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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO

1.1. Clarificações iniciais

1.2. Sobre a Igreja

1.3. A origem da Igreja

1.4. A igreja de Jerusalém em Atos dos Apóstolos

1.5. Prerrogativas da Igreja

2. A NATUREZA E MISSÃO DA IGREJA

2.1. A tríplice missão da Igreja

2.2. A adoração da igreja

2.3. A organização da igreja e seu ministério

2.4. O ministério de Paulo

2.5. O ministério local

3. FUNÇÕES DO MINISTÉRIO

3.1. A ilustração da mão

3.2. Dons de Deus para a igreja

3.2.1. Apóstolos

3.2.2. Profetas

3.2.3. Evangelistas

3.2.4. Pastores

3.2.5. Mestres

4. DISCIPLINA NA IGREJA

4.1. A origem da disciplina


4.2. A função da disciplina

4.3. Ministrando a disciplina

5. AS ORDENANÇAS

5.1. A natureza das ordenanças

5.2. O batismo em águas

5.3. A Santa Ceia do Senhor

5.4. A participação na Ceia

5.5. O simbolismo da Ceia

6. FINANÇAS NA IGREJA

6.1. Sobre o dinheiro

6.2. A administração da igreja

6.3. Considerações finais


INTRODUÇÃO

“E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o


Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus,
respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és
tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a
carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos
céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro,
e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e
as portas do inferno não prevalecerão contra
ela;”
(Mateus 16:16-18)

Clarificações iniciais:

Há grandes divergências entre as linhas interpretativas acerca desse trecho das


palavras de Jesus para Pedro. De fato,a Igreja Católica Romana estabelece Pedro como o
primeiro papa por considerarem ser ele a pedra sobre a qual a Igreja seria construída.

Acontece, entretanto, que isso se dá por causa de um erro de interpretação sobre o


real significado das palavras de Cristo. Petros, o nome proferido por Jesus, significa um
fragmento de rocha, isto é, uma pequena pedra. Dessa forma, é evidente que a frase “sobre
esta pedra edificarei a minha igreja” aponta para a verdade de que Jesus é Cristo, o Filho do
Deus vivo.

“Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os


edificadores, a qual foi posta por cabeça de
esquina. E em nenhum outro há salvação,
porque também debaixo do céu nenhum outro
nome há, dado entre os homens, pelo qual
devamos ser salvos.”
(Atos 4:11,12).

Sobre a Igreja:

A igreja possui poder deliberado por Jesus para pregar sob quaisquer condições,
enfrentando seja o que for para a causa do avanço do Evangelho. Na condição de expansores
do Reino, os pregadores da Palavra estão munidos de um armamento invisível, isto é,
espiritual, porém infalível. Essas palavras nascem dos lábios do próprio Jesus:

“Eis que vos dou poder para pisar serpentes e


escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada
vos fará dano algum.”
(Lucas 10:19)

É bastante comum que as pessoas acreditem que a igreja é meramente o templo onde
ocorrem os cultos. Eclésia significa “ajuntamento de pessoas”, e vai muito além de uma
construção física. A igreja apresenta aspectos importantes:

● É a instituição fundada por nosso Senhor Jesus Cristo.


● É apresentada como sendo formada pelo povo escolhido de Deus.

● Foi chamada para deixar o mundo e ingressar no Reino de Deus. A separação entre
a Igreja e o Mundo é inerente à sua natureza.

Ser parte da igreja é um privilégio conferido por Deus. A Bíblia nos diz que foi Deus
quem nos escolheu. A igreja é o corpo de Cristo, sendo ele a cabeça. A igreja é a noiva de
Cristo, sendo ele o Noivo. A igreja também é a comunhão espiritual entre o povo de Deus.

Há dois tipos de igreja: a visível e a invisível. A igreja invisível só Deus conhece, uma
vez que é formada por aqueles que são verdadeiramente cristãos. A Igreja militante é a Igreja
que está no mundo lutando, a triunfante é a que dorme com a promessa de que seus corpos
serão glorificados. A Igreja também é um ministério espiritual, que atua através dos dons. Um
exército engajado num conflito além da carne.

Quanto aos membros da Igreja, é comum que alguns se contentem com a salvação,
outros, com o sentimento de ser povo de Deus, separados do mundo, e ainda outros com o
conhecimento de que são a noiva de Cristo, mas é importante reconhecer que somos também
um exército, pronto a espalhar a palavra para todo o mundo. Devemos nos atentar ao exemplo
deixado por Cristo, que ia até os pecadores, não para pecar com eles, mas para levá-los ao
arrependimento.

Ensinando-os a guardar todas as coisas que


eu vos tenho mandado; e eis que eu estou
convosco todos os dias, até a consumação
dos séculos. Amém.
(Mateus 28:20)

A igreja é também a coluna e o fundamento da verdade. Desde sua fundação, ela


vive, sustenta, mantém e é detentora da verdade de Deus revelada na Sagrada Escritura. Ela
é formada por um povo possuidor de uma esperança futura. Há quem veja a igreja pelos olhos
do consumismo e da prosperidade, mas a verdadeira prosperidade é ter o tesouro de Deus
num vaso de barro. A igreja não pode trocar seu tesouro eterno por bens efêmeros terrestres.

A origem da Igreja:

A verdadeira origem da Igreja remonta ao eterno passado, sendo uma criação do


próprio Deus. De uma forma, pode-se dizer que o projetista da igreja é Deus, e o Espírito
Santo é o executor do projeto. A igreja trabalha expandindo o reino de Deus, e o Espírito
Santo utiliza-Se de ferramentas como nós para fazê-lo

Jesus projetou a Igreja desde antes da fundação do mundo. Sua manifestação


organizacional, entretanto, começou a existir a partir do Novo Testamento. Os primeiros
passos da Igreja são amplamente relatados no livro de Atos dos Apóstolos.
A igreja de Jerusalém em Atos dos Apóstolos:

● Capítulo 2 - A descida do Espírito Santo sobre a igreja em Jerusalém

● Capítulo 3 - A cura do paralítico em frente à Porta Formosa

● Capítulo 4 - Pedro e João diante do Sinédrio

● Capítulo 5 - Os acontecimentos envolvendo Ananias e Safira

● Capítulo 6 - O surgimento de problemas na igreja

É próprio da igreja adaptar-se conforme as circunstâncias pelas quais está passando.


