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Vestido de Noiva
Vestido de Noiva
vestido de noiva
Nelson Falcão
Rodrigues
3. O AUTOR.................................................................................................. 12
4. A OBRA..................................................................................................... 14
5. Exercícios............................................................................................ 22
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vestido de noiva
Nelson Falcão
Rodrigues
Vestido de noiva
nossa cena teatral, com novas técnicas de montagem. Nosso teatro passou das
comédias de costumes para o grande teatro, com autores “antenados” com o
melhor do mundo, mas profundamente brasileiros.
Duas décadas depois da revolução cultural que foi a Semana de Arte
Moderna, finalmente os novos ventos chegaram ao teatro, que se renovaria de
forma definitiva.
Como afirma um dos maiores críticos teatrais brasileiros, Sábato Magaldi:
Nelson Rodrigues representava para o palco o que trouxeram Villa Lobos para a mú-
sica, Portinari para a pintura, Niemeyer para a arquitetura e Carlos Drummond de
Andrade para a poesia.
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Nelson Falcão Rodrigues
3. O AUTOR
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Vestido de noiva
Desde garoto que me preocupo com a eternidade do amor. Quando sei que um vago
casal se separou, sofro com isso. É quase uma dor pessoal, quase uma ruptura na minha
vida. Mas as pessoas se separam porque realmente não se amavam. Agora mesmo, aos 61
anos de idade, acho que a pior forma de adultério é a viúva que se casa novamente.
Um dado interessante sobre Nelson é que ele fazia questão de frisar sua
verdadeira vocação: o romance. Mas, por uma necessidade financeira, escreveu
sua primeira peça teatral. O curioso é que, antes de escrevê-la, havia lido apenas
uma única peça – Maria Cachucha, de Joracy Camargo; já os romances, devorava-os
desde os tempos de menino.
Seja como for, teatrólogo, romancista, contista, cronista, Nelson Rodrigues
está cada vez mais presente na vida dos leitores.
Hoje, sem dúvida, é o dramaturgo brasileiro mais representado em
nossos palcos.
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Nelson Falcão Rodrigues
4. A OBRA
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Vestido de noiva
Vestido de noiva teve o tipo de sucesso que cretiniza um autor. Parti para Álbum
de Família, que é um anti-Vestido de noiva. O teatro é mesmo dilacerante, um abcesso.
Teatro não tem que ser bombom com licor.
Rodrigues
Enredo
Alaíde morou em uma casa que fora de uma prostituta de luxo no ano de
1905, chamada Madame Clessi. Essa mesma mulher havia sido assassinada por
um jovem namorado.
Alaíde, ao saber que a mãe iria queimar as coisas que estavam no sótão,
vai até lá e encontra os pertences da prostituta; roupas, ligas, espartilho, um
diário etc. E é através desse diário que Alaíde toma conhecimento da existência
de Madame Clessi. Fascinada com a sua personalidade de mulher independen-
te, Alaíde procura se aprofundar através de recortes de jornais que noticiam a
morte da “cocote”.
Alaíde é atropelada na Glória, tendo o motorista fugido do local. É levada,
ainda com vida, para o hospital (plano da realidade).
No plano da alucinação, Alaíde sai à procura de Madame Clessi. E será
essa a pessoa – “uma espécie de psicanalista” – que a ajudará a reconstituir os
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Lúcia (com desespero) – Foi você quem botou isso na minha cabeça – que ela
devia morrer!
Pedro (com cinismo cruel) – Então não devia?
Lúcia (desesperada) – Você é um miserável! Nem ao menos espera que o corpo
saia! Com o corpo, ali, a dois passos. (aponta para a direção do que deve ser a sala
contígua) Você dizendo isso!
Pedro (insinuando) – Quem é o culpado?
Lúcia (espantada) – Eu talvez!
Pedro (enérgico) – Você, sim!
Lúcia (espantada) – Tem coragem...
