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TRATAMENTO DE FERIDAS
GUIA DE BOA PRÁTICA
AUTORES:
ANABELA GOMES
ARMINDA COSTEIRA
FERNANDA PEIXOTO
RITA VIDEIRA
.
CENTRO HOSPITALAR DE S. JOÃO, EPE
16-03-2011
“Ninguém é tão grande que não possa aprender
2
AUTORES
3
ÍNDICE
Pág.
A. INTRODUÇÃO …………………………………………….…………. 7
C. TRATAMENTO DE FERIDAS……………………....................... 9
DIAGNÓSTICAS…………………………………..…………………. 9
WEBSITES …………………………………………………………. 80
6
A. INTRODUÇÃO
O tratamento de feridas sofreu uma grande revolução no Mundo Industrializado já em meados do século
passado.
En Portugal, esta abordagem é alvo da nossa atenção, há cerca de apenas quinze anos.
Passou-se, também, rapidamente, dum estado de escassez, para um estado de grande oferta de recursos.
Se por um lado, esta nova realidade nos é favorável, porque: nos ajuda a potenciar a cicatrização, a melhorar
o conforto e bem-estar do doente e a diminuir os custos institucionais, por outro, causa grande
constrangimento aos profissionais menos preparados nesta área. Esta situação, pode levar a conflitos entre
pares, como também a um despesismo perfeitamento, evitável.
A uniformização de procedimentos, com base na evidência científica é, sem dúvida, o melhor caminho, já
que pode orientar com seriedade, rigor e competência, para um tratamento mais eficaz e menos oneroso.
Este Guia, tem o objectivo de fornecer os fundamentos científicos básicos, necessários para o tratamento de
feridas das várias etiologias, como também, orientar para a utilização adequada da vasta panóplia de produtos
à nossa disposição.
Esperemos que, todos os profissionais que desenvolvem a sua actividade nesta área, encontrem neste
documento, um instrumento facilitador para o desenvolvimento da sua prática que tem como finalidade: a
rápida recuperação e a saúde e bem-estar do seu cliente.
De referir, por último que este é apenas o trabalho inicial de um conjunto de acções que tem que estar sempre
aberto a revisões e actualizações porque, quer o conhecimento científico, quer a prática profissional são,
processos em constante transformação.
Bom trabalho.
Euridice Portela
Enfermeira Directora
7
B. INTERPRETAÇÃO DA EVIDÊNCIA
NÍVEIS DE EVIDÊNCIA
8
C. TRATAMENTO DE FERIDAS
A capacidade que tem o nosso organismo para cicatrizar feridas é influenciada por uma grande variedade de
factores bio-psico-sociais.
A rapidez com que uma ferida cicatriza está dependente, não só da etiologia da ferida, mas também da
constituição física e psicológica do seu portador, bem como, do meio onde este está inserido.
Anamnese
Avaliação psicossocial
Avaliação da qualidade de vida
Avaliação nutricional
Avaliação da dor
C.1.1. ANAMNESE
O processo de cicatrização 1 é influenciado pelo estado geral do Utente daí a necessidade de uma observação
minuciosa e atenta, para detectar, precocemente, os factores que o possam influenciar 2 assim como identificar
os riscos possíveis para desenvolver outras feridas 3.
A anamnese serve para orientar o profissional em relação aos factores que determinaram a causa da ferida, as
condições do Utente, da família, dos prestadores de cuidados, do estilo de vida, trabalho/escola, e dos
recursos que podem ter algum efeito sobre os resultados nas diferentes estratégias de intervenção. O
objectivo é estabelecer um plano sistematizado e eficaz de tratamento (Glenn Iron, 2005).
1
Anexo 3 – Processo de Cicatrização
2
Anexo 4 – Factores que influenciam a cicatrização
3
Anexo 5 – Escalas de Avaliação de Risco
9
Os dados demográficos incluem a idade, o sexo e a raça/etnia. Com o passar dos anos o ritmo metabólico
celular vai diminuindo (Carol Dealey, 2001), por isso, a idade do Utente influencia a velocidade da
cicatrização, as actividades da vida diária e a probabilidade de determinadas etiologias em relação à ferida.
Quando o Utente apresenta feridas nas mãos ou nos pés devemos, em conjunto, discutir alternativas que
visem diminuir as limitações inerentes à localização destas feridas.
É importante verificar e assegurar a capacidade do Utente para o auto-cuidado (Glenn Irion, 2005).
A história actual deve incluir a data de início, as causas e os sintomas que, no parecer do Utente/família,
deram origem à ferida.
Numa ferida aguda a causa é evidente. No caso de uma ferida crónica, é importante saber como apareceu,
como tem sido tratada, qual a doença que lhe é subjacente e que medidas preventivas têm sido tomadas.
O estado funcional e o nível de actividade anterior ao problema, são áreas críticas a serem investigadas numa
entrevista. Isto porque, a doença subjacente, associada ao tipo de actividade profissional do Utente, pode
lentificar a cicatrização (ex: pessoa com insuficiência venosa que fica de pé durante todo o dia ou pessoa com
úlcera neuropática plantar cujo trabalho exige caminhar durante longos períodos) (Glenn Irion, 2005).
A história pregressa dá-nos a conhecer, as patologias associadas que interferem com a evolução da ferida e
limitam a execução dum plano de cuidados (hospitalar ou domiciliário) tais como: diabetes, doença vascular,
imunodeficiência, alergias, etc.
A história das doenças subjacentes deve incluir a medicação, as intervenções terapêuticas anteriores e a
resposta do Utente aos mesmos (Glenn Irion, 2005).
A dor bem como o estado nutricional, pela importância que têm para a cicatrização, serão abordados mais à
frente e em capítulos separados.
Hábitos de vida tais como o tabagismo, consumo excessivo de álcool e abuso de drogas e medicamentos,
retardam acentuadamente a cicatrização de feridas.
A mobilidade reduzida causa problemas na cicatrização de feridas por estase na circulação periférica
especialmente nos membros inferiores e também aumenta o risco de desenvolvimento de úlceras de pressão
(Carol Dealey, 2001).
- Presença de cicatrizes associadas a cirurgias e/ou feridas anteriores. Por exemplo, um Utente com
história prévia de úlcera de pressão tem maior probabilidade de voltar a adequirir úlcera nessa zona.
- Preenchimento capilar quando retardado pode ser indicador de insuficiência arterial se efectuado nas
extremidades e ajuda, ainda, a diagnosticar o comprometimento capilar e linfático nas zonas de pressão.
- Presença de edema, por exemplo, nos membros inferiores pode ser indicador de insuficiência venosa
e/ou cardíaca.
- Cabelo e unhas. A perda de cabelos ou o espessamento das unhas são característicos da insuficiência
arterial. As unhas espessas com várias camadas e amareladas são comuns em diabéticos mal controlados.
- Presença de calosidades nos pés. A pele espessa, dura e seca na região plantar resulta da deficiente
distribuição da pressão e é também um indicador de diabetes mal controlada.
10
C.1.2 AVALIAÇÃO PSICOSSOCIAL
Nível de evidência - IV
Fazer a avaliação psicológica
Existem múltiplos factores que afectam a resposta psicológica do utente face à presença de uma ferida.
Numa fase inicial, o Utente bem como os seus familiares, não estão preparados emocional e
psicologicamente para lidar com a ferida, pelo que o enfermeiro terá, antes de mais, que estar receptivo e
atento para os poder ajudar a enfrentar essa realidade.
A resposta emocional do indivíduo à ferida pode estar intimamente relacionada com a forma como ela surgiu
e as sequelas que deixa visíveis, por ex: as amputações traumáticas, queimaduras extensas, tetraplegias, etc..
Nestes casos é normal o Utente desencadear vários mecanismos de defesa como a regressão, negação,
distracção ou racionalização. De acordo com Lenehan, 1986, os Utentes com este tipo de traumatismos,
desencadeia cascatas de emoções de tal forma intensas que distorcem a imagem de si próprios. Travam uma
batalha interna entre a raiva, a depressão e o medo.
No caso de Utentes com feridas crónicas a situação é diferente. De acordo com vários autores (Phillips e tal,
1994; Walsh, 1995; Price e Harding, 1996), estes utentes arcam com a diminuição da mobilidade, com a dor
e distúrbios do sono devido ao processo de normalização. Segundo Dewar e Morse, 1995, o suportar de
feridas crónicas é conseguido pela adaptação ou o processo indefensável de aceitação silenciosa.
O isolamento e as restrições nas actividades de vida diária, provocam alterações psicológicas e emocionais
que deverão ser tomadas em consideração.
O odor e a exsudação podem levar também a alterações emocionais e psicológicas devastadoras levando à
destruição da sua auto-imagem por sentimentos de vergonha, desgosto e embaraço (Baranoski e Ayello,
2004).
O desfiguramento provocado pelas feridas na face desencadeia traumas emocionais que levam a longos
períodos de ajustamento (Knudson-Cooper, 1981). As feridas desfigurantes na face criam um sentimento
duplo doloroso de “auto-consciencia extrema e um isolamento social auto imposto” (Partridge, 1993).
Bernstein, 1976, descreve a “morte social” entre estes Utentes. Segundo ele, a morte social ocorre à medida
que aumenta a auto-consciência do Utente acerca de estar em público, os laços com a família e amigos
sofrem rupturas e em última instância, terminam todas as interacções sociais. Sem um reforço social positivo,
a auto-estima e a auto-confiança do Utente desaparecem (Baranoski e Ayello, 2004).
Por tudo isto, é importante que o enfermeiro esteja atento para poder elaborar um plano de tratamento capaz
de responder às reais necessidades do Utente, apelando para a intervenção de outros profissionais.
4
Anexo 6 – Escalas de Avaliação de Risco
11
Uma avaliação mais completa e sistematizada do ponto de vista psicossocial, deve incluir, mas não se limitar,
aos seguintes aspectos:
- Estado mental, depressão, colaboração do Utente, capacidade de aprendizagem (AHCPR, 1994;
Compliance Network Physiciens, 1999; Consorstium for Spinal Cord Medicine, 2000);
- Suporte social e integração social na família (AHCPR, 1994; Compliance Network Physiciens, 1999;
Consorstium for Spinal Cord Medicine, 2000);
- Alcoolismo e abuso de drogas (AHCPR, 1994);
- Objectivos, valores e estilo de vida (AHCPR, 1994; Compliance Network Physiciens, 1999);
- Sexualidade (AHCPR, 1994);
- Cultura e etnia (AHCPR, 1994);
- Recursos sociais e económicos que assegurem o tratamento adequado do Utente no domicilio (AHCPR,
1994; Compliance Network Physiciens, 1999; Consorstium for Spinal Cord Medicine, 2000);
- Factores stressantes incluindo a dor como sintoma (AHCPR, 1994);
- Qualidade de vida (Compliance Network Physiciens, 1999).
“A qualidade de vida associada à saúde define-se como o impacto da doença e do tratamento na incapacidade
e na vida diária ou como um focar do Utente baseado no impacto do estado de saúde percepcionado na
capacidade de conduzir uma vida preenchida” (Patrícia Price, 1996).
Frank e Moffatt, 1998, acrescentaram que “o estado de doença pode ser definido como sentimentos de dor ou
desconforto ou mudanças na função normal ou sentimentos. Esta é a chave para o conceito de qualidade de
vida relacionada com a saúde uma vez que é o senso comum de bem-estar dos Utentes que é importante e não
a opinião médica do estado clínico do Utente”. Daqui se infere ainda que, não é somente um processo
patológico de doença “ mas também a perda do estado funcional e emocional que pode ser acompanhado por
deterioração da condição geral do individuo” (Franks, P. ; Collier, M. 2001) que interferem com o conceito
de qualidade de vida.
A qualidade de vida, tem um carácter “essencialmente pessoal” e directamente relacionado com o conceito de
saúde o que dificulta a sua definição.
De acordo com Bulpitt and Fletcher, 1985 e citado por Franks, P. 1997, a avaliação da qualidade de vida é
“aceite como demasiado complexa e sendo multidimensional, podendo incluir factores como liberdade,
felicidade e segurança financeira” para além de outros.
Shipper et al, 1996, descreveram quatro domínios da qualidade de vida: função física e ocupacional, estado
psicológico, interacção social e sensações somáticas.
Outros investigadores aumentaram estes domínios, enquanto outros os diminuíram de acordo com
julgamentos próprios. Assim, foram desenvolvidas uma grande variedade de escalas que têm como objectivo
facilitar e sistematizar a avaliação.
Os instrumentos genéricos para investigação, mais comumente utilizados para avaliar os indivíduos são:
Nottingham Health Profile (NHP) e The Sickness-Impact Profile (SIP)5.
“A cicatrização de feridas envolve uma série de interacções físico-químicas complexas, onde é necessária a
presença de uma gama importante de nutrientes 6 para a formação de novos tecidos, na eliminação da
oxidação tecidular e na melhoria da área lesada” (Meyer et al, 1994).
A desnutrição calórico-proteica é um dos principais factores que influencia a cicatrização (Breslow e
Bergstrom, 1994). Isto porque as alterações fisiológicas, bioquímicas e endócrinas associadas ao stress,
causam grandes alterações no metabolismo das proteínas e energia (Prem Gogia, 2003).
5
Anexo 7 – Escalas de Avaliação da Qualidade de Vida
6
Anexo 8 – Papel dos nutrientes no processo de cicatrização
12
Recomendação 4 – Assegurar uma ingestão dietética adequada para prevenir a
malnutrição ou repor as deficiências existentes de acordo com
as preferências do Utente
Nível de evidência - III
Rastreio nutricional
A avaliação nutricional inicial tem como objectivo o levantamento de informações que permitam a avaliação
do estado nutricional do Utente, a identificação de problemas alimentares e o planeamento das intervenções
necessárias para a manutenção e ou recuperação do seu estado nutricional (Mahan e Escott-Stump, 1996).
Todas as situações que podem influenciar a ingestão de alimentos têm que ser detectadas, tais como: grandes
cirurgias, estado emocional, limitações funcionais, doenças que provoquem alterações na ingestão, digestão,
absorção e no metabolismo.
O enfermeiro terá que estar atento também, para identificar factores de risco como:
condições que causem hipermetabolismo,
tratamento com drogas imunossupressoras,
perda de peso,
desidratação,
alterações do apetite,
intolerâncias alimentares,
restrições da dieta,
falta de dentes ou dentaduras desajustada
alterações do cheiro e do paladar,
incapacidade para se auto-alimentar,
necessidade de ficar em jejum para exames ou intervenções
factores de risco relacionados com a ferida – mau odor, dor, alterações da imagem corporal e perda
da auto-estima.
Avaliação nutricional
Para se manter ou adequar as necessidades nutricionais é necessário fazer a avaliação nutricional do Utente.
13
Esta avaliação consiste no levantamento de dados dietéticos, antropométricos, bioquímicos, imunológicos e
clínicos que permitem avaliar o estado nutricional e os problemas alimentares que o utente apresenta
(Augusto ALP et al, 1995).
Os protocolos de avaliação nutricional7 são instrumentos que podem ser utilizados por enfermeiros e que
ajudam a determinar as deficiências nutricionais.
Intervenção Nutricional
A intervenção nutricional deverá assentar em regras fundamentais: determinação do estado nutricional,
garantir uma ingestão nutricional adequada, iniciar a ingestão de nutrientes adicionais e suplementos e
determinar os níveis de deficiência de vitaminas e sais minerais e corrigi-los.
A correcção destas carências deverá ser feita o mais precocemente possível para que os danos a nível de
processo de cicatrização sejam minimizados.
Desneves, Todorovic, Cassar & Crowe em 2005, demonstraram através dum estudo randomizado controlado
que os suplementos com arginina, vitamina C e zinco, melhoravam significativamente a taxa de cicatrização
nos doentes com úlceras de pressão.
O enfermeiro deverá comunicar ao médico as alterações detectadas e solicitar a intervenção da Nutricionista
e/ou da Dietista para instituir os suplementos e/ou a dieta necessários para repor os nutrientes em falta.
em 2004, demonstraram que ao fim do 4º dia, 40 a 50% dos Utentes hospitalizados já apresentavam
deficiências calórico-proteícas.
O sucesso da intervenção nutricional pode ser observado através de:
- aumento de peso
- melhoria da competência funcional
- melhoria da qualidade de vida
- aceleração do processo de cicatrização
- melhoria da qualidade do tecido cicatricial
- redução na incidência de novas feridas (ex: úlceras de pressão)
Historicamente, sabe-se que a dor é um sintoma frequente em Utentes com feridas. Estudos realizados ao
longo dos últimos 10 anos, fizeram da cicatrização o objectivo principal do tratamento de feridas, não
valorizando outros factores, como por exemplo, a dor. Contudo, com o desenvolvimento da avaliação da
qualidade de vida em Utentes com feridas crónicas, a dor foi identificada como factor major
(Moffatt,Christine, EWMA – position document, pag 1, 2002) .
A nossa responsabilidade, enquanto profissionais de saúde, é avaliar a dor do Utente e tratá-la de forma
adequada, sem fazer juízos de valor ou duvidar que a dor é tal como ele a descreve – “Dor é o que o Utente
diz ser e existe quando ele diz existir” – McCaffrey. Esta é uma das definições de Dor. A Associação
Internacional para o Estudo da Dor, define-a da seguinte forma - “Dor é uma experiência sensorial e
emocional desagradável associada a danos tecidulares reais ou potenciais ou descritas como tal”.
7
Anexo 9 - Protocolos de Avaliação Nutricional
14
Recomendação 7 – Avaliar a localização, frequência e intencidade da dor para
determinar a presença de doenças de base, a exposição de
terminações nervosas, a eficácia dos cuidados locais à ferida e
as necessidades psicológicas do Utente.
Nível de evidência - IIb
Tudo o que se irá referenciar de seguida sobre a dor foi retirado do documento de consenso “Principles of
best practice: Minimizing pain at wound dressing- related procedures. A consensus document. London: MEP
Ltd, 2004” .
Caso não seja tratada, a dor interfere, negativamente, não só na qualidade de vida do Utente, mas também, na
cicatrização.
“É fundamental compreender que a dor resultante de feridas é multidimensional e que o ambiente
psicossocial do Doente irá influenciar e afectar a experiência fisiológica da dor”.
Dor de fundo – é a dor que se sente em repouso quando não há manipulação da ferida. Pode ser
contínua ou intermitente e está ligada com a causa subjacente da dor, com factores locais da ferida
(ex: isquémia, infecção, maceração, etc.) e com outras patologias associadas (ex: neuropatia
diabética, doença vascular periférica, artrite reumatóide, alterações dermatológicas, etc.). O Utente
pode também sentir uma dor não relacionada com a ferida mas que pode repercutir-se na dor de
fundo (ex: herpes Zoster, osteoartrite e cancro).
Dor incidental – pode ocorrer durante as actividades do dia-à-dia relacionadas com o movimento
(ex: fricção, deslocação do penso, tosse, etc.)
Dor provocada pelos tratamentos – ocorre durante os tratamentos básicos e de rotina como a
remoção do penso, a limpeza da ferida ou a colocação de novo penso. Pode ser necessário recorrer a
técnicas não farmacológicas e/ou analgesia para controlar a dor.
Dor operatória – associada a corte de tecidos ou manipulação prolongada, realizada por um médico
especialista, em que seja necessário o uso de anestésicos (ex: desbridamento, tratamento em
queimaduras graves).
8
Anexo 10 – Tipos de dor
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Qualquer que seja a causa da dor, a experiência do Utente será influenciada pelo seu ambiente
psicossocial. Factores como a idade, sexo, nível de educação, ambiente e historial de dor anterior podem
influenciar a experiência de dor dos Utentes e a capacidade para a comunicar. Os profissionais de saúde
devem confirmar a experiência de dor e ter em consideração a convicção do Utente acerca da causa da
sua dor, bem como, os potenciais benefícios dos diferentes métodos para a controlar.
A avaliação da intensidade da dor é muito importante no tratamento da ferida. Se a ferida piorar, pode ser um
sinal de problemas com a cicatrização como, por exemplo, uma infecção ou de um tratamento inadequado,
como é o caso de uma má escolha de penso. O normal é que a dor na ferida vá diminuindo, sinal de que o
tratamento está a ser eficaz.
