Você está na página 1de 19

DERRUBANDO MURALHAS (Parte 01)

Hb 11.30

Muralha: (Aurélio) É um muro que guarnece uma fortaleza


Jericó: (hb. Yareach – sua lua / Gr. Hiericho – Lugar de fragâncias)

»» Jericó possuía em abundância, bálsamo, mel, cedro, mirobálamo e outros produtos. “Quem quer
estas especiarias para sua vida?” Então derrube as muralhas.
»» Jericó é conhecida como “cidade das palmeiras” (Dt 34.3).
»» Jericó 30 km à nordeste de Jerusalém. (BEP)
»» Jericó possuía uma área de 32 km2. (BEP).
• Js 6.26 – Josué amaldiçoou quem reedificasse a Jericó.
• 1 Rs 16.34 – Hiel, o betelita, resolveu testar a qualidade da palavra de Josué. Quando pôs os
fundamentos de Jericó, Abirão seu filho primogénito morreu. Quando colocou as portas, o mais novo:
Serugue morreu. O tempo não conseguiu anular “a voz do homem de Deus” (500 anos de intervalo, a
palavra de Deus na boca do homem de Deus não perde a validade) – Reinado de Acabe
• 2 Rs 2.5 – Escola de profetas, no tempo de Elias e Eliseu.
• Lc 10.30 – Homem que descia de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores.
• Lc 18.41,42 – Jesus curou Bartimeu chegando em Jericó e Mc 10.41 Jesus saia (Jericó nova e a velha).
“Salvo pela Fé”.
• Lc 19.9 – Jesus anuncia salvação na casa de Zaqueu. (Ef 2.8 – Pela graça sois salvos, mediante a Fé)

Mas Jericó tinha uma muralha intransponível (9 m de altura, por 6 m de largura) Fonte: BEP
»» É impossível conquistar a Terra Prometida, sem antes derrubar as muralhas. (Não dá para “ignorar”
os problemas).
»» Deus não nos deixa só diante das muralhas (Js 5.14 e Mt 28.20b)
»» Ex 23.20 (Teofania) – O Anjo iria adiante (Direcção); O Anjo guardaria (Protecção); O Anjo levaria ao
lugar preparado (Garantia).
»» Vencer Jericó era uma necessidade. (Batalha dos deuses). Pois ela era invencível (Js 6.1 – Estava
fechada) - (nem o Egipto conseguia conquistar Jericó) – Mas Jó 42.2 e Lc 1.37 têm a resposta para
Jericó.

O referencial da vitória do povo de Deus é a FÉ (Hb 11.30) – A arca ia no “meio” (Homens armados,
sacerdotes com trombetas, ARCA e o povo) – Eles “CERCAVAM” a cidade (Js 6.3).

1. DEFINIÇÃO (Fé é o produto mais “concentrado” conhecido na terra)


• Hb 11.1 – Certeza daquilo que espera, e convicção de factos que se não vêem.
• 1 Co 13.13 – Uma das 3 verdades teologais. (Descoberta quando Paulo disse ter “deixado de ser
menino” – A sua Fé havia “amadurecido”.
• Ml 4.2 / Mt 2.1 – Revela que a Fé suporta o “teste das evidências” (Gn 15.13 – O povo saiu do Egipto
após mais de 400 anos – Ex 12.40,41). (Ml 4.5,6 – Lc 1.17,57 e 3.2). O “Elias” da restauração familiar.
Família restaurada.
• Rm 10.17 – A Fé vem pela pregação. E a pregação pela Palavra de Cristo (RA) – A pregação é o “canal”.

2. A FÉ GERA “REFERENCIAL” PARA OUTROS (Galeria dos heróis da fé – Hb 11)


• Hb 11.2 – Os antigos obtiveram bom testemunho, mesmo sem ter obtido as promessas; mas pela fé
(Hb 11.13), viram de longe, as saudaram e confessaram serem peregrinos.
• Rm 4.20 – Se fortaleciam “dando glórias a Deus”.
• Hb 11.16 – Aguardam uma pátria superior, e uma cidade preparada (Ap 21).

1/19
3. A FÉ, É O MEIO “LÓGICO” PARA ACREDITARMOS NO IMPOSSÍVEL, NO IMPROVÁVEL, NO MILAGRE E
NO SOBRENATURAL (Hb 11.3)
Lógica: (Aurélio) Conjunto de regras e princípios que orientam, implícita ou explicitamente, o
desenvolvimento de uma argumentação ou de um raciocínio, a resolução de um problema.
»» Mt 17.20 – Os discípulos aprenderam que precisam da fé, para expulsar demónios (analogia: Montes
passe para acolá)
»» Lc 17.6 – Para perdoar precisa da Fé (Analogia: Amoreira precipita te no mar).
• Hb 11.4 – Abel recebeu testemunho de justo e aprovação diante de Deus (Muralha da religiosidade de
troca derrubada).
• Hb 11.5 – Enoque obteve testemunho de haver agradado a Deus (Gn 5.24) – Mundanismo vencido (1
Jo 2.17). O que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
• Hb 11.6 – Quem se aproxima de Deus, é necessário crer que Ele existe e é galardoador dos que o
buscam. (Muralha da dúvida) – Hb 4.16
• Hb 11.7 – Noé, construiu uma arca para salvação de sua família, e herdou o “Título de Herdeiro dá
Justiça que vem da Fé. (Muralha que impede nossas casas de servir a Deus)
• Hb 11.8 – Abraão obedeceu para ir à terra que receberia como herança, sem saber aonde ia.
»» Derruba a muralha da autossuficiência (Passa a ser dependente exclusivamente de Deus)
»» Derruba a muralha da “estabilidade terrena” (troca o “ter” pelo “ser”)
»» Derruba a muralha da Esterilidade (A FÉ é mais forte do que as evidências físicas e genéticas) -
Gláucia
»» Hb 11.19 - Derruba a muralha da incredulidade [Gn 18.14 – Acaso, para o Senhor há coisa
demasiadamente difícil?] (pois acreditava que o Deus que prometera uma aliança com Isaque [Gn
17.19], era poderoso para ressuscitá-lo ainda das cinzas. (Contexto remoto de -Gn 22.8)

As muralhas cairão por causa da Fé


• Tg 5.14, 15 – A unção e a oração com Fé salvará o enfermo.
• Mt 7.8 – O que pede recebe; o que busca encontra; e, ao que bate, se abre. (RC – Portugal)
“ A FÉ COMEÇA PEQUENA, MAS SEU RESULTADO É GRANDE” (Lc 13.19)”.
“Jesus usou a figura de um grão de mostarda, para implantar Fé no quotidiano das pessoas”.
AS SETE VOLTAS EM TORNO DE JERICÓ
Por Vinicius Moura -27/12/20171847715
FacebookMessengerWhatsAppTwitterGmailEmailEvernote
Moisés comandou a saída do povo de Israel da escravidão no Egito, conforme o relatado do livro do
Êxodo. Mas o plano de Deus não incluía apenas livrar o povo da escravidão. Era preciso também
encontrar um novo lar para Israel, onde o povo pudesse prosperar.

Seguindo a promessa que Deus tinha feito para Abraão, esse lar deveria ser a Terra Prometida, também
conhecida como Canaã (hoje em dia, chamamos de Palestina). E assim, cabia a Israel conquistar aquele
território, sob a liderança de Josué (moisés não entrou na Palestina).

É preciso lembrar que o povo de Israel tinha sido escravo durante mais de 400 anos e, mesmo depois de
uma preparação de 40 anos no deserto, ainda não tinha ainda experiência em guerrear. Portanto, as
primeiras batalhas seriam um desafio muito grande.

Jericó foi a primeira cidade no caminho de Israel, ao entrar em Canaã. O primeiro desafio a ser vencido.
E ela contava com muros altos e fortes.

