Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
**********************************************************************************************************
Referência completa:
************************************************************************************************************
1
3. PRINCIPAIS QUADROS DE REFERÊNCIA
Abordagens behaviorista,
funcionalista, construtivista e Mertens (1996)
holística das competências
Gary Becker (1983)
Capital Humano
Theodore Schultz (1992)
OCDE (2002)
Gonzci & Athanasou (1996)
Jonnaert, Barrette, Masciotra & Yaya (2008)
Competência
Le Boterf (2000)
Mertens (1996)
Perrenoud (2004)
Altet (1994)
Barba et all. (2008)
Corvalán & Hawes (2005)
De Miguel (2006)
Escudero (2006)
Le Boterf (2000)
Mertens (1996)
Competências docentes
Monclús (2000)
Mulder, Weigel & Collings (2008)
Navio (2005)
Perrenoud (2004)
Pavié (2007)
Tejada & Navio (2005)
Vez (2001)
González (2004)
Competências genéricas
Tejada & Navio (2005)
Bunk (1994)
Gillet (1998)
Competências/Formação González & Wagenaar(2003)
Lévy-Leboyer (2003)
Navio (2005)
Liston & Zeichner (1993)
Profissionalidade docente Montero (2001)
Schön (1992)
2
4. RESUMO DAS IDEIAS PRINCIPAIS
O autor inicia o artigo, colocando algumas questões, que no seu entender são
importantes, ao pretender-se iniciar um processo de reflexão sobre a formação de
professores. “¿Qué competencias se pretenden desarrollar, según los textos legales y
los currículos oficiales?, ¿qué perfil y exigencias se plantean para el profesional de la
educación? o ¿qué define al profesor como un profesional competente?” (Pavié, 2011,
p.68)1
Segundo Pavié (2011), o professor possui um perfil profissional específico e
distinto de outros profissionais, daí a maior consideração pelo seu trabalho e também,
a importância dada ao desenvolvimento de competências na formação de professores.
Para Pavié (2011), foi a partir do trabalho de Schön (1992), sobre o profissional
reflexivo, que se começou a entender a prática do ensino como uma profissão, tendo
também este trabalho tido implicações na formação de professores.
Pavié (2011), tendo como suporte os trabalhos de Schön (1992) e de Liston &
Zeichner (1993), clarifica que o que torna um professor, profissional, é a capacidade
de, perante um problema, conseguir conceber e desenvolver uma solução e assegurar
a sua implementação.
Pavié (2011), cita Montero (2001) para destacar que durante muito tempo se
privilegiou um saber técnico vulgar, artesanal, baseado na experiência, dando-se por
isso muito pouca importância à formação de professores. Este professor era uma
“máquina repetidora”(p.68).
Tendo em conta os pressupostos anteriores, Pavié (2011), clarifica que, “ao
contrário do que se poderia supor, el ejercicio de la docencia bajo estos parâmetros
suscita la necesidad de la práctica reflexiva en el oficio de enseñar. Implica, además,
el buen conocimiento de los contenidos a enseñar y de su didáctica, pero también
conocimiento de la profesión y de sí mismo”(p. 68).
1 Que competências se pretendem desenvolver, de acordo com a legislação e os currículos oficiais? Que perfil e exigências se colocam ao
profissional da educação? O que define o professor como um profissional competente? – tradução nossa
3
“el progresivo aumento de las dificultades de aprendizaje de las
materias científicas” – elas próprias, cada vez mais complexas;
“la inclusión de las nuevas tecnologías de la información” – que muitos
docentes tem extrema dificuldade em utilizar… (p.69)
Perante este cenário, Pavié (2011) refere ser necessário repensar a formação de
professores, que, além do mais, está agora também condicionada pelas diretivas da
União Europeia.
É neste contexto, que segundo Pavié, surge a formação baseada em
competências, referindo mesmo que “En el âmbito universitario, se comenzó a
utilizar este término desde que se inició el proceso de convergencia promovido por
las correspondientes instancias políticas de la Unión Europea” (2011, p.69).
