – torna-lo mais alto ou mais baixo, sem alterar
o timbre -, a posição ideal é colocá-lo depois do pré ou dos
pedais de saturação (foto 16). Coloque os pedais de modulação
e repetição (como o delay) depois do pedal de volume e você
terá um efeito bem interessante. Quando cortar totalmente o
som original, ainda haverá a sobra do delay soando e dando
‘corpo’ ao seu som.

Controles e comandos

Dependendo do equipamento que está sendo usado, um


tipo diferente de controle será requerido para mandar os
comandos das mudanças de timbres. Se estiver usando uma
guitarra ligada a um combo ou ‘cabeça’, um pedal que
geralmente acompanha o equipamento, chamado footswitch
(“mudança com o pé”) (foto 17) será suficiente para comandar
todas as mudanças necessárias. Esses pedais geralmente saem
de fábrica junto com combos, ‘cabeças’ e sistemas de rack (pré
e power separados) e comandam todas as suas funções.
Tomando-se peças muito importantes para o trabalho de um
guitarrista.

Em sua maioria, esses pedais são analógicos, ou seja,


mudam as funções e os timbres de seu equipamento de forma
mecânica, assim como você liga e desliga as luzes do quarto por
meio do interruptor. Se você acrescentar a isso um ou mais
pedais de efeito, significa que mais de um comando com o pé
terá que ser acionado para se atingir o timbre desejado. Isso é
algo perigoso, pois muitas vezes não há tempo suficiente para
vários comandos.
A solução é adquirir um equipamento que vai se tornar o
cérebro de seu set, controlando as mudanças do pré-
amplificador, dos pedais e dos multi-efeitos, tudo
simultaneamente. Dessa forma, você pode enviar um único
comando para o ‘cérebro’ e ele acionará todos os equipamentos.
Esse ‘cérebro’ nada mais é que um sistema de vários effect loop
– assim como aquele em seu pré-amplificador-, mas que por
intermédio de um único comando faz com que tudo que estiver
conectado aos effect loop desse ‘cérebro’ seja acionado ou
desligado de uma vez. Você pode criar isso em sua pedaleira
com o auxilio de pedais que apresentam a função de criar esses
loops e fazer com que ela tenha correntes diferentes por onde
passa o som. Essas correntes trabalham de forma independente
e/ou em conjunto, de acordo com a ligação que você faz.
Sistemas de controle de correntes de equipamentos são
famosos e fazem parte dessa equação.

Em série e paralelo

Toda vez que um sinal analógico como o da sua guitarra é


transformado em digital, para depois ser convertido novamente
em analógico pelo processo inverso, existe uma sensível perda
de freqüência pelo caminho. Quanto mais vezes esses processos
ocorrerem, maior essa perda. Isso também ocorre por conta do
número excessivo de elementos colocados em sua corrente e
também na passagem por muitos circuitos, cabos, plugs, jacks
etc. Uma possível solução é conectá-los em paralelo, em vez de
ligá-los em série. Ligar sua corrente “em série” significa, na
prática, ter o sinal da guitarra passando pelos pedais em direção
ao pré, depois ao power-amplificador e, finalmente, aos alto
falantes. Para a conexão “em paralelo” é necessário acrescenta
um mixer ou algo que divida seu sinal (spliter). Isso significa
que você estará misturando o som puro de sua guitarra, enviado
por um canal do mixer, com o som dos efeitos que estará sendo
enviado por um outro canal, em um ponto que pode ser
chamado de ‘fim de linha’, ou seja, momentos antes desse sinal
ser mandado para o power-amplificador. Esse sistema também
conta com suas vantagens e desvantagens, devendo ser
utilizado por aqueles que possuem muitos efeitos entre a
guitarra e o pré-amplificador.

Palhetas

Pequena chapa feita geralmente de plástico no formato (quase


sempre) triangular com as bordas arredondadas. Usa-se na mão
direita (para os destros) para tocar as cordas. O nome em
português “palheta” e, em inglês “pick”, ou ainda “plec” tem
origem na palavra “plectrum”, que é um pequeno pedaço de
madeira, metal ou marfim utilizado para tocar as cordas de uma
lira ou bandolim. Sobre as palhetas, há cinco detalhes
interessantes a serem observados: cores, formatos, impressões,
marcas, espessura. Quanto à espessura, cada um adota
medidas particulares para definir a espessura de suas palhetas.
Porém, de uma forma genérica, as palhetas são classificadas de
acordo com esta característica da seguinte forma:
Thin - de formato fino, geralmente,
bastante flexível;
Medium - são as mais utilizadas e
posicionam-se num padrão intermediário
de espessura e consequentemente de
flexibilidade;
Heavy - que é uma palheta bem mais
grossa e dura com pouca flexibilidade;
Extra Heavy - mais grossa ainda e
realmente quase não flexível.

Dica: nem sempre a espessura aparece especificada numa


palheta, porém, quando aparece, é comum constar medidas
(1.0, 1.5, 2.0, etc.) ou as letras indicativas de suas espessuras,
como: “T” para as finas, “M” para as médias, “H” para as mais
grossas e “XH” para as extra heavy.
É muito importante segurar a palheta corretamente, pois
assim, você terá agilidade e fluidez dos movimentos. Para isso,
segure-a entre o polegar e o indicador da mão direita e toque a
corda com a parte profunda. O braço deve permanecer imóvel e
move-se somente a mão (ou em alguns casos, apenas os
dedos). Evite que a palheta atinja o escudo ou a madeira da
guitarra.

Que calibre de cordas devo usar?

Essa é uma pergunta crucial, que vai determinar muita


coisa ao longo de nossa busca por um melhor som de guitarra. E
muitos, de nós, sequer pensam a esse respeito! Um grande
número, de excelentes, guitarristas perceberam algo muito
interessante ao longo do tempo: guitarras e amplificadores
parecem responder melhor às cordas mais pesadas. Vamos
considerar a guitarra e os captadores, e conferir se essa
afirmação é correta... Cordas mais pesadas mantêm melhor a
afinação. Sua maior massa sonora “movimenta” mais o corpo da
guitarra, aumentando o sustain. Segundo os especialistas,
captadores realmente gostam de cordas mais pesadas porque
estas dão aos seus elementos magnéticos muito mais com o que
trabalhar. A diferença entre cordas .009 e .010 pode parecer
pequena para um guitarrista, mas é grande para um captador
que é um equipamento acurado como um microfone – uma
corda mais pesada é como uma voz com mais volume e corpo.
Uma corda mais pesada também pode receber uma palhetada
mais agressiva e produzir um nível de volume mais alto antes
do limite em que a corda se chocaria com o traste, produzindo
assim um ruído e matando a nota original. Cordas mais leves
têm esse limite de dinâmica ‘forte’ reduzido, e como é possível
tocar os dois tipos de corda igualmente suaves, a extensão de
dinâmica da corda pesada se torna maior. Um dado que
observei ao longo dos anos é que músicos que gostam de cordas
mais leves tendem a usar captadores com alto ganho de saída e
ajustam esses captadores bem perto das cordas, da mesma
forma que um cantor de voz baixa iria compensar aproximando
mais um microfone de sua boca. O problema para guitarristas é
que, quando trabalhamos com altos níveis de volume, essa
regulagem cria uma situação delicada, onde cada toque
indesejado ou ruído é amplificado. Com cordas mais pesadas,
essa situação muda, pois os captadores não precisam estar tão
próximos das cordas e você ganha milímetros que podem ser
cruciais na hora de uma gravação. Alguns guitarristas acreditam
que para se ter uma ação de cordas baixa, é necessário calibres
de cordas mais leves. Na realidade, podemos conseguir ações
baixas com cordas pesadas, pois essas vibram sobre uma área
menor que as cordas mais leves, podendo, assim, eliminar o
indesejado “trastejar” do seu som de guitarra. É por isso que
muitos músicos preferem jogos de cordas híbridos, ou seja, por
exemplo .009 nas primas (as três cordas inferiores) e .010 nos
bordões (as três cordas superiores).

Qual a relação entre calibre de cordas e


meu amplificador?
Se você considerar que uma das melhores coisas sobre a
maioria dos amplificadores valvulados – e um crescente número
de amplificadores transistorizados e simuladores – é o fato dos
mesmos, possuírem uma ótima resposta às dinâmicas vindas da
guitarra, um bom amplificador pode nos dar mais ou menos
overdrive, ou até mesmo variar esse overdrive para som limpo
apenas respondendo ao ataque da palheta. Se observarmos que
a relação de dinâmica, leve-pesado ao palhetar possui uma
extensão muito maior quando usamos cordas mais pesadas,
você vai conseguir um maior controle do seu timbre e maior
habilidade em enfatizar detalhes e sutilezas que talvez o
amplificador não possa captar com o uso de cordas muito leves.
Muito dos amplificadores construídos atualmente possuem muito
ganho na seção de pré-amplificação; sendo assim, o mais leve
toque vai gerar uma quantidade maciça de overdrive,
independente do calibre de cordas que estivermos usando. Se
você possui esse tipo de amplificador é possível conseguir mais
controle sobre a dinâmica que está sendo tocada movendo-se o
captador para longe das cordas, assim como um cantor com
muito volume na voz irá afastar o microfone de sua boca.
Lembrem-se que não existe distâncias científicas para este tipo
de regulagem, e que devemos considerar fatores como pegada,
tipo de amplificador, timbre desejado e calibre de cordas, além
de outros fatores pessoais que só você pode designar. Por
exemplo: se você é o tipo de guitarrista que deixa todos os
controles no “10”, automaticamente estreitam-se os limites de
controle do seu timbre.A maioria dos amplificadores modernos
não precisam funcionar dessa maneira para se conseguir um
bom sustain e overdrive. Na maioria dos casos, existe um lugar
entre ½ e ¾ da potência onde podemos conseguir esses
elementos com boa dinâmica, sem nos preocuparmos com
ruídos em demasia e um feedback incontrolável.

Metrônomo

É um acessório de grande importância para quem está iniciando


o estudo de guitarra ou até mesmo para quem já tem alguma
experiência. Ele ajuda a manter o tempo da música. Isso é
muito importante, pois ninguém é perfeito e pode acontecer de
você atrasar ou adiantar o andamento de uma música ou um
trecho musical. Para estudar, o uso da bateria eletrônica é ainda
mais aconselhável, pois pode-se programar o ritmo (patern)
desejado: funk, rock, blues, bossa nova, swing, salsa, reggae,
etc. Assim, você pode praticar encaixando seu som na “levada
da bateria” e, caso você não disponha de uma bateria
eletrônica, hoje temos softwares que fazem isto também. Outra
saída é pedir para um amigo que possua um teclado com o
recurso de ritmo eletrônico para que grave os ritmos para você.
Dicas
1 – Cuidado com constantes variações climáticas, pois isto pode
provocar problemas na regulagem de sua guitarra, como por
exemplo, empenar o braço do instrumento.

