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m im a tm m a w

ona JULH O DE 1959


VOL. XVI — N." 7

Órgão Oficial DA M IS S Ã O BRASILEIRA DA IGREJA DE JESÚS CRISTO DOS S A N T O S DOS ÚLTIM O S DIAS

EDIT ORIA L
Permanecei na Liberdade com que Fôstes Libertados 195

DE INTERÊSSE GERAL
Sua Dúvida.......................................................................197
Ensinar a P rim ária ... E u ? !.....................................198
Jesus Retorna A Jerusalém........................................... 200
Sociedade de Socorro — Uma Ajuda ao Sacerdócio 204
Perpetuando o Propósito do Lar.................................222

SEÇÕES ESPECIAIS
Jóias do Pensamento......................................................196
A Igreja no Mundo..................................................... 19(3
A EPOPÉIA DO M O RM O N ISM O 207
Sacerdócio da Missão...................................................226
Lição para os Mestres Visitantes do Ramo................227
Seu R am o...................................................................... 228
Ramo de Santos — Especial 229
Reminiscências — Casa da Missão .................... 230

OS P IO N E IR O S
REDAÇÃO
E d ito r — Wm. G r a n t B a n g e r t e r
No dia 24 de jullio de 1847, Redação — D o n a l d R. H a r t s f i e l d
a primeira caravana de Mor-
mons entrou no Vale do Lago
1H R E T O R GEREN TE:
Salgado. Viajando em carro- C iarei M a fra dos Santos
R egistrad o sob o N .° 93 do L iv r o B , N .° 1
ções cobertos, os Santos atra­ e M atricu la d e O ficin a s Im p resso ra s.
vessaram um continente a fim Jo r n a is e P e rió d ic o s, co n fo rm e D ecreto
N .° 4 -8 5 7 . de 9 -11-19 3 9 -
de encontrar um lar seguro e
cheio de paz. Essa data tem si­ M 1S S A O B R A S I L E I R A
K . Ita p e v a , 378 - B e la V is ta - C . P o stal, S62
do, desde então, comemorada S ã o P au lo , E . S . P . — F o n e , 33-6761
pelos membros da Igreja em tô-
das as partes do mundo e, é
assim que dedicamos a edição PREÇOS
dêste mês aos pioneiros de lix t e r io r : Ano . US$3.50
N o B r a s il: Atio Cr$ 100,00
1847. E x e m p la r:.. Cr$ 10.00
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Com Que Fôsteis Libertado”
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q idente W m . G. Bangerter
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T\T 0 S Estados lavras: honestida­


^ Unidos o de, frugalidade e
mês de julho tem sacrifício de obje­
sido visto, há mui­ tivos secundários
to tempo, c o m o para um melhor
época de se pen­ estado futuro.
sar a respeito da O princípio de
liberdade. Isso liberdade é ainda
t e m significação mais caro ao cora­
também para as ção de todo verda­
demais nações da deiro Santo dos
América, urna vez que o advento da inde­ Últimos Dias. Êie sabe que nas verda­
pendência na América do Norte foi o sinal des restauradas do Evangelho Eterno
que conduziu à libertação de tôdas as na­ tem a maior de tôdas as promessas de
ções do continente americano. Na Igreja liberdade, pois como disse João: “Co-
Restaurada o mês de julho tem ainda ou­ nhecereis a verdade e a verdade vos li­
tro significado, por ser o mês em que os bertará”. No Reino de Deus procuramos
santos chegaram ao seu longínqüo lar no muitos tipos diferentes de liberdade. Bus­
deserto, no ano de 1847, com o propósito camos nos libertar do pecado para que
de estabelecer sua modalidade de vida num possamos fugir da servidão aos poderes
ambiente onde a liberdade de viver e ado­ do mal. Guardando os mandamentos do
rar de acôrdo com as revelações de Deus, Senhor tornamo-nos livres de nossa pró­
se tornassem uma realidade. pria consciência e só assim podemos ga­
nhar paz de espírito. Entre as maiores
Vale a pena, nos dias que correm, e promessas do Senhor aos Seus filhos es­
particularmente no mês de julho, refletir tá a de um estado de liberdade no Milênio,
sôbre os dons de liberdade que desfruta­ no qual os homens poderão viver livres
mos, e lembrar o preço pelo qual foram de todos os males e circunstâncias adver­
comprados. Nossa liberdade política foi sas da vida e onde poderemos ser feitos
alcançada mediante o sacrifício das vidas um povo livre, estabelecido pelo poder
de inúmeros homens e mulheres de valor. do Pai. Mas até essa mesma liberdade re­
A preservação dos princípios de liberda­ quer sacrifício de nós. A liberdade do
de também requererá um preço de nós — Reino de Deus tem exigido que muitos
para viver sob um sistema cíe liberdade, deixem pai, mãe, família e posição sociai,
homens e mulheres de tôdas as idades de­ pela esperança das bênçãos maiores que,
verão continuar a reconstruir seus ideais e compreendemos, são uma parte do Reino
a lutar pelo que sabem ser verdadeiro e de Deus. Muitas delas não virão nesta vi­
justo. da, mas serão reservadas para o futuro
Muitos lutam por alcançar certa me­ eterno. O exemplo dos grande pioneiros
dida de independência econômica, a fim de dos tempos passados deveria nos trazer
que não sejam oprimidos por dívidas e po­ sempre à mente que a “Pérola de Grande
breza durante o período de suas vidas. Valor”, pela qual lutamos, vale qualquer
Para vencer essa batalha, não é me­ sacrifício, até mesmo o de tôdas nossas pos­
nos necessário viver segundo princí­ ses se, no final, formos capazes de alcan­
pios verdadeiros, que incluem as pa­ çar o prometido dom de eterna liberdade.

Julho de 1959 195


Jóias do Pensamento

* O Crescimento da Igreja na Califórnia mos


Convite à Vida Eterna trado pela Formação de Estacas — A criação de
quatro novas estacas durante as três semanas passadas é uma
( C o n den sado d e um discu rso fe ito p o r
grande evidência do crescimento da Igreja na região meridional
E ld e r G . Sm ith , P a tria rc a da I g r e ja ,
da Califórnia.
na c o n ferên c ia g e ra l de a bril
d e 1956)-
H á três semanas atrás foi criada a Estaca de Huntington
Park, e na semana seguinte foi formada a Estaca de Whittier.
O Senhor está, constantemente, No último domingo surgiram as Estacas de Torrance e West
facilitando os meios de ser ir ao Seu Covina.
encontro. Êle estabeleceu Sua Igreja
Isto faz um total de 29 estacas no sul da Califórnia e, uma
com a autoridade divina de ensinar
e administrar Suas ordenanças. O r ­ outra estaca, Yuma, está dividida em distritos nas terras do
ganizou o sistema missionário a fim sul.
de ensinar e procurar os que desejam Estima-se o número de membros-daquela-região-em 157-000.
aceitar Seu convite à vida eterna.
Os que aceitam Seu convite são
realmente abençoados. É uma verda­
deira satisfação ver a alegria expres­ • índios se encontram em B Y U — Vindos de tôdas
sa pelos conversos; muitos contam,
as partes da nàção, delegações índias se encontraram nos pá­
através de lágrimas de alegria, quão
maravilhoso o terem sido privilegia­ tios da Universidade de Brigham Young (B Y U ) para o Ter­
dos com o recebimento do evangelho. ceiro Conselho Anual da Juventude Índia. Danças ricamente
Alguns relatam a alegria que tiveram coloridas foram uma parte do programa apresentado por 300 es­
ao entrarem nas águas do batismo, tudantes indios de 31 tribos de 18 estados. O climax dos três
alegria essa que chega ao ápice quan­ dias de encontro será quando oito diferentes tribos apresenta­
do êles têm a oportunidade de en­ rem 25 danças num programa que terá lugar à noite no esta-
trar nos templos e gozar as bênçãos
dium da B Y U . As danças estão sendo reunidas por Anthony
de suas ordenanças.
O Senhor acaba de edificar mais Purley, denodado dançarino de arco de Laguna. A Tribo de
templos para facilitar aos homens o Muitas Penas de B Y U tem sido a1 principal do acontecimento
aceite do Seu convite. Não somente anual. A Associação de Proteção aos índios do Sudoeste está
torna mais fácil para1 nós, mas tam­ sendo a supervisora da convenção anual.
bém deixa sem desculpa mais povos
da terra.
E ai daquele a quem é ensinado
o evangelho e oferecidas essas opor­ • Nova Zelândia Hio-Tau — Cêrca de 1.000 membros
tunidades e não faz uso das bênçãos
da Igreja vieram de tôdas as partes da missão, viajando até
do Senhor. Isto pode ser também uma
admoestação clara àqu°les a quem é mesmo 700 quilômetros para assistirem a esta primeira confe­
dada a oportunidade de sair a pre­ rência, realizada sob o auspício da mais nova missão da Igreja,
gar o evangelho e não faz uso dessa a Missão do Sul da Nova Zelândia. Hiu-tau, é uma palavra
chance. Êsses também, certamente, Maori que significa “grande conferência”.
privar-se-ão de grandes bênçãos. Os O Presidente da Missão, Alexander P. Anderson, presi­
missionários estrangeiros não são os diu os três dias de conferência. Muitos dirigentes e oficiais
únicos que têm o privitígio de ensi­
da Igreja assistiram a conferência.
nar o evangelho, pois é nosco privi­
légio ensiná-lo através de nossas pró­ A conferência teve início na tarde de sexta-feira com uma
prias vidas, tanto quanto aqueles que reunião sacerdotal para os 400 Élderes, e uma reunião da
são chamados para nrssões locais. Sociedade de Socorro foi feita para as mulheres. Aproxima­
O convite para receber vida eter­ damente 600 jovens compareceram ao Baile Auri-Verde reali­
na requer mais do que a S’ m p le s acei­ zado na noi*e do sábado.
tação do batismo. Quando recebe­
mos o E “píríto Santo oup no= r«vela As reuniões domingueiras, foram realizadas,. sendo incluí­
a verdade, é nossa responsabilidade da uma aula de genealogia, duas reuniões gerais e uma reunião
extender Seu conv'te a outros. Êste de Escoa Dominical à noite.
é um caso típico de quanto mais se A música1 para o hiu-tau foi abrilhantada pelas 200 vozes
dá mais se recebe. ■ combinadas dos côros dos distritos. B

196 A LIÁH O N A
Quais são os passos que devem ser dados
para infundir nos corações dos membros
da Igreja uma atitude mais devota e sacra
na observância da partcipação
do Sacramento?

cJ e rg u n ta . "Sempre achei que a participação do


sacramento fôsse um dos mais importantes deveres en­
tre os membros da Igreja. Além disso, que quando nós
participamos dêle, nossos pensamentos devessem estar
centralizados na natureza dos convênios constantes das
orações. Não se deveria permitir que qualquer outra coi­
sa desviasse nossa atenção dêsse sacro ritual. Minha
observação convence-me que a atitude sacra e a soleni
dade que esta ordenança requer nem sempre são obser
vadas. Quais os paGsos que devem ser dados para infun
dir nos corações dos membros da Igreja uma atitude
mais devota e sacra na observância desta ordenança?”
c J ^ .C S p O S t d . o Salvador instituiu o Sacramento
na reunião da Santa Ceia na noite em que Êle estava com
os apóstolos, que precedem a Sua prisão e condenação.
Aí, nessa sala, Êle deu aos seus apóstolos importantes
instruções e instituiu o Sacramento como um meio pelo
qual êles deveriam lembrá-lo até a consumação dos sé­
culos.
Desde o tempo da queda de Adão até esta ceia final,
o Senhor tinha dado a lei do sacrifício pelo derrama
mento de sangue de animais e aves, como o anjo revelou
sendo, “uma similitude do sacrifício do Unigênito do
Pai” (Moisés 5:7), e deveria ser observado até a vinda
de Jesus Cristo. Nestes sacrifícios êles deveriam lembrar
o grande sacrifício que estava para vir. Depois da expia-
ção de Jesus na Cruz, êste derramamento de sangue de­
veria cessar e dessa hora em diante os seus verdadeiros
seguidores deveriam lembrar d’Êle e da razão de Sua
morte sôbre a cruz, êstes símbolos representando o Seu
corpo e o Seu sangue, que havia sido derramado, eram
dados em vez do sacrifício de animais. Daí em diante
os seus seguidores deveriam se reunir em solene assem­
bléia e partilhar do pão em lembrança do Seu corpo
e do vinho (água) em lembrança do Seu sangue derra­
mado por êles.
Nada deve jamais ser introduzido na reunião do
Sacramento que venha a alterar esta ordenança. Os mem­
bros da Igreja devem-se reunir em espírito de fé e ora­
ção. Suas mentes devem estar fixas no Sacramento. Não
deve haver cochilos ou conversas, pois isto é pecado. Os
pensamentos de cada membro devem estar concentrados
nas orações e na veracidade do seu significado. Aquê-
les que tomam parte na bênção dos símbolos devem sen­
tir a solenidade do ato e a santidade da ordenança, co­
mo se o Senhor estivesse presente em pessoa com êles.
Cada membro da Igreja deve ter em mente os três gran­
des convênios que são feitos quando participam do sa­
cramento que são: (co n tin u a na pág in a 2 2 5 )

Julho de 1959 197


Ensinar A Primária... Eu ? !
UANDO eu primeiramente estava sendo tanta certeza disso que resolvi ir até Nebrasca
considerado para fazer missão, me foi di­ para me despedir da família e prepará-la para
to que, muitas vêzes, os Élderes tinham de en­ nossa dramática separação de três anos.
sinar a primária. Minha reação, expressa em fa­ Foi durante esta viagem que sofri um dos
mília, foi um “não” categórico. Fazia anos des­ maiores embaraços de minha vida. Em compa­
de que eu estivera em contacto com crianças nhia de alguns amigos eu havia ido jantar, e
pela última vez, e eu não desejava em absoluto no decurso dêste, foi feita uma distribuição de
a sorte de ter de ensiná-las. Eu não queria nem cigarros. Era sabido e notório que eu não fuma­
pensar em dar, por exemplo, uma lição sôbre a va, de sorte que o último cigarro foi colocado
restauração do evangelho a um bando de crian­ no bolso da minha camisa, para ser tomado de­
ças buliçosas, irrequietas, impossíveis. Eu mes­ pois por um dos outros do grupo. Calculem só
mo nunca havia freqüentado a Primária. o meu embaraço quando na noite seguinte, após
Quase tão horrível quanto ensinar a Primá­ o jantar em casa do presidente do ramo, o filhi
ria era a idéia de que talvez eu fôsse chamado nho dêle subiu no meu colo e calmamente tirou
para fazer missão em Nebrasca, onde eu fôra o cigarro de meu bolso!
criado entre parentes e amigos que não perten­ Agora, mais do que nunca, eu estava bem
ciam à Igreja. Para mim, fazer uma reunião de certo de que não queria: 1) trabalhar em Ne­
rua em minha cidade seria completamente im­ brasca; 2) ver meus antigos companheiros; 3)
possível! Eu estava bem certo de que seria cha­ ter contacto com crianças; 4) ter contacto com
mado para fazer missão n’algum lugar distante, Primárias. E para finalizar a questão, preparei
diferente: talvez Tonga, talvez na França, ou um pequeno discurso de cinco itens citando as
quem sabe, na África do Sul. Aliás, eu tinha razões porque eu não queria nada disso. O Pre­

