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Jossy Soares
Um grande jornalista americano me surpreendeu outro dia ao afirmar: “A graça de
Deus é injusta e escandalosa.” Num primeiro momento fiquei chocado, por ser nascido e
criado num país nominalmente cristão. Após uma análise das alegações do jornalista, pude
entender que realmente a Graça de Deus é injusta quanto a justiça humana, ela não se
adequa a justiça deste mundo de desgraça.
Pense bem, uma graça que num momento premia, bonifica, perdoa e transforma um
mau e miserável marginal num cidadão do céu é por demais injusta.
Confesso que fico admirado diante da determinação de Jesus, Ele nem ao menos
menciona o tão falado desequilíbrio de energia cósmica da nova era. Não manda o ladrão
meditar nem buscar energias em cristais. Se pelo menos Jesus, como judeu que era
mandasse a família daquele ladrão oferecer um sacrifício de animais por ele para cobrir seus
pecados. Não. Nada disso o Mestre fez.
Procurando saber o por que da atitude de Jesus, examinei sua doutrina e pude
entender tal mistério. São Paulo falou que “todos pecaram e destituídos estão da glória de
Deus, e são justificados gratuitamente pela sua Graça, pela redenção que há em Cristo
Jesus.” (Romanos 3.23,24) Assim, a fiança, caríssima por sinal, foi o próprio Cristo quem
pagou. Não havia ninguém, por mais rico que fosse que pudesse comprar a sua justificação
espiritual. São Pedro chega a desprezar prata e ouro quando diz que fomos resgatados com o
sangue de Cristo e não com coisas corruptíveis (1.º Pedro 3.18,19). Mesmo os sacrifícios
que envolvam até a morte física são ineficazes, pois Paulo diz que ainda que desse o corpo
para ser queimado e não tivesse o Amor, nada valeria. Esse amor é aquele que Jesus se
referiu: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito para que
todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna!” (João 3.16). Esse amor
aponta para uma graça estranha, injusta e escandalosa.
Descobri assim que Deus presenteou o homem com seu grande amor enviando seu
Filho para oferecer a salvação de graça. Paulo informou-me disso: “Pois é pela graça que
somos salvo, mediante a fé; isto não vem de vós é presente de Deus. Não vem das obras,
para que ninguém se glorie.” (Efésios 2.8,9) Esta declaração deixou nosso sistema de
justiça escandalizado. Um Deus justo e santo declara um pecador bandido salvo e justo. E
ainda diz que as obras não tem valor como mecanismo de elevação espiritual, mas que as
obras de caridade devem ser conseqüências da salvação. (Gálatas 5.22)
De um forma dinâmica, Jesus me convenceu que ele veio realmente para ser uma
Rocha de Escândalos, uma Pedra de Tropeço. Prostitutas, ladrões, cegos, mendigos,
vagabundos, e outros excluídos desfrutaram da companhia e doce paz de Jesus. A todos
esses Jesus perdoou e mandou seguir em paz seu caminho recomendando que não pecassem
mais. Jesus jamais exigiu sacrifícios, carmas, purgações, e outros instrumentos cansativos
das religiões.