Com o passar do tempo, entretanto, a igreja de Jerusalém começa a tornar-se leniente,
acomodando-se.

A morte de Estêvão e a perseguição à igreja (pela mão de muitos, inclusive Saulo,


que consentia com a morte de Estêvão) funciona como uma maneira de espalhar o povo de
Cristo no que acaba por se tornar um esforço missionário. Isso demonstra que desde o
começo Paulo foi utilizado como ferramenta para a obra de Deus.

Prerrogativas da Igreja:

“E eu te darei as chaves do reino dos céus; e


tudo o que ligares na terra será ligado nos
céus, e tudo o que desligares na terra será
desligado nos céus.”
(Mateus 16:19)

É prerrogativa da igreja de Cristo poder ligar e desligar, de forma possui a capacidade


de entrar e sair do Céu com suas ações e decisões guiadas pelo Espírito Santo. Dessa forma,
a igreja é muito mais que um mero templo terreno, uma construção humana certificada por
um CEP.

Tamanho poder, entretanto, não é absoluto e jamais pode ser utilizado de maneira
irresponsável. É próprio dos homens cometer erros, de forma que pode acontecer de alguém
ser injustamente desligado da igreja na terra. Acontece que essa prerrogativa da igreja é
validada por derivação, partindo primeiramente de Jesus. Assim, essa habilidade da igreja
passa por um crivo Divino. Nas palavras de Jesus:

“Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que


vem a mim de maneira nenhuma o lançarei
fora.
Porque eu desci do céu, não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que
me enviou.
E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que
nenhum de todos aqueles que me deu se
perca, mas que o ressuscite no último dia.”
(João 6:37-39)

Assim, a igreja também possui a autoridade para reconciliar: quando confessamos o


pecado, Ele é fiel e justo para perdoar. Em nosso desejo de imitá-lo, também devemos possuir
um espírito manso e conciliador, obedecendo os mandamentos do Evangelho:

“Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e


repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir,
ganhaste a teu irmão;
Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou
dois, para que pela boca de duas ou três
testemunhas toda a palavra seja confirmada.
E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se
também não escutar a igreja, considera-o
como um gentio e publicano.”
(Mateus 18:15-17)
A NATUREZA E MISSÃO DA
IGREJA

Conceituação de Igreja:

A palavra utilizada no grego é Eclésia (Εκκλησία) que significa literalmente a reunião


de um povo por causa de uma convocação. Nesse sentido, os membros da eclésia são
aqueles são “os chamados para fora”.

A Igreja apresenta a multiforme sabedoria de Deus. Em suas muitas e variadas


formas, a Igreja é a coluna e firmeza da verdade. Ela é a única instituição que é o sustentáculo
da verdade. Como igreja, temos obrigações de sermos fiéis a essa verdade.

A tríplice missão da Igreja:

A Igreja é a portadora das verdades evidenciadas nas Sagradas Escrituras e


transmitidas pelos apóstolos. A missão da Igreja é tríplice:

● Adorar a Deus: um dos principais objetivos da Igreja de Cristo é prestar culto ao


Senhor:

“Mas a hora vem, e agora é, em que os


verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade; porque o Pai procura a
tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e
importa que os que o adoram o adorem em
espírito e em verdade.”
(João 4:23,24)

● Revelar os dons que recebeu: a igreja manifesta os dons espirituais no meio dos
irmãos “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os
membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.”

Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da


sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a
palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo
Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito,
os dons de curar; E a outro a operação de
maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o
dom de discernir os espíritos; e a outro a
variedade de línguas; e a outro a interpretação
das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito
opera todas estas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer.
(1 Coríntios 12:8-11)

● Evangelizar: é também papel da igreja pregar o evangelho em todo o mundo. É a


grande comissão, o “Ide por todo omundo, pregai o evangelho a toda criatura.”
“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo,
que há de vir sobre vós; e ser-me-eis
testemunhas, tanto em Jerusalém como em
toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da
terra.”
(Atos 1:8)

A adoração da igreja:

As epístolas do apóstolo Paulo nos mostram que havia dois tipos de reuniões na igreja
primitiva:

● Culto de adoração, louvor e pregação: este era o culto público, aberto ao público. Aqui
havia o cantar de hinos e salmos, a leitura das Escrituras e a explicação dos textos.

● Culto de adoração fechado, conhecido como festa do amor ágape (αγάπη):


diferentemente do anterior, esse culto não era aberto ao público geral, sendo particular
dos cristãos. Era aqui que acontecia o partir do pão, isto é, a ceia. Os membros traziam
comidas e bebidas, celebrando o ritual. Esse modelo logo foi alterado, uma vez que
havia muitos casos onde o verdadeiro objetivo da comemoração era eclipsado pelos
prazeres da festividade.

Isso serve para que reflitamos acerca da real natureza do culto, de forma que jamais
nos esqueçamos de quem é a possa principal em nossas reuniões.

A organização da igreja e seu ministério:

Foi Cristo quem deu vida à igreja. Desta forma, ela é um organismo vivo. Cristo é a
cabeça, e nós somos o corpo. Na condição de organismo, a igreja também possui a
capacidade de se reorganizar de acordo com as necessidades:

● Surgimento dos diáconos: essa função surge no contexto do início da igreja em


Jerusalém. A diaconia foi adotada sob necessidade emergencial por causa da
murmuração e dos problemas que haviam surgido na igreja primitiva, servindo de
assistência no mantenimento da instituição.

