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ELEIÇÕES
2020
MANUAL DO CANDIDATO
Adede y Castro
ELEIÇÕES
2020
MANUAL DO CANDIDATO
APRESENTAÇÃO______________________________________________ 7
01 JUSTIÇA ELEITORAL__________________________________________ 9
O que é a Justiça Eleitoral________________________________________ 9
Divisão da Justiça Eleitoral_______________________________________ 9
Tribunal Superior Eleitoral________________________________________ 9
Tribunais Regionais Eleitorais____________________________________ 10
Juízes Eleitorais________________________________________________11
Juntas Eleitorais________________________________________________11
Ministério Público Eleitoral______________________________________ 12
02 FILIAÇÃO PARTIDÁRIA_______________________________________
O que é filiação partidária_______________________________________
14
14
Quem pode ser candidato_______________________________________ 14
Cancelamento de filiação_______________________________________ 15
Filiação pela internet___________________________________________ 15
Dupla ou tripla filiação__________________________________________ 16
03 DOMICÍLIO ELEITORAL_______________________________________
O que é domicílio eleitoral_______________________________________
17
17
Perda ou extravio do título eleitoral________________________________ 17
Alteração do domicílio eleitoral___________________________________ 17
Eleitores fora do domicílio eleitoral________________________________ 17
04 DESINCOMPATIBILIZAÇÃO___________________________________ 19
O que é desincompatibilização___________________________________ 19
Objetivo da desincompatibilização________________________________ 19
Afastamento com remuneração__________________________________ 19
Servidor candidato em outro município____________________________ 19
Indeferimento da candidatura____________________________________ 20
Lei que regulamenta a desincompatibilização_______________________ 20
Prazos de desincompatibilização_________________________________ 20
CONVENÇÃO MUNICIPAL____________________________________ 30
O que é a convenção partidária__________________________________ 30
05 Prazos das convenções_________________________________________ 30
Registro das decisões das convenções____________________________ 30
Domicílio eleitoral do candidato__________________________________ 31
Número identificador do candidato_______________________________ 31
Número máximo de candidatos__________________________________ 31
06 INELEGIBILIDADE___________________________________________ 33
O que é elegibilidade__________________________________________ 33
Condições para ser elegível_____________________________________ 33
Quem é inelegível_____________________________________________ 34
Inelegibilidade Constitucional (art. 14)_____________________________ 34
Inelegibilidade da Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar
nº 64/1990) com as alterações promovidas pela Lei da Ficha
Limpa (Lei Complementar nº 135/2010)____________________________ 35
Período da inelegibilidade_______________________________________ 38
07 COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA_____________________________________ 39
O que é uma coligação_________________________________________ 39
Fim da coligação nas eleições proporcionais________________________ 39
Nome da coligação____________________________________________ 40
Candidatos da coligação________________________________________ 40
Quem representa a coligação____________________________________ 40
Pagamento de multas por propaganda irregular_____________________ 41
Voto no candidato ou na coligação________________________________ 41
08 REGISTRO DE CANDIDATURAS________________________________ 42
Resoluções TSE sobre escolha e registro de candidaturas_____________ 42
Candidaturas natas____________________________________________ 42
Datas para pedido de registro de candidatura_______________________ 42
Quem assina o pedido de registro de candidatura____________________ 43
Documentos obrigatórios para registro de candidatura________________ 43
Prazo para julgamentos dos pedidos de registro de candidatura_________ 44
Substituição de candidatos______________________________________ 44
Nome para concorrer__________________________________________ 44
09 PROPAGANDA ELEITORAL____________________________________ 45
Primeiro turno________________________________________________ 45
Data de início da propaganda eleitoral_____________________________ 45
Consequências da propaganda irregular___________________________ 46
O que é proibido na propaganda eleitoral__________________________ 46
O que é permitido na propaganda eleitoral_________________________ 47
Propaganda com uso de alto-falantes ou amplificadores de voz_________ 48
Realização de comícios_________________________________________ 48
Utilização de carros de som_____________________________________ 49
Proibição de showmícios_______________________________________ 49
Proibição de distribuição de brindes_______________________________ 49
Proibição de propaganda por outdoors____________________________ 50
Propaganda na internet_________________________________________ 50
Propaganda por mensagens eletrônicas – e-mail/WhatsApp,
telemarketing e outros_________________________________________ 51
Divulgação de notícias falsas – fake news__________________________ 51
Propaganda em jornais_________________________________________ 53
Propaganda no rádio e televisão__________________________________ 53
Pesquisas eleitorais____________________________________________ 53
Impedimento à propaganda eleitoral______________________________ 54
Crimes eleitorais envolvendo propaganda eleitoral___________________ 55
Resoluções do TSE____________________________________________ 57
10 CONDUTAS PROIBIDAS
EM CAMPANHA_____________________________________________ 58
Promessa ou entrega de vantagem pessoal_________________________ 58
Condutas vedadas aos servidores públicos_________________________ 58
Penalidades__________________________________________________ 60
11 ARRECADAÇÃO E GASTOS DE CAMPANHA_____________________ 61
Exigências prévias à arrecadação_________________________________ 61
Abertura de conta bancária específica_____________________________ 61
Doação de valores em dinheiro por pessoas físicas___________________ 61
Uso de recursos próprios do candidato____________________________ 62
Fundo partidário______________________________________________ 62
Fundo eleitoral________________________________________________ 63
Doação de recursos em dinheiro por pessoas jurídicas________________ 63
Limites de gastos de campanha__________________________________ 63
13 CANDIDATOS ELEITOS_______________________________________ 68
O que é o quociente eleitoral____________________________________ 68
Forme de cálculo do quociente eleitoral____________________________ 68
Forma de cálculo do quociente partidário__________________________ 69
Cálculo das sobras____________________________________________ 69
15 DIPLOMAÇÃO_______________________________________________ 73
Fase de diplomação dos eleitos__________________________________ 73
Diplomação de suplentes_______________________________________ 73
Encerramento do processo eleitoral_______________________________ 73
Recursos e ações possíveis após a diplomação______________________ 73
Juízes Eleitorais:
Os Juízes Eleitorais são nomeados pelo TRE dentre aqueles oriundos da
carreira da magistratura estadual, onde acumulam esta função durante o
período em que são nomeados para a jurisdição eleitoral.