Pedro – Tenho. (com veemência) Quem foi que disse: “Você só toca em mim,
casando!”. Quem foi?
Lúcia – Fui eu, mas isso não quer dizer nada!
Pedro (categórico) – Quer dizer tudo! Tudo! Foi você quem me deu a ideia do
“crime”! Você!
Lúcia (com medo) – Você é tão ruim, tão cínico, que me acusa!
Pedro (com veemência, mas baixo) – Ou você ou ela tinha que desaparecer.
Preferi que fosse ela.
Lúcia (com angústia) – Essa conversa quase diante do caixão!
Pedro (sempre baixo) – Não estudamos o “crime” em todos os detalhes? Você
nunca protestou! Você é minha cúmplice.
Lúcia (alheando-se, espantada) – Mandaram tantas flores!
Pedro (insistente) – Agora você se acovarda porque o corpo ainda está aqui!
Lúcia parece enlouquecer, pois ouve a voz da irmã morta (remorso?). Por
conselho da mãe, Lúcia retira-se para uma temporada de descanso na fazenda.
Ao voltar, prepara-se para casar com Pedro. As famílias aceitam o casamento
como algo absolutamente natural.
No final do espetáculo, tocam simultaneamente a marcha fúnebre e a mar-
cha nupcial (mistura entre amor e morte), e Alaíde entrega um buquê para Lúcia,
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Narrador
O gênero dramático (o teatro) não apresenta um narrador tradicional. As
ações e falas acontecem diretamente. O autor faz pequenas intervenções denomi-
nadas rubricas, com as quais dá dicas para a montagem da peça e para a atuação
dos atores. Observe as rubricas, em parênteses, no fragmento abaixo:
Mulher (gritando) – Quem fala?
Redator do DIÁRIO (comendo sanduíche) – O DIÁRIO
Mulher (esganiçada) – Aqui é uma leitora.
Redator do DIÁRIO – Muito bem.
Mulher – Eu moro num apartamento, na Glória! Vi um desastre horrível!
Redator do DIÁRIO – Uma mulher atropelada.
Mulher – A culpa foi do chofer. Eles passam por aqui, o senhor não imagina!
Então, quem tem criança!...
Redator do DIÁRIO – Claro!
(...)
(Trevas. Luz no plano da alucinação. Alaíde e Clessi no mesmo lugar. Mas no
chão, deitado, está realmente um homem – o mesmo de sempre. Roupa diferente.)
Espaço
O palco é dividido em três partes, que são iluminadas de acordo com o de-
senrolar do enredo. Algumas vezes, há dois planos iluminados simultaneamente.
Alguns cenários apresentados no palco, ou apenas sugeridos, são o velório de
Clessi e de Alaíde, o local em que Alaíde se prepara para o casamento e a casa
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de prostituição de Clessi.
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tempo
O tempo está mais voltado para o plano psicológico que propriamente cro-
nológico. A mente de Alaíde está desagregada. A única data estabelecida pertence
ao passado, reconstruindo o período da morte da personagem Clessi no ano de
1905. O tempo da ação é, portanto, posterior a isso, na década de 1940. Não há
linearidade cronológica, uma marca do caráter modernista da obra.
Personagens
Suas personagens chegam a ser consideradas caricaturas, já que são seres
que apresentam algum defeito ou virtude exacerbada.
1. Alaíde
Personagem principal, é casada com Pedro e irmã de Lúcia.
É interessante observar que Alaíde vê Pedro em vários homens:
Aquele tem a cara de meu noivo. Os olhos, o nariz do meu noivo – estão-me per-
seguindo. Todo o mundo tem a cara dele.
Essa ideia de que “todo homem se parece” é reforçada pela cena em que
Clessi está sendo velada e um homem que estava no velório aproveita o momento
para investir numa mulher e tentar obter algum favor sexual. O próprio autor
sugere que vários papéis masculinos sejam representados pelo mesmo ator. Veja
esta rubrica do primeiro ato.