● Surgimento de presbíteros: o ministério de Paulo era itinerante, de forma que o


apóstolo estava sempre viajando de cidade em cidade. Uma vez que deixava uma
igreja que havia sido plantada, Paulo colocava pessoas responsáveis para
continuar o trabalho.

O ministério de Paulo:

O ministério de Paulo foi um dos mais atuantes de todo o Novo Testamento e pode
ser dividido em duas partes:

● Ministério itinerante e carismático:


Este se dava por meio das manifestações sobrenaturais do Espírito Santo na
pregação missionária de Paulo. Era caracterizado pelo constante movimento do
apóstolo.

● Ministério local e eleito:

A parte complementar do ministério itinerante. Quando o apóstolo Paulo parte


para continuar sua jornada, precisa deixar uma estrutura sólida para dar continuidade
à obra começada. É aqui que entre o ministério eleito localmente pela população da
região de acordo com as qualificações apontadas pelos apóstolos.

O ministério local:

“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete


homens de boa reputação, cheios do Espírito
Santo e de sabedoria, aos quais constituamos
sobre este importante negócio.”
(Atos 6:3)

● Profetas:

Possuíam a função de consolar, edificar e exortar as igrejas através de sua


mensagem. Uma coisa importante de se destacar é que esses profetas não eram
infalíveis, diferentemente do Antigo Testamento. O dom é divino, vindo de Deus, mas
a ferramenta é humana. Eles eram membros com o dom da profecia, e as profecias
devem ser examinadas e julgadas de acordo com o evangelho pregado pelos
apóstolos.

● Evangelistas:

Os evangelistas eram os primeiros, a fronte do avanço missionário. Aqui cabe


destacar o exemplo de Filipe, que desceu à Samaria por causa da perseguição em
Jerusalém. Filipe não era apóstolo, mas serviu para espalhar o evangelho anunciando
a mensagem do Cristo ressurreto.

● Pastores:

Os pastores eram os homens responsáveis por reunir o rebanho. É ele quem


cuida das ovelhas, conhecendo o estado delas para que possa atendê-las com maior
eficiência.

● Mestres:

Esses eram indivíduos que recebiam uma capacitação sobrenatural para


explicar as Escrituras. Eram, em suma, ensinadores que possuíam o poder da
transmissão eloquente.
● Anciãos, presbíteros ou bispos:
“Porque convém que o bispo seja
irrepreensível, como despenseiro da casa de
Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado
ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de
torpe ganância;”
(Tito 1:7)

Os presbíteros governavam e supervisionavam a pregação e o ensino da


Palavra. Paulo recomenda que sejam homens capazes de governar bem e que
possuam duplicada honra, sendo irrepreensíveis.

● Diaconia:
“Da mesma sorte os diáconos sejam
honestos, não de língua dobre, não dados a
muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância;
Guardando o mistério da fé numa consciência
pura.”
(1 Timóteo 3:8,9)

A função do diácono é ser como Estêvão. Na maioria das vezes, os homens


que ocupam essa posição não ocupam as posições debaixo de holofotes. Os grupos
de oficiais eleitos na igreja primitiva eram os diáconos. Originalmente, o termo
significava “serviçal que mantinha as taças de vinho cheias”. Em seguida, veio a
indicar o servo responsável por vários encargos.

Entre os cristãos, os diáconos seguiam o padrão estabelecido por Jesus.


Também eram eles que tinham o cuidado com o dinheiro visando cuidar das viúvas,
pobres e enfermos. Mulheres também recebem essa função, sendo chamadas de
diaconisas. Além de serviços servis, os diáconos também deveriam estar prontos a
ministrar espiritualmente e pregar a Palavra.

FUNÇÕES DO MINISTÉRIO

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e


outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e
doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos
santos, para a obra do ministério, para
edificação do corpo de Cristo;”
(Efésios 4:11,12)

A ilustração da mão:

● Apóstolos: aquele que serve como base, unindo todos os outros. Simbolizado pelo
dedo polegar.
● Profetas: aquele que mostra a vontade de Deus, apontando qual caminho deve
ser trilhado. Simbolizado pelo dedo indicador.

● Evangelistas: aquele que se sobressai dos outros. É ele quem chega e faz a parte
do evangelismo. Simbolizado pelo dedo médio.

● Pastores: o comprometido com a igreja, que tem que ter o cuidado e a preocupação
de cuidar, nutrir e proteger o rebanho. Simbolizado pelo dedo anelar.

● Mestres ou doutores: aquele que é raramente visto, mas que observa todos os
outros. Simbolizado pelo dedo mínimo.

Dons de Deus para a igreja:

“E na igreja que estava em Antioquia havia


alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé
e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e
Manaém, que fora criado com Herodes o
tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor,
e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me
a Barnabé e a Saulo para a obra a que os
tenho chamado.”
(Atos 13:1,2)

O ministério da igreja primitiva era como um grande órgão cujo objetivo era levar o
Evangelho ao mundo. Os oficiais, itinerantes ou eleitos, não deveriam evangelizar sozinhos,
mas equipar os crentes para que eles também evangelizassem. Se a evangelização fosse
feita apenas pelos ministros, ela jamais alcançaria o mundo inteiro.

A liderança também era responsável pelo cultivo de um clima de adoração e serviço


dentro da igreja, trabalhando para edificar os crentes para que fossem transformados em
santos maduros. Aliás, a razão dos vários ministérios é exatamente a edificação do corpo de
Cristo.

A igreja precisa ser capacitada por esses dons ministeriais para que possa cumprir
seu objetivo na Terra. Pode-se afirmar que os líderes são, em si, dons de Deus. Esses dons
são como ferramentas que servem para preparar o povo de Deus para o feitio do trabalho
cristão.