Existem várias estratégias de avaliação da dor, mas seja ela qual for, deve sempre envolver o Utente. “A
idade, a cultura e as diferenças na interpretação da dor ou das palavras utilizadas para a descrever podem
tornar difícil a empatia com os Utentes, particularmente, se a dor descrita parecer desproporcionada,
relativamente, ao estímulo recebido. No mínimo, os sentimentos do Utente merecem credibilidade e respeito”
Avaliação da dor através de perguntas – os enfermeiros devem fazer perguntas9 ao Utente para
reunir informações sobre o que provoca a dor, e quais as suas características e de seguida ouvi-lo e
observar o seu comportamento.
Outros indicadores – durante o tratamento à ferida é necessário estar atento para identificar factores
susceptíveis de influenciar a dor, como: sinais de inflamação/infecção, atraso na cicatrização,
deterioração da ferida, eritema, purulência, calor, edema, odor, estado da pele circundante, sinais de
aderência ao penso, exsudado excessivo, necrose e maceração.
Avaliação da dor através de escalas – a utilização sistemática duma escala de avaliação da dor
proporciona um método de medição da eficácia dos analgésicos e dos métodos de tratamento da
ferida. As escalas de avaliação da dor10 podem ser visuais, numéricas e qualitativas.
9
Anexo 11 – Perguntas que ajudam a avaliar a dor
10
Anexo 12 - Escalas de avaliação da dor
16
Controlar a dor
Deverá ser elaborado um plano de controlo da dor individualizado para cada Utente e para cada ferida.
O controlo da dor tem como objectivo tratar todas as causas da dor sendo que o profissional de saúde, terá de
considerar o nível de dor de fundo e incidental do Utente antes de qualquer intervenção clínica.
Para controlar a dor provocada pelo tratamento à ferida poder-se-á recorrer a técnicas farmacológicas e não-
farmacológicas.
Técnicas farmacológicas – a maioria dos analgésicos4 deverá ser utilizados como preventivo, ou
seja antes do acontecimento doloroso. no entanto poderá ser necessário administrar doses
suplementares durante o tratamento. Neste caso dever-se-á assegurar um melhor planeamento
para o tratamento seguinte. A analgesia pode manter-se após o tratamento mas, se a dor da ferida
persistir e for de difícil controlo, a medicação de fundo deverá ser revista.
Ténicas não-farmacológicas – estas deverão ter em conta a preparação do ambiente, o estado do
Utente, o tipo de ferida, o tipo de solutos e técnicas de limpeza utilizados, a remoção de pensos, a
pele circundante, a escolha do penso, etc.
11
Anexo 13 – Classes de analgésicos
12
Anexo 14 - Escada analgésica de três degraus
17
Medidas a ter em conta:
Escolher um ambiente apropriado e tranquilo: fechar as janelas, desligar os TLM, colocar uma
música de fundo suave e relaxante, etc.
Explicar ao Doente, de forma simples e clara, o que irá ser feito e o método a utilizar
Avaliar a necessidade de assistência especializada ou não (ex: ajuda de alguém que possa segurar a
mão do Doente)
Ter o cuidado de posicionar o Doente de modo a minimizar o desconforto e evitar o contacto ou
exposição desnecessária
Evitar a exposição prolongada da ferida, por exemplo enquanto se espera pelo parecer de um
especialista
Evitar qualquer estímulo desnecessário da ferida; manusear as feridas com cuidado, tendo em
conta que um pequeno toque pode provocar dor
Envolver o Doente ao longo do processo: perguntar frequentemente ao Doente como se sente e
utilizar ferramentas de avaliação de dor
Considerar a possibilidade de analgesia preventiva
Recomendar uma respiração lenta e ritmada para distrair o Doente e diminuir a sua ansiedade
Quando o profissional de saúde ouve o Utente e o envolve no processo, permite que este avalie o seu próprio
nível de desconforto e indique o momento adequado para uma pausa de recuperação.
Remoção do penso – É fundamental que o profissional de saúde reconheça a altura da remoção do penso
como sendo um momento que pode provocar dor, devido aos danos que pode provocar no tecido cicatricial
e/ou na pele circundante
Assim, o profissional de saúde deverá negociar com o Utente a melhor forma de o fazer, como por ex:
envolvendo o Utente na remoção
Escolha do penso - Deverão ser utilizados produtos que promovam um ambiente húmido para que o penso
não fique aderente.
18
C.2 DIAGNÓSTICO DA FERIDA
O tratamento local da ferida passa por três grandes etapas: a avaliação, a limpeza e a selecção do penso ideal.
Os seus principais objectivos são: preparar o leito da ferida e criar o ambiente ideal de cicatrização de forma
“a recuperar as funções e a integridade física com o mínimo de deformação” (Westaby, 1985)
Etiologia
Localização
Dimensões – comprimento, largura e profundidade
Sinus tractus, locas e fístulas
Exsudado
Odor
Dor
Aspecto do leito da ferida
Condições dos bordos da ferida
Condições da pele circundante
Pesquisa de sinais de colonização crítica e infecção
Nível de evidência - IV
Etiologia
As feridas podem ser agudas ou crónicas (Benbow, 2005; Irion, 2005; Dealey, 2006; Baranoski & Ayello,
2006; Balan, 2006).
A terminologia “feridas crónicas”, está em desuso. Não existe consenso na comunidade científica,
defendendo-se a substituição da mesma, por utilização de feridas de difícil cicatrização ou de cicatrização
complexa (Gottrup, Apelqvist & Price, 2010).
As feridas agudas podem ser cirúrgicas ou traumáticas. Estas, são feridas intencionais que podem cicatrizar
por 1ª intenção, 2ª intenção ou 1ª intenção diferida. As feridas traumáticas são acidentais como: esfacelos,
lacerações, abrasões, corto-perfurantes, esmagamento, mordedura de animais e queimaduras.
As feridas que, devido a diferentes inter-recorrências, demoram mais tempo a cicatrizar, designam-se por
feridas de difícil cicatrização ( Dealey, 2006)
As feridas de difícil cicatrização, são feridas cujo processo de cicatrização13 está alterado devido à
persistência dum estímulo - estímulo pró-inflamatório persistente – responsável por uma resposta
inflamatória massiva, por um aumento excessivo da carga microbiana, por alterações celulares e bioquímicas,
que levam à interrupção ou atraso da cicatrização. São exemplo de feridas de difícil cicatrização as úlceras de
pressão, as úlceras de perna, as úlceras de pé diabético e as feridas malignas (Falanga, Vincent, 2000).
13
Apêndice 15 - Feridas de difícil cicatrização
19
Localização
A localização de uma ferida deve ser documentada através de um esquema anatómico e utilizando uma
linguagem correcta e precisa (localização anatómica).
A localização de uma úlcera pode ser um dos primeiros indicadores da sua etiologia. Por exemplo, as úlceras
de perna de etiologia venosa são mais vulgarmente encontradas sobre a área dos maléolos enquanto que as
arteriais se encontram acima dos maléolos ou em pequenas áreas enfartadas dos dedos dos pés. No caso das
úlceras de pé diabético a superfície envolvida deve ser documentada, isto é, dorsal, plantar ou lateral, porque
isto interfere na mobilidade do Utente. Em relação às úlceras de pressão, a sua localização pode ser um
indicador de risco para a infecção, no caso de se localizar na região sacrococcígea (Gogia, Prem, 2003).
- Sinus tractus - são comuns em deiscências de feridas cirúrgicas e também podem estar presentes em
feridas neuropáticas e arteriais. As estratégias de tratamento envolvem o preenchimento do espaço morto
com um penso adequado para estimular a granulação e o processo de contracção (Baranoski, Sharon e
Ayello, Elizabeth, 2004).
- Locas – são mais comuns nas úlceras de pressão. As locas podem não estar distribuídas, uniformemente,
ou seja, podem ser mais extensas numa parte da ferida do que noutra. É importante fazer um registo correcto
de como se apresenta. O tratamento faz-se comprimindo ou contraindo, ligeiramente, todas as áreas com loca
para evitar o crescimento de detritos e tecido morto, aplicando um penso apropriado, como hidrogel, alginato
ou hidrofibra (Baranoski, Sharon e Ayello, Elizabeth, 2004).
14
Anexo 16 - Istrumentos de medição de feridas
15
Anexo 17 - Profundidade das feridas
20
permeabilidade capilar, se infiltra dentro dos espaços intersticiais (Morison, Moya et al, 1997). “ Este fluído
facilita a limpeza da ferida como se fosse uma “lavagem” ao longo do seu leito, providenciando as condições
óptimas de humidade e ambiente local, necessário para maximizar a cicatrização” (Alvarez, 1988).
O exsudado das feridas crónicas é, bioquimicamente, distinto do exsudado das feridas agudas (Park et al,
1998) e demonstrou-se que, bioquimicamente, é um meio prejudicial ao processo de cicatrização das feridas.
A presença de exsudado numa ferida crónica induz a decomposição das proteínas da matriz extracelular e dos
factores de crescimento e a inibição da proliferação celular (Falanga et al, 1994; Ennis e Meneses, 2000). Por
conseguinte, para uma preparação adequada do leito da ferida, é indispensável que a acumulação de
exsudado na ferida crónica seja, eficientemente, controlada para prevenir a ocorrência de implicações
bioquímicas nefastas (Ennis e Meneses, 2000).
O controlo do exsudado pode fazer-se duma forma directa ou indirecta.
O controlo directo do exsudado faz-se de acordo com a situação: ligaduras de compressão, pensos com
grande capacidade de absorção (Sibbald et al, 1999), sistemas mecânicos à base de vácuo (Ballard e Baxter,
2000) e limpeza e irrigação da ferida crónica com soro fisiológico, porque facilitam a cicatrização através da
remoção do exsudado, dos detritos celulares e da redução da carga bacteriana.
O controlo directo do exsudado da ferida utilizando pensos apropriados não tem qualquer sucesso se o
tratamento da causa subjacente for descurado (Falanga, 2000).
O controlo indirecto do exsudado faz-se através do tratamento da causa subjacente.
Em relação à quantidade, o exsudado pode ser abundante, moderado ou escasso.
No que se refere à cor, ele pode ser seroso (amarelo claro), sanguinolento (vermelho hemático) ou
serosanguinolento (avermelhado, com vestígios de sangue).
A consistência do exsudado pode ser fluído, leitoso, espesso ou purulento.
É importante registar a presença ou ausência de odor. A sua presença é indicador de colonização crítica ou
infecção. Alguns microrganismos anaeróbios e gram-negativos, como o caso da Pseudomona sp, apresentam
cheiro característico.
A sensibilidade ao toque ou a intensidade da dor referida pelo Utente são uns dos sinais secundários de
infecção que é fundamental serem avaliados. É importante diferenciar entre dor contínua ou intermitente
como a que ocorre apenas com as mudanças de penso (Baranoski, Sharon e Ayello, Elizabeth, 2004).
O aspecto do leito da ferida16 dá-nos a indicação da fase de cicatrização em que a mesma se encontra ou de
qualquer complicação que possa estar presente. As feridas que cicatrizam por 2ª intenção podem ser
classificadas como:
Com necrose / esfacelo - preto
Com fibrina - amarelo
Com tecido de granulação - vermelho
Com tecido de epitelização - rosa
No leito da ferida podem e, normalmente, estão presentes mais do que um destes tipos de tecido, que são
determinantes para a selecção das estratégias de tratamento local.
Quer a necrose, quer o esfacelo, quer a fibrina, são tecidos desvitalizados mas com consistências diferentes, e
que vão interferir no grau de eficácia do desbridamento.
Os enfermeiros, antes da avaliação da ferida, deverão assegurar-se de que todos os resíduos do penso anterior
foram, devidamente, removidos pois a sua presença pode levar a uma avaliação errada das características do
leito da ferida (ex: certos hidrocolóides em contacto com o exsudado formam um gel viscoso, de cor amarela
e cheiro intenso) (Dealey, Carol, 2001).
16
Anexo 18 - Características do leito da ferida
21
Condições dos bordos da ferida
Os bordos da ferida devem ser, minuciosamente, avaliados pois o seu exame pode revelar se a ferida é aguda
ou crónica e fornecer dados acerca da sua etiologia (ex: bordos inflamados ou arroxiados com locas –
pioderma gangrenoso; bordos enrolados sobre si – ferida seca), (Bryant, R.A, 1992).
A avaliação da pele circundante oferece informação válida para o tratamento. O eritema e o calor podem ser
indicadores da presença de infecção.
As quebras da integridade cutânea podem ser devidas: à remoção frequente de adesivos que provoca pele
muito fragilizada; as dermatites de contacto provocadas por reacção alérgica ao penso utilizado (o eritema
está confinado à área coberta pelo penso); as dermatites irritativas provocadas por um controlo deficiente de
situações de grande exsudação; a maceração (área branca, excessivamente, húmida) provocada pelo excesso
de exsudado; desidratação e descamação da pele provocadas por maus cuidados à pele ou por insuficiência
venosa (Dealey, Carol, 2001).
É importante manter a pele circundante limpa, seca e hidratada pois isso favorece e promove a cicatrização.
Todas as feridas se encontram colonizadas por bactérias, especialmente as feridas abertas. Isto não interfere
com a cicatrização. No entanto a colonização crítica e a infecção clínica certamente o fazem.
O conceito de colonização crítica é recente e, como tal, necessita ainda de uma definição mais rigorosa e
consensual, assente em mais estudos clínicos e microiológicos. No entanto, parece ser caracterizada pela
falência de progressão para a cicatrização. Contudo, alguns sinais clínicos subtis (Sibbald et al, 2000;
Kunimoto B et al, 2001) podem aparecer, como é o caso de:
A infecção é o resultado das interacções dinâmicas que ocorrem entre um hospedeiro, um potencial
patogénico e o ambiente. Produz-se quando os microrganismos conseguem superar com êxito as estratégias
de defesa do hospedeiro e os seus resultados são um conjunto de mudanças nocivas para o hospedeiro. O seu
desenvolvimento é sempre precedido de interacções complexas, todavia mal conhecidas “Identifying Criteria
for Wound Infection”. A Position Document. EWMA, MEP Lda, 2005.
Tendo em conta que as interacções microbianas não estão bem definidas e dada a complexa variedade de
interacções entre hospedeiro e microrganismo patogénico, a valorização global do Utente (com as suas
limitações actuais) continua a ser a forma mais fidedigna de diagnosticar a infecção de uma ferida do que a
mera avaliação microbiológica4 “Identifying Criteria for Wound Infection”. A Position Document. EWMA,
MEP Lda, 2005.
Assim, os sinais a pesquisar são:
22
Actualmente, considera-se que a presença de comunidades mistas de microrganismos pode impedir, duma
forma indirecta, a cicatrização das feridas através da estimulação da resposta inflamatória crónica
“Management of Wound Infection”. A Position Document. EWMA, MEP Lda, 2006).
Modo de proceder:
Limpar a ferida com uma solução estéril, não antisséptica;
Humedecer o aplicador da zaragatoa com solução salina normal (uma zaragatoa humedecida
providencia dados mais precisos);
Rodar, várias vezes (+/- 8), o término do aplicador estéril de alginato num cm² de tecido limpo e
profundo da ferida aberta;
Aplicar pressão na zaragatoa para extrair o fluído tecidular;
Quando a ponta da zaragatoa estiver saturada inserir em contentor estéril próprio (com meio de
transporte), com cuidado, para não conspurcar;
Enviar de imediato ao laboratório.
Reavaliação da ferida
Recomendação 10 – Reavaliar a ferida, semanalmente, para determinar a sua
evolução e a eficácia do tratamento.
Monitorizar as alterações a cada muda de penso.
A identificação das alterações indica a necessidade de
reavaliação
Nível de evidência - IV
A frequência da reavaliação da ferida é diferente de serviço para serviço e de situação para situação. Utentes
em cuidados intensivos/intermédios necessitam de avaliações mais frequentes. Em enfermarias a avaliação
pode ser semanal. Em ambulatório e cuidados domiciliários a reavaliação está associada à frequência das
visitas ou à situação do Utente (Baranoski, Sharon e Ayello, Elizabeth, 2004).
A monitorização feita a cada muda de penso ajuda no despiste de situações de urgência e divergência,
levando ao reajuste do plano de tratamento e realização de novas reavaliações.
Registo de feridas
A avaliação da ferida requer um registo escrito e, se possível, fotográfico da sua condição inicial, das
alterações que acontecem e das intervenções de tratamento.Para as feridas crónicas existem escalas/tabelas
que nos ajudam a fazer uma avaliação mais pormenorizada e sistematizada 17.
17
Anexo 19 – Escalas / Tabelas de Avaliação de feridas de difícil cicatrização
23
C.3 TRATAMENTO DA FERIDA
“Uma ferida não é uma entidade estática ou uma superfície inanimada, mas um meio complexo, frágil e
dinâmico de células e estruturas endógenas viáveis, microrganismos exógenos, químicos lábeis e reacções
químicas, células e microrganismos desvitalizados e potencial invasão de partículas estranhas” (Liza
Ovington, 2001). Por tal motivo, necessita de uma correcta abordagem na sua limpeza e desbridamento.
Os principais objectivos na limpeza de uma ferida são:
Remoção dos detritos orgânicos e inorgânicos;
Redução da carga microbiana;
Favorecer a cicatrização
Solutos de limpeza
A limpeza das feridas deve ser feita, preferencialmente, com produtos que não prejudiquem o ambiente da
cicatrização, ou seja, com agentes não iónicos (sem potencial eléctrico) como o soro fisiológico e a água da
torneira (potável), porque não destroem as células e removem a sujidade e as bactérias.
Água da Potável Morna – embora a água da torneira possa ser utilizada na limpeza das feridas
crónicas (ex: úlceras de perna) deve-se ter em onta a concentração de flúor e cloro e as condições
dos reservatórios (Sílvia A Jorge, Sónia R P E Dantas, 2004).
24
Recomendação 13 – Não usar soluções com surfactantes nem agentes antissépticos
para limpar as feridas.
Nível de evidência - III
Soluções com Surfactantes – o uso destas soluções deve ser muito ponderado, porque apesar de
terem sido produzidos para a limpeza das feridas, apresentam índices de toxicidade mais ou menos
elevados, dependendo se têm ou não associado um antisséptico. Estes agentes de limpeza são
citotóxicos pelo que inibem a cicatrização, embora se mostrem eficazes na limpeza da ferida .
Técnicas de limpeza
De acordo com Rodeheaver, 1997, ainda não existem publicações de pesquisas científicas definitivas sobre
como e com o que limpar as feridas, em especial as abertas, e que as recomendações são baseadas no
conhecimento científico actual e no senso comum.
Assim, o bom senso de cada profissional na escolha do método de limpeza, no momento em que está a
avaliar a pessoa com ferida, é muito importante. Cada ferida avaliada é diferente uma da outra, exactamente,
porque as pessoas são diferentes. Mesmo tendo em conta as normas e os protocolos existentes nas diferentes
instituições, dever-se-á salvaguardar uma abordagem personalizada e individualizada ao Utente com ferida
de acordo com as suas necessidades (Sílvia A Jorge, Sónia R P E Dantas, 2004).
Um dos cuidados a ter em conta aquando da limpeza de uma ferida é a manutenção da temperatura do seu
leito.
- LIMPEZA MECÂNICA - consiste em esfregar o leito da ferida com uma compressa. Esta técnica
ajuda a remover alguns detritos orgânicos e até inorgânicos presentes no leito da ferida, mas, de
acordo com Diane Thomlison – 1987, seja qual for o método de esfregar feridas (de dentro para
fora, de fora para dentro ou movimentos circulares) ele não ajuda a diminuir a carga
microbiana, apenas, contribui para a redistribuição dos microrganismos no leito da ferida.
Esfregar a ferida duma forma vigorosa, pode causar trauma tecidular, particularmente, nas
células epiteliais. Para além de ser desconfortável para o Utente, pode prolongar, também, a
resposta inflamatória e no caso de existirem corpos estranhos no leito da ferida, estes deverão
ser removidos com cuidado e delicadeza para que não sejam introduzidos nos tecidos tornando-
se num foco de infecção (Wood, 1976).
- IRRIGAÇÃO - consiste na lavagem sob pressão do leito da ferida e pode ser a alta ou a baixa
pressão.
25
Recomendação 16 – Usar uma pressão de irrigação suficiente para promover a
limpeza da ferida sem causar trauma no seu leito. A pressão
de irrigação, segura e eficaz, varia entre 4 a 15 psi.
Nível de evidência - IIa
A irrigação a alta pressão consegue-se, idealmente, acoplando uma seringa de 35 cc com uma
agulha 19G, obtendo-se, desta forma, uma pressão de 8psi, considerada a mais adequada e
efectiva para a limpeza (Rodeheaver GT, 1990). Esta pressão é suficientemente alta para
remover os microrganismos bem como outros potenciais factores de infecção presentes no leito
da ferida, mas não tão alto que danifique os tecidos.