198 A L1AH0NA
sidente Milton R. Hunter, porém, não me deu foí bom que êle assim fizesse, pois vinte e cinco
oportunidade para iniciar êsse discurso. dias depois estávamos não com apenas quatro
Mal havíamos-nos cumprimentado e êle foi crianças, mas com oitenta delas, e quatro Pri­
logo dizendo: “Você quer ir para a melhor mis­ márias.
são do mundo meu rapaz?” Certo dia ao chegarmos numa de nossas Pri­
Êle havia ido direto ao assunto e eu res­ márias encontramos a criançada tôda despen-
pondi com um “Sim, senhor” entusiasmado, re­ teada, roupas em desalinho, mãos e carinhas su­
lembrando mentalmente o meu discursinho. jas. Enquanto elas nos cumprimentavam em ale­
“Pois a melhor missão é aquela para a qual gre algazarra, meu companheiro e eu conferen-
você é chamado” foram as próximas palavras ciávamos, decidindo que o tema da lição do dia
dêle, e com essa eu me sentei para minha entre­ seria: “ Limpeza e Divindade”. Foi, aliás, uma
vista, meu discurso inutilizado logo de saída. lição muito prática, pois penteamos todo o mun­
Algumas semanas depois o solista cantava do, lavamos todos os rostos e mãos. E demos
meu hino de despedida: “Aonde Mandares Irei” , inclusive um banho completo num dos mole­
e eu parti — para Nebrasca, ao encontro da fa­ ques. Depois, sentamo-nos para continuar a li­
mília de quem há tão pouco me despedira, ao en­ ção. Eu não podia imaginar que impressão fize­
contro de meus antigos companheiros. ra essa lição.
A caminho, durante a curta viagem entre O êxito das nossas Primárias subiu-nos à
Salt Lake City e a Casa da Missão em Denver, cabeça, e resolvemos fazer uma Conferência de
eu olhava pela janela do trem, pensando nas pa­ Primárias. Grande parte das dificuldades foram
lavras do hino que havia sido cantado durante contornadas com o auxílio daquela simpática re-
minha despedida e cismando se tudo isto não vistinha “The Children’s Friend” que apresen­
seria um grande êrro — eu ir para uma missão tava as sugestões do Conselho Geral das Pri­
num lugar que não desejava, e com tão pouca márias. Mas, ainda assim, tínhamos problemas,
como por exemplo ensinar as canções SUD a
vontade de fazer as coisas que deveria.
Novo golpe me esperava no momento em 80 crianças em quatro Primárias distintas, sem
que encontrei meu primeiro companheiro. Êle, auxílio do piano e sem que nenhum de nós dois
verdadeiro exemplo de missionário, se apresen­ soubesse cantar. Mas, a despeito de nossa aju­
tou e foi logo anunciando que no dia seguinte da, e milagrosamente, as crianças aprenderam
iríamos ensinar a Primária. Eu me senti como a cantar. Estávamos ansiosos por fazer dessa
Daniel deve ter se sentido na cova dos leões Conferência um sucesso, pois também estáva­
— mas daquele momento em diante a Primária mos dando lições a algumas das famílias das
se tornou para mim um hábito difícil de que­ crianças — as primeiras que conseguimos dar
brar. em semanas. Finalmente chegou a grande noi­
te, e a Capela que via de cinco a dez pessoas
Mais tarde fui transferido para Nebrasca.
durante as reuniões sacramentais ficou lotada
Lá cheguei durante urna daquelas tempestades
com 130 pessoas. Um verdadeiro sucesso!
de neve que sempre detestei, e ao descer do
Fico triste só em pensar nas alegrias que te­
trem imaginava como seria o clima em Ton­
ria perdido se houvesse me recusado a ensinar
ga. A primeira coisa que fiz no Nebrasca foi vi­
a Primária, ou se houvesse recusado aceitar
sitar meus avós, a quem apresentei os missio­
missão no Nebrasca. Sister Mildred M. Dillman,
nários da cidade. Segui depois para uma ci­
costumava dizer quando me via desencorajado:
dade próxima onde deveria continuar minha
“Você não está no topo da Eternidade, El-
missão.
der, e porisso não tem possibilidade de ver os
Após meses de trabalho infrutífero naquele resultados finais”. E ela estava certa. Calculem
frio tremendo, meu companheiro sugeriu que minha felicidade ao ser convidado, depois de de­
organizássemos uma Primária. Começamos com
sobrigado, para voltar ao Nebrasca a fim de
quatro crianças e ao fim do mês confinávamos batizar meus avós. O atual Presidente do Dis­
ainda com quatro crianças. Reclamei então di­ trito se converteu depois que o filho começou
zendo que estávamos perdendo nosso tempo. a freqüentar a Primária que eu não queria en-
Meu inspirado companheiro não concordou, e ( continua na págitia 224)

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5Jesus aÀetorna a jerusafem
por D O Y L E L. G R E E N
P A R T E X V III

U TESUS, Filho de David, tem misericórdia de no vale do baixo Jordão, onde esmolava, êle
^ mim” . identificou os ruidos de uma grande multidão
Era a voz do cego Bartimeo, filho de Ti- aproximando-se. Perguntando, foi informado de
meo, que bradava. De seu posto a beira do ca­ que Jesus de Nazaré passava.
minho, próximo à uma das entradas de Jericó, Apesar de cego, ouvira relatos dos muitos

A LIAH ON A
milagres obrados por êsse Homem da Galiléia. Em Jericó, havia um homem que nutria de­
Sabia que curava os enfermos, revivia os mor­ sejo especialmente grande de ver Jesus. Zaqueo
tos, e restaurava a visão de homens desafortuna­ era seu nome. Jericó, localizada cêrca de quin­
dos como êle próprio. Segundo parece, estava ze milhas a noroeste de Jerusalém, era conheci­
esperando exatamente uma oportunidade como da como a “cidade das palmeiras”. Jazendo num
aquela para pedir ao Salvador que lhe restituis- vale, vários pés abaixo do nível do mar e a cêrca
se a visão.
de cinco milhas da costa setentrional do Mar
Temendo que Jesus pudesse não o ouvir, gri­ Morto, tinha clima semi-tropical apesar de sêco.
tou bem alto. Muitos mandaram-no calar-se, mas
Na ocasião, era uma área frutífera e muito im­
êle era homem de grande fé e, acreditando que
portante, requerendo serviços de numerosos co­
o Senhor tinha poder para curá-lo também, não
letores de impostos, dos quais Zaqueo era che­
poderia ser silenciado. “ Filho de David! tem mi­
fe.
sericórdia de mim” suplicou, mais sonora e vi­
gorosamente que nunca. Recordemo-nos que os judeus desprezavam

Ouvindo aquêle pungente brado do homem, coletores de impostos, e mesmo rico, Zaqueo
o Mestre parou e deteve a grande multidão. não gozava favores especiais. Sendo pequeno
Eram fins de março. Jesus distava não mais de estatura, e não tendo chegado a tempo para
que um dia de jornada da Cidade Santa. Oca­ obter lugar na frente do povo, sua visão da es­
sião era próxima em que, voluntariamente, de­ trada estava bloqueada. Mas, determinado a ver
veria doar sua vida como parte do grande pla­ o Senhor, êle subiu numa figueira brava.
no elaborado antes que o mundo fôsse feito, Retrate a surpresa da multidão, sim, e mes­
possibilitando assim, a todos os homens uma mo do próprio coletor de impostos, quando Je­
ressurreição. O poderoso pêso de todo o mun­ sus parou perto da árvore e olhando para seus
do apoiava-se sobre Êle. Poderia agora ser to­ galhos disse: “Zaqueo, desce depressa porque
cado por tão pequena coisa quanto a cegueira hoje me convém pousar em tua casa”.
de apenas um homem? Seus seguidores devem
Pressurosamente descendo, o pubücano con­
ter esperado em silêncio, enquanto Jesus pedia
duziu Jesus a sua casa e recebeu-0 hospitaleira­
que o homem fôsse trazido a sua presença.
mente. Seus concidadãos, contudo, que conside­
Com tôda pressa, e mesmo atirando de lado
ravam qualquer coletor de impostos um “peca­
seu manto para que não o retardasse, o homem
dor”, ficaram muito perturbados, murmurando
levantou-se e correu ao lugar onde Jesus espe­
contra Jesus. Mas o Salvador como sempre, ti­
rava.
nha propósito sob Suas atitudes e escolhera com
“Que queres tu que te faça?”, o Senhor per­ acêrto seu hospedeiro. Tão completamente foi
guntou. Zaqueo convertido às palavras do Mestre, que
“Mestre, que eu tenha vista”, implorou sim­ admitiu: “Senhor, eis que eu dou aos pobres
plesmente aquêle homem de fé. metade dos meus bens; e se n’alguma coisa te­
Sem maiores perguntas ou demora, Jesus nho defraudado alguem, o restituo quadrupli­
disse: “Vai, a tua fé te salvou” . cado”.
De imediato o homem ficou vendo, tornan­ É fácil supor que Zaqueo fôra desonesto em
do-se portanto, conforme os registros, o sexto alguns de seus passados acordos, mas Jesus es­
cego que o Senhor assim abençoou. E curado, tava convencido de sua sinceridade, e sabia-o
seguiu o Salvador glorificando a Deus como o verdadeiramente arrependido. “Hoje veio a sal­
fazia “todo o povo, vendo isto. . vação a esta casa”, disse, “pois também êste é
A notícia de que o Senhor estava atravessan­ filho de Abrahão”.
do a região correu depressa, enquanto grandes “ Porque o Filho do homem veio buscar e
multidões se formavam ao longo da estrada pa­ salvar o que se havia perdido”.
ra verem-No e a Seus seguidores, quando pas­ Porque estava tão grande multidão seguin­
savam. do o Salvador e por que interessavam-se tanto

Julho de 1959 201


por Êle ao longo do caminho? É verdade que Arquelau viera de Roma para ser governador
muitos faziam sua peregrinação anual à festa da Judéia, e os judeus enviaram uma delegação
da Páscoa, mas a resposta, parece repousar na de cinqüenta homens para tentar persuadir Cé­
crença nutrida por muitos de que Jesus estava sar Augusto a não fazê-lo rei. O magnífico pa­
realmente dirigindo-Se a Jerusalém para resta­ lácio de Arquelau ficava em Jericó, talvez ao al­
belecer Seu Reino sôbre a terra. Acreditavam cance da vista do povo naquela mesma hora.
que êsse era o tempo predito por Seus profetas, Através esta história o Senhor tentara fazer
em que seriam libertos dos odiados inimigos, seus ouvintes entender que não deviam esperar
e a glória dos dias de David e Salmão retor­ um imediato estabelecimento do reino, como o
nariam. compreendiam, mas que êle, o nobre que algum
Jesus conhecia-lhes as intenções e não dese­ dia seria rei, precisava partir por algum tem­
java que ficassem desapontados quando suas ex­ po, deixando as responsabilidades do reino nas
pectativas não se tornassem um fato. Nova­ mãos dos servos de confiança. E quando retor­
mente tentou explicar ao povo a natureza do nasse, os descrentes, bem como seus servos que
que estava para vir. Fazendo-o contou a histó­ fôssem infiéis, seriam justamente punidos. Após
ria que chegou a nós como parábola das dez terminado o sermão, Jesus continuou Seu cami­
minas. Refere-se a um nobre que antes de sair nho, subindo a rochosa estrada que conduzia a
em longa viagem, “a fim de tomar para si um Jerusalém.
reino”, chamou seus dez servos, dando a cada Muitos fiéis haviam se reunido na Cidade
um dêles uma soma de dinheiro, uma mina, pa­ Santa uma semana ou mais antes da Páscoa,
ra cuidarem até seu retorno. Êle não era muito para cumprir certos ritos de purificação, tor-
popular entre os habitantes do país, os quais nando-se portanto dignos de participar nos pro­
mandaram-lhe manifesto dizendo que não ser- gramados acontecimentos da Semana Santa. O
-Ihe-iam sujeitos. Retornando, chamou a si seus principal tópico de conversa entre o povo era
servos para ver como havia cada um tratado a Jesus. Ousaria comparecer à Festa? Se o fizes­
mina que lhe fôra confiada. Um dêles, através se, levariam a efeito, os líderes judeus, seu pac­
de adequado emprêgo do dinheiro, transformara to de prendê-Lo?

em dez a mina a seu cuidado e por ter sido tão Enquanto isso, outros cogitavam também
fiel foi feito governador de dez cidades. O se­ sôbre Jesus. Meio mundo adiante, no Hemisfério
gundo ganhara cinco minas e foi feito governa­
dor de cinco cidades. Um terceiro devolveu ape­
nas a mina recebida: “ Porque tive medo de ti”,
disse êle, “que és homem rigoroso”.
“Pela tua bôca te julguei, mau servo”, seu
senhor disse, “sabias que eu sou homem rigo­
roso, que tomo o que puz, e cego o que não
semeei; porque não meteste pois o meu dinhei­
ro no banco, para que eu, vindo, o exigisse com
os juros?”
E disse aos que estavam com êle: “Tirai-lhe
a mina, e dai-a ao que tem dez minas”.
“Pois eu vos digo que a qualquer que tiver
ser-lhe-há dado, mas ao que não tiver até o que
tem lhe será tirado” .
É duvidoso que o povo tenha compreendido
o significado da história, mas não podiam ser
estranhos às circunstâncias em que se basea­
vam. E todos sabiam que alguns anos antes, //«.