2 – Procure não limpar seu instrumento com produtos que não


sejam próprios para este fim, pois isso pode acarretar desde
manchas leves até manchas maiores (manchas que não poderão
ser retiradas com facilidade, apenas com uma nova pintura) em
seu instrumento. Informe-se com seu luthier de confiança quais
seriam os melhores produtos para efetuar a limpeza de seu
instrumento.

3 – Tente não deixar seu instrumento em repouso por muito


tempo sem algum encosto para o braço, pois isso também
poderá acarretar uma leve torção no braço. Sempre que seu
instrumento não estiver em uso guarde-o no case ou em sua
bag, preferencialmente, depois de guardado na bag, encoste-o
de frente para a parede.

4 – Esta é uma dica referente á afinação, aprenda corretamente


a enrolar as cordas nos postes das tarraxas, pois isso diminuirá
a desafinação, é claro que sua guitarra deverá estar
devidamente regulada (se não estiver você deverá, manda-la a
um luthier de confiança, para que este avalie os problemas de
sua guitarra e assim a regule da forma correta), pois só assim
esta dica lhe virá a ser útil. O primeiro passo para a troca de
cordas é o de retirarmos a corda velha (aconselho que se retire
uma corda por vez e assim a substitua pela corda nova, isso
ajuda a diminuir as chances de pequenas torções no braço ou
desequilíbrio da ponte do instrumento, comece pela corda D, em
seguida troque a de G, depois a de A, B, E, e por último a E
mais fina), logo em seguida coloque a corda nova e a enrole ao
redor do poste.

5 – Se possível leve seu instrumento periodicamente


(geralmente em intervalos de três em três meses) a um luthier
de confiança, para que este possa efetuar reparos que julguem-
se necessários e assim estar mantendo sua guitarra sempre em
ordem e regulada, como por exemplo, deixando o tensor sempre
bem ajustado, assim como a altura das cordas, os trastes bem
nivelados, etc.

6 – Agora esta dica não vai para que cuidemos de nosso


instrumento, mas para que cuidemos de nós mesmos. Tente
sempre melhorar e superar seus limites, mas lembre-se de não
forçar demais, para não acarretar problemas em suas mãos.
Pratique sempre devagar, se possível com a ajuda de um
metrônomo e vá aumentando a velocidade gradativamente.

7 – Outra dica é a de não “estralar” os dedos, pois isso pode


acarretar uma pequena perda dos movimentos e
consequentemente também da velocidade. Isto pode ser quase
que imperceptível agora, mas com o passar dos anos você
poderá vir a sentir esta pequena perda.

8 – Lembre-se também que para evoluir no seu instrumento,


além de treinar diariamente (gaste o maior tempo que
conseguir) você deverá não somente tocar por tocar, ou mesmo,
tocar somente coisas que você já decorou, mas deverá executar
exercícios para sanar suas dificuldades no instrumento.

9 – Escolher um guitarrista como alvo também ajuda, e muito,


pois assim você irá aprender novas técnicas e também terá
bagagem o suficiente para escolher e definir o seu estilo seja ele
rock, blues, jazz ou qualquer outro.

10 – Esta é a última dica, mas uma das mais importantes: tente


sempre treinar seu ouvido e seu senso melódico, além de
aumentar seu conhecimento sobre o instrumento, não somente
o conhecimento técnico, mas também o conhecimento teórico,
ler revistas e assistir a vídeo aulas ajuda bastante, lembre-se
também de não somente copiar frases, mas aprenda com estas,
para que assim você consiga criar frases próprias. O aconselho a
além de escolher um guitarrista como alvo, escolher também
um estilo, pois são poucos os que conseguem tocar todos os
estilos com maestria, e mesmo que consigam, correm o risco de
não possuírem o que eu chamo de personalidade musical,
muitas vezes não sendo reconhecidos em nenhum deles.
Capítulo 2
Iniciação à Guitarra Base
Como se posicionar com a guitarra?
Postura é algo de grande importância para o guitarrista ter um bom
desempenho

O que parece óbvio nem sempre é. Então, preste atenção. Você tem.
Basicamente, duas posições para tocar: em pé e sentado. Vejamos como
se portar em cada uma:

Sentado: quando você estiver


tocando sentado procure sempre um
lugar onde você possa estar bem
posicionado com as pernas em 90
graus e com a coluna reta.

Em pé: ajuste a alça ou correia da


guitarra numa posição que você
possa tocar bem à vontade.
As Mãos:

Mão Direita: mão usada para fazer a batida (ritmo), dedilhado e toques
na corda da guitarra. Posicione-a onde ficam os captadores (indicado entre
o 1º e 2º captador), com o alto e o seu braço direito apoiado no corpo da
guitarra. Nesta mão, você pode usar os dedos; polegar (p), indicador (i),
anular (a), médio (m), ou a
palheta, que é mais usada pela
facilidade de fazer solos e toques.
Mas você pode utilizar os dois:
palheta e dedos. Agora, faça o
seguinte exercício com a mão
direita: toque a palheta 4 vezes
em cada corda, começando de
cima (6ª corda=mi) e usando a
técnica básica da palhetada
alternada (fazendo movimentos
para baixo e para cima),
descendo e subindo.
Mão Esquerda: é a mão que monta os acordes, escalas, solos, arpejos...
Os dedo polegar da mão esquerda é o dedo de apoio, ficando atrás do
braço da guitarra sem deixá-lo aparecer, em cima ou em baixo, e a mão
fica em forma de concha, não deixando a palma da mão encostar no braço
da guitarra.

Os dedos: indicador (dedo 1), médio (dedo 2), anelar (dedo 3) e mínimo
(dedo 4) devem ficar sempre curvos, pois é com eles que você vai montar
os acordes, escalas, etc. Os números indicados em cada dedo são os que
você vai encontrar no carimbos, tablatura,
indicando aonde colocar os dedos.

É muito importante você posicionar a mão de


uma forma correta no braço da guitarra,
como citado na explicação da mão esquerda
(veja a figura ao lado como exemplo). Isso
influencia muita em seu bom desempenho no
instrumento. Não toque de qualquer maneira,
procure a melhor posição.

Introdução ao estudo do braço da guitarra


Tom e semitom antes de mais nada

Antes de começar o estudo do braço da guitarra, precisamos


conhecer e aprender alguns movimentos, entre uma nota e a
outra, que acontecem quando movemos os dedos no braço
entre as casas. Estes movimentos de denominam: 1 tom ou 1
tom inteiro e ½ tom (0,5 tom) ou semitom. Qualquer um dos
nomes pode se usado, mas o importante é você saber que
quando está em qualquer nota e pula 1 casa, indo para outra,
você andou (movimentou) 1 tom ou 1 tom inteiro. E quando
você anda de 1 casa para outra, uma ao lado da outra, o
movimento é: ½ tom (0,5 tom) ou semitom. Para exemplificar
melhor, quando você pula 3 casas da nota que você está
(exemplo: da casa 1 para casa 5 na 1ª corda), você anda 2
tons. Outro exemplo: da casa 1 para casa 4, você andou 1 tom
e 1/2. Então, é só somar as casas que você pulou para saber
quantos tons andou. Abaixo, demonstraremos as 7 notas
musicais, com a distância entre elas:

Estudo do braço da guitarra


As casas, as notas, sustenido, bemol e muito mais
Este estudo ajudará você a conhecer as notas individuais
em cada lugar do braço da guitarra. É muito fácil, mas é
importante você entender os princípios da matéria anterior
(introdução): quando temos 1 tom e meio-tom e quais são as
distâncias entre as notas musicais.

Com o quadro acima como exemplo, vamos começar a


encontrar as notas no braço da guitarra. Com a guitarra em
mãos, vamos achar as notas da 6ª corda (Mi). Bom, começando
do zero com a corda solta, vamos imaginar que tem uma casa
antes da primeira casa do braço da guitarra, como já sabemos,
o nome desta corda é Mi. Na seqüência, temos a nota Fá, e da
nota Mi para o Fá, são quantos tons? Resposta: ½ tom (meio-
tom). Então, andamos meio-tom a partir da nossa casa
imaginária, e teremos a nota Fá, que será localizada na 1ª casa
da 6ª corda.

Seguindo, a próxima nota será o Sol. Pegando a nota


anterior, do Fá para o Sol, a distância é de 1 tom, pois pulamos
1 casa a partir da 1ª casa, e fomos para a 3ª casa, a nota Sol, e
assim por diante até o final do braço.
Vamos para mais um exemplo na 5ª corda, cujo nome é Lá.
Seguindo como na corda anterior, vamos ter a nota Si após a
nota Lá, e a distância entre a nota Lá e Si é de 1 tom, andando
1 tom a partir da casa 0 (casa imaginária), vamos para casa 2
na 5ª corda e teremos a nota Si. Da nota Si para o Dó, é meio-
tom. Então, teremos a nota Dó na 3ª casa na 5ª corda. Para
continuar, é só usar o mesmo processo. Mas, para você não
ficar com dúvidas, segue abaixo o quadro representando o braço
da guitarra, com todas as notas, em suas respectivas casas e
indo da 1ª até a 12ª casa e lembrando que, após a 12ª casa do
braço em relação às notas, começa tudo de novo, as notas se
repetem como se as cordas soltas começassem a ser tocadas
daí em diante.
Notas Naturais:

Sustenido (#) e Bemol (b)

Os nomes sustenido e bemol são representados por figuras: o


sustenido, pela figura igual ao jogo da velha; e o bemol, pela
letra b minúscula. Eles são figuras de alterações (acidentes
musicais) das notas naturais (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si). O
sustenido (#), acrescenta a uma nota natural, faz elevar (subir)
a nota meio tom. Exemplo: a nota Fá na 1ª casa na 6ª corda, ao
subir ou andar meio-tom, vamos ter o Fá# (sustenido); na 2ª
casa na 6ª corda, usando o mesmo processo com as outras
notas, assim preenchendo as lacunas, entre as notas naturais do
braço.

Sustenidos (#):

Agora, a figura bemol (b) faz baixar (descer ou voltar) meio-


tom. Exemplo: com a nota Sol na 3ª casa na 6ª corda, voltando
para a 2ª casa na mesa corda, vamos ter Solb (bemol). Aí, pode
surgir uma dúvida: então, nota Fá# e Solb são as mesmas
notas? Sim, é o mesmo som, mas com nomes diferentes:
subindo é sustenido, descendo é bemol. Na prática, isto não
muda nada, mas, para entender a teoria, é bom saber o que
está fazendo. Afinal, nada mais prático do que uma boa teoria...
Bemol (b):

Resumindo

As Notas Musicais são sete: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si.

Cifra: Linguagem Musical Universal, onde letras indicam o


nome das notas e dos acordes.

