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Luc Boltanski* *
Laurent Thévenot* * *
Uma primeira versão
deste texto foi uma con
ferência dada por Luc
Boltanski no Institute
for Advanced Study,
Este artigo defende que várias situações na vida social
Princeton, e beneficiou- podem ser analisadas em seu requisito de justificação
se da leitura atenta, co
mentários e assistência
da ação. E particularmente em situações de disputa
de Terry Nardin. O ar que surge uma necessidade de esclarecer as bases nas
gumento apresentado
quais é distribuída a responsabilidade pelos desvios e
aqui de forma resumi
da foi desenvolvido em novos acordos podem ser alcançados. A partir do fato
Boltanski e Thévenot
de que existe uma pluralidade de modos dejustificação
(1987, 1991) e em Bol
tanski (1990). Tradução mutuamente incompatíveis, as disputas podem ser
de Marcos de Aquino entendidas como desacordos acerca da violação ou
Santos, a partir do artigo
“T he sociology o f criti cumprimento da regra dejustificação aceita, ou ainda
cai capacity”, publicado como desacordos sobre qual é o modo de justificação
em European Journal of
Social Theory, v. 2, n. 3, que deve ser empregado. 0 artigo desenvolve uma
p. 359-377 Copyright © gramática dos referidos modos dejustificação, chamados
1999 Sage Publications:
London, Thousand de ordens de grandeza (grandeur), e sustenta a hipótese
Oaks, CA and New Delhi. de que a capacidade crítica humana se torna visível na
* Professor na École des
flautes Études en Scien ocorrência cotidiana de disputas sobre os critérios da
ces Sociales e diretor do justificação. Ao mesmo tempo, é sublinhado que nem
Groupe de Sociologie
Politique et Morale. Suas todas as situações sociais podem ser interpretadas com
obras mais recentes in o recurso a este senso de justiça, que reside em uma
cluem Le nouvel esprit
du capitalisme, com Eve
noção de equivalência. Regimes de amor, violência ou
Chiapello, e La condi- familiaridade são sistematicamente distintos dos regimes
tion foetale: une socio
logie de 1’engendrement
de justificação.
et de 1’avortement. [e-
mail: boltanski@ehess.ff]
"Professor na École de.s
Palavras-chave: ação; coordenação; crítica; disputa;
Hautes Études en Scien justificação.
ces Sociales, diretor do
Groupe de Sociologie
Politique et Morale e pes
quisador sênior no Cen
tre d’Études de 1’Emploi,
Paris. Dentre suas pu
blicações mais recentes
destacam-se De la justi-
fication: Ies économies
de la grandeur, com Luc
Bolltanski, e Laction au
pluriel: sociologie des ré-
gimes d’engagement. [e-
mail: thevenot@ehess.frl
122
N ota d o tradutor
O MOMENTO CRÍTICO
bem diversas e assim tentamos delinear uma estrutura geral para a análise
dos processos de disputa em uma sociedade complexa.
Uma primeira característica que se pode observar nessas situações é que
as pessoas nelas envolvidas estão sujeitas a um imperativo de justificação.
Aquela que critica as outras precisa produzir justificações a fim de dar
suporte a suas críticas, assim como a pessoa alvejada precisa justificar suas
ações para defender sua causa. Tais justificações precisam seguir regras
de aceitabilidade. Não podemos dizer, por exemplo: “Eu não concordo
contigo porque não vou com a sua cara”. E não há razão para pensar
que estas regras de aceitabilidade sejam diferentes para aquele que cri
tica e para aquele que deve responder às críticas. Assim, um quadro de
análise da atividade de disputa deve, com as mesmas ferramentas, ser
hábil em ocupar-se das críticas, a qualquer ordem, social ou situacional,
assim como da sua justificação.
Além disso, essas situações são necessariamente provisórias porque que
bram o curso corriqueiro da ação. Ninguém pode viver constantemente
em um estado de crise. Logo, um dos modos de sair de uma crise é re
tornar a um acordo. O quadro de análise deve, portanto, ser capaz de
manejar o acordo e o desacordo com as mesmas ferramentas.
Finalmente, estas disputas não são meramente uma questão de lingua
gem. Disputas envolvem não apenas seres humanos, mas também um
grande número de objetos: em uma disputa profissional, por exemplo,
um computador cujos dados foram apagados; em uma disputa entre
herdeiros, uma casa ou um terreno; ou, em um bate-boca doméstico,
os pratos que devem ser lavados, e assim por diante. O quadro deve ser
delineado de modo que possa lidar com disputas no mundo real, isto
é, deve ser capaz de descrever a maneira pela qual as disputas associam
pessoas e coisas.
