A autora realizou compras de móveis com a empresa ré, mas os produtos não foram entregues no prazo acordado. A ré inscreveu indevidamente o nome da autora em órgãos de proteção ao crédito. A autora move ação rescindindo o contrato e pedindo indenização por danos morais contra as rés, além da remoção imediata de seu nome desses órgãos.
Descrição original:
Título original
Ação indenização por danos morais-ELIANA A ALVES-AJ-03-12-2008
A autora realizou compras de móveis com a empresa ré, mas os produtos não foram entregues no prazo acordado. A ré inscreveu indevidamente o nome da autora em órgãos de proteção ao crédito. A autora move ação rescindindo o contrato e pedindo indenização por danos morais contra as rés, além da remoção imediata de seu nome desses órgãos.
A autora realizou compras de móveis com a empresa ré, mas os produtos não foram entregues no prazo acordado. A ré inscreveu indevidamente o nome da autora em órgãos de proteção ao crédito. A autora move ação rescindindo o contrato e pedindo indenização por danos morais contra as rés, além da remoção imediata de seu nome desses órgãos.
JOSÉ MARCELO BREIJÃO ÁRTICO ADVOGADOS EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SANTA FÉ DO SUL, ESTADO DE SÃO PAULO.
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
ELIANA APARECIDA ALVES, brasileira,
convivente, funcionária pública municipal, residente e domiciliado na Rua Argentina, 15, Jardim Morumbi nesta cidade de Santa Fé do Sul, Estado de São Paulo, vem, com o respeito de estilo à presença de Vossa Excelência, pelo procurador e advogado que esta subscreve, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo, sob nº. 48.633, com escritório na Rua 7, nº. 958, Centro, nesta cidade, local onde recebe as intimações, ingressar, baseado no art. 274, inciso I, do Código de Processo Civil, com AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL DE COMPRA E VENDA, C.C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C. C. PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CONSISTENTE EM RETIRADA DO NOME NA SERASA/SCPC, em face da empresa ELIANA MISOKAMI-EPP – MÓVEIS BRASIL LÍBANO, inscrita no CNPJ sob nº. 09.194.659/000109, estabelecida na Rua Marcondes Salgado, 9-06 – Chácara das Flores – CEP 17013-113, em Bauru, Estado de São Paulo por seu representante legal e SUL FINANCEIRA S/A – CFI, estabelecida na Rua Butantã, 518, CEP 05424-905, em Pinheiros, São Paulo, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
A autora é funcionária pública municipal desta
cidade. RUA SETE, Nº 1082-FONES/FAX 17-3631-1370 e 3631-3852-15.775.000-SANTA FÉ DO SUL, SP. 1 ABMAEL MANOEL DE LIMA SÔNIA REGINA FACINCANI DE LIMA JOSÉ MARCELO BREIJÃO ÁRTICO ADVOGADOS
Trata-se de pessoa conhecida e respeitada, de
índole moral inatacável, de família honesta e trabalhadora.
Em 18 de julho de 2.008, compareceu na
residência da requerente uma pessoa de nome Kellem, identificando-se como vendedora da empresa denominada Móveis Brasil Líbano.
Após muita insistência e acreditando nessa
pessoa, a requerente acabou por efetuar duas compras, ou seja, de um guarda-roupas e de uma cama, totalizando o valor de R$1097,56 (um mil, noventa e sete reais e cinqüenta e seis centavos).
A compra da cama foi realizada em nome da
requerente e do guarda-roupas em nome de seu filho, Rafael Alves da Silva.
Ocorre que a requerente não recebeu os móveis
no prazo estipulado de 15 (quinze) dias para a entrega. Mesmo assim chegou na residência da requerente dois boletos bancários para serem pagos, referentes à aquisição da cama. Aliás, se fosse o boleto decorrente da compra do guarda-roupas, certamente nele constaria o nome do filho da requerente e não o nome dela novamente.
Além do mais, os valores não são os mesmos
especificados na compra, em se tratando que os valores que estão inseridos nas notas são 12 (doze) vezes de R$43,63 (quarenta e três reais e sessenta e três centavos) e 12 (doze) vezes de R$62,38 (sessenta e dois reais e trinta e oito centavos), mas os valores dos boletos são 12 (doze) vezes de R$62,38 (sessenta e dois reais e trinta e oito reais) e 12 (doze) vezes de R$ 66,18 (sessenta e seis reais e dezoito centavos).
