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12/05/2021

Faculdade de Direito de Franca Título Único – Das Diferentes Classes de Bens


1º Ano
• CONCEITO – No sentido jurídico, bens são os valores materiais e imateriais, com
Direito Civil I
conotação econômica, que podem ser objeto de uma relação jurídica.

• BENS X COISAS – Esta questão não é bem resolvida na doutrina. Alguns autores
entendem ser a coisa gênero e o bem espécie, outros entendem o contrário. O
Dos Bens Código Civil trata assim:

– BENS - Livro II da Parte Geral do Código Civil, compreende as coisas e direitos


(bens corpóreos e incorpóreos);

– COISAS, mencionada no Livro III da Parte Especial, isto é, no Livro “Do Direito das
Coisas”, corresponde, tão-somente, aos bens corpóreos, isto é, às coisas
propriamente ditas.

Bens e Coisas – Divergências Doutrinárias Bens e Coisas – Divergências Doutrinárias


SÍLVIO RODRIGUES entendia ser a coisa
CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA, dizia que: "Bem é tudo que
Bens seria gênero, e bem seria espécie. Dizia
nos agrada" e diferenciava: "Os bens, especificamente Direitos o grande professor paulista: “Coisa é Coisas
considerados, distinguem-se das coisas, em razão da (Bens Incorpóreos)
tudo que existe objetivamente, com
materialidade destas: as coisas são materiais e concretas, Bens
exclusão do homem”. Os “bens são
enquanto que se reserva para designar imateriais ou Coisas coisas que, por serem úteis e raras, são
abstratos o nome bens em sentido estrito". (Bens suscetíveis de apropriação e contêm
Corpóreos)
valor econômico”.
Para esse doutrinador, os bens seriam gênero e as coisas
Ele é seguido por MARIA HELENA DINIZ e SÍLVIO VENOSA, que também entendem que
espécies. Outros autores o seguem, tais como: ORLANDO
bens seriam espécies de coisas.
GOMES, CEZAR FIÚZA, TEIXEIRA DE FREITAS, PABLO STOLZE
etc.
• Coisas = Tudo o que não é humano.
• Bens = Coisas com interesse econômico e/ou jurídico.

NÃO SÃO CONSIDERADOS BENS ALGUNS TERMOS LIGADOS AOS BENS


• O bem sempre deve ter conotação econômica, no sentido de ser passível de • Res nullius é uma expressão latina, composta de res + nullius, que significa "coisa
avaliação pecuniária, quer para a corrente que o coloca como gênero, quer para a sem dono" ou "coisa de ninguém";
que o coloca como espécie de coisa. Portanto, não são considerados bens:
– as coisas materiais abundantemente disponíveis a todos os homens. Exemplos: • Res derelictae é uma expressão latina, composta de res + derelicta, que significa
ar atmosférico, a luz solar, a água dos oceanos, etc; "coisa abandonada";
– as coisas materiais insuscetíveis de apropriação pelo homem. Exemplos: o solo
da lua e dos planetas, os micróbios etc. De fato, só se considera bem aquilo que • Achádego (ou alvíssaras) é a recompensa devida a quem restitui coisa achada. Em
tem existência autônoma e é capaz de ser subordinado juridicamente ao domínio outras palavras, é um prêmio dado ao achador da coisa perdida.
do homem;
– os direitos de ordem moral que correspondem ao conjunto dos atributos da
personalidade da pessoa. Exemplos: a vida, a honra, a liberdade, o nome, a
integridade física etc.

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Título Único – Das Diferentes Classes de Bens Título Único – Das Diferentes Classes de Bens
Tangibilidade (materialidade)

Mobilidade Bens corpóreos

Bens
Tangibilidade
Fungibilidade Bens incorpóreos

Consuntibilidade
• BENS CORPÓREOS (ou materiais ou tangíveis) – são aqueles bens que possuem
Bens

Divisibilidade existência corpórea, podendo ser tocados. Exemplos: uma casa, um veículo, um
animal.
Individualidade

• BENS INCORPÓREOS (ou imateriais ou intangíveis) – são aqueles com existência


Dependência em relação a outro bem
abstrata e que não podem ser tocados pela pessoa humana. Exemplos: hipoteca,
penhor, direitos autorais.
Relação ao titular do domínio

