Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
J
á falamos sobre a velocidade do tem- é grande. Mas com um passo de cada vez,
po, já falamos sobre tecnologia e já fa- podemos conquistar muito e melhorar bas-
lamos, muitas e muitas vezes, sobre a tante em nosso trabalho e até na nossa vida
importância de se acompanhar essa tecno- pessoal.
logia e a evolução não somente na indús- Nós, da Revista O Mecânico, que
tria automotiva, mas em todos os setores aprendemos a cada dia, e vamos seguir
da sociedade. Mas falar é fácil, difícil é fa- essa filosofia, de fazer mais do que falar. Eu
zer! E a pergunta que não quer calar: o que sei que se conselho fosse bom, seria vendi-
você está fazendo efetivamente em relação do, mas é nossa obrigação orientar nossos
a tudo isso? leitores fazer o mesmo. Afinal, mais um ano
É fácil jogar a “responsa” em cima dos começou e não queremos ficar só falando,
outros, apontar o dedo, e não olhar o pró- queremos agir, nem que seja com um passo
prio umbigo. É fácil perguntar para o co- por vez.
lega, até em tom de acusação: “você está É por isso que vamos começar a partir
reciclando na sua oficina?” Se nós mesmos de agora utilizar as mídias sociais para di-
não estamos reciclando sequer em nossa vulgar mais nossas notícias, matérias e nos-
casa, quanto mais no nosso trabalho. É sas atividades em geral. Entre no facebook:
muito fácil falar dos outros, não é mesmo? www.facebook.com.br/omecanico, curta
Você está fazendo treinamento, ten- nossa página e faça parte desse projeto.
tando conhecer mais sobre o seu ramo de Acompanhe, dê palpites, sugestões, recla-
atuação? Você está tentando construir um mações... Estamos abertos para que você
mundo mais limpo e mais organizado? Você interaja mais com a gente. E aproveite a dei-
está utilizando os meios de comunicação xa para começar alguma coisa nova no seu
para se promover e divulgar o seu negó- trabalho e na sua vida. É difícil, dá trabalho,
cio? Você usa a tecnologia e a internet para mas vale a pena.
facilitar o seu serviço? Você, Bom, vamos falar de ma-
você, você... térias agora, e estas já estão
Oras, está na hora de pen- feitas e publicadas nesta edi-
sar mais “eu” do que “você”. ção: a exclusiva desmonta-
Aliás, já passou da hora. Mes- gem do motor 1.0 litro VHC
mo que seja aos poucos, te- da Chevrolet, que equipa os
mos que tentar fazer um pou- carros populares da marca; o
co do que tanto pregamos. É alinhamento do Volkswagen
lógico que não vamos sair por Golf, um artigo sobre as es-
aí tentando abraçar o mundo tradas no final de ano e mui-
inteiro, porque a possibilidade to mais. Aproveite a leitura e
de dar com os burros n’água até próximo mês! Valeu!!
Carolina Vilanova
16 30
06 Entrevista 36 Diagnóstico
Presidente da Navistar fala sobre Como interpretar as luzes do
distribuição de peças genuínas painel do carro para ajudar no
audo do defeito
16 Motor
Desmontagem do VHCE 1.0 l,
41 Artigo
que equipa os carros populares Manutenção preventiva é
da Chevrolet a solução para diminuir os
acidentes nas estradas
30 Undercar
Confira como fazer a medição
44 Qualidade em série
de geometria da suspensão Compra de bomba de combustível
do VW Golf agora só com selo do Inmetro
44 40
EXPEDIENTE
Diretores
João Alberto A. de Figueiredo
Edson P. Coelho
Fábio A. de Figueiredo
Redação
Editora: Carolina Vilanova (Mtb. 26.048)
Repórteres: Fernando Lalli e Victor Marcondes (internet)
Ilustração (Abílio): Michelle Iacocca
redacao@omecanico.com.br
Diretor Comercial
Fabio A. de Figueiredo
Representantes
Elaine Facturetto
Eurico A. De Assis
47 Mecânico em Administração
Ed Wilson Furlan, Marcelo Santiago, Bruna Teles,
70.000 exemplares
Tiragem e distribuição da edição 214 auditada por PwC
As novas formas de
negócio
O presidente de Peças
de Reposição da Navistar
South America, Luis Kanan,
também responsável pela
operação de peças da
MWM INTERNATIONAL,
fala sobre a ampliação do
canal de distribuição para
atendimento dos clientes,
Revista O Mecânico: Como vai
visando excelência no serviço funcionar este novo modelo de negócio,
realizado entre a MWM International e o
de reparação de motores. CONAREM?
Luis Kanan: Toda retífica credencia-
Realizado em parceria com da na rede CONAREM (Conselho Nacio-
nal de Retíficas de Motores) poderá se
o CONAREM, o programa candidatar a CRM (Centro de Reparação
de Motores), desde que atenda às exi-
tem o objetivo de aumentar gências técnicas/comerciais.
e padronizar os trabalhos,
O Mecânico: Quais são essas exigências?
além de orientar sobre a Kanan: As exigências técnicas são: a
retífica deve obedecer aos padrões deter-
importância da utilização de minados pela fábrica, em termos de pro-
cesso de manufatura, e possuir uma equi-
peças genuínas pe treinada e qualificada para execução
“
cas? Qual é a esti- Kanan: O consumi-
mativa de oficinas As vantagens são dor final terá a garantia
credenciadas para obter conhecimento que o CRM (Centro de
este ano? Reparação de Motores)
Kanan: O obje- técnico e ainda ter só usará peças genuínas
tivo desse programa condições especiais e, desta forma, terá a
é oferecer um novo vida do seu motor pror-
na aquisição de peças
canal de distribuição rogada e com garantia.
de peças totalmente genuínas. Além disso,
fidelizado e um ser- terão suporte técnico O Mecânico: Quais
viço de reparação peças serão distribuídas
altamente qualifica- de fábrica e associação por este canal?
do. Nossa estimativa
é alcançar o número
da retífica a uma
marca de renome
“ Kanan: Serão todas
as peças de uso necessário
de 150 retíficas cre- para reparação de toda
denciadas até o final nossa linha de produtos.
de 2012.