Aliás, a fornecedora tentou entregar a cama,
mas a requerente não aceitou, preferindo cancelar a compra e venda realizada a domicilio, já que lhe era conferido o direito de desistência no prazo de 07 (sete) dias, contados da assinatura do negócio ou do ato de recebimento do produto ou serviço.
Tentou, a requerente, comunicar-se, via
telefone, com as requeridas, mas tudo foi em vão. Por essa razão, a requerente dirigiu-se ao PROCON desta cidade, procedendo-se à abertura da reclamação FA nº 0108-000.094-9, datada de 16 de setembro de 2008.
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ABMAEL MANOEL DE LIMA SÔNIA REGINA FACINCANI DE LIMA JOSÉ MARCELO BREIJÃO ÁRTICO ADVOGADOS Designada audiência por aquele órgão, a fornecedora, primeira das requeridas, devidamente notificada, nela não compareceu. Na oportunidade foi feito o pedido de cancelamento do produto adquirido, por não ter sido entregue no prazo combinado de 15 (quinze) dias, exercendo também a requerente o seu direito de arrependimento, nos termos da legislação em vigor.
Entretanto, as requeridas, sem nenhuma
justificativa plausível, lançaram o nome da requerente nos órgãos de serviços de proteção ao crédito, precisamente na SERASA/SCPC, em face do contrato sob nº. 50277476, com débito no valor de R$62,38 (sessenta e dois reais e trinta e oito centavos).
Com isso, o prejuízo moral da requerente foi
enorme, já que a requerente é funcionária pública municipal e trabalha em uma escola, nesta cidade. A vergonha perante seus colegas de trabalho e à sociedade santa-fé-sulense traduziu-se em verdadeira ofensa aos direitos da personalidade.
Assim, a conduta ilícita das rés implicou dano
moral à autora, vindo a infringir o art. 5º, incisos V e X, da Constituição, e o art. 6º, inciso VI, da Lei 8.032/80.
É sabido que, na hipótese em questão, o dano
moral é presumido, de tal modo que a prova dos prejuízos é escusada.
A contratação foi direta entre autora e uma das
rés fornecedora. Há de se aplicar, portanto, à hipótese, o Código de Defesa do Consumidor ( Lei 8.078/90).
Firmada a aplicação do Código de Defesa do
Consumidor, nada impede que a demanda seja proposta no foro do domicílio da autora, nos termos do art. 101, inciso I, da mencionada lei. Por seu turno, vem o problema do valor da indenização, que, no caso, deve ser fixado por arbitramento. Em casos tais, a jurisprudência aponta o critério do caso concreto, devendo o Juiz valer-se do grau de culpa dos envolvidos, da capacidade econômica do ofensor, da repercussão da conduta em relação à vítima etc.
Assim, as rés demonstram um verdadeiro
poderio econômico.
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ABMAEL MANOEL DE LIMA SÔNIA REGINA FACINCANI DE LIMA JOSÉ MARCELO BREIJÃO ÁRTICO ADVOGADOS Não bastasse isso, o ato ilícito envergonhou ingentemente a autora, que nunca tinha visto seu nome inscrito em órgãos de proteção ao crédito.
Tudo isso, então, aponta, em homenagem ao
princípio da reparação integral do dano, sem implicar enriquecimento sem causa, para o valor de R$20.000,00 (vinte mil reais).
Na hipótese de condenação em valor inferior ao
pleiteado na inicial, não há de se aplicar a sucumbência recíproca, nos termos da recentíssima Súmula 326 do Superior Tribunal de Justiça: “Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca”.
Por sua vez, o ato ilícito vem ocasionando
sérios prejuízos à atividade da autora. Urge, pois, que, o mais rápido possível, seu nome seja retirado dos cadastros da SERASA/SCPC, devendo ser concedida a antecipação de tutela dessa obrigação de fazer, nos termos do art. 461, §3º, do Código de Processo Civil.
Caso descumprido pelas rés o provimento
jurisdicional de urgência (tutela reintegratória ou tutela de remoção do ilícito), há de se impor-lhes a multa diária, com base no art. 461, §3º, do Código de Processo Civil.
