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CDU – 781.5:778.534.45
1. Música – Composição
2. Música – Composição – Audiovisual
3. Filmes – Trilha sonora
4. Trilha musical – Audiovisual
5. Música – Audiovisual – Tendências
6. Filmes – Musica – Gêneros
BANCA EXAMINADORA
_________________________________
Prof. Dr. Roberto Pinto Victorio – Orientador
Universidade Federal do Mato Grosso
__________________________________
Profª. Drª. Cássia Virgínia Coelho de Souza
Universidade Federal do Mato Grosso
__________________________________
Profª. Dr. Sílvio Ferraz
Universidade Estadual de Campinas
__________________________________
Profª. Drª. Teresinha Rodrigues Prada Soares
Universidade Federal de Mato Grosso
Meu orientador Dr. Roberto Victorio - que com paciência esteve ao meu lado durante
todo o percurso da construção deste objeto, em especial pelas aulas de composição;
Os professores da banca - Dr. Sílvio Ferraz, Dra Teresinha Prada, por contribuírem
de forma grandiosa nas minhas reflexões; e em especial a Dra Cássia Virgínia, pelas
aulas na disciplina Estética da Música e todos os momentos de reflexão;
A Minha mãe, meu filho, familiares e amigos (em especial Luciene e Munique), que
pacientemente me ampararam nas horas difíceis.
Pierre Boulez
Resumo
The audiovisual context that relates the work is the production of films, short
films and documentary films. Original music for this context is dealt with the
contextualization interviews with directors and operating composers in the area, as
well as specific bibliography. In this environment the music is developed inside of
functional characteristics serving to the audiovisual narrative, at the same time where
it relates and hybridize with the others languages used. The audiovisual narrative is
understood as the concept of musical counterpoint. So, the used languages are
articulated, forming constantly mobile new relations. Against it with the music of
concert from XX century used to contextualize the specific study of the manipulation
of the sonorous elements as pure elements, such which the pure sign analyzed for
the studies of C.S. Peirce. This study it is developed through the contextualization of
the sensorial and paradigmatic change of the gotten sonorous exploration for XX
century; notes about the importance of the study of isolated trends, for the specific
understanding of the studied material; and the proximity of the concepts that `music '
and `communication ' develop in the cited century, making possible the joint between
the structures. Two compositional studies are constructed as custom of the
manipulation of isolated musical noises and others two directed compositions as
proposal of sonorous re-reading of the “Em Trânsito” (RIVAS, 2006) documentary
film. Finally, a comparative study is generated between the original track of the
documentary film and the studies developed for this work. In thesis music belongs to
an independent area developed by its proper specificities, but it is directed differently
when operating in another way. This relation is clearly observed in the audiovisual
context.
gasta-se toda a verba na produção do filme e com o que resta procura adequar os
gastos para a produção musical. O compositor ainda aponta que se não fossem os
músicos brasileiros serem profissionais e conscientes dentro desta situação os
resultados podiam ser mais desastrosos.
Devo lembrar que, quanto a formação profissional, somente no ano de 2006
cursos de cinema (pós-graduação) aparecem em Cuiabá, na tentativa de formar
profissionais capacitados na área; cursos, que por sua vez, também buscam
delimitar a utilização das trilhas sonoras em ambiente audiovisual.
Quero considerar aqui a pesquisa (SANTOS,2005) em que investiguei a
utilização da música por acadêmicos dos cursos de graduação em comunicação
social de três universidades de Cuiabá – MT. O objetivo era investigar a necessidade
do estudo da música em ambiente acadêmico e averiguar como ocorria a
manipulação de materiais sonoros nas produções de jingles, spots, backgrounds e
trilhas. Amparada pelos parâmetros curriculares dos cursos e bibliografias afins,
observei as exigências da área sobre os aspectos musicais e, através das
entrevistas, pude comparar a formação dos alunos.
O resultado desta pesquisa mostra enfaticamente a formação bem
estruturada de suas produções dentro da manipulação dos materiais visual e textual,
entretanto, mostra a nítida carência de estudos mais aprofundados sobre a
manipulação de materiais sonoros (direção, produção e edição).
Ponderando esta situação, aponto ainda, através das observações no
decorrer do contato com o campo, que os profissionais (diretores e produtores)
envolvidos nas produções audiovisuais (filmes, curtas e documentários) do estado
são, em sua grande maioria, formados nos cursos de graduação em comunicação
social nas diversas habilidades; ou mesmo sem nenhuma formação, mas
apresentando em seu currículo atividades profissionais desenvolvidas na área.