O Mecânico: Como este novo canal
O Mecânico: Para as retíficas, quais pode fidelizar as retíficas e o consumidor
serão as vantagens de se trabalhar neste final?
modelo? Kanan: Através de serviços de qua-
Kanan: As vantagens são obter co- lidade, com garantia e confiabilidade a
nhecimento técnico e processo de manu- preços competitivos.
fatura diretamente da fábrica e ainda ter
condições especiais na aquisição de pe- O Mecânico: Como serão os treina-
ças genuínas. Além disso, terão suporte mentos exclusivos para as credenciadas
técnico de fábrica (treinamento, manu- ao programa? Quais serão os temas?
ais, assistência técnica) e associação da Kanan: Cursos técnicos de motores,
“
recursos necessários e As peças mais bre as retíficas?
plant-tour na linha de Kanan: Será apli-
montagem, são exclu- procuradas são: cada uma auditoria
sivos para a rede au- kit de cilindro pelo Conarem com
torizada, aos quais os os requisitos estabe-
CRMs terão acesso.
(pistão, camisa e anéis);
lecidos pela MWM In-
jogo de bronzinas ternational, além das
O Mecânico: Qual (mancal e biela); auditorias em perío-
a porcentagem que isso dos intercalados da
vai representar nos ne- válvulas MWM. As auditorias
gócios da MWM Inter- (admissão e escape); da MWM, além de
national? Quanto espera reforçar os itens téc-
jogo de juntas
lucrar anualmente? nicos do CONAREM,
Kanan: Esperamos superiores e inferiores; verifica a capacitação
incrementar nossas ven-
das de peças genuínas
retentores “ dos técnicos nos mo-
tores MWM, estoque
em 12% através deste e filtros de peças genuínas
novo canal. MWM, ferramental
especial, identidade
O Mecânico: Quais peças genuínas são visual padrão (fachada, pintura, piso, uni-
mais procuradas pelas retíficas? formes, etc.), entre outros.
Kanan: As peças mais procuradas
são: kit de cilindro (pistão / camisa / O Mecânico: O que significa este
anéis); jogo de bronzinas (mancal / biela); novo modelo de negócio para a empresa?
válvulas (admissão / escape); jogo de jun- Kanan: Apostamos neste novo modelo
tas superiores e inferiores, por exemplo, de negócio em parceria com o CONAREM
junta de cabeçote, tampa de válvula, co- porque acreditamos no respaldo de uma
letores admissão/escape, cárter, caixa de marca forte e renomada como o da MWM
distribuição; retentores (dianteiro / trasei- International para garantir a sobrevivência do
ro) e filtros (óleo / combustível). segmento retificador, fidelizando e agindo na
base formadora de opinião da reparação dos
O Mecânico: Qual será o custo- motores, através da capacitação técnica.
Recall da Renault
A montadora francesa Renault está
chamando 10.578 modelos Sandero, San-
dero Stepway e Logan, ano 2012, para a
verificação da caixa de direção hidráulica. Veja a relação dos veículos envolvidos:
Será verificada a necessidade de substitui- Modelo: Sandero
ção do conjunto para eliminar a possibili- Ano/Modelo: 2012
dade de travamento da direção, o que sub- Final de Chassis: CJ840383 a CJ932550
meteria os ocupantes ao risco de acidentes.
Os clientes podem tirar dúvidas com a Modelo: Sandero Stepway
montadora através do telefone e do e- Ano/Modelo: 2012
mail do Serviço de Atendimento ao Clien- Final de Chassis: CJ856414 a CJ917170
te: 0800-0555615 (ligação gratuita) e
sac.brasil@renault.com – ou também Modelo: Logan
no endereço da Renault do Brasil na Internet: Ano/Modelo: 2012
http://www.renault.com.br. Final de Chassis: CJ893124 a CJ 937030
10
Atualização de graça
O Sindirepa-SP divulgou as datas de suas tos, Novas Receitas e Adequação Ambiental
primeiras palestras técnicas gratuitas agenda- na Oficina – Empresa Leone
das para 2012. Os treinamentos chegarão a 08/02 - Ribeirão Preto/SP - Instruções so-
várias regiões do Estado de São Paulo, com bre Manutenção Preventiva em Equipamen-
a participação de fabricantes de autopeças e tos, Novas Receitas e Adequação Ambiental
equipamentos que fazem parte do projeto Em- na Oficina – Empresa Leone
presa Amiga da Oficina, iniciativa da entidade. 27/02 - Laranjal Paulista/SP - Sistema de
O objetivo é levar informação técnica e ca- Arrefecimento – Empresa AMP/Urba/Brosol
pacitação profissional ao setor. Durante 2011, 13/03 - São Paulo/SP (bairro Mooca) -
o programa de capacitação apresentou 111 Sistema de Arrefecimento – Empresa AMP/
palestras, com 2.430 participantes de 1.097 Urba/Brosol
empresas, atendendo a 37 Núcleos Automo- 09/04 - São Paulo/SP (bairro Mooca) -
tivos. Confira o calendário: Instruções sobre Manutenção Preventiva em
23/01 - Itaquaquecetuba/SP - Instruções Equipamentos, Novas Receitas e Adequação
sobre Manutenção Preventiva em Equipamen- Ambiental na Oficina – Empresa Leone
11
12
14
Treinamento técnico
A divisão de aftermarket da Delphi vai Veja as datas:
promover cinco treinamentos sobre ciclo
05 a 09 de março
Otto no primeiro semestre de 2012. Desti-
Bombas DP150 – Distribuidor Gazzoni – SP, Planta
nado aos mecânicos, os cursos são realiza-
da Delphi em Cotia, SP
dos numa oficina especializada, localizada
na fábrica de Piracicaba/SP onde também 12 a 15 de março
estão o Centro Tecnológico de Engenharia Bombas DP100/210 – Distribuidor Beux – MT, em
e o Centro de Distribuição. Confira as da- Ouro Preto do Oeste, Rondônia
tas e os temas: 29 a 31 de março
Bombas DP203/210 – Distribuidor Bodipasa – PR,
22 e 23 de março – Climatização em Guarapuava, Paraná
08 a 09 maio
19 e 20 de abril – Injeção Eletrônica Bombas DP150 – Distribuidor Bodipasa – SP, Planta
da Delphi em Cotia, SP
24 e 25 de maio – Climatização
21 a 24 de maio
21 e 22 de junho – Injeção Eletrônica Bombas DP150/210 – Distribuidor Auto Americano –
SP, Planta da Delphi em Cotia, SP
Além dos cursos em Piracicaba, a com- 12 a 15 de junho
panhia também organiza workshops regio- Bombas DP100/DPS – Distribuidor Bodipasa – PR,
nais, divulgados de acordo com a definição em Curitiba, Paraná
das datas em cada localidade. Para treina-
mentos sobre produtos da linha diesel, os As datas dos treinamentos podem ser
reparadores interessados devem entrar em alteradas sem aviso prévio. Os interessados
contato direto com o distribuidor Delphi de em fazer inscrições ou obter informações
sua região. Até o momento, já foram orga- adicionais devem entrar em contato no Del-
nizados seis para a primeira metade do ano. phi Atende, pelo telefone 0800 0118135.
