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/// Em conversa com o líder

A história da salvação
De Gênesis a Malaquias

Querido professor,

Espero que esta revista chegue em um momento de ânimo e vigor em sua vida.
É o início de um novo ano com seus desafios, alguns já conhecidos, outros serão
novos, mas espero que todos nós consigamos nos manter firmes em Jesus,
sabendo que o nosso trabalho não é vão no Senhor.

O tema dos próximos três meses é a História da salvação, vista pelas lentes
do Antigo Testamento. Será uma excelente oportunidade para recordar al-
gumas histórias de personagens bíblicos e aplicá-las em nossa vida. Sei que
nem sempre é fácil motivar adolescentes dessa geração atual para as aulas,
contudo, penso que o maior segredo seja o amor naquilo que fazemos por eles.
A adolescência é o tempo de firmar as bases da fé cristã. Eu fico feliz de poder
contribuir com isso. Tenho certeza que você também está.

Nos estudos da Divisão de Crescimento Cristão – DCC – teremos alguns encon-


tros para falar sobre três temas bem interessantes: 1) Os valores do reino; 2) O
desenvolvimento da fé; 3) Missões Mundiais, que é um tema inesgotável e pre-
cisamos falar e viver Jesus em todo o tempo e em qualquer lugar. É importante
mostrar aos adolescentes que eles também já podem fazer parte dessa história.
E, também, que eles conheçam o trabalho que a Junta de Missões Mundiais já
tem feito em todo o mundo.

Incentive seus adolescentes a participarem das seções da revista do aluno. Eles


poderão escrever poemas, fotos da turma em atividade.

Desejo que os estudos deste período gerem muitos frutos para honra e glória
do Senhor Jesus.

- Liderança 1
Em conversa com o líder ......................................... 1
Expediente ................................................................ 2
Agenda ...................................................................... 3
Para falar com os professores .............................. 4
Dicas didáticas .......................................................... 9 ISSN 1984-8595
Psicologia ................................................................ 11
Refletindo sobre o tema da EBD .......................... 19 Literatura Batista
Recursos pedagógicos ........................................... 22 Ano LXXXVII – Nº 349
Hino da EBD ............................................................ 23
Diálogo e Ação professor é uma revista para
professores de adolescentes (12 a 17 anos)
EBD Visão geral – PLANOS DE AULA
na Escola Bíblica Dominical e para os líderes
na Divisão de Crescimento Cristão, contendo
EBD 1 – O começo da história da salvação ......... 25 orientações didáticas e outras matérias
EBD 2 – A renovação do pacto com Noé .............. 28 que favorecem o seu trabalho em busca
EBD 3 – Quando Deus usa os homens ................ 31 do crescimento do adolescente nas mais
EBD 4 – Um novo tempo ........................................ 34 diferentes áreas
EBD 5 – A entrada triunfal na terra prometida ... 37
Copyright © Convicção Editora
EBD 6 – O tempo dos juízes .................................. 40
Todos os direitos reservados
EBD 7 – O tempo dos reis ...................................... 43
EBD 8 – O início da decadência ............................. 46 Proibida a reprodução deste texto total ou
EBD 9 – A queda do Reino do Norte ..................... 49 parcial por quaisquer meios (mecânicos,
EBD 10 – O reino unificado .................................... 52 eletrônicos, fotográficos, gravação, estocagem
EBD 11 – O tempo do exílio ................................... 55 em banco de dados etc.), a não ser em breves
EBD 12 – O tempo da restauração ....................... 58 citações, com explícita informação da fonte
EBD 13 – O período interbíblico ............................. 61
Publicado com autorização por
Convicção Editora
Reunião de planejamento ...................................... 64 CNPJ (MF): 08.714.454/0001-36

DCC Visão geral – PLANOS DE ESTUDO Endereços


Caixa Postal, 13333 – CEP: 20270-972
Unidade 1 – Os valores do reino Rio de Janeiro, RJ
Telegráfico – BATISTAS
Lição 1 – Referencial para os valores pessoais ... 66
Lição 2 – Relativismo ético .................................... 67 Editor
Lição 3 – Vida em abundância .............................. 68 Sócrates Oliveira de Souza

Unidade 2 – O desenvolvimento da fé Coordenação Editorial


Lição 4 – Os fundamentos da fé ........................... 69 Solange Cardoso de Abreu d’Almeida
Lição 5 – No exercício da fé ................................... 70 (RP/16897)
Lição 6 – O desafio da fé ........................................ 71
Redação
Lição 7 – Experiências de fé .................................. 72 DER/CBB

Unidade 3 – Missões Mundiais Produção Editorial


Lição 8 – Alvos da Junta de Missões Mundiais ... 73 Oliverartelucas
Lição 9 – Culto missionário ................................... 74
Lição 10 – O prazer de servir ................................. 75 Produção e Distribuição
Convicção Editora
Lição 11 – Eu também posso ir ............................. 76
Tel.: (21) 2157-5567
Lição 12 – Eu também posso contribuir .............. 77 Rua José Higino, 416 – Prédio 16
Sala 2 – 1º Andar
Atividade missionária ............................................ 78 Tijuca – Rio de Janeiro, RJ
Gabarito ................................................................... 80 CEP 20510-412
literatura@conviccaoeditora.com.br
2 - Liderança
/// Agenda

Tema do ano: Ensinando a mensagem 12 – Terça-feira: Carnaval


do reino de Deus 17 – Domingo: Programa regular
Divisa: “Pregando o reino de Deus, e 24 – Domingo: Programa regular
ensinando com toda a liberdade as
coisas pertencentes ao Senhor Jesus Atividade especial: Como diz a conhe-
Cristo, sem impedimento algum” – cida canção “em fevereiro tem carna-
Atos 28.31 val”, muitas igrejas se organizam para
os acampamentos e retiros. Outras
Janeiro – Mês de O Jornal Batista preferem fazer evangelismo nesse
período. Em qualquer uma das opções
Principais datas do mês é uma oportunidade para levar os
1 – Dia da Confraternização Universal adolescentes a pensarem um pouco
10 – Dia do Aniversário de O Jornal sobre essa “desculpa” chamada car-
Batista naval, que leva as pessoas a liberarem
6 – Domingo: Reunião de planejamento os desejos da carne, como se fosse
13 – Domingo: Programa regular uma licença anual para pecar.
20 – Domingo: Programa regular
27 – Domingo: Programa regular Março – Mês de Missões Mundiais
Principais datas do mês
Atividade especial: Janeiro é o mês
3 – Dia da Esposa do Pastor – 1º do-
de férias e programar atividades com
mingo do mês
a classe durante a semana é uma
8 – Dia Internacional da Mulher
boa ideia. Outra sugestão seria fazer
10 – Dia de Missões Mundiais – 2º
pequenas viagens missionárias ou
domingo do mês
dias de evangelismo. Uma pipoca em
15 a 17 – Reunião do Conselho da UFMBB
alguma tarde na casa de alguém, por
29 a 31 – UFMBB mais perto de você –
exemplo, seria algo bem legal para o
Congresso Regional de Liderança (AP
grupo se conhecer mais.
e RS)
3 – Domingo: Programa regular
Fevereiro – Mês da Aliança
10 – Domingo: Dia de Missões Mundiais
Batista Mundial
17 – Domingo: Programa regular
Principais datas do mês 24 – Domingo: Programa regular
3 – Dia da Aliança Batista Mundial – 1° 31 – Domingo: Páscoa
domingo do mês
14 – Dia Nacional do Conselheiro de Atividade especial: Aproveite este
Embaixador do Rei mês para mostrar filmes de missões
15 a 17 – UFMBB mais perto de você ou até mesmo trazer um missionário
– Congresso Regional de Liderança para dar uma palestra para os ado-
(AC e PR) lescentes. Neste ano, março também
26 – Aniversário do Sítio do Sossego é o mês da Páscoa. Uma excelente
3 – Domingo: Programa regular oportunidade para falar sobre o tema
10 – Domingo: Programa regular do período: A história da salvação.