O ESTABELECIMENTO DE EQUIVALÊNCIA
126
OS MUNDOS COMUNS
Formato da
Oral, Mensurável:
informação
Emocional exemplar, Formal, oficial Semiótico Monetário critérios,
pertinente
anedótico estatísticas
Relação
elementar Vínculo
Paixão Confiança Solidariedade Reconhecimento Troca
funcional
Qualificação
Desejo, Competência
humana Criatividade,
Autoridade Igualdade Celebridade poder profissional,
ingenuidade
aquisitivo perícia
O MUNDO DA INSPIRAÇÃO
O mundo doméstico
O mundo doméstico foi extraído de um comentário na obra de Bossuet
Lapolitique tirée des propres paroles de VÉcriture sainte. Em um mundo do
méstico, a grandeza das pessoas depende de uma hierarquia de confiança
baseada em uma cadeia de dependências pessoais. O elo político entre
os seres é visto como uma generalização do parentesco e é baseado nas
relações face-a-face e no respeito à tradição. A pessoa não pode, neste
mundo, deixar de pertencer a um grupo, uma família, uma linhagem,
uma posição. Na construção política de Bossuet, o rei, considerado o
maior ser, é comparável a um pai, que se sacrifica por seus subordinados.
Neste modelo deve-se, para avaliar a grandeza de alguém, conhecer seu
lugar na rede de dependências da qual esta pessoa retira sua própria
autoridade.
A fim de descrever os objetos do mundo doméstico na atualidade, uti
lizamos um guia prático que ensina boas maneiras e relações humanas
dentro da empresa, endereçado a trabalhadores expostos à mobilidade
social e promovidos a posições de maior responsabilidade (intitulado Sa-
voirvivre etpromotion). Nesse livro, as pessoas importantes e conceituadas
são chefes, patrões, ou mesmo parentes. Suas principais qualidades são
aquelas que lhes fazem distintas, francas, leais e de caráter. Os objetos
típicos são, por exemplo, os cartões de visita, os presentes, as heranças,
as casas, os títulos. Entre as maneiras apropriadas de estabelecer relações,
anotamos o ato de recomendar alguém, a geração de descendentes, a
educação, a reprodução ou a apresentação de um convite.
O mundo do renome
O mundo do renome foi extraído do Leviatã, de Hobbes, particularmente
do capítulo dedicado à honra. Se em um mundo doméstico a grandeza
tem valor apenas em uma cadeia hierárquica de seres, no mundo do re
nome a grandeza é unicamente o resultado da opinião das outras pessoas.
A medida da grandeza das pessoas depende de sinais convencionais de
avaliação pública. Esta espécie de grandeza é baseada nada mais do que
no número de indivíduos que concedem seu reconhecimento. E, por isso,
inteiramente não-relacionada ao domínio das dependências pessoais, e
sem ligação com a impressão que as pessoas fazem de si mesmas. Por
essa razão, podem nascer disputas quando vem à luz uma divergência
entre a auto-imagem e o reconhecimento dos outros: nesse mundo, o
reconhecimento das outras pessoas é a realidade.
Como guia, utilizamos um livro de treinamento em relações públicas,
Príncipes et techniques des relations publiques. As pessoas pertencentes a
este mundo são as bem conhecidas celebridades, as estrelas, os líderes
de opinião, os jornalistas. Elas são conceituadas e grandes quando são
famosas, reconhecidas, de sucesso, ou convincentes. Os objetos correntes
nesse mundo são as marcas, os emblemas, os transmissores e receptores
de mensagens, os press releases e os booklets. O modo correto de travar
relações é, então, influenciar, identificar-se com alguém, causar a simpatia
de alguém ou falar sobre ele, ou bisbilhotar e disseminar rumores.
O mundo cívico
Provavelmente nenhuma obra apresenta melhor explicação sobre o que
um mundo cívico, ao menos em sua versão francesa, deva ser, do que
o Contrato social de Rousseau. No sistema cívico, como na comunidade
doméstica de acordo com Bossuet, a paz civil depende da autoridade de
um soberano cuja posição, acima da luxúria egoísta dos indivíduos, asse
gura o bem-comum. Porém, o soberano de Rousseau é incorpóreo. No
mundo cívico, um soberano é formado pela convergência das vontades
dos homens, que, na qualidade de cidadãos, abandonam seus interesses
particulares e se conduzem exclusivamente na direção do bem-comum.