202 A L IA H O X A
Ocidental, o povo esperava os sinais que, Sa­ tas o animal que o Mestre montou, e seguira-no
muel o Lamanita predissera, anunciariam a descendo o Monte das Oliveiras em direção à
morte do Senhor — três dias de escuridão, aba­ cidade. Grandes multidões haviam-se reunido
los, tempestades, raios e trovões. Seus cálculos pelo caminho. Estavam cheios de alegria e ju-
mostravam que os trinta e três anos eram decor­ bilantes à visão do seu Rei. De tão deliciados e
ridos, “e falta a citação! enlevados, espalhavam suas vestes ao longo da
Seis dias antes da Páscoa, Jesus chegou a estrada, para que o animal caminhasse sôbre
Betânia onde moravam seus amigos, Maria, elas. Alguns cortavam ramos de árvores e os
Marta e Lázaro, o qual soerguera de entre os estendiam sôbre o caminho. E à medida que pe­
mortos. A êsse tempo, notícia se espalhou de netravam na cidade, repetidamente se elevavam
que Jesus dirigia-Se a Jerusalém, e muitos ha­ gloriosos clamores do povo: “Hosanna, bendito
viam vindo a Betânia, não somente para vê-Lo o que vem em nome do Senhor” ;
como também para ver Lázaro que jazera na “Bendito o reino do nosso pai Davi, que
tumba por três dias, sendo então restaurado à vem em nome do Senhor; Hosanna nas alturas”.
vida. E, no centro da ovação, felicidade e regozijo
Em Lázaro encontravam prova palpável do geral, Jesus estava triste. Conhecia que o povo
poder de Jesus, mas em vez de considerarem isto mal interpretara o inteiro propósito de Sua mis­
como inegável evidência de sua divindade, os são sôbre a terra. A despeito de tudo que lhes
chefes dos sacerdotes conspiravam matar Láza­ dissera, não criam que se dirigia para a morte.
ro, desde que muitos criam no Salvador devido Quando os discípulos “começaram a dar louvo­
a êle. res a Deus em alta voz, por tôdas as maravilhas
Os acontecimentos da última semana que Je­ que tinham visto.
sus passou no mundo como mortal, são tão nu­ “ Dizendo: Bendito o Rei que vem em nome
merosos e importantes que volumes inteiros têm do Senhor; paz no céu e glória nas alturas”, os
sido escritos sôbre êles. Êsse período de tempo Fariseus entre a multidão exigiram que o Se­
tornou-se conhecido como “a segunda semana nhor os repreendesse. Ao que respondeu: “Di­
do sacrifício expiatório”. O primeiro dia da se­ go-vos que se êstes se calarem, as próprias pe­
mana foi domingo. A data provável, 2 de abril, dras clamarão”. Mas lançando um olhar a Je­
DC. 30. rusalém, chorou e lamentou: “Se tu conhecesses
Tal foi o dia escolhido pelo Senhor para também, ao menos neste teu dia, o que à tua
fazer Sua entrada em Jerusalém. Deve ter dei­ paz pertence! mas agora isto está encoberto aos
xado Betânia muito cêdo, nessa manhã de do­ teus olhos.
mingo e, acompanhado por Seus discípulos e “ Porque dias virão sôbre ti, em que os teus
outros seguidores, dirigiu-Se para o Monte das inimigos te cercarão de brincadeiras e te sitia­
Oliveiras, exatamente fora dos muros da Cida­ rão, e te estreitarão de tôdas as bandas” ;
de Santa. Chamando dois discípulos Seus, ins­ “ E te derribarão, a ti e aos teus filhos que
truiu-os a dirigir-se para uma aldeia próxima, dentro de ti estiveram; e não deixarão em ti pe­
onde encontrariam um jumento novo, sôbre o dra sôbre pedra, pois que não conheceste o tem­
qual homem algum havia ainda cavalgado. De­ po da tua visitação”.
viam retornar com o animal. Se alguém lhes
Com Seus discípulos, Jesus atravessou as
perguntasse que estavam fazendo, respondessem ruas da cidade e penetrou no templo. Não te­
apenas que o Senhor necessitava o jumento e mos qualquer registro de que ensinasse nesse
não seriam detidos.
dia, o qual dispendeu todo na cidade e Casa
Em tal animal, um jumento baixinho, o Fi­ de Seu Pai. Quando a tarde desceu, retornou à
lho de Deus, o Criador e Salvador do mundo fa­ Betânia com os doze.
ria sua “entrada triunfal” na grande cidade de A manhã de segunda-feira encontrou Jesus
Jerusalém, para logo enfrentar insulto, prisão, dirigindo-Se de novo a Jerusalém. Quando se
perseguição julgamento e morte na cruz. acercava da cidade, teve fome. Vendo uma fi-
Para tanto, os discípulos cobriram de man­ ( contina na página 206)

Julho de 1959 203


JO IN V ILL E — A primeira Sociedade de Socorro organizada no Brasil conta ain­
da com suas primeiras líderes, depois de 26 anos de trabalho no Ramo de Joinvile.
Tôdas as senhoras pertencentes às Sociedades de Socorro de tôda a Missão pres­
tam sua respeitosa homenagem a essas primeiras mães da Sociedade de Socorros.
Na foto, da esquerda para a direita vemos: Toni Barsch, Presidente; Margareta
Büclili, 2y Conselheiro; Martha Otto, 1 ° Conselheiro.
A Sociedade de Socorros de Joinvile foi organizada em outubro de 1933. Naque­
la época havia 24 senhoras a ela pertencentes. Através dos anos, o grupo continuou a con­
tribuir para o desenvolvimento do Ramo e aumentar a espiritualidade entre as famílias
pertencentes ao Ramo. Que Deus as abençoe!

Sociedade de Socorro - Uma Ajuda Ao Sacerdócio


por JO SE PH F. SM ITH
do C onselh o dos D oze

^ I N T O que outros deveres me forcem a partir timos Dias, nunca teria sido terminada sem a or­
antes do término desta reunião, logo que ganização conhecida como Sociedade de Socor­
terminar de falar-lhes. É uma maravilhosa vi­ ro que abrange as irmãs da Igreja — Não há ne­
são olhar as suas fisionomias boas irmãs e tô­ nhuma outra organização como ela, de acordo
das as partes da Igreja, e avaliar os grandes e com o que ouvimos em oração. O mundo não
importantes deveres que recaem em seus ombros, poderia imitá-la. Há outras organizações de
e quão perfeitas e fielmente estão vocês cum­ mulheres, eu suponho, já ouvi tal; mas tenho cer­
prindo êsses deveres. teza que não há nenhuma organização que pos­
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Úl­ sa se reunir como vocês estão reunidas, com a

204 A LIAHO.NA
mesma inspiração, esperança, aspiração, fé e crianças, e o que elas fazem é feito com auto­
amor à verdade como vocês, irmãs, manifestam ridade. E quando o Profeta Joseph Smith es­
em suas vidas. colheu as irmãs em 1842, êle lhes deu autorida­
O Profeta foi inspirado. E, por revelação em de. Autoridade mesmo para administrar se ne­
março de 1842 no dia 17, êle reuniu as irmãs cessário, na imposição das mãos para a cura
e realizou a Sociedade de Socorro. Ela cresceu dos doentes, Não para selar e ungir, mas pela
para ser uma fôrça na Igreja. Absolutamente oração de fé pedir a Deus pela cura dos enfer­
necessário, falamos dela como uma auxiliar, o mos. Tenho muitas vêzes pensando ao ler as es­
que significa ajuda, mas a Sociedade de So­ crituras, as antigas escrituras, sôbre as restri­
corro é mais do que isso. Ela é necessária. Ela ções, que aparentemente foram impostas às mu­
serve de ajuda ao Sacerdócio de Deus. E ainda lheres e que o Senhor na Sua sabedoria na dis-
que as irmãs não recebam o Sacerdócio, êle não pensação da plenitude dos tempos removeu.
lhes é conferido, isso não significa que Deus Não é mais necessário hoje às nossas irmãs
não lhes tenha dado autoridade. Autoridade e guardarem silêncio. Elas podem ser chamadas
Sacerdócio são duas coisas diferentes. Uma a pregar o evangelho de Jesus Cristo, dar seus
pessoa pode possuir autoridade que lhe foi da­ testemunhos, e ser testemunhas da verdade em
da, ou numa irmã a si, para fazer certas coisas nossas reuniões sacramentais ou em outra reu­
na Igreja que se relacionam e são absolutamen­ niões da Igreja. Elas têm suas próprias opiniões
te necessárias para nossa salvação, tal como o tal como a Sociedade de Socorro, na qual elas
trabalho que nossas irmãs fazem na Casa do receberam autoridade para realizar muitas coi­
Senhor. Elas possuem autoridade que lhes foi sas. O trabalho que elas fazem é feito com au­
dada para fazerem coisas maravilhosas, sagra­ toridade divina.
das para Deus, e tão importantes como as bên­ O Senhor em Sua sabedoria escolheu nos­
çãos que são dadas pelo homem que possue o sas irmãs para serem uma ajuda no Evangelho.
Sacerdócio. E vocês irmãs que trabalham na Devido à sua simpatia, sensibilidade de coração
Casa do Senhor, podem pôr suas mãos sôbre e bondade, o Senhor as considera e dá-lhes os
suas irmãs, e com autoridade divina porque o direitos e responsabilidade para administrarem
Senhor reconhece as posições que vocês ocupam. os necessitados e aflitos. Êle tem mostrado o ca­
Êle as honra e abençoa em seu trabalho nas di­ minho que elas devem seguir, e deu-lhes esta
ferentes estacas, e vocês podem ir para a fren­ grande organização onde elas têm autoridade
te com autoridade. Vocês podem falar com au­ para servir sob a direção dos bispos das estacas
toridade, porque Deus colocou autoridade sô­ e em harmonia com êles, cuidar dos interêsses
bre vocês. de nosso povo tanto espiritual como temporal.
Hoje, vivemos numa era diferente, a era ma­ E o Senhor pode chamar nossas irmãs para
ravilhosa da restauração do evangelho. Pelo que irem às casas e confortarem os necessitados,
sei, em anos passados ou nas primeiras dispen- ajudar e assistir os aflitos, ajoelhar com êles e
sações do evangelho nossas irmãs não eram de­ orar com êles, e o Senhor ouvirá as orações das
signadas a miúde para trabalhos na Igreja. Mes­ irmãs quando forem oferecidas sinceramente em
mo nos dias de Paulo, elas eram aconselhadas favor dos doentes, da mesma maneira como Êle
a se manter caladas na Igreja e outras restri­ ouve as orações dos Élderes da Igreja.
ções lhes eram impostas. Mas isso não estava de Não poderíamos progredir sem esta organi­
acôrdo com o plano de salvação. O plano de sal­ zação. Eu não sei o que alguns de nossos bis­
vação nada tinha que ver com tais restrições. pos fariam se um bispo não pudesse contar com
Elas existiam devido às condições que prevale­ a Presidente da Sociedade de Socorro de sua
ciam entre os povos e os costumes dos tempos. estaca em casos de necessidade.
Hoje, nossas irmãs tomam parte nas várias Às vêzes, talvez, um bispo ache mais con­
organizações que foram criadas para elas. Elas veniente entregar às irmãs da Sociedade de So­
são úteis no treino de nossa juventude, nossas corro, algumas das coisas que êle mesmo de­

Julho de 1959 205


veria fazer, não sei. Mas vocês tem sido muito então do incidente assunto de um sermão sôbre
prestativas, e o Senhor aprecia o trabalho que a fé, dizendo que quem quer que tenha fé sufi­
vocês fazem. Vocês pela sua lealdade e obedi­ ciente pode dizer a uma montanha: “ Ergue-te
ência, acharão seu lugar no Reino de Deus quan­ e lança-te no mar”, e se sua fé bastar, a monta­
do êle fôr estabelecido em sua plenitude e reti­ nha ,na verdade, o fará.
dão. Pensem nisso. É um dos privilégios das ir­ “ Por isso”, acrescentou, “vos digo que tudo
mãs desta Igreja receber exaltação no reino de o que pedirdes orando, crede que o rebereis e
Deus e receber autoridade e poder como rainhas tê-lo-eis” ;
e sacerdotizas, e estou certo, tendo elas êsse Que lição para deixar com os discípulos!
poder, elas possuem algum poder para dirigir Êles enfrentariam breve, em sua morte, um tes­
e reinar. Do contrário porque seriam elas sacer­ te muito árduo para suportar. A maldição da ár­
dotizas. O Senhor está satisfeito com o trabalho vore era-lhes mais uma evidência do grande po­
de vocês. Vocês com o seu trabalho, tem ajuda­ der que Jesus possuia. Êle curara todo o tipo
do a edificar e fortalecer o Reino de Deus. O de doença; abrandara ventos e acalmara as on­
trabalho da Sociedade de Socorro é tão neces­ das; tinha multiplicado 0 pão e tornado água em
sário na Igreja como é o do quorum do sacerdó­ vinho; retornara 0 morto à vida. Êste último
cio. Agora, alguns talvez pensem que estou sen­ incidente demonstrava que Êle tinha também
do um tanto forte, mas a minha própria ma­ poder para destruir, mas tal poder fêz agir ape­
neira de pensar é que o trabalho que vocês, nos­ nas contra uma árvore estéril e inútil.
sas boas irmãs, estão fazendo, tem o seu valor
Em Jerusalém, Jesus dirigiu-se ao templo e
e é tão importante na edificação dêste reino dan­
parede ter passado lá o dia. Repetindo seu feito
do-lhe fôrças, fazendo com que êle se expanda, de três anos antes, Êle “derribou as mesas dos
assenta um alicerce no qual todos nós podemos cambiadores e as cadeiras dos que vendiam
construir, como o dos irmãos que possuem o pombas”.
Sacerdócio de Deus. Não podemos progredir “ E os ensinava, dizendo: “Não está escrito
sem vocês. — a Minha será chamada por tôdas as nações
Agora, sinto muito mas tenho que partir. Sin­ casa de oração? Mas vós a tendes feito covil
to ter que sair porquanto gostaria de ficar com de ladrões”.
vocês para ouvir as palavras do irmão Peter- Após tal, curou o cego e o coxo, que lhe foram
sen e outros temas para esta reunião. Mas deixo trazidos. Naturalmente os chefes dos sacerdo­
minha oração e bênção com vocês, às não pre­ tes e os Esçribas que estavam vigiando cada
sentes, pela sua lealdade e integridade e tam­ movimento Seu ficaram irados ao vê-Lo fazendo
bém à verdade do evangelho de Jesus Cristo, milagres no templo e, ao clamar ao povo dizen­
abundância com Seu Espírito Santo, eu peço do: “ Hosanna ao Filho de Davi”, comentaram:
em nome de Jesus Cristo. Amém. B “Ouves 0 que êstes dizem?”
“ Sim”, respondeu 0 Senhor, “nunca leste:
pela bôca dos meninos e das criancinhas de pei­
Jesus Retorna a Jerusalém to tiraste o perfeito louvor?”
( continuação da págin a 20 3)
E assim passou-se o segundo dia da sema­
na. Na casa de Seu Pai, havia curado e prega­
gueira à beira do caminho, desejou tirar-lhe um
do ao povo. Quanto desejavam os Sacerdotes,
fruto, mas desapontado encontrou-a vazia.
Escribas e Fariseus, destruí-Lo! Mas aquela hora
Olhando para a árvore disse: “Nunca mais co­
ainda não chegara, e nem chegaria até que Êle
ma alguém fruto de ti”.
voluntàriamente se lhes entregasse.
Mais tarde, passando pela árvore, os discí­
Ao aproximar-se a noite, novamente deixou
pulos notaram que secara. Atraindo atenção .pa­
a cidade para passar as horas de escuridão na
ra o fato, Pedro disse a Jesus: “Mestre, eis que
vizinhança do Monte das Oliveiras. B
a figueira que tu amaldiçoastes, se secou”. Res-
( co n tin u a 110 p ró x im o n ú m ero )
pondeu-lhe o Senhor: “Tendo fé em Deus” ; fêz

206 A LIAH ON A
A Epcpéia íle
M erm enisntc
por D O Y L E L. G R E E N

Esta é uma época Americana.