É interessante perceber que Deus disse a Josué que não seria necessário o povo fazer muita coisa para
conquistar Jericó, pois o próprio Deus derrubaria os muros que protegiam a cidade. Para tanto, bastaria

2/19
que Israel circulasse em volta dos muros durante seis dias, enquanto os moradores de Jericó se sentiam
seguros dentro do recinto fortificado.

E, no sétimo dia, Israel precisaria circular os muros por mais sete vezes. Há uma conclusão importante a
tirar desse fato: Jericó não podia ser uma cidade grande para nossos padrões – seria impossível circular
por sete vezes uma grande cidade num único dia.

Completados os sete círculos, as trombetas de Israel deveriam tocar e o povo gritar em alta voz. E os
muros iriam cair. Assim foi feito, e os muros de fato caíram (Josué capítulo 6).

Agora, por que Deus pediu toda essa preparação?Por que Deus não fez o milagre no primeiro dia?

É interessante perceber que períodos de espera e de dificuldades, que parecem meio absurdos, são
bastante comuns nos relatos bíblicos. Por exemplo, Isaque precisou orar por vinte anos para que sua
mulher Rebeca engravidasse de Esaú e Jacó. José passou cerca de 20 anos sofrendo, no Egito, antes de
vir a ser o principal ministro do faraó. Paulo teve que passar por inúmeros problemas (naufrágios,
perseguições, fome, etc) para conseguir anunciar o Evangelho de Jesus Cristo.

Penso que tudo isso traz uma lição muito importante para nós, que pode ser dividida em duas partes. A
primeira parte estabelece a necessidade de confiar em Deus, não importa o que Ele venha a pedir. É
preciso sempre acreditar que Ele tem boas razões para fazer isso, razões essas que quase sempre são
desconhecidas para os seres humanos.

A segunda parte do ensinamento é que as lutas e o período de espera fortificam o caráter da pessoa
que está sendo preparada por Deus. Foi isso que aconteceu com José, que amadureceu muito durante
o período de adversidades no Egito, deixando de ser um rapaz mimado e sonhador e virando um
estadista.

Se o povo de Israel não tivesse circulado a cidade por treze vezes (seis vezes em dias anteriores e sete
no último dia) e não tivesse cumprido integralmente a orientação dada por Deus, o milagre não teria
ocorrido.

Uma volta a menos parece não fazer muita diferença, mas significaria desobediência, falta de confiança
em Deus e isso teria impedido o milagre de acontecer.
DERRUBANDO AS MURALHAS

Resultado de imagem para muralhas de Jericó

“Foi pela fé que os muros de Jericó desmoronaram, depois de se lhes haver dado a volta durante sete
dias”. (Hb .11, 30)

Jericó , é a cidade mais antiga do mundo. Ela foi fundada entre 8.000 e 9.000 a.C e hoje compreende
toda região da Cisjordânia no Oriente Médio. A palavra Jerico significa , ''perfume'' e essa cidade era
cheia de palmeiras e ficava as margens do Rio Jordão. Região de grandes conflitos , traz na sua
fita histórica a exibição de uma grande muralha.

Era comum na época , segregar os povos dentro de fortes muralhas para proteger as cidades de
invasões de outros povos e Jerico não escapou desse tipo de proteção. Como exemplo visível

3/19
podemos citar uma das sete maravilhas do mundo, as ''Muralhas da China" que é vista do espaço,
e que ainda existe.

Mas queremos refletir, após este breve comentário inicial , sobre as muralhas de Jerico da Bíblia,
cuja importância se pode observar sob diversos aspectos: histórico, emocional e espiritual e o que
foi usado para provocar a queda de tão forte muro.

Já citamos um pouco da história e vamos nos deter no lado emocional e espiritual. Como foi
derrubar uma muralha emocionalmente e espiritualmente falando , sem o uso de bombas e nem
explosivos. Somente com sons de trombetas.

A palavra Jericó aparece 70 vezes na Bíblia e os acontecimentos narrados é de '' tirar o folego'', como
diz o ditado popular. Foi lá que a água salgada se tornou doce (Ex.15:23-18).Aconteceu a
ressurreição de Lazaro (Jo.11;37-44), o encontro de Jesus com Bartimeu e com Zaqueu, a
transformação da vida de Raabe etc...

Após a saída do Egito e da morte de Moisés, assumiu a liderança dos Judeus o Lutador Josué. Esse
homem , divinamente escolhido e divinamente orientado, teve a missão de derrubar a grande
muralha, usando apenas sons de trombetas.

Ficamos imaginando o que foi os sons das trombetas. Imaginamos que na escala musical , que
existe infinitos acordes e ritmos , foi usado apenas um som de uma nota só. Digamos que foi mais,
ou menos assim: Foom. Foom. Foom. Foom...

Esse barulho , tocado uma ou duas vezes já se torna um pouco chato , imagine durante sete dias e
sete noites sem parar. Isso foi emocionalmente irritante para o povo de Jericó. A coisa proposital ,
repetitiva torna-se angustiante e estressante e não existe nervos que suportem.

Isso nos faz meditar que para matar alguém , nem sempre se precisa de uma arma. Pode-se matar
de raiva e até mesmo um som pode conseguir quebrar vidros.
''A Física sugere que a voz é capaz de quebrar vidro. Cada pedaço de vidro, assim como todos os
materiais, possui uma frequência ressonante, isto é, a velocidade com que vibra quando se choca ou
recebe outro estímulo, que pode ser, por exemplo uma onda sonora. Taças de vinho são especialmente
ressonantes devido à sua estrutura tubular interna oca, que produz um som agradável ao tinir. Se uma
pessoa conseguir cantar neste tom exato – que de acordo com a lenda é um “Si Maior” mas, na
verdade, pode ser qualquer tom – sua voz fará as moléculas do ar em volta da taça vibrarem em uma
frequência, forçando-a a vibrar também. Se a nota for emitida suficiente alta, o copo irá vibrar até
quebrar.''

Foi o que aconteceu na queda dos muros de Jericó. O som irritou emocionalmente , o povo , as
forças armadas e conseguiu penetrar nas molecas do ar em volta das pedras arrebentando-as e
consequentemente a queda da muralha.

Deus que fez todas as coisas , visíveis e invisíveis , inventou a física e a química , e faz como quer,
onde quer e com quem quer. As forças armadas de Israel venceu a guerra , derrubou muralhas e
conquistou a terra prometida.

4/19
Não sei quais são as muralhas que envolvem sua a vida , meu caro leitor. Todos nós sempre temos
uma muralha para derrubar, senão vejamos: As muralhas das enfermidades, as muralhas das
dividas, as muralhas dos vícios, da religiosidade, da descrença, da idolatria,feitiçaria,

da dor,medo, mentira,miséria, traição, adultério,ira , inveja e morte.Diz a Palavra de Deus:''Hoje


tenho dado na tua mão a Jericó , ao seu rei e aos seus homens valorosos'' Jos. 6:2

Queremos concluir dizendo que para tudo tem jeito. Seja qual for a muralha temos um remédio
infalível .(A Oração) que vibra dentro do silencio e sem que seja visto sobe por um caminho bem
alto até chegar ao Criador e que desce também dentro do mesmo silencio derrubando as muralhas
da indiferença e da falta de amor, resolvendo todos os problemas.

Experimente. Eu viajei muito de avião, mas de repente fiquei com fobia de avião, e para vencer
essa muralha , usei o recurso da oração e hoje continuo dentro dele e a minha vitoria tem sido
completa porque Deus fala para mim ."Não temas''.''Eu sou o Deus de Josué e sou o teu Deus que
continua derrubando as muralhas.'' As minhas e as suas muralhas , querido leitor.
Medite Nisso!
A queda de Jericó

Por Everton Edvaldo

Leitura Bíblica: (Josué 6.1-27).

