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Elaboração

Divino Nunes Mesquita


(Engº. Agr. EMATER-AC)
mesquit@agronomo.eng.br
Cel: (68)9.9967-0413

Fotos: Gumercindo Teotônio Sobrinho

CONTROLE DE FUSÁRIO EM
Solicitação deste documento pode ser feita à EMATER-AC:
ABACAXIZEIROS
Av, das Nações,2.604, Estação Experimental
Rio Branco – AC, CEP 69908-620
Tel: (68) 3226-4365

Obs: proibida a reprodução e a distribuição,


salvo pelo autor

EMATER ACRE
CARACTERÍSTICAS Na obtenção das mudas são necessário os seguintes Alternativamente o controle por escape pode ser reali-
cuidados: zado com a indução do florescimento em período cuja
Doença patofisiológica causada pelo fungo Fusarium a) seleção de plantas cujos frutos produzidos nunca pro- condição ambiental seja menos favorável à doença,
moniliforme var subglutinans, a fusariose é a principal duziram sintomas da doença; porque a concentração do florescimento nos meses
doença da cultura do abacaxi no Brasil, e no Acre incide b) corte do pedúnculo e cura das mudas, na própria plan- de menores índices pluviométricos reduz significativa-
sobre todas as plantações de Rio Branco e Senador Gui- ta por período de 2 a 3 semanas. mente a incidência da doença.
omard. A estimativa de perdas situa-se em 30-70% de Esta prática permite identificar e descartar grande parte
frutas e cerca de 30-40% em mudas. das mudas eventualmente doentes. Por ocasião da sele- Embora o controle biológico com uso de microrganis-
ção das mudas recomenda-se que sejam padronizadas mos antagonistas, como Trichoderma harzianum, T
DANOS por tamanho e peso. Depois recomenda-se o tratamento viridis e Bacillus sp., possa ser realizado, a dificuldade
com fungicida sistêmico (Furadan).Cerca de 2 a 3 meses e custo de aquisição dificulta essa prática.
O patógeno é capaz de infectar todas as partes da plan- após o plantio, plantas com sintomas devem ser arranca-
ta. Em frutas verdes causa exsudação de goma na su- das e substituídas por sadias mantidas em viveiro. Poste- A forma mais eficaz e certamente a que se torna me-
perfície e amarelecimento precoce de toda a planta, re- riormente, qualquer planta eventualmente doente deve nos dispendiosa e sem dúvida a SUPRESSÃO pelo
torcimento e arroxeamento das folhas. Este sintoma, ser eliminada. controle do pH. Nesse caso dever-se-á manter o pH
geralmente, distingue-se daqueles produzidos pela bro- Não se deve realizar tratamento de mudas sem o devido na faixa de 6,5.
ca das frutas e abelhas irapuás, cuja exsudação gomosa acompanhamento do AT O monitoramento do pH pode ser realizado com equi-
ocorre normalmente entre os frutilhos verdes. Com a pamento medidor de pH e umidade. Tais aparelhos
evolução da doença, as partes lesionadas internas dos Deve-se mudar o local de plantio, voltando a cultivar no são de baixo custo e embora , denominado Doctor
frutos perdem a rigidez, encolhem-se, e as frutas se de- local de incidência 4-5 anos após, e sob realização de soil.
formam. cultivo com espécie não hospedeira.
No estádio final os tecidos das frutas perdem a rigidez e O aumento do pH pode ser realizado com aplicação
se mumificam, podendo surgir um crescimento rosado Análise de solos para correição da adubação e da cala- de calcário, observando que em solos de formação
do fungo nos tecidos mais externos. gem; Solimões, para aumento do pH em um ponto, aplica-
No talo, as lesões (gomas) normalmente restringem-se à se equivalente a 150 g/m 3
parte basal, tanto em plantas adultas como em mudas Tratamento de mudas com fungicidas sistêmico de largo
ainda aderidas à planta-mãe. No caso de plantas adul- espectro (Carbofurano);
tas, as lesões são sempre acompanhadas de podridão
gomosa enquanto que, em mudas, a exsudação gomosa Consórcio com planta antagônica (controle por alelopa-
normalmente é menos pronunciada. tia);
As plantas originadas de mudas infectadas, ou que fo-
ram infectadas após o plantio, podem apresentar sinto- Aplicação localizada com fungicidas;
mas de encurtamento do talo, morte do ápice, enfeza-
mento e clorose e os tecidos infectados do talo exalam Controle genético (cultivo de variedades tolerantes (IAC
odor característico de material em fermentação. Fantástico, Ajubá, Maravilha)

CONTROLE
O controle da doença deve ser iniciado a partir da fase
Nenhuma medida isoladamente proporciona resultado de avermelhamento e estender-se até o fechamento das
satisfatório no controle da doença, sendo necessário, últimas flores, mediante o uso quinzenal de Tebuconazol
portanto, a combinação de várias técnicas. Essas técni- (Folicur, Elite) 0,5-0,6 l/ha.
cas visam, primordialmente, manter o inóculo em nível
baixo e sem que haja danos nas partes comercial O fungicida tebuconazole tem mostrado resultados pro-
(mudas e frutas) porém, devem ser empregadas sempre missores no controle da doença. Este produto, porém,
que necessárias e em vários estádios do ciclo da cultura, não se encontra registrado para utilização nessa cultura
sendo fundamentais no florescimento e de produção de no Brasil.
mudas.

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