- Liderança 3
/// Para falar com os professores

Ser profess or
é ser líde r

Todo mundo fala sobre liderança. Liderança autocrática, laissez-faire, demo-


crática, indecisa, liberal, situacional, emergente. Encontrei na “net um estudo
de uma das teorias sobre liderança que me deixou intrigada. Eu li que o papel
do líder é o de lembrar os padrões morais, as tarefas e as regras aos seus su-
bordinados; ele deve também ser a pessoa mais informada do grupo e é o que
responde – sozinho – pelo seu sucesso ou fracasso”.
Também recebi (por engano) um e-mail que, na verdade, foi o que me fez pensar
nisto aqui. Era uma conversa entre líderes e equipe. O e-mail do primeiro líder
me chamou a atenção pela frequência das falas que eu listo aqui pra você, veja
só: “Lembrem-se sempre”; “Preciso muito da colaboração”; “Para realizarmos”;
“Devemos discutir e apresentar”. O e-mail do segundo líder também foi inte-
ressante, vai um trecho:

4 - Liderança
“Queria compartilhar com os irmãos
um pouco da minha frustração da
última reunião, não pelo conteúdo da
reunião, mas do descaso da presença Ser líder e ser
fundamental dos irmãos na reunião.
Não quero julgar, pois quem julga é
professor, na
Deus e a Palavra de Deus diz que: “ai comunidade dos
daquele que cair nas mãos do Deus
vivo”. salvos, é rir. É
Outra líder reclamou pra mim que sua viver a bênção
equipe não colabora. Ela já ligou pra
eles, mas não adiantou. Aí a gente de ter amigos, de
bateu um papo:
formar famílias
– Você conversa com os seus lide-
rados?
– Converso, eu ligo, peço pra eles che-
gramas. As pessoas são o foco da
garem no horário, ligo sempre com
missão, não só além da igreja, mas na
antecedência avisando sobre a escala. igreja. Definitivamente, liderar, ensi-
– Não, eu perguntei se você conversa nar e mais, liderar e ensinar voluntá-
com os seus liderados. Se você sai rios no reino de Deus é um exercício
com eles. Se você pergunta como eles de amizade. O crédito de um líder/
estão. Você sabe os sonhos deles? professor não reside na competência
Você é amiga deles? da sua equipe/turma tão somente.
Reside no que o líder/professor e o
– Não.
liderado/aluno representam um na
Percebe como nos três exemplos as vida do outro e ambos diante de Deus
ideias estão revestidas de uma lide- e da missão.
rança comprometida com tarefas? É
Ser líder e ser professor, na comuni-
complicado pensar em liderança com
dade dos salvos, é rir. É viver a bênção
essa visão simples de que importa de ter amigos, de formar famílias. O
mais o que não foi feito do que o restante (tarefas, boas ideias, aulas
porquê de não ter sido feito; ou até divertidas, colaboração espontânea)
falta perguntar com sinceridade: “teria é um presente que seu liderado/
mesmo que ter sido feito?” aluno dá a você, por gratidão a Deus,
Liderar, no contexto de igreja, é pas- por senso de vocação, por comprome-
torear. timento com a missão, por amizade,
por cumplicidade, por respeito, por
Ser professor também.
laço. Por reconhecer que Deus co-
Você administra, cria, ensina, mas locou você e ele juntos não para ser
primeiro você pastoreia. Primeiro uma equipe de tarefas, uma relação
as pessoas, depois as reuniões, as fria de aprendizado, mas uma família
coisas, as aulas, as decisões, os pro- de serviço.

- Liderança 5
/// Para falar com os professores

O profess or
e a sua voz

O professor é um profissional da voz, ou seja, a voz é seu principal instrumento


e trabalho, por meio do qual transmite ensinamentos. As consequências da
falta de conhecimento e cuidado com a voz podem trazer prejuízos para a saú-
de vocal, desde alterações quase imperceptíveis auditivamente até alterações
vocais severas, muitas vezes impedindo que o professor continue na docência.
Uma produção vocal alterada pode reduzir a inteligibilidade da fala, além de
criar no ouvinte um impacto negativo e certo incômodo, resultando, então, em
problemas na relação do professor com os alunos, bem como sociais, emocio-
nais e econômicos.

O QUE É A VOZ?
Para entender o que é a voz é necessário entender como ela é produzida.
Quando apenas respiramos silenciosamente, as pregas vocais encontram-se
afastadas de tal forma que permitem a livre passagem do ar durante a inspi-

6 - Liderança
ração e a expiração. Para que haja a é excelente para uma boa saúde
produção da voz, as pregas vocais se vocal, pois evita ou diminui bastante
aproximam e começam a vibrar devi- a quantidade de muco viscoso e a
do à força provocada pela passagem sensação de garganta seca. Há duas
do ar vindo dos pulmões, durante a formas de hidratação das pregas
expiração. Porém, o som produzido vocais: uma direta e outra indireta.
na laringe é de fraca intensidade. Na forma indireta, o líquido não irá
Ele precisa percorrer certos espaços, banhar diretamente as pregas vocais,
chamados cavidades de ressonância, uma vez que estas se encontram na
para que seja amplificado. Essas ca- laringe e o líquido irá passar através
vidades são, além da própria laringe, da faringe e esôfago com destino ao
o tórax, a faringe, a boca, o nariz e os estômago. O líquido irá hidratar as
seios paranasais. pregas vocais por meio do sangue.
A fala é a articulação dos sons por Já a hidratação direta pode ser feita
meio dos movimentos dos lábios, inalando vapor d’água pelo nariz e
língua, mandíbula, palato mole (parte pela boca mediante um recipiente com
mole do céu da boca), além de con- água quente, vaporizador ou vapor
tatos com os dentes e palato duro d’água durante o banho e em sauna
(parte dura do céu da boca). Para que úmida. A hidratação indireta é mais
a mensagem seja clara, é preciso, além prática e eficaz.
de uma voz saudável, uma articulação Um professor deve beber de oito a 10
com movimentos precisos e veloci- copos de água por dia (média de dois
dade adequada, altura, intensidade e litros) em pequenos goles, uma vez
entonação satisfatórias.
que cada gole relaxa a laringe. Para
As consequências de uma má utili- você saber como está a hidratação
zação ou maus cuidados com a voz do seu corpo, basta observar a cor
podem variar de um indivíduo para da urina, que deve ser o mais clara
outro, no que diz respeito a caracte- possível, praticamente transparente.
rísticas individuais: personalidade,
sexo, idade, resistência a agressores Não gritar – O grito provoca uma forte
físicos, ambientais, de abuso vocal adução (fechamento com impacto)
etc., a fatores como intensidade, tem- das pregas vocais e o ar chega a pas-
po e forma como o mau hábito vocal sar até a velocidade de 80km/h, o que
foi cometido. pode ocasionar hemorragias. Por isso,
Existem alguns compor tamentos o grito deve ser reservado a situa-
que são considerados prejudiciais à ções de sobrevivência ou por outro
saúde vocal. Na verdade, estes não motivo que seja realmente inevitável.
devem ser considerados uma lista Deve-se tomar o cuidado para não
de proibições e, sim, recomendações converter o grito em uma atividade de
importantes para a saúde vocal. rotina. Evite também falar alto, muito
e rápido demais, pois também provo-
Hidratação – Uma grande aliada do cam aumento de tensão em algumas
professor, a hidratação do professor estruturas do aparelho fonador.

- Liderança 7
Cuidado com competição sonora – É Alimentação – De modo geral, deve-
uma tendência natural aumentar- mos compor o nosso cardápio com
mos a intensidade vocal quando em um consumo elevado de carboidratos
ambiente ruidoso, como no trânsito, (grãos, vegetais, legumes, frutas),
em escolas, em festas, em casas baixos níveis de gorduras e muitas
noturnas etc. Entretanto, deve-se fibras. As proteínas dão força e vigor
procurar manter a voz num tom o ao tono muscular. Antes das aulas,
mais habitual possível, apesar do evite comer alimentos pesados e
ruído ambiental. É indicado articular muito condimentados, pois eles
os sons com mais precisão, falar lentificam a digestão e dificultam a
mais próximo do ouvinte, gesticular movimentação livre do diafragma,
e afastar a fonte do ruído (ex: caixas músculo essencial para a respira-
de som, fechar a janela). Deve-se ção. Os achocolatados, o leite e seus
evitar cochichar e sussurrar, pois isso derivados aumentam e engrossam a
provoca tensão, principalmente em saliva. Evite a ingestão de alimentos
nível de laringe. muito gelados. Quando acontecer,
procure deixá-los um pouco na boca
para esquentá-los e só depois engo-
Crenças populares entre os profes- li-los; os alimentos muito quentes
sores – É comum o uso de pastilhas, devem ser esfriados um pouco. Tanto
sprays, gengibre, gargarejos, própolis os alimentos muito gelados ou muito
etc. O efeito deles serve, basicamente, quentes podem causar choque térmi-
para aliviar o incômodo proveniente co na musculatura da faringe e em
da garganta, mas não soluciona o regiões próximas, causando edema
problema. Certas pastilhas e sprays e aumento de secreção.
podem conter antibióticos e provocar Os alimentos devem ser bem masti-
mudanças na flora normal da cavi- gados para promover o relaxamento,
dade bucal, bem como reações alér- principalmente da musculatura da
gicas e irritação. O efeito anestésico mandíbula, tão importante para a ar-
causado pode levar a abusos vocais ticulação. A maçã, por sua caracterís-
inconscientes, devido à diminuição da tica adstringente, auxilia na limpeza
sensibilidade. O correto, em caso de da boca e da faringe. As frutas cítricas
desconforto, é procurar um médico e seus sucos sem ou com pouco açú-
ou fonoaudiólogo para receber orien- car, principalmente de laranja e de
tações. A automedicação deve ser limão, atuam na absorção do excesso
evitada, uma vez que as respostas in- de secreção.
dividuais são as mais diversas. O que
A voz despende um grande gasto de
for bom para o seu amigo não significa
energia, por isso, não se deve falar ou
que vá ser bom para você também.
cantar demasiadamente em jejum.
Ao contrário, a sua saúde pode sofrer
consequências desagradáveis. O fato
de muitos remédios serem vendidos Extraído e adaptado de: <http://
sem receita médica não significa que www.ipsemg.mg.gov.br/medicina/
não tenham efeitos colaterais. oprofessor.htm>