Desta maneira, observo uma possível carência de profissionais da área do
audiovisual que tenham um conhecimento musical sistematizado, a fim de construir,
manipular e desenvolver, de forma crítica, os materiais sonoros utilizados em suas
produções.
Neste sentido, justifico meu interesse pelo tema “composição musical para
audiovisual” e indico as questões: Qual seria o tratamento da música em ambiente
audiovisual? De que forma os elementos musicais se relacionariam com as demais
formas de linguagem utilizadas no audiovisual? Pode haver uma divergência de
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emoções, mas mostra também que o afeto dura apenas no período em que ocorrem
tais influencias.
O caráter auto-expressivo da música é explicado pela autora como “hábitos
verbais”, ou seja, os estímulos e suas respostas serão expressos conforme as
especificidades culturais de cada grupo social. E usar a música como forma de
expressar nossa subjetividade credita possibilidades, mas esperar que essa
expressão seja compreendida de forma literal seria impossível.
Sekeff (1998), por sua vez, leva-me a refletir sobre a essência e compreensão
dos espaços criados entre o objeto (música) e seu ouvinte. A autora afirma que,
juntamente com a música, é construído um ambiente próprio que poderá ser
preenchido pelo outro, ou por nós mesmos. Isso acontece devido ao caráter da
música de comunicar expressões não denotativas, de forma e sugerir espaços para
possíveis criações.
Isso não significa que não posso, ao longo do meu discurso, pautar
ambiências como a das telenovelas. Pois observo a indústria brasileira de
telenovelas como principal incentivadora e mantenedora de estereótipos sonoros,
além de forte responsável pelos moldes da produção musical do cinema brasileiro
(MÁXIMO, 2003; BERCHMANS, 2006).
Neste sentido, os apontamentos sobre telenovela também nos auxiliarão a
compreender que a música, mesmo como linguagem não denotativa, quando
apropriada dos significados presentes no seu contexto sócio-cultural poderão
informar mensagens próprias do seu meio.
Metodologicamente abordo o tema através de:
- Levantamento bibliográfico - baseando em autores como: Hindemith, Koellreutter,
Ferraz e Zampronha, sobre aspectos composicionais; Andrade, Griffiths, Boulez,
Barraud, Menezes e outros, sobre as manifestações musicais do século XX; e, mais
especificamente sobre a música em ambiente audiovisual, abordo autores como
Berchmans, Carrasco, Campolina e Máximo. Pesquisa de campo qualitativa como
aporte teórico - com diretores e compositores atuantes. Produção de Estudos
composicionais direcionados a sonoridades e técnicas específicas do século XX e
estudos composicionais direcionados para audiovisual. Análise comparativa de
composições musicais para o mesmo ambiente audiovisual. Resultados conclusivos
do processo de construção do objeto de estudo.
Esta monografia é desenvolvida em quatro partes: I) Música e audiovisual; II)
Das idéias ao material sonoro; III) Estudo “Em Trânsito”; e IV) Considerações finais.
A primeira parte é formada pelo capítulo I que busca contextualizar a música
em ambiente audiovisual, através de apontamentos específicos sobre a inserção
desta no meio, bem como os fatores determinantes que influenciam-nas.
Esse capítulo, além de apresentar dados bibliográficos, traz como aporte
teórico o conteúdo de 10 entrevistas realizadas, sendo 4 com diretores e 6 com
compositores de trilhas para audiovisual (filmes, curtas e documentários). As
entrevistas sãs utilizadas como recurso técnico na medida em que houve dificuldade
de encontrar bibliografias específicas sobre composição musical para audiovisual
(nacional).
A segunda parte é compreendida pelo capítulo II que explana sobre o campo
da composição musical, abordando os processos de materialização de idéias
musicais relacionados a escuta e a percepção musical como elementos importantes
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1.1 Diretores
Berchmans (2006) confirma esta relação e explica que “trilha sonora” origina-
se do termo inglês soundtracks, o qual representaria todo o arcabouço sonoro da
produção fílmica: música, diálogos e efeitos. E o termo que representaria mais
22
Posso afirmar dentro das falas dos nossos entrevistados que a música tem
um caráter afetivo e imaginativo. Ela tem seu papel afetivo no sentido de aproximar o
ouvinte (diretor) do seu objeto de estudo; e imaginativo, na medida em que os
recursos sonoros são apropriados para a construção de imagens mentais e
figurativas. Durante esse processo e de forma paralela acontecerá a construção do
pensamento linear e, consecutivamente, literal, dando origem as estruturas verbais,
que neste caso é o roteiro.