Chisholm, 1992, demonstrou que “ Uma irrigação de alta pressão usando uma seringa de 30cc e
uma agulha de 18-20G, faz baixar o grau de infecção para contaminação.”
Sempre que se utilize esta técnica de irrigação, são necessários cuidados adicionais:
- prevenir o risco das picadas quer nos Utentes quer nos profissionais
- prevenir a disseminação dos microrganismos nos tecidos envolventes e a contaminação dos
profissionais através dos salpicos resultantes da irrigação
- adoptar as precauções universais para minimizar o risco de infecção cruzada (ex: Hepatite B,
HIV, etc.)
De acordo com Rodeheaver, 1997, nunca efectuar uma irrigação com pressão superior a 15 psi
pois, para além de ser doloroso para o doente, provoca danos nos tecidos e não remove os
microrganismos mas empurra-os contra os tecidos promovendo assim a infecção.
Relativamente, à distância a que deve estar a seringa da ferida existem duas recomendações:
- Balton e van Rijswijk, 1991, recomendam a distância em torno de 2,5 e 5 cm e em posição
perpendicular
- Sibbald e cols, 2000, recomendam a distância de 10 a 13 cm para seringas de 30 ml com
agulhas de calibre 18 a 20G
A irrigação a baixa pressão consegue-se, utilizando apenas uma seringa sem agulha, um
frasco de soro com um vazador de líquidos acoplado ou com um frasco de soro próprio para
irrigação. Está indicada em feridas limpas, em fase de granulação e epitelização.
Nas feridas em granulação e limpas, autores como Doughty, 1992 e Hess, 1995, referem que
alguns especialistas sugerem, que nesta situação, apenas se deve limpar ao redor da ferida,
evitando o leito, para não retirar o exsudado da superfície por este conter factores de
crescimento, nutrientes e células proliferativas que actuam na reparação e que seriam removidos
com a limpeza.
A evidência sugere que é mais importante encontrar a pressão correcta do que o tipo de solução
escolhida para a limpeza (Fergunson, 1990).
26
Estas técnicas estão indicadas em úlceras de perna e queimaduras. A água utilizada nas
queimaduras deverá ser tratada.
Nas feridas agudas, o desbridamento é um processo fisiológico que se inicia durante a fase
inflamatória quando os neutrófilos e os macrófagos digerem e removem, naturalmente,
plaquetas, resíduos tecidulares e reduzem a carga microbiana, do leito da ferida. Na fase
destrutiva, os linfócitos e os macrófagos promovem a absorção das bactérias e libertam
enzimas proteolíticas que destroem os corpos estranhos e detritos celulares (Moya Morison et
al, 1997).
Nas feridas de difícil cicatrização, devido à disfunção celular e ao desequilíbrio bioquímico, o
tecido desvitalizado tende a acumular-se duma forma contínua, pelo que, tem que ser removido,
continuamente, até ao momento da epitelização – desbridamento contínuo (Falanga, 2000).
Existem vários tipos de desbridamento e, segundo Sibbald et al, 2000, a sua escolha depende de
vários factores como: rapidez, selectividade do tecido, ferida dolorosa, exsudado, infecção e
custo.
27
Tipos de Desbridamento
Como desvantagens, salienta-se a necessidade de ser feito por enfermeiros treinados (Tomaselli
N, 1994) para prevenir riscos de sangramentos e, dependendo da quantidade de tecido
necrosado, poderá levar mais tempo na sua remoção.
As contra-indicações são: o uso de terapia com anticoagulantes, Utentes com coagulopatias,
Utentes que não conseguem permanecer quietos durante o procedimento (crianças, Utentes com
agitação psicomotora, etc.), quando a escara estiver muito aderente e em ferida isquémica com
escara seca e estável.
O desbridamento cirúrgico, propriamente dito, é realizado por cirurgiões, em bloco operatório
e com o Utente anestesiado ( local, epidural, geral, etc.). É utilizado em situações que exigem a
remoção maciça de tecidos ou em casos de extrema emergência (sépsis, celulite), utilizando
técnica asséptica (Kennedy KL, Tritch DL, 1997; Ramund J, Wells J, 2000).
Tem como grande vantagem a rapidez e a efectividade na remoção da necrose.
As desvantagens são: necessidade de submeter o Utente a anestesia, riscos de sangramentos e
bacteriémia transitória (o Utente deverá estar com cobertura antibiótica adequada), não é
selectivo, tem custos elevados e exige hospitalização.
Sibbald e cols.(2001), consideram, como contra-indicações absolutas para este método:
septicemia sem cobertura de antibióticos sistémicos, Utentes clinicamente comprometidos,
úlceras isquémicas e inexperiência para a realização do procedimento. Como conta-indicação
relativa indicam os Utentes em terapia com anticoagulantes ou com coagulopatias.
O desbridamento hidro-cirúrgico, é um desbridamento cirúrgico movido a jactos de água a
alta velocidade, efectuado por um dispositivo específico (VERSAJETTM) realizado por
cirurgiões em bloco operatório. Permite segurar, cortar e remover, em simultâneo, o tecido
lesionado/danificado e os agentes contaminantes, sem o trauma colateral associado às
modalidades cirúrgicas convencionais. É um desbridamento eficaz em feridas traumáticas,
feridas crónicas e de outros tecidos moles.
Autolítico – é um método de limpeza natural da ferida que se refere à lise da necrose pelos
leucócitos e pelas enzimas digestivas do organismo (proteolíticas, fibrinolíticas, colegenolíticas)
que entraram no leito da ferida durante a fase inflamatória (Kennedy KL, Tritch DL, 1997;
Krasner D, 1998 Ramund J, Wells J, 2000; Rodeheaver GT, 1999).
A autólise é um processo fisiológico que ocorre na presença de um micro-ambiente húmido e
vascularizado (boa actuação dos leucócitos e adequada contagem de neutrófilos). Para
promover a humidade necessária deverão ser utilizados pensos que retenham a humidade ou
libertem água para o tecido pois só desta forma é possível manter intactas as células
responsáveis pela fagocitose (Kennedy KL, Tritch DL, 1997; Krasner D, 1998 Ramund J, Wells
J, 2000; Rodeheaver GT, 1999).
Este método é selectivo, não invasivo e geralmente indolor, no entanto é mais lento que os
outros. Não deve ser escolhido em situações de urgência e em feridas infectadas. Por outro lado
é o método de escolha nos Utentes com distúrbios da coagulação, em terapia anticoagulante e
para os que não toleram outro método (Kennedy KL, Tritch DL, 1997; Krasner D, 1998
Ramund J, Wells J, 2000; Rodeheaver GT, 1999).
29
Químico – é um método de desbridamento em que é utilizado o soluto de Dakin. Este,
pode, também, ser utilizado como antimicrobiano e para controlo do odor. Como agente
desbridante ele não é selectivo devido às suas propriedades citotóxicas. A sua aplicação faz-se
embebendo compressas com a solução e colocá-las no leito da ferida, mudando-as duas vezes
por dia. A pele circundante tem de ser protegida com protectores cutâneos. Sempre que o soluto
de Dakin seja utilizado como desbridante deverá sê-lo por um curto espaço de tempo (inferior a
oito dias) e assim que a infecção e o odor estiverem controlados outro método de desbridamento
deverá ser seleccionado para complementar o processo. O uso de Soluto de Dakin para
desbridamento é controverso (Monroe, 1992). Estudos realizados por Thomas (1990, 1991)
demonstraram a ineficácia do soluto de Dakin como agente desbridante, na medida em que,
seriam necessários 100ml de solução a 0,25% para liquefazer 1gr de tecido morto, numa
imersão de 24 horas. Não há evidência científica para o uso do Soluto de Dakin como agente
desbridante.
Não se pode dizer que existe o melhor produto, visto que não existem duas pessoas iguais, logo o que seria o
melhor para uma poderia não ser o melhor para a outra. Também não podemos afirmar que existe um produto
que possa ser utilizado durante todo o processo cicatricial. O importante é ponderar e utilizar sempre o bom
senso com base no conhecimento científico (L. C. Cândido, 2001).
O desenvolvimento dos conhecimentos científicos a nível do processo de cicatrização levou a um
aparecimento, nos últimos 20 anos, de uma vasta gama de produtos para o tratamento de feridas.
30
Seleccionar um penso que optimize o ambiente local da ferida e
promova a cicatrização
A grande revolução nos métodos de tratamento de feridas deu-se em 1962 e 1963 quando George Winter e
Maibach, respectivamente, demonstraram que a cicatrização em meio húmido é mais eficaz do que em meio
seco.
Em meio húmido, as enzimas como as colagenases e proteínases, permitem às células migrarem através da
ferida para as áreas húmidas onde há fibrina. Como epitelização quer dizer migração celular, o meio húmido
favorece as condições fisiológicas para a cicatrização.
Quando uma ferida seca e forma crosta, as células epiteliais necessitam penetrar mais profundamente na
lesão para encontrar um grau de humidade que permita a sua proliferação, para além, de dificultar o
intercâmbio de oxigénio. Como tal, uma ferida seca exigirá uma maior actividade metabólica e necessitará de
mais tempo para a cicatrização. A crosta é, também, um factor prejudicial à visualização da evolução do
processo cicatricial, e muitas vezes impede o diagnóstico precoce de complicações infecciosas.
Nível de evidência - Ia
Ovington em 1999, na revisão que fez das recomendações da Agency for Health Care Policy and Research,
diz, com base na literatura que inclui múltiplos estudos clínicos randomizados controlados, que está
documentado que os custos com o tempo dos prestadores de cuidados podem exceder os custos dos materiais
para o tratamento de feridas.
Os recursos financeiros para a terapia devem ser avaliados no momento da escolha do tratamento.
O tratamento de qualquer ferida deve ser personalizado, tendo em conta todos os factores individuais do
Utente e os recursos materiais e humanos disponíveis.
O produto/penso seleccionado deve ser avaliado em relação às indicações, às contra-indicações, aos custos e
à eficácia (Sílvia A Jorge, Sónia R P E Dantas, 2004).
Face a tudo isto, Turner em 1982, com base em sete características, definiu “penso ideal”. São elas:
- manter a humidade na interface ferida/penso:
favorece o processo de granulação e epitelização
reduz a dor
facilita o desbridamento
- remover o excesso de exsudado:
evita a maceração
- permitir as trocas gasosas:
as necessidades de O2 são menores na fase destrutiva devido à ausência de
microcirculação
as necessidades de O2 são maiores nas fases de granulação e epitelização
facilitando a síntese de colagénio e a progressão do processo de cicatrização
- manter a temperatura do leito da ferida a 37o C:
promove a actividade macrofágica e mitótica durante as fases de granulação e
epitelização
promove a actividade celular e enzimática durante a fase de granulação
- ser impermeável às bactérias:
impede a contaminação da ferida
impede a passagem dos microrganismos para o exterior
- estar livre de partículas ou contaminantes tóxicos:
as partículas deixadas pelas compressas de gaze, prolongam a fase inflamatória
atrasando assim, a cicatrização
as partículas podem provocar granulomas deiscências
31
- permitir uma remoção sem trauma:
pensos aderentes ao leito da ferida provocam lesões e atrasam a cicatrização
1 – Lâmina de contacto
Capacidade de prevenir a aderência ao leito da ferida, permitindo a livre drenagem do exsudado.
Este tipo de material é, normalmente, usado em feridas superficiais ou pouco exsudativas.
Ex: viscose tecida, rede de silicone, gaze parafinada.
2 – Pensos passivos
São pensos que proporcionam um ambiente local propício à cicatrização através do controlo do
ambiente local da ferida mas sem alterar as suas características físicas, ou modificar, ou interferir,
directamente, com a fisiologia da ferida.
Estes pensos são, geralmente, usados para controlar o exsudado podendo, também, ser usados na
prevenção da contamiação e controlo do odor,
Ex: filmes, espumas, hidrogeis.
3 – Pensos interactivos
São pensos que mudam o seu estado físico em contacto com o exsudado da ferida. Estes produtos,
normalmente, formam um gel que, cobre a superfície da ferida, e que é importante na promoção da
cicatrização.
Ex: hidrocolóides, alginatos e produtos que contenham fibras de carboximetilcelulose.
4 – Pensos activos
São produtos cujo objectivo é influenciar, directamente, a fisiologia ou a bioquímica do processo de
cicatrização. Incluem:
Produtos que contém componentes, fisiologicamente, activos e que actuam a nível
bioquímico no leito da ferida. Tipicamente, influenciam o crescimento celular ou corrigem
déficites químicos.
Ex: factores de crescimento, colagénio, ácido hialurónico.
Enxertos de pele – o transplante de pele de humanos ou de animais sobre o leito da ferida.
Podem ser do próprio Utente (autoenxerto), de um dador (aloenxerto) ou de um animal,
normalmente o porco (xenoenxerto).
32
Substitutos de pele – produtos que replicam as camadas da pele humana.
5 – Pensos antimicrobianos
São pensos que contêm agentes antimicrobianos.
Ex: iodo, prata, mel, polihexanida
No entanto a bibliografia mostra que existem outras formas de agrupamento dos produtos/pensos. Uma vez
que a variedade é muita e alguns são demasiado específicos, vamos passar a enunciar os vários tipos de
produtos/pensos de acordo com os respectivos modos de acção.
DESBRIDANTES
Neste grupo estão inseridos os produtos que se caracterizam por remover os tecidos mortos presentes no
leito da ferida, quer seja através do desbridamento autolítico, quer seja através do desbridamento
enzimático.
HIDROGELES
COMPOSIÇÃO:
Dentro deste grupo incluem-se uma série de pensos de geles hidrofílicos poliméricos
insolúveis, com uma grande percentagem de água (70% a 90%) e outras substâncias.
MECANISMO DE ACÇÃO:
INDICAÇÕES:
APLICAÇÃO:
A aplicação do gel faz-se directamente sobre/dentro da ferida com uma espessura, mínima,
de 5 mm. No caso de rede impregnada deverá ser colocada de forma a revestir as paredes da
ferida.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
A frequência da mudança é determinada pelas condições da ferida. Pode ter que ser
substituído diariamente no caso de feridas muito exsudativas ou em dias alternados ou de
três em três dias no caso de feridas com pouco exsudado.
VANTAGENS:
- São, de forma geral, bem tolerados
33
- São, de fácil aplicação e remoção
- Diminuem a dor, localmente. A humidade provocada pelo hidrogel, impede a
propagação dos estímulos dolorosos
- Favorecem o desbridamento autolítico
- Re-hidratam as feridas secas
- Podem ser utilizados em feridas infectadas
DESVANTAGENS:
- Necessitam de penso secundário, excepto se for em placa.
- Não deve ser aplicado em feridas muito exsudativas porque aumentam a quantidade de
humidade e provocam maceração do leito da ferida e da pele circundante
®
NOME COMERCIAL: Hydrosorb , Hydrosorb®Comfort, Intrasite®Conformable, Askina®gel,
Purilon gel, Hypergel , Normagel , Intrasite®gel, Nu-gel®, Varihesive®hidrogel, Suprasorb®G,
® ® ®
MALTODEXTRINA
COMPOSIÇÃO:
MECANISMO DE ACÇÃO:
INDICAÇÕES:
Está indicado em feridas com necrose e/ou esfacelo difíceis de desbridar e em feridas em fase
de granulação, podendo, no entanto, ser utilizado em todas as fases da cicatrização.
APLICAÇÃO:
Aplicar o produto sobre o leito da ferida deixando uma camada de cerca de 0,3 a 0,6 de
espessura. Nas feridas profundas deve-se preencher a loca. Cobrir com um penso secundário
não aderente.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
A frequência da mudança é determinada pelas condições da ferida. Pode ter que ser
substituído diariamente no caso de feridas muito exsudativas ou em dias alternados no caso
de feridas com menos exsudado.
VANTAGENS:
- É, de forma geral, bem tolerado
- É de fácil aplicação e remoção
- Favorece o desbridamento autolítico
- Nutre as feridas, topicamente
34
- Pode ser utilizados em feridas infectadas
- Pode ser utilizado em Utentes diabéticos
DESVANTAGENS:
- Necessita de penso secundário
- O gel, quando aplicado em feridas muito exsudativas aumenta a quantidade de
humidade, provocando maceração do leito da ferida e da pele circundante
- O pó, se secar pode deixar que o penso secundário fique aderente ao leito da ferida,
provocando dor e desconforto aquando da sua remoção
APRESENTAÇÃO: Em pó e em gel
® ®
NOME COMERCIAL: Multidex pó e Multidex gel
É um penso composto por três camadas. A camada que fica em contacto com o leito da
ferida é em seda não aderente, a camada que fica para o exterior é constituída por um filme
de poliuretano impermeável e a camada interior é em poliacrilato o que lhe confere uma
grande capacidade de absorção. Este penso está embebido em solução de Ringer o que
facilita as trocas iónicas e a absorção do exsudado da ferida.
INDICAÇÕES:
É aplicado em feridas:
- muito exsudativas,
- com necrose,
- esfacelos,
- crostas
- tecido fibrinoso.
MECANISMO DE ACÇÃO:
É um produto que alia a sua acção de desbridante autolítica a uma grande capacidade de
absorção. A solução de Ringer desbrida os tecidos mortos enquanto que o poliacrilato
absorve o exsudado e os produtos resultantes do desbridamento, obtendo-se assim, uma
acção de limpeza. Graças ao ambiente húmido e aos electrólitos presentes na solução de
Ringer, como o sódio, o potássio e o cálcio, há uma estimulação da proliferação celular e
da granulação.
APLICAÇÃO:
Deve ser colocado, de forma a não ficar fora dos bordos da ferida para não macerar a pele
circundante e com a camada branca de seda em contacto com o leito da ferida. Segurar com
um penso secundário não absorvente.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
VANTAGENS:
- Limpa a ferida e absorve o exsudado, rapidamente
- É, de forma geral, bem tolerado
- É de fácil aplicação e remoção
- Promove a granulação
DESVANTAGENS:
- Necessita de ser mudado diariamente
35
APRESENTAÇÃO: Pensos rectangulares, quadrados e redondos com vários tamanhos e um penso
oval
®
NOME COMERCIAL: Tender Wet 24 active
COLAGENASE
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
Indicado para o desbridamento enzimático de qualquer tipo de ferida com crosta, necrose
ou esfacelos, independentemente, da sua etiologia e localização.
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
Lavar a ferida com Solução salina a 0,9%. Colocar o produto directamente em cima da
ferida até formar uma camada de 1-2mm de espessura. Quando o tecido necrótico for muito
seco deverá fazer-se pequenas incisões para favorecer a penetração do produto. Cobrir com
um penso humedecido com solução salina a 0,9% e segurar com um penso secundário.
Pode ainda, ser aplicado em associação com hidrogel em partes iguais. Deve proteger-se a
pele circundante com um protector cutâneo.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
VANTAGENS:
- É um desbridante eficaz, quando tolerado
DESVANTAGENS:
- Necessidade de penso diário
- Não pode ser aplicado em feridas infectadas
- No início do tratamento pode provocar ardor e dor localmente, sendo, por vezes,
necessário suspendê-lo
- Podem desencadear reacções de sensibilidade
- Não pode ser associado a outros produtos enzimáticos, a pensos sintéticos, a
antissépticos, a sais de prata e a sabões.
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HEMOSTÁTICOS
Os hemostáticos são produtos criados para controlar as hemorragias persistentes causadas por
cirurgia, trauma ou malignidade.
ESPONJA DE GELATINA
COMPOSIÇÃO:
É uma esponja de gelatina seca de porosidade uniforme, estéril, com efeito hemostático que
se obtém a partir da gelatina purificada.
MECANISMO DE ACÇÃO:
Absorve e retém nas suas malhas várias vezes o seu peso, em sangue
APLICAÇÃO:
A esponja deve ser firmemente pressionada, seca ou humedecida com soro fisiológico,
sobre o local da hemorragia. De seguida cobre-se com um penso secundário impermeável.
O produto terá sido absorvido na totalidade ao fim de duas semanas. Pode ser utilizado em
simultâneo com antibióticos, quimioterápicos ou com trombina sem que o seu efeito
hemostático seja reduzido.