15
Desmontagem do motor
VHCE da Chevrolet
Acompanhe o passo a passo da desmontagem do motor
1.0 que equipa os carros populares da Chevrolet, a partir
do ano de 2009, substituindo o VHC para melhorar
economia e emissões
MOTOR
das, o engenho ganhou 6 cavalos em relação a
versão anterior, ou seja, entrega 78 cv de po- Assim como outros motores, o VHCE pre-
tência com o uso de álcool e 70 quando abaste- cisa seguir um plano de manutenção periódica
cido com gasolina. “Como o nome indica, esse rigoroso, descrito no Manual de Proprietário do
é um motor de alta compressão, que se carac- veículo, principalmente, fazer a troca de óleo e
teriza pela alta taxa de compressão de 12,6:1”, filtros no prazo correto e utilizar combustível de
complementa. boa qualidade.
O que mudou no VHCE:
Vamos mostrar os
Eixo do virabrequim passou de quatro para sensores do motor
oito contrapesos, possibilitando um motor
mais equilibrado em termos de vibrações
Sensor MAP: que informa ao módulo
Pistões também sofreram alterações que vi- a pressão interna do
coletor de admissão,
sam a redução de atrito, com a aplicação de
comparando com a
anéis menores
pressão atmosférica.
O mesmo sensor tem
No trem de válvulas, foi adotados balancins a função de medir
roletados e a utilização de componentes me- a temperatura do ar
nores, assim como hastes mais finas e adoção admitido do motor.
de molas
17
instalado próximo à
polia do motor tem a
função de informar a Corpo de borboleta
rotação do motor e a drive by wire: regu-
posição do cilindro no la a entrada de ar do
ponto morto superior. motor.
Bobina de ignição do
Sensor de fase: tipo DIS (Sistema de
informa a posição Ignição Direta): manda
relativa do comando uma centelha que per-
de válvulas corre dois cilindros, dividi-
do em cilindro 1 e 4 e ou-
tra para o cilindro 2 e 3.
Desmontando o conjunto
É sempre importante lembrar, antes de co-
meçar a mexer num motor para levar para retífi-
ca ou trocar alguma peça interna, que em todas
as intervenções as juntas devem ser substituídas
por novas. Utilize sempre peças de boa qualida-
de e ferramentas adequadas para o serviço. Va-
mos começar tirando as partes periféricas para
1 remover o cabeçote.
6 7
20
16
22
20 21
24
22
Obs: O sistema roletado trabalha com menor atrito consumindo menos energia do mo-
tor, por isso, foi adotado um óleo de menor viscosidade.
25
2 3
26
6
Para colocar o motor em
sincronismo na montagem:
1) Certifique que o eixo do comando está na
posição de sincronismo colocada no mo-
mento da desmontagem, conforme indica-
do no passo 18 da desmontagem. Coloque
a parte inferior do motor em sincronismo,
coincidindo as marcações da engrenagem
do virabrequim com a indicação na bomba
7 de óleo (bloco). Então, instale o cabeçote
28
29
Geometria da suspensão
do VW Golf Assista este procedimento em
www.omecanico.com.br
O
pneu é um dos componentes mais im- grandes frotas quanto aos particulares. Um
portantes para a segurança de um ve- procedimento que ajuda a amenizar a preocu-
ículo, no entanto, nem sempre é lem- pação com o item é o alinhamento das rodas.
brado na hora da revisão e, frequentemente, Feito regularmente, aumenta a durabilidade
é visto como o vilão de inúmeros acidentes do pneu e contribui para a estabilidade e a
que ocorrem pelas estradas afora. Além disso, dirigibilidade do carro.
quando não recebe o devido cuidado, o pneu Quando o veículo está desalinhado uma
pode elevar abruptamente os gastos com ro- série de defeitos pode aparecer, alerta o En-
dagem e manutenção de outros componentes genheiro Fernando Landulfo, Técnico de en-
do veículo. sino do SENAI Vila Leopoldina. “Entre eles:
Por essa razão, o prolongamento da vida volante fora de posição mesmo quando o
útil dos pneus interessa tanto aos donos de carro trafega em linha reta, veículo ‘puxan-
30
UNDERCAR
pneus ‘cantando’ excessivamente em curvas tância entre as longarinas e outras partes da
feitas mesmo em baixas velocidades, além estrutura, em ambos os lados, para ter certe-
do desgaste irregular da banda de rodagem, za que estão na posição correta.”
conhecido popularmente como “comida” de Antes de iniciar a verificação das condi-
pneus”, lista. ções do veículo, certifique-se de utilizar os
O docente reforça que o alinhamento das equipamentos de proteção individual (EPIs),
rodas, sobretudo nos veículos modernos, é tais como luvas de segurança e óculos.
um procedimento extremamente técnico e
meticuloso. Por conta disto, antes de efetuá- Análise do veículo:
lo é necessário fazer uma inspeção prévia do
automóvel, já que diversos fatores podem 1) Examine as condições das rodas e dos
influenciar no resultado final. Acompanhe pneus do veículo. As rodas não podem
nesta matéria a análise da geometria de sus- ter empenamento ou deformações. Os
pensão do Volkswagen Golf ano 2011, com pneus devem apresentar um desgaste re-
17 mil km rodados. gular da banda de rodagem e não podem
Segundo Landulfo, muitas vezes o veí- apresentar deformações estruturais.
culo tem defeitos pré-existentes que podem
inviabilizar a execução do alinhamento. “A 2) Verifique o estado das buchas e das ar-
inspeção deve ser feita em vários locais como ticulações das suspensões. Não adianta
rodas, sistema de direção e suspensão, assim alinhar um veículo com folgas excessivas
como na estrutura do veículo.” neste sistema. Avalie também os pivôs e
As rodas e os pneus devem ser os primei- as articulações. Force o conjunto se ne-
ros itens a ser inspecionados, orienta. “De cessário. Qualquer deslocamento excessi-
nada adianta tentar alinhar um veículo cujas vo torna o alinhamento inviável.
rodas estão tortas, amassadas, os pneus de-
formados e os cubos com folga. Verifique as
rodas, girando cada uma delas, tenha certeza
que não estão achatadas ou ovalizadas. Veri-
fique a existência de folgas nos cubos forçan-
do as partes superior e inferior de cada roda.
Avalie também se os pneus não apresentam
desgaste excessivo na banda de rodagem,
que pode provocar desvio de trajetória.
Outro item a ser examinado rigorosamen- 1
te é o sistema de direção. De nada adianta
tentar alinhar um veículo que apresenta fol-
gas nos terminais e caixa de direção. O mes-
mo se pode afirmar com relação a suspensão.
