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C1 – A ação humana.

O conceito de ação.
 O que é um acontecimento?

Um acontecimento é algo que se verifica num certo momento e num certo lugar. Todas as
ações são acontecimentos, mas nem todos os acontecimentos são ações, como é o caso de
fenómenos naturais, assim, para um acontecimento ser ação, tem de envolver um agente.

 O que é uma ação?

Uma ação não é um simples acontecimento, é algo que um agente faz acontecer intencional
ou propositadamente.

A rede concetual da ação.


A rede concetual da ação é o conjunto de conceitos que usamos para caracterizar,
compreender e explicar uma ação.

Os conceitos mais importantes a para caracterizar e compreender uma ação são:

 Intenção, crenças e desejos – O que o agente pretende fazer.


 Motivo – O porquê ou razão de ser da ação.
 Deliberação – Ponderação das diferentes possibilidades da ação.
 Decisão – Escolhe-se uma das possibilidades da ação, preferindo uma delas.
 Consequências – O modo como o resultado da nossa ação nos afeta e aos outros
também.

A relação entre o motivo e a intenção é a seguinte: saber qual o motivo da ação, clarifica a
intenção. Ao perguntar “O que quer fazer aquele que age?” referimo-nos à intenção, e
“Porque razão quero ir ao médico?” a resposta apresentar-nos-á o motivo dessa ação.

As condicionantes da ação humana.


 Condicionantes biológicas – são as possibilidades e limites ligados ao nosso património
genético.
 Condicionantes socioculturais - são as possibilidades e limites ligados ao modo como
dependemos do meio social e cultural em que a nossa vida se desenrola.
 Condicionantes psicológicas - são as possibilidades e limites ligados à nossa
personalidade e maneira de ser, ao modo como interpretamos situações e lhes
respondemos.

Distinção entre condicionantes e determinantes da ação.


 Condicionantes da ação – o nosso contexto, a nossa situação e devem constituir-se
como desafios para que concretizemos os nossos projetos.
 Determinante de ação – os fatores que, atuando sobre nós, impedem que a nossa
vontade encontre cursos alternativos à ação.

C2 - Liberdade e determinismo na ação humana.


Clarificação de conceitos e do problema.
 O que é o determinismo?  
Teoria filosófica que afirma que todos os acontecimentos fazem parte de uma cadeia causal
onde qualquer acontecimento é o desfecho necessário de acontecimentos anteriores, ou seja,
como a ciência afirma que todos os acontecimentos no universo são determinados, já está
decidido se algo vai ou não acontecer.

 O que é livre arbítrio?


Consiste na capacidade de fazer algo, podendo, contudo, não o ter feito.

 Em que consiste o problema do livre arbítrio?


O livre arbítrio consiste em poder escolher entre várias ações possíveis. Mas, para podermos
escolher entre várias ações possíveis, é necessário que não esteja tudo determinado, caso
contrário poderíamos apenas fazer a ação que estivéssemos determinados a fazer. Portanto,
para que exista livre arbítrio não pode haver determinismo. É isto que dá origem ao chamado
problema do livre-arbítrio.

A importância prática da resposta que se dá ao problema do livre arbítrio.


O problema do livre arbítrio tem importantes implicações práticas, a principal das quais está
relacionada com a responsabilidade moral. Tudo parece indicar que se não houver livre-
arbítrio, então também não é possível responsabilizar moralmente um agente pelas ações que
pratica e, consequentemente, puni-lo ou recompensa-lo. Se não houver livre-arbítrio, não
estará todo o nosso sistema penal errado?

Uma   pessoa   pode   ser   considerada   moralmente   responsável   por   uma   ação   quando  
podia não ter feito o que fez.  

 Qual a relação entre agir livremente e ser moralmente responsabilizado pelo que se
faz?
a. Ser responsável implica ser livre. Não se pode responsabilizar alguém por uma ação
onde não agiu livremente, apenas se pode quando podia não ter feito o que fez.
b. Ser livre implica ser responsável. Se alguém pratica livremente uma ação, então faz
algo que podia ter feito. Se o fez nestas condições, é o autor da ação e por ela pode
responder, enfrentando as consequências do se ato.

Três tentativas de resposta ao problema do livre-arbítrio.


 Determinismo radical - O ponto de vista segundo o qual só o determinismo é
verdadeiro. Para o determinismo radical, a crença no determinismo significa acreditar
que é verdade que qualquer acontecimento é o desfecho necessário de
acontecimentos anteriores. Daqui decorre que não há livre-arbítrio e que, sendo
assim, não podemos ser responsabilizados pelas nossas ações.
 Determinismo moderado - Teoria que defende que as nossas ações são livres, apesar
de determinadas.
 Libertismo - Teoria que considera que há ações que não o são nem causalmente
determinadas nem produto do acaso, mas ações livres, e que, portanto, as pessoas são
responsáveis por essas ações.

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