Sobre o processo de construção sonora paralelo ao desenvolvimento do
projeto audiovisual, um auxílio empregado no trabalho com a música do audiovisual
é a utilização da planilha de gravação com indicação de imagens, texto e
som/música. Segundo o maestro Medáglia, a exemplo de Alfred Hitchcock, eram
utilizadas em suas planilhas de gravação três colunas cada qual definindo os locais
de texto, ação dramática e idéia musical, dando a intenção mais sólida da utilização
e interação entre os elementos do filme.
Medáglia aponta que, no Brasil, são raros os diretores que se preocupam em
detalhar as idéias musicais em cada cena especificamente, utilizando assim a
música com elemento autônomo e narrativo. Neste sentido, ao se trabalhar a música
como mais um dos elementos de narração o contexto fílmico brasileiro ganharia um
componente forte em suas produções.
Dentro da entrevista com os diretores nenhum deles apontou o uso desta
planilha específica como auxilio do processo de produção sonora no ambiente
audiovisual.
1.2 Compositores
Enunciado pela frase “segundo sua experiência e seu olhar sobre o tema” os
compositores responderam um questionário específico contendo 10 perguntas
relacionadas a temática “composição musical para audiovisual”, abordando o
emprego de técnicas e métodos composicionais, bem como o processo individual de
criação musical para o referido ambiente. Acredito que esta forma de conduzir as
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questões, bem como o contato por email direcionou-os, convidando à total liberdade
de resposta.
Mesmo observando uma construção de caráter muito subjetivo, e por vezes
ancorada em conceitos não definidos, as respostas, de uma maneira geral, foram
satisfatória no sentido de desenvolver reflexões sobre os tópicos pretendidos. Elas
são apresentadas no trabalho ora na forma de citação literal, segundo o enfoque
escolhido para responder os questionamentos; ora de maneira parcial ou no tipo de
citação indireta, devido a sua extensão literal.
Este tópico faz referência a pergunta de número 05, onde pretendia saber dos
entrevistados se deveria considerar a música de forma diferenciada caso esta
estivesse em ambiente audiovisual. A pergunta específica foi: “Você acredita que os
conceitos ‘música’ e ‘música para audiovisual’ atuam de forma divergente?”
01 entrevistado respondeu que os conceitos questionados diferenciavam-se
de forma óbvia, contudo ausentou-se em especificar sua opinião. Os demais
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entrevistados (em número de 05) responderam de forma geral que ‘música é música’
independente de encontrar-se em outro lugar, ou ter funções diferentes para cada
lugar.
Devido as variáveis contidas nas respostas coloco-as na forma literal,
comentando a seguir.
Eles afirmam, desta forma, que a música tem sua utilização diferenciada no
audiovisual, sem propriamente transformar seu conceito existencial. Mas, também,
indicam que esta atuação não é, em grande parte, apenas funcional: o ‘paradoxo’
apontado por um dos entrevistados.
Outro ponto indicado foi a mudança da função musical em detrimento à
indústria da música. O investimento em cantores e grupos musicais, bem como os
modismos resultantes de leituras do campo cultural ou mesmo responsáveis por
influenciar o mercado em constante processo – seja de bens de consumo ou bens
simbólicos – é uma característica muito presente na nossa cultura atual, o que
trataremos mais adiante dentro do tópico especifico sobre ‘canções’.
temática que a imagem transmite para que, a partir disto como referência, criem os
aspectos musicais.
Um dos entrevistados proporcionou-me a seguinte resposta:
Este tópico faz referência a pergunta de número 08 que busca saber dos
entrevistados duas situações distintas: A primeira sobre a utilização de canções
encomendadas que farão parte da trilha original; e a segunda questão é sobre as
músicas compostas para outros fins que acabam participando da trilha sonora. A
questão foi estruturada da seguinte maneira: “E as canções encomendadas? e as
músicas já existentes que não foram feitas para o filme, mas que, mesmo assim, são
aproveitadas por eles?”