● Apóstolos:

O termo “apostolar” significa enviar alguém numa missão especial como um


mensageiro ou representante principal. O título de apóstolo foi utilizado no Novo
Testamento para fazer referência a:

❖ Jesus Cristo:
“Por isso, irmãos santos, participantes da
vocação celestial, considerai a Jesus Cristo,
apóstolo e sumo sacerdote da nossa
confissão,”
(Hebreus 3:1)

❖ Os 12 apóstolos:
“Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes:
O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André,
seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João,
seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e
Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e
Lebeu, apelidado Tadeu; Simão, o Cananita,
e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.
(Mateus 10:2-4)

❖ Apóstolo Paulo:

“Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para


apóstolo, separado para o evangelho de
Deus.”
(Romanos 1:1)

No Novo Testamento, o termo também está presente em seu uso geral,


utilizado para significar o representante de uma igreja, isto é, um missionário.
Destacados pela liderança espiritual, esses homens faziam milagres e eram servos
itinerantes, viajando entre as igrejas.

● Profetas:

Eram homens que traziam uma mensagem da parte de Deus para sua igreja.
O profeta falava sob o impulso direto do Espírito Santo, com a motivação de promover
a pureza e a vida espiritual na igreja.

O ministério do Antigo Testamento possui algumas diferenças para com o


novo. Apesar disso, estudar o profetismo bíblico na Antiga Aliança ensina-nos a
compreender melhor o propósito da mensagem de Deus no novo. A função do profeta
era interpretar a palavra quando se estava cheio do Espírito Santo, de forma a ensinar
e admoestar a igreja.

É o dever do profeta desmascarar o pecado no meio do povo. Por causa de


sua mensagem, ele pode vir a ser rejeitado por muitos irmãos em tempo de frieza
espiritual e apostasia. Os profetas combatiam o mundanismo dentro da igreja,
advertindo acerca do juízo vindouro. As características dos profetas são:

❖ Zelo pela pureza da igreja:

“Não peço que os tires do mundo, mas que os


livres do mal. Não são do mundo, como eu do
mundo não sou. Santifica-os na tua verdade;
a tua palavra é a verdade.”
(João 17:15-17)
❖ Capacidade de identificar e detestar a iniquidade:

“O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e


apegai-vos ao bem.”
(Romanos 12:9)

❖ Profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos:

"Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a


vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por
dentro são lobos devoradores.”
(Mateus 7:15)

❖ Dependência contínua da palavra para validar a mensagem.

“E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e,


quando abriu o livro, achou o lugar em que
estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre
mim, Pois que me ungiu para evangelizar os
pobres. Enviou-me a curar os quebrantados
de coração, A pregar liberdade aos cativos, E
restauração da vista aos cegos, A pôr em
liberdade os oprimidos, A anunciar o ano
aceitável do Senhor.”
(Lucas 4:17-19)

❖ Interessados no sucesso do Reino de Deus, e na sua identificação com os


sentimentos de Deus.

❖ Falíveis. Sua mensagem está sempre sujeita a julgamento.

“E falem dois ou três profetas, e os outros


julguem. Mas, se a outro, que estiver
assentado, for revelada alguma coisa, cale-se
o primeiro. Porque todos podereis profetizar,
uns depois dos outros; para que todos
aprendam, e todos sejam consolados. E os
espíritos dos profetas estão sujeitos aos
profetas. Porque Deus não é Deus de
confusão, senão de paz, como em todas as
igrejas dos santos.”
(1 Coríntios 14:29-33)

A igreja que rejeita os profetas caminha para o mundanismo e o liberalismo


teológico. Se ao profeta não for permitido transmitir a mensagem, a igreja não é lugar
onde se pode ouvir a voz do Espírito Santo. Por outro lado, a igreja que aceita a
profecia receberá renovação espiritual.

● Evangelistas:
No sentido aqui empregado, o evangelismo é um ministério com propósito de
espalhar a mensagem de Cristo. Os evangelistas eram homens de Deus que eram
capacitados e comissionados para anunciar o Evangelho.

Talvez o maior exemplo seja o de Filipe, o evangelista, descrito no livro de


Atos dos Apóstolos. Esse era o mesmo Filipe que fora previamente separado
juntamente com Estêvão para a diaconia.

Saindo da igreja de Jerusalém, Felipe desce à Samaria. Uma vez lá, cumpre
com seu propósito missionário, ganhando a Samaria para Cristo. Após isso,viaja para
Gaza, prega ao etíope, é transladado pelo anjo do Senhor, sempre espalhando a
mensagem de Cristo.

E no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós


que com ele estávamos, chegamos a
Cesaréia; e, entrando em casa de Filipe, o
evangelista, que era um dos sete, ficamos
com ele.
E tinha este quatro filhas virgens, que
profetizavam.
(Atos 21:8,9)

A igreja que não apoia o evangelista deixa de ganhar convertidos, o que é um


de seus propósitos. Uma igreja estática e sem crescimento está desobedecendo o
mandamento de Cristo. A que reconhece o dom ama os perdidos, proclamando o
Redentor. Em suma, os evangelistas eram os homens que estavam onde Deus queria
com a mensagem que o lugar precisava receber.

● Pastorado:
“Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho
sobre que o Espírito Santo vos constituiu
bispos, para apascentardes a igreja de Deus,
que ele resgatou com seu próprio sangue.
Porque eu sei isto que, depois da minha
partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis,
que não pouparão ao rebanho;
E que de entre vós mesmos se levantarão
homens que falarão coisas perversas, para
atraírem os discípulos após si.”
(Atos 20:28-30)

Também chamados de presbíteros, pastores são aqueles que apascentam,


cuidam, nutrem e corrigem a igreja de Deus. Eles receberam a responsabilidade de
cuidar do rebanho, doando-se pelo bem estar da igreja. É importante perceber que a
igreja não é posse da pastor, mas que os pastores são, em si, um presente de Deus
para a igreja.

