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NORMA ABNT NBR

BRASILEIRA 10710
Segunda edição
15.05.2006

Válida a partir de
14.06.2006

Líquido isolante elétrico — Determinação do


teor de água
Electrical insulating liquids – Determination of water content
Exemplar autorizado para uso exclusivo - PETROLEO BRASILEIRO - 33.000.167/0036-31

Palavra-chave: Líquido isolante elétrico.


Descriptor: Electrical insulating liquid.

ICS 17.220.99; 29.035.40

Número de referência
ABNT NBR 10710:2006
7 páginas

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ABNT NBR 10710:2006
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Sumário Página

Prefácio ................................................................................................................................................................iv
1 Objetivo ....................................................................................................................................................1
2 Método de ensaio .....................................................................................................................................1
2.1 Princípio do método.................................................................................................................................1
2.2 Interferência .............................................................................................................................................2
2.3 Reagente e materiais................................................................................................................................2
2.3.1 Reagentes.................................................................................................................................................2
2.3.2 Materiais ...................................................................................................................................................2
2.4 Aparelhagem ............................................................................................................................................2
2.5 Procedimento ...........................................................................................................................................4
2.5.1 Princípio de operação ..............................................................................................................................4
2.5.2 Validação do sistema de titulação...........................................................................................................5
2.5.3 Preparação de aparelhagem ....................................................................................................................5
2.5.4 Amostras coletadas em frascos ..............................................................................................................5
2.5.5 Amostras coletadas em seringas ............................................................................................................5
2.6 Expressão dos resultados .......................................................................................................................6
2.6.1 Cálculo......................................................................................................................................................6
2.6.2 Precisão do método .................................................................................................................................6
2.7 Relatório de ensaio ..................................................................................................................................6
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Anexo A (informativo) Bibliografia .......................................................................................................................7

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Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras,
cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de Normalização
Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais Temporárias (ABNT/CEET), são elaboradas por
Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores,
consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

A ABNT NBR 10710 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-03), pela Comissão de Estudo
de Óleos Minerais Isolantes (CE-03:010.01). O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 10,
de 31.10.2005, com o número de Projeto ABNT NBR 10710.

Esta segunda edição cancela e substitui a edição anterior (ABNT NBR 10710:1989), a qual foi tecnicamente
revisada.

Esta Norma contém o anexo A, de caráter informativo.


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Líquido isolante elétrico — Determinação do teor de água

1 Objetivo

Esta Norma especifica um método para determinação do teor de água em líquidos isolantes elétricos, com
reagente de Karl Fischer gerado por coulometria.

Este método é aplicável a concentrações de água acima de 2 mg/kg, em líquidos que tenham viscosidade inferior
2
a 100 mm /s a 40°C.

NOTA Este método foi desenvolvido para líquidos à base de hidrocarbonetos e ésteres. Para outros líquidos,
particularmente líquidos à base de silicone, devem ser utilizados reagentes isentos de metanol.

2 Método de ensaio

2.1 Princípio do método


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As reações que ocorrem na titulação de Karl Fischer são conhecidas como complexas, mas envolvem
essencialmente a reação de água com iodo, dióxido de enxofre, uma base orgânica e um álcool em solvente
orgânico. O reagente original de Karl Fischer utiliza piridina e metanol, e as reações podem ser expressas da
seguinte maneira:
+ -
H2O + I2 + SO2 + 3C5H5N → 2C5H5NH I + C5H5N.SO3 ...(1)
+
C5H5N.SO3 + CH3OH → C5H5NH CH3SO4 ...(2)

Outras combinações “base-álcool” são possíveis e podem ser necessárias para titulações em alguns líquidos
isolantes.

Na titulação coulométrica de Karl Fischer, a amostra é misturada a uma solução base/álcool de íons de iodo e
dióxido de enxofre. O iodo é gerado eletroliticamente e reage com água de modo similar àquele mostrado nas
reações (1) e (2). O iodo é gerado proporcionalmente à quantidade de eletricidade (elétrons), fornecido à célula
eletrolítica, de acordo com a lei de Faraday, e demonstrado na seguinte reação:
- -
2I – 2e → I2 ...(3)

Um mol de iodo reage com um mol de água, estequiometricamente, da maneira mostrada na reação (1), de tal
modo que 1 mg de água é equivalente a 10,72 C. Com base neste princípio, é possível determinar a quantidade
de água diretamente a partir da quantidade de eletricidade necessária para a eletrólise. Este método, de acordo
com a lei de Faraday, não requer padronização.