Cada juiz então, responderá por uma zona eleitoral, sendo esta a menor
unidade de jurisdição da Justiça Eleitoral, podendo esta compreender
mais de um município, ou um município compreender mais de uma zona,
dependendo do número de eleitores alistados.
Juntas Eleitorais:
As Juntas Eleitorais são órgãos com atribuições exclusivas para a apu-
ração das eleições e à diplomação dos eleitos, sendo estas formadas por
um Juiz de Direito, que será o seu Presidente, e de dois ou quatro membros
nomeados dentre cidadãos de notória idoneidade, conforme artigo 36 do
Código Eleitoral.
O Presidente do respectivo TRE nomeia os membros da Junta Eleitoral
sessenta dias antes das eleições, após a aprovação pelo Tribunal. Os
membros das Juntas Eleitorais terão seus nomes publicados na imprensa
oficial dez dias antes da nomeação, podendo qualquer partido político
impugnar, em petição fundamentada, no prazo de três dias após a publi-
cação (art. 36, §§ 1º e 2º, do CE).
A sede da Junta Eleitoral será definida pelo Presidente do TRE respec-
tivo, coincidindo, na maioria das vezes, com a sede do Juízo Eleitoral. Pode
ocorrer, entretanto, de serem organizadas mais de uma Junta Eleitoral na
mesma jurisdição do Juízo Eleitoral, ficando o número de juntas eleitorais
limitado à quantidade, na comarca, de juízes que gozem das garantias do
art. 95, da CF, mesmo que não sejam juízes eleitorais (art. 37, caput, do CE).
Pode-se observar que os membros da Junta Eleitoral, com exceção de
seu presidente, são juízes não togados (juízes leigos), que são nomeados
dentre cidadãos da comunidade, eleitores na Zona Eleitoral correspon-
dente, bastando para serem nomeados que tenham idoneidade moral.
Não podem, entretanto, serem nomeados eleitores que possuam
impedimentos, como os listados abaixo (art. 36, §3º, do CE):
11
I – os candidatos e seus parentes, ainda que por afi-
nidade, até o segundo grau, inclusive, e bem assim
o cônjuge;
II – os membros de Diretórios de partidos políticos
devidamente registrados e cujos nomes tenham sido
oficialmente publicados;
III – as autoridades e agentes policiais, bem como os
funcionários no desempenho de cargos de confiança
do Executivo;
IV – os que pertencerem ao serviço eleitoral.
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CAPÍTULO 2
FILIAÇÃO PARTIDÁRIA
Cancelamento de filiação:
A filiação será imediatamente cancelada nas seguintes hipóteses:
1 – Falecimento;
2 – Perda dos direitos políticos;
3 – Expulsão do partido;
4 – Desligamento do partido por iniciativa do filiado;
5 – Outras hipóteses previstas no estatuto do partido,
como, por exemplo, suspensão dos direitos políticos.
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Dupla ou tripla filiação:
Observe-se que a dupla ou tripla filiação é considerado crime pelo
art. 320 do Código Eleitoral.
A Súmula 14 do Tribunal Superior Eleitoral dispõe que “a duplici-
dade...somente fica caracterizada caso a nova filiação houver ocorrido
após a remessa das listas previstas no parágrafo único do art. 58 da Lei
9.096/1995”.
CAPÍTULO 3
DOMICÍLIO ELEITORAL
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CAPÍTULO 4
DESINCOMPATIBILIZAÇÃO
O que é desincompatibilização:
Significa o afastamento obrigatório - definitivo (com a renúncia ao
mandato eletivo, pedido de exoneração de funções de confiança ou apo-
sentadoria) ou temporário (através de licenças especiais solicitadas por
servidores públicos) - do pretendente a concorrer a um mandato eletivo,
de cargo, emprego ou função pública, para que possa exercer plenamente
sua capacidade eleitoral passiva, ou seja, o direito de ser votado.
Caso não se desincompatibilize do cargo, emprego ou função pública,
o cidadão fica impedido de concorrer ao pleito.
Objetivo da desincompatibilização:
A desincompatibilização tem por objetivo garantir a lisura das eleições,
a moralidade e a probidade administrativa (retidão, honestidade das ações
administrativas), a isonomia (igualdade) entre os pré-candidatos, além
de evitar a influência do poder político/econômico e o uso da máquina
pública para angariar votos.