Os pastores são aqueles que dirigem as congregações locais, cuidando de


suas necessidades espirituais. Em suma, a tarefa do pastor é cuidar da Sã Doutrina
Além disso, ele também precisa refutar as heresias que surgem no meio do rebanho.
Para tal, deve conhecer bem a Palavra, esforçando-se para que todos os crentes
permaneçam firmes na graça divina.

No começo do cristianismo, a igreja local era gerida por um grupo de pastores.


Esses pastores não eram escolhidos por meio de politicagens ou afinidades, mas
segundo a sabedoria do Espírito concedida à igreja durante o exame das qualidades
do candidato, de acordo com as instruções dos apóstolos
.
A igreja que deixe de escolher pastores piedosos e fiéis não será dirigida de
acordo com os desígnios do Espírito Santo, tornando-se vulnerável às artimanhas
destrutivas de Satanás e o mundo. Nessa igreja haverá distorção da Palavra e os
padrões do evangelho serão abandonados, os membros da igreja e seus familiares
não serão doutrinados de acordo com o projeto de Deus.

● Doutores e mestres:

São aqueles que tem um dom especial de esclarecer, expor e proclamar a


palavra de Deus a fim de edificar o corpo de Cristo. Mestres são um dom pra igreja,
trabalhando para explicar a mensagem das Escrituras para que o povo possa
compreender as verdades do texto.

A missão dos mestres é preservar o evangelho como lhes foi confiado por
Cristo e os apóstolos através das Sagradas Escrituras. Eles têm o dever de fielmente
conduzir a igreja no caminho da revelação bíblica. Em suma, são clarificadores,
trazendo explicações compreensivas e didáticas para que o ensino possa produzir
santidade nos ouvintes.

Eles viabilizam a compreensão do texto sagrado, conseguindo explicar os


mandamentos com um coração caridoso e puro, admoestando com caridade. Para
tal, devem possuir uma fé verdadeira, vivendo aquilo que pregam.

Os mestres são indispensáveis. A igreja que ignora o papel dos mestres não
se preocupa com a autenticidade da mensagem pregada, ou com a correta explicação
das verdades bíblicas. A igreja precisa de doutores que tenham seus ensinos,
trabalhos e práticas regidos pela Palavra. Uma comunidade abençoada com bons
mestres combaterá as doutrinas falsas que surgem para desvirtuar os crentes.

DISCIPLINA NA IGREJA
“E à mulher disse: Multiplicarei grandemente
a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à
luz filhos; e o teu desejo será para o teu
marido, e ele te dominará. E a Adão disse:
Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher,
e comeste da árvore de que te ordenei,
dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra
por causa de ti; com dor comerás dela todos
os dias da tua vida. Espinhos, e cardos
também, te produzirá; e comerás a erva do
campo. No suor do teu rosto comerás o teu
pão, até que te tornes à terra; porque dela
foste tomado; porquanto és pó e em pó te
tornarás.”
(Gênesis 3:16-19)

A origem da disciplina:

A disciplina é encontrada no modelo do próprio Deus para a igreja. De fato, isso se


apresenta em toda a criação, desde o trabalho até a educação dos filhos. A correção é uma
consequência de quando há erro de conduta que precisa ser corrigido para que a igreja possa
ter saúde.

A Graça nos traz a responsabilidade de vivermos em retidão. De fato, ao rejeitarmos


a correção bíblica aplicada no momento correto é o equivalente a sermos mal educados,
tomando errado por certo.

Em suma, toda disciplina é boa e vem de Deus. Devemos nos sujeitar às autoridades
constituídas. É como diz o apóstolo Paulo: Toda a alma esteja sujeita às potestades
superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram
ordenadas por Deus. (Romanos 13:1). De fato, o próprio Cristo reconhecia a autoridade de
outros, como na ocasião de seu batismo, com João Batista, e seu julgamento, com Pôncio
Pilatos.

“Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação


humana por amor do Senhor; quer ao rei,
como superior; Quer aos governadores, como
por ele enviados para castigo dos malfeitores,
e para louvor dos que fazem o bem.”
(1 Pedro 2:13,14)

A função da disciplina:

A disciplina exprime um princípio divino. Desde o início dos tempos, Deus mostrou-
Se inteiramente contrário ao pecado. Quando Adão e Eva pecaram, Deus não permitiu que
permanecessem no paraíso, mas expulsou-os de lá.

Gênesis nos mostra que o próprio Deus exerce disciplina quando descreve-O fazendo
com que o homem confessasse o delito que havia cometido. Eva, enganada pela serpente,
peca primeiro, seguida em sua transgressão por Adão que, ignorando o mandamento de
Deus, também come do fruto.

O pecado rompeu a comunicação direta do homem com Deus. Adão, escondido, fala
a Deus que estava envergonhado de sua nudez. Em vez de assumir sua culpa, Adão
transfere-a à mulher dada por Deus que, por sua vez, faz o mesmo em relação à serpente.

É em decorrência disso que a disciplina vai ser aplicada sobre primeiro homem e a
primeira mulher. É importante notar que a disciplina não é para destruir: a primeira coisa que
Deus faz é vesti-los, demonstrando que a punição serve para recuperar e corrigir. Disso
podemos tirar a seguinte lição: o verdadeiro amor repreende, ensina, instrui e não é
conivente. Adão e Eva Foram expulsos do paraíso, porém não foram destruídos de imediato.
As misericórdias do senhor são a razão para não sermos consumidos.

Durante todo o Velho Testamento Deus demonstra a seu povo o valor da obediência,
e as consequências de se ignorar os mandamentos divinos. O processo da disciplina não é
apenas necessário: é bom. Toda disciplina busca resgatar o faltoso, de forma que trabalha
para retirá-lo do caminho da perdição.