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Tangibilidade (materialidade)
Natureza ou por essência
Mobilidade
Acessão física industrial
Fungibilidade
ou artificial
Bens Imóveis
Acessão física intelectual
Consuntibilidade
Bens

Disposição legal
Bens

Mobilidade
Divisibilidade

Individualidade Natureza
Bens Móveis
Dependência em relação a outro bem Antecipação

Relação ao titular do domínio


Determinação legal

Título Único – Das Diferentes Classes de Bens Título Único – Das Diferentes Classes de Bens
• BENS IMÓVEIS (arts. 79 a 81 do CC) – São aqueles que não podem ser removidos ou • BENS IMÓVEIS (arts. 79 a 81 do CC) – São aqueles que não podem ser removidos ou
transportados sem a sua deterioração ou destruição. Admitem a seguinte transportados sem a sua deterioração ou destruição. Admitem a seguinte
subclassificação: subclassificação:

A. Bens imóveis por natureza ou por essência: são formados pelo solo, o subsolo, C. Bens imóveis por acessão física intelectual (ou pertenças) -São os bens móveis
o espaço aéreo e tudo quanto se lhe incorporar de forma natural (art. 79 do CC). que foram imobilizados pelo proprietário, constituindo uma ficção jurídica,
Exemplo: árvore nascida naturalmente no terreno; surgindo o conceito de pertenças. Exemplo: um trator incorporado a uma
fazenda, essencial para as atividades nela desenvolvidas.
B. Bens imóveis por acessão física industrial ou artificial: são formados por tudo o
que o homem incorporar permanentemente ao solo, não podendo removê-lo D. Bens imóveis por disposição legal: tais bens são considerados como imóveis,
sem destruição ou deterioração. Exemplo: construções e plantações, situações para que possam receber melhor proteção jurídica. Exemplo: direito à sucessão
em que ocorre a intervenção humana; aberta.

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LIVRO II - Título Único – Das Diferentes Classes de Bens Título Único – Das Diferentes Classes de Bens
• CAPÍTULO I - Dos Bens Considerados em Si Mesmos • BENS MÓVEIS (arts. 82 a 84 do CC) – Os bens móveis são aqueles que podem ser
• Seção I - Dos Bens Imóveis transportados, por força própria ou de terceiro, sem deterioração ou destruição. Os
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou bens móveis podem ser assim subclassificados:
artificialmente. A. Bens móveis por natureza: são bens que se podem transportar sem qualquer
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: dano, por força própria ou alheia. Quando o bem móvel puder se mover de um
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; local para outro, por força própria, será denominado bem móvel semovente
(Exemplo: os animais);
II - o direito à sucessão aberta.
B. Bens móveis por antecipação: são os bens que eram imóveis, mas que foram
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: mobilizados por uma atividade humana. (Exemplo: árvore removida do solo,
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem lenha cortada);
removidas para outro local; C. Bens móveis por determinação legal: surgem nas situações em que a lei
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se determina que o bem é móvel. (Exemplos: direitos autorais e energias).
reempregarem.

Distinções Imóveis Móveis Distinções Imóveis Móveis


• depende da outorga do cônjuge, • os bens móveis, podem ser Bens de • exige-se prévia autorização do Juiz • os pais podem alienar os bens
Alienação salvo no regime da separação de alienados sem a outorga do menores (art. 1.691). móveis dos filhos menores.
bens; cônjuge;
• os imóveis exigem o registro da • os bens móveis adquirem-se pela Direitos Reais • são objetos de hipoteca; • são objetos de penhor;
Aquisição escritura pública, isto é, a tradição simples tradição, isto é, entrega da • chama-se praça; • chama-se leilão;
Hasta Pública
solene; coisa;
• o prazo de usucapião de bem imóvel • o prazo de usucapião dos bens • nas ações reais sobre bens imóveis é • nas ações reais sobre bens móveis,
varia de 5, 10 e 15 anos (arts. 1.238 a móveis é de 3 anos, para quem tem necessária a autorização do cônjuge não há esta necessidade;
Usucapião 1.240); justo título e boa-fé, e de 5anos, do autor e a citação do cônjuge do
Ingresso das réu;
nas demais hipóteses (arts. 1.260 e Ações Reais
1.261); • devem ser propostas no local da • As ações reais sobre bens móveis
• apenas os bens imóveis sujeitam-se • os móveis, não; situação do imóvel (“foro rei sitae”). são propostas no domicílio do réu.
Impostos ao imposto de transmissão e ao
imposto territorial (IPTU e ITR); • são sempre infungíveis. • os móveis podem ser fungíveis e
Fungibilidade
infungíveis.