8 - Liderança
/// Dicas didáticas

Dicas par a ser um


bom profess or
1. Defina claramente os seus objetivos – Um bom professor deve ter em mente
quais são os principais objetivos para os seus estudantes. É importante que o
educador estabeleça um plano a fim de guiá-lo durante o processo educacional.
2. Tenha noção dos seus propósitos como professor – Professores que con-
seguem enxergar além do convencional têm mais facilidade para driblar os
momentos de tédio dos alunos durante as aulas.
3. Não espere um feedback imediato dos estudantes – Professores que es-
peram uma imediata reação positiva dos alunos em geral se decepcionam
constantemente.
4. Saiba a hora certa para ouvir e ignorar os alunos – Um bom professor deve
procurar um equilíbrio na hora de ouvir os estudantes: não é bom ouvi-los
sempre tampouco ignorá-los completamente.
5. Tenha uma atitude positiva – Pensamentos negativos afetam a criatividade
do profissional, podendo levar ao fracasso.
6. Torça a favor do sucesso de seus alunos – Assim como os nossos filhos, os
estudantes precisam de alguém que os incentive e acredite neles.
7. Tenha senso de humor – O humor durante as aulas reduz o nível de estresse
e frustração dos alunos.
8. Seja sincero ao encorajar os seus alunos – Estudantes necessitam de um
professor verdadeiro que, além de reconhecer o seu progresso, indica ao aluno
quais são os pontos que ele ainda pode melhorar.
9. Arrisque-se – É importante que os alunos acompanhem o professor arris-
cando coisas novas em sala de aula, bem como o modo com o qual ele lidará
com as possíveis falhas na sua tentativa.
10. Cumpra com as suas palavras – Professores de sucesso são consistentes
e procuram sempre cumprir as suas promessas.
11. Reflita sobre os próprios seus métodos – A reflexão é necessária para que
o professor possa trabalhar melhor com as dificuldades enfrentadas durante
a sua carreira.
12. Procure os conselhos de um mentor – Um professor necessita de uma
pessoa mais velha e experiente para aconselhá-lo e indicar o melhor caminho
a ser seguido ao longo de sua carreira.
13. Comunique-se com a família dos estudantes – A comunicação entre pro-
fessores e pais de alunos é essencial no processo educacional. É fundamental
que ambos os lados expressem suas preocupações e opiniões.

- Liderança 9
14. Divirta-se com o seu trabalho – Professores que amam o seu trabalho
possuem uma energia contagiante. Mais importante do que gostar da matéria
ensinada é amar o processo de ensinar.
15. Tente se adaptar às necessidades dos estudantes –O contato com o
estudante é muito importante durante o processo educacional. Em alguns
casos, o educador deve ajustar o seu plano de aulas de acordo com o com-
portamento da turma.
16. Procure reajustar o ambiente da sala de aula – Uma simples atitude, como
reorganizar a ordem das carteiras na sala de aula e mudar um pouco a rotina
das aulas pode trazer uma ótima renovação durante o ano letivo.
17. Não tenha medo de utilizar tecnologias na sala de aula – Em um mundo
cada vez mais cercado pela tecnologia, é importante que o professor as utilize
durante suas aulas.
18. Ofereça apoio emocional a seus estudantes – Em alguns casos, o estu-
dante necessitará mais de conselhos do que da transmissão de informações.
19. Conforme-se: nem sempre você terá a resposta para todas as perguntas
– Bons educadores entendem que não é possível saber todas as questões
que envolvem o ambiente acadêmico. Eles procuram se acostumar com isso
e fazer sempre o seu melhor.
20. Não se importe com possíveis ameaças – Um bom professor tem a cons-
ciência de que não é obrigado a acatar ordens dadas pelos pais de alunos. Ele
deve seguir o seu próprio mérito, se o considerar correto.
21. Leve diversão para as suas aulas – As aulas não devem ser sempre sérias.
Quando a aula é divertida e engraçada, os estudantes enxergam o professor
mais como um ser humano, aumentando o respeito e a confiança.
22. Procure entender o que se passa na vida pessoal dos estudantes – Existem
certos problemas emocionais que podem atingir seriamente o processo de
aprendizagem dos alunos. O professor deve saber enxergar esses indícios no
estudante, entendendo quais são os motivos que estão ocasionando a sua
dificuldade.
23. Nunca pare de aprender – Bons professores procuram arranjar um tempo
para ir atrás de novos conhecimentos.
24. Saiba a hora certa de “pensar fora da caixa” – Um bom educador sabe o
momento certo para sair de seu método tradicional.
25. Nunca perca a sua curiosidade – Bons professores nunca param de apren-
der, sempre buscando novas fontes de conhecimento, a fim de dominar os
assuntos relevantes da sua própria matéria.

http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2014/10/20/
1113484/25-atitudes-tornar-excelente-professor.html

10 - Liderança
/// Psicologia

A an siedade
e suas variantes

A psicologia e a psiquiatria relacionam medo, fobia, tensão e ansiedade como


termos que, em muitos aspectos, pertencem à mesma categoria de sintoma
emocional ou psicológico. Ainda que o comportamento manifesto das pessoas
acometidas destes sintomas seja parecido, são experiências diferentes que
variam de pessoa para pessoa, levando em consideração a carga genética,
ambiente social etc.
O medo, por exemplo, é basicamente uma emoção saudável, uma reação natural
dada por Deus ao homem em face do perigo para preservar a vida física e que
lhe dá uma tremenda força para reagir e fugir do perigo.
A fobia, por outro lado, é um medo exagerado, de natureza inconsciente, ou seja,
a pessoa não sabe por que está com medo, e é difícil vencer, superar esse medo.
Se uma pessoa sente medo por ficar trancada em um lugar sem possibilidade
de sair é normal. Agora, quando uma pessoa desenvolve uma claustrofobia
(psicopatologia caracterizada pelo medo de estar em um lugar fechado) e não
consegue ficar em um quarto com a porta fechada, o seu medo é irracional e
doentio, isto é, a pessoa está doente e precisa de tratamento.
A ansiedade, também, considerada uma doença milenar, é um fenômeno psico-
lógico mais vago e, ainda, dispomos de pouca informação sobre a sua causa e

