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Os Valores.

O que são valores?


Os valores são padrões ou referências a partir das quais julgamos objetos, pessoas e atos. Os
valores são hierarquizados, ou seja, uns são considerados mais importantes do que outros.

Que relação existe entre valores e ações?


Os valores são ideias que influenciam as nossas decisões e ações, as nossas escolhas e
preferências. Ao que justifica a decisão de agirmos de um modo e não de outro damos o nome
de motivo. Quando justificamos as nossas ações e decisões estamos a referir-nos a valores.

O que são juízos de facto?


Quando descrevemos o que aconteceu, sem qualquer interpretação ou apreciação por parte
do sujeito, estamos a emitir um juízo de facto, por exemplo, ao dizer: “O Mosteiro dos
Jerónimos foi construído no século XVI “.

O que são juízos de valor?


Quando colocamos as nossas apreciações ou preferências nos comentários que enunciamos
estamos, então, a emitir um juízo de valor, valor esse que pode ser positivo ou negativo por
exemplo, ao dizer: “O Mosteiro dos Jerónimos é uma obra arquitetónica bela”.

O que são critérios valorativos?


Os critérios valorativos são as justificações em que nos apoiamos para determinar que coisas
têm valor ou importância.

Em que consiste a questão dos critérios valorativos?


A questão pode enunciar-se assim “Será que existem valores objetivamente verdadeiros? Ou
será que a sua verdade depende daquilo que um individuo ou uma sociedade consideram
verdadeiro?”. As várias respostas ao problema são:

Subjetivismo moral.
É a teoria segundo a qual o valor de verdade dos juízos de valor depende das crenças,
sentimentos e opiniões do sujeito que os emite. Os juízos de valor dependem da sinceridade
de sentimentos de aprovação ou negação do sujeito. Assim, nesta teoria, não existem valores
aceites universalmente.

Objetivismo moral.
É a teoria que afirma que os juízos de valor podem ser verdadeiros ou falsos e que essa
verdade ou falsidade não depende de pontos de vista, de sentimentos ou de gostos, sejam
estes individuais ou coletivos. Assim, existem verdades absolutas.

Relativismo cultural.
Caracteriza-se pela crença de que não há valores morais universais e objetivos, dado que várias
culturas discordam entre si acerca do que é certo e do errado. Tudo o que há, nestere

a perspetiva, são diferentes códigos, costumes, convenções e práticas encontradas dentro de


diferentes culturas, que são apenas diferentes e não melhores ou piores. Para esta teoria, a
verdade dos juízos morais é relativa à sociedade, não fazendo sentido dizer que matar ou
roubar é moralmente condenável independentemente de onde esses atos são praticados.
Os Valores e Cultura.
Relativismo cultural e direitos humanos.
O que são direitos?
Um direito é uma reivindicação legítima ou justificada que deve ser reconhecida e aceite pelos
outros. Porém, direitos implicam ter deveres.

O que são direitos humanos?


São direitos universais, ou seja, de todos os seres humanos. São direitos morais, ou seja, que
as pessoas possuem apenas por serem pessoas e não por serem cidadãos deste ou daquele
estado.

O relativismo cultural é incompatível com a ideia dos direitos humanos?


Se em dado lugar do mundo, houver uma prática moralmente aceite que viola direitos
reconhecidos como humanos, o relativista dirá que temos de aceitar que nessa cultura é
correto fazer tal coisa. Parece assim que o relativismo é incompatível com a ideia dos direitos
humanos pois para esta tese, não há princípios éticos universais.

Não haverá práticas e costumes moralmente inadmissíveis? Até que ponto a


tolerância é uma virtude?
Segundo a perspetiva relativista, cada cultura vê a realidade com óculos de diferentes cores e
nenhuma tem o direito de dizer que a sua visão é a única apropriada. Dizer que práticas morais
de certas culturas são erradas é sinal de preconceito cultural: julgamos que a nossa cultura é,
moralmente falando, melhor e mais evoluída que outras. Defende assim a ideia de tolerância.

O que é a tolerância?
Tolerância, para o relativista, significa que temos de aceirar o que membros de outras culturas
pensam e fazem sem tentar corrigi-los.

As dimensões da ação humana e os valores.