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• CAPÍTULO I - Dos Bens Considerados em Si Mesmos Tangibilidade (materialidade)
• Seção II - Dos Bens Móveis
Mobilidade
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por
força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. Fungibilidade

Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: Consuntibilidade


Bens

I - as energias que tenham valor econômico;


II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; Divisibilidade

III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.


Individualidade

Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem


Dependência em relação a outro bem
empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os
provenientes da demolição de algum prédio. Relação ao titular do domínio

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Título Único – Das Diferentes Classes de Bens LIVRO II - Título Único – Das Diferentes Classes de Bens
• CAPÍTULO I - Dos Bens Considerados em Si Mesmos
• Seção III - Dos Bens Fungíveis e Consumíveis
Bens Fungíveis
Bens

Fungibilidade
Bens Infungíveis
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma
espécie, qualidade e quantidade.
• BENS FUNGÍVEIS – Nos termos do art. 85 do CC, são os bens móveis que podem ser
substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Exemplo: saca
de café, alimentos em geral etc.

• BENS INFUNGÍVEIS – São aqueles que não podem ser substituídos por outros da
mesma espécie, quantidade e qualidade. Exemplo: animal reprodutor, joia de
família comum, casa etc.

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Tangibilidade (materialidade)

Mobilidade Bens Consumíveis


Bens

Consuntibilidade
Fungibilidade Bens Inconsumíveis

Consuntibilidade
• Dois parâmetros de classificação são utilizados pelo atual Código Civil:
Bens

Divisibilidade – Consuntibilidade Física (ou fática) - se o consumo do bem implica em


destruição;
Individualidade
– Consuntibilidade Jurídica (ou de direito) - se o bem pode ser ou não objeto
Dependência em relação a outro bem de consumo, ou seja, se pode ser alienado não.

Relação ao titular do domínio

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• Assim sendo, surge a seguinte classificação: • CAPÍTULO I - Dos Bens Considerados em Si Mesmos
• Seção III - Dos Bens Fungíveis e Consumíveis

– BENS CONSUMÍVEIS – São bens móveis, cujo uso importa na destruição


imediata da própria coisa (consuntibilidade física), bem como aqueles Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata
destinados à alienação (consuntibilidade jurídica) – art. 86 do CC; da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à
alienação.
– BENS INCONSUMÍVEIS – São aqueles que proporcionam reiteradas
utilizações, permitindo que se retire a sua utilidade, sem deterioração
(inconsuntibilidade física), bem como aqueles que são inalienáveis
(inconsuntibilidade jurídica);

– OBSERVAÇÃO: O CDC, no seu art. 26, traz classificação muito próxima da


relacionada com a consuntibilidade física.

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Tangibilidade (materialidade)

Mobilidade Bens Divisíveis

Bens
Divisibilidade
Bens Indivisíveis
Fungibilidade

Consuntibilidade • BENS DIVISÍVEIS – São os que se podem fracionar sem alteração em sua substância,
Bens

diminuição considerável de valor ou prejuízo do uso a que se destinam (art. 87 do


Divisibilidade
CC). Exemplo: terreno, fazenda, dinheiro etc.
Individualidade • BENS INDIVISÍVEIS – São os bens que não podem ser partilhados, pois deixariam de
formar um todo perfeito, gerando desvalorização, na grande maioria das vezes. A
Dependência em relação a outro bem indivisibilidade pode decorrer da natureza do bem, de imposição legal ou da
vontade do seu proprietário. Exemplo: carro, papel moeda etc.
Relação ao titular do domínio

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• CAPÍTULO I - Dos Bens Considerados em Si Mesmos Tangibilidade (materialidade)
• Seção IV - Dos Bens Divisíveis
Mobilidade

Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua Fungibilidade
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se
destinam. Consuntibilidade
Bens

Divisibilidade
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por
determinação da lei ou por vontade das partes. Individualidade

Dependência em relação a outro bem

Relação ao titular do domínio

Título Único – Das Diferentes Classes de Bens LIVRO II - Título Único – Das Diferentes Classes de Bens
• CAPÍTULO I - Dos Bens Considerados em Si Mesmos
• Seção V - Dos Bens Singulares e Coletivos
Bens Individuais
Bens

Individualidade Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si,
Bens Coletivos
independentemente dos demais.

Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que,


• BENS INDIVIDUAIS (ou singulares) – São bens singulares aqueles que, embora
reunidos, possam ser considerados independentes em relação aos demais (art. 89 pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
do CC). Exemplo: livro, apartamento, etc. Recebem tratamento singular, Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de
consideram-se em si mesmos. relações jurídicas próprias.
• BENS COLETIVOS (ou universais) – São os bens que se encontram agregados em um Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de
todo. Os bens coletivos são constituídos por várias coisas singulares, que são uma pessoa, dotadas de valor econômico.
consideradas em conjunto e formando um todo individualizado. Exemplo: uma
boiada, um estacionamento, biblioteca, etc.

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Tangibilidade (materialidade)
Principais
Mobilidade
Frutos
Fungibilidade

Bens
Dependência em relação a
outro bem
Consuntibilidade Produtos
Bens

Divisibilidade Partes integrantes


Acessórios Necessárias
Individualidade
Benfeitorias
Úteis
Dependência em relação a outro bem

Relação ao titular do domínio Voluptuárias

Título Único – Das Diferentes Classes de Bens Título Único – Das Diferentes Classes de Bens
• BENS PRINCIPAIS (ou independentes) – São os que existem de maneira autônoma e • São bens acessórios, previstos no ordenamento jurídico brasileiro:
independente, de forma concreta ou abstrata, conforme o art. 92 do CC. A. Frutos – são bens acessórios que têm sua origem, que nascem do bem
principal, mantendo a integridade desse último, sem diminuição da sua
• BENS ACESSÓRIOS (ou dependentes) – São os bens cuja existência e finalidade substância ou quantidade. Exemplo: frutas de uma árvore da casa,
pressupõem a um outro bem, denominado bem principal. rendimentos obtidos com a casa. Por sua vez, os frutos podem ser:
– Por essa razão, quem for o proprietário do bem principal será também do bem • Frutos Naturais – são o decorrentes da essência da coisa principal. Exemplo:
acessório. Frutos de uma árvore;
– A natureza jurídica do acessório será a mesma do principal. • Frutos Industriais – são o decorrentes da atividade humana. Exemplo:
Produto de uma fábrica;
• Frutos Civis – são o decorrentes de uma relação jurídica. Exemplo: aluguel
de um imóvel, ganhos de capital, etc.;

Título Único – Das Diferentes Classes de Bens Título Único – Das Diferentes Classes de Bens

• Frutos Pendentes – são os que estão ligados à coisa principal, ou seja, ainda • São bens acessórios, previstos no ordenamento jurídico brasileiro:
não foram colhidos decorrentes da essência da coisa principal. Exemplo:
Frutos de uma árvore que ainda lá estão; C. Pertenças – são bens móveis destinados a servir outro bem principal, por
• Frutos Percebidos – são os colhidos do principal e separados dele; vontade ou trabalho intelectual do proprietário. Exemplo: o trator em relação à
• Frutos Percipiendos – são os que deveriam ser colhidos, mas não foram. fazenda, cama, mesa ou armários de uma casa etc.). As pertenças, apesar de
Exemplo: frutos apodrecendo na árvore; serem bens acessórios, não seguem o destino do principal, salvo se o contrário
• Frutos Consumidos – são os que foram colhidos e não existem mais. resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.

B. Produtos – são os bens acessórios que saem da coisa principal, diminuindo a D. Partes integrantes – são bens acessórios que estão unidos ao bem principal,
quantidade e substância dessa última. Exemplo: pepita de ouro retirada de uma formando com este último um todo independente (Maria Helena Diniz).
jazida; Exemplo: a lâmpada em relação ao lustre.

