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Nesta busca de negação do sistema penal, num discurso jurídico penal operacional,
ocorre um processo de “perda” das “penas”.
O sistema penal apresenta falhas e se mostra incapaz de impedir crimes. E esse discurso
jurídico penal falso é reproduzido pelos progressistas ou feito como discurso liberal para
tentarem a defesa dos criminalizados frente ao sistema. E esta repetição não é de má fé,
mas pela incapacidade de substituição. De modo que negar o sistema vigente sem
substituí-lo por outro é carecer o direito de resposta, como único instrumento
disponível, de algumas pessoas.
É certa a falsidade do sistema, mas ele não pode continuar sendo apresentado como
resultado conjuntural de nossos sistemas e hoje a realidade sistêmica não se adequará ao
discurso jurídico penal. Que essa adequação é possível devido às características
estruturais ao sistema que só poderiam ser supridas se o mesmo também o fosse.
CAPÍTULO PRIMEIRO
O poder social, como exercício de poder outorga a legitimidade do sistema penal por
sua racionalidade.
Mas o próprio sistema penal permite que a lei renuncie a legalidade. Ele mesmo através
da minimização jurídica, tutelas, administratização, e assistencialismo afastam-se do
discurso jurídico penal.
Tal perversão do discurso jurídico penal recusa com horror tratamento a grupos
institucionalizados, mas este mesmo é capaz de aprisionamentos e marcas autorizadas
ainda piores.
Nem todas as ações típicas são criminalizados, pois se fossem programadas todas elas
pelo discurso jurídico penal não seriam ainda assim, compridas, perdendo sua
legitimação.
Somos compradores de um sistema penal com suposta segurança que nos é vendida
pelos meios de comunicação em massa, e não podendo criminalizar todos está
estruturado para que a legalidade processual não opere, exercendo poder arbitrário,
seletivo nos setores vulneráveis. Um sistema que viola a legalidade penal com a enorme
duração dos processos; pela carência de critérios legais e doutrinários claros para a
quantificação das penas; a proliferação de tipificações com limites difusos; as agências
executivas que atuam a margem dos critérios.
O exercício do poder do sistema penal tem lugar sem a intervenção do órgão judicial, de
modo que são suprimidos os direitos humanos, e atribuídas às circunstancias
conjunturais. Os efeitos reais da má atuação do sistema penal são conseqüências da
aceitação da operacionalidade do falso discurso jurídico penal.
Entre os signos teóricos da situação crítica na América Latina temos, a crítica ao direito;
a preocupação com a legitimidade do poder; a preocupação jus-humanista com o
sistema penal, e a crítica criminológica que neutralizou a ilusão do defeito conjuntural.
Não existe teoria que possa vencer estruturas arraigadas a uma sociedade já desde cedo
na vida das pessoas. E os esforços do saber jurídico e da comunicação em massa não
poderão operar rapidamente convencendo estas pessoas de uma nova realidade. Ocorre
que o sistema penal não atua na remissão de delitos e sim na contenção de grupos bem
determinados.
Na história, o discurso jurídico penal sofreu muitas influências, mas nunca foram
aprofundadas e tende a adotar um finalismo formal.Na América Latina se conhece o
fenômeno de constitucionalismo formal com a ditadura real, com apelos de ruptura
pelos neokantismos entre realidade e a normatividade. O discurso jurídico penal é
cuidadosamente separado da realidade, num realismo transcendente. E renasce a teoria
da dupla verdade.
CAPÍTULO SEGUNDO
O discurso jurídico penal sempre se baseou em elementos inventados sem operar com
dados concretos da realidade social.
Não é responsável pela crise do discurso jurídico penal a criminologia radical, mas que
esta foi produzida pela criminologia liberal.
Que enquanto as classes hegemônicas tentam conter o desvio de limites não muito
perturbadores as subalternas lutam contra os comportamentos negativos.
“Nossa região marginal tem uma dinâmica que está condicionada por sua dependência e
nosso controle está a ela ligado.”
Saberes produzidos pelas agências que exercem o poder pelas agencias que exercem o
poder controlador.
CAPÍTULO TERCEIRO
Tenta se justificar a falsidade do discurso como fase conjuntural que será superada com
o desenvolvimento de países subdesenvolvidos.
O retribucionismo como forma de retribuir o mal causado ao seu causador que viola o
direito . Enquanto não é pacifico como melhor maneira de resolução de conflitos a pena
como reparação do prejuízo caudado,por temor do “reducionismo sociológico” e
aniquilamento do direito penal.
Nada justificados partindo da idéia de que o discurso jurídico penal está indefeso na
falta de responsabilidade mediante o avanço e múltiplas novas leis punitivas usadas
pelos órgãos políticos como resposta aos meios de comunicação.