O que é uma norma moral?
É uma regra de comportamento que determina o que devemos fazer para que a nossa ação
seja moralmente boa. Todas as sociedades possuem um código moral, dando-nos «receitas»
para aplicarmos a diversas situações e resolver os problemas que nos colocam. Há normas cuja
infração é considerada como moralmente mais reprovável do que o desrespeito de outras.

O que é uma norma jurídica?


São normas coativas, ou seja, são acompanhadas pela imposição de penas e punições de tipo
físico e financeiro. Nem tudo o que é legal é moral.

A ética deontológica de Kant.


Defende que o valor moral de uma ação reside em si mesma, na sua intenção, e não nas suas
consequências. Tese que defende que há deveres absolutos que não podem em circunstancia
qualquer ser violadas. Só agindo com intenção de cumprir absolutamente o dever é que
agimos bem. As consequências de uma ação não são um critério adequado para avaliar se é
boa ou má. Há ações que são erradas em si mesmas, por melhores que sejam as suas
consequências.
O que são ações moralmente boas?
Quando o propósito do agente é cumprir o dever pelo dever, ou seja, uma ação tem genuíno
valor moral quando a sua razão de ser é o cumprimento do dever.

 Ações feitas por dever – cumprem o dever porque é correto fazê-lo, sendo o dever o
único motivo da ação.
 Ações em conformidade com o dever – cumprem o dever, não porque é correto fazê-
lo, mas porque daí resulta um beneficio ou a satisfação de um interesse.
 Ações contrárias ao dever – violam o dever.

O que é a lei moral?


Ouvir a voz da lei moral é ficar a saber como cumprir de forma moralmente correta o dever. O
cumprimento do dever é uma ordem incondicional e não depende de condições ou interesses.

Lei moral tem uma forma imperativa categórica.


O que a lei moral ordena cumprir- o dever por puro e simples respeito pelo dever é, para Kant,
uma exigência que tema forma de um imperativo categórico. Ordena que uma ação boa seja
realizada pelo seu valor intrínseco, que seja efetuada por ser boa em si não por causa dos seus
efeitos ou consequências. Kant entende que se não houvesse obrigações absolutas não haveria
obrigações morais objetivas e universais.

As 2 formulas mais importantes do imperativo categórico: como saber mais


concretamente se estou a cumprir absolutamente o dever ou não.
Fórmula da lei universal.
«Age apenas segundo uma máxima tal que possas querer ao mesmo tempo que se torne lei
universal.» Ensina-nos que só devemos praticar ações que todos os outros possam imitar.

Fórmula da Humanidade ou do respeito pelas pessoas.


«Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto a tua pessoa como na pessoa de outrem,
sempre e simultaneamente como fim e nunca apenas como meio.» Ensina-nos que cada ser
humano é um fim em si e não um simples meio. Por isso, será moralmente errado
instrumentalizar um ser humano, usá-lo como simples meio para alcançar um objetivo. Os
seres humanos têm valor intrínseco, absoluto, isto é, dignidade.

O que é boa vontade?


Bem supremo. É a vontade cuja bondade não deriva dos resultados ou efeitos da ação, mas do
motivo pelo qual é realizada.

Principal critica à ética Kantiana?


A ética kantiana é incapaz de resolver situações de conflito moral. Se pudesse mentir, para
salvar a morte de inocentes, Kant não saberia responder a esta situação, uma vez que proíbe
ambas as possibilidades da ação por se revelarem incorretas.

A ética utilitarista de Mill.


Teoria consequencialista?
Defende que o valor moral de uma ação depende das usas consequências ou resultados. Se as
consequências são boas, a ação é boa; se as consequências são más, a ação é moralmente
errada. O motivo ou a intenção não são decisivos porque se referem ao carácter do agente e
não à ação.

Principio da utilidade ou da maior felicidade


Afirma que uma ação deve ser realizada somente se dela resultar a máxima felicidade possível
para as pessoas ou partes que por ela são afetadas.

Utilitarismo é uma teoria hedonista?


Sim, pois todas as ações humanas têm um objetivo último, esse fim, da perspetiva hedonista, é
a felicidade com o prazer ou bem-estar.

Felicidade individual ou felicidade geral?


A felicidade de que fala o utilitarismo não é simplesmente a felicidade individual, mas também
é a felicidade geral à custa da felicidade do agente. A minha felicidade é tão importante como
a dos outros envolvidos, nem mais, nem menos.

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