Esta é a história de homens e de um povo que a despeito do
preconceito e perseguição, e embora suportassem inacreditável
sofrimento, oposição e incríveis injustiças, introduziram uma nova
filosofia de vida, restabeleceram a Igreja, circundam o globo e.
proclamando o evangelho, atravessaram um continente para en­
contrar paz, e ergueram um próspero império num deserto mon­
tanhoso e estéril que ninguém queria.
Êste é um conto de coragem, de fé, de esperança, de inspira­
ção. EST A É A E P O P É IA D O M O R M O N IS M O !
T J MA parte integral da história da América, a que se seguiram ao início do século, a popula­
história da Igreja de Jesus Cristo dos ção subiu de seis milhões para mais de nove
Santos dos Últimos Dias, teve seu início na pri­ milhões e meio. No comêço do século o territó­
meira têrça parte do século X IX no nordeste dos rio de Louisiana foi comprado de Napoleão Bo-
Estados Unidos. naparte, duplicando dêsse modo a área e au­
Quando Joseph Smith, o principal persona­ mentando grandemente as fontes econômicas do
gem, nasceu em Vermont em 1805, os Esta­ país.
dos Unidos estavam ainda em sua infância. O A primeira terça parte do século viu onze es­
Presidente George Washington morrera fazia tados novos serem adicionados às treze colônias
apenas seis anos. Thomas Jefferson estava ser­ originais, extendendo as fronteiras de uma nova
vindo pela segunda vez como o terceiro presi­ nação para além do Mississipe.
dente do país. A época era de rápido crescimen­ Enquanto isso os movimentos de reforma
to e de expansão das fronteiras. Nos vinte anos requeriam muita atenção com a escravatura,

208 A L1A1I0NA
A s três testem un has. B rig h a m Y o u ng. 0 reco lh im ento 0 T em p lo de K ir tla n S
d e alm as. dedicado em 18 36 ,

temperança, direitos da mulher e taxas para sus­ tendo sua família vindo de Vermont apenas qua­
tento de escolas. Novas invenções, atestados de tro anos antes.
compras de terras, comércio estrangeiro, tarifa, A agitação religiosa tomava vulto. Os minis­
e a Doutrina de Monroe ocupavam a mente do tros das várias denominações sustentavam o
povo. despertar religioso. Membros da família Smith
Êstes foram anos momentosos na história da desejavam tornar-se membros da verdadeira
América! igreja, mas qual delas era a verdadeira? Al­
Em 1820 ocorreu um acontecimento no oes­ guns eram favoráveis a uma seita, outros a ou­
te de Nova Iorque, que, embora muitas vêzes tra. Joseph estava confuso. Como podia um jo­
esquecido pelos historiadores, teve incalculável vem de quatorze anos saber a qual Igreja se fi­
efeito na história da nova nação. liar?
O jovem Joseph Smith, agora com seus qua­ Numa bela manhã no comêço da primavera,
torze anos, morava no oeste de Nova Iorque, Joseph foi a um bosque próximo a sua casa,

Julho de 1959 209


para abrir sua alma ao único Sêr que êle pensa­ A notícia de que o Senhor havia falado a um
va poder orientá-lo — Seu Pai Celestial — agin­ rapaz de quatorze anos foi recebida com bas­
do de acordo com o conselho dado no primeiro tante excitamento mais pouca reserva pelas pes­
capítulo, versículo quinze da epístola de Tiago: soas do oeste de Nova Iorque. Pequena mara­
“ Se algum dentre vós tem falta de sabedo­ vilha! Tal coisa não tinha precedentes. Deus não
ria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente se revelara ao mundo por muitas gerações, sim,
e não o lança em rosto, e ser-lhe-á dada”. há séculos. De modo geral acreditava-se que os
Joseph Smith voltou a sua casa com a men­ céus estavam fechados.
te em paz. Sua oração havia sido respondida. Mas, aquêles que conheciam o jovem rapaz
Deus, o Pai, e Seu Filho Jesus Cristo, haviam ficaram impressionados. Joseph era honesto e
aparecido, dizendo-lhe que a plenitude do evan­ sincero, devotado e inteligente. Êle havia es­
gelho ser-lhe-ia dada a conhecer em tempo fu­ tado de fato procurando a Igreja de Deus. O
turo. grande número de seitas cristãs e a extrema di­

210 A L IA H O X A
versidade de seus ensinamentos demonstravam continham a plenitude do Evangelho Eterno.
bem a confusão que existia no mundo religioso. Deveria ser seu o glorioso privilégio de tradu­
Onde estava a verdade? Era ilógico pensar que zir os caracteres contidos nas placas e de ser
um Pai amoroso, que havia orientado Seus fi­ o instrumento nas mãos de Deus para a restau­
lhos através das dispensações, falaria de novo ração do evangelho.
ao homem? Indo à Colina, de nome Cumorah, como lhe
Quatro anos decorreram e as novas sôbre ou­ foi instruído por Moroni, Joseph Smith encon­
tros eventos notáveis atravessaram as frontei­ trou as placas numa caixa de pedra, protegida
ras. O jovem Joseph havia sido visitado por um dos elementos dos tempos por uma tampa ar-
outro sêr celestial que se chamava Moroni, di­ rendodada, de pedra, que as cobria.
zendo-lhe que Deus tinha um importante traba­ Tentando remover o tesouro, Joseph foi in­
lho para êle. Numa colina nas imediações esta­ formado pelo mensageiro que não havia ainda
vam depositadas algumas placas de ouro que chegado a tempo, mas que podia voltar anual-

Julho de 1959 211


mente durante quatro anos para receber instru­ ser enforcado por charlatanismo. Esta era uma
ções e saber como e de que maneira o Reino de era intermediária na América. As fronteiras mo-
Deus deveria ser conduzido nos últimos dias”. viam-se para o oeste; a tolerância religiosa se
Quando se passou o período de treinamento expandia; muitas pessoas procuravam a verda­
e preparo os registors foram entregues a Joseph, de. O Senhor havia calculado bem o tempo do
com uma severa advertência de guardá-los zelo­ evento.
samente e de não os mostrar a ninguém, com A despeito da incredulidade disseminada que
receio de lhe serem tomados. existia com respeito às experiências de Joseph,
Desde êsse momento em diante até a sua alguns amigos logo se revoltavam. Um foi um
morte a vida de Joseph foi de infindável tor­ jovem professor chamado Oliver Cowdery. Em
mento e perseguição. Cem anos mais tarde ser- 7 de abril de 1829, foi iniciado com ansiedade
-lhe-ia permitido prosseguir em paz com sua o trabalho de tradução das placas. Joseph trans­
obra. Cento e cinqüenta anos antes êle poderia crevia os caracteres e ditava a Oliver Cowdery,

212 A L I A I I 0 NA

I
Irrig a çã o . Jo s e p h . F. Sm ith . Ouro na C a lifó rn ia . A chegada das

que registrava as palavras em escrita comum. Mas uma questão surgiu no curso da tradu­
E assim a notável história das placas — re­ ção, e, os dois homens deveriam consultar o Se­
lato dos ancestrais dos índios Americanos e das nhor para melhor orientação. Muitas passagens,
relações de Deus para com êles — revelaram um por exemplo, declaravam que o batismo era es­
relato de três diferentes imigrações de povos sencial para a salvação. Isto êles já sabiam pela
para as Américas, que teve início na época da consulta à Bíblia, embora nenhum dêles fôsse
Tôrre de Babel. O relato findou cêrca do ano batizado. Quando consultaram o Senhor, sou­
de 421 A .D . quando as placas foram escondi­ beram que o homem deve ser chamado por Deus,
das na colina. Aqui temos um livro que, junta­ por profecia, e pela imposição das mãos, da­
mente com a Bíblia Sagrada, dá testemunho do queles que têm autoridade para pregar o evan­
Senhor e Salvador Jesus Cristo! Através dêle o gelho ou administrar em suas ordenanças.
plano do evangelho foi apresentado simples e Um mensageiro celeste conferiu-lhes a neces­
claramente. sitada autoridade de Deus e instruiu-os a bati­

lulho de 1959 213


' êx o d o de I*ilha </i-o
Xattvoi'. d w dc

zar um ao outro. As chaves adicionais eram re­ mens que deram seu testemunho por escrito ao
cebidas quando necessárias para o andamento mundo.
do trabalho. Havia chegado a ocasião de organizar a
Entrementes a tradução prosseguia, e den­ Igreja. Assim, em 6 de abril de 1830, a cerimô­
nia da organização foi realizada por seis pessoas
tro de três meses a monumental tarefa estava
completa. A primeira edição da publicação, cha na casa de Peter Whitmer, em Fayette, Estado
mada O Livro de Mormon, saiu do prelo no iní­ de Nova Iorque. No domingo seguinte foi feito
cio da primavera de 1830. o primeiro discurso público, dando início ao
grande plano de salvação.
Foi um feliz dia aquêle em que Joseph sou­
A história da restauração do evangelho e do
be que seria permitido a outras pessoas verem
restabelecimento da Igreja de Jesus Cristo, o
e pegarem as placas de ouro e dar testemunho testemunho e a sinceridade dos missionários, a
delas. Esta oportunidade foi dada a onze ho­ mensagem do Livro de Mormon, e a autentici­

214 A L1A H0NA


O B a ta lhã o M orm o n . W itfo rd A m archa para O R io Doce.
W o o d rn ff, o O este. S p lit R o ck .

dade refrescante da palavra revelada de Deus, po da Igreja. Assim êles deixavam seus lares e
prendeu o interêsse de um crescente número de procuravam o Profeta e seu povo.
pessoas; e onde a simples menção desta nova Ao passo que a pequena Igreja crescia, as­
Igreja fazia com que alguém incrédulo franzis­ cendia também a oposição a ela, e o centro da
se a testa, ainda alí algumas almas pesquisado­ atividade variava de Nova Iorque a Ohio, dali,
ras e honestas tornavam-se cativas da grande através do Rio Mississipi, até as mais longínqüas
verdade do evangelho: uma de uma cidade, duas fronteiras do oeste dos Estados Unidos no Con­
de uma família, elas vinham, pedindo o batismo. dado de Jackson, em Missouri. Alí na fronteira,
Através dos Estados, no Canadá e posterior­ pensaram os líderes do novo movimento, seria
mente na Inglaterra e pelo mundo prosseguia um lugar ideal para a concentração dos mem­
o proselitismo. bros da Igreja. Alí poderiam comprar terras, es­
A entrada de muitos no Reino de Deus, era tabelecer lares, construir cidades.
seguida de um forte desejo de unirem-se ao cor­ Mas tal não aconteceria. Os novos e os ve­

Tulho de 1959 215


lhos colonizadores tinham pouco em comum. A ra se estabelecer e construir casas, igrejas e es­
economia de Missouri, como a do Sul, havia sido colas.
construída na base da escravatura. A opressão Logo no comêço de 1843 a população da
sôbre qualquer sêr humano estava na ordem di­ “Cidade dos Santos” elevava-se entre doze a
reta da oposição básica da crença mormom da dezesseis mil. Foi estabelecido um govêrno e or­
liberdade para todos homens. “Os homens exis­ ganizado o seu programa. O crescimento con­
tem para que possam ter alegria", ensinava o seu tinuou até que Nauvoo se tornou a maior cidade
Profeta. de Illinois. Os visitantes elogiavam a beleza da
Com a vinda de tantas pessoas para o Es­ comunidade, a indústria e a sobriedade de seus
tado, e, especialmente para um determinado habitantes. O trabalho progredia na construção
condado, os velhos colonizadores perceberam de um belo templo no qual as sagradas orde­
um quase certo desiquilíbrio na fôrça política. nanças, tal como o casamento pudessem ser rea­
Por outro lado, as crenças e doutrinas dos re­ lizadas. O casamento com os preceitos da Igre­
cém-chegados eram tão estranhas e diferentes ja Restaurada, era ordenado por Deus e reali­
a ponto de causar alarme. Os mormons tinham zado de modo próprio por homens que tivessem
a audácia de declarar que Deus é um sêr amo­ autoridade, duraria através das eternidades. A
roso com corpo, partes e paixões, cuja obra e expressão: “Até que a morte vos separe” não
glória é conseguir a imortalidade e a vida eter­ tem lugar nas cerimônias de casamento dos
na do homem, tinha realmente falado de novo Santos dos Últimos Dias.
com o homem, restaurado o evangelho em sua Em seus templos êles também realizariam
plenitude e restabelecido Sua Igreja segundo o o trabalho, por procuração, para seus ancestrais
padrão da organização que Jesus estabeleceu mortos, que, talvez não tivessem tido a oportu­
quando esteve sôbre a terra. Êles acreditavam nidade de ouvir a verdade quando estiverem na
que a divindade era composta de três indivíduos terra, demonstrando sua crença de que Deus
distintos e separados. Os homens, todos os ho* não faz acepção de pessoas mas que todos os
inens, de acordo com seus ensinamentos, eram homens em tôdas as idades teriam uma oportu­
real e literalmente filhos e filhas de Deus, a cuja nidade de exaltação na vida futura.
semelhança êles foram criados. Mas os mesmos problemas que haviam ator­
mentado a Igreja em outros lugares, tiveram
Tais novos e elevados conceitos sôbre Deus
princípio em Nauvoo. As divergências políti­
e o homem eram completamente heterodoxos e
cas, juntamente com as crescentes evidências de
estavam além da compreensão de muitas pes­
intolerância e perseguição, logo convenceram o
soas, que consideravam os ensinamentos quase
Profeta de que as tragédias precedentes se re­
como heresia.
petiriam.
A incompreensão, a desconfiança e o precon­
Em 20 de fevereiro de 1844, êle escreveu
ceito entravam em violenta corrupção. Os ape­
em seu diário: “Instruí aos doze apóstolos para
los ao govêrno e às cortes foram infrutíferas. As
que enviassem uma delegação a fim de investi­
tentativas de encontrar a paz em outros conda­
gar locais da Califórnia e Oregon, e descobrir
dos falharam. Finalmente os mormons deixaram
um bom lugar para onde pudéssemos mudar
Missouri sob uma ordem de “extermínio” do go­
após ter sido completado o templo. Um local
vernador.
bem alto nas montanhas onde pudéssemos cons­
Em Illinois, durante um breve período, a truir um dia uma cidade, e tivéssemos nosso pró­
atormentada Igreja encontrou asilo. A cabecei­ prio govêrno, de onde nem o diabo pudesse nos
ra das corredeiras de “Des Moines”, onde o po­ alijar, para vivermos num clima saudável e pu­
deroso Rio Mississipe faz uma curva para o oes­ déssemos viver por muito tempo.” No oeste êle
te, Joseph Smith comprou para o seu povo, em nada podia divisar a não ser as tenebrosas nu­
1839, várias centenas de acres de terra, num de­ vens negras e trevas, mas, êle disse muitas vê­
serto virtual então chamado Comércio. Mudan­ zes que havia “Luz no oeste”.
do o nome para Nauvoo, que quer dizer “ A A hostilidade e a oposição à Igreje se desen­
bela” o povo principiou a trabalhar de novo pa­ volveram tão ràpidamente contudo, que a comis­