2. Pedro tem um caso com Lúcia, sua cunhada e ex-namorada; é cínico, frio
e calculista.
3. Lúcia, irmã de Alaíde, é uma mulher vingativa e rancorosa; sente remorsos
após a morte da irmã.
4. Madame Clessi, prostituta morta em 1905, mulher bela e misteriosa, espécie
de alter ego de Alaíde e também sua “terapeuta”, já que a leva a enfrentar seus
fantasmas e a encarar a Mulher de Véu (Lúcia). Será assassinada por seu amante
adolescente. Há quase uma relação incestuosa entre Clessi e seu amante adoles-
cente (ela dá a ele uma mesada, por exemplo). Além disso, esse rapaz se parecia
com o filho de Clessi, que morrera aos 14 anos. Observe o trecho abaixo:
Clessi – Está bom. Que menino! (noutro tom) Agora vá, meu filho!
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Gênero
Trata-se de obra teatral, não só pela estrutura (atos e cenas), mas também
pelos recursos usados (cenários, luzes, palco etc.) e pelo processo de presentifi-
cação do passado.
Outras considerações
• Alaíde reconstrói partes dos acontecimentos em cima de ... E o vento levou.
• O triângulo amoroso que aparece em Vestido de noiva é apresentado em
outras peças de Nelson Rodrigues, tornando-se, dessa forma, uma “marca
registrada” do autor.
• Segundo Carmine Martuscello, em sua obra O teatro de Nelson Rodrigues
– Uma leitura psicanalística: A própria Alaíde revela que está sempre confundin-
do os namorados, achando que Pedro e o amante de Madame Clessi têm a mesma
cara, o que não só aumenta a identificação entre as duas como transforma Pedro
num filho – ou num pai, o que dá no mesmo, num processo similar ao que faz a
prostituta com seu namorado.
• O grotesco, ou seja, aquilo que suscita riso ou escárnio, é um recurso muito
usado pelo autor:
Alaíde (sardônica) – Por que você não fez a mesma coisa?
A palavra “sardônica” possui esse significado.
• Segundo Sábato Magaldi, para o aniquilamento da personalidade de Ala-
íde, representado pelo atrito com Lúcia, o acidente equivale a um tiro de
misericórdia e de libertação. E mais adiante comenta: “o certo é que a estreia
de Vestido de noiva fez com que o teatro brasileiro perdesse o complexo
de inferioridade.”
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Nelson Falcão Rodrigues
5. Exercícios
1. PUC-SP
A respeito da obra Vestido de noiva, de Nelson
Rodrigues, é incorreto afirmar que:
a) apresenta um enredo que se apoia na ação de
uma moça que roubou o namorado da irmã.
b) tem como verdadeiro núcleo e ponto de apoio
de construção do texto o interesse de Alaíde
por Madame Clessi, despertado pelos porme-
nores do diário e pelas fotografias encontradas no sótão.
c) constrói-se a partir de três planos diferentes, dos quais o da alucinação se
caracteriza como espaço de encontro de Alaíde e Madame Clessi.
d) desenvolve-se na faixa de tempo explicitada no plano da realidade, que vai
do momento do acidente à morte de Alaíde.
e) está centrada na figura da mulher de Véu, antagonista e móvel da ação e que
provoca o desfecho trágico do assassinato de Pedro.
02. PUC-SP
De Vestido de noiva, peça de teatro de Nelson Rodrigues, considerando o tema
desenvolvido, não se pode dizer que aborda:
a) o passado e o destino de Alaíde por meio de suas lembranças desregradas.
b) o delírio de Alaíde caracterizado pela desordem da memória e confusão entre
realidade e sonho.
c) o mistério da imaginação e da crise subconsciente identificada na superposição
das figuras de Alaíde e de Madame Clessi.
d) o embate entre Alaíde, com suas obsessões, e Lúcia, a mulher de Véu, anta-
gonista e um dos móveis da ação.
e) a vida passada de Alaíde revelada no casual achado de um velho diário e de
um maço de fotografias.