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
Após se encontrar saturada de sangue, esta gaze aumenta de volume formando uma massa
gelatinosa de cor castanha ou preta que ajuda na formação do coágulo, ajudando, desta
forma, a controlar a hemorragia local. É um produto que é reabsorvido entre sete e catorze
dias, sem provocar reacção tecidular, quando devidamente aplicado. A reabsorção está
dependente de diversos factores, tais como: a quantidade utilizada, o grau de saturação com
sangue e e o leito tecidular.
APLICAÇÃO:
Deve ser aplicada seguindo técnica asséptica. A quantidade necessária depende da natureza
e intensidade da hemorragia. Não deve ser humedecida. Quando aplicado em orifícios
ósseos ou em áreas próximas ou limitadas por ossos, deve ser removido.
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PROTECTORES, REGENERADORES CUTÂNEOS E
HIDRATANTES
SUCRALFATO + SULFATO DE COBRE E ZINCO + ÓXIDO DE
ZINCO
COMPOSIÇÃO:
É um creme composto por uma base de água termal a que estão associados o sucralfato, o
sulfato de cobre, o sulfato de zinco e o óxido de zinco
INDICAÇÕES:
Está indicada para dermatites irritativas, dermatites periorais, herpes, fissuras labiais, e
queimaduras. Está ainda indicado em procedimentos pós cirurgicos e dermatológicos, tais
como laser vascular, electrocoagulação, depilação eléctrica e pós-peeling.
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
Aplicar uma a duas vezes por dia sobre a área afectada depois desta limpa e seca.
NOME COMERCIAL: Sicalfate®, Skincol®, Dline® ZCR – Creme com Zinco, Menalind®
Transparent – Creme protector da pele, Triple Care Cream® – Creme protector, Triple Care
EPC® – Creme Extra Protector
COPOLÍMERO ACRÍLICO
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
Quando aplicado, o produto origina a formação duma barreira protectora, livre de álcool,
produzindo um espessamento da camada córnea.
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APLICAÇÃO:
A pele deve estar bem limpa e seca antes de aplicar o produto. Aplicar uma camada
uniforme sobre a área de tratamento. Quando se utilizar o vaporizador, este deve ficar a
uma distância de 10 a 15 cm da superfície da pele e de ser aplicado em movimentos
circulares. Nas zonas de pele com dobras ou pregas, antes da aplicação, estas deverão ser
mantidas separadas e só depois do produto ter secado é que se deixa a pele retomar a sua
posição normal.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
É constituído por um terpolímero acrilato, que permite a sua fixação ao estrato córneo,
impedindo a transferência do creme para a fralda, lençol ou outra superfície de contacto,
permitindo, ainda, uma elevada fixação aos tecidos e adesão de produtos adesivos.
Tem também, na sua composição a dimethicone, que repele contaminantes externos e
conferindo-lhe um efeito barreira, resistente à água. A Dicapryladipate isopropyl palmitate
confere à pele um aspecto suave, macio e flexível.
É uma emulsão de água em óleo sob a forma de creme concentrado com um pH
equilibrado.
INDICAÇÕES:
Indicado para proteger e hidratar a pele em risco por exposição a fluidos corporais –
incontinência (urinária e/ou fecal) e para hidratar peles muito secas – desidratação.
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
A pele deve estar bem limpa e seca antes de aplicar o produto. Aplicar uma pequena
quantidade e espalhar bem (2 gr cobrem uma área de 20cmX25cm.
Se a pele ficar oleosa é porque se aplicou produto em excesso
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
No caso de incontinência, aplicar o creme a cada três episódios. Não é necessário aplicar a
cada lavagem.
No caso de hidratação de pele seca, aplicar uma vez por dia a cada dois dias.
APRESENTAÇÃO: Bisnaga de 92 gr
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LOÇÕES E CREMES HIDRATANTES
COMPOSIÇÃO:
Compostos de vaselina purificada que pode estar também associada a parafina composta ou
a outros produtos, como: glicerina, ceramida, pantenol, ureia, aloé vera, óleo de amêndoas
doces, complexos vitamínicos, etc.
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
NOME COMERCIAL: Decubal®, Dermisol®, Dermissan®, PH5 Eucerin®, Dline® NCR – Creme
Nutritivo, Dline® CC – Creme Refrescante, Dline® LL – Loção Lipídica, Dline® BL –
Loção Básica, Dline® HL – Hidro-loção, Dline® FTG – Gel Tónico Refrescante, Dline®
LPB – Bálsamo Labial, Dline® NOB – Óleo Nutritivo para Banho, Dline® ELB – Óleo
Extra Lipídico para Banho, Menalind® Foam – Espuma hidratante, Menalind® Body
Lotion, Conveen® Protact
ABSORVENTES
Neste grupo incluem-se os produtos com capacidade de absorver o excesso de exsudado. Ao
absorver o exsudado retêm-no preservando a humidade no leito da ferida. Desta forma, promovem a
cicatrização porque favorecem o desbridamento autolítico, a granulação e a epitelização.
ALGINATOS
COMPOSIÇÃO:
O alginato é um produto derivado das algas castanhas. As suas fibras de sais de cálcio e
ácido manurónico absorvem, rapidamente, o exsudado das feridas transformando-se num
gel macio, suave e forte que mantêm a sua integridade, proporcionando, assim, um
ambiente húmido necessário para favorecer a cicatrização.
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
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ferida. Este mecanismo confere aos pensos de alginato propriedades hemostáticas para
pequenas hemorragias.
APLICAÇÃO:
Depois da ferida limpa, colocar o penso de alginato sobre o leito da ferida para que toda a
superfície fique coberta. Cobrir com um penso secundário que se ajuste às características e
localização da ferida. Em feridas muito exsudativas deverá ser utilizado um protector
cutâneo na área circundante para evitar a maceração, já que os alginatos absorvem no
sentido horizontal.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
VANTAGENS:
- Grande capacidade de absorção, cerca de 20 vezes o seu peso
- São macios e confortáveis e a sua remoção é atraumática
- Proporcionam um ambiente húmido que para além de diminuir a dor local, facilita
o desbridamento autolítico
- São muito flexíveis ajustando-se, facilmente, a qualquer forma de ferida.
- São de fácil aplicação e remoção
- Proporcionam isolamento térmico
- Diminui o número de tratamentos
- Pode ser utilizado em feridas infectadas
DESVANTAGENS:
- Necessitam de penso secundário
- Não podem ser utilizados em feridas pouco exsudativas
- Algumas formas poderão deixar fibras no leito da ferida se a drenagem não for
suficiente para se produzir gel
HIDROFIBRAS
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
Depois da ferida limpa, aplicar um penso de forma a ultrapassar os bordos das feridas pelo
menos 1 cm. O penso pode ser recortado num formato que melhor se adeque aos contornos
da ferida.
Em feridas cavitadas deve-se preencher apenas 80% da cavidade, sem pressionar, deixando
uma ponta de fora com cerca de 2,5cm para facilitar a sua remoção.
Cobrir com um penso secundário que melhor se ajuste às características da ferida.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
O penso pode permanecer na ferida até estar saturado ou pode ser mudado consoante as
necessidades clínicas.
VANTAGENS:
- Grande capacidade de absorção, cerca de 30 vezes o seu peso
- São macios e confortáveis e a sua remoção é atraumática
- Proporcionam um ambiente húmido que para além de diminuir a dor local, facilita
o desbridamento autolítico e ajuda a controlar o ambiente microbiano,
promovendo desta forma a cicatrização.
- São muito flexíveis ajustando-se, facilmente, a qualquer forma de ferida.
- Proporcionam isolamento térmico
- Diminui o número de tratamentos
- São de fácil aplicação e remoção
DESVANTAGENS:
- Necessitam de penso secundário
- Não podem ser utilizados em feridas pouco exsudativas
- As hidrofibras com iões de prata não devem ser utilizadas em Utentes com
conhecida sensibilidade à prata
ESPUMAS
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
Estão indicadas em todo o tipo de feridas, sejam elas planas, tunelizadas ou cavitadas, que
se apresentem moderada ou pouco exsudativas e em feridas infectadas. Podem ser
utilizadas como penso primário, permitindo, neste caso, a absorção e o isolamento térmico
do leito da ferida e como penso secundário quando cobre feridas já preenchidas com outro
tipo de penso ou para reforçar a absorção em feridas muito exsudativas.
MECANISMO DE ACÇÃO:
As espumas de poliuretano absorvem por acção hidrófila. A camada que fica em contacto
com a ferida tem uma baixa aderência e permite a sua remoção sem provocar traumatismo.
Alguns pensos possuem um revestimento permeável ao vapor de água o qual é hidrófobo,
evitando grandes concentrações de humidade no leito da ferida.
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Absorvem o exsudado na horizontal o que torna necessário a aplicação dum protector
cutâneo. As espumas com silicone absorvem na vertical. A capacidade de absorção é
variável de penso para penso.
APLICAÇÃO:
Deverá ser aplicado um penso maior do que a ferida de forma a permitir uma margem igual
ou superior a 2,5 cm. Nas feridas cavitadas é necessário tem em atenção o tipo/formato de
espuma seleccionada porque as espumas existentes vão desde aquelas que não aumentam
de volume até outras que aumentam mais de 50% de tamanho.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
VANTAGENS:
- Não aderem ao leito da ferida
- São flexíveis permitindo o ajuste a qualquer parte do corpo
- São de fácil aplicação e remoção
- Podem ser usados sob compressão
- Proporcionam isolamento térmico
- Podem ser utilizados em zonas do corpo para almofadar
DESVANTAGENS:
- Não pode ser aplicado em escaras secas
- Necessitam da utilização de protector cutâneo excepto o que tem silicone
APRESENTAÇÃO: pensos planos, com vários tamanhos, anatómicos e formas várias para feridas
cavitadas
É constituído por uma compressa acrílica própria envolta entre duas camadas de película
adesiva transparente. A camada que fica em contacto com o leito da ferida é perfurado de
modo a permitir a absorção do fluído derivado da ferida pela compressa acrílica
absorvente. A camada exterior não é perfurada mas é permeável ao vapor húmido e
impermeável a líquidos, bactérias e vírus.
INDICAÇÕES:
Está indicado para úlceras dérmicas de espessura parcial e total, incluindo úlceras de
pressão, feridas superficiais, abrasões, queimaduras de 1º e 2º grau e locais de enxerto,
moderadamente exsudativas. Também pode ser utilizado como penso de protecção de pele
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integra em risco ou em pele que começa a mostrar sinais de danos devidos a fricção ou
cortes.
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
VANTAGENS:
- Favorece o processo de cicatrização
- Não adere ao leito da ferida
- É flexível permitindo o ajuste a qualquer parte do corpo
- É transparente permitindo a monitorização da ferida
- É de fácil aplicação e remoção
- Não deixa resíduos na ferida
- Proporcionam isolamento térmico
- Não necessita de penso diário
DESVANTAGENS:
- Não pode ser utilizado em feridas infectadas ou com colonização crítica
PROMOTORES DA CICATRIZAÇÃO
Os promotores da cicatrização são produtos que se destinam a activar a regeneração tecidular, estimulando a
angiogénese à custa de príncipios activos, como o ácido hialurónico, os colagénios e o factor de crescimento
recombinado de origem plaquetária humana (PDGF).
ÁCIDO HIALURÓNICO
COMPOSIÇÃO:
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INDICAÇÕES:
A sua aplicação está indicada em feridas que não evoluem e que não contenham tecidos
mortos ou desvitalizados nem se encontrem infectadas ou colonizadas criticamente.
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
Colocar a placa do produto sobre a ferida, ou introduzir a tira na cavidade sem apertar
demasiado, depois de estar devidamente limpa.
Cobrir com um penso secundário impermeável.
A sua remoção deverá ser feita com jactos de soro fisiológico a média ou alta pressão.
Quando se iniciar a epitelização suspende-se o tratamento com o ácido hialurónico e aplica-
se outro produto que facilite a epitelização.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
Esta é determinada pela quantidade de exsudado, podendo permanecer até três dias.
VANTAGENS:
- Reactiva o processo de cicatrização
- Não adere ao leito da ferida
- É flexível permitindo o ajuste a qualquer parte do corpo
- É de fácil aplicação e remoção
- Proporcionam isolamento térmico
- Não necessita de penso diário
DESVANTAGENS:
- Necessitam de penso secundário
- Não pode ser utilizado em feridas infectadas ou com colonização crítica
COLAGÉNIO
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
A sua aplicação está indicada em feridas que não evoluem e que não contenham tecidos
mortos ou desvitalizados nem se encontrem infectadas ou colonizadas criticamente.
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MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
Colocar a placa de colagénio, previamente humedecido com soro fisiológico, sobre a ferida
depois de estar devidamente limpa. Se o colagénio for em grânulos, não necessita de ser
humedecido. Cobrir com um penso secundário impermeável. Quando a granulação estiver
instalada, suspende-se o tratamento com este produto e inicia-se com outro que providencia
uma cicatrização por meio húmido.
Quando associado à matriz modeladora das proteases pode ser utilizado mesmo durante a
epitelização.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
VANTAGENS:
- Reactiva o processo de cicatrização
- Não adere ao leito da ferida
- Depois de humedecido, é flexível, permitindo o ajuste a qualquer parte do corpo
- É de fácil aplicação
- Não necessita de ser removido porque é absorvido
DESVANTAGENS:
- Necessitam de penso secundário
- Não pode ser utilizado em feridas infectadas ou com colonização crítica
INDICAÇÕES:
Como material de engenharia tecidular, aprovado pela FDA, a sua aplicação está indicada
em queimaduras e em cirurgia reconstrutiva.
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MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
VANTAGENS:
- Permite a excisão precoce da ferida
- Encerramento imediato da ferida
- Controla a perda de fluidos
- Protege contra a penetração de microrganismos
- Psicologicamente, o Utente melhora
- Permite uma reabilitação e deambulação mais precoce
É um gel que contém o factor de crescimento derivado das plaquetas humanas (PDGF)
usado para promover a cicatrização. Não é um derivado sanguíneo.
INDICAÇÕES:
A sua aplicação está indicada em feridas que não evoluem e que não contenham tecidos
mortos ou desvitalizados nem se encontrem infectadas ou colonizadas criticamente.
MECANISMO DE ACÇÃO:
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APLICAÇÃO:
Aplicar apenas em feridas limpas em fase de granulação. Espalhar o gel com a ajuda de um
cotonete, sobre a superfície da ferida de modo a deixar uma camada com cerca de 0,2 cm
de espessura e cobrir com um penso embebido em soro fisiológico. A ferida não deve estar
seca nem muito húmida.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
Depois de aplicado, este factor de crescimento, deve permanecer sobre a ferida durante
cerca de 12 horas, após o qual deve ser, delicadamente removido com uma solução salina.
De seguida deve-se cobrir a ferida de novo com um penso humedecido com soro
fisiológico a 0,9%.
Caso a ferida não apresente uma evolução de cerca de 30% ao fim de 10 semanas ou não
tiver encerrado ao fim de 20 semanas, a continuação da aplicação deste produto deve ser
ponderado.
Os modeladores das proteases então associados a uma matriz composta por colagénio e
celulose regenerada oxidada, a um polímero (cadexómero) contendo polietilenoglicol e
poloxamero ou a uma gaze de acetato impregnada com uma pomada ionogénica poli-
hidratada (PHI-5 Zinco, Potássio, Rubídio, Cálcio, Ácido Cítrico, Polietilenoglicol).
INDICAÇÕES:
A sua aplicação está indicada em feridas que não evoluem e que não contenham tecidos
mortos ou desvitalizados nem se encontrem infectadas ou colonizadas criticamente.
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
Limpar a ferida com uma solução salina e aplicar o produto sobre a ferida. Cobrir com um
penso secundário.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
Esta é determinada pela quantidade de exsudado, podendo permanecer até três dias.
VANTAGENS:
- Reactiva o processo de cicatrização
- Não adere ao leito da ferida
- É de fácil aplicação
DESVANTAGENS:
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- Necessitam de penso secundário
- Não podem ser utilizados em feridas infectadas ou com colonização crítica
HIDROCOLÓIDES
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
Estão indicados para feridas com pouco exsudado, em granulação e epitelização e como
penso secundário.
Em associação com o hidrogel, é um adjuvante do desbridamento em feridas com necrose
seca.
MECANISMO DE ACÇÃO:
Em contacto com o pouco exsudado da ferida, transforma-se num gel viscoso, garantindo
um ambiente húmido e promovendo a granulação e a epitelização. Está contra-indicada a
sua aplicação em feridas com a pele circundante macerada ou muito fragilizada.
APLICAÇÃO:
Antes de ser aplicado sobre a ferida, a placa deve ser aquecida entre as mãos, pois assim,
fica mais flexível e o calor faz aumentar a sua adesividade. Deve ser seleccionado uma
placa maior do que a ferida, para que fique uma margem para além dos bordos da ferida, de
pelo menos 2cm.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
É determinada pela quantidade de exsudado. Quanto menos for o exsudado, mais tempo
pode permanecer na ferida. Pode ser deixado na ferida até cinco dias
VANTAGENS:
- Não adere ao leito da ferida
- Facilita o desbridamento autolítico
- É auto-aderente
- Flexível e adaptável
- Proporcionam isolamento térmico
- Impermeável a fluidos e bactérias
- Não necessitam de penso secundário
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DESVANTAGENS:
- Não podem ser utilizados em feridas exsudativas, infectadas, com colonização
crítica, com a pele circundante muito frágil e em feridas com exposição óssea ou
tendinosa.
- Alguns são opacos
- Alguns são rígidos
- Odor intenso e desagradável aquando da troca de pensos
- O gel que se forma pode ser confundido com infecção
APRESENTAÇÃO: Placas com várias formas, tamanhos e espessuras, com rebordo e sem rebordo
NOME COMERCIAL: Hydrocoll® com e sem rebordo, Varihesive®Gel Control com e sem rebordo,
Combiderme®, Combiderme®N, Versiva®, Tegasorb®3M, Suprasorb®H,
Askina Hydro, Askina Biofilme Transparent, Ultec Pro, Algoplaque®border,
® ®
Algoplaque®HP, Comfeel®Plus.
Placas com rebordo para a zona sagrada: Hydrocoll®Sacral, Suprasorb®H,
Algoplaque® sacro, Comfeel®Plus Contorno.
Placas com rebordo para zonas côncavas: Hydrocoll®concave, Comfeel®Plus
Contorno.
É uma emulsão composta por 75% de água e 25% de vários componentes oleosos ricos em
vitaminas (óleo de abacate, ácido sórbico, estearato de glicol, trolamina, parafina sólida e
líquida, propilenoglicol, etc.)
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
Depois de limpa, cobrir, completamente, a ferida com uma camada de emulsão com cerca
de 0,5 cm de espessura. Cobrir com compressas, previamente, humedecidas com soro
fisiológico e isolar com um penso impermeável.
Protecção para radioterapia: iniciar a aplicação 7 a 10 dias antes da primeira sessão de
radioterapia. Durante o período de radioterapia, deverá ser aplicada 2 horas antes da sessão
e duas a três vezes depois da sessão ou mais caso a pele continue ruborizada. Manter a
aplicação da emulsão durante duas semanas após o final da radioterapia
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
Numa fase inicial pode ser necessário mudar o penso duas vezes por dia.
Depois deve ser mudado o penso diariamente
VANTAGENS:
- Promove a humidade do leito da ferida
- Provoca uma vasodilatação local
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- Aumenta o débito sanguíneo a nível cutâneo
DESVANTAGENS:
- Necessitam de penso secundário
- Requer mudanças frequentes de penso
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
São pensos não aderentes cuja gordura tem por fim hidratar e proteger o leito da ferida
APLICAÇÃO:
Após limpeza da ferida colocar o penso directamente sobre a ferida e cobrir com um penso
secundário mais ou menos absorvente conforme a quantidade de exsudado presente.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
NOME COMERCIAL:
Com Petrolato: Adaptic®, Adaptic® Digit, Attrauman®, Vaseline®, Xeroform®,
Com Vaselina: Lomatuel®lH,
Com Parafina: Grassolind®, Jelonet®
Com Vaselina e partículas de hidrocolóide: Urgotul®,
PELÍCULAS SEMI-PERMEÁVEIS
COMPOSIÇÃO:
Podem ter composição vária como: poliuretano, copolímero com ou sem álcool,
hidrocolóide, silicone, poliamida endurecida com silicone; óxido de polietileno 4% com
água a 96%, etc. sendo permeáveis ao oxigénio e ao vapor de água.
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INDICAÇÕES:
Usado como penso primário na fase final da granulação e também para a fase de
epitelização ou secundário com função de fixar e impedir a saída de exsudado e a entrada
de água.