Indeferimento da candidatura:
Conforme Resolução TSE 18019/92, assim que o candidato for intimado
que sua candidatura foi definitivamente indeferida, deve voltar ao trabalho.
Prazos de desincompatibilização:
Os prazos de desincompatibilização (afastamento) variam de acordo
com o cargo eletivo que pretende concorrer, e o cargo, emprego ou
função pública ocupada pelo cidadão, podendo ser de 3, 4, 6 meses até
1 ano antes das eleições.
Considerando que as Eleições de 2020 ocorrerão em 02/10/2020, as
desincompatibilizações deverão ocorrer em:
20
Prefeito
Cargo Vereador
Vice-prefeito
21
Prefeito
Cargo Vereador
Vice-prefeito
22
Prefeito
Cargo Vereador
Vice-prefeito
23
Prefeito
Cargo Vereador
Vice-prefeito
Diretores de órgãos estaduais ou socieda-
6 meses
des de assistência ao municípios.
(exoneração)
(no mesmo Estado)
Diretor-técnico de fundação hospitalar
4 meses 6 meses
municipal
Dirigente de conselho comunitário sem
interesse direto ou indireto na arrecadação Não há exigência
de tributos.
Não há desincompatibiliza-
ção, desde que a fundação
não receba subvenção pública
Dirigente de fundação privada
imprescindível à sua existência
ou necessário à continuidade de
serviço prestado ao público.
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Prefeito
Cargo Vereador
Vice-prefeito
6 meses
Interventores Federais
(exoneração)
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Prefeito
Cargo Vereador
Vice-prefeito
Membro do Conselho Municipal da Criança
Não há exigência
e do Adolescente
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Prefeito
Cargo Vereador
Vice-prefeito
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Prefeito
Cargo Vereador
Vice-prefeito
Representante entidade patronal
(interesse em arrecadação e fiscalização de
4 meses 4 meses
contribuições compulsórias arrecadadas e
repassadas pela Previdência Social)
Secretário de Administração Municipal 4 meses 6 meses
Secretário executivo da Coordenadoria
4 meses 6 meses
Municipal de Defesa Civil
Secretários-Gerais, Secretários Executivos,
Secretários Nacionais, Secretários Federais 6 meses
dos Ministérios e as pessoas que ocupem (exoneração)
cargos equivalentes.
Proibido de exercer
Servidor da Justiça Eleitoral
atividade partidária
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Prefeito
Cargo Vereador
Vice-prefeito
Não há exigên-
Vice-Prefeito que sucede o Prefeito cia (considera- 6 meses
-se reeleição)
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CAPÍTULO 5
CONVENÇÃO MUNICIPAL
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CAPÍTULO 6
INELEGIBILIDADE
O que é elegibilidade:
Para ser considerado elegível, ou seja, ter a capacidade eleitoral passiva
(o direito de ser votado), é preciso que o cidadão preencha os requisitos de
elegibilidade e não contar com restrições decorrentes da inelegibilidade.
Quem é inelegível:
Mas, além de preencher os requisitos de elegibilidade, não pode o
pretendente a cargo eletivo estar restringido por alguma condição de ine-
legibilidade, previstas na Constituição Federal e na Lei Complementar nº
64/1990 (Lei das Inelegibilidades) com posteriores alterações promovidas
pela Lei Complementar nº 135/2010 (Lei da Ficha Limpa).
Período da inelegibilidade:
Ou seja, em todos os casos, é de 8 anos o prazo de vigência das ine-
legibilidades, contados de cada situação específica, e na maioria deles
sem a necessidade de trânsito em julgado (decisão definitiva da qual
não mais caiba recurso), desde que a decisão tenha sido proferida por
órgão colegiado, ou seja, por um grupo de julgadores, não se admitindo
o julgamento monocrático (aquele proferido por único julgador).
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CAPÍTULO 7
COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA
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permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e
para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas
eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições propor-
cionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos
estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária”.
Ou seja, só é permitido, em 2020, coligação para eleição de prefeitos.
Na eleição de vereadores, fica proibida a coligação.4
Nome da coligação:
A coligação receberá um nome que a distinga dos demais, podendo
ser um lema, tipo “Governando para o Povo” ou ser a soma das siglas
de todos os partidos participantes, como, por exemplo Coligação ABCD,
sendo vedado, porém, referência a nome ou número de candidato, tipo
Coligação João da Silva 99.
Na propaganda para eleição majoritária, a coligação usará, obrigato-
riamente, sob sua denominação, as legendas de todos os partidos que
a integram, tipo “Coligação Todos por um Brasil Melhor PD/PF/PM”, de
forma a permitir ao eleitor identificar os partidos que a formam.
Candidatos da coligação:
Os candidatos da coligação serão pessoas filiadas a qualquer partido
que forma a coligação, sendo os pedidos de registro subscritos pelos
presidentes dos partidos coligados, por seus delegados ou pela maioria
dos membros dos respectivos órgãos executivos de direção.
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CAPÍTULO 8
REGISTRO DE CANDIDATURAS
Candidaturas natas:
O art. 8º, § 1º, do Código Eleitoral, prevê o que se chama candidatura
nata, que seria o direito dos deputados federais, estaduais, distritais e
vereadores com mandato em curso, concorrerem às eleições indepen-
dente das escolhas das convenções.