Esta pergunta é uma extensão da questão número 07 (“Sobre as músicas
descritivas, ou as de herança da técnica mickeymousing, qual é sua opinião na
utilização destas em ambiente audiovisual?”). Este questionamento foi lançado uma
vez que o objeto de estudo do próximo capítulo será a trilha sonora do documentário
42
1.3.2 Técnicas
1.3.3 O diretor
1
Podendo ser compreendido como ‘locais específicos’ ou ‘foco de percepção’, sem a atribuição de níveis
hierárquicos.
48
Julio Medáglia (2007) aponta que no Brasil ainda tem muito para ser feito nas
produções musicais para audiovisual. O maestro relata que, dentro da sua
experiência profissional, existe uma diversidade de diretores que, mesmo sendo
reconhecidos pelas idéias e produções bem elaboradas, não sabem como usar a
música dentro de uma narrativa que se imagina. Sobre o estudo específico da
música para o cinema o compositor expõe:
levantar estar bola, neste contexto, aqui, onde se projeta filme, onde
se põe a música no palco, onde se debate, onde se traz os autores,
os diretores e todo mundo se discutindo, eu acho que, realmente, é
uma forma de valorizar a trilha sonora de um filme e, ao mesmo
tempo, contribuir para que futuramente os novos diretores possam
ter uma consciência melhor de como usar o som com efetiva
narração, e não como uma glabolização daquilo que a imagem... que
o texto já mostra. (MEDÁGLIA, 2007)
50
Carrasco aponta que a partir dos conceitos levantados por Claudia Gorbman
é que a música do cinema passa a valer-se também de conceitos cinematográficos.
Segundo o autor este eixo transformador baseia-se em pensar a música como:
- Não diegética2. Desenvolvendo o caráter de invisibilidade da trilha sonora;
- Subordinada “aos veículos primários da narrativa” (CARRASCO, 1993 p.60);
- Possível agente de situações próprias e “enfatizar emoções específicas [...] mas
em primeiro lugar [...] um significador de emoções por si só” (CARRASCO, 1993 p.
61).
- Alusão à narrativa dentro de um sentido referencial “sugestões narrativas e
referenciais, indicando pontos de vista, promovendo demarcações formais e
estabelecendo ambientação e caráter” (CARRASCO, 1993 p.61); e conotativo - “a
música ‘interpreta’ e ‘ilustra’ eventos narrativos” (CARRASCO, 1993 P. 61);
- “Continuidade rítmica e formal – entre planos, em transições entre cenas,
preenchendo ‘lacunas’” (CARRASCO, 1993 p. 61);
- Auxiliando a unicidade formal e narrativa da obra.
Com esses apontamentos podem ser indicados uma gênese dos estudos
sobre o desenvolvimento das linguagens híbridas: o processo de relação e
cruzamentos entre as expressões e linguagens utilizadas no audiovisual; sua
atuação não pode especificar somente um dos campos atuantes; sua forma
especificada, agora, uma nova forma, indica uma nova ação e, conseqüentemente,
novas indicações, vocábulos e conceitos próprios.
Para compreender a relação da música com a articulação fílmica, ou mesmo
de uma narrativa musical presente na linguagem audiovisual, aproprio-me das
considerações de Ney Carrasco (1993) que parte da teoria dos gêneros como
princípio e apreensão da narrativa cinematográfica. A obra cinematográfica estaria,
conforme o autor, identificada dentro dos gêneros narrativo Épico e Dramático.
Na narrativa épica a figura do narrador aparece como voz neutra, buscando
contar os fatos a partir de um certo distanciamento do contexto abordado. “Esse
distanciamento faz com que o narrador se veja em uma condição de impotência no
que diz respeito à sua interferência no objeto da narração” (CARRASCO,1993 p. 68).
2
Não diegético: música que não pode ser identificada na ação. Em contraposição ao termo ‘diegético’ onde são
utilizadas referências da imagem para indicar de onde o som origina-se. A exemplo, uma música ouvida em meio
a uma cena utilizar um dos personagens para ligar o rádio ou mesmo carros de som passar pela cena, são
algumas formas de relacionamento entre som e objeto em ação.
53
1.3.8 As canções
Esta prática é comumente utilizada mesmo nos dias atuais e levanta em seu
cerne vários aspectos que colaboram a sua perpetuação.