MECANISMO DE ACÇÃO:
Todos eles formam uma barreira semi-permeável de longa duração que actua como
elemento protector da pele.
As películas mantêm um ambiente húmido que promove a formação de tecido de
granulação e de epitelização
APLICAÇÃO:
Limpar a ferida e secar a pele circundante. Aplicar a película sobre a ferida deixando uma
margem de cerca de 2,5 cm sobre a pele íntegra.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
A película pode permanecer na ferida durante sete dias, dependendo da condição da ferida
e da integridade da pele circundante.
VANTAGENS:
- Impermeáveis a fluídos orgânicos e microrganismos
- Mantêm um ambiente húmido
- Permitem a observação da ferida
- São flexíveis, ajustando-se com facilidade
- Previnem e reduzem a fricção
- Não requerem penso secundário
DESVANTAGENS:
- Como penso primário, não devem ser utilizados em feridas infectadas
- Não têm capacidade de absorção
- Não aderem às superfícies húmidas
NOME COMERCIAL:
Está indicada como penso primário em feridas cirúrgicas limpas ou com pouco exsudado.
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APLICAÇÃO E FREQUÊNCIA DE MUDANÇA: É conforme as orientações dadas para as
películas semi-permeáveis.
ANTIMICROBIANOS
Os pensos antimicrobianos são aqueles que são constituídos por produtos indicados para o
tratamento local da infecção de feridas, como: o iodo, a prata e o mel.
COM IODO
CADEXÓMERO DE IODO
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
VANTAGENS:
- mantém a humidade do leito da ferida
- é de fácil aplicação e remoção
- tem capacidade de absorver exsudados e tem acção desbridante
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DESVANTAGENS:
- necessita de penso secundário
- esta contra-indicado em Utentes com sensibilidade conhecida ao iodo, tiróidite de
hashimoto, bócio multinódular e em crianças
- risco de interacção com o lítio – possibilidade de aumentar o hipotiroidismo
- não pode ser utilizado com taurolidina – risco de acidose metabólica.
IODOPOVIDONA 10%
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
Limpar a ferida e secar a pele circundante. Aplicar o produto e cobrir com um penso secundário.
VANTAGENS:
- mantém a humidade do leito da ferida
- de fácil aplicação e remoção
DESVANTAGENS:
- a iodopovidona não tem capacidade de absorção
- necessita de penso secundário
- esta contra-indicado em Utentes com sensibilidade conhecida ao iodo e em
crianças
COM PRATA
NANOCRISTALINO DE PRATA
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
Está indicado como barreira antimicrobiana em feridas superficiais e profundas tais como
feridas crónicas, queimaduras, regiões dadoras e receptoras de enxertos de pele.
Eficaz, in-vitro, contra mais de 150 espécies de agentes patogénicos – bactérias gran-
positivas, gram-negativas, resistente a antibióticos e organismos fúngicos.
MECANISMO DE ACÇÃO:
O prefixo “nano” significa a bilionésima parte da unidade e as películas mais pequenas, não
só, penetram numa maior área de superfície, mas também, levam a um aumento da
solubilidade e da bioactividade. O nanocristalino de prata protege as feridas de futuras
contaminações bacterianas. A libertação prolongada e controlada da prata nanocristalina
estabelece uma barreira antimicrobiana, reduzindo o risco de colonização e prevenindo a
infecção. A barreira antimicrobiana é mantida pelo menos durante 3 dias e 7 dias na versão
“7”. Protege a ferida de microrganismos patogénicos invasores, contribuindo deste modo
para uma rápida cicatrização. O penso de nanocristalino liberta o poder antimicrobiano da
prata no leito da ferida, sem inibir a cicatrização. A prata nanocristalina também é eficaz
contra os microrganismos presentes na ferida, ajudando a diminuir o risco de infecções
cruzadas.
APLICAÇÃO:
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
VANTAGENS:
- Fácil aplicação e remoção
- Longa duração, permite menos mudas de penso
- Eficaz em feridas de grande extensão superficial
- Ajuda a manter um ambiente húmido, necessário a uma rápida cicatrização
DESVANTAGENS:
- Necessitam de penso secundário
- Não devem ser utilizados em Utentes com conhecida sensibilidade à prata
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HIDROFIBRA COM PRATA
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
As hidrofibras com iões de prata associados, para além de reter, elas matam, também, esses
microrganismos. Assim, quando estão em contacto com o leito da ferida, os iões de sódio
do exsudado ligam-se ao penso provocando a libertação dos iões de prata na concentração
correspondente à sua máxima solubilidade, deste modo a prata está continuamente
disponível no interior deste ambiente húmido, garantindo uma actividade antimicrobiana
sustentada durante todo o período de utilização do penso. A baixa concentração de prata
disponível sob a forma iónica não apresenta citotoxicidade nem induz resistência
bacteriana.
APLICAÇÃO:
Depois da ferida limpa, aplicar um penso de forma a ultrapassar os bordos das feridas pelo
menos 1 cm. O penso pode ser recortado num formato que melhor se adeque aos contornos
da ferida.
Em feridas cavitadas deve-se preencher apenas 80% da cavidade, sem pressionar, deixando
uma ponta de fora com cerca de 2,5cm para facilitar a sua remoção.
Cobrir com um penso secundário que melhor se ajuste às características da ferida.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
As hidrofibras com prata ionizada deverão, se possível, permanecer na ferida, pelo menos,
3 dias.
VANTAGENS:
- Grande capacidade de absorção, cerca de 30 vezes o seu peso
- São macios e confortáveis e a sua remoção é atraumática
- Proporcionam um ambiente húmido que para além de diminuir a dor local, facilita
o desbridamento autolítico e ajuda a controlar o ambiente microbiano,
promovendo desta forma a cicatrização.
- São muito flexíveis ajustando-se, facilmente, a qualquer forma de ferida.
- Proporcionam isolamento térmico
- Diminui o número de tratamentos
- São de fácil aplicação e remoção
DESVANTAGENS:
- Necessitam de penso secundário
- Não podem ser utilizados em feridas pouco exsudativas
- Não devem ser utilizados em Utentes com conhecida sensibilidade à prata
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ESPUMA COM PRATA
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
O exsudado em contacto com o penso liberta gradualmente os iões de prata para o leito da
ferida eliminando, assim, os microrganismos.
APLICAÇÃO:
Depois da ferida limpa, aplicar o penso. O penso pode ser recortado num formato que
melhor se adeque aos contornos da ferida.
Cobrir com um penso secundário que melhor se ajuste às características da ferida.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
As espumas com prata ionizada deverão, se possível, permanecer na ferida, pelo menos, 3
dias.
VANTAGENS:
- São macios e confortáveis e a sua remoção é atraumática
- São muito flexíveis ajustando-se, facilmente, a qualquer forma de ferida.
- Proporcionam isolamento térmico
- Diminui o número de tratamentos
- São de fácil aplicação e remoção
DESVANTAGENS:
- Necessitam de penso secundário
- Não podem ser utilizados em feridas pouco exsudativas
- Não devem ser utilizados em Utentes com conhecida sensibilidade à prata
INDICAÇÕES:
Os produtos impregnados com prata estão indicados na prevenção e tratamento das feridas
infectadas ou colonizadas criticamente
MECANISMO DE ACÇÃO:
57
Quando o penso entra em contacto com o leito da ferida, os iões de sódio do exsudado
ligam-se ao penso provocando a libertação dos iões de prata que vão destruir os
microrganismos absorvidos.
APLICAÇÃO:
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
VANTAGENS:
- Fácil aplicação e remoção
- Não aderem ao leito da ferida
- Promovem um ambiente húmido
- Previnem e controlam a infecção
DESVANTAGENS:
- Requerem penso secundário
- Não podem ser utilizados em utentes com sensibilidade à prata ou aos outros
produtos que constituem o penso
O carvão activado é impregnado com prata metálica por aquecimento do tecido de viscose
fino. É revestido ainda por uma folha de nylon que sela os quatros cantos e reduz assim a
perda de partículas e fibras.
INDICAÇÕES:
Os produtos impregnados com prata estão indicados na prevenção e tratamento das feridas
infectadas ou colonizadas criticamente
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
58
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
VANTAGENS:
- Fácil aplicação e remoção
- Não aderem ao leito da ferida
- Promovem um ambiente húmido
- Previnem e controlam a infecção
DESVANTAGENS:
- Requerem penso secundário
- Não podem ser utilizados em utentes com sensibilidade à prata ou aos outros
produtos que constituem o penso
SULFADIAZINA DE PRATA
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
No tratamento de queimaduras de 2º e 3º graus aplicar uma a duas vezes por dia. No caso
de outras feridas menos exsudativas pode permanecer 2 ou 3 dias.
DESVANTAGENS:
- Está bem demonstrada a sua citotoxicidade, estando esta mais associada à
libertação da sulfonamida do que da prata
- Leucopenia em cerca de 3 a 5% dos Utentes queimados e tratados com este
produto
- Podem ocorrer reacções locais como queimaduras, prurido e rash cutâneo.
59
APRESENTAÇÃO: Creme em boiões e bisnaga
COM MEL
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
Limpar a ferida e secar a pele circundante. Aplicar o produto directamente, sobre o leito da
ferida e cobrir com um penso secundário.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
VANTAGENS:
- Fácil aplicação e remoção
- Não aderem ao leito da ferida
- Promovem um ambiente húmido
- Controla o odor
- Controla o ambiente microbiano
DESVANTAGENS:
- Pode necessitar de penso diário
- Requerem penso secundário
- Não podem ser utilizados em utentes com sensibilidade ao mel ou aos outros
produtos que constituem o penso
60
COM POLIHEXANIDA
COMPOSIÇÃO:
Penso: Composta por microfibras de celulose obtidas por biossíntese a partir de uma
cultura de Acetobacter xylinium. È um penso estéril, branco e com superfície suave.
Solução de Limpeza: Solução de polihexanida e undecilenamidopropil betaína.
Gel: Gel de polihexanida e undecilenamidopropil betaína.
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
A polihexanida, tem uma acção bactericida comprovada, agindo contra um amplo esprectro
de microrganismos como estafilococos aureus, pseudomonas aeruginosas, candidaalbicans
e escherichia coli.
Elimina os microrganismos graças a um efeito fisicoquímico selectivo, de forma a não
interagir com as células, permitindo assim, uma técnica segura e efectiva para a limpeza e
descontaminação da ferida sem interferir com o processo de cicatrização.
Reduz a tensão superficial permitindo a sua penetração de forma a desprender as bactérias e
os biofilmes bacterianos, bem como, os resíduos presentes no leito da ferida.
APLICAÇÃO:
Penso: Depois da ferida limpa, cobrir apenas o seu leito ou introduzir na loca, com o penso
proteger a pele circundante e aplicar penso secundário.
Solução de Limpeza: A ferida pode ser limpa sob a forma de irrigação directa do frasco;
através de compressas humedecidas com a solução de polihexanida; humedecendo
compressas com a solução e aplicando sobre o leito da ferida durante cerca de 10 – 15
minutos; no caso de fístulas profundas pode utilizar-se a irrigação com uma seringa
Gel: Depois da ferida limpa, cobrir o leito da ferida com uma fina camada de 3 – 5 mm,
deixando a actuar até ao próximo tratamento
VANTAGENS:
- Fácil aplicação e remoção
- Não aderem ao leito da ferida
- Promovem um ambiente húmido
- Controla o odor e o ambiente microbiano
- Excelente tolerância cutânea
DESVANTAGENS:
- Requerem penso secundário
- O penso não deve ser utilizado em queimaduras de 3º grau
APRESENTAÇÃO: Placas, quadradas ou rectangulares, com vários tamanhos. Frascos de 350 ml.
Bisnagas
POMADA DE BACITRACINA
INDICAÇÕES:
61
APLICAÇÃO:
Aplicar uma a três vezes por dia, cobrindo de seguida com um penso não aderente e estéril.
O seu uso deve ser restringido a situações bem definidas e o tempo de utilização não deve
prolongar-se durante mais de uma semana, salvo indicação médica.
DESVANTAGENS:
- A utilização de bacitracina pode levar ao desenvolvimento de organismos não
susceptíveis, incluindo fungos.
- A aplicação de bacitracina pode desencadear reacções anafiláticas alérgicas.
APLICAÇÃO:
Aplicar uma a três vezes por dia, sobre a área afectada com ou sem penso secundário. O
seu uso deve ser restringido a situações bem definidas e o tempo de utilização não deve
prolongar-se durante mais de uma semana, salvo indicação médica.
OUTROS PRODUTOS
ÁGUA SUPER-OXIDADA
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
62
APLICAÇÃO:
FREQUÊNCIA DA APLICAÇÃO:
Depende da natureza e características da ferida. Duma forma geral é aplicado sempre que
seja necessário mudar o penso secundário.
REDE DE ACETATO
COMPOSIÇÃO:
É uma rede de acetato composta por um derivado do ácido gordo de ACC (cloreto de
dialquilcarbamilo).
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
É um penso hidrófobo que aprisiona nas suas malhas os microrganismos, reduzindo desta
forma a carga microbiana do leito da ferida
APLICAÇÃO:
Limpar a ferida e secar a pele circundante. Aplicar o produto directamente, sobre o leito
da ferida e cobrir com um penso secundário.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
O carvão activado pode estar associado, a uma compressa de viscose coberta com uma
camada de poliamida, a alginato, ou a hidrofibra.
INDICAÇÕES:
O carvão activado tem uma acção adsorvente de odores e gases pelo que está indicado em
feridas com mau odor.
63
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
Deve ser mudado diariamente. Depois de controlado o odor podem permanecer 3 a 4 dias.
VANTAGENS:
- Fácil aplicação e remoção
- É um absorvente com função desodorizante
DESVANTAGENS:
- Não podem ser cortados
- Não podem estar em contacto com creme ou qualquer outro produto gordo
- Necessita de penso secundário
PENSOS DE BIOCERÂMICA
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
64
CREME DE PANTENOL 5%
INDICAÇÕES:
APLICAÇÃO:
Aplicar uma ou várias vezes por dia de acordo com a evolução clínica.
INDICAÇÕES:
APLICAÇÃO:
Aplicar o creme na superfície lesada, uma a três vezes por dia no início do tratamento. À
medida que a lesão for melhorando, diminui-se também o número de aplicações.
REMODELADORES DE CICATRIZES
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
APLICAÇÃO:
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
65
Outras terapia
TERAPIA POR PRESSÃO NEGATIVA
A terapia por pressão negativa (TPN) é um sistema utilizado na cicatrização de feridas em que se
institui uma pressão negativa, localizada e controlada, com o objectivo de estimular a granulação e a
cicatrização.
INDICAÇÕES:
Feridas crónicas
Úlceras por pressão
Úlceras por estase venosa e diabéticas
Feridas agudas e traumáticas
Feridas infectadas
Deiscências: esternal pós esternotomia e da parede abdominal
Preparação do leito da ferida para enxerto
Fixação de enxerto cutâneo
Cobertura de enxertos vasculares expostos
Cirurgia oral e maxilo-facial
Cobertura de material de prótese de coluna
Fasceíte necrosante – Gangrena de Fournier
Lesões por insectos
Redução de morbilidade da zona dadora
Lesões por extravasão de citotóxicos
CONTRA-INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
66
Recortar a esponja à medida da ferida
Colocar a pelicula adesiva
Conectar a tubuladura de aspiração à esponja
Conectar a tubuladura de aspiração ao reservatório e este ao aspirador
Programar na máquina os parâmetros de trabalho
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
O penso deve ser mudado de 3/3 ou 4/4 dias ou sempre que o profissional verifique
qualquer alteração que o justifique.
VANTAGENS:
Fácil aplicação
Não é doloroso para o utente
Seguro e eficaz
O aumento considerável da taxa de cicatrização permite diminui o tempo de internamento
Boa relação custo/benefício
APRESENTAÇÃO:
NOME COMERCIAL: V.A.C. ® Therapy: V.A.C.TM Negative Pressure Wound Therapy System,
ABTheraTM Open Abdomen Negative Pressure Therapy System, PrevenaTM Incision
Management System, Exsudex®, Renasys® EZ, Renasys® F/AB e Renasys® GO: Renasys F
(foam) e Renasys G (gauze)
A Terapia MIRE, induz à libertação de Óxido Nítrico – NO - das células e dos globulos vermelhos. Este
constitui um dos mais importantes mediadores dos processos intra e extracelulares, está envolvido no
relaxamento vascular e tem um papel de grande importância na protecção dos vasos sanguíneos. É ainda:
- Vasodilatador – aumenta o fluxo nutricional nos capilares através de uma vasodilatação
das artérias e capilares
- Neurotransmissor
- Mediador da morfina – reduz a dor:
Indirectamente, aumentando a circulação e reduzindo a
isquémia/hipóxia que causa a dor. Reduz a inflamação/edema
que comprime os nervos e provocando a dor.
Directamente, pelo efeito analgésico da morfina
- Percursor da angiogénese e melhora o desempenho dos factores de crescimento dos
tecidos
- Poderoso agente anabólico
- Mediador das fibrilas de colagénio.
INDICAÇÕES:
- Dor neuropática
- Edema
- Neuropatia Diabética ou Química
- Tratamento de Feridas
- Sensibilidade
- Equilíbrio e marcha
- Fisioterapia em geral e Medicina Desportiva
67
CONTRA-INDICAÇÕES:
- Cancro activo
- Gravidez
- Não utilize qualquer gerador eléctrico portátil.
- Não utilize com água ou humidade.
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
FREQUÊNCIA DO TRATAMENTO:
O tratamento deve ser feito, no mínimo, 3 vezes por semana, durante cerca de 30 a 45
minutos e com as 8 almofadas. Isto pode variar de acordo com a gravidade da lesão e/ou
com os objectivos do tratamento.
VANTAGENS:
- Fácil aplicação
- Não é doloroso para o utente
- Seguro e eficaz
- Aumento considerável da taxa de cicatrização
- Boa relação custo/benefício
DESVANTAGENS:
- Queimaduras superficiais se aplicação incorrecta
- Hipoglicemia em diabéticos não controlados
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APRESENTAÇÃO:
TERAPIA COMPRESSIVA
BOTA DE HUNNA
COMPOSIÇÃO:
Ligadura composta por glicerina e gelatina impregnada com óxido de zinco que depois de
aplicada fica semi-rígida. Aderem bem à pele, não se movendo nem deslizando. Juntamente
com a actividade muscular tem um efeito descongestionante. Exerce uma pressão entre 18
a 30 mmHg.
INDICAÇÕES:
APLICAÇÃO:
Almofadar as áreas sensíveis. Colocar a ligadura cortando-a após cada circular. No joelho
deve fazer-se um ângulo de 90o. Depois de aplicada, proteger com uma ligadura moldável.
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
Deve ser substituída quando estiver a ficar solta, numa fase inicial duas vezes por semana e
depois uma vez por semana.
LIGADURAS DE 2 CAMADAS
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
MECANISMO DE ACÇÃO:
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APLICAÇÃO:
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
No início do tratamento pode ter que se reajustar a ligadura ao fim de 2 ou 3 dias, pois a
diminuição do edema é grande. Depois pode permanecer durante 1 semana
LIGADURAS DE 4 CAMADAS
COMPOSIÇÃO:
INDICAÇÕES:
Ligaduras de forte compressão indicadas nos casos de congestão devida a uma síndrome
pós-trombótica, diminuindo o edema e promovendo o retorno venoso dos Utentes com
insuficiência venosa crónica.