- Liderança 11
origem. É, por definição, um estado em de problemas, bloquear a comunicação
que as pessoas se sentem ameaçadas eficiente e até levar a pessoa ansiosa a
de uma forma inexplicável, e que as um estado de pânico e desespero.
faz até perder as forças para reagir. A ansiedade sempre há de nos acom-
O medo, por ser específico frente ao panhar; ela é uma condição normal
perigo, é mais fácil de ser enfrentado da vida. Deus nos pede para não
e superado, enquanto a ansiedade, por
andarmos ansiosos por coisa algu-
ser insinuante, o perigo é inexistente
ma, porque ele sabe que faz parte da
– por isso, é mais difícil de ser enfren-
nossa natureza sentirmos ansiedade.
tada e superada.
Por isso, ele nos recomenda que, ao
Jesus falou a respeito da ansiedade contrário, confiemos nele, dele de-
em seu Sermão do Monte, dizendo: pendamos, a ele sejamos submissos.
“Não andeis ansiosos quanto a vossa As palavras do apóstolo Paulo aos
vida, pelo que haveis de comer ou pelo Filipenses 4.6 nos ajudam a tratar a
que haveis de beber; nem quanto ao nossa ansiedade quando diz: “Não
vosso corpo, pelo que haveis de vestir. estejais inquietos por coisa alguma;
Não é a vida mais do que o mantimen- antes, as vossas petições sejam em
to, e o corpo mais do que o vestuário?” tudo conhecidas diante de Deus pela
(Mt 6.25). Ele compreendia como é ela oração e súplica, com ação de graças”.
inútil, como destrói o equilíbrio emo-
cional, desperdiça a energia do corpo, AS CARAS DA ANSIEDADE
tira a vitalidade, arruína a saúde como
um terremoto; antecipa os anos e A síndrome do pânico, transtorno de
encurta a vida. ansiedade generalizada, fobia social e
transtorno obsessivo-compulsivo es-
A ansiedade, num nível de normali-
tão entre as alterações causadas pela
dade, é um estímulo emocional sa-
ansiedade generalizada e para todas
dio. Por exemplo, é normal que os
existe tratamento e bom prognóstico.
estudantes de pré-vestibular, que
pretendem chegar à universidade em A ansiedade é, na verdade, um senti-
busca da sua formação profissional, mento humano normal frente a uma
fiquem ansiosos. Tal ansiedade serve situação nova. É um sinal de alerta que
de incentivo para que encarem as permite ao indivíduo ficar atento a um
provas, bem mais preparados. Em ou- perigo iminente e tomar as medidas
tras áreas da vida, também, é salutar necessárias para lidar com a ameaça.
sentir ansiedade porque ela serve de Em outras palavras, é um sentimento
força que impulsiona a pessoa ir em útil. Sem ela, estaríamos vulneráveis
direção ao seu objetivo. aos perigos e ao desconhecido.
Ao contrário, um grau de ansiedade A ansiedade normal é um sinal de
acima do nível de normalidade pode di- alerta que coloca a pessoa pron-
minuir a capacidade de atenção, dificul- ta para reagir e enfrentar o que a
tar a concentração, afetar a memória, ameaça, e a faz sentir uma sensação
impedir o bom desempenho em habi- desagradável, apreensão, podendo
lidades pessoais, prejudicar a solução até ser acompanhada por sensações

12 - Liderança
físicas como mal-estar epigástrico, saber quem veio primeiro – se o pânico
aperto no tórax, palpitação, sudorese ou a depressão. Aproximadamente,
excessiva, diarreia etc. Já a ansiedade 40% das pessoas com pânico têm de-
patológica é uma resposta inadequada pressão. Pacientes com pânico devem
a determinado estímulo, em virtude de ser submetidos a exames laborato-
sua intensidade ou duração, diferente- riais para excluir doenças similares
mente da ansiedade normal. A ansie- como cardiopatias, hipertireoidismo,
dade patológica paralisa o indivíduo, hipoglicemia e epilepsia psicomotora.
traz prejuízo à sua disposição física
e mental, ao seu desempenho, e não TRANSTORNO DE ANSIEDADE
permite que ele se prepare e enfrente GENERALIZADA
as situações ameaçadoras.
O transtorno de ansiedade generalizada
PÂNICO é uma doença crônica da própria ansie-
dade, caracterizada por preocupações
O pânico é uma doença de ansiedade
irreais ou excessivas, com diversos
aguda, explica Dr. Nardi. “A pessoa
sintomas somáticos. “Como em outros
está bem e inesperadamente começa
transtornos ansiosos, o sentimento de
a passar mal, com sintomas físicos de
nervosismo é acompanhado de quei-
grande intensidade nos dez primeiros
xas somáticas, como tremores, tensão
minutos. As crises duram de 20 a 30
muscular, sudorese excessiva, sensação
minutos. É uma sensação de morte
de cabeça leve, palpitações, tonturas e
iminente ou perda de controle. Os
desconforto digestivo. Alguns receios
ataques de pânico são recorrentes e
o sintoma de desespero leva à busca podem estar presentes como medo de
de tratamento. Existem duas compli- adoecer, de que alguma coisa negativa
cações da doença: a claustrofobia, em aconteça com familiares, problemas
75% dos casos, que é o medo patológi- econômicos etc”.
co de permanecer em lugares fecha- O transtorno de ansiedade genera-
dos, passar mal e não ser socorrido. lizada marca o início de um quadro
Ela limita a vida da pessoa, que passa depressivo ou é o resquício de uma
a evitar lugares fechados, elevadores, depressão. A prevalência é estimada
túneis, shoppings etc. E a hipocondria, entre 2 a 5% da população e é mais
em 60% dos casos, que é a atenção comum em mulheres. O diagnóstico
exagerada e patológica com o corpo”. diferencial inclui todos os transtor-
O pânico atinge de 15 a 20% da po- nos que possam surgir com aumento
pulação mundial, sendo esta com de ansiedade. É importante verificar
proporção de dois para um em relação a existência de intoxicação crônica
aos homens. Tem início entre 25 e 40 por cafeína, abuso e abstinência de
anos e a evolução natural do pânico drogas. O tratamento apropriado é a
sem tratamento leva a um estado associação de psicoterapia e medica-
crônico da doença. Outra complicação mentos ansiolíticos. É um tratamento
do pânico é a depressão, ao qual a de longo prazo, no mínimo dois anos,
patologia está associada, sendo difícil mas com resultados favoráveis.

- Liderança 13
FOBIA SOCIAL indivíduo volta a ser o que era antes,
assintomático, e consegue de volta a
A fobia social é o medo patológico sua saúde emocional e física. A ajuda
de comer, beber, tremer, enrubescer, médica e psicológica para esses casos
falar, escrever, enfim, de agir de forma é determinante para a disposição
ridícula na presença de outras pesso- física e mental geral dos indivíduos.
as. A fobia social gera, no indivíduo,
vergonha, desconfor to e timidez. TOC – TRANSTORNO
Comumente, começa na adolescên- OBSESSIVO COMPULSIVO
cia, afetando igualmente homens e
mulheres. O TOC – Transtorno obsessivo compul-
sivo – é um transtorno de ansiedade,
Segundo o Dr. Antônio Egidio Nardi, “a
acompanhado de pensamentos ob-
fobia social generalizada caracteriza-
sessivos, ou seja, ideias persistentes,
se pelo temor a todas ou a quase to-
impulsos ou imagens que invadem
das as situações sociais – é marcante,
a mente da pessoa gerando muita
e em casos extremos pode resultar
angústia.
isolamento social. Uma característica
fenomenológica importante da fobia Na tentativa de livrar-se da angústia,
social é a ansiedade antecipatória. O a pessoa se esforça para ignorar e
paciente vive longos períodos assin- eliminar as ideias, impulsos ou ima-
tomáticos, esquivando-se de reuniões gens que insistem permanecer em
sociais. Ao saber que em três meses sua mente. E isso ela faz por meio de
deverá comparecer a um encontro de comportamentos e ações intencionais
trabalho sem poder criar desculpas e repetitivas. Geralmente, a pessoa
para sua ausência, começa, então, a sabe que as suas tentativas não lhe
se sentir ansioso. Seu sono, apetite dão o alívio que busca, mas continua,
e concentração ficam alterados por inutilmente, tentando porque não vê
todo o período. Diferente do ataque de outra saída.
pânico, que demora alguns minutos, a A recorrência de tentativas para elimi-
pessoa com fobia social sofre anteci- nar a angústia, facilmente observada
padamente e durante a exposição”. no comportamento obsessivo (repe-
A fobia social, também, tem trata- titivo, também, conhecido por rituais)
mento com o uso de medicamentos compulsivo da pessoa portadora de
e psicoterapia comportamental e o TOC, gera muito estresse pela deman-
prognóstico é pouco mais sombrio que da de tempo, às vezes, mais ou menos
o do transtorno de pânico ou do trans- 1 hora e meia por dia, alterando bas-
torno de ansiedade generalizada. Na tante a rotina diária e interferindo no
fobia social, apesar do paciente obter trabalho, nos relacionamentos inter-
uma ótima melhora e poder, inclusive, pessoais (especialmente familiares) e
mudar a sua vida para melhor, não nas suas atividades sociais.
se torna totalmente assintomático. O TOC é um problema de ansiedade
No transtorno de pânico ou trans- caracterizado pela presença dos com-
torno de ansiedade generalizada, o ponentes: obsessões e compulsões.

14 - Liderança
e corra o perigo que correr, é preciso
cumprir o ritual; escovar os dentes 30
O TOC é um vezes e, mesmo sangrando por forçar
problema de limpar após várias vezes, continua
escovando até completar as 30 vezes
ansiedade determinadas); (6) rituais de simetria,
ou seja, a harmonia resultante de de-
caracterizado terminadas combinações regulares ou

pela presença dos da visualização de determinadas pro-


porções. Exemplo típico de obsessão
componentes: a do “o detetive Monk”, seriado de uma
rede de televisão. Ele não podia ver
obsessões e nenhum objeto que estivesse fora da
simetria que se sentia mal e aliviado
compulsões quando conseguia acertar a simetria
do objeto.