Posso dizer que possivelmente esta saída sana as necessidades
orçamentárias, na medida em que se produz com poucos recursos; mas, acima de
tudo, proporciona uma abertura para o mercado fonográfico e um local de prestígio
conseqüentemente criado para produção audiovisual, na mediada em que as
próprias canções agem como propaganda publicitária dos filmes.
Procuro fazer uma ficção não delirante. Nunca gostei, por exemplo,
de ler ficção científica e realismo mágico, como nunca me entreguei,
nem quando criança, às histórias em quadrinhos. O que me ocupou
sempre foi uma ficção realista ou próxima disso. Escolho um grupo
de pessoas e começo a escrever sobre como elas vivem, o que
sonham, o que conseguem. Faço ficção, mas tenho compromisso
com o verossímil. (MANUEL CARLOS, 2006)
3
Indivíduos isentos das análises profundas sobre a sistematização musical.
64
4
Processos mentais, nunca externalizados.
65
determinação. Neste sentido, as obras seriam, não mais o objeto dado, mas algo a
ser delineado: o ‘objeto possível’, criado dentro do processo de percepção – o
instável; haveria a qualidade de irreversibilidade na medida em que não permite que
o processo seja observado - a não ser que existam manuscritos descritivos sobre o
mesmo, no sentido de visualizar seu percurso e analisá-lo, ou apontamentos do
próprio compositor; o que proporcionaria o caráter de co-determinação, terceira
característica, onde obra e autor são, na mesma medida, o mesmo sujeito: onde um
sem o outro não existe.
O autor ainda aponta que este mesmo processo foi responsável pela
mudança perceptiva dos compositores, na medida em que o eixo da escrita passa
do plano audível para o visível; a música se aproxima do ritual enquanto forma de
decodificação dos códigos sonoros, ou seja, a escrita musical passa a utilizar-se de
valores sígnicos e simbólicos.
Dentro desta relação de ‘livre arbítrio’, apontada pelo autor, o espaço criado
entre a obra e seu observador torna-se um espaço mais concreto no sentido de
existente; mas “de referencia vazia e indeterminada” (STOCKINGER, 2004, p. 6)
onde poderá ser preenchido pela liberdade de criação de ambos os lados.
Observo desta forma que, enquanto Victorio (2003) trata o tema sobre a
esfera do ‘ritual’, Stockinger (2004) aponta este acontecimento como virtual,
imaginário, mas em ambos encontramos apontamentos de que neste espaço não
existem formas “completas, absolutas, finais” (STOCKINGER, 2004 p. 13). “Mesmo
que o corpo interno da significação não mude o seu corpo externo, seu contorno,
seu ambiente, suas formas de mediatização se transformam a cada instante”
(STOCKINGER, 2004 p. 13).
Para Victorio, possivelmente, o ambiente externo será a escrita musical que é
transformada a cada instante pelas inúmeras formas existentes e emergentes no
século, mas sua essência encontrar-se-á no espiritual. E o fazer musical funde-se
com a interpretação. Não será apenas o receptor e o ouvinte, mas o meio,
responsável pela eleição do essencial, assim como responsável em comunicar as
suas mais diferentes formas.
Virtual
Espiritual
Música Comunicação
Figuras rítmicas como mínima pontuada variando até fusas e suas respectivas
pausas; indicação de trechos rápidos, enérgicos e vibrantes em contraposição a um
breve interlúdio nos compassos 9 e 10. Apesar de desenvolver-se dentro de uma
métrica regular, as mudanças de intensidade e pulsos auxiliam na dinamicidade da
peça, sem que a mesma torne-se monótona.
O estudo apresenta dinâmicas contrastantes e abruptas entre fortíssimo e
pianíssimo, como exemplo dos compassos 22 e 23 (figura 4). Esta também é uma
característica muito forte e marcante que proporciona uma desestabilidade rítmica e
melódica para a peça.
80
Figura – 6 - compasso 7 –
estruturas acordais em expansão.
remete-nos à regressão, mesmo que aconteça uma clara expansão na extensão das
notas.
Classificamos este estudo dentro de três partes, sendo: ‘A’ compreendido
pelos compassos 1 a 8; ‘B’ entre os compassos 9 a 20; e ‘C’ do compasso 21 ao 39.
A parte A expõe os motes principais que serão utilizados no decorrer da peça,
inclusive a intenção dos acordes em expansão, mais característicos em B. Contudo
é mais freqüente a utilização de algumas seqüências de motes em compassos
inteiros e suas respectivas repetições em demais locais.