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Título Único – Das Diferentes Classes de Bens Título Único – Das Diferentes Classes de Bens
• São bens acessórios, previstos no ordenamento jurídico brasileiro: i. Benfeitorias necessárias – sendo essenciais ao bem principal, são as que
têm por fim conservar ou evitar que o bem se deteriore. Exemplo: reforma
E. Benfeitorias – são bens acessórios introduzidos em um bem móvel ou imóvel, do telhado da casa;
visando a sua conservação ou melhora da sua utilidade. Enquanto os frutos e
produtos decorrem do bem principal, as benfeitorias são nele introduzidas. ii. Benfeitorias úteis – são as que aumentam ou facilitam o uso da coisa,
tornando-a mais útil. Exemplo: instalação de grades nas janelas da casa;
Classificação das benfeitorias:
i. Benfeitorias necessárias; iii. Benfeitorias voluptuárias – são as de mero deleite, de mero luxo, que não
ii. Benfeitorias úteis; facilitam a utilidade da coisa, mas apenas tornam mais agradável o uso da
coisa. Exemplo: instalação de uma piscina na casa.
iii. Benfeitorias voluptuárias.

LIVRO II - Título Único – Das Diferentes Classes de Bens LIVRO II - Título Único – Das Diferentes Classes de Bens
• CAPÍTULO II - Dos Bens Reciprocamente Considerados • CAPÍTULO II - Dos Bens Reciprocamente Considerados

Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos
acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. podem ser objeto de negócio jurídico.

Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de
outro. § 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso
habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não § 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de § 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se
vontade, ou das circunstâncias do caso. deteriore.

LIVRO II - Título Único – Das Diferentes Classes de Bens Título Único – Das Diferentes Classes de Bens
• CAPÍTULO II - Dos Bens Reciprocamente Considerados Tangibilidade (materialidade)

Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos Mobilidade


sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
Fungibilidade

Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias Consuntibilidade
Bens

necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas,
a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o Divisibilidade
direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Individualidade

Dependência em relação a outro bem

Relação ao titular do domínio

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Título Único – Das Diferentes Classes de Bens Título Único – Das Diferentes Classes de Bens

Privados • BENS PARTICULARES (ou privados) – São os que pertencem às pessoas físicas ou
jurídicas de direito privado.
Uso geral ou comum do
povo • BENS PÚBLICOS (ou do Estado) – São os que pertencem a uma entidade de direito
público interno, como no caso da União, Estados, Distrito Federal, Municípios, entre
Bens

Relação ao titular do domínio


outros (art. 98 do CC). Os bens públicos podem ser assim classificados:
– Bens de uso geral ou comum do povo (art. 99, I, do CC);
Públicos Uso especial
– Bens de uso especial (art. 99, II, do CC);
– Bens dominicais ou dominiais (art. 99, III, do CC).

Dominiais ou dominicais

Título Único – Das Diferentes Classes de Bens Título Único – Das Diferentes Classes de Bens
• Os bens públicos podem ser assim classificados:
• Os bens públicos podem ser assim classificados:

– Bens de uso especial (art. 99, II, do CC) - são os edifícios e terrenos utilizados pelo
– Bens de uso geral ou comum do povo (art. 99, I, do CC)- são bens destinados à
próprio Estado para a execução de serviço público especial, havendo uma
utilização do público em geral, sem necessidade de permissão especial.
destinação especial, denominada afetação.

• Exemplo: as ruas. Elas estão afetadas ao uso indistinto e concorrencial de


• Exemplo: o prédio onde funciona uma escola pública tem natureza especial. O
todos os administrados e tem como característica principal ou primária a
bem onde está instalada a escola está afetado à prestação de um serviço
locomoção de automóveis e pessoas. Assim como as praças, jardins, ruas,
público fundamental que é o ensino ou educação.
estradas, mares, rios, praias, golfos, etc.

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• Os bens públicos podem ser assim classificados: • CAPÍTULO II - Dos Bens Públicos

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas


– Bens dominicais ou dominiais (art. 99, III, do CC) - São os bens públicos que jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual
constituem o patrimônio disponível e alienável da pessoa jurídica de direito for a pessoa a que pertencerem.
público, por não terem destinação específica. Os bens dominiais têm natureza
diversa dos dois anteriores. Não está afetado à prestação de nenhuma atividade
pública. Podem ser móveis ou imóveis. Estes bens ainda serão de uso geral ou
especial.