Folgas nas buchas, articulações, montantes e
pontos de ancoragem podem produzir resul-
tados falsos”.
Também é preciso avaliar a estrutura do
veículo, procurar por danos causados por co-
lisões sem o devido reparo, o que pode impli-
car em deformações na estrutura e inviabilizar
o alinhamento. “Verifique soldas malfeitas e 2
31
32
Procedimento:
1) Selecione corretamente o veículo no ban-
co de dados do equipamento. “A escolha
errada de especificações pode provocar
um alinhamento incorreto e consequên-
cias desastrosas”, alerta Landulfo.
33
34
Indicadora
Indicadora de da carga da bateria
pressão de óleo e funcionamento
do motor do alternador
Advertência
de nível de
combustível
Controle baixo
Indicadora de alta
de velocidade temperatura do líquido
de cruzeiro de arrefecimento ABS e ESP
Advertência
Verificação Indicadora de mal
Lanterna de porta aberta
do sistema funcionamento do sistema
eletrônico de gerenciamento eletrônico
do motor do motor (injeção / ignição):
Sinal de problema
Saber interpretar as luzes no painel dos carros ajuda a
agilizar o laudo do defeito e auxilia o proprietário a tomar
a decisão correta em casos de emergência
U
ma viagem tranquila de carro com a defeito. Ler o manual do proprietário é mui-
família e tudo vai muito bem até que, to importante, pois ajuda a tomar a decisão
repentinamente, uma luz acende no correta quando alguma acende”, explica
painel indicando que algo não está certo. Melsi Maran, Instrutor do curso de Mecâni-
Bastante frustrado, o motorista para no ca Automobilística do SENAI-Ipiranga.
acostamento e fica em dúvida sobre o que Na oficina, o reparador que recebe um
fazer. Continuar trafegando ou procurar veículo com os ícones acesos deve utilizá-
pelo profissional capacitado mais próximo? los como orientação para iniciar a avaliação
A segunda opção, com certeza, é a mais do problema. “O sinal é só um indício de
recomendada. Mas o condutor também que há uma anomalia no sistema. O profis-
deve saber interpretar os sinais disponíveis. sional deve fazer a correta verificação com
Conhecê-los ajuda a evitar acidentes e a di- a ajuda de um scanner para facilitar a solu-
minuir a gravidade do prejuízo. “As luzes do ção do problema.”
painel tem a função de alertar sobre algum Com o aperfeiçoamento tecnológico,
36
DIAGNÓSTICO
os modelos atuais evoluíram e até mesmo
os básicos, hoje, oferecem muito mais da- da bateria e funcionamento
dos no painel que outros antigos. De acor-
do com Melsi, “todos os veículos nacionais do alternador
devem obrigatoriamente sair de fábrica
com no mínimo quatro luzes sinalizadoras”.
São elas: lâmpada indicadora de carga,
simbolizada por uma bateria, lâmpada de
pressão de óleo, representada por uma almo-
tolia de óleo, indicador de temperatura, iden-
tificado por um termômetro ou um relógio
indicador analógico ou digital e, por último,
luz indicadora de freio de estacionamento.
Na maioria dos automóveis, as luzes
podem ser divididas em dois grupos. “Nor- Está diretamente ligada ao funciona-
malmente, as lâmpadas de cor vermelha mento da bateria, alternador, sua correia
indicam situações críticas que necessitam e circuito de carga. Deve acender forte e
de reparo imediato e as de cor amarela, estável com a ignição ligada e apagar com-
em geral, advertem sobre algum possível pletamente quando o motor entrar em fun-
defeito que pode se agravar ao longo do cionamento. Nessas condições, indica que
tempo se não for solucionado em breve”, a bateria se encontra carregada e sendo
diz Melsi. carregada pelo alternador. No entanto, não
O técnico explica que durante a partida fornece qualquer informação quanto ao
todas as luzes do veículo devem acender desempenho do alternador, que obedece
por alguns segundos e apagar em seguida. uma curva característica, que só pode ser
Este é o momento em que é feita a che- verificada com a utilização de instrumentos
cagem das lâmpadas e de todos os siste- específicos (voltímetro, amperímetro e dé-
mas representados. Caso um dos símbolos cada resistiva). O acendimento forte e es-
continue aceso após a verificação significa tável, durante o funcionamento do motor,
que pode haver algum problema com o res- indica que a bateria não está sendo carre-
pectivo sistema. Se alguma lâmpada não gada. No entanto, existem algumas situa-
acender durante a partida ela precisa ser ções especiais, onde essa luz pode auxiliar
verificada. na execução de um pré-diagnóstico, como
A seguir veja o significado de algumas por exemplo:
das principais luzes do painel de vários
carros fabricados no Brasil e os possíveis a) Luz piscando fraca com o motor em
defeitos que podem apresentar quando marcha lenta: possível falha na ponte retifi-
começam a sinalizá-los. Nesta matéria cadora do alternador, que não carrega ade-
utilizamos como exemplos os painéis dos quadamente a bateria, em baixas rotações.
modelos Ford Fusion e Ecosport, Fiat Idea b) Luz completamente apagada estan-
e Linea, Peugeot Hoggar e Kia Soul. A re- do a chave de ignição ligada: possível falta
portagem também contou com o auxílio e de excitação do alternador.
informações técnicas de Fernando Landul- Alguns modelos mais sofisticados pos-
fo, instrutor do SENAI Vila Leopoldina, Julio suem em seus painéis instrumentos (ampe-
César e Reginaldo Igaz, instrutores do SE- rímetro e voltímetro) que complementam
NAI Ipiranga. essa luz indicadora.
37
Lâmpada de antifurto ou
sistema imobilizador
DIAGNÓSTICO
de óleo do motor câmbio automático
Luz de anomalia da
direção elétrica
40
B
asta chegar o período das férias esco- provocam uma redução dessa carnificina a
lares ou um feriado prolongado que o cada ano. Mas ainda nos encontramos mui-
fenômeno se repete: acidentes e mais to longe de um número que possa ser cha-
acidentes nas estradas brasileiras. Não in- mado de ideal.
teressa a região. Tanto faz se a rodovia é As consequências mais cruéis desses
estatal ou privatizada, se o Código Nacio- acidentes todo mundo conhece: famílias
nal de Trânsito é um dos mais rígidos do desfeitas ou desmembradas, jovens muti-
mundo e se os veículos atuais estão equi- lados, talentos perdidos e pais de família
pados com os mais modernos sistemas de inutilizados. Ou seja: vidas desperdiçadas.
segurança. “O monstro se esconde atrás de No entanto, existe um outro tipo de
cada curva”. reflexo que, apesar de não chocar tanto
E nossas estatísticas continuam a hor- é igualmente preocupante, pois prejudica
rorizar os especialistas, tanto aqui quanto gravemente toda a população: o econô-
“lá fora”. Não acredita? Ora, basta acom- mico. Enormes gastos com indenizações,
panhar os números oficiais. É claro que os pensões e tratamentos consomem milhões
esforços empreendidos pelas autoridades de reais que poderiam ser utilizados para
41
brasileiros. Além disso, muitas famílias são Agora, quando esses fatores se combinam
lançadas à condição de “quase miséria”, com os primeiros: chuva intensa + pista
porque seu provedor não pode mais traba- com drenagem deficiente (cheia de poças
lhar devido a um acidente. d’água), o risco aumenta radicalmente.