Figura 7 – compassos 1 e 4 –
emprego da mesma rítmica.
Após este período o estudo volta aos temas contidos na parte A através de
novas reformulações. Enquanto em A os motes rítmicos são transformados em
frases, como já dito, em C, eles desenvolvem-se desde a mesma intenção das
frases expostas em A, a sua exposição sem associação a demais motes dando-nos
a sensação de fragmentação.
Compassos 1 a 4
Compassos 5 a 8
Compassos 9 a 12;
Figura 7 - Parte A.
Compassos 13 a 16
88
Compassos 17 a 20
Compassos 21 a 24
Figura 8 - Parte B.
Assim como os estudos N.1 e N.2, este estudo tem um caráter atonal livre e
utiliza-se predominantemente da escala hexatônica como base da sua construção.
A escala hexatônica é composta por seis sons distanciados igualmente por
tons inteiros. Assim como a escala dodecafônica, esta seqüência sonora faz com
que a polarização de uma nota principal seja dissolvida, não existindo, desta forma,
hierarquia entre notas. Este recurso foi primeiramente utilizado nas obras de
Debussy e é muito observado nos compositores do século XX como uma das
alternativas de contraposição ao sistema tonal.
Dentro do estudo N.3 a escala hexatônica desenvolverá a princípio sua
seguencia partindo de dó (dó, ré, mi, fá#, sol# e lá# ) como a seguir.
Existem trechos mais explícitos onde propus uma articulação estreita e clara
entre o compositor e interprete, onde alturas são determinadas sem a indicação
rítmica, e vice-versa.
91
O que não deixa de acontecer nas obras de escrita instável, mas neste
trecho, em específico, observo explicitamente o espaço de criação, deixado para o
compositor e o intérprete atuarem juntos: um determinando o que o outro não
determinará. Diferente de proporcionar ao intérprete locais isolados de improviso
busco criar espaço de co-autoria.
O estudo traz um caráter polirrítmico através da utilização de compassos
mistos, escrita tradicional e relativa desenvolvidas de forma simultânea.
Mas percebo ainda que estas mudanças são, na maioria dos casos,
gradativas, passando de P - MP, MF – F, com poucas dinâmicas contrastes entre P
– F, ou extremos equivalentes, como observado no final da secção acima.
O uso de dinâmicas inversas, na re-exposição de determinados trechos,
proporciona novos elementos de interpretação e, conseguinte, de composição. Este
recurso contribui ao caráter de ineditismo na repetição temática, ou de partes
maiores.
Defino sua estrutura em duas seções, A – B, com ritornellos, considerando A
como as partes compostas pela escrita relativa e B pelas de escrita tradicional, mas
acima de tudo, porque estas são continuamente bem delineadas e se contrastam.
5
Por se tratar de trechos muito maiores que A1 e B1, indico a consulta nos anexos do estudo.
94
IIm/IV; V/IV - IIm/III – V/III; IIm – subV/I – VIm, Enquanto que as vozes do violino e
do violoncelo exploram uma quarta aumentada ascendente à tonalidade do violão. O
vibrafone, por sua vez, aglomera as notas utilizadas no compasso desenvolvendo-as
de forma mais harmônica.
6
Titulo da obra do referido autor.
101
aponta para a construção de sonoridades reais, visto que este é o princípio gerador
da idéia documental.
Ouso, neste sentido, em apropriar-me de sonoridades musicais utilizadas na
música contemporânea de concerto para compor mais a diante uma re-leitura das
formas sonoras do documentário “Em Trânsito”.
Antecedendo esta etapa descrevo no tópico a seguir o processo de
construção da trilha sonora original.
mim, mas em parceria com o diretor Elton Rivas. Sua inserção encontra-se no 23º
minuto de exposição.
Procurei o diretor para que contribuísse, através da sua visão, com alguns
apontamentos sobre a descrição de determinados elementos relativos ao processo
de construção da trilha. Encaminhei-lhe por email os tópicos, pois se encontrava em
viagem.
Os temas elaborados referem-se a tópicos que julgo influenciar as posições
tomadas pelo diretor no processo de escolha da trilha, bem como indagações sobre
esta escolha.
- Qual a função da trilha musical no seu ponto de vista?
Sobre o documentário “Em Trânsito”:
- Porquê a escolha da trilha utilizada?
- Responsável único pela escolha? Alguma parceria?