“E será que, se ouvires a voz do SENHOR teu


Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus
mandamentos que eu hoje te ordeno, o
SENHOR teu Deus te exaltará sobre todas as
nações da terra. E todas estas bênçãos virão
sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz
do Senhor teu Deus”
(Deuteronômio 28:1,2)

Ministrando a disciplina:

“Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e


repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir,
ganhaste a teu irmão; Mas, se não te ouvir,
leva ainda contigo um ou dois, para que pela
boca de duas ou três testemunhas toda a
palavra seja confirmada. E, se não as escutar,
dize-o à igreja; e, se também não escutar a
igreja, considera-o como um gentio e
publicano.”
(Mateus 18:15-17)

Orientação especial em particular:

Devemos falar ao faltoso com amor e sabedoria, “Instruindo com mansidão os que
resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade, E
tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão
presos.” (2 Timóteo 2:25,26).
Quando alguém erra e você vai admoestá-la com amor, estais ajudando a pessoa a
se despertar do sono espiritual e dos laços do diabo. Se não irmos a ele, pecamos, permitindo
que nosso irmão permaneça em pecado. É dever da igreja instruir os irmãos que estão
errando, sempre com mansidão.

“Irmãos, se algum homem chegar a ser


surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois
espirituais, encaminhai o tal com espírito de
mansidão; olhando por ti mesmo, para que
não sejas também tentado. Levai as cargas
uns dos outros, e assim cumprireis a lei de
Cristo.
Porque, se alguém cuida ser alguma coisa,
não sendo nada, engana-se a si mesmo.”
(Gálatas 6:1-3)

Quando a tentativa de auxiliar não der certo, deve-se chamar a igreja, que mandará
uma advertência por meio de uma comissão. Se o indivíduo atender ao aviso, tudo estará
solucionado. Não se deve ficar pescando no mar do esquecimento. Quando nada der certo,
então o faltoso ficará sujeito à disciplina:

1. Suspensão: o indivíduo ficará suspenso de cargos e da participação na Santa Ceia,


porém continua membro da igreja.

2. Desligamento: quando o indivíduo resiste em desobediência, o faltoso é separado da


comunhão, sendo considerado gentio e publicano. Aqui, a igreja executa visivelmente
aquilo que ele já foi consumado interiormente no coração do pecador.

A Bíblia Sagrada fala de vários pecados passíveis de disciplina. Devemos ter cuidado
para não cair nos extremos de tolerância em demasia, ignorando os pecados na comunidade,
ou vigor excessivo, combatendo agressivamente os irmãos mais fracos.

“Mas agora vos escrevi que não vos associeis


com aquele que, dizendo-se irmão, for
devasso, ou avarento, ou idólatra, ou
maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o
tal nem ainda comais.”
(1 Coríntios 5:11)

Devemos nos atentar a esses preceitos. Uma vez que tem como objetivo a reparação,
a disciplina da igreja deve estar sempre acompanhada de tratamento espiritual, não limitando-
se a um mero tempo de afastamento. Além disso, é importante que todo membro saiba dar e
receber disciplina. Todos estão sujeitos a ela, até mesmo o pastor, que é homem falho assim
como todos os outros.

AS ORDENANÇAS

E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada


um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis
o dom do Espírito Santo; Porque a promessa
vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a
todos os que estão longe, a tantos quantos
Deus nosso Senhor chamar. E com muitas
outras palavras isto testificava, e os exortava,
dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
De sorte que foram batizados os que de bom
grado receberam a sua palavra; e naquele dia
agregaram-se quase três mil almas, E
perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na
comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
E em toda a alma havia temor, e muitas
maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
(Atos 2:38-43)

A natureza das ordenanças:

É importante destacar que o cristianismo bíblico não é uma religião ritualista ou


sacramental. Em vez disso, as Sagradas Escrituras nos ensinam que uma Graça Divina
especial é concedida aos pacientes de certos rituais, de forma que não são os rituais em si a
natureza das bênçãos na vida do participante. A Bíblia Sagrada apresenta-nos duas
ordenações divinas:

O batismo em águas:

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o


evangelho a toda a criatura. Quem crer e for
batizado será salvo; mas quem não crer será
condenado. E estes sinais seguirão aos que
crerem: Em meu nome expulsarão os
demônios; falarão novas línguas; Pegarão
nas serpentes; e, se beberem alguma coisa
mortífera, não lhes fará dano algum; e porão
as mãos sobre os enfermos, e os curarão.”
(Marcos 16:16-18)

A doutrina bíblica ensina-nos que é necessário ao homem nascer de novo. Para tal,
há o mandamento da grande comissão: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas
as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos. Amém.” (Mateus 28:19,20).

A pregação encaminha o indivíduo ao batismo. Uma vez decidido, o candidato precisa


estar convicto de que reconhece ser um pecador, que seu estado pecaminoso não pode ser
redimido por suas próprias forças e que não há salvação em nenhum outro além de Jesus
Cristo. Uma vez que o pecador seja confrontado pela palavra e reconheça que está perdido
e precisa de um salvador, que é Jesus, então ele pode aceitá-Lo.

O batismo é um ato literal público que serve para simbolizar o sepultamento do velho
homem dentro de cada um de nós: nosso novo nascimento.
Quanto à maneira correta de performar o batismo, deve-se notar que, no passado, ele
sempre foi feito nas águas de um rio. Jesus foi batizado por imersão, como era o batismo de
João Batista, declarando ao mundo que aqueles que morreram com Cristo foram
ressuscitados com Ele para andar em novidade de vida.