Fatores veiculares: São aqueles relativos
à conservação do veículo. Apesar do brasileiro
Mas por que esses ter fama de ser “apaixonado por automóvel”,
acidentes ocorrem? muitas vezes, ele negligencia a manutenção
preventiva e economiza, o que não deve, na
Bem, em raríssimas ocasiões os aciden- corretiva: uso de peças de baixa qualidade,
tes são gerados por um único fator. Via de contratação de mão obra não treinada, proce-
regra, o que ocorre é uma combinação de dimentos de reparo não recomendados pelo
dois ou mais que interagem entre si. No en- fabricante, adaptações, gambiarras, etc.
tanto, é possível resumir em três os prin- O mesmo, por incrível que pareça, ain-
cipais grupos de fatores que provocam os da ocorre com alguns poucos veículos co-
acidentes em nossas estradas e cidades: merciais pesados (carga e passageiros). As
explicações para tal prática são as mais va-
a) Ambientais riadas (falta de recursos, falta de tempo,
b) Veiculares alto custo dos reparos, etc.). Como conse-
c) Humanos quência imediata, temos verdadeiras “bom-
bas” rodando pelas cidades e estradas,
Fatores ambientais: São aqueles rela- prontas para estourar a qualquer momento.
tivos ao ambiente onde se trafega. Ou seja: São veículos que não apresentam a ne-
as condições do piso, da sinalização, da ilu- cessária capacidade de frenagem, não têm
minação e da fiscalização. Não há sombra dirigibilidade em curvas e pisos irregulares,
de dúvidas que uma estrada mal projetada, perdem partes mecânicas sobre a pista, têm
esburacada, mal sinalizada, escura e sem as rodas soltas, ofuscam a visão dos outros
fiscalização aumenta consideravelmente o condutores com seus faróis desregulados,
risco de ocorrência de acidentes. não são visíveis à noite devido as suas luzes
A responsabilidade pela redução do ris- apagadas, deslizam sobre as pistas molha-
co, devido a esses fatores, é exclusiva dos das com pneus “carecas” e tantas outras
administradores da rodovia e do estado, ocorrências que, fatalmente, acabam sendo
que devem fazer os devidos investimentos ajuda para provocar um acidente.
com as verbas arrecadadas, na forma de A fiscalização alega que faz o que pode,
pedágios e tributos. Ao estado cabe ainda que o efetivo não é suficiente, mas muitos
fiscalizar rigidamente o cumprimento da lei problemas não são evidentes a aqueles que
e das normas de trânsito pelos usuários e a não foram devidamente treinados, ou não
atuação dos concessionários. podem ser detectados sem a utilização e re-
Deve-se ainda acrescentar a lista dos cursos especiais. Um rígido programa de ins-
fatores ambientais: o horário (amanhecer, peção veicular, focado em itens de seguran-
dia, entardecer e noite) e o clima (chuva, ça e atrelado ao licenciamento, certamente
neblina, garoa, etc). Esses fatores, por si reduziria sensivelmente esses fatores.
só, aumentam consideravelmente o risco de Fatores humanos: São aqueles rela-
ocorrência de acidentes. Não menos pertur- tivos às atitudes dos condutores, proprie-
bador é conduzir o veículo sob garoa fina tários de veículos e frotas, administrado-
42
ARTIGO
autoridades, profissionais da reparação e
público em geral. Por estarem diretamente entra nisso?
ligados à maioria dos demais, podem ser
considerados os fatores de maior influência O “Guerreiro das Oficinas”, apenas exer-
na ocorrência dos acidentes, pois não cons- cendo o seu papel de forma responsável, con-
truir, conservar, iluminar e fiscalizar devida- tribui enormemente para a redução dos fato-
mente uma rodovia são consequências de res veiculares. Não basta apenas dizer não as
decisões humanas. peças pirateadas ou de qualidade duvidosa,
O mesmo pode ser dito com relação à aos pedidos de “gambiarra”, a fraude e aos
manutenção dos veículos: são decisões hu- procedimentos não recomendados.
manas que levam a não execução dos pro- Ele também deve buscar o auto-aperfei-
cedimentos de manutenção, ou executá-los çoamento e melhoria técnica das suas insta-
de forma indevida. Não se pode controlar lações. Além disso, o mecânico deve atuar
o clima, mas é uma decisão humana diri- como consultor, mostrando ao seu cliente as
gir sob condições desfavoráveis, ou à noite, vantagens da execução da manutenção pre-
sem o devido treinamento ou experiência. ventiva periódica e da corretiva “sem quebra
Também é uma decisão humana dirigir galho”. Mas para isso é preciso ter em mãos
sob efeito de álcool, com sono (ou obrigar dados concretos (números e valores), que per-
alguém a fazer isso), desrespeitar a sina- mitam ao cliente chegar a uma conclusão.
lização e as normas de trânsito. São tam- Elaborar seus próprios planos de manuten-
bém os mais difíceis de controlar, pois de- ção preventiva pode ser uma solução bastante
pendem do livre arbítrio de cada indivíduo. interessante. Dá um pouco de trabalho, mas o
Mudanças para melhor? Sim, são possíveis, retorno é, sem dúvida, bastante compensador.
mas apenas a médio e longo prazo, através Só assim teremos menos monstros nas estra-
da única ferramenta capaz de moldar e mu- das e nas ruas, e por consequência, menos vi-
dar as atitudes do ser humano: a educação. das serão desperdiçadas. Pensem nisso!