• Exemplo: as áreas deixadas obrigatoriamente à administração pública quando


da construção de loteamentos abertos ou fechados.

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LIVRO II - Título Único – Das Diferentes Classes de Bens LIVRO II - Título Único – Das Diferentes Classes de Bens
• CAPÍTULO II - Dos Bens Públicos • CAPÍTULO II - Dos Bens Públicos
Art. 99. São bens públicos: Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou determinar.
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive
os de suas autarquias; Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito exigências da lei.
público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de
direito privado. Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído,
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração
pertencerem.

Bem de Família – Conceito e Natureza Bem de Família – Introdução ao tema


• Conceito - “O bem de família é um meio de garantir um asilo à família, tornando-se • Histórico - A origem do instituto do bem de família é norte-americana, no instituto
o imóvel onde ela se instala domicílio impenhorável e inalienável, enquanto forem denominado de Homestead Exemption Act. Nos Estados Unidos, em consequência
vivos os cônjuges e até que os filhos completem sua maioridade”. (Álvaro Villaça da grave crise econômica que o atingiu no começo do século XIX, o Estado do Texas
Azevedo). “Bem de família é todo bem imóvel que, por força de Lei ou da própria promulgou uma lei, em 1839, permitindo que ficasse isenta de penhora a pequena
vontade do dono, se torna impenhorável e/ou inalienável, ficando reservado para a propriedade, sob a condição de sua destinação à residência do devedor. Outros
residência da família”. (César Fiúza). Estados adotaram aquela norma.

• Natureza jurídica do bem de família - forma de afetação de bens a um destino • Direito Brasileiro - A partir dos novos valores que permeiam a ordem jurídica
especial, qual seja, assegurar a dignidade humana dos componentes do núcleo brasileira, a partir da legalidade constitucional, é imperioso despatrimonializar as
familiar. relações jurídicas, sendo mister afirmar o ser sobrepujando o ter. É a aplicação do
chamado mínimo existencial, revelando um dos aspectos concretos, práticos, da
afirmação da dignidade da pessoa humana.

Bem de Família - Espécies Bem de Família - Espécies

• Espécies de Bens de Família: • Espécies de Bens de Família:

A. CONVENCIONAL ou VOLUNTÁRIO – bem de família voluntário tem como B. LEGAL – Previsto na Lei 8.009/90, a proteção é a impenhorabilidade,
características o fato de que: independentemente de ato de vontade do titular.
• depende de ato voluntário do titular, por escritura pública, testamento ou • é uma proteção automática;
doação; • gera, apenas, a impenhorabilidade;
• gera inalienabilidade e impenhorabilidade; • refere-se ao bem imóvel onde a família está residindo;
• refere-se ao bem imóvel onde a família está residindo; • tem duração ilimitada.
• tem duração limitada à vida dos instituidores ou até a maioridade civil dos
filhos.

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Bem de família convencional ou voluntário Bem de família legal


Previsto nos arts. 1.711 a 1.722 do CC. Previsto na Lei 8.009/1990.
Instituído por ato voluntário de membros da entidade Proteção automática.
familiar.
Cabe inalienabilidade e impenhorabilidade. Cabe somente Impenhorabilidade.

Máximo 1/3 do patrimônio. Não há limites fixados em lei, por regra. Proteção do único
imóvel em que reside a entidade familiar.
Somente é possível a penhora em caso: É possível a penhora:
• de tributo devido em razão do próprio bem (IPTU, • pelo titular do crédito decorrente do financiamento
por exemplo); destinado à construção ou à aquisição do imóvel;
• dívidas de condomínio. • pelo credor da pensão alimentícia;
• para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas
e contribuições devidas em função do imóvel familiar;
• para execução de hipoteca;
• por ter sido adquirido com produto de crime ou para
execução de sentença penal condenatória a
ressarcimento, indenização ou perdimento de bens;
• por obrigação decorrente de fiança concedida em
contrato de locação.

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