MECANISMO DE ACÇÃO:
APLICAÇÃO:
FREQUÊNCIA DE MUDANÇA:
No início do tratamento pode ter que se reajustar a ligadura ao fim de 2 ou 3 dias, pois a
diminuição do edema é grande. Depois pode permanecer durante 1 semana
ESTIMULAÇÃO ELÉCTRICA
Define-se como o uso de corrente eléctrica capacitiva emparelhada para a transferência de energia para
a ferida (Sussman & Byl, 1998), envolve a transferência de corrente eléctrica através de um eléctrodo
aplicado à pele humidificada ou ao leito da ferida, o que forma um meio condutor. As interacções
70
entre as células vivas dos tecidos criam um ambiente bio-eléctrico que é alterado pela lesão. O
objectivo do estímulo eléctrico é o acréscimo de velocidade à qual este é normalizado, aumentando a
taxa de reparação. A duração do tratamento é normalmente de 45 a 60 minutos, cinco a sete vezes por
semana. Vários estudos demonstram que este método pode ser benéfico para o tratamento de feridas
de difícil cicatrização. No entanto, os estudiosos entendem que tem que se fazer mais estudos nesta
área para que se possa confirmar as conclusões apontadas pelos estudos existentes. Está contra-
indicado em feridas com osteomielite, malignas, e feridas contendo metais pesados, bem como
grávidas e doentes com pacemaker (Baranoski; Ayello, 2004)
OXIGENIOTERAPIA HIPERBÁRICA
Este tratamento é administrado, colocando o Utente dentro duma câmara estanque (câmara
hiperbárica) com uma pressão mais elevada do que a pressão atmosférica normal, medida ao nível do
mar. Uma vez alojados no seu interior e atingida a pressão de trabalho, os Utentes inalam oxigénio
puro, ou outras misturas gasosas respiráveis hiperoxigenadas (heliox, nitrox, por exemplo), por meio
de máscara buconasal, de tenda cefálica, ou de tubo endotraqueal, em circuito semi-aberto, isto é, o
gás inspirado é conduzido atravé de uma traqueia monida de uma válvula unidireccional, e os gases
expirados são drenados directamente para o exterior da câmara através de outra traqueia apetrechada
com válvula de não retorno. Desta forma fica minimizado o risco de incêndio (José de Gouveia A.
Sousa, 2006).
A duração do tratamento é variável: inicia-se com exposições breves (60 a 120 minutos cada), em altas
doses, (2 a 3 atmosferas). Em média são necessárias 20 a 30 sessões de tratamento (Jorge; Dantas,
2003).
A oxigénioterapia hiperbárica não só proporciona um aumento significativo da disponibilidade do
oxigénio molecular ao nível dos tecidos, como causa uma vasoconstrição hiperóxica, não
hipoxemiante, selectiva, ocorrendo predominantemente, ao nível dos tecidos sãos, com atenuação do
edema e redistribuição da volémia periférica a favor dos tecidos hipóxicos, mecanismo fisiológico este
que acentua os efeitos anti-isquémicos e anti-hipóxicos, desta modalidade complementar de
tratamento, ao nível das extremidades (José de Gouveia A. Sousa, 2006).
O aumento da disponibilidade local de oxigénio molecular ao nível das lesões hipóxicas promove, por
sua vez, a sua cicatrização (aumento, quantitativo e qualitativo, do colagénio fibroblástico, depositado
ao nível da matriz extracelular de tecido conjuntivo, estimulação da angeogénese local e da
reepitelização) e combate a infecção local (aumento da actividade fagocitária das bactérias e da sua
lise ao nível dos granulócitos polimorfonucleares, neutrófilos, cinergismo em relação a certos
antibióticos, efeito bacteriostáctico e bactericida, este último em anaeróbios estritos (José de Gouveia
A. Sousa, 2006).
É importante no tratamento da hipoxia tecidular, má perfusão tecidular, síndromes de compartimento,
esmagamentos, feridas crónicas, queimaduras e necrose infecciosa, viabilização de enxertos cutâneos e
de retalhos musculo-cutâneos com vascularização comprometida (José de Gouveia A. Sousa, 2006).
É uma terapia relativamente segura com alguns efeitos secundários como a miopia e o barotrauma do
ouvido e pulmão. Está contra indicada em doentes com problemas cardíacos e com severa obstrução
pulmonar (DPOC). De qualquer forma é um método que não pode ser utilizado unicamente, por
enfermeiros, no entanto estes devem fazer parte da equipe de tratamento.
Actualmente, já se encontram no mercado, dispositivos para a aplicação local de oxigénioterapia
hiperbárica, para os membros e abdómen – Topical WoundTM Oxigen. A sua acção induz:
Ao aumento da pressão parcial de oxigénio no tecido da ferida
A uma melhor resposta imunológica
A um maior aporte de O2 para a síntese do colagénio
À estimulação da angeogénese
A alterações cíclicas da pressão, estimulando a circulação sanguínea e linfática, reduzindo,
desta forma, o edema da ferida.
ULTRA-SONS
O tratamento através de ultra-sons é feito com a ajuda dum transdutor com gel condutor ou água. Os
ultras sons têm dois efeitos, o térmico e o não-térmico. O efeito térmico caracteriza-se, pelo aumento
da temperatura dos tecidos para um nível terapêutico benéfico, salvaguardando, que deve ser sempre
utilizado em tecido sem comprometimento vascular. O efeito não-térmico é descrito por dois
mecanismos, a cativação e o fluxo acústico, que aumentam a permeabilidade da membrana plasmática
das células, ao cálcio (Dyson, 1995). A entrada de iões cálcio na célula é um estímulo a actividade
71
celular, as células crescem, migram, proliferam diferenciam-.se, fagocitam, sintetizam e segregam
componentes da matriz e factores de crescimento que estimulam exponencialmente a actividade
celular, evoluindo a ferida da fase inflamatória aguda para a fase proliferativa da cicatrização
(Morison, 2001). Também neste caso, os estudos feitos não são consensuais nem suficientes para
poderem provar a eficácia deste método.
ULTRA VIOLETAS
A aplicação de raios ultra-violeta parece inibir o crescimento bacteriano, actuando a nível do núcleo e
da síntese de ADN das bactérias. Os estudos existentes demonstram que a aplicação de raios ultra-
violeta pode ser muito útil no tratamento das feridas crónicas infectadas, principalmente em casos em
que os microrganismos presentes no leito da ferida sejam multi-resistentes.
FACTORES DE CRESCIMENTO
Os factores de crescimento são proteínas (polipeptideos) que ocorrem naturalmente no corpo. O tipo
de factores de crescimento usados nas pesquisas pode ser categorizados em dois grandes grupos:
Factores de crescimento simples, fabricados através da tecnologia de DNA recombinante, e múltiplos
factores de risco, garantidos a partir da libertação de plaquetas (Baranoski; Ayello, 2004). Os PDGF
são hoje em dia os mais conhecidos, são eficazes no tratamento de úlceras diabéticas e em úlceras em
fase de granulação. Os estudos existentes demonstram que são particularmente benéficos em feridas de
difícil cicatrização pois a sua aplicação acelera a cicatrização. No entanto estes benefícios parecem ser
menores nas feridas crónicas (Arnold, 1996). Para além disso é um tratamento muito caro. Os
benefícios nem sempre justificam os custos.
CULTURA DE TECIDOS
É uma técnica que existe desde 1989 e que tem vindo a ser sucessivamente, aperfeiçoada. Colhe-se de
um pedaço de pele que depois se cultiva em laboratório criando lençóis de células que são colocados
por cima das feridas completamente granuladas, limpas e livre de qualquer tecido necrótico,
funcionando como se fosse um enxerto de pele.
SUBSTITUTOS DE PELE
São produzidos a partir de fibroblastos dérmicos humanos cultivados numa placa biossintética. Os
fibroblastos proliferam, segregam proteínas e factores de crescimento, dando origem a uma derme
humana tridimensional, que é utilizada como enxerto sobre o leito da ferida. Os estudos feitos até
agora, demonstram uma aceleração notória da cicatrização e maiores sucessos dos enxertos.
TERAPIAS ALTERNATIVAS
Apesar da expansão destas terapias, elas não estão incluídas nos programas de saúde portugueses. Não
existe uma metodologia adequada de investigação e os estudos existentes são insuficientes e
inconclusivos, incapazes de provar a sua eficácia (Soldevilla, 2004). Deste conjunto de terapias
devemos considerar técnicas que se vão implementando como: a acupunctura, a homeopatia,
fitoterapia, técnicas manuais de massagem, reflexologia e aromoterapia.
72
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www.wocn.org - Website for the Wound, Ostomy and Continence Nurses Society (WOCN); provides discussion forums, online journals
and access to professional resources
www.guidelines.gov/index.asp - Provides a national clearinghouse for guidelines in cooperation with AHRQ, the American
Medical Association and the American Association of Health Plans
www.amda.com – Website for American Medical Directors Association (AMDA) which has released a clinical practice guideline for
pressure ulcer therapy
www.woundsource.com - Provides access to the Wound Product Sourcebook Online and includes a monthly newsletter and a
professional resource center
www.smti.co.uk/World-Wide-Wounds - An electronic journal of wound management practice that provides a newsletter and offers an
online discussion forum
www.woundcarenet.com - Online resource of the Wound Care Communication Network (WCCN) at Springhouse Corporation
www.medicaledu.com/wndguide.htm - The Wound Care Information Network provides educational information for professionals as
well as updates and discussion forum
www.ncbi.nim.nih.gov/PubMed - National Library of Medicine (NLM) search service to access MEDLINE and related databases
www.hcfa.gov - Website for the Heath Care Financing Administration (HCFA) to access the latest on coverage policies on wound care
products and support surfaces
www.npuap.org - Website for the National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP); provides latest version of the Pressure Ulcer Scale
for Healing (PUSH) tool
www.woundcare.org - The Wound Care Institute, Inc. (WCI), a tax exempte, nonprofit organisation for the advancement of wound care,
publishes articles online
www.ahrq.gov - Website for the Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ); formerly the Agency for Healthcare Policy and
Research (AHCPR); provides guidelines, technology assessment and outcomes
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www.woundheal.org - Website for the Wound Healing Society (WHS), a nonprofit organization of clinical and basic scientific
investigators interested in wound healing
www.cinahl.com - Cinahl Information Systems provides access to valuable databases and publications and the ability to order full text
articles
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Physicians – American Sociaty of Internal Medicine; a compendium of best available research findings on
common and important clinical questions
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Department of Clinical Epidemiology and Biostatistics
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reviews of the effects of health care interventions; the Cochrane News is available online and guidelines for
conducting systematic reviews are available
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Based Nursing
www.aptferidas.com/feridas_cronicas.pdf Acedido em 10/05/2011
81
ANEXO 1
DEFINIÇÃO DE TERMOS
TERMO DEFINIÇÃO
ADH Hormona anti-diúretica
RCN Royal College of Nursing
NICE National Institute for Clinical Excelence
AINES Anti-inflamatórios não esteróides
ECM Matriz extra-celular
EPUAP European Pressure Ulcer Advisory Panel
EWMA European Wound Manegement Association
HRQol Health Related Quality of life
IMC Índice da massa corporal
NHP Nottingham Health Profile
NO Óxido nitrico
PDGF Factor de crescimento de origem plaquetária
SIP The sickness impact profile
SNA Sistema nervoso autónomo
SNS Sistema nervoso simpático
TNF Factor de necrose tumoral
IGE Imunoglobulina E
UP Úlcera de pressão
S Enxofre
82
ANEXO 2
GLOSSÁRIO
TERMO DEFINIÇÃO BIBLIOGRÁFICA CIPE
Abrasão Lesão causada por um atrito tangencial da pele com uma
superfície áspera.(I)
Ácido hialurónico Bioquímica: Macromolécula formada por milhares de um dímero
constítuido por ácido glicurónico e N-acetilglicosamina. No
nosso organismo preenche os espaços entre as células sendo um
dos componente da matrix extra celular.( I )
83
Bactericida Substância química que destrói bactérias e formas esporoladas.
( VI )
Bacteriostático Substância química que impede as bactérias de se reproduzirem,
não destruindo formas esporoladas durante o seu periodo de
acção.( VI )
84
Contracção da Processo que decorre no leito da ferida á medida que os tecidos
ferida se multiplicam e em que ocorre uma migração das células
epiteliais á superfície. Requer uma mistura de fibrina e
fibronectina para que elas migrem livremente a uma velocidade
de 0.5mm/dia, levando a que os miofibroblastos se contraiam,
aproximando os topos da ferida. ( VIII )
85
Dor Experiência emocional ou sensorial desagradável associada a
lesões tecidulares reais ou potenciais ou descritas em termos Percepção com as características
dessa lesão. (V) específicas: Aumento de sensação
corporal desconfortável, referência
subjectiva de sofrimento, expressão facial
característica, alteração do tónus
muscular, comportamento de auto-
protecção, limitação do foco de atenção,
alteração da percepção do tempo, fuga do
contacto social, compromisso do processo
de pensamento, comportamento de
distracção, inquietação e perda de apetite.
Dor Artrítica
Dor Musculo-Esquelética com as
características específicas: Sensação de
dor com origem numa situação
inflamatória de articulações tumefactas;
esta sensação é habitualmente referida
como uma dor flutuante, intermitente,
surda, aguda e pulsátil, durante a
actividade, períodos de repouso e
imobilidade.
Dor cutânea
Dor com as características específicas:
Sensação de dor com origem no tecido
que reveste o corpo, associada a
inflamação, queimadura, traumatismo e
doença de pele; a dor na pele e nos
tecidos, é habitualmente referida como
limitada a uma sensação aguda de picada
intensa, de ardor, corte, e de sensação de
queimadura mas sem sinais de resposta
automática ou de irradiação de dor a
outras áreas do corpo.
Dor de fundo Dor que se sente em repouso, quando não há manipulação da
ferida.
Dor eruptiva Dor incidental.
Dor Fantasma
Dor Neurogénica com as características
específicas: Sensação de dor numa parte
do corpo ou órgão que foi removido,
como na amputação; as sensações de dor
antes da intervenção predispõem para
sensações de dor fantasma depois da
intervenção; esta sensação é
habitualmente referida como pruriginosa,
de contracção, atroz, torturante e
insuportável.
Dor incidental Aquela que ocorre durante as actividades relacionadas com o
movimento, por ex: deslocação do penso ou tosse.
Dor Isquémica
Dor Vascular com as características
específicas: Sensação de dor com origem
na redução da irrigação sanguínea
periférica, associada a doença vascular
periférica, diminuição do fluxo sanguíneo
provocada por constrição por aparelhos
ortopédicos ou outros objectos
compressores, por insuficiente aporte
sanguíneo como nas doenças arteriais
oclusivas, e por traumatismo cirúrgico. A
dor isquémica é muitas vezes descrita
como intensa e atroz.
86
Dor Muscular
Dor Musculo-Esquelética com as
características específicas: Sensação de
dor com origem em tensões e esforços
musculares associados ao exercício,
infecções e doença musculo-esqueléticas;
sensação habitualmente referida como
uma cãibra, uma dor compressiva e
pulsátil, muitas vezes acompanhada de
dor irradiada.
Dor Músculo-
esquelética Dor com as características específicas:
Sensação de dor com origem nos
músculos, articulações ósseas ou dentes;
esta sensação é habitualmente referida
como profunda, maciça e surda, activada
pelos movimentos de partes do corpo ou
de todo o corpo, mas presente também
nos períodos de repouso.
Dor Neurogénica
Dor com as características específicas:
Sensações de dor com origem em lesões
que afectam os nervos periféricos;
sensação habitualmente referida como
uma dor tipo picada ou formigueiro,
acompanhada por perturbações das
sensações; a dor neurogénica com origem
em lesões dos nervos principais surge
associada a intervenções cirúrgicas ou a
lesão cerebral; a dor neurogénica é
habitualmente referida como penetrante,
perfurante, cortante, tipo queimadura,
atroz ou torturante.
Dor neuropática Resposta inadequada provocada por uma lesão primária ou por
uma disfunção do sistema nervoso.
Dor Oncológica
Dor com as características específicas:
Sensações concomitantes de dores agudas
e crónicas com diferentes níveis de
intensidade, associadas à disseminação
invasiva de células cancerígenas no
corpo; consequência do tratamento do
cancro como a quimioterapia ou
condições relacionadas com o cancro,
como dor por ferida; a dor oncológica é
habitualmente referida como uma
sensação de dor imprecisa, ferindo, que
faz doer, assustadora ou insuportável,
com crises de dor intensa acompanhada
de dificuldade no sono, de irritabilidade,
depressão, sofrimento, isolamento,
desespero e de sensação de desamparo.
Dor Óssea
Dor Musculo-Esquelética com as
características específicas: Sensação de
dor com origem no periósteo, fractura
impactada; a sensação é habitualmente
referida como profunda, surda, presente
nos períodos de repouso e durante a
imobilidade.
87
Dor por Ferida
Dor Cutânea com as características
específicas: Sensação de dor com origem
numa ferida ou na periferia de uma ferida,
consoante a natureza desta; habitualmente
descrita como uma dor aguda, cortante e
lacerante, ou como uma dor embotada,
surda, incómoda, com hipersensibilidade,
a menos que a lesão tenha destruído as
terminações nervosas e sensações de dor.
Dor Vascular
Dor com as características específicas:
Sensação de dor com origem no sistema
vascular em consequência de dilatação ou
insuficiência vascular, habitualmente
referida como uma dor de compressão, de
esmagamento e de aperto.
Dor Visceral
Dor com as características específicas:
Sensação de dor com origem nos
revestimentos dos órgãos como o
pericárdio, o periósteo, ou a mucosa
intestinal; a dor visceral pode ser mais ou
menos limitada, parecendo muitas vezes
originária de uma zona maior do que a
realmente afectada; esta sensação é
habitualmente referida como perfurante e
profunda, incómoda, como uma cólica
intensa associada a sensações de enjoo ou
asfixia.
88
Enzimas Moléculas proteicas que actuam no metabolismo celular
proteoliticas quebrando as proteínas. Algumas estão envolvidas na fase de
remodelação da cicatrização, sendo exemplo as
metaloproteinases da matriz celular. (I, II)
Eritema
Processo do Sistema Tegumentar com as
características específicas: Erupção
cutânea de diferentes cores e
protuberâncias, edema local, urticária,
vesículas e prurido.
Eritema Área da pele avermelhada que fica temporáriamente branca ou
branqueável pálida à pressão momentânea.( IX )
Erosão dos
Tecidos Integridade dos Tecidos com as
características específicas: Perda da
epiderme, expondo a papila dérmica.
Escara Tecido duro necrótico resultando de oclusão de vasos
sanguíneos. ( II )
Escarectomia Dissecção da escara. ( III )
Escoriação
Ferida Traumática com as características
específicas: Abrasão do tecido da
superfície do corpo, pequenas áreas
hemorrágicas, pele dolorosa e magoada
até ficar coberta por uma crosta seca sero-
sanguinolenta; associada a lesão física por
traumatismo, a fricção contra uma
superfície dura ou a queimaduras
químicas.
Esfacelo Matéria morta ou tecido necrosado separado do tecido viável ou
de uma ulceração. ( III )
89
Exantema
Eritema com as características
específicas: Erupção cutânea de diferentes
cores e protuberâncias, calor, vermelhidão
pruriginosa e dor associada a doenças
infecciosas como por exemplo, a varicela,
sarampo e rubéola.
Exsudado Fluido seroso contendo proteínas de origem plasmática,
nomeadamente fibrina, de que também podem fazer parte células
inflamatórias (desenvolve-se como consequência do aumento da
permeabilidade vascular). ( III )
Ferida
Processo do Sistema Tegumentar com as
características específicas: Lesão tecidular
habitualmente associada a danos físicos
ou mecânicos; formação de crosta e
tunelização dos tecidos; drenagem serosa,
sanguinolenta, ou purulenta; eritema da
pele; edema; vesículas; pele circundante
macerada e anormal; aumento da
temperatura da pele; odor; sensibilidade
dolorosa aumentada em redor da ferida.
90
Ferida Cirúrgica
Ferida com as características específicas:
Corte de tecido produzido por um
instrumento cirúrgico cortante, de modo a
criar uma abertura num espaço do corpo
ou num órgão, produzindo drenagem de
soro e sangue, que se espera que seja
limpa, i.e., sem mostrar quaisquer sinais
de infecção ou pus.
Ferida limpa Aquela que resulta de uma cirurgia realizada em local onde não
(Classe I) há infecção, nem inflamação, sem falhas técnicas de assépsia e
sem penetração em órgãos ocos. Incluem-se também na
categoria, as feridas que são fechadas por 1ª intenção com
aplicação de drenos fechados.(VI)
Ferida suja ou Aquela que resulta de cirurgia onde subsiste infecção clínica, que
infectada (Classe envolve viscera préviamente perfurada ou onde está retido tecido
IV) desvitalizado.( VI )
Ferida
Traumática Ferida com as características específicas:
Solução de continuidade inesperada de
tecido na superfície do corpo, associada a
lesão mecânica devido a agressão ou
acidente; lesão irregular da pele, mucosa
ou tecido, tecido doloroso e magoado,
drenagem e perda de soro e sangue;
associada a tecido pouco limpo, sujo ou
infectado.
Fissura
Ferida com as características específicas:
Fenda ou rasgão do tecido de
revestimento da superfície do corpo,
acompanhada por diminuição da
elasticidade e capacidade de distensão da
pele, por marcas vermelhas de
estiramento através das quais se revela o
tecido da derme.