O direito penal mínimo nega a legitimidade dos sistemas penais atuais e propõe
alternativa mínima que considera como mal menor necessário.
c) Minimalismo: que troca por um mínimo que configura-se indispensável para evitar
males piores em uma sociedade igualitária. (resposta vermelha)
Ainda há pensadores que não se sujeitam a estas correntes como : Hulsmam, que não
pretende nenhum novo modelo; e Mathiesen.
Discorre sobre o uso alternativo do direito em que traz um histórico e as razões pelas
quais julga impossível de ser transferido para nossa região. As reações marginais na
América Latina , num grosseiro retribucionismo, como mecanismo de fuga como atos
incapazes de alcançar coerência discursiva face à magnitude das contradições reais nas
quais se desenvolvem as condutas dos operadores reais dos órgãos do sistema penal.
CAPÍTULO QUARTO
Como as cadeias são máquinas de deteriorar, quando gera uma patologia cuja principal
característica é regressão.
O poder dado às agências que são militarizadas , corruptas e que causam terror. As
agências judiciais que conforme sua estrutura hierarquizada os “membros” internalizam
seus moldes e que , há manipulação da imagem do juiz , tornando o supostamente
“paternal”.
Por fim, em sua terceira parte – A construção do discurso jurídico- penal a partir do
realismo Marginal Zaffaroni parte da base para sua estruturação com os elementos
legitimantes do discurso como exercício do poder verticalizantes; a função pautadora de
regras gerais para decisões da agência judicial do discurso jurídico penal; e os
elementos negativos
Acredita ser possível construir um discurso jurídico penal limitado à função pautadora
decisória, racional e não legitimante com uma retificação do discurso jurídico penal.
Determinando o âmbito do saber penal com base em dados corretos que o retirem do
arbítrio do exercício do poder das agências legislativas, retirando o discurso da
construção dogmática e sustentá-la na realidade.
CAPÍTULO QUINTO
Trata do idealismo, como o mundo dos juristas e do realismo, que valoriza o mundo
articulado na medida da necessidade de seu valor em seus diversos graus.
Teoria das estruturas lógico reais que devem ser observadas pelos legisladores ao
regular a conduta humana e também das estruturas que vinculam o direito às leis físicas.
Ao jurista é possível apresenta um fato a partir de uma interpretação ou versão
particular do mundo, mas que este deverá arcar com suas conseqüências.
Discorre com propriedade sobre a teoria aplicada ao discurso jurídico penal. Discute a
teoria das estruturas lógico-reais e suas possibilidades enquanto fecunda, legitimadora
ou não em relação ao discurso jurídico penal.Além de uma longa discussão sobre a
necessidade de contato com a realidade do exercício do poder imposto pelas agências do
sistema penal para que o jurista alcance maturidade para tomar consciência dos estreitos
limites de seu poder. Assim, perceberá o vazio de seu discurso jurídico penal
deslegitimado.
CAPÍTULO SEXTO
Quando as agências judiciais intervém nos conflitos atuam com violência seletiva e
como não dispõe de poder ainda caracterizam o meio menos pior de resolução.
O sistema penal não atua diante das hipóteses conflitivas programados pelo sistema
penal .
Pela teoria do delito o discurso jurídico penal concentrando o delito basicamente como
“uma ação típica” , antijurídica e culpável”não satisfatória. E que diante da afirmação
do inexistência do delito, este ainda é tratado e possui requisitos como ação, tipicidade.
Propões opção de importa o desvalor ou resultado, com base no bem jurídico com
orientações éticas para corrigir cidadãos mal educados.
O nível de lesividade do direito deve ser base para a punição. E para o funcionalismo a
tutela de bens jurídicos não se pode justificar o direito penal, pois este se justificar por
sua funcionalidade e que a afetação de bens jurídicos interessa sempre que moleste a
sociedade por ser “nocivo” a ela, isto é, ao poder. Admite que o organicismo é
expressão de decadência do pensamento jurídico penal de nossos dias.
Traz também como situação sem solução a culpabilidade como reprovabilidade está em
crise, tornando – se insustentável devido a deslegitimação da reprovação dado que a
seletividade e reprovação da violência subtraem- lhe tudo sentido ético. Por outro lado,
não resulta possível construir a culpabilidade sem uma base ética, sob pena de se reduzi-
la a um instrumento proveitoso ao poder, que ao mesmo tempo, a conservação desta
base na forma tradicional não é mais que uma racionalização.
A partir da teoria do injusto, responsabiliza as agências judiciais. A resposta
criminalizante da instância judicial deva respeitar os limites que lhe impõe a
culpabilidade pelo injusto.