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2.2 Interferência

Estudos demonstraram que o teor de água em líquido isolante pode ser influenciado significativamente pelo
recipiente da amostra. Uma amostra pode ganhar ou perder água se estocada em um recipiente de vidro,
dependendo do conteúdo inicial de água na amostra, da maneira pela qual o recipiente é seco e limpo, e do tempo
de estocagem antes da análise. Para minimizar este efeito, as amostras devem ser colocadas em recipientes tão
grandes quanto a praticidade permitida, o espaço de ar sobre a amostra deve ser limitado a um mínimo e o tempo
de estocagem antes da análise deve ser o menor possível. Além disso, os recipientes das amostras não devem
ser secos em uma temperatura acima de 110°C e devem ser enxaguados com o óleo isolante a ser testado antes
que a amostragem seja efetuada.

Alguns compostos como fenóis, aldeídos e peróxidos, por reagirem com o reagente de Karl Fischer, podem
interferir na determinação. Os óleos minerais isolantes, quando oxidados, podem conter estes compostos em
teores variáveis. É importante, portanto, observar se os resultados obtidos são coerentes. Caso estes não sejam
obtidos, deve-se realizar o ensaio com um sistema de solventes alternativo ou por outro método que não
empregue a reação de Karl Fischer.

2.3 Reagente e materiais

2.3.1 Reagentes

NOTA Certos reagentes são prejudiciais à saúde e devem ser manuseados com cuidado especial.

2.3.1.1 Os reagentes utilizados estão disponíveis comercialmente. Deve-se certificar que o reagente seja
adequado para o tipo de instrumento utilizado e para o líquido isolante a ser ensaiado.
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2.3.1.2 Algumas reações interferentes podem ocorrer entre os reagentes à base de metanol e compostos de
silicone. Além disso, reações similares podem ocorrer com aldeídos, cetonas e ácidos orgânicos insaturados
conjugados, que podem estar presentes em óleos na forma de produtos de degradação ou contaminantes.
Nestes casos, recomendam-se os reagentes isentos de metanol.

NOTA Alguns líquidos isolantes podem exigir o uso de solventes adicionais ou alternativos.

2.3.2 Materiais

2.3.2.1 Seringa de vidro de 50 mL, para remover o excesso de solução do recipiente de titulação.

2.3.2.2 Seringas de vidro de 20 mL, 10 mL e 5 mL, para injeção da amostra no recipiente de titulação.

2.3.2.3 Seringa de 1 μL, para verificação do sistema.

2.3.2.4 Septos de borracha, para fechar o ponto de injeção da amostra.

2.3.2.5 Solução neutralizadora de metanol, contendo aproximadamente 20 mg de água/mL.

2.3.2.6 Dessecante, por exemplo, perclorato de magnésio anidro ou sílica-gel.

2.3.2.7 Graxa lubrificante à base de politetrafluoretileno ou de hidrocarbonetos fluorados.

2.4 Aparelhagem

2.4.1 Os tituladores coulométricos de Karl Fischer disponíveis comercialmente utilizam circuitos eletrônicos,
característicos de cada fabricante. Uma descrição simplificada é ilustrada pelo diagrama de blocos mostrado na
figura 1.

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Legenda:

1 Conjunto da célula de titulação

2 Circuito de detecção

3 Circuito do regulador de corrente

4 Circuito de alimentação de energia (eletrólise)

5 Mostrador do ponto final

6 Integrador de corrente

7 Agitador eletromagnético

Figura 1 — Diagrama de blocos do titulador automático

2.4.2 Titulador automático, constando de unidade de controle completa, recipiente de titulação, eletrodo de
platina, câmara geradora e agitador magnético. Um exemplo de um conjunto de recipiente de titulação adequado é
mostrado na figura 2.

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Legenda:

a Recipiente de titulação (compartimento anódico)

b Ponto de injeção da amostra

c Torneira de drenagem

d Tampa de politetrafluoretileno

e Conjunto do gerador (compartimento catódico)

f Eletrodos duplos de platina para medição do potencial

g Barra magnética

h Tubos de secagem

Figura 2 — Conjunto adequado do recipiente de titulação

2.5 Procedimento

2.5.1 Princípio de operação

O recipiente de titulação tem a configuração de uma célula eletrolítica com dois compartimentos conectados por
um diafragma poroso. O compartimento anódico contém a mistura de reagente-solvente onde ocorre a inserção da
amostra (solução anódica). O compartimento catódico (conjunto do gerador) contém o reagente anidro
(solução catódica). Em ambos os lados do diafragma estão localizados os eletrodos para eletrólise.

NOTA Podem ser utilizados tituladores sem diafragma poroso.

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O iodo gerado por eletrólise, como mostrado na reação (3), reage com a água de modo similar às reações de
Karl Fischer (1) e (2). O ponto final da reação é detectado por um par de eletrodos de platina imersos na solução
anódica. No final da titulação, o excesso de iodo despolariza os eletrodos duplos de platina, alterando a relação
corrente/tensão que é utilizada para ativar o indicador do ponto final e parar o integrador de corrente.