No entanto, o Supremo Tribunal Federal, nos autos da Ação Direta de
Inconstitucionalidade número 2.530, concedeu liminar para suspender o
dispositivo, sob o argumento de que fere o princípio da igualdade e por
representar agressão à liberdade de organização dos partidos.
Comprovante de escolaridade;
Prova de desincompatibilização, quando o candidato
for servidor público, nos casos de lei.
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Prazo para julgamentos dos pedidos de registro de
candidatura:
Todos os pedidos de registro de candidatos (mesmo os impugnados)
devem ser julgados em todas as instâncias, inclusive com publicação
das decisões, até 45 (quarenta e cinco) dias antes do pleito. Para isso,
a Lei nº 9.504/97 determina que os processos de registro de candidatos
tenham prioridade sobre quaisquer outros.
Substituição de candidatos:
Após o registro dos candidatos, é permitido ao partido substituí-los,
caso sejam considerados inelegíveis, renunciem ou faleçam depois do dia
5 de julho do ano da eleição (prazo para registro), ou, ainda, caso tenham
o pedido de registro indeferido ou cancelado.
44
CAPÍTULO 9
PROPAGANDA ELEITORAL
Primeiro turno:
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• de guerra, de processos violentos para subverter o
regime, a ordem política e social ou de preconceitos
de raça ou de classes;
• que provoque animosidade entre as forças armadas
ou contra elas, ou delas contra as classes e institui-
ções civis;
• de incitamento de atentado contra pessoa ou bens;
• de instigação à desobediência coletiva ao cumpri-
mento da lei de ordem pública;
• que implique em oferecimento, promessa ou solici-
tação de dinheiro, dádiva, rifa, sorteio ou vantagem
de qualquer natureza;
• que perturbe o sossego público, com algazarra ou
abusos de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
por meio de impressos ou de objeto que pessoa inex-
periente ou rústica possa confundir com moeda;
• que prejudique a higiene e a estética urbana ou con-
travenha a posturas municipais ou a outra qualquer
restrição de direito;
• que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer pessoas,
bem como órgãos ou entidades que exerçam autori-
dade pública.
Realização de comícios:
O Código Eleitoral estabelece que a realização de qualquer ato de
propaganda partidária ou eleitoral, em recinto aberto, não depende de
licença da polícia, mas, para a celebração de comício, deverá ser feita
comunicação à autoridade policial, pelo menos 24 horas antes da sua
realização, nos termos do artigo 245, §1º.
A realização de comícios e a utilização de aparelhagens de sonorização
fixas são permitidas no horário compreendido entre as 8 e as 24 horas,
com exceção do comício de encerramento da campanha, que poderá ser
prorrogado por mais duas horas (Lei nº 9.504/1997, art. 39, § 4º), mas é
vedada a utilização de trios elétricos em campanhas eleitorais, exceto
para a sonorização de comícios (Lei nº 9.504/1997, art. 39, § 10).
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Utilização de carros de som:
É permitida a circulação de carros de som e mini-trios como meio de
propaganda eleitoral, desde que observado o limite de oitenta decibéis
de nível de pressão sonora, medido a sete metros de distância do veículo,
e respeitadas as vedações previstas neste artigo (Lei nº 9.504/1997, art.
39, § 11).
Até as 22 horas do dia que antecede o da eleição, serão permitidos
distribuição de material gráfico, caminhada, carreata, passeata ou
carro de som que transite pela cidade divulgando jingles ou mensagens
de candidatos, observados os limites impostos pela legislação comum
(Lei nº 9.504/1997, art. 39, § 9º).
Proibição de showmícios:
É proibida a realização de showmício e de evento assemelhado para
promoção de candidatos e a apresentação, remunerada ou não, de artistas
com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral, respondendo o
infrator pelo emprego de processo de propaganda vedada e, se for o caso,
pelo abuso do poder (Lei nº 9.504/1997, art. 39, § 7º; Código Eleitoral, arts.
222 e 237; e Lei Complementar nº 64/1990, art. 22).
A proibição referida anteriormente não se estende aos candidatos que
sejam profissionais da classe artística – cantores, atores e apresentadores
–, que poderão exercer as atividades normais de sua profissão durante
o período eleitoral, exceto em programas de rádio e de televisão, na
animação de comício ou para divulgação, ainda que de forma dissi-
mulada, de sua candidatura ou de campanha eleitoral.
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Proibição de propaganda por outdoors:
É vedada a propaganda eleitoral por meio de outdoors, inclusive
eletrônicos, sujeitando-se a empresa responsável, os partidos, as coli-
gações e os candidatos à imediata retirada da propaganda irregular e
ao pagamento de multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$
15.000,00 (quinze mil reais) (Lei nº 9.504/1997, art. 39, § 8º).
Considera-se outdoor todo e qualquer cartaz de grandes dimensões
afixados em áreas externas, como fachada de comitês, vias públicas e
outros locais.
Propaganda na internet:
É permitida a propaganda eleitoral na Internet a partir do dia 16 de
agosto de 2020 (Lei nº 9.504/1997, art. 57-A), sendo a livre manifestação
do pensamento do eleitor identificado na Internet somente passível de
limitação quando ocorrer ofensa à honra de terceiros ou divulgação de
fatos sabidamente inverídicos.