- Tinha orçamento destinado à trilha?
- Houve integração entre diretor / compositor / músico / ou responsável? De que
forma ocorreu?
- O Resultado do trabalho (entre as pessoas; entre as linguagens utilizadas;
musical).
- Uma nova proposta sonora caberia no documentário?
Dentro disso Rivas considera, assim como os demais diretores entrevistados,
que a trilha musical tem um caráter muito importante dentro do audiovisual, sendo
“parte fundamental na linguagem, na gramática da história que se quer contar”.
Mais especificamente sobre a trilha do documentário “Em Trânsito”, o diretor
relata que a idéia era proporcionar abertura à “talentos” e trabalhar com pessoas que
captassem a idéia germinativa da obra.
Rivas aponta ainda que a trilha precisava proporcionar um sentido de unidade
musical e auxílio à narrativa.
Ele indica, também que o trabalho audiovisual é uma criação coletiva e que o
diálogo entre os integrantes, mais especificamente com seu assistente de direção
contribuiu muito para o desenvolvimento do trabalho. “O Aroldo, que era o assistente
de direção também participou da criação da trilha. Então ficou mais fácil criar os
momentos ‘musicais’ de acordo com a nossa intenção narrativa”.
Aroldo Maciel, que trabalha com Rivas neste projeto, é produtor musical e
dedica-se, também, aos trabalhos audiovisuais na parte de produção e direção;
certamente seu aporte cooperou à construção musical da trilha original. Elton Rivas
ainda marca o auxílio dos demais profissionais responsáveis pela a produção
musical, os quais cederam todo o trabalho (direitos de divulgação, composições,
instrumentação e demais elementos da produção musical), pois não tinham recursos
para o desenvolvimento da trilha.
Considerando os resultados do trabalho o diretor afirma:
Acho que o resultado foi excelente. Foi uma obra dentro da obra. É
claro que não se pode separar a música da imagem. Elas se fundem
numa coisa só. Mas acredito que cumprimos nossa pretensão em
criar uma atmosfera musical que nos ajudasse a contar a história dos
Manoki, respeitando a narrativa do documentário e de forma criativa.
linguagem jovem e moderna; que a questão indígena não fosse vista de uma forma
pejorativa e estereotipada como muito se é exposto – índio vestido com penas de
Apache, desligados dos processos culturais exteriores ao seu povo; mas que esta
fosse uma nova leitura sustentada por uma música que ‘retratasse’ o “trânsito” dos
Manoki por pertencerem a duas culturas e ao mesmo tempo a nenhuma delas.
De acordo com o pensamento de Ney Carrasco (1993), previamente
desenvolvidos no tópico relativo à narrativa musical, “a música pode ser entendida
como uma das vozes do narrador, que pode manifestar-se como intervenção épica
ou como parte da ação dramática” (CARRASCO, 1993 p. 74).
No caso mais especifico das canções, o autor acrescenta que a sua
verdadeira função é de narrativa épica, contribuindo para a literal apresentação da
sinopse do filme.
Carrasco aponta que esta utilização, geralmente, acontece nos créditos
iniciais, mas no estudo de caso específico observo que as canções e suas inserções
concentram-se:
Esta situação poderia ser explicada apenas pela narrativa épica, caso não
estivesse no presente e na primeira pessoa da narrativa. O narrador possivelmente
contaria em suas palavras a situação Manoki. Contudo, o que acontece de fato é
uma extrapolação do narrador frente a situação em que se encontra, servindo de
‘narrador dúbio’, falando do outro e de si.
Desta forma, a narrativa da canção descrita exprimi-se sobre a sua própria
ação. “o que vivo, o que penso me remete...” é apenas um dos infinitos exemplo de
narrativa textual lírica desenvolvida pela canção “Trânsito de idéias”.
Este tipo de narrativa é chamada Lírica, Carrasco (1993) em seu estudo
descreve este gênero narrativo, mas utiliza-se apenas dos gêneros épicos e
dramáticos para explicar a música na articulação fílmica.
A situação apresentada pode fazer referência, tanto da voz do cantor (do
compositor) quanto a voz de um narrador Manoki. Contudo a probabilidade de
articulação entre os gêneros textuais será possível apenas se pensarmos sobre um
ótica “objetiva” e “subjetiva” do ser: o eu como narrador; e eu como outro; sendo o
mesmo eu.