Introdução: O relato da conquista de Jericó é mais permeado de lições do que possamos imaginar. Isto
porque nessa passagem da Bíblia, tão comumente pregada nas igrejas, podemos ver o quanto Deus
estava engajado para dar a terra de Canaã a seu povo, a saber: Israel. Esta cidade, que tem sido alvo de
controvérsias históricas e arqueológicas, um dia foi alvo da ação providencial de Deus. A Conquista de
Jericó é pré-anunciada em Josué 5.13-6.2 e é um evento que precede todas as outras conquistas
descritas no livro de Josué. No estudo de hoje, veremos qual o contexto histórico presente naquela
época, bem como o que aconteceu e de que forma isso traz impacto para nossas vidas. Faremos isso
debaixo da graça de Deus, trazendo ao longo de todo o estudo, informações valiosas e aplicações
espirituais e práticas. Boa leitura!

I- CONTEXTO HISTÓRICO:

Como toda passagem das Escrituras, esse relato em Josué 6 não deve ser lido, à parte do contexto
histórico e bíblico da época. Isto significa que "a conquista de Jericó" não é uma ação de mero
"capricho" de Deus. Existe uma causa para Deus ter entregado Jericó nas mãos de Josué e do povo de
Israel, mas antes, permita-me falar brevemente sobre o contexto histórico e cultural, para depois disso,
entrarmos nos detalhes e aplicações da passagem.

1. Finalmente às "portas" de Canaã! Este era o cenário de Israel nos dias de Josué. Uma nova geração,
um novo líder, uma nova terra e obviamente, novos desafios.

Tudo começa com Deus levantando e encorajando Josué a fazer o povo de Israel tomar posse da terra
de Canaã¹. Então Josué prepara o povo para passar o Jordão. Depois disso, ele sabiamente envia espias
que foram observar a cidade de Jericó. No retorno dos espias, um relatório da terra é transmitido a
Josué e ele os faz atravessar o rio Jordão.

5/19
Acontece que os reis amorreus e cananeus estavam morrendo de medo , sem ânimo por causa dos
israelitas (Josué 5.1,2). Então os israelitas se circuncidaram e celebraram a páscoa. É nesse contexto,
que um ser celestial aparece a Josué e ordena que este conquiste a cidade de Jericó.

2. Jericó, que cidade era esta? Localizada às margens do rio Jordão, Jericó é considerada por boa parte
dos estudiosos, como sendo a cidade mais antiga do mundo (9.000 a.c).² Nos dias de Josué, era
habitada por cananeus e tinha uma infra-estrutura bastante organizada e definida. A Bíblia não diz a
quantidade de pessoas que residiam em Jericó, mas deixa bem claro que ela era uma fortaleza. Logo,
supõe-se que esta cidade abrigava um bom número de pessoas, pois, fortalezas eram formadas para
proteger de possíveis inimigos futuros, a cidade, a população e o patrimônio individual e coletivo, algo
que não precisaria se Jericó fosse um povoado ou aldeia com uma pequena população.

Segundo Donald K. Campbell "Na época [de Josué], a cidade de Jericó ocupava uma área de cerca de
quarenta mil metros quadrados (200 x 200 metros), e eram necessários menos de trinta minutos para
circundar a cidade” (apud CHAMPIN, p. 921).

Diferente de um simples povoado, Jericó tinha um rei, e homens guerreiros (essa expressão traz
consigo a ideia de que eles eram experimentados em guerras). O erudito R.N. Champlin nos informa
que "Jericó tinha um forte rei vassalo e homens valentes, que em si mesmos eram matadores
experimentados e brutais ..." (CHAMPLIN, p. 920).

A situação moral. Jericó era a primeira e talvez a pior de todas as cidades de Canaã.

3. A aparição do ser celestial. A Bíblia fala que estando Josué à frente de Jericó, apareceu-lhe um ser
afirmando ser comandante do exército do SENHOR (cf. Josué 5.13-15). A partir daí, começa um diálogo
que desencadeia numa série de instruções dadas pelo comandante à Josué. Interessante que Josué
demostrou coragem ao ir ao seu encontro. Lembre-se que Deus havia dito a ele:

"Seja forte e corajoso, porque você conduzirá esse povo para herdar a terra que prometi sob juramento
aos seus antepassados. Somente seja forte e muito corajoso!" (Josué 1.6,7).

Às margens de Jericó, Josué é um homem de coragem! Reflita comigo: poderia ter sido ali um dos
soldados de Jericó, vindo para afrontá-lo ou até mesmo matá-lo. Mesmo não sabendo quem e de onde
era este ser, Josué foi ousado ao ir ao seu encontro. Resultado: ele vê diante de si o príncipe do
exército do SENHOR.³

Henry faz uma observação bastante pertinente quando diz: ''Até aqui, temos observado Deus falando
com frequência a Josué, mas não lemos, até esse ponto, acerca de qualquer aparição da glória de Deus
a ele. Agora que suas dificuldades aumentaram, seu ânimo aumentou proporcionalmente.'' (HENRY p.
22). Ou seja, Josué não desanima quando as dificuldades aumentaram. Isto, certamente, é um exemplo
a ser seguido.

Bem, o que Josué estava fazendo à frente de Jericó? Não sabemos, a Bíblia não diz! Apesar disso,
Matthew Henry especula:

"Lá, pelo que parece, ele estava sozinho, destemido de qualquer perigo, porque estava seguro da
proteção divina. Lá, ele estava (alguns pensam) meditando e orando. E àqueles que estão envolvidos
dessa forma, Deus freqüentemente se manifesta de maneira graciosa. Ou talvez ele lá estivesse dando

6/19
uma olhada na cidade, para observar suas fortificações e planejar como atacá-la. E talvez ele estivesse
absorvido em como conquistar a cidade, quando Deus veio e o orientou." (HENRY, p. 22).

No tempo presente, enfrentamos batalhas e dificuldades todos dias. Todavia, ter coragem é
imprescindível para quem deseja chegar no fim da luta tendo êxito. Quem é corajoso tem outra visão
acerca dos problemas! Ele não se sente intimidado e desesperançado diante das barreiras, mas
constantemente, tem a percepção de que a solução está no SENHOR. Na caminha com Deus, a coragem
nos leva para novos horizontes.

Continuando, quando Josué soube quem era o ser que havia aparecido a ele, pergunta: Que mensagem
o meu senhor tem para o seu servo?" (v. 14). Ao dizer isto, fica claro que além de corajoso, Josué tinha
outras virtudes como: humildade e submissão. Era ele que naquele momento era o líder de Israel, o seu
general. Contudo, não demorou muito para perceber que acima de si, havia um comandante supremo.
O general da terra tinha um general do céu ao seu favor. Isso faria toda a diferença no futuro da nação
de Israel.

II. DEUS DÁ AS COORDENADAS.

1. Jericó estava fechada.

Em Josué 6.1, o autor do livro começa descrevendo que Jericó estava rigorosamente fechada. O motivo
era por causa dos filhos de Israel e como resultado, ninguém saía nem entrava.

Segundo o Comentário Bíblico Beacon, Jericó "operava na base de que se os portões fossem
cuidadosamente guardados, Israel seria incapaz de entrar na cidade. Cerrada tem o sentido de
“fechada”. O termo abrange a ideia de que os portões estavam fortemente trancados." (BEACON p. 40).

Imagine a cena: O rei manda os soldados trancarem a cidade. Os habitantes se desesperam! Quem está
fora não entra, e quem está dentro não sai. Só restava uma esperança: ficar debaixo da proteção dos
muros da cidade. Eles tinham certeza de que enquanto elas estivessem de pé, a segurança estaria
garantida. Isto significa que toda expectativa de salvação havia sido projetada na força das suas
muralhas. Ao fechar a cidade, o rei pensou que evitaria um possível e futuro "desespero público".

Champlin comenta: "Ninguém podia entrar ou sair da cidade, a fim de dificultar ao máximo a conquista
por parte dos filhos de Israel. A defesa da cidade era tão absoluta que somente a perda de um grande
número de vidas poderia resultar na conquista da cidade fortificada. (...) Os Targuns dizem-nos que os
portões de Jericó eram fortificados com barras de ferro e de bronze." (CHAMPLIN p. 920).