A divulgação de propaganda e de mensagens relativas ao processo
eleitoral, inclusive quando provenientes de eleitor, não pode ser impul-
sionada por mecanismos ou serviços que, mediante remuneração paga
aos provedores de serviços, potencializem o alcance e a divulgação da
informação para atingir usuários que, normalmente, não teriam acesso
ao seu conteúdo.
A propaganda eleitoral na internet poderá ser feita nas seguintes
formas:
• notícias falsas
• disparos digitais de conteúdo em massa (ou seja,
para centenas ou milhares de pessoas aleatoriamente
escolhidas pelo sistema eletrônico)
• disparos digitais que possam alterar o conteúdo
da propaganda
• disparos digitais que possam alterar ou falsear a
identidade de quem os remeteu
• o destinatário da notícia deve estar de acordo em
recebê-la
• é obrigação do candidato ou partido confirmar a
informação antes de divulgá-la
• a não observância dessas regras pode resultar em
multa de até R$ 30.000,00 (trinta mil reais)
• é assegurada aos atingidos pelas notícias falsas o
direito de resposta.
Propaganda em jornais:
São permitidas, até a antevéspera das eleições, a divulgação paga, na
imprensa escrita, e a reprodução na Internet do jornal impresso, de até
dez anúncios de propaganda eleitoral, por veículo, em datas diversas, para
cada candidato, no espaço máximo, por edição, de um oitavo de página
de jornal padrão e de um quarto de página de revista ou tabloide (Lei nº
9.504/1997, art. 43, caput), devendo constar no anúncio, de forma legível,
o valor pago pela inserção.
Pesquisas eleitorais:
Sobre as pesquisas eleitorais, há que se lembrar de que: nos 15 (quinze)
dias anteriores ao pleito é proibida a divulgação, por qualquer forma,
53
de resultados de prévias ou testes pré-eleitorais.
As entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública
relativas às Eleições 2020 ou a candidatos, para conhecimento público,
devem registrar, junto à Justiça Eleitoral, as informações constantes no
art. 33 da Lei nº 9.504/1997, a partir do dia 1º de janeiro e até cinco dias
antes da divulgação de cada resultado, conforme disciplinamento da
Res.-TSE nº 23.453, de 15.12.2015.
Em 12 de dezembro de 2019 o TSE aprovou Resolução7 no sentido que
Resoluções do TSE:
Lembramos, mais uma vez, que os candidatos e partidos políticos deve-
rão atentar para as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral para as
eleições municipais de 2020, que dispõem de forma minuciosa acerca das
normas para a elaboração de cada tipo de propaganda, estabelecendo
limites e diretrizes de forma pormenorizada.
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CAPÍTULO 10
CONDUTAS PROIBIDAS
EM CAMPANHA
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2. realizar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com
publicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou
das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média
dos gastos no primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem
o pleito;
3. fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos
servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder
aquisitivo ao longo do ano da eleição e até a posse dos eleitos.
4. realizar comícios com a presença de artistas como cantores, mágicos
ou malabaristas, os chamados showmícios, como forma de atrair público;
5. distribuir gratuitamente, durante os comícios ou fora deles, camisetas,
bonés, canetas, réguas, comida, dinheiro e todo e qualquer material com
valor econômico que possa sugerir forma de compra de voto.
Penalidades:
As penalidades que podem ser aplicadas àqueles que, de alguma forma
agirem, direta ou indiretamente, através de terceiros, ou se beneficiarem
com as condutas proibidas são as seguintes:
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CAPÍTULO 11
ARRECADAÇÃO E GASTOS
DE CAMPANHA
I - pessoas jurídicas;
II - origem estrangeira;
III - pessoa física permissionária de serviço público.
Fundo partidário:
O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos
(Fundo Partidário)9, é constituído por:
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CAPÍTULO 12
DIA DAS ELEIÇÕES
Identificação do eleitor:
O eleitor deverá comparecer ao local de votação munido de documento
oficial e original de identificação com foto, que pode ser RG, carteira
de trabalho, carteira profissional, carteira de motorista ou passaporte.
A apresentação do título de eleitor não é obrigatória, mas serve para
a rápida localização da seção eleitoral do cidadão na hora da votação.
Constando o nome da pessoa na relação da seção eleitoral e não
havendo dúvida sobre a identidade do eleitor, o presidente da mesa o
convidará a realizar seu voto.
O inciso VI do artigo 146 do Código Eleitoral estabelece que o eleitor
será admitido a votar, ainda que deixe de exibir no ato da votação o seu
título, desde que seja inscrito na seção e conste da respectiva pasta a
sua folha individual de votação; nesse caso, a prova de ter votado será
feita mediante certidão que obterá posteriormente, no juízo competente.
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CAPÍTULO 13
CANDIDATOS ELEITOS
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Exemplos:
a) votos válidos = 11.455; número de vagas = 11;
b) votos válidos = 11.458; número de vagas = 11;
Exemplo a: 11.455 ÷ 11 = 1.041,36 (fração inferior a meio
ou 0,5), resultando quociente eleitoral igual a 1.041.
Exemplo b: 11.458 ÷ 11 = 1.041,63 (fração superior a meio
ou 0,5), resultando quociente eleitoral igual a 1.042.