Também à SERASA/SCPC, se descumprido o
mencionado provimento, há de se impor a multa de até 20% do valor da causa, nos termos do art. 14, parágrafo único, do Código de Processo Civil. Trata-se da figura do contempt of court, que se aplica mesmo aos terceiros que não sejam partes processuais, daí a possibilidade de impor a multa à Serasa.
Com efeito, Contempt of court é “a prática de
qualquer ato que tenda a ofender um juiz ou um tribunal na administração da justiça, ou a diminuir sua autoridade ou dignidade, incluindo a desobediência a uma ordem” (Ada Pelegrini Grinover). Significa, em resumo, desprezo ao tribunal, na linguagem do direito norte-americano.
A origem do instituto está em dar ao Judiciário
os meios necessários para que as decisões desse poder sejam cumpridas.
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ABMAEL MANOEL DE LIMA SÔNIA REGINA FACINCANI DE LIMA JOSÉ MARCELO BREIJÃO ÁRTICO ADVOGADOS A inclusão do inciso V ao art. 14 do CPC, pela Lei 10.358/01, implicou que o instituto fosse previsto no direito brasileiro.
Assim, impedir o cumprimento de decisões
judiciais enseja multa. Tal descumprimento é o “desrespeito ao tribunal”.
A multa decorrente do contempt court não se
destina à parte processual, já que visa a sancionar ato atentório ao exercício da jurisdição. Atos que ofendam a parte contrária, por infensos à probidade processual, estão previstos no art. 14, II, do CPC, e ensejam litigância de má-fé.
Assim, multa por embaraço à jurisdição e
multa por deslealdade processual podem coexistir, sem implicar duplicidade de pena (N. Nery).
Busca-se reforçar a ética no processo. A multa
do “contempt of court” aplica-se a todos os que participam do processo (art. 14, caput), incluindo serventuários da justiça, autoridades e terceiros submetidos às determinações judiciais. Ex.: instituição bancária que se negue a prestar informações no caso de quebra de sigilo; empreiteira que se recuse a paralisar uma obra, alegando não ser parte no processo – multa para ambas.
Essas considerações foram obtidas no artigo
escrito por André Dias Irigon, Henrique Gouveia de Melo Goulart e Vinicius Marçal Vieira, “O Instituto do contempt of court e seus reflexos no direito brasileiro”, in www.advogado.adv.br.
Daí a legitimidade da multa de até 20% à
Serasa, caso descumpra o provimento jurisdicional.
Posto isso, pleiteia-se a antecipação de tutela
da obrigação de fazer, consistente na ordenação da imediata retirada do nome da autora nos cadastros da SERASA/SCPC. Caso descumprida tal decisão, requer-se a imposição de multa diária às rés e de multa de até 20% aos referidos órgãos de serviços de proteção ao crédito.
Concedida a liminar, pleiteia-se, depois de
citadas as rés, a procedência da demanda, com a conseqüente rescisão da venda e compra noticiada pelo contrato nº. 50277476, condenando- se as requeridas à indenização por dano moral no valor de R$20.000,00 RUA SETE, Nº 1082-FONES/FAX 17-3631-1370 e 3631-3852-15.775.000-SANTA FÉ DO SUL, SP. 5 ABMAEL MANOEL DE LIMA SÔNIA REGINA FACINCANI DE LIMA JOSÉ MARCELO BREIJÃO ÁRTICO ADVOGADOS (vinte mil reais), devidamente corrigido e com juros moratórios ambos a partir do ato ilícito.
Pleiteia-se, ainda, a imposição da obrigação
das requeridas de pagarem os ônus da sucumbência, inclusive os honorários advocatícios em 20% sobre o valor da condenação, as custas e despesas processuais.
Por fim, pede-se a conversão do provimento
liminar em decisão definitiva.
Protesta provar o alegado por todos os meios de
direito admitidos, sem exclusão de nenhuns, como pericial, testemunhal, documental e todos os mais que sejam necessários para a prova do alegado.
Dá-se à causa o valor de R$20.000,00 (dez mil
reais).
Nesses termos, Pede deferimento.
ABMAEL MANOEL DE LIMA
OAB.SP 48.633
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