O batismo deve ser como nos dias dos apóstolos até hoje:

“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada


um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis
o dom do Espírito Santo;”
(Atos 2:38)

● Deve ser precedido de arrependimento

● Deve ser por imersão

● Deve ser voluntário e recebido de bom grado

● Deve ser feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Quem pode participar:

Disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito


Santo quando crestes? E eles disseram-lhe:
Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito
Santo. Perguntou-lhes, então: Em que sois
batizados então? E eles disseram: No batismo
de João. Mas Paulo disse: Certamente João
batizou com o batismo de arrependimento,
dizendo ao povo que cresse no que após ele
havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. E os que
ouviram foram batizados em nome do Senhor
Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio
sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas,
e profetizavam.
(Atos 19:2-6)

O batismo é válido para todo aquele que se arrepender sinceramente de seus


caminhos pecaminosos e exercitar uma fé viva e verdadeira em nosso Senhor Jesus Cristo.
Além disso, a ordenança é essencial para integrar a obediência a Cristo e nossa identificação
com Sua morte, sepultamento e ressurreição.

A Ceia do Senhor:

“Chegou, porém, o dia dos ázimos, em que importava sacrificar a páscoa. E mandou a Pedro e a João, dizendo:
Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos. E eles lhe perguntaram: Onde queres que a preparemos? E ele
lhes disse: Eis que, quando entrardes na cidade, encontrareis um homem, levando um cântaro de água; segui-o
até à casa em que ele entrar. E direis ao pai de família da casa: O Mestre te diz: Onde está o aposento em que
hei de comer a páscoa com os meus discípulos? Então ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado; aí fazei
preparativos. E, indo eles, acharam como lhes havia sido dito; e prepararam a páscoa. E, chegada a hora, pôs-se
à mesa, e com ele os doze apóstolos. E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça;
Porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus. E, tomando o cálice, e havendo
dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; Porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que
venha o reino de Deus. E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu
corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia,
dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós.”
(Lucas 22:7-20)

A Santa Ceia é uma ordenança prescrita no Novo Testamento para aqueles já


batizados em águas. Nenhum método específico é vinculado à obediência da Ceia, de forma
que o modelo de realização foram adaptando-se com o tempo. Ela consiste no pão e vinho,
símbolos que exprimem nossa participação na natureza divina de nosso Senhor Jesus Cristo.

Além do anúncio da morte de Cristo e do cumprimento do Reino (até que venha), o


verso fala da vinda de Jesus.

“Porque todas as vezes que comerdes este


pão e beberdes este cálice anunciais a morte
do Senhor, até que venha.”
(1 Coríntios 11:26)

A Ceia tem um propósito definido: é um mandamento. Através de sua morte, Ele


reconcilia o mundo com Deus, mostrando que depois de ressuscitar venceria de vez a morte,
o diabo e o pecado, dando vida a todos que creem nEle: a nova aliança.

Mais além: para nós, a Ceia do Senhor tomou o lugar da páscoa no Antigo Testamento
porque Cristo, nossa páscoa foi, sacrificado por nós.

“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para


que sejais uma nova massa, assim como
estais sem fermento. Porque Cristo, nossa
páscoa, foi sacrificado por nós.”
(1 Coríntios 5:7)

A Ceia possui as seguintes características:

● Comemorativa: é ordenança direta do Senhor que comemoremos a Ceia em Sua


memória.

● Instrutiva: representa, por meio de uma lição objetiva, a sagrada incarnação de Cristo
e a expiação.

● Inspiradora: lembra-nos que por meio da fé podemos alcançar o benefício de Sua


morte e ressurreição. Participando de forma regular, estamos nos identificando de
forma regular com Jesus, que morreu e ressuscitou para que pudéssemos ter vida.

● Ação de graças: uma oportunidade de agradecer a Deus por todas as bênçãos que
são nossas, porque Jesus morreu por nós.
● Comunhão com o Pai por meio do Filho: e também comunhão com os outros crentes
que compartilham com nós a mesma fé. O ato da Ceia promove comunhão entre os
participantes.

“O que vimos e ouvimos, isso vos


anunciamos, para que também tenhais
comunhão conosco; e a nossa comunhão é
com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo.”
(1 João 1:3)

● Pacto da Nova Aliança: participando da Ceia, declaramos que Jesus é o nosso Senhor
e que estamos dispostos a fazer sua vontade e tomar nossa cruz para comprir a
grande comissão.

A participação na Ceia:

Há três posições divergentes entre os evangélicos no que tange à participação da


ceia:

● Os livres:

De acordo com essa visão, participam da Ceia membros de qualquer denominação.


Aqui não há o discernimento do corpo.

● Visão restrita:

Podem participar da Ceia apenas membros da mesma denominação.

● Visão ultra restrita:

Podem participar da Ceia apenas membros da igreja local.

O simbolismo da Ceia:

Há várias visões acerca do significado da Ceia:

1. Transubstanciação:

A doutrina católica. Creem na transformação da substância do pão e do vinho


na substância do corpo e do sangue de Cristo pelo efeito da consagração
eucarística, o que consiste numa heresia.

2. Consubstanciação:
A doutrina luterana. Creem que o participante come do corpo e o sangue,
embora não houvesse ali a transubstanciação.

3. União espiritual:

A doutrina reformada. Creem que Cristo está presente no sacramento de


maneira espiritual para aquele que o recebe com fé e graça de Deus.

4. Visão pentecostal:

Acredita que a Ceia é uma ordenança comemorativa, isto é, uma ocasião


solene para rememorar o sacrifício de Cristo.

FINANÇAS NA IGREJA

“Também, irmãos, vos fazemos conhecer a


graça de Deus dada às igrejas da macedônia;
Como em muita prova de tribulação houve
abundância do seu gozo, e como a sua
profunda pobreza abundou em riquezas da
sua generosidade. Porque, segundo o seu
poder (o que eu mesmo testifico) e ainda
acima do seu poder, deram voluntariamente.
Pedindo-nos com muitos rogos que
aceitássemos a graça e a comunicação deste
serviço, que se fazia para com os santos. E
não somente fizeram como nós esperávamos,
mas a si mesmos se deram primeiramente ao
Senhor, e depois a nós, pela vontade de
Deus.”
(2 Coríntios 8:1-5)

Sobre o dinheiro:

A questão das ofertas não é apenas contemporânea, sendo tratada com muita
seriedade da parte de Deus desde o começo. De fato, o primeiro que ofereceu algo foi Deus,
propiciando a vida e os meios mantê-la. Além das túnicas de pele de cordeiro, presenteadas
ao primeiro casal em sua expulsão do Jardim.