Tom: Unidade de Medida Musical. Mede a distância entre as


notas.

½ tom (semitom): distância de uma casa para a outra, como


por exemplo, da casa 1 para casa 2.

1 tom (tom inteiro): distância entre duas notas que estão


separadas por uma casa, como por exemplo, da casa 1 à casa 3.

Acidentes Musicais: são sinais colocados depois das cifras,


alterando a posição das mesmas em termos de altura.
Veremos então dois deles muito utilizados:
• Sustenido (#): aumenta a posição da nota (entonação)
em um semitom. Ex: C#, D#, F#, G#, A#.
• Bemol (b): diminui a posição da nota (entonação) em um
semitom. Ex: Db, Eb, Gb, Ab, Bb.
As notas musicais de ½ em ½ tom:

Obs.: Reparem que a distância do E (mi) para o F (fá) e do B


(si) para o C (dó) é de ½ tom, não sendo usual assim na prática
E#, B#, Fb e Cb.

Enarmonia: sons iguais com nomes diferentes.


Ex: C# = Db, D# = Eb, Bb = A#, Gb = F# etc.

Cordas soltas: se afinarmos as cordas na afinação padrão (Mi),


as cordas irão se “chamar” (ordem debaixo para cima):

Sequência das Notas (Escala Cromática): as notas


progridem em semitons, C, C#, D, D#, E, F, F#, G, G#, A, A#,
B, C.
Afinando o Instrumento
Afinação
O princípio de tudo. Afinal, de que adianta um trabalho bem feito num
instrumento mal afinado?

Para realizar a afinação, é necessário algum tempo de estudo


para educar o seu ouvido. Existem vários processos para afinar
a guitarra ou violão. Vamos ver alguns exemplos:

• Através de um diapasão (instrumento que dá o som da


nota a ser afinada. Geralmente, existe um diapasão para
violão e guitarra, que tem todas as notas do instrumento).

• Afinar por outro instrumento, tocando as notas com o som


respectivo da corda a ser afinada, como outra guitarra,
violão, teclado, etc.

• Hoje, a tecnologia nos dá muitas opções, como os


afinadores eletrônicos ou softwares com afinadores virtuais
encontrados na internet ou lojas especializadas. Esses
afinadores são muito bons para algumas situações, como
shows e ensaios, em que você tem que chegar e arrumar
tudo com muita agilidade. No entanto, o uso freqüente
destes afinadores pode ser prejudicial, pois tende a
acomodar nossos ouvidos, deixando-os mais preguiçosos.

• Aqui, vamos demonstrar um dos métodos mais tradicionais


e aconselháveis para iniciantes. Primeiro, afine a 5ª corda
Lá por um ponto de referência. Hoje, temos a nota Lá até
no tom do telefone. Depois, continue na 5ª corda Lá e
pegue o dedo até a casa 5. Aperte o dedo na casa, toque a
5ª corda e em seguida, toque a 4ª corda Ré (corda que
está sendo afinada) e mova a tarracha referente à corda na
direção em que você sentir necessidade, subir ou abaixar o
tom, até igualar o som, com a 5ª corda apertada na casa 5
(corda afinada). Depois, faça o mesmo com as outras
cordas. Importante: ao chegar na 3ª corda Sol, mude para
casa 4 e faça o mesmo processo. E, para afinar a ultima 6ª
corda (Mizona), coloque o dedo na casa 7, toque e afine a
última, como na figura representada abaixo.
1º Passo
Pegue um diapasão ou ponto de
referência e, com este tom, vamos
afinar a quinta corda de baixo para
cima para afinar as outras.

2º Passo
Pressione, agora, com o dedo
indicador a quinta corda na quinta
casa. O som obtido é o RÉ, que
corresponde a quarta corda.

3º Passo
Pressione, agora, com o dedo
indicador a quarta corda na quinta
casa. O som obtido é o SOL, que
corresponde à terceira corda.

4º Passo
Pressione, agora, com o dedo
indicador a terceira corda na
quarta casa. O som obtido é o SI,
que corresponde à segunda corda.

5º Passo
Pressione, agora, com o dedo
indicador a segunda corda na
quinta casa. O som obtido é o MI,
que corresponde à primeira corda.

6º Passo
Desloque o dedo indicador até a
quinta corda na sétima casa. O
som obtido é o MI, que
corresponde à sexta corda.

Bom, chega de conversa pessoal, vamos arregaçar as


mangas e começar a estudar os formatos dos acordes no braço
do nosso instrumento, por isso mãos a obra.
Exercícios Para o
Fortalecimento dos Dedos

Palhetada Alternada (Alterned Picking): consiste em


alternar os movimentos da palheta, para baixo e para cima ao
palhetar.
Acordes
Acordes: são nada mais nada menos do que um conjunto de
notas musicais tocadas juntas, harmonizando-se umas com as
outras. Qual a diferença entre nota e acorde? Nota é apenas um
som tocado, uma nota sozinha, enquanto o acorde é um
agrupamento de notas.

Tônica ou Fundamental: é ela que da o nome ao acorde ou á


escala.

Baixo: nota mais grave.

Como Ler Acordes

Até o guitarrista conseguir memorizar a formação dos acordes


básicos, ele terá o auxilio de “bracinhos” como o que está
abaixo, simbolizando o braço da guitarra com símbolos e
números que o ajudarão a entender e tocar de forma correta o
acorde.

Bom, chega de conversa pessoal, vamos arregaçar as


mangas e começar a estudar os formatos dos acordes no braço
do nosso instrumento, por isso mãos a obra.

Na próxima página, seguem os acordes maiores,


maiores com sétima menor (acordes dominantes) e os
acordes menores.
Pestana

É denominada pestana o artifício de prender duas ou mais notas


com o mesmo dedo. Sua vantagem é que os acordes passam a
ser móveis, a mesma posição pode ser tocada em diferentes
casas pelo braço do instrumento, fornecendo-lhe 12 acordes
diferentes nas 12 primeiras casas.

Existem quatro posições básicas de pestana, derivadas dos


acordes de E, A, C e G, sendo que as de E e A, são as mais
fáceis de adaptar para acordes menores, e com sétima.

O primeiro passo para tocarmos um acorde com pestana é


trocar a posição dos dedos, rearranjado-os de acordo com a
figura 1.
Acordes com Pestana

Logo abaixo encontraremos os acordes com pestana


derivados dos desenhos de E e de A.
Os acordes de pestana por serem acordes “móveis” serão os
desenhos utilizados para tocarmos os acordes sustenidos e
bemóis. Basta colocarmos a tônica do desenho (que neste caso
é a nota mais grave, marcada pelo círculo) sobre a nota que
desejamos, Caso queiramos tocar um F#, basta pegarmos o
desenho de E ou mesmo o de A, e colocarmos a tônica do
desenho sobre a nota F#. Por exemplo:

Intervalos
Descubra o que são e para que servem

Intervalos são a forma de reconhecermos e classificarmos


as notas de uma seqüência de notas musicais, ou melodia, ou
escalas (vamos aprender em breve as escalas) ou até dentro
dos acordes. Isso é muito importante para criar solos,
composições, grooves...

Como classificar os intervalos nas notas ou escalas

Dentro da escala Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si, a nota Dó é a


primeira da escala, a nota tônica, a tonalidade, o centro tonal da
escala ou música. Mas o que é tonalidade, tom, tônica? A nota
Tônica, a nossa primeira nota, funciona como o ponto de
referência para classificar as outras notas. No exemplo com a
nota Dó, contando na escala, a nota Mi será a 3ª nota (terça).
Da mesma forma, a nota Sol será a 5ª nota (quinta) dentro da
escala com tônica em Dó. Isto pode acontecer com qualquer
nota como tônica. Por exemplo: vamos colocar a nota Lá como
tônica da nossa escala, ficando assim: Lá, Si, Dó, Ré, Mi, Fá,
Sol. Agora, o mesmo Mi, que era a terça quando o Dó era a
tônica, será a 5ª nota (quinta), pois contamos Lá (1), Si (2), Dó
(3), Ré (4), Mi (5).
Mas você pode estar se perguntando: Para que vou
aprender isto? A resposta é: aprendendo intervalos, você
aprende a formar os acordes e entende como eles são formados.
Você não tocará no escuro, pois vai saber o que está fazendo.
Por exemplo: monte o acorde A = Lá maior, agora, seguindo o
exemplo. Tire o dedo 2 e você terá o acorde A7 = Lá com
sétima. Como? É só pensar qual o nome da corda que ficou
solta, quando você tirou o dedo. Foi a 3ª corda com o nome Sol.
É só fazer as contas: Lá (1), Si (2), Dó (3), Ré (4), Mi (5), Fá
(6), Sol (7).

Acorde A = Lá maior figura abaixo. Tirando o dedo 2, temos


acorde A7 = Lá com sétima – figura 2.

Por isto, o acorde é chamado de A7 (Lá maior com sétima),


pois a nota acrescentada foi a 7ª (Sol).
Outro exemplo é o acorde que todo mundo chama de
acorde rock, bicorde ou power chord.
Parece um acorde “super-herói” ou um
acorde energético, pois ele dá um som
forte, muito usado no rock, heavy e hard,
quase sempre acompanhado de efeito de
overdrive ou distortion. Sua formação é
feita somente por 2 notas, por isso
bicorde. Mas a melhor forma de anotação
e leitura não é acorde rock, bicorde ou
power chord. É sua distância intervalar.
Exemplo: vamos montar um acorde rock
com o tom G = Sol. O dedo 1 na 6ª corda
na casa 3 e o dedo 3 na 5ª corda na casa
5. Com este acorde, vamos ter o dedo 1 na nota Sol (tônica), e
o dedo 3 na nota Ré (quinta). O resultado disso vai ser G5 (Sol
com Quinta). Então, todo acorde rock vai ser anotado com sua
tônica e seu intervalo de 5ª nota (quinta).

Power Chords

Os Power Chords também são acordes “móveis”, por isso


para tocarmos um C#5, por exemplo, basta tocarmos o mesmo
formato do C5 só que uma casa à frente.
Sistema 5 (CAGED)

O sistema cinco possibilita tocarmos acordes, arpejos e


escalas em cinco regiões diferentes, sendo que cada shape
(formato) é baseado em um acorde: C, A, G, E ou D. Fazendo
assim com que aproveitemos todo o braço do instrumento.

Obs.: “escalas” e “arpejos” serão estudados nos capítulos 3 e 6,


respectivamente.

Nas páginas seguintes encontraremos os shapes dos


acordes maiores (M), menores (m), power chords, maiores com
sétima maior (M7+), maiores com sétima menor (M7), menores
com sétima menor (m7) e menores com sétima menor e quinta
diminuta (m7/b5 ou - pois são conhecidos também como
acordes meio dimintos). Todos representados através do
Sistema 5 (CAGED).