Fístula Canal acidental que comunica com uma glândula ou uma
cavidade natural existindo saída de fluido. ( III )
Flictenas O resultado da separação da derme e da epiderme quando o
espaço entre as 2 camadas se enche de fluido; geralmente ocorre
a seguir a fricção, deslizamento ou doença.( III )
91
Flora Microorganismos que habitam a epiderme normalmente
denominada : comensal, residente e temporáriamente residente.
(I)
Força tensil A quantidade de pressão que pode ser aplicada sem quebra dos
tecidos.
Friável Que sangra com facilidade. ( II )
Função de Limite que existe entre dois meios (interno e externo), sendo no
barreira nosso organismo efectuada através da pele.(III)
Índice pressão Cálculo da eficiência arterial usando ultrasons por Dopller. (III)
tornozelo-braço
92
Infecção da ferida Termo utilizado para defenir o crescimento, invasão e
multiplicação microbiana, causando danos nos tecidos, no
sistema imunológico do hospedeiro e interrompendo a
cicatrização.( V )
Infecção
Processo Patológico com as
características específicas: Invasão do
corpo por microorganismos patogénicos
que se reproduzem e multiplicam,
causando doença por lesão celular local,
secreção de toxinas ou reacção antigénio-
anticorpo.
Inflamação Reacção patológica que se estabelece após uma agressão
traumática, química ou microbiana ao organismo, e que se
caracteriza pelo aparecimento de sinais de Celsus. ( III )
Laceração
Ferida Traumática com as características
específicas: Rasgo irregular, associado a
lesão intensa dos tecidos que chega a
ameaçar a vida com perda de sangue e
soro, e com risco de choque.
Leito da ferida Conjunto de estruturas e tecidos existentes no interior de uma
ferida/solução de continuidade e que englobam individualmente
ou no seu conjunto presença de tecido de granulação, fibrina,
necrose, osso, tendão e estruturas adjacentes. (XI)
Lise Desintegração das células ou dos tecidos pela destruição das suas
membranas.(I)
Maceração
Ferida com as características específicas:
Abrasão extensa do tecido de
revestimento da superfície do corpo
associado à presença contínua de
humidade e de pele molhada.
Macrófagos Células dotadas de grande capacidade fagocitária
desempenhando papel importante nos mecanismos imunológicos
não específicos. Derivam dos monócitos do sangue ou de células
conjuntivas ou endoteliais.( I )
93
Manchas de Manchas acastanhadas que aparecem nas pernas devido a uma
hemosiderina drenagem crónica de células vermelhas sanguineas, no tecido
mole, sendo um sinal clássico de insuficiência venosa.( X )
Monitorizar
Acção de determinar com as
características específicas: Escrutinar em
ocasiões repetidas ou regulares, alguém
ou alguma coisa.
Monócito Um dos cinco principais leucócitos (neutrófilos, eosinófilos,
basófilos e linfócitos) que fazem parte do sistema imunitário do
corpo humano. (I)
Necrose
Ferida Traumática com as características
específicas: Morte tecidular associada a
processo local inflamatório, infeccioso ou
maligno, ou a lesão mecânica dos tecidos;
os estádios, graduados de acordo com a
gravidade associada à duração da
ausência de oxigenação do tecido, vão
desde a pele pálida e branca acompanhada
de grande dor devida à afecção dos nervos
superficiais, até à necrose azul e negra da
pele e perda da sensação e da dor devida a
lesão dos nervos com alto risco de
infecção da ferida, perda do tecido lesado
e de partes do corpo.
94
Penso primário Um tipo de cobertura que é colocada em contacto imediato com
o leito da ferida. (III)
Penso secundário Um tipo de cobertura usada por cima de outra que já se encontra
em contacto com o leito da ferida. Usualmente usado para
segurar um penso primário providenciando a sua oclusão ou
capacidade de absorção adicional. (III)
95
Queimadura
Ferida Traumática com as características
específicas: Rotura e perda da camada
exterior do tecido da superfície do corpo
ou das camadas mais profundas, devida a
lesões pelo calor resultantes de exposição
a agentes térmicos, químicos, eléctricos
ou radioactivos; caracterizada por
coagulação das proteínas das células,
aumento do metabolismo, perda da
reserva de nutrientes nos músculos e no
tecido adiposo, perda de proteínas e
compostos azotados, por grande dor,
desconforto e stresse, com risco de
choque e com risco de vida; necrose dos
tecidos, infecção da ferida, contracturas,
escara hipotrófica com rigidez por
espessamento, em que o doente fica
profundamente desfigurado; Queimadura
de 1º grau, 2º grau e 3º grau.
Sinus tractus Canal que surge da separação dos planos fasciais, podendo
atingir órgãos ou outras estruturas muito para além da zona
abrangida pela ferida cutânea. ( III )
Tecido Cicatricial
Tecido Corporal com as características
específicas: Tecido contraído, firme,
avascular e pálido, na superfície do corpo,
com diminuição da elasticidade da pele
associada a prévia solução de
continuidade e cicatrização da pele.
Tecido conectivo Termo geral usado para referir tecido derivado da mesoderme.
Rico em componentes extracelulares da matrix, rodeia e suporta
tecidos e orgãos altamente organizados. Tem uma grande força
tensil dada pelo colagéneo.( I )
96
Terapia Tratamento para as úlceras venosas que aumenta o retorno
Compressiva venoso, permitindo aos tecidos das extremidades inferiores
recuperar do efeito da hipertensão venosa. ( I ; II )
Úlcera
Ferida com as características específicas:
Ferida aberta ou lesão, perda da camada
mais profunda de tecido, lesão
circunscrita semelhante a uma loca, com
diminuição do aporte sanguíneo, tecido de
granulação vermelho, necrose do tecido
celular subcutâneo, odor da ferida,
sensibilidade em redor da periferia, dor,
crosta de tecido inflamado e necrótico
associado a um processo inflamatório,
infeccioso ou maligno.
Úlcera Arterial
Úlcera com as características específicas:
Lesão circunscrita semelhante a uma loca,
normalmente situada no calcanhar,
maléolos ou dedos do pé, pele em torno
da ferida pálida ou púrpura escura, úlcera
serosa com zonas de necrose amarelas e
pretas, exposição de tendões, pés frios,
forte dor na ferida e dor ao andar e em
repouso; associada a insuficiência arterial.
Úlcera de Pressão
Úlcera com as características específicas:
Dano, inflamação ou ferida da pele ou
estruturas subjacentes como resultado da
compressão tecidular e perfusão
inadequada.
97
Úlcera Venosa
Úlcera com as características específicas:
Lesão circunscrita semelhante a uma loca,
normalmente situada na perna, acima do
maléolo, com edema e pele seca em torno
da ferida, com descamação acastanhada,
descoloração, lipodermatosclerose, atrofia
da pele, exantema, dor e dor na ferida,
associada a insuficiência venosa crónica,
lesão dos retalhos venosos e diminuição
do retorno do sangue venoso dos
membros inferiores para o tronco.
98
ANEXO 3
PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO
Quando o organismo sofre uma agressão, seja de que tipo for, (calor, trauma, cirurgia, isquemia, infecção,
química, autoimune) origina uma ferida e desencadeia uma resposta metabólica, iniciando assim o processo
de restauração da integridade celular – cicatrização.
A cicatrização pode fazer-se através da produção de tecido igual – regeneração - ou por tecido conectivo –
fibroplasia ou fibrose
Existem três tipos de cicatrização:
Por 1ª intenção – quando se aproximam os bordos e se suturam
Por 2ª intenção diferida – quando se aproximam os bordos, se passam os fios ficando soltos e deixando
algo entre os bordos que impeça a sua aderência, de forma a permitir a drenagem de fluidos. Assim que
deixar de drenar, retira-se o produto que está a separar os bordos, aproximam-se, apertam-se os pontos e
deixa-se cicatrizar como se fosse por 1ª intenção.
Por 2ª intenção – quando os tecidos crescem até preencher todo o espaço.
O processo de cicatrização desenvolve-se, sob o ponto de vista sistémico, em três fases: fase inicial/aguda,
fase catabólica e fase anabólica. Localmente, faz-se em quatro fases: fase de hemostase/inflamação, fase
destrutiva, fase proliferativa e fase de maturação.
LOCAL
CICATRIZAÇÃO COMPLETA
FERIDA
1 2 3 4
AGRESSÃO
SISTÉMICO
Assim que o organismo sofre uma lesão, por estimulação do Sistema Nervoso Autónomo – SNA -
gera-se, de imediato, uma resposta sistémica para parar a hemorragia. Por um lado a vasoconstrição,
99
por outro, a manutenção do equilíbrio hidro-electrolítico, através da libertação da Hormona Anti
Diurética – ADH -, da aldosterona, da renina e da angiotensina.
Resposta local – Fase de hemostase e inflamatória
Aparece o tecido de granulação, cujas células são suportadas pela Matriz Extra-Celular - ECM –
composta por vários elementos necessários para um bom desenrolar do processo de cicatrização.
Entre outros, encontramos as Proteínas Solúveis que desempenham um importante papel na
comunicação intercelular e as Integrinas que são responsáveis pela orientação das células, dos vasos
e dos músculos.
101
Para que haja uma normal replicação celular é necessário um perfeito equilíbrio entre os factores de
crescimento e os factores inibidores de crescimento.
102
ANEXO 4
FACTORES INTRÍNSECOS
IDADE:
Patologias associadas
Velocidade metabólica das células mais lenta
Riscos de desnutrição
Circulação menos eficiente - oxigenação
Risco de infecção aumentado
DESNUTRIÇÃO / DESIDRATAÇÃO:
Aumenta a possibilidade de infecção
Atrasa a cicatrização por falta de nutrientes
Associada à depressão dos mecanismos de defesa imunológica
Favorece o desenvolvimento de Úlceras de Pressão
INFECÇÃO:
Aumento do ritmo metabólico provocado pela dor e pelo aumento de temperatura
Inibe a produção dos fibroblastos devido ao aumento da temperatura
Provoca destruição de glóbulos brancos
Aumenta a resposta inflamatória
Inibe a capacidade dos fibroblastos produzirem colagénio
A elevada exsudação leva a uma perda constante das proteínas
103
DOENÇAS CARDIO-RESPIRATÓRIAS :
A circulação debilitada reduz a perfusão do tecido o que retarda a circulação e aumenta o risco de
infecção
Uma circulação dificiente não assegura um aporte de O2 e nutricional adequado
Isto debilita o metabolismo e a velocidade de crescimento
DIABETES :
A hiperglicemia provoca uma resposta inflamatória e uma redução na quantidade de macrófagos.
Consequentemente, há um risco maior de infecção e de deficiente cicatrização.
ANEMIA - Se não existem glóbulos vermelhos suficientes, não se consegue assegurar uma chegada de
oxigénio e nutrientes ao local da ferida capaz de dar continuidade ao processo de cicatrização
FACTORES EXTRÍNSECOS
- Hipóxia
- Desidratação
- Exsudação excessiva
- Temperatura
- Tecido necrótico
- Material estranho
- Hematoma
- Trauma recorrente
104
ANEXO 5
Constituição
Sexo Apetite Tipo de Pele Mobilidade
Peso / Altura
Normal Masculino 1 Normal Saudável Total
0 Feminino 2 0 0 0
Diminuído Fina – Tipo folha de papel Nervoso
Acima da Média Idade
1 1 1
1
Obeso 14 – 49 SNG – só líquidos Seca Apático
2 1 2 1 2
Abaixo da Média 50 – 64 NBM – Anorético Edematosa Restrita
3 2 3 1 3
65 – 74 Viscosa Inerte / Tracção
3 1 4
75 – 84 Descorada Preso à cadeira de rodas
4 2 5
Quebradiça
> 85 5
3
Riscos especiais / Grande cirurgia / Trauma
Débito Continência Medicação
Má nutrição tecidular
Neurológico
106
ESCALA DE AVALIAÇÃO DE RISCO DE BRADEN
Pontos
107
ESCALAS DE AVALIAÇÃO DE RISCO DO PÉ DIABÉTICO
108
ANEXO 6
AVALIAÇÃO COGNITIVA
- Short Portable Mental Status Questionnaire de Pfeiffer (SPMSQ)
- Global Deterioration Scale (GDS)
- Mini Mental State Examination de Folstein (MMSE)
- Mental Status Questionnaire de Kahn (MSQ)
AVALIAÇÃO SOCIAL
- Older Americans Resources and Services (OARS)
109
APÊNDICE 7
Para trabalhos em doentes com feridas crónicas tem sido utilizado este instrumento (Hunt et al, 1986).
È um questionário simples que requer respostas do tipo “sim” e “não” a um conjunto de 38 questões acerca
da sua vida. As respostas “sim” são pesadas de acordo com a sua relativa importância e combinada em 6
subpontuações que descrevem a vida do doente. Os valores atribuídos são de 0 significando sem problema
de saúde a 100 atribuindo-se-lhe uma interferência máxima. O questionário tem a vantagem de ser simples
e rápido de usar mas requer alguma prática em avaliar as respostas e combiná-las com os resultados finais.
Este instrumento foi desenvolvido como um questionário de auto-análise, em que é pedido aos indivíduos
para escolherem as afirmações que eles sentem serem verdadeiras acerca de si mesmos (Bergner et al,
1981).
Tal como o NHP, os resultados são avaliados e combinados para obtenção de um total em cada sub-
pontuação. Leva 20-30 minutos a responder o que o torna menos funcional quando existe um maior
número de indivíduos a avaliar.
Sendo relativamente novo, compacta 36 questões simples á cerca de saúde e estilo de vida (Ware et al,
1993).
Apesar dos resultados transformados terem um alcance similar ao NHP, a escala é inversa, atribuindo 0
como a máxima interferência e 100 qdo não há interferência de problemas de saúde. Trata-se de um bom
instrumento, embora possa haver outros que devam ser considerados e mais úteis no caso de doenças
específicas.
NHP (Hunt et al, 1986) SIP (Bergner et al, 1981) SF 36 (Ware et al, 1993)
Nº de questões : 38 136 36
110
ANEXO 8
111
ANEXO 9
“Malnutrition Universal Screening Tool” (MUST) ou em Português “Instrumento universal para detecção
de malnutrição”
O “MUST” é um método de avaliação constituído por cinco etapas, para identificar adultos malnutridos,
com risco de malnutrição ou obesos. Inclui guidelines que podem ser usados para a elaboração de um
plano de cuidados.
Pode ser usado em hospitais e em cuidados primários.
Este guia contém:
- uma escala de 5 etapas para avaliação e desenvolvimento
- gráfico de IMC
- pontuação para perda de peso
- medidas de avaliação alternativas quando o IMC não pode ser obtido através da avaliação do
peso e da altura
Etapa 1:
Avaliar peso e altura para calcular a pontuação para o IMC, usando o gráfico fornecido (se não
for possível obter a altura e o peso, usar os procedimentos alternativos descritos neste guia).
Etapa 2:
Registar a percentagem e pontuação para perda de peso não planeada usando as tabelas
fornecidas.
Etapa 3:
Avaliar o efeito e a pontuação de doença aguda (DOENÇA ACTUAL)
Etapa 4:
Avaliar o risco de malnutrição somando as pontuações das etapas 1, 2 e 3.
Etapa 5:
Utilizar os guidelines e/ou protocolos intituicionais para a elaboração do plano de cuidados.
Nota importante: O “MUST” não foi construído para detectar deficiências ou excesso de vitaminas e
minerais. A sua aplicação é só em adultos.
112
ANEXO 10
TIPOS DE DOR
TIPOS DE DOR
AGUDA CRÓNICA
É limitada no tempo
DOR NEUROPÁTICA - É uma resposta inadequada provocada por uma lesão primária ou por
uma disfunção do sistema nervoso
Os danos nas células nervosas são a causa mais comum da lesão primária, podendo ser provocada por:
trauma, infecção, resposta inflamatória prolongada, cancro, diabetes, etc.
113
A dor Neuropática constitui o principal factor no desenvolvimento da dor crónica
A dor Neuropática está muitas vezes associada a sensações alteradas ou desagradáveis, em que qualquer
estímulo sensorial, como um ligeiro toque ou pressão ou alterações de temperatura, pode provocar uma dor
intensa – ALODINIA
Esta situação exige um encaminhamento para um especialista para a diagnosticar e tratar, exigindo um
controlo farmacológico específico
CAUSAS DA DOR
DOR DE FUNDO - É a dor que se sente em repouso, quando não há manipulação da ferida.
Pode ser contínua ou intermitente
DOR INCIDENTAL - Ou dor eruptiva, é a que ocorre durante as actividades do dia-à-dia, como por
ex: quando se tosse ou devido à deslocação do penso.
DOR OPERATÓRIA - Está associada a qualquer intervenção realizada por um especialista, em que
seja necessária uma anestesia (local ou geral) para controlar a dor.
Qualquer que seja a causa, a experiência do Doente será influenciada pelo seu ambiente psicossocial
Factores psicossociais e ambientais, tais como: Idade, sexo, nível educacional, ambiente e historial da dor,
podem influenciar a experiência de dor e a capacidade para a comunicar.
114
ANEXO 11
115
ANEXO 12
ESCALA NUMÉRICA
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sem Dor
Dor Máxima
Apresenta uma sucessão de números, correspondendo o número 0 à classificação – Sem dor – e o número
10 – dor máxima. É pedido ao Utente que escolha um número na escala que melhor represente a
intensidade da dor que sente naquele momento.
ESCALA QUALITATIVA
É uma das escalas mais simples de usar e consiste, geralmente, em quatro palavras no máximo: nenhuma,
ligeira, moderada, intensa. É pedido ao Utente que escolha a palavra da escala que melhor represente a
intensidade da dor que sente naquele momento.
ESCALAS VISUAIS
0 10
Sem dor Dor máxima
É representada por uma linha de 10 cm entre dois extremos: sem dor até dor máxima. Pede-se ao Utente
que indique um ponto na linha que melhor represente a intensidade da sua dor. Esta classificação é então
medida e registada.
116
ESCALA DE FACES DE WONG-BAKER
0 1 2 3 4 5
Sem Dói um Dói um Dói ainda Dói Dor
Dor Pouco Pouco mais Mais Muito Máxima
Esta escala utiliza cartões com faces desenhadas que vão desde uma face com um sorriso para Sem dor até
uma face com lágrimas para Dor máxima. Pede-se ao Utente que indique a face que melhor represente a
intensidade da sua dor.
117
ANEXO 13
CLASSES DE ANALGÉSICOS
OPIÓIDES
Os opióides fracos a fortes são eficazes para a dor moderada a grave. Existem formulações de acção
prolongada e de libertação lenta para a dor de fundo, mas os opióides orais, bucais ou sublinguais são
também usados como analgésicos de acção rápida e cumulativa para controlar a dor provocada por
tratamentos mais agressivos ou sensíveis. Deve ser ponderada a possibilidade de recorrer a opióides
fortes quando a dor é difícil de controlar e prejudicam a conclusão do tratamento ou afecta a tolerância
do doente ao mesmo.
AINE
PARACETAMOL (ACETAMINOFENO)
Em pequenas doses, os anestésicos locais tópicos (por ex., lidocaína) permitem um determinado grau
de entorpecimento durante um curto espaço de tempo, o que pode ser útil durante um tratamento
especifico ou um pequeno acto cirúrgico, mas não devem ser utilizados como o único método de
alívio da dor.
Esta mistura de gases pode ser utilizada juntamente com outras técnicas de alívio da dor, mas a sua
utilização frequente pode estar associada a depressão da medula óssea.
118
ANEXO 14
A escala em degraus, da OMS, foi elaborada para dar resposta á terapêutica da dor oncológica.
O primeiro degrau (para dor leve, de intensidade igual a 1,2,3), recomenda o uso de analgésicos não
opióides como abordagem inicial com ou sem drogas adjuvantes.
Se a dor persistir ou aumentar, passa-se para o degrau seguinte.
O segundo degrau (para dor moderada, intensidade igual a 4, 5, 6), recomenda o uso de analgésicos
opióides fracos associados aos analgésicos não opióides, com ou sem drogas adjuvantes.
Se a dor persistir ou aumentar, passa-se para o degrau seguinte.
O terceiro degrau (para dor intensa, intensidade igual a 7,8,9 e insuportável igual a 10), recomenda o uso
de analgésicos opióides fortes associados aos analgésicos não opióides com ou sem drogas adjuvantes.