216 A LIA H O N A
são de reconhecimento nunca foi enviada. Quan­ Que podiam fazer? Onde iriam? Renegar
do a tempestade soprava com incrível violência sua religião, não podiam! Ela significava para
sôbre Nauvoo, Joseph Smith e seu irmão Hyrum, êles mais que casas ou a própria vida. Negar
cruzariam o rio Mississipe refugiando-se no ter­ seus testemunhos? Impossível! Como podiam
ritório de Iowa. Mas o exílio pouco durou, pois repudiar o que sabiam ser verdadeiro?
muitos pediram que Joseph Smith voltasse, se Havia somente uma resposta. Seguiriam o
entregasse e enfrentasse a prisão e julgamento plano de seu Profeta martirizado. Iriam para o
pela acusação de traição que pesava contra êle. oeste, para as Montanhas Rochosas. Lá pode­
Joseph Smith não temia o julgamento. Antes riam erigir casas que não seriam queimadas,
êle havia sido detido quarenta e seis vêzes por templos que não se renegariam. Lá podiam ado­
falsas acusações, mas nunca foi prêso. Agora, rar a Deus como lhes aprouvesse!
de qualquer modo a despeito da promessa, a fú­ O honorável Thomas Drew, governador de
ria da turba parecia acreditar que com sua mor­ Arkansas, escreveu uma carta aos líderes da
te terminaria a Igreja Mormon. Igreja:
“Se minha vida não tem nenhum valor para “Eu. . . de bom grado concordo com o pla­
os meus amigos”, disse êle a seus companheiros, no de emigração por vós proposto. . . colocando
“nenhum valor tem para mim”. Atravessando de assim vossa comunidade fora do alcance da
novo o rio, êles caminharam para Carthage, on­ contenção até que pelo menos, tenhais tempo e
de o governador e uma turba sedenta de san­ oportunidade de provar a praticabilidade de vos­
gue estava esperando. Ao se aproximarem da so sistema, e desenvolver suas vantagens supe­
cidade Joseph disse: riores planejadas na melhoria de condições da
“ Estou indo como um cordeirinho, para o raça humana, acrescentando as bênçãos da li­
carniceiro; mas estou calmo como uma manhã berdade civil e religiosa. . . Caso os Santos dos
de verão; tenho a consciência limpa perante Últimos Dias emigrem para Oregon levarão con­
Deus, e perante todos os homens, morrerei ino­ sigo a benevolência dos benfeitores e as bên­
cente e um dia dirão de mim: “Êle foi assas­ çãos de cada amigo da humanidade. Se estive­
sinado a sangue frio”. Isto foi no dia 24 de ju­ rem errados, seus erros serão diminuídos com
nho de 1844. Três dias mais tarde a turba irrom­ grande grau de permissão, e se estiverem cer­
peu pela cadeia de Carthage, onde Joseph e seus tos, a emigração constituirá uma oportunidade
companheiros tinham sido colocados em segu­ de torná-lo manifesto no devido tempo a todo o
rança e mataram a êle e a seu irmão. Joseph mundo civilizado”.
Smith, o Profeta Americano, selara seu testemu­ Pediram seis meses. Tempo suficiente para
nho com sangue. dispor de suas propriedades, tempo para cons­
Aqueles que pensaram que com a morte de truir carroções e comprar cavalos e bois para
Joseph terminaria a Igreja estabelecida através puxá-los, tempo para reunir um suprimento de
d’êle, ficaram inteiramente desapontados. Con­ alimentos para sustentá-los durante o trajeto de
quanto houvessem muitos com o coração magoa­ mais de 2.400 quilômetros de planícies.
do, não houve pânico em Nauvoo após o assas­ Dois mil e quatrocentos quilômetros até o
sínio. “Fiquem calmos e saibam que o Senhor é Vale das Montanhas! Meio continente ficaria en­
Deus” foi a frase que guiou o povo. O Conselho tre êles e seus perseguidores! Sua trilha compre­
dos Doze Apóstolos, tendo Brigham Young co­ endia 100 quilômetros através do território de
mo presidente, assumiu a liderança. A organi­ Iowa esparsamente povoado, depois, além do
zação da Igreja e as funções continuaram qua­ Rio Missouri, através das terras dos Omakas,
se que ininterruptamente. O Senhor havia pre­ dos Sioux, e dos Utes, havia mais de 1.500 qui­
parado bem para a morte do Profeta. Nem lômetros fora da orla da civilização.
mesmo a morte do Profeta trouxe um fim à per­ Seis meses não seria pedir muito. Mas a po­
seguição. O preconceito continuava a endurecer pulação estava impaciente e a violência aumen­
os corações do povo. O programa do govêrno tou. Além disso dizia-se que o govêrno federal
de Nauvoo foi rejeitado. Illinois exigia que os podia interferir para barrar seus planos. Isto
mormons deixassem o estado. êles não deixaram acontecer. A Igreja deve ser

Julho de 1959 217


protegida da fatalidade que seu Profeta enfien- três cavalerianos portadores de uma “Circular
tou. aos Mormons”, convidando-os a fornecer qui-
O inverno ia a meio, frígido e tempestuoso. hentos voluntários para se unir ao exército e
Era 4 de fevereiro de 1846, quando os primei­ marcharem para a Califórnia.
ros exilados disseram adeus aos seus lares e Os líderes da Igreja haviam procurado au­
atravessaram o rio para enfrentar os elementos xílio do govêrno, e conquanto êste estivesse lon­
da natureza e os selvangens. ge de ser a espécie de auxílio que teriam esco­
Logo o serviço de travessia funcionava dia lhido, no entanto, Brigham Young viu nêle um
e noite. A quinze daquele mês os 1.600 metros prelúdio de paz e uma oportunidade para de­
de largura do Mississipi, ficaram tão congela­ monstrar ao povo dos Estados Unidos que os
dos que tôda uma grande companhia foi capaz Mormons eram leais à América. Assim, muito
de atravssá-lo sôbre o gêlo. No fim de abril a embora êle soubesse que para preencher o exi­
maior parte dos mormons havia deixado a ci­ gido êle sobrecarregaria um povo já duramente
dade. oprimido, deixando muitas famílias para desbra­
Imagine-se os problemas que acarretam com var as planícies sem auxílio dos pais ou dos ra­
a mudança de tôda uma cidade para o deserto. pazes já desenvolvidos. Brigham Young enco­
Muitas daquelas pessoas não estavam acostu­ rajou os homens a se alistarem, tendo sido or­
madas com os rigores daquela vida. Seus per­ ganizada uma companhia de quinhentos ho­
seguidores esperavam que perecessem nas pla­ mens.
nícies. A história da marcha do Batalhão Mormon
Por terem que sair às pressa, muitos dêles através de Kansas e por tôdas regiões inexplo­
foram mal preparados para tal jornada. Na pri­ radas daquilo que é hoje o Novo México, Ari­
meira noite que a companhia acampou em Su­ zona e Califórnia, uma jornada que é relatada
gar Creek, a 16 quilômetros de seus confortá­ como a mais longa marcha de infantaria da his­
veis lares, nove crianças nasceram nos carroções tória, é um vibrante acontecimento. Os homens
ou em abrigos grosseiros que haviam sido le­ finalmente reuniram-se às suas famílias nos va­
vantados para dar alguma proteção contra o les das montanhas.
frio e a tempestade. No outono de 1846 cêrca de 15.000 pessoas
Mas o acampamento foi levantado logo; os com 3.000 carroções, 30.000 cabeças de gado,
olhares fitavam novamente o oeste; cada dia era grandes rebanhos de carneiros, e muitos cava­
feito algum progresso através das profundas los e bois moveram-se para o Rio Missouri. Ali,
neves do inverno e das chuvas e lama da pri­ decidiram, êles passariam os meses frios, e co­
mavera. As orelhas e os pés congelados, e as meçaram a trabalhar para fazer os seus Acam­
incontáveis experiências da jornada eram coisas pamentos de Inverno tão confortáveis quanto
triviais em comparação com a perseguição que possível. No comêço de janeiro cêrca de mil ca­
ficara atrás. À noite, após um dia fatigante, os sas, muitas das quais menores que um abrigo no
Santos escavavam a neve e dansavam até que barranco, foram construídas.
o inóspito prado refletia os sons de seus instru­ Foi um inverno duro. A mal nutrição, a rou­
mentos de metais, batidos das mãos e dos pés. pa e abrigos inadequados, e uma epidemia de
“ Plantai para que outros possam colher! “Cancro negro” combinaram para sua devasta­
Tornou-se a palavra de alerta. Quando termi­ ção. Testemunha disto é o bem conservado ce­
nou a primavera e veio o verão, centenas de acres mitério sôbre as colinas acima de Florence, Ne­
de terra ao longo da trilha foram arados e plan­ brasca, onde seiscentos dentre êles alí repou­
tados pelas companhias avançadas da infindá­ sam.
vel coluna de exilados. As companhias subse­ Finalmente veio a primavera, e os “acam­
qüentes cultivariam, e quando fôssem época da pamentos de Israel” de novo rumaram para o
colheita, outros ainda colheriam. oeste, com uma companhia avançada liderada
Nesse meio tempo os Estados Unidos se en­ por Brigham Young e os Doze Apóstolos assi­
volveram numa guerra com o México. A 26 de nalando a trilha.
junho adentraram o acampamento de Mt. Pisgah Findava o mês de julho quando êsses pionei­

218 A L IA I1 0 N A
ros adentraram o Vale do Grande Lago Salga­ cia do Todopoderoso, foi o poder de Deus. . .
do, que Brigham Young declarou ser o lugar es­ eu nunca poderia ter idealizado tal plano”.
colhido para êles povoarem. As dúvidas de Jim Algumas horas depois que a vanguarda do
Bridger de que o milho não crescia na Grande grupo atingiu o vale, êles escolheram um peda­
Bacia não assustaram aquêle destemido líder. ço de terra e haviam começado a prepará-lo pa­
Súplicas de algumas das pessoas para seguirem ra plantar. Quando o solo se mostrava tão sêco
para a Califórnia não tiveram efeito. e duro para ser trabalhado, êles represaram um
Sôbre “Ensign Peak” de onde um pequeno dos riachos que fluíram das montanhas e inun­
grupo de homens divisou o Vale em 26 de ju­ davam as terras ressequidas — o comêço da mo­
lho, Brigham Young declarou: derna irrigação na América do Norte.
“Agora, irmãos, organizem seus grupos ae Realmente êles não tinham tempo a perder.
exploração de modo a ficarem resguardados dos A estação estava já perigosamente tardia e Jim
índios, vão e explorem onde desejarem, e volta­ Bridger havia avisado das primeiras nevadas
rão aqui tôda vez e dirão que aqui é o lugar nas montanhas. A plantação foi acelerada, e
certo”. dentro de poucos dias certo número de acres de
Mais tarde êle disse que “soube no Tempío cereais estavam plantados.
de Nauvoo que podíamos cultivar o milho aqui”, Pelo inverno os imigrantes tinham elevado a
que êle viu o vale em visão um ano ou mais an­ população do vale para 2.100 almas nesse meio
tes de adentrá-lo. tempo foram construídas escolas, a cidade foi
“Nos dias de Joseph”, escreveu êle, “senta­ traçada, campos e jardins foram cercados com
mos certa ocasião por muitas horas conversan­ varas das montanhas; um lugar para o Templo
do sôbre êste mesmo lugar. . . Não quero que foi escolhido; um forte de dez acres de grossa
os homens pensem que tive qualquer coisa a ver madeira e adobe sêco ao sol e muitas casas de
com a nossa mudança para aqui; foi a providên­ madeira e adobe foram construídas. Brigham

Julho de 1959 219


Young e sua companhia de homens voltaram po frígido, perderam 222 de seus componen­
aos acampamentos de inverno para guiar mais tes, mais que um para cada cinco, devido à fúria
pessoas para o vale no ano seguinte. Não havia dos elementos.
lugar para o ocioso entre os mormons. Do primeiro-povoado no mar Salgado os co-
As raízes de lírio que deram a Utah o nome lonizaodres se espalharam em tôdas as direções
de “Estado-Florido” juntamente com cardos e como os raios de uma roda, sob a inspirada li­
ervas pé-de-pato, ajudavam a formar a escassa derança de Brigham Young, considerado por
dieta. O trigo, o milho, e as batas deviam ser muitos como um dos maiores colonizadores na
economizadas para semente. história da América. Êstes colonos não só con­
Na primavera, cêrca de seis ou cinco mil tribuíram grandemente para o estabelecimento
acres de terra foram preparados e semeados. Ju­ e crescimento de Utah, como também do Ari­
nho prometia uma boa colheita, mas quando a zona, Nevada, Califórnia, Idaho, Wyorning, Mon-
semente estava brotando, nuvens devastadoras tana e Colorado. Até mesmo o México e o Ca­
de gafanhotos, invadiram os campos viçosos. nadá, onde foram estabelecidas colônias, foram
Frenèticamente os novos colonizadores cuja tocados pela influência dos mormons.
própria existência dependia dêstes poucos acres Construir o oeste não era fácil. Havia índios
de plantações, lutaram contra êles com todos os para alimentar ou combater, desertos para civi­
meios que podiam — com vacas, pás e vassou­ lizar, rios para conquistar, irrigação e cultura
ras; com valas, fogo, água. Mas ainda assim êles a desenvolver; havia casas, escolas, igrejas, tem­
continuavam vindo, “descendo como um dilúvio plos, estradas, pontes e moinhos a serem cons­
de água turva vindo do lado das montanhas” . truídos; havia conversos a fazer e ainda muito
Os pioneiros foram incapazes de combatê-los. preconceito a sobrepujar.
Mas êsse povo fiel, que havia atravessado Mas o sofrimento torna os homens fortes, e
um continente para encontrar a liberdade reli­ exatamente como predisse o Governador Drew,
giosa, não era esquecido em seu tempo de ne­ no Oeste os Santos dos Ültimos Dias tiveram
cessidade. Para a salvação vieram grandes ban­ “tempo e oportunidade de provar a praticabili­
dos de gaivotas, voando em círculos e soltando dade” de sua religião.
guinchos agudos, que atacaram as hordas da Os membros da Igreja atingem agora a mais
morte negra com voraz apetite. Isto continuou de 1.500.000, concentrados mais fortemente nos
dia após dia até que raramente era encontrado Estados do oeste, mas com substancial repre­
um gafanhoto no vale. sentação em todos os Estados da União, no Ca­
Hoje a gaivota é o pássaro do Estado de nadá, México, Américas Central e do Sul, Eu­
Utah. Na Praça do Templo (Temple Square) ropa, Japão, Austrália, Nova Zelândia, ilhas do
em Salt Lake City há um magestoso monumen­ Pacifico, África do Sul, Extremo Oriente e qua­
to encimado por duas gaivotas, erigido em hon­ se todos os países do globo.
ra “da misericórdia de Deus para com os pio­ Desde os primeiros dias quando as escolas
neiros mormons” . funcionavam em carroções cobertos, os Santos
Brigham Young, naquele outono, levou mais dos Últimos Dias, crendo que a “glória de Deus
2.500 pessoas para o vale, e o trabalho de colo­ é inteligência” e que “um homem não pode ser
nização continuou. Em 1850 a população esti­ salvo sem ter conhecimento”, estabeleceram um
mada do território era de 15.000, em 1856, prêmio para educação.
mais de 76.000. Mas 85.000 imigrantes fizeram Uma investigação feita por Edward L.
a jornada entre 1847 e a vinda da estrada de Thorndike da Universidade da Califórnia ba­
ferro em 1869. Muitos dêles caminharam todo seado em W ho’s W ho na América, líderes em
o percurso puxando ou empurrando carrinhos Educação, e Homens Americanos da Ciência,
de mão. Muitos deixaram filhos, esposas, ou mostrou que Utah lidera todos os Estados tan­
maridos em seputluras rasas ao longo da tri­ to em número de homens da ciência como na ba­
lha. Somente duas companhias de carrinhos de se de percentagem. Uma outra investigação alis­
mão partindo tardiamente na estação e sendo ta Utah em primeiro lugar em realização educa­
surpreendidas pelas primeiras nevadas e tem­ cional na América, embora tenha sido classifi­