43
4 3
Cuidado com
a bomba de combustível
Agora certificados pelo Inmetro, esses componentes que
fazem parte do sistema de alimentação merecem muita
atenção na hora da compra, devido à importância que
têm no funcionamento geral do motor do veículo e à
influência até mesmo na inspeção ambiental
T
oda atenção é pouca na hora de esco- serviços prestados dentro de uma oficina de
lher uma peça para aplicar no veículo reparação. Todo bom mecânico sabe tam-
do seu cliente, e isso todo bom mecâ- bém que nem sempre comprando a peça
nico sabe. A novidade é que a cada dia mais mais barata ele estará sendo beneficiado.
partes estão entrando na lista dos produtos “As oficinas mecânicas muitas vezes
obrigatoriamente certificados pelo Inmetro, acabam seguindo as informações do mer-
o que é um sinal claro de mais qualidade nos cado na aquisição de peças, porém, não es-
44
QUALIDADE EM SÉRIE
rendo o risco de aplicar um produto de má origem duvidosa? Palacio explica que o item
qualidade só porque o mercado está usan- reconhecido, ou seja, de boa procedência, é
do mais uma determinada marca”, alerta aquele que vem de um fabricante com qua-
José Palacio, auditor do IQA (Instituto da lidade e certificado, cuja peça é fabricada
Qualidade Automotiva), que nos ajudou a atendendo especificações ditas em normas
elaborar essa reportagem. e portarias, e geralmente são homologadas
Por isso, mais um item passa a ter certi- para aplicação diretamente nas montadoras.
ficação compulsória do Inmetro: a bomba de “O fabricante, principalmente aquele
combustível, um item de extrema importância que fornece seu produto às montadoras,
para o funcionamento do motor do carro. As- tem seu produto avaliado e aprovados por
sim, a Portaria 301 do Inmetro, de 21 de julho meio de normas e certificados, mas isso
de 2011, determina que a partir de janeiro de não significa que uma peça que não é ori-
2013 é proibida a fabricação e a importação ginal da montadora não possa ser de boa
dessa autopeça sem que esteja devidamente qualidade também. No caso das bombas
certificada. Sendo que seis meses depois des- de combustível, por exemplo, se passar nos
sa data, não pode ser mais distribuída e se ensaios do Inmetro e conquistar o certifi-
a loja tem a peça em estoque, pode vender cado, quer dizer que está apta a ser usada
somente até janeiro de 2015. sem nenhum problema e com toda a garan-
Também pelo fato de existir um eleva- tia”, afirma o auditor.
do número de marcas desse componente, Já a peça duvidosa é aquela que nem
tanto nacionais quanto importadas, foi es- sempre o fabricante utiliza de processos de
sencial a criação dessa Portaria, que veio fabricação com respaldo de uma documen-
justamente para corrigir as falhas no forne- tação técnica, muito menos tem o aval de
cimento de produtos que não são reconhe- uma montadora. “Não posso dizer que o
cidos, mas que algumas oficinas teimam fabricante que não fornece para montado-
utilizar. “A preocupação do IQA em passar ra tem qualidade reconhecida, mas o que
informações para a oficina e para o con- fornece tem obrigação de ter qualidade,
sumidor é mostrar que a Portaria veio em com garantia e confiabilidade”.
função da necessidade do mercado de se
padronizar alguns produtos automotivos, Por que a bomba?
principalmente, ligados a segurança e meio
ambiente”, analisa Palacio. Mas devemos nos perguntar, por que
Hoje muitos mecânicos ainda buscam tanta preocupação com a bomba de com-
peças com preços menores para aumentar a bustível? Por que exigir uma certificação de
margem de lucro, mas podem ter problemas um produto aparentemente simples? Fácil,
sérios de reclamação por parte do cliente, por questões de segurança, afinal, a bom-
e acabar interferindo na fidelidade dessa ba está instalada dentro do tanque de ga-
relação em função da escolha inadequada solina, qualquer mau contato ou qualquer
de peças aplicadas. “Por isso é importante problema de fabricação coloca em risco a
atentar-se à qualidade dos produtos e apli- integridade do veículo e dos ocupantes. Até
car somente os de procedência reconhe- mesmo porque, se a bomba quebrar, o car-
cida, que a partir de agora, passam pelos ro não anda.
ensaios recomendados pelo Inmetro, um Os ensaios que são exigidos pelo Inmetro
certificado de garantia, na verdade”, diz. para garantir a qualidade da bomba obedecem
Mas afinal, o que é uma peça de quali- aos critérios da Norma ABNT NBR 15754, espe-
45
46
A
imitação, garantem, é a forma mais Competições, na entrega do prêmio Capacete
sincera de elogio, portanto este mês de Ouro em dezembro passado foi uma covar-
me sinto confortável e popularmente dia aos velhos corações e mentes. Mas é lógico
amparado para, ao mesmo tempo em que que você está pra lá de perdoado, afinal era
plagio a Coluna de tanto sucesso que o gran- um tributo mais do que merecido (e há muito
de Bird Clemente tem na Revista Racing, pres- devido) a uma época improvável, impensável
to uma homenagem sincera a ele, que é um e insubstituível; a um Grupo que injetou Au-
ídolo desse Mecânico em Alta Velocidade. tomobilismo de qualidade, personalidade e
Prezado ídolo, devo começar dizendo recheado de paixão à minha e a tantas vidas
das tantas memórias boas que colecionei, que vivem até hoje de e para as competições.
desde a primeira vez em que entrei no Autó- Chorei com vontade e sem vergonha.
dromo de Interlagos e da arquibancada ain- E garanto que sou capaz de chorar de alegria
da de terra, onde vi pela primeira vez carros de novo tantas outras vezes ao me lembrar
de corrida de verdade. Não por acaso, um de você ali no palco rodeado (vou colocar
DKW Vemag modelo Belcar de número 11, em ordem alfabética para não desrespeitar
branquinho, que encantava pelo som e pela ninguém) pelo Barbosa (Anysio), Chico, Cris-
plasticidade com que vencia o longo circuito. pim, Flávio, Jan, Marinho, Milton, Otto, Paulo,
Depois desses anos todos e de ter Tony e até a filha do Lettry. Cara!
tido o privilégio de conviver com Os responsáveis todos! De repen-
você em diferentes ocasiões tão te lá estava eu de volta aos boxes
importantes para o Automobilis- daquela Mil Milhas de 1961, feliz
mo Brasileiro, além de ídolo, te- por nunca conseguir dormir, já que
nho o orgulho de poder chamá-lo a cada quatro minutos e pouco
de amigo e como amigo me per- (lembra, nos treinos você virou o
mito uma certa intimidade. recorde da pista para carros de tu-
Mas tem certas coisas, rismo, 4m03s, demais!) antecipava
amigo, que não se faz. Aquela a passagem da Carretera DKW que
homenagem à Equipe Vemag de liderou por tanto tempo.