Como nos acordes de pestana, para aplicarmos estes


acordes temos que encaixar a tônica (T) sobre a nota desejada.
Os números encontrados no canto esquerdo são referentes às
casas da guitarra, o número 3, por exemplo, indica que a tônica
do acorde se encontra na terceira casa.
Obs.: (T) igual a opcional.
Capítulo 3
Iniciação à Guitarra Solo
Vamos agora começar a falar um pouco a respeito de um
assunto muito amplo e amado pelos guitarristas: o solo. Quem
nunca fez poses em frente ao espelho ou já não se imaginou
tocando para milhares de pessoas um solo animal? Mas antes de
mais nada o que é solo? Solo é um conjunto de melodias e
idéias usadas em muitas músicas, onde a guitarra se destaca de
toda banda ou grupo. Os dicionários oferecem a seguinte
definição: trecho musical executado por uma só voz ou um só
instrumento, com acompanhamento ou sem ele, num conjunto.

Escalas
Escala é uma palavra original do grego, com o significado
de escada, pois ela é formada por uma seqüência de notas, por
uma sucessão de tons e semitons, em que cada nota tem o seu
grau (número), como aprendemos na parte dos intervalos. E a
analogia entre a escala e a escada é que, dentro da escala, você
pode subir e descer em relação ao som, pular de um degrau
para o outro. Bom, agora que já conhecemos o significado das
palavras solo e escala, vamos aprender algumas das escalas
mais utilizadas entre os guitarristas para efetuarem seus solos.
Como nos últimos acordes estudados, também utilizaremos o
sistema 5 (CAGED) para tocarmos estas escalas.

Pentatônica Maior

A escala pentatônica tem sua origem, em tese, na música


oriental, por volta do ano 2000 a.C. é considerada protótipo
dentre as escalas, predominando também na música africana,
celta e também em músicas populares e folclóricas, devido a sua
praticidade de aplicação e pela sua entonação melódica
marcante, aparecendo muito também em estilos como o Blues e
o Rock. Pentatônica é a denominação atribuída a esta escala por
possuir 5 graus, prefixo penta = cinco.
Escala Maior

A escala maior nada mais é do que a escala pentatônica


acrescida de mais duas notas. Se tocássemos esta escala na
tonalidade de Dó Maior, teríamos as notas de Dó/Ré/Mi/Fá
/Sol/Lá/Si. Sendo que as duas notas novas seriam as notas Fá e
Si.

Para aplicarmos estas escalas no braço do instrumento devemos


fazer como com os acordes de pestana, basta colocarmos as
tônicas (notas vermelhas) em cima da nota desejada. Por
exemplo: se quisermos tocar essas escalas na tonalidade de Sol
maior, devemos colocar as notas vermelhas sempre sobre a
nota Sol.
Escalas Relativas
Agora que aprendemos os cinco desenhos das pentatônicas e
das escalas maiores, e também como aplica-las, vamos falar a
respeito da relatividade entre escalas. Vocês devem estar se
perguntando o que é isso certo? Relatividade em escalas nada
mais é do que quando determinadas escalas possuem as
mesmas notas. E pra que será que essa tal de relatividade
serve? Bom, já sabemos como tocar usando as escalas nas
tonalidades maiores, mas e nas menores? E se alguém pedir
para tocarmos na tonalidade de Lá menor? O que faremos? É ai
que entra o lance da relatividade pessoal. Para tocarmos na
tonalidade de Lá menor, basta usarmos a escala de Dó maior, já
que a escala de Dó maior tem as mesmas notas da de Lá
menor. Exemplo:

Se repararmos bem, veremos que as escalas possuem as


mesmas notas, mesmo estas estando dispostas em ordens
diferentes. Logo abaixo encontraremos o quadro das escalas
relativas.

Nota-se que algumas escalas não foram escritas aqui por não
haver necessidade, já que, por exemplo: a relativa de F# não é
mais Dm, mas sim D#m agora, e a relativa de Ab passa a ser
Fm ao invés de F#m, devemos apenas ficar atentos a isto.
Capítulo 4
Improvisação
Como o próprio nome já diz é improviso. Muitas vezes,
ouvimos alguém falar: “Fiz tal coisa de improviso”. Muito tem se
falado de improviso dentro da música nestes últimos tempos,
mas, em vários casos, ele não tem sido de improviso mesmo,
pois, geralmente, acabamos usando coisas que já sabemos, e
não pensamos fora da caixa para criar novas possibilidades. A
improvisação envolve elementos e idéias desconhecidas, nunca
usadas antes. No dicionário, a definição de improvisar,
improviso, improvisação é fazer, arranjar, inventar ou preparar
alguma coisa de repente. Mas, até para inventar, é preciso
treinar. Por isso vamos aprender agora a estrutura do blues e
logo em seguida começar a treinar nossos improvisos através
dos dois CDs que acompanham o método.

Blues
Vamos abordar agora um assunto muito legal para o treino da
improvisação, principalmente com o uso de pentas: o Blues.
Aqui vai então o exemplo de uma harmonia tradicional dentro
deste estilo, o famoso Blues de 12 compassos ou 12 Bar Blues.

Slow Change (Troca Lenta) – é quando a troca, mudança


para o próximo acorde demora a acontecer. Ex de Blues 12
compassos com troca lenta:

||: A7 | % | % | % | D7 | % | A7 | % | E7 | D7 | A7 | E7 :||

Fast Change (Troca Rápida) – é quando a troca, mudança


para o próximo acorde ocorre rapidamente, logo no segundo
compasso. Ex de Blues 12 compassos com troca rápida:

||: A7 | D7 | A7 | % | D7 | % | A7 | % | E7 | D7 | A7 | E7 :||
Turnaround (Retorno Harmônico) – passagem curta
(geralmente de dois compassos) no final de uma progressão de
Blues, encarregada de conduzi-lo ao V7 (quinto grau), que por
sua vez resolve no I7 (primeiro grau) do compasso primeiro.
Nos exemplos acima o turnaround é encontrado nos dois últimos
compassos: A7, E7 respectivamente. Os turnarounds são
versáteis, pode-se trabalhar com eles acompanhando (acordes)
ou solando, também é possível adaptá-los para outros estilos
como folk, country e jazz. Uma das coisas básicas em licks de
turnaround é que eles sempre começam e terminam com as
notas que formam o acorde I da progressão blues (neste caso
A7), cromaticamente.

Pentatônicas para improvisação no blues


Para improvisarmos sobre as progressões acima, um Blues
em Lá maior, devemos utilizar as pentatônicas de A maior e A
menor (relativa de Dó maior), esta que por sua vez vai dar o
“som Blues de verdade”. Esta técnica é muito comum ao Blues,
o uso de uma escala menor sobre um acorde maior com sétima
menor.

Na página seguinte vocês encontrarão em que tonalidade


está cada uma das faixas que compõe os dois CDs que
acompanham o método. Cada CD possui como primeira faixa a
afinação, para que você confira, antes de começar a tocar, se
sua guitarra esta afinada, além disso os dois CDs apresentam
diversas faixas com várias tonalidades diferentes, para que
assim você possa ter o melhor rendimento possível no momento
de treinar e criar seus improvisos. No CD 1 (Maior/Menor)
podemos utilizar tanto as pentatônicas como as escalas
maiores/menores no momento de improvisarmos. Já no CD 2
(Blues), vamos nos restringir apenas ao uso das pentatônicas.
Sobre um blues maior poderemos utilizar tanto as pentatônicas
maiores quanto as menores, enquanto que sobre um blues
menor utilizaremos apenas as pentatônicas menores.
CDs de aplicação de escalas

• CD 1 • CD 2
Maior /Menor Blues

Faixa 1 – Afinação Faixa 1 – Afinação


Faixa 2 – G/Em (tonalidade) Faixa 2 – Blues em C
Faixa 3 – G/Em Faixa 3 – Blues em C
Faixa 4 – G/Em Faixa 4 – Blues em C
Faixa 5 – G/Em Faixa 5 – Blues em G
Faixa 6 – C/Am Faixa 6 – Blues em G
Faixa 7 – C/Am Faixa 7 – Blues em G
Faixa 8 – C/Am Faixa 8 – Blues em D
Faixa 9 – F/Dm Faixa 9 – Blues em A
Faixa 10 – F/Dm Faixa 10 – Blues em A
Faixa 11 – Bb/Gm Faixa 11 – Blues em A
Faixa 12 – Bb/Gm Faixa 12 – Blues em A
Faixa 13 – E/C#m Faixa 13 – Blues em A
Faixa 14 – E/C#m Faixa 14 – Blues em E
Faixa 15 – E/C#m Faixa 15 – Blues em E
Faixa 16 – E/C#m Faixa 16 – Blues em E
Faixa 17 – A/F#m Faixa 17 – Blues em Ab
Faixa 18 – D/Bm Faixa 18 – Blues em Ab
Faixa 19 – D/Bm Faixa 19 – Blues em Am
Faixa 20 – D/Bm Faixa 20 – Blues em Bm
Faixa 21 – D/Bm Faixa 21 – Blues em C#m
Faixa 22 – Eb/Cm
Faixa 23 - D/Bm
Eb/Cm – E/C#m – F/Dm
Construção de solos
Construir solos? Muitas vezes você se encontra nesta situação.
Pode ser sua banda pedindo para fazer um solo/arranjo ou em
um estúdio de gravação. Aí, você está lá e não sai nada, ou
mais, quer compor um solo/arranjo de uma música própria. São
várias as situações, mas seja qual for, você não sabe por onde
começar. Aqui vão algumas dicas de como organizar tudo isso.

Construindo solos, frases, grooves,


arranjos... Fazendo música!

Em primeiro lugar, você deve conhecer os ingredientes básicos


para se fazer música, tendo em mãos as ferramentas
necessárias para você construir. E quais são as ferramentas ou
ingredientes básicos? Escalas, acordes, intervalos, rítmica, etc.
Com essas ferramentas desenvolvidas no seu instrumento, na
mão e na cabeça, você já deu o primeiro passo, pois sua
imaginação flui melhor quando você se sente seguro.
Os ouvidos e a mente são outros itens importantes. O
desenvolvimento da audição está ligado às nossas idéias,
imaginação. Então, ouça o seu som, entenda o que você está
fazendo. Registre o seu som gravando-o de alguma forma.
Grave seus solos, estudos, exercícios... Escute e pergunte a
você mesmo: estou gostando do resultado? Guarde estas
gravações e, depois de algum tempo, escute-as. É importante
também ter referências. Ouça outros músicos, abuse de CDs,
tire músicas, solos, arranjos dos outros, mas atenção: quando
fizer sua música, seja você mesmo. Afinal, ter influências é uma
coisa e copiar o estilo de uma banda ou músico é outra,
completamente diferente.