220 A L IA 1 IO N A
cado etn 32.° lugar em capacidade para susten­
tar a educação.
Outros relatórios mostram que sessenta mor­
mons em cada mil freqüentam o ginásio —
mais de três vêzes de média para os Estados
Unidos; cêrca de nove em cada mil freqüentam
os colégios e as Universidades — quase duas
vêzes mais a média dos Estados Unidos. Exis­
tem também entre êsse povo uma grande pre­
ponderância de graduados nas universidades e
de detentores dos graus de mestre e doutores
do que entre qualquer outro povo na América.
Os mormons fizeram uma indescritível con­
tribuição para a paz e fraternidade. Pregando
o evangelho da liberdade, de amor e boa von­
tade, doando seu tempo e pagando suas próprias
despesas, os missionários, têm circundado o
globo por mais de um século. A Igreja hoje tem
mais de 5.000 missionários com tempo integral
através do mundo.
O mundialmente famoso Côro do Taberná
culo de 375 vozes juntamente com o seu órgão
e a “The Spoken W ord” por Richard L. Evans
tem trazido conforto e inspiração a América tô­
da a manhã de domingo durante vinte e oito
anos. O mais velho programa apresentado de
costa a costa e de custeio contínuo. Em 1955 o
Côro fêz uma jornada que alcançou inteiro su­ P re s id e n te D a v id O. M e K a y , nasceu a 8 d • setem ­
bro de 18 7 3 , cm H u n ts v ille , 110 estado de U tah ; fo i
cesso na Europa dando quaíroze concertos nas o rd en a d o u m A p ó sto lo em 9 d e a b ril de i ç o ó ; apoia­
do P r e s id e n te da I g r e ja em 9 de a b ril de 1 9 5 1 ; d e ­
doze maiores cidades. dico u quatro tem plos e v ia jo u m ais d e m eio m ilhão
de m ilhas com o A p ó stolo e P re s id e n te da Ig re ja .
A Igreja cuida das necessidades sociais e re­
creativas de seus membros. Como parte dêsse
tremendo programa ela dirige aquilo que é con-
As capelas dos Santos dos Últimos Dias
siderdao a maior liga de bola-ao-cesto do mun­
ficam cheias aos Domingos. Durante a semana,
do. Em 1956-57, participaram mil e cem equipes
o trabalho, 0 estudo e organizações recreativas
“ Senior”, e mil e quatrocentos equipes “Ju­
nior”. tumultuam em atividade. A Primária para as
Por de trás do programa de bem estar da crianças, a Mútuo para os jovens, atividades es­
Igreja está a filosofia de que tôda pessoa deve peciais para as mulheres, para os homens e pa­
tomar conta de suas próprias necessidades atra­ ra tôda a família, esportes e acontecimentos atlé­
vés do trabalho e economia. Quando isso não é ticos, exotismo, dansas, jantares, músicas, dra­
possível em virtude de doença, danos, fogo, ou mas e palestras.
enchente, a Igreja toma a responsabilidade evi­ Em religião, em trabalho, em ciência, nas
tando assim que seus membros venham--a ser artes, em educação, e em obras públicas, os
blemas públicos. membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos
No cenário nacional os Mormons têm contri­ dos Últimos Dias têm-se distinguido, demons­
buído com personagens distintas, o Secretário trando as palavras do Salvador: “ PELOS
da Agricultura, no Govêrno do Presidente Eise- SEUS FRUTOS OS C O N H E C E R E IS ”.
nhovver, Secretário da Fazenda dos Estados A luz que o Profeta Joseph Smith viu no oes­
Unidos e muitos outros. te brilha intensamente. ■

Julho de 1959 221


Pertetuando o Propósito do Lar
por ALMA SOM M E
A s s is te n te do C o n selh o dos D o se

A nossa civilização repousa em três colunas: que, sem dúvida, ensinou sua profissão aos fi­
o Lar, a Escola e a Igreja. Destas, o lar é lhos e fê-los reconhecer as virtudes do trabalho
a mais importante, pois produz no povo as qua­ árduo e da dignidade dos labores manuais.
lidades que mais decisivamente determinam seu Podemos concluir do conhecimento de Jesus
desenvolvimento social, cultural e espiritual. das escrituras que Maria e José implantaram
O lar hoje se encontra rodeado de circuns­ indelèvelmente nas mentes dos filhos as histó­
tâncias adversas. Fôrças insidiosas incontáveis rias e ensinamentos da palavra de Deus. Os
se encontram em ação para solapar e enfraque­ pais eram tradicionalmente leitores das escritu­
cer a sua influência. Milhares de progenitores ras. O Velho Testamento que estava inteiramen­
começam a compreender, embora tràgicamen- te ao alcance de Maria e José forneciam um ali­
te tarde, que não existe substituto para um bom cerce indestrutível para a moralidade. As escri­
lar. turas, tanto as antigas quanto as modernas
Muitos pais privaram seus filhos do direi­ quando lidas em casa são um salvaguarda con­
to de uma oportunidade justa na preparação da tra a infidelidade e o ceticismo. Elas inspiram
luta para a vida. Êsses mesmos pais sem o saber tanto aos homens quanto as mulheres que pos­
se privaram das excelsas alegrias que advêm suem uma fé inabalável em Deus para susten­
para os que têm filhos e filhas. tá-los na jornada da vida.
O lar dos Santos dos Últimos Dias é uma A derrota da pobreza e o bem estar econô­
herança cristã. Essa herança alimentou os ideais mico da família começam no lar. Não há maior
do lar como uma instituição divina. A sua pre­ espetáculo do que o de um jovem e uma senho-
servação é uma solene obrigação que se im­ rita unindo as mãos em santo matrimônio, heroi­
põe tanto aos pais como aos filhos. Ela é a se­
camente enfrentando a batalha e a vida, cons­
mente da virtude e integridade.
truindo um lar, fornecendo os confortos necessá­
Pouco sabemos a respeito da infância do
rios, e organizando seus esforços em direção à
Salvador. A história mantém grande silêncio
meta planejada. O seu quinhão serão os frutos
quanto as influências e condições prevalecen- da vitória e do sucesso. A frugalidade é a pa­
tes no lar de José e Maria a não ser que Jesus lavra base.
foi o mais velho de cinco irmãos e duas irmãs.
O problema de renda e receita é um repto
A Sua vida doméstica deve ter sido idêntica à
contínuo. O manejo correto e apropriado do
Sua natureza divina pois Êle “crescia e se for­ lar, torna-se, eventualmente responsabilidade de
talecia em espirito, cheio de sabedoria; e a gra­ tôda a família. A cooperação e o planejo meti­
ça de Deus estava sôbre Êle. E crescia Jesus culoso são necessários e desejáveis. “A estra-
em sabedoria, em estatura e em graça para vagância prolonga as horas”, disse Calvin Coo-
com Deus e os homens”. lidge, e diminue as recompensas do trabalho.
Maria foi divinamente designada antes de Os acontecimentos moveram-se rapidamen­
Jesus nascer e a sua capacidade para o eleva­ te durante as últimas décadas. Foi uma época
do compromisso da maternidade pode, indubi­ de gastos descuidados. Temos adquirido coi­
tavelmente, ser tida como certa. Não é difícil sas luxuosas e confortáveis como nunca. Há os
fazer uma idéia dêsse lar com Maria como dona que tentam desesperadamente ultrapassar os
de casa, preparando as refeições, mantendo a seus vizinhos e amigos independentes dos meios
ordem na sua modesta casa, cuidando das cri­ de que dispõem. A paixão pelos prazeres e exi­
anças em tôdas as suas enfermidades, aconse­ bicionismo constituem uma séria ameaça para o
lhando-se com o seu marido, José, o carpinteiro, lar. Destroi os laços familiares, e deixam de la­

222 A LIAHON A
Uma ajuda para a Lição de Mestres visitantes
para o mês de Setembro
do as virtudes fundamentais de honestidade, mente, e é claro que existe uma relação eterna.
economia e industriosidade. Espera-se que ambos observem os mesmos prin­
A economia é uma das necessidades prepo- cípios e padrões.
derantes de qualquer lar. Ela faz reservas para Êstes ensinamentos são básicos para o nos­
o futuro e protege a família ou o indivíduo con­ so entendimento da finalidade do lar. Como po­
tra as emergências que possam redundar em de­ demos perpetuar essa finalidade?
sastre. A adoção de um programa de economia Hoje o mundo está crescendo numa comple­
inspirará confiança, criará iniciativa, e garanti- xidade cada vez maior. As transformações são
damente desenvolverá o caráter. A economia é súbitas e de grande alcance. Métodos de comu­
essencial ao nosso bem estar econômico e finan­ nicação altamente técnicos em certos respeitos,
ceiro. estão complicando a comunicação no lar. A te­
O lar não é somente a unidade da sociedade levisão, o rádio, e o cinema estão concorrendo
civilazada; êle é também o coração da civiliza­ para desviar a atenção da juventude. Em vista
ção. Na qualidade da mais antiga instituição no de tal concorrência é, às vêzes, difícil conse­
mundo, o lar forneceu o alicerce de todos os go­ guir com que as relações na família não sofram
vernos humanos. A família é o produto do lar. colapso.
Os maiores incentivos para o bem, a honestida­ Com o contínuo progresso da técnica, a ta­
de, boa-conduta e sobriedade — são derivados refa torna-se mais espinhosas. A velocidade dos
do profundo sentido da obrigação familiar. Mas acontecimentos, os interêsses diversificados e as
nestes tempos modernos em que vivemos, a vi­ modernas distrações no seio da família mes­
da familiar começa a se desfazer e os antago­ mo quando estejam fisicamente juntos, tendem
nismos matrimoniais tendem a multiplicar-se. A a criar problemas e dificuldades na unidade fa­
santidade do convênio do casamento está sendo miliar.
desconsiderada e ignorada. Em muitos lugares As crianças começam a enfrentar um perigo
as qualidades religiosas desapareceram comple­ cada vez maior de conhecer aos seus pais ca­
tamente e os votos matrimoniais são feitos im­ da vez menos hoje em dia do que as crianças
pensada e irreverentemente. Os resultados são das gerações passadas. Somente um estudo sé­
aparentes nos tribunais de divórcios e nos lares rio e cuidadoso poderá impedir que a frágil li­
divididos, famílias desrespeitadas, crianças in­ nha da comunicação familiar se quebre. Não é
disciplinadas, pais desapontados nas manifesta­ que os pais não sejam conscienciosos e bons,
ções de criminalidade que são tão flagrantes e mas os seus esforços para comunicar esta bon­
correntes. dade e integridade pessoal aos seus filhos po­
Qual é a resposta a uma condição tão desen- derão se perder na luta competitiva para captar
corajadora e perigosa? Não é uma vida fami­ a atenção dos seus filhos.
liar centralizada ao redor de ideais e padrões Pais que trabalham e se preocupam com ati­
espirituais, como os que foram estabelecidos pe­ vidades sociais e comerciais estão numa desvan­
los pioneiros que estabeleceram o alicerce do tagem crítica neste desafio de comunicação. Po­
progresso e da estabilidade? Deve-se restaurar de tornar-se tentador tomar o “caminho fácil” e
o conceito espiritual da família com o pai como adiar as responsabilidades da família. A tão
o chefe da unidade familiar. usada decisão de que “eu posso esperar até
Foi sob as condições de desintegração fami­ amanhã” pode ser fatal. O amanhã virá e ir-se-á
liar que Jesus apresentou Sua condenação do e com êle podem vir e ir os laços dos filhos.
divórcio. A união matrimonial é sagrada para A responsabilidade da família começa com
Êle. O marido e a espôsa se pertencem mutua­ os pais. Essas responsabilidades não podem ser

Julho de 1959 223


transferidas para a escola ou para a Igreja. Os
pais devem assumir sua responsabilidade como
se fôssem somente dêles, como se não houves­
sem agentes substanciais para ajudá-los. Com
êste ponto de vista, os pais não podem supor
coisa alguma, e o que quer que seja adicionado
fora de casa, adiciona muito mais às virtudes
e amor que são ensinados no círculo familiar.
A construção do lar é importante para o
crescimento, tanto dos pais como dos filhos.
Quando os pais estão com os filhos, êles geral­
mente estão melhor. Os pais crescem em conse­
qüência do seu desejo de ser um exemplo. En­
tão, o amor se expande na bondade e compreen­
são que tal parentesco cultiva. Os filhos ajudam
os pais, e os pais ajudam os filhos em seu de­
senvolvimento mútuo. É um círculo divino. Con­
forme os pais os amam, os filhos respondem
àquele amor e o armazenam na fonte de seu ca
ráter, os ideais que os guiarão como pais em
Ensinar a Prim ária .. . E u ?!
(con tin u ação da páylnn içf)')
seus futuros lares.
Em outras palavras, se os pais estabelece sinar. Outra investigadora, depois de anos de
rem o padrão em suas próprias casas, êste se interêsse pela Igreja finalmente aceitou o ba­
tornará um padrão que pode ser perpetuado nos tismo, depois que seu filho começou a freqüen­
lares de seus filhos. Desta maneira os filhos tar a Primária que eu pensara ser perda de
aprenderão as técnicas e ideais de boa vida fa­ tempo. Ela hoje faz parte do Conselho da Pri­
miliar e crescerão sentindo que o lar é um san­ mária. E há outros mais.
tuário de força e amor, e o propósito do lar será Talvez que a maior alegria de tôdas tenha
perpetuado de geração a geração. Nossos exem­ sido a que tive durante uma recente visita ao
plos hoje são as raízes dos lares de amanhã. meu antigo campo de trabalho. Uma simpática
O lar depende da Igreja e do sacerdócio pa­ jovem que estivera participando da reunião se
ra sobreviver como uma instiutição eterna. O aproximou de mim dizendo: “Na certa você se
lembra, não Elder?” Um pouco confuso, confes­
convênio do casamento para êste período e tô­
sei que realmente não a conhecia. E veio a res­
da a eternidade é realizado através e pelo San­
posta: “Pois você deveria, uma vez que foi você
to Sacerdócio. Para ser elegível a êste paren­
quem me ensinou a lavar o rosto e pentear os
tesco eterno, os pais e filhos precisam provar-se
cabelos”. Depois de uma curta pausa ela acres­
dignos por guardar todos os mandamentos. O centou: “E agora eu estou na Igreja”. Ainda me
lar, a Igreja, e os quoruns do sacerdócio são lembro bem das palavras de Ray E. Dillman,
uma unidade para prover os caminhos e manei­ meu presidente de missão. “Elder, a vida é cheia
ras para a exaltação no reino celestial, A per- de coisas que não queremos fazer, seja servir
petuidade do lar e da família vêm como resul­ no exército, seja aceitar uma outra responsabi­
tado de um viver limpo, de uma conduta honra­ lidade — mesmo a de ensinar Primárias ou ser­
da diante de Deus e dos homens, de uma de­ vir missão no Nebrasca. Não se esqueça, porém,
monstração de fé no verdadeiro Deus vivente e que cada desafio dêsses traz consigo também
no evangelho restaurado de Jesus Cristo e pela uma bênção. Queira sempre aceitar os desafios
observância de tôdas as leis e ordenanças per­ que receber e as suas experiências se tornarão
tencentes ao plano de vida e salvação. Não há em seus milagres pessoais”.
outro caminho. ■ Ensinar a P rim á ria ... EU ?! POIS CLARO!