Esta grandeza cívica contrapõe-se às dependências pessoais, nas quais
a grandeza doméstica é baseada, bem como às opiniões dos outros, que
constituem a grandeza do renome. No mundo cívico, as pessoas são
pequenas se vistas como particulares, seguidoras dos ditames de uma
vontade egoísta, e, ao contrário, relevantes e dignas se percebidas como
membros da soberania incorpórea, que diz respeito exclusivamente ao
interesse geral. Para listar os principais objetos, pessoas e dispositivos
de um mundo cívico, e descrever as situações empresariais erigidas de
acordo com esta lógica, utilizamos dois guias de sindicato, editados pelo
CFDT, que se complementam um ao outro, Pour élire ou désigner les délégués
(Como eleger ou nomear representantes) e La section syndicale (O setor
sindical). O modo pelo qual é organizada a força de trabalho é regulado
por leis sociais que resultam do esforço, no século X IX , por satisfazer a
um princípio de equivalência cívico.
A peculiaridade do mundo cívico está em pôr o acento nos seres que não
são individuais, mas sim coletivos. Os seres humanos individuais podem
ser vistos como relevantes e valorosos apenas enquanto pertencentes a um
ANTROàOLÍTICÃ Niterói, n. 23, p. 121-144, 2. sem. 2007
138
O mundo mercantil
A Riqueza das Nações (principalmente os primeiros capítulos, que descre
vem como um mercado funciona), de Adam Smith, apresenta argumentos
que baseiam no mercado um sistema político harmonioso. O laço mer
cantil coordena os indivíduos por meio da mediação de bens escassos,
cuja aquisição é pretendida por todos. Esta competição entre apetites
individuais subordina aos desejos dos outros o preço relativo à posse de
uma mercadoria. “O desejo sereno de riqueza”, como Albert Hirschman
escreve em As paixões e os interesses (HIRSCHMAN, 1981), citando Francis
Hutcheson, permite a construção de uma ordem harmoniosa que trans
cende a confusão de interesses individuais.
O mundo mercantil não deve ser confundido com a esfera das relações
econômicas. Tentamos mostrar, pelo contrário, que as ações econômicas
são baseadas em pelo menos duas formas de coordenação, uma pelo
mercado e a outra por uma ordem industrial, cada uma delas servindo
de apoio a uma prova de realidade diferente.
Não pudemos encontrar um guia francês contemporâneo que pudesse
ser utilizado para descrever os objetos concernentes ao mundo mercantil
de hoje. Por esse motivo, recorremos a uma tradução francesa de um
livro estadunidense que ensina a arte dos negócios a um público vasto,
What they don’t teachyou at Harvard Business School. Para os nossos objetivos
esse livro é de particular interesse, pois atribui o êxito nos negócios a
uma experiência visivelmente desconectada da produção industrial: o
autor fez uma fortuna vendendo nomes de pessoas famosas a agências
de publicidade.
Em um mundo mercantil, as pessoas importantes são os compradores
e os vendedores. Eles são grandes quando são ricos. Suas principais
qualidades os apresentam como oportunistas em detectar e aproveitar
as oportunidades do mercado, desvinculados de qualquer laço pessoal e
emocionalmente sob controle. Eles se conectam um ao outro mediante
relações de competição.
O mundo industrial
O princípio de equivalência industrial foi extraído da obra de Saint-
Simon, fundador da sociologia francesa. Neste mundo, a grandeza é
baseada na eficiência. Ela pode ser medida em uma escala de capacida
des profissionais. Conectada à produção de bens industriais, a grandeza
industrial é conservada na maneira pela qual dispositivos organizacionais
orientam para o futuro o planejamento e os investimentos.
Para descrever os objetos do mundo industrial utilizamos um guia cie
produtividade, Productivité et conditions de travail. Em um mundo industrial
os grandes são os especialistas. As palavras usadas para descrever suas
qualidades pessoais também poclem ser utilizadas para qualificar coisas.
Elas, pessoas e coisas, são estimadas quando são eficientes, produtivas,
operacionais. Elas empregam ferramentas, métodos, critérios, projetos,
valores, gráficos, etc. Suas relações podem ser tidas como harmoniosas
quando organizadas, mensuráveis, funcionais, padronizadas.
C ríticas e C o m pr o m isso s
prestígio e riqueza de família por meio de suas roupas, seus modos, sua
pronúncia distinta, seu paletó elegante e assim por diante. E pode-se,
ao mesmo tempo, denunciar o professor acusando-o de ter, consciente
ou inconscientemente, considerado em seu julgamento esses sinais de
opulência que não deveriam pertencer à avaliação escolar. A situação é
então criticada como injusta porque uma grandeza concernente a um
mundo foi deslocada a outro. A esta forma, denominaremos transporte
de grandeza. O princípio básico no qual a prova é baseada não é contes
tado. Nesse caso, a denúncia é exclusivamente focada no desvelamento
da grandeza, própria a outro mundo, que as pessoas são acusadas de ter
introduzido na situação de prova. O processo de reparação consistiria,
então, em realizar uma nova e purificada prova.