1) Obsessões – As obsessões são pen-


TOC – CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
samentos, imagens ou impulsos SEGUNDO O DSM-IV
repetidos e indesejados que causam (APA – 1994)
ansiedade, ou ansiedade e descon-
forto. Exemplo: (1) preocupações com Segundo o Manual Diagnóstico e Es-
contaminação; (2) dúvidas obses- tatístico de Doenças Mentais (IV), de
sivas – pensamentos de morte ou acordo com Associação Americana
dano à saúde em relação a si mesmo de Psiquiatria (APA), é preciso con-
ou aos outros; (3) medo de não con- siderar cinco itens para diagnosticar
trolar o impulso e ferir ou agredir o TOC:
alguém física ou verbalmente; (4) 1) Presença de obsessões ou com-
preocupações com bla sfêmia s e pulsões;
insultos, pecados.
2) Reconhecimento de que os sinto-
mas são excessivos ou sem sentido;
2) Compulsões – As compulsões e ritu- 3) Os sintomas (rituais) causam so-
ais são comportamentos repetitivos, frimento, consomem tempo (mais de
feitos sempre da mesma forma, e são 1 hora por dia), ou interferem no fun-
executados para aliviar a ansiedade. cionamento de vida normal da pessoa
Exemplo: (1) rituais de lavagem das acometida de TOC;
mãos; (2) rituais de checagem de
4) Sintomas não podem ser explica-
portas fechadas; (3) rituais de recep-
ção; (4) evitar contato com pessoas, dos apenas pela presença de outro
animais ou situações; (5) rituais de diagnóstico no Eixo I (ex.: transtorno
contagem (ex. 50 voltas no quarteirão alimentar, depressão maior);
da casa, começando com uma prévia 5) A condição não pode ser devida
de cinco voltas, seja a hora que for a alterações fisiológicas (ex. uso de

- Liderança 15
químico das células nervosas nas re-
giões cerebrais – estaria associada à
origem e ao desenvolvimento do TOC.
A pessoa ansiosa TOC – PERCENTUAL NA
sente um medo, POPULAÇÃO
apreensão e Aproximadamente, 2%, ou seja, 3 mi-
tensão constante, lhões de brasileiros podem apresentar
os sintomas do TOC durante um ano.
muito além do O TOC inicia-se, em geral, na adoles-
grau normal de cência e não há diferença entre os se-
xos. É elevado o custo para tratamento
ansiedade da doença. Nos EUA, por exemplo, em
1990 foram empregados 8,4 bilhões
de dólares, somados prejuízos sociais
e econômicos.

substâncias) ou outras condições RITUAIS E SUPERSTIÇÕES


clínicas.
Muitos hábitos, como verificar três
O TOC é produto da interação de vários
vezes se a porta está trancada, bater
componentes: genética; influências
três vezes na madeira, não passar
ambientais; estruturas cerebrais.
embaixo de escadas, sair pelo mesmo
lado da porta por onde entrou; não
Componente genética – Os indivíduos olhar, escrever, ler ou pronunciar o
já nascem com maior ou menor pro- número 13, evitar os gatos pretos ou
pensão para desenvolver o TOC. não pronunciar a palavra azar podem
até se assemelhar com os sintomas
Componente influências ambien- e rituais manifestos do TOC, mas
tais – Diz respeito às infecções por não são.
bactérias (estreptococos) e vírus;
Costumes como estes refletem ape-
traumatismo craniano. Estes fatores
nas rituais e hábitos antigos aceitos
podem desencadear os sintomas do
pelo grupo social do indivíduo e não
TOC. Outros fatores que podem in-
causam prejuízos à saúde física ou
fluenciar no desenvolvimento do TOC
emocional, não podendo ser consi-
estão relacionados com o aprendizado
derados como uma doença e, con-
e o estresse.
sequentemente, não necessitam de
Componente estruturas cerebrais – tratamento. Ou seja, desde que a
Estudos mais recentes associam os sua frequência não seja excessiva ou
sintomas de TOC a algumas estrutu- cause sofrimento para o indivíduo,
ras cerebrais específicas. Por exemplo, tais costumes e superstições não
a falta da serotonina – um mensageiro requerem nenhum cuidado especial.

16 - Liderança
SINTOMAS DE ANSIEDADE Todavia, não é assim que ocorre no
transtorno de ansiedade para algu-
As pessoas com crise de ansiedade mas pessoas. Para elas, a ansiedade
podem apresentar (não todos, mas é algo incontrolável e não desaparece,
um, dois ou mais) os seguintes sin- simplesmente, quando a situação que
tomas: desperta e causa a ansiedade desapa-
• Ânsia de vômitos ou vômitos incon- rece e deixa de existir.
troláveis; A pessoa ansiosa sente um medo,
apreensão e tensão constante, muito
• Boca seca, arrepios, frio, mãos úmi-
além do grau normal de ansiedade.
das, suor;
Muitas vezes, existe uma razão real
• Contrações ou tremores incontro- para a pessoa reagir às situações do
láveis; cotidiano com ansiedade. Por exemplo,
quando a pessoa se estressa por al-
• Dificuldade para respirar, sensação
gum acontecimento externo ou conflito
de sufoco ou falta de ar;
interno ou quando há alguma doença
• Dificuldades para dormir ou insônia; em curso dela ou de um familiar, e a
pessoa corre risco de morte etc. Porém,
• Dores no peito ou palpitações;
existem situações de ansiedade em
• Fadiga ou cansaço; que não há nenhum fator estressante,
ou acontecimento real, inclusive, ne-
• Iminente necessidade de defecar
nhuma doença física grave que possa
ou urinar;
justificar esse estado emocional (no
• Leve tontura ou vertigem, sensação momento incontrolável) da pessoa.
de desmaio; Nesses casos sem razão aparente,
• Picadas nas mãos e nos pés; os sintomas da ansiedade surgem
espontaneamente, muitas vezes, sob
• Sensação de ter um nó na garganta, a forma de ataques de ansiedade,
dificuldade para engolir; ataques de pânico, fobias, transtorno
• Tensão muscular, dor muscular, obsessivos, somatizações e doenças
dificuldade para relaxar. psicossomáticas.
Dependendo da forma como essa
TRATAMENTO DA ANSIEDADE ansiedade patológica se apresenta
nessa pessoa, ela poderá se mos-
Cada pessoa normal é dotada de um trar ora hipocondríaca (preocupação
“equipamento” psicobiológico capaz em demasia, e sem necessidade,
de fazê-la sentir ansiedade diante de com a saúde), ora agorafóbica, isto
situações específicas que exigem uma é, evitando frequentar lugares onde
atitude/resposta físico emocional ime- possa correr risco de sentir pânico,
diata e sem pensar. Tão logo a situação ou recorrer à ingestão de álcool para
esteja sob controle, o “equipamento” aliviar a sensação de insegurança ou
psicobiológico se desliga, e tudo volta desconfiança, enfim, pode comprome-
à normalidade fisiológica e emocional. ter a sua qualidade de vida.

- Liderança 17
O tratamento pode variar conforme o de encarar as dificuldades da vida e
tipo de ansiedade, entretanto, o con- suportar melhor as situações de es-
ceito do tratamento deve ser sempre tresses;
o mesmo. Isso significa que não de- 3) procurar ajudar a pessoa a resolver
vemos nos preocupar somente com a seus conflitos íntimos;
existência do tipo de ansiedade em si,
mas com o porquê a pessoa está an- 4) se possível, levar a pessoa a apren-
siosa ou é portadora de um transtorno der a lidar com os fatores estressores.
de ansiedade.
No tratamento de qualquer tipo de Em quase todos os casos, o tratamen-
transtornos de ansiedade, é impor- to dos transtornos de ansiedade com-
tante ter uma boa noção do fenômeno binam farmacologia e psicoterapia.
da ansiedade e do fator de estresse.
Toda ansiedade tem início quando a CONCLUSÃO
pessoa faz contacto com um agres-
sor psicossocial. Logo, a ansiedade Cada pessoa, em seu estado físico-
patológica se instala quando um ou emocional normal, é capaz de sentir
mais destes fatores estão presentes: ansiedade diante de situações ines-
peradas que exige dela uma resposta
1) o fator estressor é maior que a
imediata; mas, uma vez controlada
capacidade de adaptação da pessoa;
a situação, a ansiedade ou a crise de
2) o fator estressor persiste por muito ansiedade desaparece.
tempo e esgota a capacidade da pes-
A ansiedade normal é tão antiga
soa se adaptar;
quanto a natureza humana. O mundo
3) a sensibilidade da pessoa está, chamado moderno não é responsável
temporariamente, muito acentuada, a pela nossa ansiedade; ele apenas a
ponto de transformar fatos corriquei- despertou. As pessoas, em todos os
ros em fatos estressantes; tempos e épocas, sempre apresenta-
4) a pessoa tem um ou mais traços ram ansiedade, independentemente
de personalidade (que a leva) capaz de sexo, etnia, posição social, religião
de valorizar (superestimar) fatos coti- etc.; todavia , alguma s gerações
dianos como se fossem fatos estres- parecem ter sido mais propensas à
santes. ansiedade do que outras. Verdade é
que cada época da história da hu-
manidade houve, há e haverá ansie-
O tratamento deve observar as se- dade.
guintes iniciativas:
1) diminuir os sintomas mórbidos para
Lael d’Almeida
que a pessoa possa readquirir a sen-
Psicólogo clínico com
sação de segurança e autoconfiança;
abordagem em Psicologia Médica
2) fortalecer a sensibilidade (afeti- e Psicossomática,
vidade) da pessoa para ser capaz Rio de Janeiro, RJ.