119
ANEXO 15
São vários os factores que podem comprometer a cicatrização das feridas. De acordo com Lazarus (1994),
as feridas agudas evoluem através de um processo de cicatrização ordeiro e atempado com retorno
eventual à integridade anatómica e funcional, as feridas crónicas por outro lado, não seguem este processo,
perdem o efeito cascata da cicatrização. Têm uma fisiopatologia própria. É necessário fazer uma
abordagem holística do doente, para determinar, com exactidão, os factores, intrínsecos ou extrínsecos,
que levaram à interrupção ou alteração do processo de cicatrização. A dor do doente é por vezes
negligenciada, sendo a mesma um dos factores a controlar a fim de garantir o sucesso da cicatrização
(Alves, Costeira & Silva, 2009)
As feridas de difícil cicatrização, podem demorar anos a encerrar ou até nunca cicatrizar. Causam stress
emocional e físico grave aos doentes, bem como um encargo financeiro significativo dos doentes e dos
sistemas de saúde (Moreo,2005).
O tratamento das feridas crónicas tem ser encarado e desenvolvido de modo diferente do das feridas
agudas. A ferida crónica, seja qual for a etiologia, resulta duma agressão contínua que provoca respostas,
sistémica e local.
Autores como Falanga (2002) e Harding (2005), caracterizam a ferida crónica como uma ferida que não
demonstrou cicatrização significativa em quatro semanas, ou não cicatrizou em oito semanas, outros como
Mustoe (2005) referem que feridas que não cicatrizam dentro de três meses são consideradas crónicas, o
que demostra a diversidade de conclusões na comunidade científica.
A definição de ferida crónica, segundo com Robson & Barbul (2007) é uma ferida que falha no processo
de cicatrização no tempo adequado e contínuo de forma a devolver a integridade e a função anatómica.
As feridas crónicas podem ficar retidas numa ou mais fases da cicatrização (Snyder, 2005), por exemplo,
muitas vezes permanecem na fase inflamatória durante muito tempo (Snyder, 2005; Taylor et al., 2005).
Fisiopatologia
As características das feridas crónicas incluem uma perda de pele ou tecido subjacente. Podem afectar
apenas a epiderme e derme, ou atingir todas as estruturas até a fáscia (Crovetti et al., 2004). As causas que
levam à lesão podem ser similares às da ferida aguda, tais como cirurgia ou trauma acidental (Moreo,
2005), ou como resultado de infecção sistémica, insuficiência vascular, alterações imunológicas, e
comorbilidades, tais como neoplasias ou distúrbios metabólicos (Crovetti et al., 2004).
A razão que leva a ferida a tronar-se crónica, depende da capacidade de resposta do organismo em evitar o
dano, resistindo ao trauma, a pressão, isquemia, ou patologias associadas (Crovetti et al, 2004;. Moreo,
2005) .
Embora ultimamente a investigação nesta área tenha sido enorme, ainda há muito para perceber na
evolução da cicatrização destas feridas complexas. No entanto, muitos investigadores tentam compreender
alguns dos principais factores contribuintes para o seu desenvolvimento, entre as quais a isquemia,
reperfusão, e colonização bacteriana (Mustoe, 2004).
Identificar as barreiras à cicatrização nas feridas crónicas, compreendendo o processo fisiopatológico,
possibilita a tomada de decisão do profissional de saúde na prestação de cuidados.
Sendo a uma ferida que falhou no processo de cicatrização no tempo adequado e contínuo de forma a
devolver a integridade e função anatómica, resta identificar os factores que influenciam todo este processo.
A ferida crónica é caracterizada por uma complexa natureza inflamatória, necrose tecidular recorrente e
elevada carga bacteriana. Esta resposta inflamatória complexa resulta maioritariamente das constantes
agressões ao leito da ferida, por trauma repetido (material de penso inadequado, limpeza da ferida
agressiva), quebra tecidular/isquemia tecidular (patologia associada, diminuição da perfusão), presença de
tecido necrótico (desbridamento contínuo) e Infecção (resposta auto-imune diminuída, carga necrótica
elevada, contaminação bacteriana).
Identificar e compreender os mecanismos fisiopatológicos destas barreiras à cicatrização, são vitais para o
sucesso do tratamento destas feridas crónicas.
Os vasos sanguíneos contraem-se no tecido frio e dilatam no tecido quente, alterando o fluxo sanguíneo
para a área. Mantendo assim os tecidos quentes é provavelmente necessário para combater tanto a infecção
como a isquemia (Thomas et al., 2005). A Isquemia é um factor importante na evolução da cicatrização,
120
especialmente quando combinada com a idade avançada (Mustoe, 2004), e quando esta é contínua,
característica das feridas crónicas, provoca a inflamação dos tecidos e células, desencadeando a libertação
de factores que atraem os neutrófilos como as interleucinas (Clark, 2005), quimosinas, leucotrienos e
factores de crescimento (Mustoe, 2004).
Enquanto combatem os agentes patogénicos, os neutrófilos também libertam citoquinas inflamatórias e
enzimas que danificam as células (Mustoe, 2004; Snyder, 2005). Uma das suas funções é a produção de
espécies reactivas de oxigénio (ROS – Reactive oxigen Species) para destruir bactérias, para o qual eles
usam uma enzima denominada mieloperoxidase (Mustoe, 2004).
Estas enzimas, as ROS, e outros leucócitos provocam danos nas células e prejudicam a proliferação celular
e o encerramento da ferida ao danificar o DNA, lipídios, proteínas (Alleva et al., 2005), a matriz
extracelular (MEC), e as citoquinas que são responsáveis por acelerar o processo de cicatrização (Mustoe,
2004).
Os neutrófilos permanecem nas feridas crónicas mais tempo do que em feridas agudas e daí contribuírem
para o facto das feridas crónicas terem níveis mais elevados de citoquinas inflamatórias e ROS
(Schönfelder et al, 2005;. Taylor et al, 2005).
Estes aspectos condicionam um atraso na cicatrização. Falanga define que nas feridas crónicas há uma
“carga necrótica” constante com duas expressões, o tecido necrótico e o exsudato aumentado (EWMA,
2004).
Exsudado
Histologicamente há, como em todos os estados inflamatórios, uma infiltração por células mononucleares
(macrófagos, linfócitos e plasmócitos). Mas, este estado inflamatório persistente é acompanhado de
destruição tecidular, proliferação exagerada de vasos sanguíneos e substituição permanente de tecido
conectivo e fibrose.
A degradação da matriz extra celular (MEC) que, normalmente, acontece durante a cicatrização de todas as
feridas por acção das Metaloproteinases (MMPs) produzidas pelos fibroblastos, pelos macrófagos, pelos
neutrófilos e pelas células sinoviais e epiteliais, induzidas pelos Factores de Crescimento (PDGF e FGF),
pelo Factor de Necrose Tumoral (TNF) e Interleucina-1 (IL-1), estão aumentados, prolongando-se o estado
inflamatório.
Efectivamente, o número de fibroblastos senescentes é superior a 15% e há assim uma relação aumentada
entre fibroblastos senescentes e fibroblastos normais. Deste modo, há um aumento da acção das MMPs,
uma vez que os seus inibidores estão diminuídos, assistindo-se a degradação da fibronectina e da
vitronectina, elementos chaves da MEC; associa-se a este processo um bloqueio da acção dos factores de
crescimento. Como consequência, há aumento do Colagénio III, estabecendo-se uma relação aumentada
entre o Colagénio III e o Colagénio I.
A proliferação dos queratinócitos, controlada pela MMP-1 (colagenase intersticial) está diminuída, bem
como a formação de células endoteliais.
O exsudado da ferida crónica tem um excesso de proteases, este fluído pode contribuir para o atraso da
cicatrização inibindo o crescimento celular e destruindo os factores de crescimento e as proteínas da matriz
extracelular (Snyder, 2005). O exsudato das feridas crónicas tem, portanto, uma composição bioquímica
diferente do exsudato das feridas agudas e a sua abundância nas feridas crónicas conduz a um atraso da
cicatrização e à maceração da pele adjacente à ferida (Justiniano, 2011).
As feridas crónicas também diferem na composição de feridas agudas na medida em que os seus níveis de
enzimas proteolíticas como a elastase (Edwards et al, 2004;. Schönfelder et al, 2005;. Snyder, 2005) e
metaloproteinases de matriz (MMPs) são mais elevados, enquanto as suas concentrações de factores de
crescimento como PDGF e KGF são mais baixos (Crovetti et al, 2004;. Schönfelder et al, 2005;. Snyder,
2005).
Uma vez que factores de crescimento (FC) são imperativos na cicatrização oportuna de feridas, níveis
inadequados de FC pode ser um factor importante na formação de feridas crónicas (Crovetti et al., 2004).
Em feridas crónicas, a formação e liberação de fatores de crescimento podem ser evitados, os fatores
podem ser sequestrado e incapazes de realizar as suas funções metabólicas, ou degradar o excesso de
proteases celulares ou bacteriana (Crovetti et al., 2004).
As Proteases destroem importantes factores de crescimento e proteínas da matriz extracelular, a
inflamação torna-se prolongada, e o processo de cicatrização normal não ocorre dentro do intervalo de
tempo esperado (Schilling, Feyerabend, Konigsrainer & Stenzl, 2007).
121
As feridas crónicas, como o pé diabetes e as úlceras venosas também são causados por uma falha dos
fibroblastos para produzir proteínas adequadas e por queratinócitos para epitelizam a ferida (Foy et al.,
2004). Expressão génica de fibroblastos é diferente nas feridas crónicas (Foy et al., 2004).
Apesar de todas as feridas requerem um certo nível de elastase e proteases para a cicatrização adequada,
numa concentração demasiado elevada é prejudicial (Edwards et al., 2004). Leucócitos no leito da ferida
promovem a libertação de elastase (Edwards et al, 2004; Schönfelder et al, 2005), o que potencia a
inflamação, destruindo tecidos, proteoglicanos, colagénio (Kanda e Watanabe, 2005). Causa também,
alterações graves nos factores de crescimento, fibronectina e em outros factores que inibem as proteases
(Edwards et al., 2004).
A actividade da elastase é ainda aumentada pela presença de albumina, que é a proteína mais abundante
encontrada nas feridas crónicas. As feridas crónicas com quantidade inadequada de albumina são
especialmente improváveis de cicatrizar, logo, regular os níveis de albumina na ferida, pode ser o futuro
útil para a cicatrização destas feridas (Edwards et al., 2004).
O elevado número de MMPs, que são libertadas pelos leucócitos, também pode levar à cronicidade
(Stanley et al., 2005). As MMPs destroem as moléculas da MEC (Stanley et al, 2005.), factores de
crescimento, e os inibidores das protéases, e assim, aumentam a degradação. Desta forma reduzem a
neoformação dos tecidos e a angiogênese, conduzindo a um desequilíbrio na balança cicatricial (Lai et al,
2004;. Schönfelder et al., 2005).
Infecção
Sempre que há uma solução de continuidade na superfície cutânea há migração bacteriana para o leito da
ferida. Aqui, as bactérias envolvem-se por uma camada protectora de exo-polissacarídeos (a substância
polimérica extracelular, EPS) que lhes serve de protecção não só das agressões exteriores, como também
das defesas do próprio hospedeiro. Forma-se, assim, aquilo que é designado por biofilme. A maturação
destes biofilmes faz-se em duas a três semanas. As bactérias mais externas, em contacto com agentes
agressivos, desenvolvem e libertam factores plasmídicos de resistência, ficando na espessura do biofilme,
formando-se novos factores de virulência para manter a sobrevivência (Wilson et al., 2002). Nos biofilmes
há, portanto, comunidades bacterianas muito organizadas que permitem a interacção entre microrganismos
individuais, ao mesmo tempo que permitem a troca de nutrientes e metabolitos (Fonseca et al., 2006).
No leito das feridas crónicas os biofilmes conferem protecção bacteriana contra os efeitos de agentes
agressivos, nomeadamente os agentes antimicrobianos, antibióticos e antissépticos, sendo difíceis de
irradicar. Há assim um estado de colonização crítica bacteriana que pode facilitar a infecção do
hospedeiro, quando as bactérias encontram facilidade de penetração celular no leito da ferida.
Já sendo do conhecimento geral, mais oxigénio no leito da ferida permite maior resposta à infecção, os
doentes com a oxigenação tecidual inadequada, por exemplo, aqueles que sofreram hipotermia durante a
cirurgia, estão em maior risco de infecção (Mustoe, 2004). A resposta imune do hospedeiro à presença de
bactérias prolonga a inflamação, atrasa a cicatrização, e danifica o tecido (Mustoe, 2004). A infecção pode
conduzir à cronicidade das feridas, mas também à gangrena do membro infectado, e por vezes à morte do
doente (Dow, 2001).
A isquemia, a colonização bacteriana e a infecção nos tecidos, aumentam a quantidade de neutrófilos para
entrar no leito da ferida (Mustoe, 2004; Snyder, 2005). Nestas feridas as bactérias resistentes a antibióticos
tem as condições para se desenvolverem (Halcón e Milkus, 2004).
Recentes avanços na compreensão da fisiopatologia das feridas crónicas levaram ao desenvolvimento de
vários novos tratamentos que oferecem uma esperança renovada para os doentes com este tipo de lesões.
Compreender a cicatrização como um processo endógeno não implica descuidar do tratamento tópico. A
cicatrização é sistémica, sem dúvida, mas o tratamento local, é um factor que pode colaborar ou atrasar
neste processo.
Uma vez que a fisiologia da cicatrização é diferente entre as feridas agudas e crónicas, o seu tratamento
tem de ser orientado de modo distinto, ainda que as linhas gerais de orientação sejam comuns.
122
ANEXO 16
Medição simples – é utilizada uma fita ou uma régua. Traçar quatro pontos (cardiais) em
redor da ferida utilizando uma caneta demográfica com o objectivo de orientar posteriores
mediações. Referir que este método apenas nos dá informação sobre a área, a largura e
comprimento superficial da ferida, se esta for de bordos regulares.
O resultado é obtido através das fórmulas matemáticas simples:
Largura x Comprimento
Diâmetro x Diâmetro
123
Fotografia -talvez o mais comummente utilizado, sendo
necessário a utilização de uma escala de medição (régua).
Este método poderá elucidar sobre a profundidade da
ferida.
Estereofotogrametria – é usada uma câmara para captar a imagem da ferida que é depois
descarregada no computador que utiliza um programa próprio para calcular a área da ferida.
Requer material especializado e treino por parte do utilizador
Luz estruturada - Conectando uma câmara ao computador e dando um banho de luz sobre a
ferida, o computador regista a imagem num ângulo perpendicular á sua superfície, obtendo-se o
calculo da área, após delimitação do perímetro da ferida com o rato. Requer material
especializado
Instilação de fluidos – preenche-se a ferida com um fluido salino, aspirando-se de seguida, o que
permite a avaliação do volume.
Visitrak - dispositivo electrónico, de origem comercial, que mede a área real da ferida.
É constituído por 3 partes:
-Visitrak digital -para calcular a dimensão da ferida
- Visitrak grelha – para analisar a área da ferida
- Indicador de profundidade visitrak – indicador estéril que mede a profundidade da ferida
PRECISÃO – os cálculos assentam em formulas matemáticas, que na presença de uma ferida irregular
transmitem apenas uma estimativa acerca da sua dimensão/ evolução.
REPRODUTIVIDADE – é necessário utilizar os mesmos protocolos na medição das feridas, sob pena de
obtenção de diferentes resultados – posicionamento diferentes com incidência de luz em diferentes ângulos
leva a diferentes resultados.
UTILIDADE – para que as técnicas sejam aceites é necessário comprovar que do binomio poupança de
tempo/aplicabilidade prática, resultam benefícios para qualidade/ custo de cuidados prestados ao utente.
124
ANEXO 17
ÚLCERAS DE PRESSÃO
A European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP) em 1999 divulgou uma classificação,em graus, que
é hoje comumente utilizada:
Grau I - eritema não branqueável em pele intacta; eritema persistente; dano na micro-circulação;
reversível; lesão percursora da ulceração cutânea.
Grau II - perda de pele com destruição parcial envolvendo epiderme e/ou derme: a úlcera é superficial e
apresenta-se clinicamente como uma abrasão, flictena ou cratera superficial.
Grau III - perda de pele com destruição total envolvendo danos ou necrose do tecido subcutâneo que pode
estender-se até, mas não através da fáscia subjacente. A úlcera apresenta-se clinicamente como uma cratera
profunda com ou sem loca no tecido adjacente.
Grau IV - perda de pele total com destruição extensa, necrose tecidular ou dano muscular, ósseo ou das
estruturas de suporte. A loca ou trajecto sinuoso, podem estar associados a úlceras de pressão de grau IV.
QUEIMADURAS
EXTENSÃO DA QUEIMADURA
A importância da queimadura é dada pela extensão da pele queimada, ou seja, a área corporal atingida.
125
Uma regra prática para avaliar a extensão das queimaduras pequenas ou localizadas, é compará-las com a
superfície da palma da mão do acidentado, que corresponde, aproximadamente a 1% da superfície
corporal.
126
ANEXO 18
127
Ferida em fase de granulação, apresenta um leito com cor
vermelho vivo, com um aspecto granular que lhe advém dos nós
vasculares neoformados.
É um tipo de tecido muito delicado que sangra facilmente.
128
ANEXO 19
0 1 2 3 4 5 Sub-Total
Comprimento
0 cm2 <0,3 cm2 0,3 – 0,6 cm2 0,7 – 1,0 cm2 1,1 – 2,0 cm2 2,1 3,0 cm2
x
Altura 6 7 8 9 7
3,1 – 4,0 cm2 4,1 – 8,0 cm2 8,1 – 12,0 cm2 12,1 – 24,0 cm2 > 24 cm2
Quantidade de 0 1 2 3 Sub-Total
Exsudado Nenhum Escasso Moderado Abundante
0 1 2 3 4 Sub-Total
Tipo
Tecido Tecido de Tecido de Tecido Tecido
De
cicatrizado epitelização granulação desvitalizado necrótico
Tecido
Total
Comprimento x largura: Meça o maior comprimento (no sentido da cabeça para os pés) e a maior largura (do sentido de
um lado para o outro) usando uma régua em centímetros. Multiplique estas duas medidas (comprimento x largura) para
obter uma área de superfície estimada em centímetros quadrados (cm2).
Atenção: Não tente adivinhar! Use sempre uma régua em centímetros e utilize sempre o mesmo método de cada vez que a
úlcera for medida.
Quantidade de exsudado: Avalie a quantidade de exsudado (drenagem) presente após a remoção do penso e antes da
aplicação de qualquer agente tópico na úlcera. Quantifique o exsudado (drenagem) como nenhum, escasso moderado ou
abundante.
Tipo de tecido: Refere-se aos tipos de tecido presentes no leito da ferida (úlcera). Pontue com “4” se houver algum tipo de
tecido necrótico. Pontue com “3” se houver alguma quantidade de tecido desvitalizado e se não houver tecido necrótico.
Pontue com “2” se a ferida estiver limpa e contiver tecido de granulação. A ferida superficial que está em re-epitelização é
pontuada com “1”. Quando a ferida estiver cicatrizada, pontue com “0”.
4 – Tecido necrótico (duro): tecido negro, castanho ou castanho-claro que adere firmemente ao leito da ferida ou
aos bordos e que pode estar mais firme ou mole do que a pele circundante.
3 – Tecido desvitalizado: tecido amarelo ou branco que adere ao leito da ferida em fios ou camadas espessas ou com
muco.
2 – Tecido de granulação: tecido cor-de-rosa ou vermelho-vivo com im aspecto brilhante, húmido e granuloso.
1 – Tecido epitelial: para úlceras superficiais, novo tecido cor-de-rosa ou brilhante (pele) que cresce a partir dos
bordos ou como ilhas na superfície da úlcera.
0 – Tecido cicatrizado / re-epitelizado: a ferida está completamente coberta de epitélio (pele nova).
1998 Pressure Ulcer Scale for Healing (PUSH), National Pressure Ulcer Advisory Panel
2005 Versão portuguesa (PUSH – PT), Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra (CEISUC)
129
Carta da Escala de Cicatrização da Úlcera de Pressão
(Para monitorizar tendências das pontuações PUSH ao longo do tempo)
Nome:____________________________________________________________________________________________
DATA
Comprimento
x Largura
Quantidade de
exsudado
Tipo de tecido
TOTAL
Total PUSH
17
16
15
14
13
12
11
10
DATA
130