O integrador de corrente integra a corrente consumida durante a eletrólise, calculando a quantidade de água
equivalente de acordo com a lei de Faraday exibindo-a em microgramas (μg) de água.

NOTA Alguns instrumentos incluem processamento do cálculo, apresentando o resultado em termos de concentração de
água para uma quantidade de amostra específica.

2.5.2 Validação do sistema de titulação

Utilizar um padrão de referência de água em óleo mineral (por exemplo RM 8406 – NIST).

2.5.3 Preparação de aparelhagem

Desmontar o recipiente de titulação e lavar o conjunto (recipiente de titulação e eletrodo) com metanol.
Lavar novamente o recipiente de titulação com mistura de metanol/clorofórmio (1:1). Secar o conjunto em estufa a
70°C durante 1 h. Montar o recipiente de titulação, conectando ao titulador.

Montar o aparelho, preencher o eletrodo gerador (compartimento catódico) e o recipiente de titulação


(compartimento anódico) com os reagentes adequados e efetuar o procedimento de estabilização do equipamento
de acordo com as instruções do fabricante.
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2.5.4 Amostras coletadas em frascos

Lavar e secar em estufa a 105°C ± 5°C uma seringa de vidro e uma agulha de tamanho adequado.

Deixar esfriar em um dessecador. Preencher a seringa com o líquido isolante, mantendo o bico da agulha bem
abaixo da superfície do líquido. Fechar o frasco de amostra imediatamente. Mantendo a seringa verticalmente,
com a agulha para cima, retirar todas as bolhas de ar e descartar o conteúdo da seringa. Encher novamente a
seringa, pesar e anotar a massa com precisão de 0,01 g.

2.5.5 Amostras coletadas em seringas

2.5.5.1 Descartar aproximadamente 2 mL e determinar a massa da seringa com precisão de 0,01 g.

NOTA A massa da amostra é controlada pela faixa esperada do teor de água. Entretanto, a quantidade recomendada de
amostra é de 5 mL para a maioria dos líquidos isolantes, novos e usados, com teor de água entre 2 mg/kg e 100 mg/kg.

2.5.5.2 Iniciar a eletrólise de acordo com as instruções do fabricante. Injetar rapidamente uma quantidade
adequada da amostra no recipiente de titulação através do septo. Pesar novamente a seringa e anotar a massa M,
em gramas, da amostra injetada.

2.5.5.3 Anotar a quantidade de água titulada, m, expressa em microgramas, no mostrador, quando a titulação
estiver terminada.

2.5.5.4 Efetuar a determinação em duplicata.

2.5.5.5 Após várias determinações, uma considerável quantidade de líquido isolante pode ter se acumulado.
Remover o excesso de líquido de acordo com as instruções do fabricante, que devem ser seguidas também com
respeito aos níveis relativos dos reagentes do ânodo e do cátodo e com respeito à estabilização do instrumento.

2.5.5.6 Após várias retiradas, o recipiente de titulação e o eletrodo do gerador devem ser recarregados com
soluções novas e o procedimento de estabilização deve ser repetido.

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2.6 Expressão dos resultados

2.6.1 Cálculo

Calcular o teor de água presente na amostra, como segue:

Teor de água, em miligramas por quilograma (ppm) = m/M

onde:

m é a quantidade de água titulada, em microgramas;

M é a massa de líquido isolante, em gramas.

2.6.2 Precisão do método

NOTA Os dados de precisão foram estabelecidos para líquidos isolantes novos à base de hidrocarbonetos
(ver IEC 60814:1997).

2.6.2.1 Repetibilidade

As determinações em duplicata efetuadas por um operador devem ser consideradas suspeitas, com um nível de
confiança de 95%, se diferirem por mais de 0,60 √x mg/kg, onde x é a média das determinações duplicadas.
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2.6.2.2 Reprodutibilidade

Quando dois laboratórios efetuam ensaios em materiais idênticos, cada um deve produzir resultados duplicados e
reportar suas médias.

As duas médias devem ser consideradas suspeitas com 95% de nível de confiança, se elas diferirem por mais de
1,50√x mg/kg, onde x é a média das duas médias.

2.7 Relatório de ensaio

O teor de água da amostra do líquido isolante é a média das determinações em duplicata, expressa com
aproximação ao número inteiro mais próximo, em miligramas por quilograma.

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Anexo A
(informativo)

Bibliografia

IEC 60814:1997 – Insulating liquids – Oil-impregnated paper and pressboard – Determination of water by
automatic coulometric Karl Fischer titration.

American Laboratories 7(10), 43-50:1975 – Determination of Water in Oil by the Karl Fischer Method, Part II,
Changes in Moisture Content During Storage.
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