224 A LIAH ON A
Sua Dúvida reito de Deus, porque saberá o no­ Filho Unigênito, para que todo aquê­
( contin u ação da página 1 9 7 ) me pelo qual será chamado: pois que le que n’Êle crê não pereça, mas te­
será chamado pelo nome de Cristo. nha a vida eterna” (João 3:16).
1.?) Que querem tomar sôbre si o
nome do Filho. “E acontecerá que aquêle que não Pela sua expiação a ressurreição
tomar para si o nome de Cristo, de­ tornou-se universal, e tôda alma terá
2.«) Que sempre se lembrarão d’Êle.
verá ser chamado por outro nome; seu corpo devolvido ao Seu espírito,
3.9) Que guardarão os mandamentos
portanto, êsse se encontrará ao lado insepràvelmente ligados, para jamais
que Êle lhes deu.
esquerdo de Deus. se separarem. V irá mais ainda para
Como tomamos sôbre nós o no­
“E quisera que vos lembrásseis, os verdadeiros crentes a remissão de
me do Filho ?
também, de que êste é o nome que seus pecados as bênçãos da vida eter­
A Igreja é chamada segundo Seu
Eu disse que vos daria e que nunca na, que é morar na presença de Deus.
nome, e devemos lembrar que parti­
seria apagado, a menos que o fôs­ Estas são as coisas de que nos deve­
lhando do sacramento, reconhecemos
se pela transgressão; tomai, portan­ mos lembrar.
Sua mão-em-nossa«<redenção-d3 mor­
to, cuidado para não transgredir, pa­
te, que é uma dádiva para todos os A terceira coisa é lembrar que
ra que o nome não se apague de vos­
homens, e na remissão de nossos pró­ em nosso convênio prometemos guar­
sos corações.
prios pecados, que vem através de nos­ dar todos os Seus mandamentos. Co­
sa obediência e observância dos man­ “E digo-vos m ais: eu quisera que mo pode um membro da Igreja par­
damentos. vos lembrásseis de guardar sempre tilhar do Sacramento e renovar os
O Rei Benjamim deu-nos um ex­ êste nome escrito em vossos cora­ convênios, e sair desta sagrada reu­
celente esclarecimento sôbre o que ções, para não serdes encontrados ao nião, e deliberadamente quebrar
significa tomar sôbre si o nome do lado esquerdo de Deus, mas que pos- qualquer dos divinos mandamentos!
Filho. Devido ao convênio que faze­ sais ouvir e conhecer a voz pela qual Ao fazer semelhante coisa trazemos
mos somos espiritualmente gerados sereis chamados, e, também, o nome condenação para nossas almas. Será
filhos e filhas de Jesus Cristo. Tor- pelo qual sereis chamado” (Mosi.th muito melhor para os membros da
namo-nos Seus filhos e filhas por­ 5:8-12. Igreja nunca partilharem dêsses sím­
que Êle nos redimiu e deu-nos vida, Para “sempre lembrá-Lo” não sig­ bolos, para renovarem êsses três con­
derrotando assim o poder da morte. nifica simplesmente lembrar que Êle vênios, que partilharem dêles e de­
Disse êle: foi crucificado, mas ter sempre em pois cometerem pecados. É, contudo,
“E sob esta cabeça sereis salvos, mente as razões disso, e as bênçãos uma ordem solene do Senhor, que
e não há nenhuma., outra, caheça, pela que advjem sôbre cada um de nós partilhemos do Sacramento. Aquê­
qual podereis ser libertados. E não através de Sua morte e ressurrei­ les que repetidamente não observam
há nenhum outro nome pelo qual se ção. Devemos o grande sofrimento e êste mandamento e não assistirem a
obterá a Salvação; eu quisera, por­ o quanto lhe custou para levar a cabo essa reunião, perderão o Espírito do
tanto, que tomásseis sôbre vós o no­ a grande expiação. Devemos também Senhor, pois Seu Espírito não habi­
me de Cristo, todos vós que prometes- lembrar que Êle, o fêz, por causa de tará com aquêles que falham seguida­
teis a Deus ser obedientes até o fim Seu amor, não somente por. aquêles mente na renovação dêstes convênios.
de vossas vidas. que crêem n’Êle, mas também por to­ Esta é a doutrina que Paulo tentou
E acontecerá que quem cumprir do o mundo: “Porque Deus amou o ensinar aos membros da Igreja em
isso, será encontrado ao lado di­ mundo de tal maneira que deu Seu Corinto.

A T IV IDA DES DO S G R U P O S DE ÉLD E R E S DO l.« Q UO RU M


R E S U M O D O S R E L A T Ó R IO S
DA MISSÃO BRASILEIRA — Mês de Fevereiro de 1959
D O S M E S T R E S V IS IT A N T E S
de fr e q ü ê n - D U R A N T E O M Ê S D E F E V E R E IR O
N .° de a nas R e u ­ É ld e r e s em D E 1958
L íd e r do G rupo Ram o G ru p o s n iõ es
Ê ld e re s M is são % dos
Sa c. Sa cr. % d as F a ­ M est. V is it
DIS TR ITO S m ílias V i ­ P re s. R e u ­
sitadas nião R ela
Dib Antônio Gay Campinas 10 84,37 45.00 tó rio
Frederico Rau Ipoméia 7 46,84 50.00 B a u ru ............ 55 25
Oscar Pieske ...... Joinvile 6 90.00 58.00 Cam pinas 38 30,5
Arnaldo Gaertner Ponta Grossa 53,12
C uritib a ............ • • 40,5 i 9,5 (* )
•• 46,3 29
Otto H . Klein Pôrto Alegre 50.00 54.00 Tuiz de F o r a . 44 —
Jorge Aoto .......... Ordem 50.00 P ô rto A le g re . 44 43
Luís Cunha Bueno Rio Claro 5 71.00 90.00 R io C laro 47 59
IValter Spãt ...... 18 R io de Ja n e iro
São Paulo 46.00 54,16 20 18

José Gruntoski .... Cuiitiba 15.00 81,25 S ã o P au lo . . . 53 23


C apital ............ 70 70
M IS SAO •• 45,7 31.7
N.Ç de Élderes em outros Ram os: 30. (*) R ela tó rio s incom pletos.
N O T A : Os itens r.áo preenchidos o são por falta de Relatórios.
N.? de Élderes em outros Ramos: 18

Julho de 1959 225


Sacerdócio da Missão
e d ito r e s : Presidente IVm. Grani Bangerter e Harold L. Micltel

O trabalho dos Mestres Visitan­


tes está em paralelo com o dos mis­
R E L A T Ó R IO D A C O N F E R Ê N C IA D E 9 sionários. Dêles é também a respon­
D E A B R IL D E 1959 sabilidade missionária. O trabalho
dos Mestres Visitantes é o de con­
Acredito que de muitas maneiras, aqui e agora na servar os membros convertidos.
mortalidade, podemos começar a aperfeiçoar-nos a nós Muitos Mestres Visitantes dão tes­
mesmos. Poderemos atingir um certo grau de perfei­ temunho da alegria que receberam ao
ção nesta vida. Creio que poderemos ser cem por cento conseguir reavivar membros que eram
indiferentes. H á pouca diferença en­
perfeitos, por exemplo, em nos abster do chá e do café.
tre a recompensa que os missioná­
Poderemos ser cem por cento perfeitos em nos abster do
rios receberão por trazer conversos
álcool e do fumo. Poderemos ser cem por cento perfeitos à Igreja, e a compensação que os
pagando nosso honesto dizimo. Poderemos ser cem por Mestres Visitantes podem esperar
cento perfeitos em nos obster de tomar duas refeições no por trazerem de volta à atividade
dia de jejum e dar à Igreja, como oferta de jejum, o seu aquêles que se tornaram apáticos pa­
valor em dinheiro. ra com a Igreja.
Poderemos ser cem por cento perfeitos em guardar Mestres Visitantes que não tive­
os mandamentos que diz que não deveremos profanar o rem a satisfação de trazer alguém
nome do Senhor. Poderemos ser perfeitos em guardar o de volta à atividade deveriam acei­
mandamento que diz: “Não cometerás adultério" (E x . tar o desafio, tornando-o um de seus
20:14). Poderemos ser perfeitos em guardar o manda­ objetivos para 1959. Isto adicionará
mento que diz: “Não furtarás” (Ex. 20:15). Podere­ muito à sua alegria de trabalhar tor­
mos nos tornar perfeitos em guardar os vários outros nando sua tarefa muito mais efetiva.
mandamentos que o Senhor nos tem dado.
Estou certo de que um dos grandes desejos do Se­ O Trabalho dos Mestres
nhor nosso Deus é que guardemos o grande mandamen­ Vivitantes Feito Fervoro­
to que diz: “Sede pois perfeitos” (M at. 5:48 ), e que samente tem Ricas Re­
possamos fazer tudo isso è a minha humilde prece em compensas
nome de Jesus Cristo. Amém. ■
professor que, com êxito, en­
O sina os princípios do Evange­
lho, raramente não está incluido en­
Mestres Visitantes em Pa­ menos uma vez durante a sua car­ tre aquêles que apreciam seu traba­
reira no ministério.
ralelo com Misisonários lho. Onde quer que alguém vá, nesta
Porque deve, a conversão daque­
grande Igreja, poderá observar aquê­
T TM dos momentos mais felizes de les que procuram a verdade, ser uma
les que são respeitados devido à sua
um missionário é quando êle experiência enaltecedora ? Jesus ex­
habilidade de ensinar. Lembramo-nos
converte um honesto investigador ao plicou que trazer almas para Êle é o
evangelho. Milhares de missionários do h in o : “Graças erguemos ao Rei
trabalho mais digno que alguém po­
declararam esta experiência como de realizar. Se é o maior trabalho, Celestial por nossos docentes de no­
sendo o climax do trabalho missio­ não há razão para que não traga a bre ideal”.
nário. Todo missionário almeja ter maior alegria àqueles que fervorosa­ Esta expressão caracteriza os sen­
esta tão edificante experiência pelo mente servem como missionários. timentos que os membros têm para

226 A LIAHON A
com os professores que acalentaram
a sua fé e aumentam o seu entendi­
mento. | Lição para os Mestres Visitantes do Ram o |
A palavra “luz” é usada freqüen­
temente nas escrituras. O Salvador Lição N." 9 — Setembro de 1959
ctisse: " . . . Eu sou a luz do inundo;
quem Me segue não andará em tre­
vas, mas terá a luz da vida” (João P E R P E T U A N D O A F IN A L ID A D E |
8:12). No Sermão da Montanha, Êle
admoestou Seus discípulos : “Assim | DO LAR |
resplandeça a vossa luz diante dos ho­ O lar é a habitação do homem. Êle é de origem divina, e ê, E
mens, para que vejam as vossas boas £ portanto, uma instituição sagrada. O Lar foi, há muito tempo, re- £
obras, e glorifiquem a vosso Pai, que ^ conhecido -como o fundamento da comunidade e nação. Através das =
está nos céus” (Mat. 5:16). A luz a 2 facilidades do lar tôdas as virtudes de uma sociedade nobre são pre- P
que se referiu Jesus era aquela que p servadas. A raça humana é perpetuada• os alicerces do caráter são g
aumentaria a visão e a percepção da =| ausentes, a indústria é incrementada; riquezas são acumuladas, a =
verdade nas mentes de Seus segui­ H arte é cultivada e a religião é mantidet. As experiências do lar são =
dores.
s os fatôres que determinaram o futuro da maioria dos homens. Nos p
Se um Mestre Visitante tem um
p lares onde os altos ideais são mantidos, os pais e não os professores P
propósito após o outro, deve ser pa­
J assentam os alicerces de caráter, os princípios da economia, e fé em W
ra irradiar a luz. Para fazer isso, êle
deveria ensinar as verdades do evan­ p Deus, nos corações de seus filhos. p
gelho, de modo a trazer almas da A presente civilização é o produto do lar, da escola e da Igreja. p
escuridão para a luz. p Destes três meios o lar ê por certo o mais importante. McCullock em E
A vida de Helen Keller é a his­ seu livro “Lar o Salvador da Civilização’’ diz, o seguinte: “Entre p
tória de um professor que trouxe luz j todos os fatôres que entram no ambiente de tuna criança ou de qual- P
para alguém que estava na escuri­ P quer pessoa para êsse fim , o lar é por certo o mais poderoso, tanto g
dão. Helen Keller está pagando tribu­
^ assim que pode se dizer que o lar pode formar ou destruir caráteres. p
to à sua grande professora, Anne
p A criança desde o dia de seu nascimento, até pelo menos, os doze =
Sullivan, quando disse: “Ela libertou
= anos, é tão dominada pelas influências do lar, boas ou más que ela é p
o meu espírito”.
p completamente incapaz de resisti-las. Uma grande responsabilidade %
P pesa sôbre os ombros dos pais para criar boas influências no lar. p
Desde o dia em que esta Igreja foi organizada, a definição do p
A Presidência do Quorum
p lar tem sido um de seus principais objetivos. O lar de acôrdo com a W
Informa 5 nossa crença, se devidamente estabelecido, é uma instituição perma- £
Dia 16 de abril do corrente ano, p nente que durará através das eternidades. As fôrças do mal não es-
foi realizada a 6.!l Reunião Social do tarão em atividade minando e ameaçando para enfraquecer o san- =
Grupo de Élderes do Ramo de São
p tuário do lar. Se o ensino prático que a criança deve receber no lar p
Paulo. Como nas vêzes anteriores,
foi realizada na casa de um irmão, e = fôr negligenciado, a Igreja e a escola não podem de ntodo algum p
desta vez, foi na casa do irmão Wer- §§ compensar a perda. Os pais devem esforçar-se para viver de acôrdo =
ner K. Sporl.
A reunião foi muito agradável, ten­ = com a divina admoestação: “e êles também ensinarão as suas crian- p
do comparecido regular número de - ças a orar e a andar em retidão perante o Senhor” (D. & C. 68-28). p
Élderes e suas famílias. Após pe­
p Se os pais qtiizerem atingir essa meta com êxito, aqui estão al- p
queno programa, saboreamos delicio­
sos quitutes e bolos trazidos pelos = guns princípios básicos que devem receber atenção para o treino das p
participantes. J crianças no la r : W
Dia 10 de maio p.p. foi realizado
= I. Implante em seus corações fé em Deus.
um ótimo pic-nic, organizado pelo
Grupo de Élderes do Ramo de S. p 2. Saliente sempre a necessidade de viver em um plano alto de p
Paulo, no belo terreno da futura ca­ moral, salvaguardando assim a virtude e a castidade;
pela, o qual podemos dizer que é
maravilhoso local, todo arborizado p 3. Ensine-as a serem obedientes e a viverem a; lei;
e muito apropriado para êste fim. T i­
p 4. Saliente a necessidade de serem honestos nas relações com o p
vemos esportes, brincadeiras e con­
cursos. Obtivemos também renda pa­ p próximo; =
ra o fundo do Quorum e Constru­ p 5. Incuta nelas o desejo de aceitarem as responsabilidades no lar jf
ção.
A Presidência do Quorum mandou deixando-as tomarem parte nas tarefas diárias do lar;
confecionar distintivos com as ini­ p 6. Ensine-as a serem industriosas e a evitarem a indolência;
ciais S . U . D . os quais podem ser ad­
quiridos aqui em São Paulo, e em = 7. Eduque-as nos princípios da economia e da sobriedade. B =
breve serão também enviados para os
outros Ramos. ^'MliruilllllliMIIPillllllli^lllMiiiiiiiiriiiniiiiiiiiiMiiiMiiiiiiMiiiiiiiiHiiniiiiiiiinillMiliiiiiiiMIIIMiiiiiiiirjiiiMiiiiiiiiiMlirillliiliiMlili'^.

