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85 Há uma divertida anedota, contada por Hayward no seu obituário de Sidgwick (International
Journal of Ethics, v. XI, 1901, p. 187): “Sidgwick tinha acabado de completar o seu Methods
of Ethics. Ali estava o manuscrito, aceito pelos srs. Macmillan, editores. O autor, olhando-o,
disse ao sr. Browning: ‘Eu desejei e pretendi durante muito tempo escrever um livro sobre
Ética. Agora está escrito. Aderi ao plano que tracei para mim mesmo; sua primeira palavra
devia ser Ética, e a última palavra, Fracasso’.” Nas edições posteriores essas palavras
perderam suas posições características, mas parecem atingir a idéia fundamental do livro.
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86 Cournot dificilmente procura dizer qualquer coisa a respeito dos problemas de valor “mais
profundos”. Quando diz que é tarefa da Economia Política observar e descrever mas não
criticar as leis imutáveis da natureza, isso não quer dizer muita coisa. É hipótese, afinal
de contas, da teoria do valor que os valores econômicos são objetivos adequados da inves-
tigação cientifica e que os julgamentos objetivos acerca do valor econômico são possíveis.
87 Theory of Political Economy. 1871. 4ª ed., 1911, p. 29 et seqs.
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90 Jevons é mais explícito: “O leitor verificará que nunca existe, em um único exemplo, uma
tentativa para comparar a quantidade de sentimento em uma mente com a existente em
outra. Não vejo maneira pela qual tal comparação possa ser realizada... Cada mente é,
por conseguinte, inescrutável para toda outra mente, e nenhum denominador comum de
sentimento parece ser possível. Mas mesmo que pudéssemos comparar os sentimentos de
mentes diferentes, não precisaríamos fazer isso, pois uma mente só afeta outra indireta-
mente. Todo fato no mundo exterior é representado na mente por um motivo correspondente,
e é pelo equilíbrio dos dois que a vontade se inclina... Assim, os motivos na mente A podem
dar origem a fenômenos que podem ser representados por motivos na mente B; mas entre
A e B existe um abismo. Em conseqüência, a ponderação de motivos deve sempre limitar-se
ao foro íntimo do indivíduo”. Theory of Political Economy. 1871. 4ª ed., 1924, p. 14.
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91 Wicksteed diz: “Podemos agora voltar às nossas curvas com a consciência limpa, sabendo
que para qualquer objeto de desejo em qualquer momento realmente existe uma curva a
que simplesmente não podíamos chegar”. The Alphabet of Economic Science. 1888, p. 55.
“Não pode ser teoricamente impossível conceber tal coisa como medida acurada de satisfação,
muito embora sua medição prática devesse sempre permanecer tão vaga quanto as de calor
quando o termômetro ainda não tinha sido inventado.” Op. cit., p. 15.
92 Theory of Political Economy. 1817, 4ª ed., 1911, p.18.
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95 "A teoria gira em torno desses pontos críticos em que os prazeres são quase, se não intei-
ramente, iguais. Nunca tentei estimar o prazer total auferido da compra de um bem; a
teoria simplesmente diz que, quando alguém comprou bastante, ele auferiria igual prazer
da posse de uma pequena quantidade mais do que teria do preço dela em dinheiro. Do
mesmo modo, a quantidade total de prazer que um homem obtém por um dia de trabalho
mal entra em consideração; é quando um homem está em dúvida sobre se aumenta suas
horas de trabalho ou não que descobrimos uma igualdade entre a dor dessa extensão e o
prazer do aumento das posses dela derivado." Op. cit., p. 13 et seq.
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98 Nesse domínio, é interessante que os primeiros críticos viram na teoria da utilidade marginal
aquilo que chamamos de teoria behaviorista de escolha (Wahlhandlungstheorie), e usaram
contra ela exatamente os mesmos argumentos que serão usados contra esta última versão.
Cairnes assim escreveu a respeito da teoria de Jevons: “A que realmente ela equivale? Na
minha percepção disso e nada mais: que o valor depende da utilidade e a utilidade é o
que quer que seja que afeta valor. Em outras palavras, a denominação ‘utilidade’ é dada
a um conglomerado de condições desconhecidas que determinam o fenômeno, e então de-
clara-se que o fenômeno depende daquilo que seu nome representa”. Acreditou-se que a
teoria de Jevons não afirmava mais que isto: “que o valor era determinado pelas condições
que o determinam — uma proclamação cuja importância, mesmo apresentada na forma
de símbolos matemáticos absolutos, eu mesmo devo-me confessar incapaz de discernir”.
Some Leading Principles of Political Economy. 1874. p. 15. Ingram compartilhou essa
opinião em seu livro A History of Political Economy. (1888, Ed. de Elly, 1915, p. 228 et
pas.) Cairnes, Ingram e outros primeiros críticos da teoria da utilidade marginal haviam,
no entanto, orientado sua crítica também contra o método matemático em geral, e a discussão
enveredou para outros canais. Os marginalistas enfrentaram a crítica alegando que eram
proponentes de um método lógico e matemático, e sua psicologia tautológica escapou, assim,
a uma merecida crítica.
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99 Positive Theorie des Kapitales. Innsbruck, 1888. 4ª ed., 1921, v. I, p. 232 et seq. Essas
reflexões foram acrescentadas à 3ª edição e não constam da tradução inglesa de William
Smart, editada anteriormente.
100 Cf., p. ex., a 4ª ed., v. II, Exkurs X, Betreffend die “Messbarkeit” von Gefühlsgrössen.
101 Cf. Cours d’Économie Politique. Lausanne, 1896-7, e Manuel d’Économie Politique, Paris, 1909.
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Com bom senso, podemos cortar nós górdios”. Essa é uma forma de evadir a epistemologia.
Pois o economista que não se mostra suficientemente corajoso para dar esse salto possui
um argumentum ad hominem que encerraria singular força em época de crise: “Mesmo o
incrédulo em matéria de filosofia, se fosse tributado injustamente, seria capaz de sabê-lo!
Dificilmente ficaria satisfeito se lhe dissessem que qualquer comparação entre seu gravame
tributário e o de outros não tem significação porque seus fenômenos mentais e os dos outros
são incomensuráveis”. Op. cit., p. 180 et seq.
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