18 - Liderança
/// Refletindo sobre o tema da EBD

O conceit o bíblico de salvação


Antigo Testamento

Um olhar despretensioso nos escritos do Antigo Testamento poderá, precipitada-


mente, concluir que a salvação é um esforço humano e, portanto, cuja ênfase está
na observância de normas e códigos legais. Dentre os motivos para esta conclusão
equivocada, pode-se citar que, de fato, no Antigo Testamento fé é sinônimo de
obediência; no Antigo Testamento estão registrados os Dez Mandamentos; no
Antigo Testamento a ênfase é moralista e normativa.
Outro posicionamento estranho sobre o Antigo Testamento, muito corrente em
nossos dias, é afirmar que ele possui valor puramente histórico. Se adotássemos
tal concepção, ficaríamos restritos à descrição da salvação do povo de Israel,
coadjuvante das narrativas veterotestamentárias.
O Antigo Testamento não traz o relato de um monte de nomes, lugares e datas
antigos mas, primariamente, os relatos do agir de Deus em prol do ser humano. O
fato é que Deus “quer salvar” e o faz independentemente do nosso merecimento,
e isto desde o Antigo Testamento. Não é sem motivo que o Antigo Testamento
mostra personagens e figuras com as mesmas fraquezas e limitações que pos-
suímos. Às vezes, parece que lemos nossos próprios dissabores, pois, também,
não podemos nos esconder deste Deus Todo-poderoso e onisciente.
Estudar a salvação, segundo os relatos do Antigo Testamento, é uma experiência
fascinante, porque nos coloca diante do Salvador, o principal personagem das
narrativas ali contidas. Desde o início, o plano de Deus está orientado para sua
revelação completa entre os homens, na pessoa do Messias. Por essa razão,
poderíamos chamar o Antigo Testamento de o “Primeiro” Testamento, visto que
representa a promessa que se cumpre na vida de Jesus e nos relatos do Novo e,
portanto, “Segundo” Testamento.

SALVAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO


No Antigo Testamento, o termo salvação abrange todas as qualidades de socorro que
os israelitas receberam de Deus. O verbo hebraico utilizado para expressar salvação,
significa: fazer logo, viver em abundância, conseguir vitória, libertar do poder do inimi-
go, salvar da opressão, do pecado, da aflição, da doença e da morte. Assim, a salvação
no Antigo Testamento está relacionada a qualquer pessoa num destes sentidos.
Entretanto, não é, necessariamente, uma salvação imediata. Ela pode estar
relacionada a algo mais distante. A salvação no Antigo Testamento demonstra
que o processo da parte de Deus, em favor do homem, independentemente de
que este entenda, foi iniciado.

- Liderança 19
A pessoa que vencesse um inimigo fez a aliança com o seu povo. Cabia
e libertasse o povo de sua opressão ao povo de Israel aceitar ou rejeitá-la,
era considerada “salvador”. Todavia, a mas nunca determinar os termos ou
força que esta pessoa recebia era atri- condições (Nm 25.12).
buída a Deus. Este é o caso de Abraão, Ao realizar essa aliança, Deus passou a
José, Davi, Moisés, Josué e outros. cumprir seus compromissos e, ao acei-
A salvação no Antigo Testamento gira tá-la, o povo de Israel passou a ter que
em torno de Deus, isto é, sempre é obedecer às condições previstas. Isto
iniciada pela vontade de Deus, que mostra que a aliança de Deus é feita
capacita seus servos ou pessoas para com um povo ou um grupo específico
cumprir um propósito e alcançar o e não com um líder.
alvo, que era a libertação da opressão Não se pode negar que a aliança era
imposta pelo inimigo. Por isso, todos bem flexível, porque abrangia as ge-
os grandes personagens narrados na rações futuras e os estrangeiros tam-
Bíblia tinham que depender de Deus, bém. Isto mostra que todos os fatores
porque era ele quem dava a vitória, o milagrosos que ocorreram com o povo
socorro, a liberdade e quem satisfazia de Israel foram realizados pelo amor
as necessidades do povo. Pode-se de Deus, um amor que gera responsa-
dizer, então, que a salvação no Antigo bilidade para cumprir e para ser fiel às
Testamento era a manifestação de promessas feitas. Da mesma forma, o
Deus em favor do seu povo. povo de Israel precisava ser fiel a Deus.
Percebe-se em todo o Antigo Testa- Como o povo de Israel não se mantinha
mento que, se a pessoa falhasse, Deus fiel a Deus, os profetas, mensageiros de
utilizava outros recursos e o povo sem- Deus, fixaram a sua esperança num re-
pre atribuía a salvação a Deus (1Sm manescente ou restante fiel, que poderia
14.39; 1Cr 16.35; Sl 3.8). vir de qualquer geração posterior à sua.
Mas, o que o povo de Israel não compre-
A história da salvação do povo de Israel
endia era que estava obrigado inteira-
inicia na desobediência de Adão e Eva
mente ao seu Deus em todas as relações,
mas, para que ocorresse a salvação,
principalmente no âmbito social.
era necessário haver um acordo entre
ambas as partes.
SISTEMA SACRIFICIAL
ALIANÇA OU CONCERTO É necessário destacar que os sacrifí-
cios nunca foram apresentados, em
A aliança entre Deus e o povo de Israel
nenhum lugar do Antigo Testamento,
foi feita como sendo este o seu povo,
como meio de salvação. Morando num
salvo, santo e escolhido para ser servo.
ambiente politeísta (Canaã) e convi-
A aliança entre Deus e o povo de Israel vendo com pessoas de várias nacio-
se deu no êxodo, por intermédio de nalidades em sua própria sociedade, os
Moisés, e foi transformada em código israelitas sofriam influências culturais
legal no Monte Sinai. Nesse caso, foi e religiosas. A idolatria, duramente
Deus quem tomou a iniciativa e quem condenada pelos mandamentos, era

20 - Liderança
seu inimigo público número um no Apesar de todo o povo de Israel estar
sentido de precisar manter a fidelidade preparado e separado para servir como
ao Deus único por causa da aliança. sacerdote no serviço, havia os sacer-
Por isso, Deus introduziu o sistema dotes que eram os representantes do
sacrificial e de ofertas para expiação povo, diante de Deus, no culto nacional.
de pecados. O significado do sacrifício oferecido
Esse sistema foi instituído com o objeti- pelo sacerdote, em nome do povo, era
vo de tratar dos pecados cometidos den- o simbolismo do arrependimento, no
tro da aliança. Essa era a forma do povo espírito do ofertante. A ideia era aliviar
se livrar do sentimento de culpa pelos o espírito do ofertante do sentimento
pecados. O único pecado não perdoado de culpa. Todavia, tudo isso era feito
era a rebelião contra Deus e, nesse caso, porque Deus ama o homem e seu amor
o pecador era excluído da aliança. envolve a sua fidelidade nas promes-
sas da aliança e no seu perdão.
Os profetas entenderam que a lei
cerimonial dos sacrifícios servia para Deus ama tanto o homem que fez uma
ensinar, treinar e preparar o povo para aliança, em que ele também precisa ser
entender o que Deus queria do homem. fiel e cumprir suas promessas. Mas
Apesar de, durante longo tempo, os o homem, mesmo sendo alvo desse
profetas entenderem que o sacrifício maravilhoso amor, não cumpria a sua
tinha o efeito de cancelar o pecado do parte, mesmo aceitando o acordo. Por
ofertante, passaram a entender, com isso, Deus criou o sistema sacrificial e,
o tempo, o sentido mais profundo da ainda, separou homens para represen-
natureza do pecado. Entenderam que tarem seu povo. Entretanto, o homem
o pecado interrompe a comunhão entre continuou sendo infiel e se desviando
o homem e Deus e afasta o pecador da do seu alvo, por isso, os profetas anun-
presença de Deus, porque o homem ciaram que Deus não havia esquecido
que peca erra o alvo. Finalmente, da sua aliança e que a cumpriria na
compreenderam que o verdadeiro ar- geração futura do povo de Israel.
rependimento do pecador iniciava com
a preparação do coração para receber CONCLUSÃO
o perdão divino para, então, voltar a
Pode-se notar que a salvação no
sentir a alegria em ter comunhão com
Antigo Testamento não é diferente
Deus. Mas para que isso ocorresse, o
da existente no Novo Testamento: ela
pecador deveria ter um sentimento de
implica fé em Deus, transformação de
repúdio ao pecado e uma determinação
vida e comprometimento com Deus.
para abandoná-lo. É por isso que os
últimos profetas declaravam que o Enquanto o homem não entender que a
sacrifício era apenas simbólico. salvação parte de corações arrependi-
dos, transformados e compromissados
SACERDOTE com Deus e com o amor ao próximo,
sempre haverá egoísmo, discórdia e
No contexto do Antigo Testamento, infidelidade de sua parte para com
o sacerdote era o ministro de Deus. Deus que é fiel e amoroso.