Julho de 1959 227


r rente dos outros, pois, nestas alturas-
já eram 23 horas. Todos os membros
presentes a A . M . M . locomoveram-
-se para a bela praia, dando assim um
toque diferente de encantamento
àquele belo recanto carioca. O nosso
novo irmão chama-se: Lorival dos
Santos. Parabéns ao novo membro e
que êste, tenha sempre em mente os
convênios feitos com Deus nas águas
do batismo.

ATENÇÃO RAM OS * 18 de abril — Data em que te­


ve início a Conferência do Distrito.
Enviem seus artigos para a secção “Seu Ramo” pa-
Era um sábado bem bonito e que a
rara o Escritório da Missão de maneira tal que cheguem
A . M . M . aproveitando realizou um
no dia 10 de cada mês.
Inclua somente os itens de maior interêsse para a baile, onde foram apresentados nú­
Missão. Faça com que êsses artigos sejam acompanha­ meros especiais pelos outros Ramos.
dos de distintas e ilustrativas fotografias. O tema era “Uma Viagem à Euro­
pa”. Havia também os tradicionais
comes e bebes. No dia seguinte às 10
Ramo de Sto. Amaro pequeno relato do que foi a S . S. em horas houve então a 1 parte da
1958 em nosso Ramo. Contamos tam­
★ É com prazer que podemos ver Conferência e logo após, a Socieda­
bém com a presença de nossas que­
cada dia, o progresso do ramo co­ de de Socorro deu um almôço, cujo
ridas Sister Jackie e Sister Bodily.
mo também a grande ajuda que os fundo foi revertido para a próxima
Neste dia tivemos também o ani­
Élderes lhe tem prestado. Conferência dos Jovens.
versário de nossa irmã Conceição R o­
★ Tivemos no dia 4 de abril o
drigues De Seta e fizemos um peque­ Às 14 horas houve a 2.» parte, on­
batismo de Elizabeth Vassel, pelos Él­
no lanche que foi oferecido pelas de fêz-se ouvir o Presidente da Mis­
deres Sorenson e Wiese.
irmãs da mesma, e uma pequena lem­ são Brasileira, W illiam Grant Ban­
Foi-se mais um. Esperamos quê
brança foi oferecida a tôdas as se­ gerter. À noite foi apresentada a
teremos daqui a pouco outros.
nhoras e senhoritas. peça “Louvai ao Senhor” onde toma­
★ D ia 17 de abril, a A . M . M . deu
E por fim formamos uma dupla ram parte os membros do distrito.
um baile com lanche; vieram investi­
eu e minha irmã Alda Lopes e apre­ Dêste modo a Tijuca “aconteceu”
gadores que gostaram muito e estão
sentamos um número musical.
certamente esperando a próxima fes­ em mais uma Conferência do Dis­
ta para poderem comparecer. E finalizamos com uma oração
trito.
oferecida p"la nossa Sister Jackie.
Tá agora estamos preparando as Leopoldo Batista
Foi um dia muito feliz.
festas juninas com churrasco, danças
e muita alegria. Ram o de Joinvile
Esperando êste dia acabo meu re­ Ram o da Tijuca
★ A presidência da primeira
latório, pedindo a Deus que nos aben­ ★ 4 de abril — Mais uma reali­
Sociedade de Socorro organizada no
çoe a todos, e que o Ramo possa zação memorável veio “acontecer”
sempre, sempre mais progredir pri- Brasil ainda es*á unida depois de
nesta data em nosso Ramo. Foi quan­
ra o bem. 26 anos de trabalho no Ramo de
do a A . M . M . liderou um programa
Jonvile.
de despedida ao nosso querido presi­
Ram o de Niterói dente do distrito, Elder Douglas C. Membros da Sociedade de Socor­
Collier. Após um ano e três meses ro de todo o pais rendem a sua sin­
•k 18 de março de 1959 — Neste
êste nos deixou e rumou para o “Sta­ cera e respeitosa homenagem às mães
dia fizemos uma festinha onde co­
tes”, deixando saudades e também o da primeira Sociedade de Socorro
memoramos o 117.9 aniversário da
seu nome na história do Ramo da T i­ do Brasil.
fundação da Sociedade de Socorro.
Fizeram parte des*a várias irmãs e juca, devido aos seus inúmeros traba­ A Sociedade de Socorro de Join­
amigas da Igreja. A mesma foi diri­ lhos. Para você, Elder Collier, muitas vile, foi organizada em outubro de
gida pelo presidente da S. S. , nossa felicidades, são os sinceros votos dos 1933, contando com 24 senhoras.
irmã Nila Câmara que nos relatou a tijucanos. Através dos anos elas continuaram
história da fundação da Sociedade de Nesta mesma noite, logo depois a contribuir para o desenvolvimento
Socorro. A festinha foi iniciada com do programa especial de despedida, do Ramo e para o crescimento espiri­
uma oração oferecida pela nosas irmã fomos “acontecer” mais uma vez na tual das famílias a êle pertencentes.
Lu':za Ferreira, depois tivemos pela Praia Vermelha, onde fêz-se reali­ Que o Senhor derrame sôbre elas as
irmã Maria de Lourdes Casteki ,im zar um batismo. Éste foi bem dife­ Suas bênçãos!

2l>8 4 L íA H O N A
TM alto grau de realização no paulistanos por terem ajudado no su­
crescimento espiritual e social cesso da jornada, e fazer um calo­
dos Santos dos Ültimos Dias na área roso convite para que apareçam na
Santos-São Paulo, foi alcançado du­ próxima.
rante os três dias de fim-de-semana Na tarde do dia seguinte, sábado,
em maio, quando o Ramo de San­ Santos apresentou o seu Baile de
tos hospedou os visitantes de São Amizade e União, que foi um valio­
Paulo. Cêrca de 150 pessoas apare­ so auxílio para relacionar os mem­
ceram na tarde sexta-feira, quando bros dos vários Ramos. Uma atmos­
houve um pic-nic na praia, tomando fera alegre prevaleceu nos aconteci­
parte nos divertimentos e cooperan­ mentos e os que estavam presentes
do para o esplêndido espírito de ir­ terão recordações agradáveis que os
mandade que estava presente em manterão felizes durante um bom
abundância. Vários membros dos R a­ tempo.
mos da Penha, Santana, Centro e Os três dias de festa culminaram B a t is m o ... 6 de ju n h o .
no domingo com a realização da Con­
Santo André, e muitos amigos da
ferência do Ramo de Santos. O Es­ permaneceram em Santos para a pri­
Igreja, excursionaram pelas praias
pírito do Senhor foi sentido e foi meira sessão da Conferência e vol­
favoritas de Santos. O Ramo de Vila
de grande auxílio através das ativi­ taram aos lares à tarde. O Presi­
Mariana destacou-se por ser o que
dades. Os membros de São Paulo dente Harold L, Mickle, Primeiro
prestou os serviços mais valiosos,
Conselheiro da Presidência da Mis­
principalmente por ter conseguido um são Brasileira, presidiu durante a
ônibus que conduziu a todos. Um sessão da tarde. Suas palavras foram
acontecimento que alegrou a todos muito bem recebidas e muito agra­
foi a chegada do hóspede de hon­ daram, bem como as dos outros ora­
ra, nosso querido Presidente Ban­ dores.
gerter e Exma. Família. Depois cie O que sentiam todo os Santos
um bom tempo de brincar n’água, de Santos e São Paulo que partici­
jogar volei, tirar fotografias e des­ param dêsse fim-de-semana, foi a
cansar das atividades que fazem um ampla compensação do tempo e es­
pic-nic divertido, tivemos um chu­ forços dispendidos. Êles podem ima­
rrasco e refrescos oferecidos pelo ginar poucos meios melhores para
Ramo de Santos. Com tais ativida­ passar um feriado do que com seus
des saudáveis, a festa terminou na­ irmãos e irmãs no Evangelho, viven­
turalmente muito feliz, e os San­ do os princípios religiosos que Deus
tos de Santos querem agradecer aos N o v o s m em bros in g ressa m 110 R am o. ordenou para o progresso eterno.

Coopere na Campanha Pró Divulgação D ’A L I A H O N A


Julho de 1959 229
1.9 Conselheiro H. L. Mickle Presidente Wm. Bangerter 2.9 Conselheiro D. B. Christenson

Sister Joy Bodily. estenógrafa Elder A. J. Day I II,


Contador

Elder Monte J . Gibson, Elder Donald Phippen,


Historiador Registrador
Elder D. T. Gossett,
Genealogia

'./deres H. D Groom & O. J


Stevens, Comissários
Elder M. B. Cox Jr Elder John D. Hibbert,
lmpressor “d Liahona” & Traduções

230 A LIA H O N A
OS PIONEIROS
pelo Presidente David O. McKay

Neste mesmo mês, há cento e dose anos atrás, o estabelecerem seus lares. Nada era convidativo: na ver­
grande líder, Presidente Brigham Young, contemplou dades, êles haviam sido prevenidos por homens que ha­
o Vale do Lago Salgado' e disse: “Êste é o lugar”, bitavam as montanhas que pouco haveria de crescer
Das realizações do povo que êle conduziu, e daque­ no vale.
les que seguiram em sucessivas ocasiões, muito foi es­ Porém, o que vemos hoje? Lindas cidades e vilas
crito com justo valor. Sua imorredoura bravura e he­ florescendo, o clima modificado, seu fruto inegulável,
roísmo têm sido e continuarão a ser um guia e uma substanciais e confortáveis lares por tôda a parte. A
luz encorajadora a todos que leram sua simples mas quem devemos tudo isso? Ã Divina Providência, aos
incomparável história. Os homens podem morrer, mas pioneiros de 1847, e aos dos anos subseqüentes. Êles
os princípios continuam a viver. Idealismo é sempre a eram construtores, colonizadores, benfeitores, para a
fonte de inspiração e progresso. nossa nação, benfeitores para a humanidade.
Quais foram alguns dos fatôres que impulsiona­ 0 que teria, em mente 0 Presidente Young quando
ram nossos pioneiros? Foi a fé em Deus como um Pai disse: “Êste é o Lugar?"
Amoroso que guia. e sempre guiará através da inspira­ Lendo os seus sermões, achamos que êle tinha em
ção, aquêles que O procuram com sinceridade; foi a mente, primeiro a elocução profética do homem a quem
defesa da liberdade de adoração a Deus como exige a amava, o Profeta Joseph Smith, que profetizou que
consciência; foi a sublime confiança na liderança ins­ os Santos haveriam de ir para o Oeste, construir ci­
pirada que ocasionou alguns quinze mil Santos dos dades, e tornar-se um povo poderoso no meio das Mon­
Ültimos Dias a procurarem refúgio nas planícies entre tanhas Rochosas.
Nauvoo e Winter Quarters, no declínio de 1846, e vi­
Segundo, quando aquêle grande líder proferiu a
rem estabelecer-se nos vales do oeste. Êsses pioneiros,
sentença: “Êste ê 0 Lugar”, êle tinha, em mente que
homens e mulheres, ofereceram suas vidas pela manu­
alí êles encontrariam um lugar de refúgio e paz.
tenção da Grande Causa.
O trajeto dos Santos dos Últimos Dias de N au­ Terceiro, êle tinha, em mente que dêste centro ir-
voo a Winter Quarters, e dali para Lago Salgado, é radiar-se-ia para todo o mundo a mensagem da verda­
wn dos fatos de maior realce na história da coloniza­ de, tão longe quanto fôsse possível para aquêle peque­
ção. Bancroft, o historiador, escreve: no território e aquêles que o seguiram declarariam
aquela verdade ao mundo, para estabelecer-se a irman­
“N ão há paralelo na. história do mundo desta mi­ dade, paz, e, acima, de tudo, fé em Deus, nosso Pai.
gração para Nauvoo. N a antigüidade, o êxodo do E gi­
to fo i de uma terra pagã, de idólatras, para uma região Quarto, êle tinha em mente estabelecer nesse lu­
fértil designada pelo Senhor para Seu povo escolhido gar, a adoração, a indústria, a educação e serviço m ú­
da terra de Canaan. Recentemente, peregrinos fugindo tuos.
para a América vieram de um povo hipócrita e despó­ Relativamente à importância, da. educação, disse 0
tico —• um povo que tinha poucas pretensões com. a Presidente Young, logo depois de entrarem no vale:
liberdade civil ou religiosa. Foi êste mesmo povo, que
“Primeiramente, construam seu forte e projetam-
fugiu das perseguições do Velho Mundo e que veio
s e contra depredações. Logo que tenham construído
gozar a liberdade de consciência nas terras virgens da
suas casas de madeira, construam um número sufici­
América, que estava agora perseguindo seus descen­ entes de salas para servirem como escolas, assistidas
dentes e associados que reclamavam o direito de dife­ pelos melhores professores, e dêem a tôdas as crian­
rir dêles na prática, religiosa, precisando, entretanto,
ças uma oportunidade para continuarem seus estudos.
refugiar-se no oeste. Aquêles que têm oportunidade de educar seus filhos e
“Os Mormons foram conduzidos para bem longe não o fazem, não são dignos de ter filhos. Ensine a
da civilização, onde construíram a sua própria cidade; seus filhos os princípios do Reino para que êles pos­
isto precisavam êles abandonar agora e entrarem pelas sam crescer em retidão”.
selvas, sujeitos a tudo, inclusive índios selvagens. To­
Cumprimento da profecia — um lugar de refúgio
dos os vínculos do passado foram partidos, Êles eram e paz — um centro do qual irradiar-se-ia a mensagem
tão pobres que suas maiores aspirações era. ter o ne­ da verdade -— um lugar para estabelecer a verdadeira
cessário para sobrevwerem. Se alguma vez um sonho adoração, indústria, educação e trabalho -— estas são
de conforto ou luxo vislumbrava-lhes o espírito, sen­ algumas das conotações na mente de Brigham Young
tiam-se tristes e enterravam logo aquêle sonho para quando disse: “Êste é o Lugar”.
que não mais os vexasse” .
A êstes intrépidos, amantes da inspiração da fé,
No dia vinte-e-quatro de julho de 1847, 0 que vi­
da liberdade de adoração a Deus como exige a cons­
ram êles no Vale do Lago Salgado? Êles viram um
ciência, nós dedicamos um dia do ano em agradecida
deserto, ouviram 0 uivo do coiote, viram, à distância,
recordação:
fumaça produzida pelo fogo dos índios e o lago sal­
gado, no oeste, refletindo 0 brilho do sol; mas, apa­
rentemente, aquêle não era um lugar apropriado para “S A L V E 0 V IN T E -E -Q U A T R O DE J U L H O !”

Julho de 1959 231


O grande Lago Salgado - Utah

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