47
modelo SL em alumínio
A Mercedes-Benz está lançando pela primei- no eixo traseiro. O novo SL é oferecido com dois sis--
ra vez o luxuoso SL totalmente confecionado em temas de suspensão diferentes. O carro traz, de série,
alumínio, pesando 140 quilogramas a menos que amortecedores semi-ajustáveis.
o antecessor. A nova carroceria aliada aos poten- As duas variações de suspensão atuam em con-
tes motores BlueDIRECT elevaram a dirigibilidade junto com o novo sistema Direct-Steer de direção,
do modelo a um outro nível. A nova geração do com assistência sensível à velocidade e redução va-
carro assume literalmente o significado das famo- riável dependendo do ângulo de esterço do volante.
sas letras que a batizam: esportivo (Sport) e leve Isto garante excelente estabilidade nas retas.
(Lightweight). No visual, o carro é marcado pelo longo capô
Poucos componentes são feitos em outros mate- que abre caminho para um compartimento de pas-
riais, os designers usaram até mesmo magnésio, ain- sageiros posicionado bem atrás. A traseira larga e
da mais leve que o alumínio, para a cobertura atrás imponente, típica de um carro de corrida clássico.
do tanque. Tubos de aço de alta resistência foram in- Algumas linhas de estilo bem elaboradas definem
tegrados às colunas dianteiras para mais segurança. as superfícies laterais esculturadas e harmônicas. A
Disponível em duas versões, a linha SL 500 é traseira tem visual de impacto e grades de ventilação
equipada com motor V8 com 4.663 cm3, desenvolve com elementos cromados característicos da Merce-
435 cv, cerca de 12% mais do que a versão anterior, des-Benz. São três opções diferentes de teto: pin-
apesar de ser 0,8 litros menor. O consumo de com- tado, com teto solar ou com o exclusivo vario-roof
bustível foi reduzido em até 22%. Ao mesmo tempo, panorâmico. O teto transparente muda do claro para
o torque cresceu 32%, passou de 54,04 Kgfm para escuro ao toque de um botão.
71,38 Kgfm. Vários outros sistemas tecnológicos estão dis-
Apesar de a cilindrada permanecer igual, 3.499 poníveis como opcionais, como o de suspensão ativa
cm³, o novo motor V6 do SL 350 desenvolve 306 cv e ABC (Active Body Control - controle ativo da car-
tem 37,73 Kgfm de torque. A transmissão automática roceria) está disponível como opciona, o FrontBass,
7G-TRONIC PLUS foi otimizada para fornecer econo- que utiliza os espaços livres nas estruturas de alu-
mia de combustível e conforto. mínio dianteiras como áreas de ressonância para os
No sistema de suspensão, as mangas de eixos alto-falantes para tons graves. Outros sistemas, como
dianteiras e as conexões das molas também são fei- o Hands-Free Acces e o Adaptive Brake, completam
tas de alumínio para reduzir as massas. O mesmo se a segurança e todo o conforto oferecido pelo Merc-
aplica a todos os componentes de fixação das rodas des-Benz SL. (VM)
48
48
50
ROD EM DESTAQUE
A
rotina dentro de uma oficina é uma possui 23 lojas espalhadas pelo país e empre-
grande escola para quem se dispõe a ga mais de 600 funcionários. De acordo com
aprender sobre manutenção automoti- Renato, a JS atua no segmento de veículos pe-
va, mas a capacitação técnica também faz parte sados, como caminhões e ônibus das marcas
das necessidades da formação de um bom me- Volkswagen, Ford, Volare e Agrale.
cânico. Empresas que promovem este tipo de Desde 2011 a empresa integra a Rede Ofi-
ação com certeza estão investindo num setor cial de Distribuidores da Revista O Mecânico
muito mais rico de informações e competente. (ROD) e distribui exemplares para os mecâni-
No Brasil, inúmeras entidades representativas cos das regiões em que possui filial. “Come-
e empresários da indústria de veículos voltam seu çamos com 2 mil e hoje estamos programan-
foco para este tipo de ação. O resultado vai apa- do distribuir 10 mil revistas”, salienta.
recendo lentamente, mas é certo que uma rede Renato explica que as revistas chegam ao
de reparadores mais eficientes cada vez mais vai centro de distribuição da companhia, locali-
sendo lançada no mercado de trabalho, para a zado em Goiânia/GO. “De lá, enviamos para
sorte dos proprietários de automóveis que, aliás, nossas filiais, com o processo de distribuição
não param de comprar mais e mais carros. acontecendo com o apoio dos nossos promo-
Atuando no mercado de autopeças desde tores de venda ou por meio do envio junto
1990, o grupo JS Peças promove cursos de com a nota de pagamento”, explica.
capacitação para os clientes e parceiros. “Te- Segundo ele, todas as entregas são feitas
mos uma Unidade Volante que oferece trei- de forma totalmente gratuita. “Cerca de 60%
namentos para os mecânicos da região, com de nossas vendas acontecem com sistema de-
opção de prática em um motor MWM eletrô- livery, também utilizamos o serviço para distri-
nico série 12, uma caixa de marcha Eaton de buir as revistas”, completa.
seis marchas e um diferencial Meritor. Esse Muitos mecânicos chegam até a empre-
programa é um diferencial de mercado que a sa com dúvidas sobre aplicação e a solução
empresa oferece com muito orgulho”, afirma encontra por eles foi, além dos treinamen-
Renato Morais, diretor de marketing. tos, recomendar o conteúdo da revista e do
Focada em atender as regiões Norte, Nor- site. “Cada edição é fundamental para man-
deste, Sudeste e Centro-Oeste, a companhia ter nosso público atualizado das informa-
ções do mercado automotivo. O programa
O Mecâniconline também é uma excelente
ferramenta de capacitação”, conclui.
JS Peças
Av. T-4, 1478 – Qd 169-A, Lt 01-E
Setor Bueno, Goiânia – GO
www.jspecas.com.br
1) Turbo
Motores turboalimenta-
dos merecem um cuidado
muito especial com o
sistema de lubrificação.
Sempre utilize o lubrifi-
cante recomendado pelo
fabricante. Se possível,
faça as trocas (com o
filtro) obedecendo ao
critério “uso severo”, ou
seja, o menor período
possível. Isso ajuda a
prevenir o aparecimento
de borras.
2) GNV
Motores convertidos ao
uso do GNV (Gás Natural
Veicular) desgastam os
componentes do sistema
secundário de ignição
mais rapidamente. Com
o tempo podem aparecer
falhas de ignição durante
o uso do GNV que não
ocorrem com o combus-
tível líquido.
3) Roscas espanadas
Quando as roscas inter-
nas espanam, pode-se
tentar repará-las, na pró-
pria oficina, utilizando-se
um conjunto chamado
“Helicoil” (marca reg-
sitrada) que, após um
53
procedimento especifico,
insere uma rosca postiça,
de mesma medida, no
lugar da danificada.