Pavié (2011), defende que a ideia “lifelong learning”, isto é, aprendizagem ao
longo da vida, está subjacente a todo o processo formativo destinado a professores,
tendo por base o desenvolvimento de competências, isto, em resultado de ”la
imperativa necesidad de actualizarse permanentemente para estar en condiciones de
dar una respuesta adecuada a las demandas del ejercicio profesional” (p.69)
Para clarificar o conceito de competência, Pavié começa por referir que este é
um conceito com múltiplas interpretações, utilizado no mundo do trabalho, para
aspetos muito distintos, referenciando Mertens (1996) para o justificar.
Com base nos trabalhos de Becker (1983) e Schultz (1992), Pavié (2011), reforça
a ideia do caráter polissémico do conceito de competência, relacionando este
conceito com o de capital humano, “que combina una cualificación profesional con la
capacidad de ser innovador, creativo, adaptarse al cambio, sentido de pertenencia a
un grupo, etc.”(p.70).
Para Pavié (2011), não existe um modelo unificado que se aplique ao
desenvolvimento de competências, mas que todos os modelos de desenvolvimento de
competências se baseiam em apenas três abordagens: Comportamental, Funcionalista
ou Construtivista, embora se possa privilegiar uma delas em detrimento das restantes,
ou que se façam adaptações ou variações destas abordagens. Esta posição do autor,
foi posteriormente alterada, uma vez que em Pavié (2012), tendo por referência
Mertens (1996), estabelece como quadro de referência quatro abordagens em relação
às competências, Comportamental, Funcionalista, Construtivista e Holística ou
Integrada.
Neste seguimento, Pavié (2011), apresenta uma revisão da literatura sobre o
conceito de competência, apresentando as definições de Mertens (1996), Le Bortef
(2000), OCDE (2002), Perrenoud (2004) e Jonnaert, Barrette, Masciotra y Yaya (2008)
Destas definições, (Pavié, 2012), destaca a de Le Bortef (2000), por considerar a
transferência como característica da competência.
Pavié (2011), no que respeita às competências na formação de professores, faz
também a distinção entre competências genéricas e específicas. Para Pavié (2012), as
competências genéricas correspondem às competências essenciais que um profissional
deve possuir para desempenhar o seu papel habitual, podendo ser comuns a diferentes
qualificações profissionais. As competências específicas “son aquellas competencias
de índole técnico que se derivan de las exigencias de un contexto o trabajo concreto.
4
Son competencias propias o vinculadas a una titulación y que proporcionan identidad
y consistencia social y profesional al perfil formativo.” (Pavié, 2012, p. 158)
5
Responsabilidade Profissional. Refere que esta competência é conseguida através
de:
2
“como aquele grupo de conhecimentos, técnicas de ensino e caraterísticas pessoais que, mediante a sua aplicação e
transferência oportuna, permite ao professor melhorar a qualidade da aprendizagem dos seus alunos num âmbito
específico do saber” – tradução nossa
3
“…um profissional competente, e incluímos aqui o professor, deve ser capaz de transferir e adaptar, no âmbito do seu
desempenho profissional, um ou vários esquemas de atividade, para as diversas situações ou problemas com que se
depare, já que a competência não é tanto uma característica do trabalho em si, mas sim de quem o executa bem.” –
tradução nossa
6
O autor refere ainda que as competências não são algo que se adquire na formação
inicial e que depois simplesmente se aplica, mas antes, algo que se cria e recria
continuamente na prática profissional, com uma forte componente reflexiva e ética,
relacionada com o desenvolvimento profissional, ao qual estão ligadas. Assim, Pavié
(2011), defende que a formação baseada em competências deve ser feita no âmbito da
prática laboral, referenciando Vez para basear esta afirmação. Efetivamente, Vez, diz
que “aprender en el puesto de trabajo – como en muchas otras profesiones – juega un
papel central y dominante en su desarrollo profesional”(2001, p. 412, in Pavié, 2011, p.
78).
Para terminar o artigo, Pavié (2011) refere ainda a necessidade de promover
mudanças de fundo nas instituições, para que desenvolvam mecanismos que incorporem
a mudança e a melhoria contínua numa perspetiva formativa dos seus profissionais.
8. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
Pavié, A. (2011). Formación docente: hacia una definición del concepto de competencia
profesional docente. REIFOP, 14(1), 67–80. Retrieved from
http://www.aufop.com/aufop/revistas/arta/digital/158/1620
Perrenoud, P. (2000). 10 Novas Competências para Ensinar (2008th ed., p. 192). Porto
Alegre: Artemed.