2. Deus entrega Jericó a Josué.

"Então o Senhor disse a Josué: "Saiba que entreguei nas suas mãos Jericó, seu rei e seus homens de
guerra." (v. 2)

Vejamos o que Deus entregou a Josué:

a) "Jericó". A cidade onde está o povo e as muralhas.

b)"o rei". A maior autoridade, liderança e poder da cidade e do povo.

7/19
c) "os seus guerreiros", isto é, o exército, a força física e militar da cidade.

Podemos perceber que o rei e o exército de Jericó compunham as "defesas humanas e físicas",
enquanto que as muralhas representavam as "defesas materiais". Juntos, eles formavam "a cidade de
Jericó". Ao dizer que estava entregando nas mãos de Josué, Jericó, o rei e seus guerreiros, Deus estava
dando a certeza de que a vitória seria completa/total e não parcial, isto é, nenhum tipo de defesa,
recurso e socorro da cidade resistiria ao poder de Deus.

Outro detalhe interessante que podemos notar aqui é que a vitória já estava entregue à Josué, todavia,
efetivamente, eles só iriam desfrutá-la depois de 7 dias, ou seja, no tempo determinado pelo SENHOR.
Isto significa que embora o resultado não viesse de imediato, a vitória já era certa! Na vida cristã,
muitas vezes não vemos de imediato, o resultado, a concretização das bençãos e vitórias do SENHOR na
nossa vida, porém, isso não se constitui um motivo para desanimarmos e desfalecermos na fé.
Devemos entender que embora Deus seja atemporal, (ou seja, esteja fora do tempo humano e de
forma alguma está sujeito à ele), não abre mão de utilizar o tempo humano para cumprir seus
objetivos e propósitos. Se Deus disse que a vitória só seria desfrutada após "7 dias", não espere que
isso seja cumprido no "terceiro, quarto ou quinto dia". O SENHOR sabe como trabalhar na vida dos
Seus e também costuma usar o tempo para moldar e amadurecer a nossa paciência. Se Deus desse
resposta imediata a todos os nossos problemas, certamente, o nosso íntimo cairia numa mesmice de
vida com prejuízos irreparáveis e incalculáveis, difíceis até mesmo de enumerar aqui. Por isso,
fiquemos cientes de que Deus trabalha no mínimo, com três tipos de resultados no tempo: a curto
prazo, médio prazo e longo prazo. Seja lá qual seja o prazo que Deus determinou para que você
desfrutasse de uma benção, o importante é que: "... em todas estas coisas somos mais que vencedores,
por meio daquele que nos amou." (Romanos 8.37).

Continuando, o príncipe do exército do SENHOR começa a dar as coordenadas a Josué um dia antes da
investida. Todas as recomendações, instruções e estratégias necessárias são transmitidas a Josué para
que este repassasse ao povo (4). Não havia muito tempo para que o povo de Israel se preparasse
fisicamente, psicologicamente e espiritualmente. Entretanto, o Deus que já havia garantido a vitória
estava cuidando de tudo. Aqui podemos extrair uma lição para nós: Deus não costuma ordenar para
irmos à guerra, sem antes nos dá instruções, estratégias e planos. Existe uma ação prévia de Deus em
nós! Uma das piores coisas que pode acontecer na vida de um militar, é entrar num confronto sem um
plano, ou aplicar na batalha um plano próprio (que pode ter falhas e na maioria das vezes, é projetado
apenas para si próprio e não traz resultado para todos os guerreiro) e não do seu superior (que tem
uma visão bem mais abrangente e corporativa). Por isso, bom é entrar na guerra com os planos do
SENHOR!

III- RODEAR A CIDADE CONTORNANDO-A UMA VEZ POR DIA, DURANTE 6 DIAS:

"Marche uma vez ao redor da cidade, com todos os homens armados. Faça isso durante seis dias. (v 3).

Agora são dadas as recomendações diretas (5). Neste versículo, Deus diz o que Seu povo deveria fazer.
Veja que interessante, Deus poderia ter destruído Jericó sem exigir nada de Seu povo, porém, Ele não
fez assim. Existia uma pluralidade de possibilidades onde Deus acabaria com Jericó (sem precisar de
Israel) num piscar de olhos. Por exemplo:

- Deus podia ter matado o rei

- Deus podia ter matado o exército do rei e o povo

8/19
- Deus podia ter incendiado a cidade

- Deus podia ter feito com que o terremoto destruísse tanto as muralhas, quanto matasse toda a
população de Jericó.

Contudo, a realidade foi totalmente outra, pois Deus não fez nada disso, pelo contrário, Ele contou com
a participação do Seu povo. Isso evidencia que não existe uma fórmula a qual Deus está preso na qual
tenha que trabalhar sempre de uma única forma/maneira. Ele também usa Seu povo para manisfestar
a sua própria glória. (6)

Outra coisa que podemos observar é que Deus não pede algo que esteja além das forças dos israelitas.
Isto é, tudo que Deus pede a nós, é porque podemos, temos estrutura e condições de fazer. Sim, Deus
só exige de nós o que podemos fazer. O impossível fica com Ele!

Prosseguindo com nosso estudo, uma das coisas que o povo deveria fazer era rodear a cidade (7),
contornando-a por 6 dias. Conforme já vimos outrora, existe um tempo/ uma constante em que o povo
deveria fazer isso. Esse tempo foi determinado pelo SENHOR. A participação do povo (especificamente
dos homens de guerra) era em contornar a cidade e segundo o Comentário Bíblico Beacon, isso significa
"cercar totalmente a cidade." (BEACON, p. 40).

Observe: eles deveriam contornar o obstáculo que estava à sua frente. Esse é um dos primeiros passos,
para quem deseja se apropriar da vitória do SENHOR. Se por enquanto não existem ou você não
consegue visualizar as aberturas (como no caso de Jericó que estava totalmente fechada), a alternativa
é contornar os problemas, dificuldades e desafios que estejam à sua frente. Esse tipo de atitude é um
exercício que requer paciência, fé e coragem. Talvez você não tenha expectativa de chegar até o fim e
de ter em suas mãos aquilo que Deus tem para você, porque acredita que a oportunidade não é real
enquanto as portas estiverem fechadas, mas essa passagem de Josué nos mostra que contornar
também é uma oportunidade! Aliás, são várias: oportunidade de não desistir/dar meia volta, de não se
acomodar, de mostrar que confia no SENHOR, etc.

IV- O ENIGMA DOS QUATRO SETES:

"Sete sacerdotes levarão sete trombetas de chifre de carneiro adiante da arca; e no sétimo dia
rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as trombetas." (v. 4). (8)

Perceba que Deus diz:

• Quem deveria fazer isso (7 sacerdotes).

• O tempo (7 dias);

• A frequência (7x);

• O que eles deveriam levar (7 trombetas).

Ou seja, Deus diz o que eles vão levar, a quantidade, o que deveriam fazer e até o tempo. Este versículo
está repleto de significados e aplicações. Por exemplo:

9/19
• Deus também tem Seus planos para nós

• Ele faz questão de revelar Seus planos para nós.

• Ele conta com nossa obediência para acatar o plano e executá-lo.

1- Os 7 sacerdotes:

Na época em que esse episódio aconteceu, haviam três grupos no meio do povo de Israel: os
sacerdotes, os homens de guerra e o restante do povo. Os sacerdotes representam a liderança e a parte
mais espiritual do povo, enquanto que os homens de guerra representam a força física de Israel.
Interessante que Deus conta com todos os três grupos e tem um papel para cada um, mesmo não
precisando efetivamente de nenhum deles.

Após ter dito qual seria o papel dos homens de guerra no versículo 3, Deus agora fala qual é o papel dos
sacerdotes. Eles deveriam tocar as trombetas e levar arca do SENHOR. (9)

Segundo Craig Keener:

"Os sacerdotes eram necessários para manter a santidade da arca. Seu papel era fundamental porque
lembravam ao povo que a batalha era de Yahweh e não dos israelitas. ( KEENER p. 280).