Idéias e Dicas

• Mais uma vez, é bom lembrar que o ouvido é de grande


importância. Antes de fazer um solo, escute a música,
entenda o seu objetivo, coloque-se no seu lugar. Depois,
pense na melodia principal ou tema da música. Ficam
interessantes idéias usando a melodia ou tema da música.
Se a música é cantada, cante a melodia no seu
instrumento, e desenvolva o seu solo/arranjo a partir deste
ponto.
• Veja se as pessoas (seu público) podem cantar o seu
solo/arranjo. Se elas estiverem cantando o seu
solo/arranjo é porque eles estão entendendo sua música.

• Exercícios também podem ser música. Exercícios, padrões,


licks, escalas, acordes, geralmente, servem para chegar
em um determinado fim.

• Repetição. Usar repetição é como olhar as placas de


sinalização de uma estrada. Ela ajuda a manter a atenção
do ouvinte, guiando-o para a próxima frase ou evento
musical.

• A falta de contraste de dinâmica dá um efeito monótono


sobre o ouvinte e o solista.

• Não toque tudo o que você sabe em cada música. Não dê


todas as cartas logo de cara. Faça um surpresa a cada
música, surpreenda, improvise.

• Escreva (registre) seu solo/arranjo. É sua idéia.

• Tire, tenha um vocabulário de frases, licks e clichês


debaixo da manga.

• Primeiro, em que parte, região, do instrumento, vou


começar o solo/arranjo? É preciso decidir em que região
começar (grave, médio ou agudo).

• Devemos pensar também em qual idéia usar, começar


rápido ou lento, com ou sem efeito, etc.

• Qual técnica usar? Lembre-se: não use tudo que você sabe
a cada solo, surpreenda!

Aqui deixamos algumas dicas, mas as dificuldades e facilidades


são reais e somente tocando, aplicando escalas, frases é que
você vai moldando seu som e chegando ao objetivo desejado.
Capítulo 5
Campo Harmônico
Os times de todos os tons

O Campo Harmônico é uma seqüência de acordes


disponíveis para harmonizar ou trabalhar uma música ou
seqüência harmônica, dentro de um mesmo tom com a mesma
formação da escala (maior ou menor). Comparando o Campo
Harmônico com um time de futebol. Com todas as funções,
formações, passagens, regras, criatividade, jogadas, esquemas,
estratégias, o Campo Harmônico é formado por 7 jogadores
(notas/acordes/graus) e, como em todo time, cada jogador tem
o seu número para identificação. No Campo Harmônico, a
numeração dos acordes é feita com números romanos (I, II,
IV). E cada um destes acordes tem sua função e posição. Como
em todo time, existem também o substitutos, que são os
acordes substitutos, que podem entrar também como acordes
modulantes ou modulação (mudança de tom).

Veja no quadro abaixo todos os times (tonalidades/campos


harmônicos) com suas posições, funções, numerações, etc. É
importante levar a sério todos os estudos de escalas, acordes e
campo harmônico, pois este é um jogo vivo. Até agora, falamos
só das notas, escalas, acordes. Aí, você pode perguntar: Onde
eu, guitarrista/aluno, vou entrar? As execuções e estratégias
dependem de você e o juiz desta jogada são seus ouvidos e os
bandeirinhas, seu público.
Conhecendo o campo harmônico agora analise algumas
músicas. Para fazer isso, o primeiro passo é você saber qual é o
tom (tônica), geralmente o primeiro acorde da música,
reconhecendo a tônica (I, o primeiro acorde). Veja na tabela
acima a linha do campo harmônico representado a partir do
acorde I (tônica). Vendo isso, você vai verificar que a música foi
construída em cima de uma estrutura de acordes e tonalidades
(campo harmônico). Lembre-se: como já colocamos, pode haver
substituições (modulações) para melhorar a seqüência
harmônica da música. Costuma-se dizer que o campo harmônico
é uma escala de acordes, pois é formado com as mesmas notas
da escala. E, como na escala, podemos trabalhar andando pelos
acordes. Para quem deseja trabalhar com composição, o inicio
está aqui: entender o campo harmônico.
As músicas com tonalidade menor, você analisa-as como
explicado acima, mas o primeiro acorde (tônica) vai ser a partir
do VIm (sexto grau/acorde menor) do campo harmônico maior.
Sendo assim, o campo harmônico menor começa a partir do
VIm (sexto grau/acorde menor). Exemplo: Se na música que
você estiver aprendendo, o primeiro acorde (tom/tônica) for Am
(LÁ menor), poderemos observar que o acorde Am está
presente no VIm (sexto grau menor) do campo harmônico do
tom C (DÓ maior).
Capítulo 6
Arpejos
O uso de arpejos é uma ferramenta importantíssima no
vocabulário de um guitarrista, pois somente o uso de escalas
pode acabar soando repetitivo e ás vezes até mesmo previsível
demais. Arpejos ou arpegios, nada mais são do que a execução
rápida de um determinado acorde é quando executamos um
acorde nota por nota, em intervalos melódicos e não
harmônicos.

Maiores
Menores

Diminutos
Aplicação Prática

Agora que já conhecemos os desenhos dos arpejos, como


faremos para aplicá-los pessoal? É fácil, basta encaixarmos a
tônica do arpejo (nota circulada em vermelho) sobre a nota
desejada e pensarmos no campo harmônico da tonalidade em
que estamos improvisando. Se estivermos, por exemplo,
tocando sobre a tonalidade de Dó maior, podemos utilizar
qualquer um dos graus da tonalidade em forma de arpejos. Por
exemplo:

O Campo harmônico de Dó maior é formado pelos acordes: C,


Dm, Em, F, G7, Am, Bm7/b5.

Podemos então utilizar os arpejos de C, Dm, Em, F, G, Am,


Bdim em qualquer região do braço do instrumento e sobre
qualquer harmonia/acorde pertencente à tonalidade. Não
precisamos necessariamente acompanhar a harmonia (base) da
música. Mesmo que o acorde que esteja soando seja, por
exemplo, um C maior, podemos utilizar qualquer um dos sete
arpejos sobre ele e não necessariamente apenas o arpejo de C
maior. A idéia de tocar diferentes tipos de arpejos sobre um
mesmo acorde gera uma sonoridade muito bela e sofisticada.

Uma dica para a aplicação dos arpejos é a de tentar enxergar e


decorar os formatos dos arpejos dentro do desenho das escalas.
Esta idéia nos possibilita de “esquecer”, de nos desligarmos da
harmonia que está soando e nos concentrarmos apenas nas
melodias que iremos tocar. Uma outra dica é a de começar
utilizando o arpejo do primeiro grau (Dó maior) e do sexto grau
(Lá menor, relativo de Dó maior), com o tempo vá adicionando
os demais.

Procure praticar os arpejos tanto com palhetada alternada como


também com palhetada sweep. A palhetada Sweep (Sweep
Picking) consiste em aproveitar/economizar movimentos de
palheta. O Sweep, também conhecido como economic picking,
deixa o som mais fluente. “Sweep” significa literalmente
“varrer”. É mais ou menos esse o movimento realizado pela
palheta com o sweep. O princípio é manter a direção da
palhetada quando você muda de corda.
Capítulo 7
Notação Musical Tablatura e
Partitura
Tablatura – A tablatura tem origem na Idade Média e no
Renascimento e era usada, inicialmente, para o instrumento
alaúde, como um sistema de notação que utilizava letras,
números e outros sinais, não para representarem os sons, mas
para indicarem ao executante as diversas posições dos
dedos da mão esquerda (para os destros) sobre o braço
do instrumento. Assim, a seqüência de leitura de solos, riffs e
grooves foi extremamente facilitada.
É muito importante não confundir partitura com tablatura,
pois a primeira representa as notas musicais em figuras e a
segunda mostra as posições dos dedos e casas através de
números no braço do instrumento de cordas escolhido. A
tablatura para guitarra é representada por seis linhas que
representam as cordas da guitarra.

As cordas estão posicionadas como se você estivesse vendo


o braço da guitarra ao contrário.

Como Ler e Usar a Tablatura

A tablatura é muito encontrada na Internet, em revistas de


música, em livros, etc. Na tablatura teremos números sobre as
linhas (cordas da guitarra). Estes números representam os
números das casas onde você irá colocar o dedo. Mas preste
atenção: eles não indicam os números dos dedos a serem
colocados. Agora, vamos para um exemplo:
Como explicado e demonstrado no exemplo acima,
posicionaremos os dedos da seguinte maneira: o primeiro
número é o 1 na 6ª linha, assim devemos colocar o dedo da
mão esquerda – para os destros – (sugestão dedo 1) na casa 1
na sexta corda (“Mizão”), o segundo é o 3 (3ª casa) na 6ª corda
também, outro número é o 2 (2ª casa) na 5ª linha (5ª corda Lá)
e assim por diante. Quando encontrarmos o numero 0 (zero),
ele representará que devemos tocar a corda solta onde o
numero 0 (zero) se localiza.

Vamos para outro exemplo. Quando você encontrar dois


números juntos na mesma direção em cordas diferentes, você
deve tocar todos juntos, todas as notas ao mesmo tempo,
como um acorde.

No exemplo acima, temos notas tocadas juntas. O primeiro


é o acorde de A = Lá maior; o segundo é o acorde “rock” G5; e
o terceiro, um exemplo aplicando a idéia de intervalos.

Aparentemente é muito simples a leitura da tablatura e


pode ser acrescentados a ela símbolos normalmente
encontrados na guitarra, como bend, slide, hammer on e
pull-off. Este sistema, porém, apresenta uma limitação, que é o
fato de não podermos determinar o tempo que cada nota deverá
ser tocada e onde estão as pausas de cada música. Por isso,
normalmente, é encontrada junto à tablatura a sua respectiva
partitura. Exemplo:
Partitura – essa foi a melhor maneira encontrada para se
escrever música, pois através de uma séria de símbolos
podemos identificar as notas e seus tempos de duração. Desta
forma, podemos tocar qualquer música, mesmo que nunca a
tenhamos ouvido. Veremos agora um pouco mais sobre a escrita
musical.

Pauta, Pausas e Figuras Musicais

O som musical é representado na escrita por uma série de


figuras necessárias para identificar-mos as notas musicas e
variam de acordo com a duração do som. As figuras musicais
são:

Além das figuras que servem para indicar a duração do som,


temos também suas respectivas figuras que indicam o tempo de
silêncio, a que damos o nome de pausa.