- Liderança 21
/// Recursos pedagógicos

Recurso do período

O professor poderá recortar cada quadrado com os alunos e a cada domingo


ir colando no local indicado até, quando no fim do período, uma cruz estará
montada, simbolizando que em Jesus, hoje, nós podemos chegar até Deus, o
que é a nossa salvação.

22 - Liderança
/// Hino da EBD

A Deus de mos Glória

Hino 228 do HCC | Letra: Fanny Jane Crosby, 1875 | Port. Joseph Jones, 1887 | Música: William
Howard Doane, 1875
- Liderança 23
EBD
Visão geral
A história da salvação
DE GÊNESIS A MALAQUIAS

Objetivos: Neste período, vamos entender um pouco mais a história


da salvação. Essa história tem início no Antigo Testamento. Isso
muitas vezes é esquecido por nós, mas a Bíblia é um conjunto de
livros que não se contradizem entre si. O amor de Deus pode ser
visto nas primeiras páginas do Gênesis e também no Evangelho de
João, por exemplo.

EBD 1 – O começo da história da EBD 6 – O tempo dos juízes


salvação EBD 7 – O tempo dos reis
EBD 2 – A renovação do pacto com EBD 8 – O início da decadência
Noé
EBD 9 – A queda do Reino do Norte
EBD 3 – Quando Deus usa os
homens EBD 10 – O reino unificado
EBD 4 – Um novo tempo EBD 11 – O tempo do exílio
EBD 5 – A entrada triunfal na terra EBD 12 – O tempo da restauração
prometida EBD 13 – O período interbíblico

Autor dos planos de aula


Os planos de aula foram escritos por Davi Freitas de Carvalho, pastor batista.

24 - Liderança
PLANO
deAULA O começo da
1 história da salvação
Texto bíblico: Gênesis 1.24-32; 3.1-15
Texto para memorização: Gênesis 3.9

OBJETIVOS DICAS
• Saber que o livro de Gênesis narra o • Ser criativo e dinâmico. Respeitar as
princípio de tudo, inclusive, do pecado opiniões dos adolescentes e deixá-los
e da salvação. participar das aulas. A participação
• Entender que o pecado afasta o deles significa que o tema é interes-
homem de Deus. sante e atual.

• Identificar consequências do pecado • Apresentar uma linguagem colo-


na vida do ser humano. quial e de fácil entendimento pelos
adolescentes.
• Reconhecer que a salvação do peca-
dor é uma iniciativa de Deus desde a • Não fugir dos assuntos e aplicá-los
criação narrada em Gênesis. à vida cotidiana de um adolescente do
século 21, de preferência ao final de
RECURSOS DIDÁTICOS cada tópico e, ao final da lição, apre-
sentar uma tese de conclusão.
• Cartaz em forma de tabela, com três
colunas; • Incentivar os adolescentes a reali-
zarem uma tarefa durante a semana.
• Logo desafio;
• Ao encerrar um estudo, preparar a
• Folhas de papel-ofício, lápis e bor-
classe para a lição do domingo se-
racha;
guinte.
• Reportagens sobre questões de dese-
quilíbrio causado por causa da natureza DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO
pecaminosa do homem;
• Quadro de giz e giz ou quadro branco 1. Iniciar o estudo com uma dinâmica
e pincel. do logo desafio. A atividade consiste
em oferecer aos alunos um diagrama
TÉCNICAS DE ENSINO com a seguinte formatação:

• Divisão em grupos e dinâmica; P C L


• Exposição pelo professor e conver- A E O
sa dirigida seguida de perguntas e U F D
respostas. G

- Liderança 25
EBD 1

Os alunos deverão encontrar as três Apresentar reportagens sobre os


palavras originais focalizadas no es- efeitos do pecado na humanidade,
tudo que demonstram a necessidade entre os homens, para com a criação
do homem diante de Deus (pecado-­ e para com Deus.
culpa-fuga).
7. Iniciar uma nova dinâmica do logo
2. Apresentar aos alunos a proposta desafio. Os alunos deverão encontrar
dos estudos do período, o estudo da a palavra original que deu origem ao
salvação oferecida por Deus ao peca- seguinte diagrama (a tarefa prepara
dor segundo as narrativas do Antigo para a discussão do impor tante
Testamento. papel do SACRIFÍCIO como categoria
para a interpretação da morte de
3. Explicar que o livro de Gênesis narra Jesus):
o princípio de todas as coisas, inclu-
sive o afastamento do homem em A I R
relação a Deus. C F I
O I
4. Dividir a classe em três grupos: S C
Grupo 1 – Discussão sobre as condi-
ções de vida do homem no Éden até o 8. Os alunos deverão encontrar a
momento em que Adão e Eva desobe- palavra SACRIFÍCIO. O professor deve,
decem ao Criador. quando a tarefa tiver sido cumprida,
apresentar o seguinte cartaz:
Grupo 2 – Discussão sobre o princípio
de causa-efeito aplicado ao ato peca- SACRIFI- TEXTOS
CONDIÇÃO
minoso com destaque para a frase “Ao CIO BÍBLICOS
pecar, o ser humano rompe relações Oferta Arrepen-
Ezequiel
com Deus e com o próximo”. pelo pe- dimento
43.19-20
Grupo 3 – Analisar o comportamen- cado e fé
to subsequente do primeiro casal Arrepen- Levítico
Oferta
(culpa e fuga), comparando-o com o dimento 5.13,14;
pela culpa
comportamento dos pecadores em e fé 7.1-10
nossos dias. Holocaus- Consagra- Salmo
to ção 50.8
5. Findo o período designado para a Gênesis
Dádiva ou
discussão em grupo (10 a 15 minutos), Fé 4; Salmo
presente
os grupos devem escolher um relator 51.17
para apresentar a síntese das ideias
discutidas. 9. Mostrar aos alunos que a narrativa
do estudo está de acordo com a última
6. Após os relatórios, aplicar o princí- definição.
pio de causa-efeito para explicar que
o pecado do homem gera consequên- 10. Pedir aos alunos que respondam
cias, tanto individuais como coletivas. às questões propostas no tópico