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CAPÍTULO 14
SEGUNDO TURNO
ELEIÇÃO MAJORITÁRIA
Diplomação de suplentes:
No caso dos suplentes para vereadores, apesar de serem diplomados,
somente serão convocados a exercer o mandato quando certificada a
vacância dos cargos pertencentes aos titulares, em decorrência de morte,
renúncia, licença ou perda do mandato por infidelidade partidária.
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As inelegibilidades previstas na Lei Complementar nº 64/1990 (Lei das
Inelegibilidades), com as alterações promovidas pela Lei Complementar
nº 135/2010 (Lei da Ficha Limpa) devem ser arguidas por meio de Ação de
Impugnação de Registro de Candidato, na fase de Registro de Candidatos,
sob pena de preclusão.
Entretanto, se a inelegibilidade for superveniente, porque “adquirida”
após o registro da candidatura e, portanto, não poderia ter sido ale-
gada naquele momento, cabe o Recurso contra Expedição de Diploma
(RCED), a ser interposto no prazo de 3 dias, contados da Diplomação.
O Recurso contra Expedição de Diploma (RCED), como ocorre com
a maioria dos recursos eleitorais, não possui efeito suspensivo (art. 216
do Código Eleitoral), de modo que enquanto não decidido pelo Tribunal
Superior, poderá o diplomado exercer o mandato em toda a sua plenitude.
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CAPÍTULO 16
PRESTAÇÃO DE CONTAS
DA CAMPANHA
I - o candidato;
II - os órgãos partidários, ainda que constituídos sob
forma provisória: a) nacionais; b) estaduais; c) distri-
tais; d) municipais.
Sobras de arrecadação:
Como já referido, o partido e o candidato não podem gastar mais do
que o limite estabelecido pela lei ou pelo próprio partido. Nada impede,
no entanto, que o partido arrecade mais do que esse limite, desde que
não utilize os recursos excedentes.
Os recursos arrecadados que excederem a possibilidade de gastos, ou
aqueles que, apesar de não excederem os limites, simplesmente não forem
aplicados, comporão as chamadas “sobras de campanha”.
Estas devem ser declaradas na prestação de contas e reverter ao órgão
partidário da circunscrição do pleito ou, tratando-se de coligação, devem
reverter à coligação, que fará a distribuição entre os partidos integrantes.
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Outras consequências da não prestação das contas:
Outra grave consequência do descumprimento dessas normas é a
perda do direito do recebimento, pelo partido, do Fundo Partidário do
ano seguinte, sem prejuízo de responderem os candidatos beneficiados
por abuso do poder econômico.
79
CAPÍTULO 17
AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE
MANDATO ELETIVO – AIME
Consequências da ação:
Restando demonstrado o vínculo direto entre o ilícito e a eleição do
beneficiado, as possíveis consequências são:
1) a cassação do mandato eletivo, a ser determinada por decisão com
trânsito em julgado (aquela que não admite mais recursos); ainda que o
candidato não tenha cometido o ilícito pessoalmente, mas dele se benefi-
ciou diretamente, terá seu Diploma cassado;
81
2) a declaração de inelegibilidade do candidato eleito, válida para o
pleito em que tenha sido eleito, bem como pelos próximos 8 anos, quando
a cassação for consequência de direta interferência do poder econômico
ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comuni-
cação, a teor dos arts. 1º, inciso I, alínea “d” e art. 22, inciso XIV, da Lei de
Inelegibilidades (LC 64/1990). Ao contrário da cassação, que não exige a
prática pessoal do ilícito, bastando a prova do benefício direto ao candi-
dato, a inelegibilidade exige a participação direta ou indireta do candidato
no ilícito. Assim, caso não provado que o candidato conhecia ou participou
do ato, poderá ser cassado, porém não terá declarada a inelegibilidade.
3) a imposição de multa pecuniária (em dinheiro);
4) a declaração de nulidade dos votos obtidos pelo candidato e,
se necessário, a realização de novas eleições. No caso de vereador cas-
sado, não será necessária nova eleição, bastando empossar o suplente,
já diplomado.
82
CAPÍTULO 18
ANULAÇÃO DA ELEIÇÃO OU DE
VOTOS DE SESSÕES ELEITORAIS
Nos termos do art. 224 do Código Eleitoral, “se a nulidade atingir a mais
de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas
eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais,
julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia
para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias”.
Observe-se, contudo, que a lei não está se referindo aos votos nulos em
razão da manifestação consciente ou acidental do eleitor, conhecida como
manifestação apolítica, ao votar em candidato ou legenda inexistente,
como por exemplo, digitar o número 99, que não pertence a nenhum
candidato ou legenda.
83
O Tribunal Superior Eleitoral deixa claro que “votos nulos são como
se não existissem: não são válidos para fim algum. Nem mesmo para
determinar o quociente eleitoral da circunscrição...”15
Assim, tem o poder de anular a eleição o voto nulo que “decorre da
constatação de FRAUDE NAS ELEIÇÕES, como, por exemplo, eventual
cassação de candidato eleito condenado por compra de votos. Nesse caso,
se o candidato cassado obteve mais da metade dos votos, será necessária
a realização de novas eleições, denominadas suplementares”. 16
15 SANTOS, Polliana Pereira dos. Voto nulo e novas eleições. Site da internet:
http://www.tse.jus.br/institucional/escola-judiciaria-eleitoral/revistas-da-eje/
artigos/revista-eletronica-eje-n.-4-ano-3/voto-nulo-e-novas-eleicoes. Acesso
dia 20 de março de 2016.