Abaixo segue uma tabela com as figuras, seus nomes e as


respectivas pausas:
O valor exato de cada figura musical varia de acordo com
especificações relacionadas ao compasso, por isso serão
passados a seguir os valores de cada figura comparando-as
umas as outras. A semibreve é a figura de maior duração e as
seguintes, seguindo a ordem da tabela acima, terão a metade
do seu valor, uma após a outra.
Exemplo 1: uma semibreve tem o mesmo valor que duas
mínimas, quatro semínimas, oito colcheias, dezesseis
semicolcheias, trinta e duas fusas ou sessenta e quatro
semifusas.
Exemplo 2: uma mínima vale o mesmo que duas semínimas,
quatro colcheias, oito semicolcheias, dezesseis fusas ou trinta e
duas semifusas e assim por diante, pensando da mesma forma
com relação às pausas.

Pauta ou pentagrama musical

Pauta ou pentagrama musical é um conjunto de cinco linhas e


quatro espaços onde serão colocadas essas figuras que passarão
a ser notas musicais assim que forem acrescidos alguns
detalhes.
Como o número de notas é maior do que as que podem ser
colocadas na pauta que está exemplificada acima, é comum o
uso do que chamamos de linhas suplementares, que são
colocadas tanto abaixo para as notas graves como acima, para
as notas mais agudas.

Claves

De acordo com a localização das notas nas linhas ou espaços da


pauta é que serão dados os seus nomes. Mas para que isso
aconteça é necessário a utilização das claves. Existem três tipos
de claves que são dispostas de várias maneiras na pauta e a
mesma clave pode variar de posição. Veja no exemplo a seguir:

Antigamente também eram utilizadas as claves de Sol na


primeira linha, a de Dó na primeira, segunda e quarta linhas e a
de Fá nas terceira e quarta linhas, o que não acontece com
freqüência nos dias atuais. Por este livro estar direcionado ao
estudo da guitarra, utilizaremos apenas a clave de Sol na
segunda linha.

Compasso

O compasso é uma forma de divisão da música em partes


iguais ou variáveis. Na pauta, o compasso é representado por
linhas verticais que as cruzam e entre estas barras são escritas
as notas musicais.

O número de notas que se pode colocar dentro dos compassos


pode variar bastante e para sabermos isso com precisão é
colocado logo ao lado da clave dois números em forma de
fração. Os compassos podem ser binário, ternários, quaternários
simples ou compostos e tudo isso é indicado com esses números
fracionados.
Nessas frações, o numerador determina o número de tempos
do compasso. Os algarismos que servem para numerador dos
compassos simples são: 2 (binário); 3 (ternário) e 4
(quaternário).
O Denominador indica a figura que representa a unidade de
tempo e os números que servem como tal são os seguintes:

Vejamos então um compasso que virá indicado da seguinte


forma: 2/4
Na fração acima (dois por quatro) o numerador (2) indica o
número de tempos, ou seja, é um compasso de dois tempos
(binário). O denominador (4) determina para unidade de tempo
a figura que representa a quarta parte da semibreve
(semínima). Veja o exemplo a seguir:

Obs.: Este foi um pequeno exemplo, pois as combinações de


valores das notas musicais podem ser feitas de muitas outras
formas. É bom lembrar que estamos apenas na introdução de
nossos estudos, que serão feitos de uma forma mais
aprofundada mais adiante.

Em determinados casos na escrita musical, temos a


possibilidade de escolher mais de uma forma de digitação destas
mesmas notas no braço do instrumento. Veja o exemplo abaixo:
Por um lado, se isso amplia as possibilidades de execução, por
outro lado, em função dos avanços técnicos, da criatividade e do
surgimento de verdadeiros guitar heroes, torna-se um pouco
mais complicado para descobrirmos a digitação utilizada por
estes músicos, tendo em vista as várias maneiras de se tocar a
mesma coisa.
Dessa maneira chegamos a conclusão que é conveniente a
mistura das duas escritas, tablatura com divisão rítmica. Na
tablatura temos a exata localização das notas a serem tocadas e
com o apoio das figuras rítmicas, temos com precisão o seu
tempo de duração. Exemplo:
Capítulo 8
Notação de Técnicas
Vibrato - Consiste na oscilação da corda para baixo e para
cima, resultando na vibração da nota.

Ligado: Hammer On – Consiste em primeiro palhetar a nota


mais grave. A segunda (mais aguda) deve ser “martelada” com
o outro dedo, sem palhetar.

Ligados: Pull Off – É o contrário do Hammer On. Primeiro


ataca-se a nota mais aguda e posteriormente puxa-se a corda,
obtendo-se assim a nota mais grave.

Slide – Consiste em atacar a primeira nota e escorregar o dedo


até atingir a segunda nota. O movimento pode ser de uma nota
mais grave para a mais aguda (como ilustrado) ou vice versa.
Há dois tipos de slide, aquele em que depois do slide não se
toca a próxima nota (figura 1), e aquele em que se toca (figura
2).
Trinado ou Trilo – Consiste na oscilação entre duas notas
através do uso de múltiplos ligados.

Tapping – Consiste em usar o dedo da mão direita para atacar


a nota indicada pelo T.

Bend com Tapping – Consiste em atacar o bend, e sem


desfazê-lo, atacar posteriormente a nota indicada com o dedo
da mão direita.
Pick Scrash – Consiste em raspar a borda da palheta
paralelamente à corda.

Glissando – Consiste em utilizar a técnica do slide (para o


grave ou agudo) fazendo a nota subir ou descer a um ponto
determinado pelo intérprete.

Sinal de Acentuação – Consiste em acentuar, ou seja,


destacar, tocar mais forte a nota indicada.

Staccato – Consiste em resumir a duração da nota ao seu


ataque. Alguns livros explicam que o staccato deve diminuir a
nota à metade de seu valor natural, mas na prática o que ocorre
é o que está descrito acima.
Alavanca – Consiste em utilizar a alavanca para fazer vibratos
ou para alterar a altura da nota. O número indica quantidade de
tons que deve ser feita a alteração.

Nota Percussiva – Consiste em fazer com que a altura da nota


não seja emitida, fazendo com que apenas seu valor rítmico seja
preservado. Geralmente esta nota é abafada na guitarra com a
mão esquerda ao mesmo tempo em que a nota é atacada com a
palheta.

Palm Mute – Consiste em abafar as notas com a mão direita


próxima à ponte da guitarra.

Sinalização de Palhetadas – As notas indicadas devem ser


atacadas para cima ou para baixo, conforme a legenda.

Palhetar para baixo - Palhetar para cima -


Tremolo – A nota é tocada sucessiva e continuamente o mais
rápida possível.

Harmônico Natural – Consiste em atacar a nota com o dedo


sobre o traste da casa indicada pela tablatura.

Harmônico Artificial – Consiste em atacar a nota com a


palheta junto com o polegar da mão direita, produzindo
harmônicos sobre qualquer nota.

Bend – Consiste em estivar a corda até alcançar a nota


indicada. O número indica a quantidade de tons que o bend
deve alcançar.
Pré-Bend – Consiste em primeiro “armar” o bend e só então
atacar a nota.

Bend and Release – Consiste em atacar o bend e


posteriormente voltar para a posição de repouso (sem o bend),
ou para a quantidade de tons indicada.

Bend Intercalado à Outras Notas – Consiste em fazer o bend


e mantê-lo enquanto toca-se outras notas.

Bend em Uníssono – Esse é um tipo de bend muito usado.


Consiste em dar o bend junto com outra nota em uma corda
diferente e afinar o bend de acordo com a nota mais aguda, até
chegar à igualdade dos sons, uníssono.
Bend Duplo – O bend duplo dá uma temperada em qualquer
solo, fazendo com que o mesmo fique com uma pegada
"animal". Consiste em esticar duas cordas ao mesmo tempo.

Swing Feel/Shuffle – intenção rítmica tercinada. Muito


presente em estilos como o Blues (aparecendo mais com o
nome de shuffle) e no Jazz (aparecendo mais com o nome de
swing feel). Abaixo segue o exemplo com colcheias tocadas sem
swing feel, e logo em seguida essas mesmas colcheias só que
dessa vez aplicada à técnica do swing feel / shuffle.

Obs.: os dois exemplos com swing feel / shuffle querem dizer a


mesma coisa, só se diferem na escrita.
Dicionário

Encontraremos logo abaixo um pequeno dicionário de


palavras ou símbolos muito utilizados no universo da
guitarra, qualquer dúvida com palavras é só verificar
aqui:

%: sinal de repetição. Indica que se deve manter o acorde que


esta sendo tocado.
Abaulamento: curvatura encontrada no braço do instrumento
no sentido paralelo ao traste.
Ação Alta de Cordas: cordas longe dos trastes.
Ação Baixa de Cordas: cordas próximas aos trastes.
Ação do Tensor: operação efetuada pelo tensor que ajusta a
concavidade ou convexidade do braço.
Acústica: leis da física que estudam o som.
Afinação Padrão dos Instrumentos: afinação em E
(standard), com a nota Lá afinada em 440 Hertz, as afinações
se dividem em duas categorias básicas: afinações abertas
(aquelas baseadas em acordes), e afinações modais (aquelas
que sugerem as notas dos modos).
Afinador: aparelho que “afina” as notas. Existem também
aqueles em forma de pedais, que cortam o som enquanto este
estiver em uso. Os mais comuns são os analógicos (de
ponteiros), os de luz e os digitais.
Alnico: tipo de imã feito da liga de alumínio, níquel e cobalto.
Altura: é a propriedade do som ser grave (baixo), médio ou
agudo (alto).
Amp Model: efeito geralmente encontrado em pedaleiras que
copia o som, o timbre de determinado amplificador.
Amplificador Stereo: aquele que apresenta dois falantes, ou
que está ligado em um outro amplificador ou em outra caixa
(caixa de falantes). Uma descrição mais correta de ligação em
stereo seria ligarmos um amplificador ou mais, e posicionarmos
uma caixa em um lado do local e outra em outra parte, ou ligar
um amplificador em uma parte do local e outro conectado ao
primeiro em outra parte.
Amplificador: aparelho que capta as ondas sonoras emitidas
pela guitarra e a reproduzem mais altas. Os amplificados sem
dividem em cubos (aqueles que já possuem o(s) falante(s)
embutido(s) ao cabeçote), e stacks (aqueles que possuem o
cabeçote separado do(s) falante(s)), também se dividem em
amplificadores valvulados (no pré e na potência, ou só no pré-
amplificador, conhecidos também como amplificadores híbridos)
transistorizados e digitais.
Anacruse: é uma situação rítmica quando o início do tema ou
frase antecipa o tempo forte.
Andamento: tempo em que a música prossegue.
Apojatura: enfeite.
Aproximação Cromática: na tonalidade de Dó maior, usando
a nota D como nota alvo, as únicas aproximações cromáticas
possíveis seriam: tocarmos a nota C# e em seguida a nota D ou
tocarmos a nota Eb e em seguida a nota D, se tocar-mos a nota
F# e em seguida a nota D, isto não seria uma aproximação
cromática, é claro que a nota F# é uma nota não diatônica á
tonalidade de C maior, e utilizada como nota cromática, mas
para termos uma aproximação cromática para a nota de D (na
tonalidade de C maior) teríamos que fazer o que foi explicado
logo acima.
Aproximação Diatônica: na tonalidade de C maior, usando a
própria nota C como nota alvo, as únicas aproximações
diatônicas possíveis seriam: tocarmos a nota B e em seguida a
nota C ou tocarmos a nota D e em seguida a nota C, se
tocarmos a nota E, e em seguida a nota C, isto não seria uma
aproximação diatônica, é claro que a nota E é diatônica á C
maior, mas para termos uma aproximação diatônica para a nota
de C (na tonalidade de C maior) teríamos que fazer o que foi
explicado logo acima.
Arpejo: execução rápida de um acorde, ou seja, é quando
tocamos as notas de um determinado acorde em forma de
melodia (sucessivamente) e não de forma harmônica
(simultaneamente).
Arqueamento: palavra que se refere ao aspecto de arco que
alguns braços de instrumentos adquirem.
Ataque: impacto do som da guitarra.
Back Ground (B.G.): indica que se deve ficar repetindo
determinados compassos, e geralmente acaba-se com um fade
out.
Bag ou Case: utilizados para guardar os instrumentos. Bag –
espécie de estojo, Case – caixa geralmente forrada.
Banda: conjunto de músicos.
Base: os acordes da música.
Bobina Dupla: nome genérico dado a um captador humbucker,
que possui duas bobinas.
Bobina: agrupamento de espiras de um condutor elétrico,
envoltas em um imã, que funciona como um captador simples
(single coil).
Cabo: objeto que passa as ondas de som emitidas pela guitarra
até o amplificador.
CESH: Contrapuntal Elaboration Over a Static Harmony,
Elaboração Contrapontística Sobre uma Harmonia Estática.
Muito comum o uso de sétimas e quintas.
Ex: ||: C7M C7M(#5) C7M | Am7 Am7M Am7 :||
Chord Melody (Harmonia em Bloco): harmonia e melodia
tocadas juntas.
Chorus: termo relacionado a um determinando tipo de efeito,
ou a um conjunto de compassos, ao refrão da música.
Clichês: termo atribuído a uma frase musical que não exprime
individualidade, algo tradicional.
Compasso: Chama-se de compasso cada trecho delimitado por
barras verticais. Ao lado da clave encontra-se a fórmula de
compasso. O número superior indica a quantidade de tempos do
compasso (compassos com dois tempos são classificados como
binários; com três tempos como ternários, etc) o número
inferior indica a unidade de tempo, isto é, a figura de nota que
valerá um tempo no compasso (4 – semínima, 8 – colcheia, e
etc) os compassos podem ser simples (2/4, 3/4, 4/4, etc),
mistos (5/4, 7/4, etc) e compostos (6/8, 9/8, 12/8, etc).
Compressor: efeito que gera um maior sustain para as notas,
maior volume, e também um maior ganho ao som, ou seja, ele
encorpa o som.
Condução de vozes: condução das vozes dos instrumentos é
como as vozes de um acorde caminham para outro, ou como
uma nota caminha para outra.
Cordas de Aço: fios de metal destinados ao uso em guitarras e
violões.
Cordas de Náilon: fios de náilon destinados ao uso em
guitarras e violões.
Corrosão: desgaste de um material provocado pela ação de
agentes externos como a oxidação, por exemplo.
Cover: é quanto tocamos músicas de outros artistas.
Deslocamento Melódico: consiste em deslocar toda a frase ou
parte dela geralmente meio tom acima ou abaixo.
Delay: efeito que gera uma espécie de eco, ou seja, ele faz com
que a nota tocada soe mais de uma vez (dependendo do
número de repetição).
Dispersão Rítmica: é simplesmente pegarmos frases prontas e
modificarmos as suas figuras rítmicas.
Distortion: efeito utilizado em guitarras que proporciona uma
elevada saturação.
Double Stops: duas notas tocadas simultaneamente, muito
comum no blues, country etc. Técnica muito utilizada em
acompanhamentos.
Dupla Aproximação Cromática: na tonalidade de C maior,
usando a nota D como nota alvo, as únicas duplas aproximações
cromáticas possíveis seriam: tocarmos a nota C#, depois a nota
Eb e por fim a nota D, ou vice-versa, tocarmos a nota Eb, depois
a nota C# e por fim a nota D.
Dupla Aproximação Diatônica: na tonalidade de C maior,
usando a própria nota C como nota alvo, as únicas duplas
aproximações diatônicas possíveis seriam: tocarmos a nota B,
depois a nota D e por fim a nota C, ou vice-versa, tocarmos a
nota D, depois a nota B e por fim a nota C.
Duração: tempo de prolongamento do som.
Efeito Violino: deixe o botão de volume da sua guitarra baixo,
após tocar a nota indicada suba o volume da guitarra através de
seu botão de volume.
Efeitos: podemos considerar como efeitos tudo aquilo que
modifica o timbre original do instrumento.
Elementos Diatônicos: os elementos diatônicos são notas de
uma mesma escala combinadas de maneiras diferentes.
Podemos obter cinco elementos diatônicos distintos, os acordes
diatônicos (campo harmônico), modos diatônicos (modos
gregorianos ou eclesiásticos), arpejos diatônicos, tríades
diatônicas, e as pentatônicas diatônicas.
Empenamento: concavidade ou convexidade excessiva
apresentada no braço do instrumento.
Enrolamento: expressão que se refere à quantidade e ao
objetivo das espiras enroladas no imã do captador.
Equalizador: encontrado em amplificadores e também em
pedais com esta finalidade, a equalização serve para se
controlar as freqüências de graves, médias e agudas.
Fade In: abrir volume, o som vai crescendo.
Fade Out: fechar volume, o som vai diminuindo. Técnica muito
utilizada em gravações para se finalizar uma música, ao invés
da música acabar de repente, “seca”, ela vai acabando
lentamente, e seu volume vai diminuindo até zerar, e por fim
finalizar a música.
Feedback: microfonia, também conhecida como realimentação.
Fill: pequena frase, improviso, solo.
Fingerstyle: consiste na utilização dos dedos ao invés da
palheta para tocar.
Floyd Rose: Marca de ponte tremolo. Hoje, a expressão Floyd
Rose é usada até para designar um modelo de ponte tremolo.
Formação dos sons: o som é o efeito audível produzido por
movimentos de corpos vibratórios. Para se produzir som
musical, precisa-se de uma fonte sonora (corpo que produz sons
ao vibrar). Os corpos vibrantes nos instrumentos musicais são
corda esticada (violão, violino, piano etc.), coluna de ar (flauta,
trompete etc.) ou membrana (tamborim, cuíca etc.). Por
exemplo, ao tocar uma corda do violão, observe que ela se
movimenta de um lado para outro um determinado número de
vezes por segundo, emitindo um som. A esse movimento é dado
o nome de vibração, medida em Hertz – Hz (ciclos por
segundo). Quanto maior ou menor o número de vibrações por
segundo, mais agudo ou grave será o som. E quanto maior a
amplitude do movimento vibratório, maior será a intensidade do
som produzido. O ouvido humano é capaz de perceber sons que
vão aproximadamente de 20 Hertz a 18 mil Hertz. Os sons
fundamentais se localizam numa faixa aproximada de 32 a 4 mil
Hertz. Por exemplo, o Lá do diapasão tem 440 Hertz. Acima de
4 mil Hertz encontram-se os harmônicos agudos que
enriquecem o timbre o timbre do instrumento, dando mais
brilho. Sem esses harmônicos os sons seriam opacos. Sem os
harmônicos não se têm os timbres característicos de cada
instrumento.
Ganho (Gain): gera um maior volume, uma maior sustentação
das notas, e também encorpa o som, quando usado em excesso
pode gerar até mesmo uma leve saturação.
Groove: É a levada da música, o ritmo que acompanha a
batida.
Graus Conjuntos (Notas Imediatas, próximas, vizinhas):
C, D (tom) e B, C (semitom).
Graus Disjuntos (Notas Intercaladas, distantes): C, D, E.
Half Feel: baixo em dois.
Hallentado ou Ritardando (Hall ou Rit): indica que se deve
diminuir o andamento da música aos poucos (geralmente o Hall
aparece no final de uma música).
Hand Made: expressão em inglês que significa “feito à mão”.
Hardware: palavra proveniente do inglês que, em se tratando
de instrumentos, significa qualquer parte de metal, como
tarraxas e pontes.
Harmonia em Looping: harmonia que fica se repetindo.
Harmonia: é a combinação dos sons simultâneos. A harmonia
estuda a estrutura dos acordes (suas notas componentes e
posição) assim como seu emprego em posições. Referente á
acordes, base.
Hertz: vocábulo que teve origem no nome do físico alemão
Heinrich Hertz. Trata-se de uma unidade de medida de vibração
sonora que indica ciclos vibratórios por segundo, exemplo: 440
hertz = 440 ciclos vibratórios por segundo. (Símbolo: HZ.)
Hum: expressão norte-americana (onomatopéica) que se refere
ao ruído encontrado em captadores single coils.
I========I: significa que se deve esperar um número de
compassos (o número que indica quantos compassos de espera
vem acima do símbolo), pois nestes compassos pode estar
havendo um solo, um improviso ou etc de um outro
instrumento.
Improviso: é tocar algo que não tenha sido planejado. Na
improvisação, escalas, arpejos, etc., são utilizados sobre uma
determinada harmonia. A improvisação se divide basicamente
em improvisação por centro tonal (na qual se utiliza uma
mesma escala para vários acordes) e em improvisação por
acorde (na qual cada acorde poderá receber uma ou mais