3.
Leia o seguinte trecho da obra Vestido de noiva:
3ª mulher (com voz lenta e velada) – Madame Clessi morreu! (brusca e
violenta) Agora, saia!
Alaíde (recuando) – É mentira. Madame Clessi não morreu. (olhando para
as mulheres) Que é que estão me olhando?(noutro tom) Não adianta, porque eu não
acredito!...
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Vestido de noiva
a) Dado que Alaíde já estava morta nessa cena, o que pode estar acontecendo a
Lúcia?
b) Qual o recurso utilizado pelo dramaturgo para introduzir as opiniões e refle-
xões da protagonista morta?
5.
Responda às questões a seguir a partir da leitura do trecho apresentado e da peça
Vestido de noiva. Estamos no plano da alucinação.
Homem (para Alaíde, sinistro) – Assassina!
Clessi (espantada) – O quê?
Homem (indicando) – Ela!Assassina!
Clessi (para Alaíde) – Você?
Alaíde (nervosíssima) – Não me pergunte nada. Não sei. Não me lembro. (num
lamento) Se, ao menos, soubesse quem é Lúcia!
Homem (angustiado) – Não tem ninguém aqui? Quero chope!
Alaíde (em pânico) – Ele quer me prender!Não deixe!
Clessi (assombrada) – Você... Matou? Você?
Alaíde (desesperada) – Matei, sim. Matei, pronto!
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Homem (queixoso) – Meu Deus! Não tem ninguém para me servir. (com an-
gústia) Ninguém! (olha para Alaíde) Assassina!
Alaíde (patética) – Matei. Matei meu noivo.
Homem – Ela disse – “matei meu noivo”. Foi. Eu assisti.
Alaíde – Não assistiu nada!Não tinha ninguém. Lá não tinha ninguém. E não
foi meu noivo. Foi meu marido!
Clessi (frívola) – Marido ou noivo, tanto faz.
Alaíde (histérica, para o homem) – Agora me leve, me prenda – sou uma assassina.
Homem – Não prendo. Não tenho nada com isso! (angustiado) Não há ninguém
para me servir? (melancólico) Ninguém.
Clessi – O senhor tem a cara do marido de Alaíde?
Alaíde – Tem sim. Ele vai dizer que não, mas tem.
Homem (grave) Tenho...
a) Sabemos, de fato, que Alaíde não matou seu marido. O que estaria ocorrendo
nessa cena?
b) O nonsense em teatro é uma abordagem teatral em que uma cena ou elemento
cênico aparentemente não tem a menor conexão com outro. Indique o nonsense
dessa cena.
c) “O senhor tem a cara do marido de Alaíde?” – esse tipo de afirmação é único
nessa obra? O que significa simbolicamente?
6.
Responda às questões propostas a partir do excerto abaixo, retirado do plano
da alucinação:
Clessi – Você parece maluca!
Alaíde (ao lado de Clessi) – Eu?
Clessi – Você está fazendo uma confusão! Casamento com enterro! ... Moda
antiga com moda moderna! Ninguém usa mais aquele chapéu de plumas, nem aquele
colarinho!
Alaíde (agoniada) – Tudo está tão embaralhado na minha memória! Misturo
coisa que aconteceu e coisa que não aconteceu. Passado com o presente. (num lamento)
É uma misturada!
Clessi (impaciente) – Você fala tanto nessa mulher que morreu! Ela é o que,
afinal?
a) Quem é essa mulher que morreu?
b) Por que há um descompasso entre a roupa da morta e a moda moderna?
c) A confusão “casamento – enterro” também aparece no final da obra simboli-
camente. Como isso ocorre?
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7.
Leia esse diálogo entre Clessi e seu namorado e a seguir responda ao que se pede.
Namorado (sentando-se) – (baixo) Sabe o que é que a gente podia fazer?
Clessi (acariciando-o nos cabelos) – O quê?
Namorado – Adivinhe.
Clessi – Diga.