Mas a crítica pode ser muito mais radical. Delinearemos agora uma segun
da forma, na qual o alvo da crítica é o próprio princípio cie equivalência
no qual a prova de realidade é baseada. Nesse caso, o objetivo cia crítica
é substituir a prova corrente por outra, pertinente a outro mundo. A
disputa, então, não está mais direcionada aos rumos que a prova deve
seguir a fim de ser justa, e sim à questão de saber que espécie de prova,
concernente a que mundo, seria realmente cabível na situação. Imagine
mos novamente a situação de um exame escolar. Mas desta vez a prova
acontece num dia em que os estudantes estão lá fora em protesto por
direitos civis. A polícia foi trazida. O alvoroço toma conta da rua diante
das janelas. Um professor poderia denunciar a maneira pela qual seus
colegas continuam a administrar o teste enquanto os estudantes estão do
lado de fora sendo espancados pela polícia. Ele pode dizer algo como:
“O que realmente importa agora não é que aconteça o exame, mas que
demonstremos nossa solidariedade com os estudantes”.
Como sugere este último exemplo, quanto mais impura uma situação
(no sentido de conter objetos concernentes a diferentes mundos), mais
fácil denunciá-la. Isso significa, na nossa estória, falar, por um lado, em
professores, quadros-negros, horários etc., e, por outro, em protesto,
direitos, pôsteres com lemas políticos, reivindicações de solidariedade etc.
Tais situações serão denominadas situações ambíguas (situations troubles).
Estas espécies de situações, que contém objetos de vários mundos, são
particularmente suscetíveis à crítica. Provavelmente esta é a razão pela
qual as situações nas quais importantes provas de realidade são realizadas
geralmente são aparelhadas de modo a serem tão puras quanto possível.
Os objetos de outros mundos são removidos a fim de desencorajar a
crítica e tornar difícil a contestação da prova. Do intercruzamento dos
seis mundos mencionados acima, retiramos uma matriz a partir da qual
O TÉRMINO DA DISPUTA
A bstract
This article argues that many sitmtions in social life can be analyzed by their
requirementfor thejustification of action. It is in particular in sitmtions of
dispute that a need avises to explicate the grounds on which responsibility
for errors is distributed and on which new agreement can be reached. Since
aplurality of mutmlly incompatible modes of justification exists, disputes
can be understood as disagreements either about whether the accepted rule
of justification has not been violated or about which mode of justification to
apply at all. The article develops a grammar of such modes of justification,
called orders of worth (grandem), and argues that the human capacityfor
criticism becomes visible in the daily occurrence of disputes over criteria for
justification. At the same time, it is underlined that not all social sitmtions
can be interpreted with the help ofsuch a sense of justice, which resides on
a notion of equivalence. Regimes oflove, ofviolence or of familiarity are
systematically distinctfrom regimes of justification.
R eferências
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(Raisons pratiques, 1)
______ . Le regime de familiarité: des choses en personnes. Genèses, Paris,
n. 17, p. 72-101, 1994.
N otas
1 Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e
Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Jan eiro, orientado pelo professor doutor José Ri
cardo Ramalho c financiado com bolsa de estudos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
NívelSuperior.doCoverno Federal. re-mail:aquinol 980@ vahoo.com .br: tels: 2269-8722:9316-44341.
2 A respeito desse estabelecimento de equivalência, ver, em inglês, Boltanski (1987); Bol-
tanski; Thévenot (1983); Thévenot (1984).
a Para uma comparação deste senso de justiça com as teorias da justiça de John Ra-
wls e Michael Walzer, ver Thévenot (1992) e o artigo “Justification et Compromis” no
Dictionaire d’éthique et de philosophie morale (CANTO-SPERBER, 1996, p. 789-94). Paul
Ricoeur comparou os modelos de justiça de Walzer e o nosso em relação ao lugar des
tinado à política (RICOEUR, 1995).
A Ver, nesta perspectiva, a tentativa de Alexis Carrel de construir uma “cité eugénique" e
suas conseqüências na história da demografia e da estatística (THÉVENOT, 1990a).
5 Nesta perspectiva, podemos considerar as organizações como compromissos organiza
dos e relativamente duráveis entre mundos diferentes. As organizações diferem entre
si no que diz respeito à espécie de mundos que elas envolvem, e à espécie de compro
missos que lhes dão suporte.