4) Iluminação
Não se deve tocar nos
bulbos das lâmpadas
halógenas e xenônio an-
tes da sua utilização. A
gordura das mãos pode
prejudicá-las.
5) Cabeçote
Ao se remover um cabe-
çote de motor, atentar
para a obrigatoriedade
da substituição dos pa-
rafusos na instalação.
Pode-se perder o serviço
inteiro a troco de uma
pequena economia.
6) Rodas
A troca da graxa dos
cubos das rodas de veícu-
los pesados é um proce-
dimento de manutenção
preventiva importantíssi-
mo para a segurança do
veículo. Na realização do
procedimento, atentar a
especificação da graxa
utilizada, que deve ser
exatamente a recomen-
dada pelo fabricante
do veículo. O torque de
aperto da pré-carga dos
rolamentos também deve
seguir rigidamente as
especificações do fabri-
cante.
54
8) Freios
Tão importante quanto
verificar o estado das
lonas de freio e sua re-
gulagem nos veículos
pesados, é lubrificar com
graxa os reguladores
automáticos (catracas) e
os eixos de acionamento
das lonas.
9) Radiador
Jamais realize adapta-
ções ou quebra galhos na
embreagem viscosa do
ventilador dos radiadores,
sob risco de provocar su-
peraquecimento do motor.
10) Embreagem
Ao realizar a troca do kit
de embreagem de siste-
mas dotados de aciona-
mento hidráulico, atente
ao estado do atuador e
substitua-o em caso de
dúvida. Um vazamento
pode danificar o novo kit
e exigir um retrabalho.
55
CARTAS
Curso online
Prezado Uilton,
No Portal O Mecânico
(www.omecanico.com.
br) você encontra várias
informações e as notícias
sobre o universo dos ve-
ículos diesel. Além disso,
no nosso programa O
Mecâniconline, transmi-
timos vídeos de desmon-
tagem e manutenção de
vários componentes da
linha diesel. Espero que
o ajude.
Troca de caixa
Se eu colocar a caixa
de câmbio do Chevrolet
Corsa 1.4 na versão 1.0
pode aumentar a potên-
cia do motor?
Gricielo
Coxim/MS
gricielojahn@hotmail.
com
56
Test-drive
Prezado Clodoaldo,
Nunca fizemos um teste
de desgaste e desmonta-
gem completa do veículo
em questão. Logo, não
temos como opinar. O
que podemos afirmar é
que todos os modelos pos-
suem pontos fortes e fra-
cos, que se evidenciam de
acordo com a utilização
do veículo. O Spacefox
é um carro de passeio e
assim deve ser utilizado.
Submetê-lo a trabalho
pesado, certamente pro-
vocará um desgaste pre-
maturo do mesmo. Esse
veículo é equipado com
uma mecânica simples e
robusta, bastante conhe-
cida do mercado, con-
tando também com uma
58
Curso
Prezada Ana,
Nossa sugestão é que você
entre em contato com as
seguintes escolas SENAI:
Continue acompanhando
a Revista e o nosso site e
participe sempre.
Embreagem ou câmbio?
59
Agradecemos a atenção.
Acompanhe nossas atuali-
zações diárias no site.
Luz no painel
60
Prezado Osvaldo,
Pelo relato que você nos
forneceu tudo leva a crer
que, por alguma razão, o
alternador do seu veículo
deixou de funcionar. Sen-
do o sistema de direção
do tipo eletro-hidráulico
(a bomba da direção é
acionada por um motor
elétrico) a falta de um
suprimento constante de
energia faz com que a
bomba hidráulica não fun-
cione, tornando a direção
dura. Nossa sugestão é que
você leve o veículo até a
rede autorizada da marca
ou a um eletricista com
experiência em veículos
Mercedes Benz.
Desmontagem
61
Prezado Genoario,
Você não nos especifi-
cou o modelo do motor.
Se por acaso se tratar
do Cummins Interact 4,
na edição número 179
fizemos a desmontagem
completa do propulsor.
Se preferir em vídeo, essa
mesma matéria se encon-
tra disponível na série
de programas O Mecâni-
conline.
Atenciosamente.
Defeito na partida
62
Garantia
Prezada Célia,
Somos apenas uma publica-
ção técnica. Não vendemos
componentes. Quanto a
sua dúvida, recomendamos
contatar diretamente o
fabricante através do site:
www.delcoremy.com.
Atenciosamente.
63
64
65
Altas horas da madrugada, o casal acor- O Minerin tava montado num burro, quando
da com o som insistente da campainha da numa determinada altura, o bicho empacou!
casa. O dono da casa levanta e pela janela Então, disse o Minerin:
pergunta: - Esse burro fidumamãe impacô e eu é que vô
- O que é que você quer? levá essa carga toda sozim nas costa? Vô nada!
- Olá, eu sei que é tarde - grita um ho- Vô é fala com o mecânico, causdiquê se ele
mem - mas preciso que alguém me empur- sabe faze um carro andá, intonse, deve sabe
re e sua casa é a única nesta região. Você fazê um burro anda tomém.
precisa me empurrar! Entrou na oficina mais próxima e falou pro
Louco da vida, o recém-acordado replica: mecânico:
- Eu não te conheço, são 4 horas da ma- - Ô sinhô mecânico! Meu burro impacô!
nhã, e me pede para te ajudar? Ah! Vá te Agora preciso de sua ajuda.
catar! E ele volta para a cama. O mecânico respondeu:
Sua mulher, que também acordou, não - Minerin, eu vou te dar dois supositórios: um
gosta da atitude do marido: de pimenta-de-cheiro e outro de malagueta.
- Você exagerou. Você já ficou sem bate- Você mete o primeiro supositório no burro.
ria antes, você bem que poderia ajudar esse Se mesmo assim ele não andar, você mete
cara. o de malagueta. Mas cuidado que ele pode
- Mas ele está bêbado - desculpa-se o acelerar demais...
marido. -Ta bem, sinhô mecânico, eu vou segui
- Mais um motivo para ajudá-lo - insiste seus conseio...
a mulher - ele não vai conseguir sozinho. No outro dia, o mecânico encontra o Mi-
Você sempre foi tão prestativo... neirin e pergunta:
Tomado pelo remorso, o marido se veste - Então Minerin, o burro andou?
e vai para a rua. Procura o bêbado dizendo: - Se andô?!?! Nóssenhora, eu pus o primei-
- Hei, cara, vou lhe ajudar! Onde é que ro supositório no burro... E se não boto o de
você está? malagueta em mim, nunca mais eu pegava
E o bêbado grita: o bicho, sô.
- Aqui no balanço...
Por José Palácio, IQA
Por Eric, Cobra Rolamentos
66