Eles representavam a majestade divina diante do povo, e o povo diante de Deus. A presença de
sacerdotes naquele contexto significava que Deus estava conduzindo Seu povo.

Porque "7"? A Bíblia não é clara nesta passagem quanto a isso, todavia inferimos a partir de outras
passagens bíblicas, que nesta época, esse número já vinha ganhando um significado enorme entre o
povo de Israel, e simbolizava a completude, a perfeição a exatidão divina.

Aqui as Escrituras nos mostra Deus trabalhando com a liderança do seu povo, em conjunto com eles.

2- As sete trombetas:

Segundo o Comentário Histórico-Cultural do Antigo Testamento:

"A trombeta mencionada aqui era feita de chifre de carneiro (shofar). O shofar era capaz de produzir
uma variedade de sons, mas não tocava uma melodia; assim era usado primordialmente para emitir
sons tanto na adoração como na guerra. O chifre de carneiro era amolecido na água quente, entornado
e achatado para emitir sons diferentes." (KEENER p. 280-281).

Moody também explica:

" Sete trombetas de chifres de camelos. Literalmente, sete trombetas do jubileu. O hebraico yobel
("chifre de carneiro"), de origem incerta, foi usado pela primeira vez em Êx. 19:13, antes mesmo das
referências feitas ao ano do jubileu (Lv. 25:8-54; 27:17-24; Nm. 36:4); parece ter um significado
religioso-cerimonial, anunciando a chegada de Jeová como Rei, quer para o Seu povo a fim de
completar Sua aliança ou para proclamar remissão e liberdade ..." (MOODY p. 20).

10/19
Já "James Millar destaca que “a verdadeira buzina de chifre de carneiro era reservada para certos
propósitos. Ela possuía um sonido alto e penetrante, tinha uma extensão limitada e era totalmente
inadequada para uma apresentação musical. Era usada para chamar a atenção do povo e para dar
sinais”. Desse modo, todas as pessoas de Jericó ouviram o guincho agudo daquele instrumento e
sabiam do seu propósito." (Apud BEACON p. 40, 41).

Ao rodear a cidade, tocando as trombetas, a presença física deles se tornaria um espetáculo de som e
imagem. Assim como a trombeta era um recurso a ser utilizado naquela circunstância e para aquele
propósito, em determinados momentos da nossa vida, Deus nos incumbe de "tocar trombeta" diante
das adversidades. Esse ato significa que estamos fazendo alguma coisa, que estamos tendo atitude, etc.

Detalhe: os sacerdotes deveriam fazer isso adiante da arca (10), ou seja, na frente dela. No versículo 7,
a Bíblia vai dizer que além desses 7 sacerdotes, os homens armados também iam adiante da arca. Ao
que tudo indica, a arca ficou no meio do arraial, entre os sacerdotes /homens armados (vanguarda) (11)
e a retaguarda. Esse talvez seja um dos únicos casos da Bíblia, em que a arca foi conduzida pelo meio
do povo, pois geralmente, a arca ia na frente, haja vista que não era costume ficar no meio, muito
menos atrás. Isto tem uma aplicação profunda para nós! Partindo do pressuposto de que a arca
simboliza a presença de Deus, assim como nesta passagem, a presença de Deus nunca deve estar em
último lugar na nossa vida, mas constantemente na frente ou no meio/centro. Este é o segredo de
quem quer ter uma vida vitoriosa.

3. No sétimo dia. Alguns judeus dirão que o sétimo dia, caiu justamente no sábado, todavia, isso é algo
que não está explícito no texto bíblico. De qualquer forma, existe algo interessante aqui que é digno de
nossa atenção. O sábado caiu em algum desses dias, seja no sétimo ou não, e o povo teve que executar
as ordens de Deus mesmo no dia que caiu no sábado, ao qual deveriam descansar e guardá-lo segundo
a lei. Todavia, aqui vemos um caso de exceção à regra, onde o próprio Deus determina que eles façam
algo no dia que deveriam descansar. Só Deus tem esse poder, isto é, de nos pedir que façamos algo
justamente num tempo em que não é favorável que façamos isso.

4. Sete vezes. Ou seja, eles deveriam rodear a cidade sete vezes no sétimo dia. Até lá, teriam que
guardar fôlego para o último dia, onde a empreitada seria mais agitada e movimentada. O melhor, e
neste caso, a parte mais trabalhosa estava no final. Refletindo sobre isso, podemos concluir que
existem batalhas em que o final será mais trabalhoso e até lá, é bom que conservemos intacta a nossa
fé e paciência. Geralmente, quanto mais perto chegamos de desfrutar da vitória, mais trabalhosa a
nossa jornada fica.

Sobre essas coisas o Comentário Bíblico Beacon explica:

"A ordem dos eventos provavelmente não fazia sentido para os habitantes não arrependidos de Jericó.
Diante deles passaram os homens de Deus armados, os sacerdotes com trombetas, a arca do concerto e
a retaguarda muda (8-10). Mui provavelmente esses acontecimentos confundiram os defensores de
Jericó, mas os obedientes israelitas sabiam o que faziam e para quem o realizavam. Talvez eles não
tivessem plena compreensão da razão pela qual esse padrão deveria ser seguido e não havia
demonstração de que desejavam saber as razões. Mas eles estavam convencidos de que o jeito de Deus
seria vitorioso." (BEACON, p.40).

O jeito de Deus era justamente o plano divino que além de ser estranho à princípio, descartava muitos
dos recursos que era esperado que se utilizasse numa invasão! Como disse Champlin:

11/19
"Eles não usaram aríetes, nem escadas de escalar, nem outra espécie de artifício. O divino plano de
ação pode ter parecido uma tolice para os homens; mas a verdade é que aqueles quatro setes tiveram
um efeito tremendo. Havia poder ali, porquanto o número sete simbolizava a presença e a intervenção
de Yahweh." (CHAMPLIN, p. 920).

Aqui podemos extrair mais uma lição: existem certas estratégias de Deus que aos nossos olhos podem
parecer estranhas e não tão comuns, porém, devemos confiar que as estratégias de Deus, ainda que
sejam estranhas e aparentemente frágeis, são melhores que as nossas.

V- O TOQUE DAS TROMBETAS:

"Quando as trombetas soarem um longo toque, todo o povo dará um forte grito; o muro da cidade
cairá e o povo atacará, cada um do lugar onde estiver". (v. 5). (12)

No sétimo dia, na sétima volta, quando ouvissem o som prolongado da trombeta, eles deveriam gritar,
e como resultado, a muralha iria cair. De posse de vitória, o povo deveria avançar e entrar na cidade.
Aqui encerram-se as palavras do SENHOR.

Nesse momento, quando transmite o plano divino ao povo, juntamente com seus respectivos papéis, o
general Josué desenvolve um dos papéis de um profeta (13), . No versículo 7, ele encoraja os israelitas
a prosseguir e rodear a cidade. E assim o povo fez: obedeceu a Josué e a Deus. Agora começa a parte
prática! O quadro fica mais ou menos assim:

Josué x rei de Jericó;


Soldados (vanguarda) e Sacerdotes x soldados de Jericó;
retaguarda x povo de Jericó.
Podemos tirar uma lição deste quadro: o mundo tem seus protagonistas, mas Deus também têm os
Seus. Todavia, é importante enfatizarmos que o fator indispensável para a vitória não estava
essencialmente no povo, mas em quem comandava soberanamente cada um deles. A verdade é que
Israel tinha Deus ao seu lado, enquanto que Jericó estava longe e afastada de Deus.

Continuando, a formação ficou como se descreve no versículo 9: os homens armados na frente, os


sacerdotes que tocavam as trombetas e a retaguarda (14) que seguia atrás da arca. Então Josué dá uma
ordem ao povo: "Não deem o brado de guerra, não levantem a voz, não digam palavra alguma, até ao
dia em que eu lhes ordenar. Então vocês gritarão! " (v. 10). O silêncio do povo nesse momento ilustra
uma "força disciplinada". O silêncio em alguns momentos pertinentes é sinal de que somos fortes não
só por fora, mas também por dentro. Quem não domina a arte de calar certamente não obterá êxito na
arte de falar.