Uma história que nos serve como base de ensinamento é o relato de Zaqueu. Zaqueu
era um homem rico que possuía condições de viver da maneira como desejasse .Sua história,
entretanto, é mudada a partir de seu encontro com o Messias. A visita de Jesus à sua casa
possui três características.

“E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando. E eis que havia ali um homem chamado Zaqueu; e era
este um chefe dos publicanos, e era rico. E procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão,
pois era de pequena estatura. E, correndo adiante, subiu a uma figueira brava para o ver; porque havia de passar
por ali. E quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa,
porque hoje me convém pousar em tua casa. E, apressando-se, desceu, e recebeu-o alegremente. E, vendo todos
isto, murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um homem pecador. E, levantando-se Zaqueu, disse
ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado
alguém, o restituo quadruplicado. E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho
de Abraão.”
(Lucas 19:1-9)

● Foi inesperada

● Foi transformadora

● Foi salvadora

A redenção de Zaqueu é evidenciada por seu desapego ao amor ao dinheiro, doando


metade de seus bens. Podemos aprender muito desse exemplo. Percebe-se que a doação
de Zaqueu foi voluntária: longe de ofertar porque era esperado que o fizesse, ele opta por
submeter o dinheiro a Deus, oferecendo-o de bom grado como forma de adoração.

A administração da igreja primitiva:


Também, irmãos, vos fazemos conhecer a
graça de Deus dada às igrejas da macedônia;
Como em muita prova de tribulação houve
abundância do seu gozo, e como a sua
profunda pobreza abundou em riquezas da
sua generosidade. Porque, segundo o seu
poder (o que eu mesmo testifico) e ainda
acima do seu poder, deram voluntariamente.
Pedindo-nos com muitos rogos que
aceitássemos a graça e a comunicação deste
serviço, que se fazia para com os santos. E
não somente fizeram como nós esperávamos,
mas a si mesmos se deram primeiramente ao
Senhor, e depois a nós, pela vontade de
Deus.
(2 Coríntios 8:1-5 )

O exemplo da igreja da Macedônia é inspirador: mesmo não possuindo bens em


abundância, decidiram ofertar alegremente: “mas a si mesmos se deram primeiramente ao
Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus.”.

A Bíblia também nos ensina que, nos primórdios da igreja em Jerusalém, os crentes
vendiam suas propriedades e colocavam o valor aos pés dos apóstolos:

“Então José, cognominado pelos apóstolos Barnabé(que, traduzido, é Filho da consolação), levita, natural de
Chipre, Possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos.”
(Atos 4:36,37)

Percebe-se que, no exemplo citado acima, a doação foi feita de forma voluntária. O
texto de, entretanto, não trata apenas de casos positivos. A tragédia de Ananias e Safira, o
casal de enganadores, demonstra-nos a necessidade de de um coração cheio honestidade e
franqueza para que a oferta seja agradável.

A responsabilidade da administração dos presentes de Deus está sobre a igreja. Foi


Ele quem colocou Seus ministros sobre Sua casa, de forma que quando se entrega o dízimo
e a oferta à igreja, entrega-se a Deus.

O poder da adoração pelas contribuições é bastante perceptível. A salvação livra o


crente da avareza e do amor ao dinheiro: Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou
impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. (Efésios
5:5). Avareza é idolatria, e a Bíblia ensina-nos a lutar contra esse impulso: E disse-lhes:
Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na
abundância do que possui. (Lucas 12:15).

O Amor ao dinheiro é o raiz de todos os males. Isso torna-se evidente ao percebermos


que quanto mais uma pessoa foi santificada, mais ela torna-se propensa a contribuir: Abraão,
o patriarca, possuía tamanha fé que ofereceu seu próprio filho, Isaque, quando o Senhor o
requisitou.

Não se pode amar o dinheiro pelo mesmo motivo que não se pode servir a dois
senhores:

"Ninguém pode servir a dois senhores; pois


odiará a um e amará o outro, ou se dedicará
a um e desprezará o outro. Vocês não podem
servir a Deus e ao Dinheiro".
(Mateus 6:24)
● A contribuição era algo ordenado, e não apenas em momentos de necessidade.
Contribuia-se regularmente
“No primeiro dia da semana cada um de vós
ponha de parte o que puder ajuntar, conforme
a sua prosperidade, para que não se façam as
coletas quando eu chegar.”
(1 Coríntios 16:2)

● A contribuição abrangia a cada um: privar alguém de contribuir é privá-lo de ser


abençoada pela adoração

● É voluntária: tudo é feito na base da voluntariedade. Embora a Bíblia ordene a maneira


como devemos contribuir, isso não nos retira a voluntariedade da contribuição.

● A contribuição era proporcional: com cada um podendo participar de acordo com sua
prosperidade.

É a igreja que mantém o trabalho missionário, que auxilia os membros em momentos


de necessidade, que também faz trabalho social com idosos, presos e dependentes químicos,
que suporta a comunidade como um todo. Administrar com seriedade as doações à igreja é
um dever importantíssimo.

Considerações finais:

No fim das contas, a mensagem de aviso é: Cuidado com o deus Mamom. Não deixe
que ele influencie o teu ministério, honre ao Senhor com as primícias de tudo o que receberes.
Nosso culto implica Mamom ser nosso escravo, jamais nosso senhor. Que ele se curve
diariamente, nunca nos dominando.

“Mas a hora vem, e agora é, em que os


verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade; porque o Pai procura a
tais que assim o adorem.”
(João 4:23)

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