Namorado (baixo) Morrer juntos. (face a face, os dois) Vamos?
Clessi (sonhadora) – Você se parece tanto com o meu filho que morreu! Ele tinha
14 anos, mas tão desenvolvido!
Namorado (súplice) – Quer?
Clessi (meiga) – Olhe assim. (pausa, contemplação) Os olhos dele! Direitinho!
a) Apesar de essa cena estar no plano da memória, ela apresenta o que se pas-
sou com Clessi, e não com Alaíde. Comente tal fato utilizando o conceito de
alter ego.
b) Relacione o excerto acima com o conceito psicanalítico conhecido como com-
plexo de Édipo.
8.
Leia o excerto abaixo que se encontra no plano da memória e que apresenta um
diálogo entre Clessi e a mãe de seu namorado.
Clessi (choramingando) – O olhar daquele homem despe a gente!
Mãe (com absoluta falta de compostura) – Você exagera, Scarlett!
Clessi – Rett é indigno de entrar numa casa de família!
Mãe (cruzando as pernas; incrível falta de modos) – Em compensação, Ashley
é espiritual demais. Demais. Assim também não gosto.
Clessi (chorando, despeitada) – Ashley pediu a mão de Melânie! Vai-se casar
com Melânie!
Mãe (saliente) – Se eu fosse você, preferia Rett (noutro tom) Cem vezes melhor
que o outro!
Clessi (chorosa) – Eu não acho!
Mãe (sensual e descritiva) Mas é, filha! Você viu como ele é forte! Assim! Forte
mesmo!
No trecho acima, as personagens de Vestido de noiva subitamente se põem
a recitar diálogos do filme E o vento levou. No contexto dessa obra de Nelson
Rodrigues, esse recurso de composição configura-se como:
a) crítica à internacionalização da cultura, reivindicando o privilégio dos temas
nacionais.
b) sátira do melodrama, o que dá dimensão autocrítica à peça.
c) sátira do cinema, indicando a superioridade estética do teatro.
d) intertextualidade, visando a indicar o caráter universal das paixões humanas.
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GABARITO
1. E 2. E c) Não. Em vários momentos, o rosto de Pedro
3. é visto em outros personagens masculinos.
a) São as chamadas rubricas, ou seja, indica- É como se Pedro fosse uma figura simbólica
ções do autor para a montagem da peça. representativa da postura masculina, ou
b) Clessi representaria a ruptura com os valores seja, no fundo “todos os homens seriam
tradicionais, o desejo livre do qual Alaíde iguais”.
não podia usufruir. 6.
c) O branco é símbolo, entre outras coisas, de a) A morta é a própria Clessi, que é levada
pureza em nossa sociedade. Alaíde demons- através da conversa com Alaíde a encarar a
tra ser alguém presa a convenções sociais própria morte.
nesse trecho. b) Clessi era uma espécie de prostituta de luxo
4. do começo do século XX (1905), e o enredo
a) Lúcia provavelmente se sente culpada pelo da peça deve se passar nos anos 40.
que ocorreu à irmã, e o fantasma de Alaíde a c) Quando no final, uma rubrica indica que de-
atormenta como numa espécie de remorso. vem ser tocadas simultaneamente a marcha
b) O recurso utilizado é o do microfone: uma nupcial e a marcha fúnebre.
voz em off apresenta para o público o que 7.
se passa na cabeça de Lúcia nessa cena. a) Alaíde se projeta muitas vezes em Clessi,
5. ocorrendo uma sobreposição entre sua vida
a) Alaíde projeta, exterioriza um desejo seu: e a da prostituta do começo do século.
ela não o matou, mas bem que gostaria de b) O amante adolescente de Clessi a levava a
tê-lo feito. lembrar-se de seu filho morto aos 14 anos.
b) O fato de no meio de uma revelação de um Há quase uma relação incestuosa, já que ela
suposto crime alguém ficar preocupado com vê o filho no amante.
uma bebida. 8. B
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