opções de escala).
Intensidade: é a propriedade do som ser fraco ou forte.
Caracteriza-se pela amplitude da vibração. Por exemplo, quando
tocamos uma corda com mais força, a amplitude da vibração é
maior e consequentemente o volume do som também será
maior.
Jump Bass: baixo tocando a qualquer momento, sem seguir
nenhuma ordem.
Leitura Relativa: ler uma determinada música, intervalo,
exercício etc, em diferentes tipos de clave.
Lick: frase.
Line Out: encontrado geralmente na parte traseira do
amplificador, serve para se ligar um amplificador à mesa de som
ou a outro amplificador.
Lines: licks sobre vários acordes.
Loop de Efeitos: encontrado geralmente na parte traseira do
amplificador, utilizado para se ligar desde pedais, e até mesmo
pedaleiras.
Luthier: profissional que repara defeitos (conserta), que efetua
modificações e constrói instrumentos musicais.
Melodia de Contraponto: ocorre quando duas (contraponto a
duas vozes) ou mais melodias estão sendo tocadas
simultaneamente. Esta técnica está muito presente na música
clássica.
Melodia de Ponta: melodia criada pela nota mais aguda dos
acordes.
Melodia: é uma sucessão de sons musicais combinados.
Referente a notas consecutivas, solo.
Memória Auditiva: saber qual a próxima nota que devemos
tocar.
Memória Visual: enxergar as notas no instrumento.
Metrônomo: aparelho que mede o tempo, muito utilizado em
gravações e para estudo.
Modulação: mudança de tom/tonalidade.
Monofônico: presença de apenas um som.
Música: é a arte dos sons. É constituída de melodia, ritmo e
harmonia.
N.C. (No Chord): significa que esta determinada parte da
música não possui acordes.
Noise Gate ou Noise Reduction: efeito que serve para reduzir
ou até mesmo eliminar chiados indesejáveis no som. Quando
utilizado exageradamente pode acabar alterando o timbre.
Nota Alvo: notas que são enfatizadas durante a música
(geralmente uma nota final, que concretiza uma determinada
idéia melódica) uma mesma música pode possuir diversas notas
alvos, ou seja, as notas alvos podem mudar, por exemplo, na
tonalidade de C maior podemos utilizar a própria nota C como
nota alvo, e depois de concretizarmos uma idéia podemos
escolher uma nova nota para ser a nota alvo.
Nota Diatônica: É a nota que procede conforme a sucessão
natural dos tons e semitons de determinada tonalidade, ou seja,
é uma nota pertencente ao tom.
Nota Pivô: termo utilizado em modulações, utilização de uma
nota pertencente ás duas tonalidades, ou seja, pertencente á
tonalidade em que estamos e também pertencente á tonalidade
que está por vir.
Nota: na música a palavra nota tem dois significados, quanto
ao seu nome e quanto a sua altura, as notas musicais possuem
três tipos de ordem (ou sequência), a primeira é a ordem
acústica, determinada por princípios da física, as notas dispostas
em graus conjuntos formam a ordem melódica, representada na
escala diatônica, já as notas ordenadas por terças formam a
ordem harmônica, com a qual construímos os acordes.
Notas Musicais: são palavras que representam sons.
Notas Naturais: são aquelas que não apresentam acidentes (#
e b).
Oitava (8ª): o termo oitava além de significar um intervalo de
oitava entre uma nota e outra, significa também altura (uma
oitava acima; mais agudo o som, uma abaixo, mais grave o som
etc).
Outside: é quando tocamos fora da tonalidade indicada, ou com
muitas notas de tensão.
Overdrive: efeito utilizado em guitarra, que proporciona uma
saturação de leve a moderada.
P, I, M, A, Mi: abreviação dos dedos polegar, indicador, médio,
anular e mínimo.
Palheta: objeto geralmente confeccionado em plástico, usado
para atacar as notas. Dividida em thin, médium e heavy, ou em
medidas como 1.0, 1.5, 2.0, etc.
Palhetada Alternada (Alterned Picking): consiste em
alternar os movimentos da palheta, para baixo e para cima.
Palhetada Circular (Circular Picking): consiste em utilizar
mais os dedos que seguram a palheta ao invés do pulso ou do
antebraço (as outras duas formas existentes de palhetada) para
palhetar. Este movimento com os dedos acaba formando
pequenos círculos, daí o nome palhetada circular.
Palhetada Híbrida (Hrybrid Picking): conhecida também
como Chicken Picking, consiste na utilização da palheta e dos
dedos para tocar.
Palhetada Sweep (Sweep Picking): consiste em
aproveitar/economizar movimentos de palheta. O Sweep,
também conhecido como economic picking, deixa o som mais
fluente. “Sweep” significa literalmente “varrer”. É mais ou
menos esse o movimento realizado pela palheta com o sweep. O
princípio é manter a direção da palhetada quando você muda de
corda.
Partitura: em uma partitura para guitarra usa-se a clave de
Sol, e a armadura de clave (# e b) encontrada logo ao lado da
clave, indica a tonalidade da música, encontramos também ao
lado da clave a fórmula de compasso (2/4, 4/4, etc). Uma
partitura apresenta cinco linhas (pentagrama ou pauta musical),
onde se é escrito notas com a sua oitava condizente, e sua
divisão rítmica (semibreve 4/4, mínima 1/2, semínima 1/4,
colcheia 1/8, semicolcheia 1/16, fusa 1/32 e semifusa 1/64),
que pode vir em forma de unidade de tempo, unidade de
compasso, e unidade de subdivisão. Podemos encontrar também
em uma partitura números dentro de um círculo (geralmente
com um c ao lado do número), e números fora dos círculos
(encontrados embaixo das notas), os números dentro dos
círculos indicam a casa que o dedo 1 deve estar, e os números
embaixo das notas indicam quais os dedos devemos usar para
tocar aquela determinada nota.
Patterns: padrões usados nas escalas (forma de se descer ou
subir uma escala, etc).
Pedais: utilizados para se enriquecer o som, cada pedal gera o
efeito que está programado em seu chip.
Pedal Point: uma nota é alternada entre várias outras, ou seja,
uma nota ou mais se repetem enquanto outras são tocadas.
Pedaleira: inventada para simplificar as coisas, é como se você
possui-se o som de vários pedais em apenas um pedal.
Pegada: forma que o músico ataca as notas.
Polifônico: presença de mais de um som.
Polirritmia: Variação rítmica e/ou da acentuação. Um exemplo
de polirritmia seria a dispersão rítmica e a mudança da
acentuação em diferentes notas de uma frase.
Pré Amplificador e Potência: é no pré-amplificador que a
maior parte do timbre, do tipo de som do amplificador é
moldado, quando valvulado gera um som mais “cremoso” e
menos áspero. E é na potência que a outra parte do som do
amplificador é moldado, se esta também for valvulada dará ao
amplificador um som ainda mais “cremoso”.
Progressão Harmônica: sequência de acordes.
Propriedades Físicas do Som: são três: altura, intensidade e
timbre.
Repertório: músicas que você possui (tanto suas como covers)
para apresentar.
Respiração: momentos na música em que se para de tocar
para “respirar”, para pensar em novas idéias e/ou também dar
um novo clima á música, fazendo assim com que quando
voltemos a tocar geremos uma sensação de surpresa ao
ouvinte.
Retífica (Fret Work): expressão inglesa cujo significado é
trabalho efetuado nos trastes do instrumento para alinhá-los,
nivelá-los e retirar os amassados.
Reverb: gera uma espécie de acústica ao som, se usado em
exagero pode gerar até mesmo uma espécie de eco.
Riff: progressão de acordes, intervalos ou notas musicais que
são repetidas no contexto de uma música, formando a base ou
acompanhamento.
Ritmo (Andamento, Batida, Balanço): é a duração e
acentuação dos sons e das pausas. Conseguir interpretar e
assim acompanhar o tempo da música.
Ritornelo (:): indica que se deve repetir o que acabou de ser
tocado, ou seja, que se deve voltar ao compasso que possua o
símbolo do ritornelo. Ex: ||: C | % | F | G7 :||.
Saturação: torna o som mais agressivo, e gera uma maior
sustentação das notas.
Série Harmônica: é uma série de subvibrações geradas de um
som principal. Por exemplo, ao tocar uma corda do violão,
primeiramente ela vibra em toda sua extensão, emitindo uma
freqüência denominada fundamental ou primeiro componente
harmônico. Este mesmo corpo vibra, também, em duas
metades, um terço, um quarto do comprimento e assim por
diante, dando origem a série harmônica. Teoricamente a série
harmônica é infinita, mas os primeiros sons são suficientes para
sua compreensão e aplicação prática. No violão para se produzir
os harmônicos isoladamente, faz-se necessário que ao pulsar a
corda um dedo encoste num determinado ponto de sua
extensão. Por exemplo, no meio (sobre o 12º traste). Neste
caso a sua freqüência será duas vezes mais alta que o som
fundamental, ou seja, produzirá um som uma oitava acima.
Fazendo o mesmo na terça parte (sobre o 7º traste), obtém-se
um som cuja freqüência será três vezes mais alta que a
fundamental (correspondente ao intervalo de uma oitava e uma
quinta) e assim por diante. O timbre (qualidade do som) dos
instrumentos musicais ou voz humana é definido pela maior ou
menor presença de cada um dos componentes (ou essência) da
série harmônica.
Shape: formato.
Single Notes: técnica muito utilizada em acompanhamentos,
ao invés de se tocar um acorde inteiro (intervalos harmônicos)
toca-se intervalos melódicos.
Solid State: distorção típica de amplificadores transistorizados
(distorção que não é gerada através de válvulas), embora haja
pedaleiras que também simulem este tipo de distorção.
Solo: parte melódica da música.
Som: é um efeito audível, medido em Hertz.
Standard: em instrumentos musicais, significa um instrumento
tradicional, simples. Já em termos musicais, seriam músicas que
foram muitas vezes gravadas, e por diversos artistas, essas
músicas geralmente apresentam 32 compassos. O termo
standard também está ligado à pentatônica m7, e à afinação
tradicional da guitarra e do violão, a afinação em E.
Sustain: tempo de duração da nota.
Tensão das Cordas: medida das cordas (08, 09, 010, 011,
etc).
Tessitura: é o termo que serve para designar a extensão que a
voz humana ou um instrumento qualquer abrange, do limite
inferior mais grave até a nota mais aguda que o instrumento ou
a voz pode emitir. No caso de uma guitarra de seis cordas, a
nota mais grave seria a sexta corda tocada solta, e para
obtermos a nota mais aguda deveríamos tocar a nota da última
casa na primeira corda.
Timbre: característica do som. É a qualidade do som que nos
permite reconhecer sua origem. É através dele que
diferenciamos o som dos vários instrumentos. O timbre está
relacionado com a série harmônica, produzida pelo som emitido.
Time: saber a hora de tocar, ter uma boa rítmica.
Transposição: termo que significa transpor (mudar) algum
determinado acorde, frase, etc de uma tonalidade para outra.
Tom: unidade de medida ou altura em que se realiza a
tonalidade.
Tonalidade: sistema de sons baseado nas escalas maior,
menor natural, menor harmônica e menor melódica.
Turnaround (Retorno Harmônico): muito comum no blues e
no jazz, são geralmente os acordes do último ou dos dois
últimos compassos de uma música, que irão preparar a volta ao
começo da música.
Vibe: impressão ou sensação que algo nos transmite, pelo
visual ou feeling, e que nos faz lembrar de algo já conhecido. A
palavra vibe tem o mesmo sentido de “jeito de”. Por exemplo:
“o braço da guitarra tem uma vibe vintage”, poderia ser
traduzido como “o braço da guitarra tem um jeito vintage”, que
pode ser caracterizado por uma pegada grossa e com trastes
finos.
Wah/Wah: pedal de efeito que faz com que a nota tocada gere
um som que lembra a palavra ‘wah’.
Walking bass: baixo caminhando (em quatro).

Você também pode gostar