A rotina diária dos israelitas era contornar a cidade. À noite, eles entravam no acampamento e pela
madrugada (15) se levantavam e faziam o mesmo percurso até o sétimo dia.

No sétimo dia, eles rodearam a cidade sete vezes (16) e Josué disse ao povo: "Gritai, porque o Senhor
vos tem dado a cidade." (v. 16). Neste momento, duas ordens são dadas ao povo:

- Quando entrassem na cidade, não deveriam tomar nada dela, exceto a riqueza que seria destinada ao
tesouro do SENHOR. (vv. 17-19), pois a cidade seria anátema (17).

12/19
- Somente Raabe e sua família deveriam ficar vivos. (v. 17). Isso ilustra para nós que até mesmo os
juízos divinos não são desprovidos de misericórdia. Ele irá derramá-la sobre todos aqueles que estão
dispostos a quebrar seus compromissos com o mundo.

VI- O GRITO DO POVO E A QUEDA DAS MURALHAS:

1. Três características sobre o grito do povo.

"Gritou, pois, o povo, tocando os sacerdotes as buzinas; e sucedeu que, ouvindo o povo o sonido da
buzina, gritou o povo com grande brado; e o muro caiu abaixo, e o povo subiu à cidade, cada um em
frente de si, e tomaram a cidade." (v. 20).

Eu consigo localizar pelo menos três características a respeito desse grito.

• O grito dos israelitas foi de vitória e não de desespero.

• O grito dos israelitas foi um grito de fé.

• O grito dos israelitas foi de triunfo.

Quando gritaram, as muralhas caíram. Jericó que não queria render-se, nem negociar, viu cair por terra
toda sua esperança visto que a maior confiança de Jericó naquele momento, eram seus muros.

Por outro lado, Israel depositou sua confiança em Deus, por isso, contemplou o poder de Deus. Em
Hebreus 11.30, o autor fala que foi pela fé e não pela força física que os muros de Jericó caíram.

Fé e obediência andam juntos e quando executadas no tempo certo, contribuem para a manifestação
da glória de Deus na nossa vida.

2. A queda das muralhas.

A Bíblia diz que as muralhas caíram (18). Após o grito houve uma intervenção poderosa e sobrenatural
de Deus que fez com que as muralhas caíssem.

Sobre isso, Champlin comenta: " O som combinado das trombetas com os gritos dos homens de guerra
resultou na destruição das muralhas de Jericó. As muralhas não foram engolidas por abismos que se
teriam formado por baixo de seus fundamentos, conforme imaginaram alguns intérpretes judeus (...). A
arqueologia tem demonstrado que a Jericó dos dias de Josué (perto da moderna cidade que tem esse
nome) tinha uma muralha dupla (...) A muralha externa caiu principalmente colina abaixo, ao passo
que a muralha interior, que era mais forte que a outra, ruiu dentro do espaço que havia entre as duas
muralhas." (CHAMPLIN. p. 922).

Aquelas muralhas (19) que traziam uma aparente segurança para os habitantes de jericó estavam no
chão. Então os israelitas entraram na cidade e destruíram tudo. Toda a cidade foi queimada (20),
somente a prata, o ouro e os objetos de bronze e ferro colocados no tesouro da casa do SENHOR (21).
Raabe e sua família foram poupados conforme a ordem de Josué. Por fim, ele amaldiçoa (22) o homem
que reedifica-se Jericó (v. 26).

13/19
Segundo o Comentário Bíblico Beacon:

" A representação da impiedade não deveria ser revivida. Esconjurou tem o sentido de “mandar, fazer
ou ordenar por juramento ou debaixo de pena de uma maldição”. A violação desta ordem custaria a
morte de todos os filhos daquele que se atrevesse a reconstruir Jericó. De acordo com 1 Reis 16.34,
essa afirmação se cumpriu no caso de Hiel, de uma região próxima a Betei, durante o reinado de Acabe.
Evidências arqueológicas apontam para o fato de que Jericó realmente permaneceu em ruínas no
período que vai desde a invasão israelita da Palestina até o século nono." (BEACON p. 42).

Aqui aprendemos que o nosso Deus é especialista em derrubar muralhas. Nenhum problema é difícil
para ele.

Também podemos extrair a partir dessa passagem que existem conquistas que não vão acrescentar em
nada na nossa caminhada, por isso, devemos abrir mão afim de glorificarmos ao SENHOR com este ato
de renúncia. Tal atitude, por exemplo, revela se estamos apegado às coisas do mundo ou às coisas de
Deus.

3. A presença do SENHOR com Josué.

O SENHOR era com Josué, por isso sua fama corria por toda a região cananéia. Deus honrou Josué
fazendo com que seu nome fosse conhecido tanto quanto o de Moisés. Esse ato trouxe ainda mais
respeito do povo por Josué, pois, não só os israelitas viam Deus em sua vida, mas também outras
cidades.

O Comentário Bíblico Beacon explica: "Uma vida centrada em Deus não poderia ficar oculta.
Raramente o mundo testemunhou uma pessoa que teve uma vida totalmente dedicada Deus. Contudo,
aqui estava um homem que dava ao Senhor o crédito de todos os planos que executava. Ele não
buscava o favor de ninguém acima da aprovação de Deus. Esta prática de ter uma existência santificada
era tão incomum que fez com que sua fama corresse por toda a terra. O mundo ainda tem dificuldades
para considerar pessoas que seguem esse padrão em suas vidas." (BEACON p. 43).

Conclusão: Certamente temos muito o que aprender com Josué 6. Esta é uma passagem que tem muito
a nos dizer sobre o tempo passado, mas também ilustra como deveríamos proceder em situações de
adversidades no presente. Ninguém gosta de obstáculos à sua frente, entretanto, na nossa trajetória
será comum encontrar vários pelo caminho. Contudo, podemos contar com a ajuda de Deus para não
só sobreviver, mais também para vencer todos eles. Assim como nesta passagem, a ajuda de Deus pode
vir agora ou depois, mas é certo que virá seja sobrenaturalmente ou não. A Sua presença já está
conosco, por isso, não devemos desanimar, mas reagir e lutar tendo em mente que Deus está no
controle de tudo. Amém!

Deus abençoe a todos!

NOTAS:

1- "Faraó Tutmés III alista mais de cem cidades de Canaã." (KEENERp. 279).

14/19
2- "A ocupação de Jericó remonta ao nono milênio a. C., o que garante a ela o título de cidade mais
antiga do mundo." (KEENER p. 280).

3- Alguns judeus entendem que aqui apareceu o anjo chefe (arcanjo) Miguel, enquanto que a tradição
cristã de modo geral, acredita que foi uma teofania, ou seja, uma pré-aparição de Cristo antes de
encarnar.

4- "A mensagem trazida pelo comandante inclui a estratégia para a tomada de Jericó (cujo relato se
inicia em 6.2). No antigo Oriente Próximo, considerava-se que as guerras geralmente eram dirigidas
pelos deuses e seguiam os planos divinos. Porém, a aparição da divindade na véspera das batalhas não
era comum na literatura do antigo Oriente Próximo. Em vez disso, a palavra divina ordenando a batalha
era dada por meio de um oráculo, ao passo que a presença divina era vista na batalha em si. Na
Epopeia ugarítica de Keret, entretanto, o deus El aparece ao rei Keret num sonho com instruções
específicas sobre a batalha. Outro pararelo bastante semelhante é quando o rei babilônio Samsuiluna
(século 18 a.C.) recebe mensageiros sobrenaturais de Enlil que dão instruções sobre uma série de
campanhas contra Larsa e Eshnuna. Nenhuma dessas aparições divinas, entretanto, ocorreu na véspera
da batalha - as tropas ainda tinham de ser reunidas." (p. 280) (N.P: Além de ser algo inédito na
literatura antiga, e talvez na história, o fato de Deus anunciar uma batalha nas vésperas da mesma,
aponta para a grandeza de Deus que apesar de se utilizar, por vezes, da força humana para obter algum
fim, não precisa necessariamente dela para dar vitória a seu povo. Neste sentido, o de repente de Deus
não deve causar espanto, surpresa e medo em ninguém, pois o Deus que anuncia a batalha, é o mesmo
que assegura a vitória. (KEENER p. 280).