16 SANTOS, Polianna Pereira dos. Op. cit. Acesso dia 20 de março de 2016.
84
quando houver extravio de documento reputado essencial; quando for
negado ou sofrer restrição o direito de fiscalizar, e o fato constar da ata
ou de protesto interposto, por escrito, no momento; quando votar: eleitor
excluído por sentença não cumprida por ocasião da remessa das folhas
individuais de votação à mesa, desde que haja oportuna reclamação de
partido; eleitor de outra seção; alguém com falsa identidade em lugar
do eleitor chamado.
É também anulável a votação, quando viciada de falsidade, fraude,
coação, uso de interferência do poder econômico, desvio ou abuso do
poder de autoridade, em desfavor da liberdade do voto, ou emprego de
processo de propaganda ou captação de sufrágios vedado por lei.
A Constituição Federal, em seu art. 14, diz que “a soberania popular será
exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei...”
Os mesários devem orientar tecnicamente o eleitor, para que ele saiba
como operar o equipamento, mas nunca no sentido de convencê-lo a votar
nesse ou naquele candidato, estando proibidos, inclusive, de visualizar,
mesmo que distante, o teclado da urna, de forma a garantir total sigilo
ao voto.
85
CAPÍTULO 19
POSSE DOS ELEITOS
1º de janeiro 2020
5 de março de 2020
3 de abril 2020
4 de abril 2020
7 de abril 2020
30 de abril 2020
6 de maio 2020
15 de maio 2020
1º de junho 2020
5 de junho 2020
Data a partir da qual a Justiça Eleitoral deve tornar disponível aos parti-
dos políticos a relação de todos os devedores de multa eleitoral, a qual
embasará a expedição das certidões de quitação eleitoral.
16 de junho 2020
30 de junho 2020
90
4 de julho 2020
5 de julho 2020
7 de julho 2020
14 de julho 2020
92
20 de julho 2020
93
29 de julho 2020
4 de agosto 2020
5 de agosto 2020
6 de agosto 2020
10 de agosto 2020
14 de agosto 2020
15 de agosto 2020
16 de agosto 2020
96
5. Data a partir da qual, até 2 de outubro de 2020, serão permitidas
a divulgação paga, na imprensa escrita, e a reprodução na internet
do jornal impresso, de até 10 anúncios de propaganda eleitoral, por
veículo, em datas diversas, para cada candidato, no espaço máximo, por
edição, de 1/8 de página de jornal padrão e de 1/4 de página de revista
ou tabloide.
18 de agosto 2020
Último dia para a Justiça Eleitoral publicar edital dos pedidos de regis-
tro de candidatos apresentados pelos partidos políticos ou coligações.
20 de agosto 2020
22 de agosto 2020
Último dia para a Justiça Eleitoral publicar edital dos pedidos de regis-
tro individual de candidatos escolhidos em convenção cujos partidos
políticos ou coligações não os tenham requerido.
23 de agosto 2020
28 de agosto 2020
2 de setembro 2020
4 de setembro 2020
9 de setembro 2020
13 de setembro 2020
14 de setembro 2020
19 de setembro 2020
24 de setembro 2020
29 de setembro 2020
Data a partir da qual nenhum eleitor poderá ser preso ou detido, salvo
em flagrante delito, ou em virtude de sentença criminal condenatória por
crime inafiançável, ou por desrespeito a salvo-conduto.
1º de outubro 2020
100
2 de outubro 2020
3 de outubro 2020
4 de outubro 2020
5 de outubro 2020
6 de outubro 2020
9 de outubro 2020
20 de outubro 2020
Data a partir da qual nenhum eleitor poderá ser preso ou detido, salvo
em flagrante delito, ou em virtude de sentença criminal condenatória por
crime inafiançável, ou por desrespeito a salvo-conduto.
22 de outubro 2020
23 de outubro 2020
103
24 de outubro 2020
25 de outubro 2020
1. Data em que, nos municípios com mais de 200.000 eleitores onde não
houve maioria absoluta na votação para prefeito, realizar-se-á a votação
do segundo turno das eleições, sendo a partir das 7 horas a instalação
da seção eleitoral, a partir das 8 horas o início da votação e as 17h o
encerramento da votação.
2. Último dia para o partido político requerer o cancelamento do regis-
tro do candidato que dele for expulso.
3. Último dia para candidatos e partidos arrecadarem recursos e con-
traírem obrigações, ressalvada a hipótese de arrecadação com o fim
exclusivo de quitação de despesas já contraídas e não pagas até esta
data, para os candidatos que disputaram o segundo turno.
4. Data na qual, a partir das 17h, serão divulgados os resultados das
votações em segundo turno para o cargo de prefeito, incluindo os votos
em branco, os nulos e as abstenções verificadas no segundo turno.
26 de outubro 2020
104
3 de novembro 2020
14 de novembro 2020
105
3. Último dia para os candidatos, inclusive a vice, que disputaram o
segundo turno, observada a data da efetiva apresentação das contas,
transferirem ao Tesouro Nacional os valores do Fundo Especial de
Financiamento de Campanha (FEFC) eventualmente não utilizados,
inclusive os decorrentes da alienação de bens permanentes obtidas com
recursos do Fundo.