26 - Liderança
EBD 1

salvação e sacrif ício. Tanto Caim Deverá procurar na Bíblia um texto


como Abel apresentaram a Deus suas que indique caminhos para evitar tais
dádivas (um em grãos, outro com consequências.
animais). A recusa de Deus da oferta
2) O adolescente deverá recortar ar-
de Caim está relacionada ao seu res-
tigos de jornais ou revistas que mos-
sentimento contra Deus, e ao coração
trem ações do homem que destroem a
impenitente (Gn 4.6,7).
criação e geram consequências dano-
11. Abrir espaço para os adolescentes sas à humanidade. Esta tarefa deverá
exporem seus pensamentos sobre o ser levada para a igreja no próximo
assunto apresentado ou para apre- domingo para ser fixada no mural.
sentarem algum questionamento.
Conduzir a discussão e fazer com que INFORMAÇÕES
eles apliquem tudo ao seu dia a dia. COMPLEMENTARES
Anotar indagações e questionamen-
tos no quadro-negro. Gênesis 4.7 – Pecado
A palavra, no hebraico, tem o sentido
12. Aplicar os ensinamentos do es- básico de errar o alvo ou um caminho.
tudo à vida dos alunos, a partir das Também pode significar errar, sair do
proposições conclusão, incentivando caminho, pecar, tornar-se culpado.
os adolescentes a contarem aos seus
amigos sobre o amor maravilhoso de Na função de verbo, a ação tem como
Deus para com o homem e para com objeto o próprio Deus (peca-se “contra”
todo o mundo criado. ele) ou as suas leis (desobedecendo-­
as). Portanto, ao pecar, o homem está
13. Concluir o estudo com a explicação se desviando do alvo ou do padrão que
que a maior dádiva sacrificial pelo pe- Deus estabeleceu para a humanidade.
cado foi realizada na cruz, quando Je- Mostra também que, na condição de
sus Cristo assume o lugar do pecador. pecador, o homem deixou de observar
Ler com os alunos o texto de Isaías os requisitos de uma vida separada
53.10,11 e comentar as implicações para Deus ou que ficou aquém de
desta ação em nossa vida. uma inteireza espiritual. Ele se refere
ao homem que projeta um objetivo
14. Orar com eles agradecendo a sal- para sua vida e procura alcançá-lo
vação oferecida como dádiva de Deus mas, no decorrer da vida, em algum
para nós. momento, ele foge desse objetivo e
não o alcança.
TAREFAS PARA A SEMANA
Com Caim aconteceu isso. Ele se des-
1) O adolescente deverá analisar viou da intenção de agradar a Deus
sua vida e seus atos, no decorrer da quando passou a querer ser igual ou
semana, e anotar numa folha: o que melhor que o seu irmão, por isso, pe-
aconteceu de errado, quais as conse- cou pois errou o alvo principal da vida
quências e qual a solução encontrada. do ser humano.

- Liderança 27
PLANO
deAULA A renovação do
2 pacto com Noé
Texto bíblico: Gênesis 6; 7; 9
Texto para memorização: Gênesis 9.9

OBJETIVOS • Seguir uma sequência lógica na con-


textualização: a violência que o ado-
• Identificar marcas do pecado na
lescente sofre em casa, na escola, no
sociedade patriarcal.
mundo; a violência que o adolescente
• Relacionar a situação vivida nos
pode causar em casa, na escola, no
tempos bíblicos com a atualidade.
mundo etc.
• Distinguir o comportamento do servo
de Deus e da sociedade do seu tempo. • Utilizar exemplos ou ilustrações de
• Entender que a manifestação do situações próximas aos adolescen-
pecado não agrada a Deus. tes, obedecendo ao contexto de cada
• Saber que Deus deseja estabelecer região.
um pacto com o pecador. • Aplicar os ensinamentos ao dia a dia
dos alunos, incentivando-os a presta-
RECURSOS DIDÁTICOS rem a atenção nos seus atos.
• Dois cartazes em forma de tabela,
com três colunas; DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO
• Reportagens de jornais ou revistas 1. Apresentar inicialmente a estrutura
que falem sobre violência no mundo; da aula, em três pontos: (1) O pecado
• Logo desafio; se espalha; (2) Um homem se destaca;
• Quadro de giz e giz; (3) Deus julga e salva.
• Papel ofício, lápis, borracha e lápis
de cor. 2. A seguir, dividir a turma em duplas e
entregar a cópia da tabela 1, para ser
TÉCNICA DE ENSINO preenchida por eles a partir da leitura
• Dinâmica; de Gênesis 6 e 7.
• Estudo dirigido e fracionamento em Tabela 1:
pequenos grupos.
PERSONA- CARACTE- TEXTOS
DICAS GEM RÍSTICAS BÍBLICOS
• Estabelecer uma ponte entre a lição Noé
anterior (o pacto com Adão) e a atual Sociedade
(a renovação do pacto (com Noé). patriarcal

28 - Liderança
EBD 2

3. Conversar com os alunos sobre a para o comportamento pecaminoso:


coragem de Noé em testemunhar da violência e corrupção.
salvação diante de seus compatriotas.
5. Apresentar as definições de vio-
4. Iniciar uma dinâmica do logo desa- lência e corrupção que aparecem nas
fio. A atividade consiste em oferecer informações complementares.
aos alunos um diagrama com a se-
guinte formatação:
6. Dividir a turma em dois grupos, um
C A U para cada palavra e, a seguir, distribuir
E V L reportagens ou manchetes de jornais
O R R e revistas que abordem o tema.
I P U
I Ç O
7. Pedir que, à luz dos exemplos dados,
O N
preencham os dados do cartaz com a
Os alunos deverão encontrar as pala- tabela 2.
vras originais focalizadas no estudo Tabela 2:
MARCAS DO
NO LAR NA ESCOLA NO MUNDO
PECADO
Violência
Corrupção
8. Deixar os grupos discutirem, por 13. Pedir aos alunos que leiam as pas-
algum tempo, os assuntos apresen- sagens bíblicas do Novo Testamento
tados relativos a seu grupo. que falam sobre o dilúvio, indicadas na
lição: Hebreus 11.7; 2Pedro 2.5; Mateus
9. Apresentar os assuntos relativos à 24.37-39.
violência, conforme o estudo apresentado
na lição do aluno. Mostrar como o povo se 14. Mostrar aos alunos que o juízo de
encontrava e como Deus reagiu a tudo. Deus contra o pecado permanece até
os dias atuais.
10. Esclarecer que nenhuma forma de
pecado agrada a Deus. 15. Comentar a frase “antes de Deus
exercer seu justo juízo sobre os ho-
11. Mostrar que Deus atua em relação mens, ele sinalizou para a esperança
ao pecado de duas formas (os pará- da salvação”. A referência feita é à arca.
grafos anteriores ao tópico dilúvio e
providência). 16. Explicar aos alunos que a arca de
Noé é símbolo da promessa de Deus
12. Comentar a frase “Deus compar- na pessoa de Jesus, o Salvador.
tilhou com ele a decisão de buscar
um recomeço para a humanidade por 17. Encerrar discutindo com eles os
meio do dilúvio”. tópicos da seção “Para refletir”, mos-

- Liderança 29
EBD 2

trando que Deus procura servos como dar alívio ou descanso, dando a enten-
Noé para testificar à própria geração der uma salvação.
sobre o juízo iminente. O relato sobre o dilúvio, até os dias
de hoje, ainda é muito questionado.
18. Desafiar os adolescentes a pro- Uma boa teoria que se tem sobre tal
ceder conforme os princípios bíblicos,
assunto é que houve uma grande
afastando-se do pecado e aproximan-
inundação regional, isto é, na região e
do-se de Deus, pois isto fará com que
arredores onde Noé e seus familiares
eles sejam abençoados e sirvam de
habitavam (consulte um mapa para
bênção para as pessoas hoje.
saber qual a região).

19. Mostrar que são esses servos que Entretanto, o ponto mais importante
Deus procura e usa para fazer diferença da narrativa que a Bíblia contém é que
neste mundo. havia uma violência (maldade) muito
grande na região, feita pelos próprios
20. Encerrar a aula oferecendo aos habitantes e que, além de incomodar
alunos papel, lápis, borracha e lápis de as pessoas que viviam naquela região,
cor. Iniciar um concurso de desenho, não estava agradando a Deus. Isso
cujo tema é o arco-íris, símbolo da re- demonstra que os objetivos traçados
novação do pacto de Deus com Noé e a pelo homem estavam se caracterizan-
humanidade (Gn 9.11). Premiar os três do pela maldade.
primeiros lugares. É possível perceber que Deus, mais
uma vez, oferece salvação para o
21. Incentivar os adolescentes a rea- pecador e esta é anunciada por Noé.
lizar a tarefa semanal.

TAREFAS PARA A SEMANA Corrompida – Gênesis 6.11: significa


corromper, destruir, desmoronar. Este
Os adolescentes deverão procurar, verbo está ligado a uma cidade, dinas-
durante a semana, assuntos relacio-
tia, nação, inclusive, ao próprio povo
nados à violência (conforme a região
de Israel. É uma destruição provocada
em que vivem) e escrever numa folha
pelas atitudes violentas do homem
como poderiam agir para que isso
e Gênesis mostra que os sodomitas
ocorresse. Também deverão mostrar
foram destruídos por seus atos.
textos bíblicos que relatam tal si-
tuação ou qual solução dada para a
violência percebida. Violência – Gênesis 6.11 (ramás): sig-
nifica violência, mal, injustiça. Este
No domingo seguinte, os adolescentes
substantivo está ligado à ideia de uma
deverão fixar essas anotações no mu-
violência pecaminosa, isto significa
ral e guardar as anteriores.
que não se refere à violência de algo
natural ou à violência vista em filmes
NOTAS COMPLEMENTARES
do gênero policial, mas um sinônimo
Noé – Este nome hebraico é relaciona- de impiedade, referindo-se à trans-
do com a raiz nuá e significa consolar, gressão da Lei de Deus.

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