5- Nesse e nos próximos versículos "... a estratégia para a tomada de Jerico foi revelada em detalhes (2-
5). (BEACON, p. 40).

6- Todavia, queremos deixar claro que a participação de um indivíduo, de algo ou de um povo como
sendo utilizado para manifestar a glória de Deus não faz desta glória maior ou menor. Lembre-se que
embora o povo participe da conquista de Jericó, é o poder de Deus que derrubará as muralhas. O
mérito e a honra de forma alguma é de quem executa instruções, mas de quem ordena, planeja e faz o
sobrenatural acontecer. Veremos isso com mais nitidez no final desse estudo.

7- A Bíblia não diz a que distância eles rodeavam a cidade. Provavelmente, eles rodearam a cidade a
uma distância longe o suficiente para que as flechas dos inimigos não os atingissem.

8- Na Epopeia ugarítica de Keret (que provavelmente era conhecido pelos habitantes de Jericó), o
exército de Keret chega à cidade de Udm e é instruído pelo deus El a permanecer em silêncio por seis
dias e a não usar nenhuma arma; no sétimo dia, a cidade enviaria mensageiros e ofereceria tributos
pedindo que eles se retirassem." (KEENER p. 280).

9- "Normalmente, cabia aos levitas transportar a arca. Porém, em uma guerra santa, os sacerdotes,
descendentes diretos de Arão, eram os encarregados dessa tarefa. Os varais foram postos nas argolas
da arca, e ela foi carregada pelos sacerdotes por esse intermédio. (CHAMPLIN p. 921).

10- "A arca da aliança do Senhor ia atrás deles. Mencionada nove vezes em 6:6-13, a arca certamente
simbolizava para Israel que Jeová estava com eles e os conduzia nessa manobra estranha." (MOODY, p.
22).

15/19
11- "A vanguarda, mui provavelmente, era formada por representantes das tribos de Rúben e Gade, e
pela meia tribo de Manassés; seguiam atrás os sete sacerdotes que transportavam a arca (vs. 8), a qual
ia à frente, porque manifestava a presença do Senhor." (CHAMPLIN, p. 921).

12- "Por meio desses dois grandes sons — o toque das sete trombetas e a gritaria dos guerreiros — as
muralhas de Jericó haveriam de ruir, pelo menos aparentemente." (CHAMPLIN p. 920).

13- Profeta. Era alguém responsável por transmitir a Palavra de Deus aos homens. Geralmente,
denunciava os pecados do povo, fazia predições, revelações e pelo poder de Deus realizava maravilhas.

14- " Talvez a retaguarda fosse formada pela tribo de Dã, visto que, nas perambulações pelo deserto,
essa era a tribo que ocupava a última posição. Ver Núm. 2.31. Por isso mesmo, os Targuns situam os
homens armados da tribo de Dã nessa posição. Entretanto, John Gill opinou que homens desarmados é
que ocupavam a retaguarda. Todavia, convém não esquecer que temos aqui um plano de batalha, e
não um mero cortejo, o que significa que não havia homens desarmados nessa marcha. “... o sentido é
que a retaguarda era idêntica à vanguarda... somente os sacerdotes tocavam as trombetas (vs. 4), ao
passo que os demais homens (vs. 10) tinham de permanecer em estrito silêncio" (John Bright, in loc.).
(CHAMPLIN p. 921).

15- "As horas matutinas são sempre as melhores para cuidar de tarefas difíceis." (CHAMPLIN p. 921).

16- "Pode-se facilmente contornar a elevação de 2,30 kms em quinze ou vinte minutos." (MOODY p.
22)

17- "...o anátema (hebr. hêrem; a raiz é "colocar de lado", especialmente como consagrado [cf. o árabe
haram e o inglês "harem"]) era um componente teorético da prática da guerra santa de acordo como
qual todos os espólios, animados e inanimados, animais e humanos, eram propriedade efetiva da
deidade que tinha obtido a vitória. Propriedades materiais eram revertidas para o templo (ver v. 14) e
as propriedades vivas eram mortas." (JERÔNIMO p. 265). O comentário Bíblico Beacon explica: "O
termo “anátema” é usado para traduzir a palavra hebraica cherem, um termo que significa separado
para a destruição ou passível de expulsão. Era um conceito religioso e não uma questão de pilhagem ou
saque. Esta expressão envolvia morte para aquele que estava vivo, a queima de tudo que pudesse ser
queimado e o ato de levar ao tesouro do Tabernáculo todos os metais e pedras preciosas." (BEACON p.
41)."

18- "As fábulas judaicas dizem que as muralhas de Jericó foram engolidas pelos abismos que se
formaram debaixo dos seus alicerces, conforme tinha sucedido antes a Coré e seus apoiadores (ver
Núm. 16.32,33)." (CHAMPLIN p. 921).

19- Muros da cidade. "As técnicas de fortificação foram desenvolvidas na Idade do Bronze Médio e
continuaram a ser usadas na Idade do Bronze Tardio. Essas técnicas incluíam íngremes aclives aclives de
terra (alguns chegavam a atingir 15 metros de altura) na base dos muros, rodeados por um profundo
fosse que atingia o leito rochoso. Esses recursos serviam tanto para evitar a aproximação de
instrumentos usados no cerco a cidades quanto para dificultar a escavação de túneis. Os muros, feitos
de tijolos sobre fundações de pedra, eram de largura de 3 metros a 7,5 metros, com uma altura de
aproximadamente 9 metros. Textos hititas também relatam, de modo bastante semelhante, a história
de uma divindade que envia um castigo provocando a queda dos muros (no caso, tapumes de madeira).
(KEENER p. 281).

16/19
20- "A ordem dada no versículo 17 e depois obedecida nos versículos 21-24 era a de que todos os seres
vivos que habitavam naquela cidade fossem totalmente destruídos (exceto a prostituta Raabe e sua
família, que foram poupadas). Certos sacrifícios dedicados a Deus podiam ser compartilhados pelo
sacerdote oficiante e pelo ofertante. Outros, no entanto, eram exclusivos do Senhor. Do mesmo modo,
alguns despojos eram separados exclusivamente para o Senhor. A oferta queimada (holocausto), por
exemplo, devia ser consumida totalmente no altar; assim também os inimigos deviam ser aniquilados.
As batalhas eram comandadas por Yahweh e representavam seu juízo sobre os cananeus; os israelitas
estavam em uma missão divina, numa batalha do Senhor. Logo, não só o mérito da vitória era de Deus
mas também o espólio pertencia a ele. Embora o tema da divindade guerreira apareça em todo o
antigo Oriente Próximo, o conceito de herem é mais limitado - a única ocorrência do termo está numa
inscrição moabita de Mesa, ainda que a ideia de destruição total também se encontre em textos
HITITAS. Em alguns lugares, como Gezer, há uma camada bastante peculiar de cinzas, relacionadas à
Idade do Bronze Tardio. Quando as cidades eram sitiadas, as condições sanitárias se tornavam
extremamente precárias, provocando doenças devastadoras. Assim, a prática de queimar tudo após
derrotar a cidade também tinha um caráter sanitário. (KEENER p. 281).

21- "Os metais preciosos encontrados em Jericó foram dedicados ao Senhor (19,24). Ele tinha todo o
direito sobre eles. Foi Deus quem delineou a prática para a conquista desta primeira fortaleza. Desse
modo, os espólios eram dele por direito de conquista, mas eles também eram peculiarmente seus por
direito de criação. Aquelas coisas que foram mal usadas seriam agora usadas por Deus. Israel deveria se
lembrar daquele a quem pertencem todas as coisas." (BEACON p. 42).