24 de novembro 2020
15 de dezembro 2020
18 de dezembro 2020
7 de janeiro 2021
Último dia para o eleitor que deixou de votar no segundo turno das
eleições apresentar, em qualquer cartório eleitoral, justificativa funda-
mentada ao juízo eleitoral.
16 de junho 2021
106
31 de dezembro 2021
107
CAPÍTULO 21
RETROATIVIDADE DA LEI DA FICHA
LIMPA PARA ALCANÇAR FATOS
PRETÉRITOS À EDIÇÃO DA NORMA
18 STF: http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?inci-
dente=4065372. Acesso dia 3 de agosto de 2016.
19 STF: http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?inci-
dente=4070308. Acesso dia 3 de agosto de 2016.
20 STF: http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?inci-
dente=4054902. Acesso dia 3 de agosto de 2016.
108
pena, mas apenas efeitos da pena, o que, na prática, acaba causando o
mesmo prejuízo ao exercício da cidadania.
Agiu bem o legislador da LC 135/2010 ao aumentar o prazo de inelegi-
bilidade de três para oito anos, mas tal disposição não deveria atingir
àqueles que já haviam cumprido a pena aplicada, quando da publi-
cação da Lei Complementar, e que hoje já implementaram a “quaren-
tena” de três anos da Lei 64/90 vigente à data da condenação e do
cumprimento da sentença.
O impedimento da candidatura não prejudica apenas o postulante a ela,
mas a todos os cidadãos que pretendiam, eventualmente, votar naquele
candidato que, mesmo tendo sido condenado criminalmente, já cumpriu
a pena e pagou sua dívida com a sociedade, devendo ter a oportunidade
de nela reinserir-se através do voto e do exercício do mandato.
A diferenciação entre retroatividade autêntica e inautêntica é mera-
mente formal, fugindo da compreensão social de que àquele que cometeu
um delito deve-se dar a oportunidade de recuperar-se. No momento em
que o sistema judicial nega àquele que um dia foi condenado e cumpriu
a pena o direito de concorrer a um cargo político, está aplicando a ele
nova pena, sob o nome singelo e enganoso de “efeito da pena”. Ou seja,
é uma nova punição travestida de efeitos da pena.
Não se diga que o princípio da irretroatividade in pejus seja norma
meramente penal, pois também para o direito civil, grande ramo no qual
se incluiu o direito eleitoral, ele vige no sentido de que os atos praticados
sob uma determinada norma civil estão protegidos pelo princípio do “ato
jurídico perfeito”, só podendo ser modificados se beneficiar a parte inte-
ressada, a teor do que dispõe a Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro, aplicável a todo o Sistema Jurídico.
O raciocínio da retroatividade das determinações da LC 135/2010 no que
tange ao prazo de inelegibilidade é a decretação da falência dos sistemas
penais e civis, o reconhecimento absurdo de que a pena aplicada e cum-
prida não atende sua função de recuperar aquele que praticou algum ato
ilícito, penal ou cível, estabelecendo-se punição quase “eterna”.
Argumentos jurídicos existem, e já foram inclusive referidos pelo STF
na Reclamação 22.224, no sentido de que as decisões anteriores não se
sustentam, mas, em termos de orientação prática, entendemos o que o
risco da candidatura não ser registrada é real, pois a Justiça Eleitoral
109
deve usar o Ac.-TSE, de 14.2.2013, no AgR-REspe nº 9677 e, de 4.9.2012,
no AgR-REspe nº 23046.
As decisões favoráveis à retroatividade trabalham com a ideia de que
o aumento do prazo três para oito anos não é pena, mas mero efeito da
pena, de forma que não estaria acobertado pelo princípio da irretroati-
vidade in pejus e também porque a regra de inelegibilidade não é penal,
mas eleitoral.
Caso a Justiça Eleitoral não tome a iniciativa de ofício de indeferir o regis-
tro da candidatura, essa poderá ser impugnada pelo Ministério Público
ou por pedido de algum partido ou candidato, com desgaste pessoal e
político muito maior.
110
CAPÍTULO 22
PRINCIPAIS DÚVIDAS E RESPOSTAS
112
pessoal de agentes públicos, não configura conduta vedada ou abuso
do poder político. [...]” - (Ac. de 26.11.2013 no REspe nº 504871, rel. Min.
Dias Toffolino mesmo sentido o Ac de 7.6.2011 no REspe n° 646984, rel. Min.
Nancy Andrighie o Ac de 7.10.2010 no Rp n° 234314, rel. Min. Joelson Dias.).
Ou seja, não há impedimento à continuidade de veiculação de publici-
dade de caráter informativo, como por exemplo incentivando o cidadão
a pagar seus tributos, cuidar do meio ambiente, participar de campanhas
de saúde pública, como vacinação, ou medidas de segurança.
113
8. Podem os candidatos e partidos políticos acompanharem, perma-
nente e ostensivamente, com máquinas fotográficas ou filmadoras,
a atividade de propaganda dos adversários, realizando fotos e filma-
gens? Seria crime do art. 331 do CE, “inutilizar, alterar ou perturbar meio
de propaganda devidamente empregado”?
Resposta: Não seria crime se o acompanhamento for discreto, não
tendo capacidade para constranger o candidato e o eleitor, ou seja, de
longe, sem captação de som.
117