22- "Inscrições assírias geralmente expressam a intenção de que uma cidade destruída jamais deveria
ser reconstruída, mas não são acompanhadas de um juramento como nesse caso." (KEENER p. 281).

APÊNDICE TEOLÓGICO:

"Explicações sobre a Queda das Muralhas:

1. Algum terremoto extremamente oportuno teria sido a causa do nivelamento das muralhas de Jericó,
mais ou menos como sucedera por ocasião do represamento das águas do rio Jordão (ver sobre isso nas
notas de Jos.3.16). Se algum milagre esteve envolvido, somente o elemento tempo foi miraculoso. Os
céticos vêem aqui que o povo de Israel apenas teve muita sorte, pois, quando eles estavam prestes a
aproximar-se da cidade (tendo tudo sido adredemente planejado), um terremoto facilitou as coisas.
Para esses céticos, todo o resto do relato é apenas invenção bem imaginada. Para esses críticos, o
mesmo terremoto que explica o “milagre” do rio Jordão também derrubou as muralhas de Jericó,
facilitando assim a conquista.

2. Ou, então, o acontecimento deveu-se a um incidente muito incomum de ressonância, produzido pelo
sonido das trombetas e pelos gritos dos soldados de Israel. Sabemos que certos sons, por meio da
ressonância, podem ter grande poder destrutivo. Aquilo que ocorreu em Jericó, pois, de acordo com
essa segunda explicação, seria um notável incidente histórico que ilustra esse raro fenômeno. Alguns
céticos, críticos e até estudiosos conservadores têm aceitado essa teoria.

3. A maioria dos eruditos conservadores vêem em tudo isso uma intervenção divina, que não pode ser
explicada simplesmente como um mito ou como um acontecimento natural. O povo cumpriu o seu
papel, seguindo as ordens dadas por Josué, mas o colapso das muralhas requereu o poder de Yahweh.

17/19
Ver as notas em Jos. 6.5, quanto a uma explicação de natureza sobrenatural, que dá apoio à idéia do
teísmo, e não do deísmo.' (CHAMPLIN p. 922)."
TRÊS PASSOS PRÁTICOS PARA DERRUBAR AS MURALHAS DE JERICÓ.

Jericó tinha uma localização privilegiada, tanto devido ao contato com o Oriente quanto pelo
abundante acesso às águas. Arqueólogos escavaram as ruínas de Jericó e encontraram sinais de um
muro que deveria ter 2,5 m de espessura e 9 m de altura e circundava toda a cidade. Era uma muralha e
tanto!
Este episódio nos faz refletir sobre três práticas que levaram à queda dos muros:

(Josué 6:1-16) - ORA Jericó estava rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel; ninguém saía
nem entrava.
- Então disse o SENHOR a Josué: Olha, tenho dado na tua mão a Jericó, ao seu rei e aos seus homens
valorosos.
- Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez; assim fareis por seis
dias.
- E sete sacerdotes levarão sete buzinas de chifres de carneiros adiante da arca, e no sétimo dia
rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as buzinas.
- E será que, tocando-se prolongadamente a buzina de carneiro, ouvindo vós o seu sonido, todo o povo
gritará com grande brado; e o muro da cidade cairá abaixo, e o povo subirá por ele, cada um em frente.
- Então Josué, filho de Num, chamou aos sacerdotes e disse-lhes: Levai a arca da aliança; e sete
sacerdotes levem sete buzinas de chifres de carneiros, adiante da arca do SENHOR.
- E disse ao povo: Passai e rodeai a cidade; e quem estiver armado, passe adiante da arca do SENHOR.
- E assim foi que, como Josué dissera ao povo, os sete sacerdotes, levando as sete buzinas de carneiros
diante do SENHOR, passaram e tocaram as buzinas; e a arca da aliança do SENHOR os seguia.
- E os homens armados iam adiante dos sacerdotes, que tocavam as buzinas; e a retaguarda seguia
após a arca; andando e tocando as buzinas iam os sacerdotes.
- Porém ao povo Josué tinha dado ordem, dizendo: Não gritareis, nem fareis ouvir a vossa voz, nem
sairá palavra alguma da vossa boca até ao dia que eu vos diga: Gritai. Então gritareis.
- E fez a arca do SENHOR rodear a cidade, contornando-a uma vez; e entraram no arraial, e ali passaram
a noite.
- Depois Josué se levantou de madrugada, e os sacerdotes levaram a arca do SENHOR.
- E os sete sacerdotes, que levavam as sete buzinas de chifres de carneiros, adiante da arca do SENHOR,
iam andando, e tocavam as buzinas, e os homens armados iam adiante deles e a retaguarda seguia
atrás da arca do SENHOR; os sacerdotes iam andando e tocando as buzinas.
- Assim rodearam outra vez a cidade no segundo dia e voltaram para o arraial; e assim fizeram seis dias.
- E sucedeu que, ao sétimo dia, madrugaram ao subir da alva, e da mesma maneira rodearam a cidade
sete vezes; naquele dia somente rodearam a cidade sete vezes.
- E sucedeu que, tocando os sacerdotes pela sétima vez as buzinas, disse Josué ao povo: Gritai, porque
o SENHOR vos tem dado a cidade.

1º PASSO: A prática do ouvir


O Senhor falou com Josué dando-lhe claras instruções sobre o que fazer. Uma geração inteira havia
morrido no deserto porque não ouviu os conselhos dados por Deus, tornando-se desobediente (Josué
5.6). Esta geração comandada por Josué era diferente. Eles tinham seus corações preparados e
dispostos a ouvir, talvez porque foram treinados no deserto.

18/19
Para que as muitas muralhas caiam em nossas vidas e ministérios temos que ter a mesma atitude de
ouvir o que o Senhor fala. Muitos são seus ensinamentos sobre as várias áreas da vida que precisam ser
ouvidos e seguidos. Orientações sobre a vida em família, finanças, saúde, relacionamentos, etc.

Além dos assuntos gerais, o Senhor fala para questões específicas de nossas vidas, através do
testemunho interior, por meio de pessoas e, principalmente, através do testemunho de Cristo (Hebreus
1.1-2). Maridos ouçam suas esposas, e vice-versa; filhos ouçam seus pais; pastores ouçam o povo.
Quem não tem disposição para ouvir ficará para fora das promessas de Deus. Jesus disse inúmeras
vezes "quem tem ouvidos para ouvir, ouça".

2º PASSO: A prática do esperar


Josué orientou ao povo que não desse o brado de guerra, não levantasse a voz, até o dia em que lhe
ordenaria (Josué 6.10). Imagine uma multidão de cerca de quarenta mil homens (Josué 4.13) esperando
em silêncio por seis dias a manifestação de Deus. Ficaram firmes, pacientes, confiantes e inabaláveis,
esperando o tempo certo.

Precisamos aprender a esperar com confiança, sem ansiedade. Deus está no controle absoluto de
nossas vidas. Muitos cristãos não sabem esperar o tempo de Deus. Deus é Senhor do tempo e soberano
sobre todos os acontecimentos nos céus e na terra. Jesus disse com ênfase: "não andeis ansiosos de
coisa alguma."

3º PASSO: A prática do avançar


Finalmente, no sétimo dia, as muralhas ruíram ao som das trombetas e do grito do povo e tomaram
Jericó. De maneira muito consciente e madura, avançaram dentro dos limites estabelecidos e, como
haviam prometido, pouparam Raabe e toda a sua família reunida. Era somente a primeira cidade de
muitas mais que viriam adiante.

Assim também em nossas vidas e ministérios existe o preciso momento de avançar. Aqui não é hora de
ouvir, de esperar, de questionar. Quando as barreiras caem, portas são abertas, pontes construídas, ou
conexões estabelecidas, simplesmente avance. Afinal, Jesus estabeleceu que: "as portas do inferno não
prevalecerão sobre sua igreja."

19/19

Você também pode gostar