Por sua vez, os elementos musicais são estabelecidos pelo gênero musical
que aparece juntamente com o texto da canção. A própria utilização de gêneros
musicais já desenvolvem um conceito de estruturação dentro de moldes específicos
sonoros; informa-nos uma relativa apropriação de sonoridades e estereótipos
musicais que informam uma possível ação.
A música “Trânsito de idéias” acaba construindo um contexto textual e sonoro
(simultâneos) através da possível existência das narrativas Lírica, Épica e
Dramática. E seus apontamentos (o contexto das imagens – homens no caminhão
em movimento; o ritmo dos créditos que passam na tela; a ação presente no
‘makingoff’; o desfecho conclusivo do enredo - em viagem ação dos índios) fazem
referência sempre a idéia de deslocamento que o título “Em Trânsito” informa.
Por sua vez, o estudo N.4 foi desenvolvido com partes diversas e distintas
com o intuito de proporcionar uma riqueza de material sonoro para o contexto das
imagens do documentário. Mesmo pensado para audiovisual, o desenvolvimento do
material sonoro deu-se através da escrita à mão da partitura, assim como os demais
estudos. Havia a possibilidade de criá-lo diretamente em ambiente computacional a
fim de desenvolvê-lo mais próximo às imagens. Minha escolha, desta forma, ficou
mais próxima a da escrita musical isolada, uma vez que criei de uma forma não
literal (imagens e relações musicais), mas desenvolvendo as idéias de forma
globalizante e em sentido macro.
A obra seria executada em um local apropriado munido de recursos técnicos
e humanos: ambiente acústico apropriado, aparelho de retro projeção em tela,
aparelhagem de coleta de áudio, regentes, músicos e técnicos de som. Contudo,
esta movimentação requer o envolvimento que diversos profissionais, orçamento
mais dispendioso e maior tempo para a execução do projeto - disposição externa as
minhas possibilidades individuais como pesquisadora.
Ao longo do processo, levando em consideração esta impossibilidade
imediata de concluir o experimento (gravação ao vivo); e tendo este trabalho o
objetivo maior de estudo sobre o tema trilha sonora, a idéia desenvolveu-se em duas
partes: I) ‘adequar’ a peça ao contexto audiovisual, através dos recursos
computacionais - assim, seria mais sólido a estruturação da obra, saindo de um
espaço das idéias e concretizando-se como audiovisual; e II) transcrever a nova
estrutura sonora e gravar em local apropriado ao vivo.
Desta forma, para este estudo desenvolvo apenas a etapa I. E como processo
metodológico pontuo o procedimento, incluindo a etapa II apenas como ciência do
processo total:
1) Gravação ao vivo;
2) Sincronização (áudio e vídeo);
3) Mixagem e masterização (em consideração com os diálogos);
7
Processo de transformação do formato *.cwp para *.avi.
111
Por isso a relatividade o que ‘é’ era, ou não, ou poderá vir a ser, ou
não, em detrimento da forma perceptiva do instante, este indomável.
8
Termo utilizado por Ilsa Nogueira no texto “uma aproximação audiovisual” (NOGUEIRA, 1979), onde se
refere à co-existência espiritual e autônoma das relações sonoras e também ao momento em que elementos
exteriores agregam-se a estes.
Aos questionamentos, de uma maneira geral, concluo que a música dentro do
audiovisual apresenta-se de uma nova maneira. Não mais ela, mas dependente das
suas possíveis articulações neste novo ambiente.
Desta forma esta temática e sua abordagem abarcam o sentido global dos
objetivos da pesquisa científica: delimitar um determinado objeto dentro das suas
possíveis percepções/ escutas/ visões, abrindo caminhos para novas possibilidades.
E, mesmo apresentando algumas respostas, esta sensação conclusiva é apenas
aparente, pois muito tem a ser dito.
O novo objeto que surge desta forma é “o estudo da linguagem híbrida”,
através da percepção sobre os seus diversos objetos e suas relações. O que
certamente nunca chegaríamos a respostas acabadas.
O que afirmo, então, é a existência de uma nova relação e de novos
significados, onde as técnicas (assim como em ambiente isolado) auxiliam apenas
na exteriorização das idéias musicais. E a percepção, o ato de perceber, sobre o
objeto - ‘música’ ou ‘música para audiovisual’ - vale mais neste contexto.
O que aponto a partir disso é a importância das inúmeras tentativas de
aproximação destes universos. Tomando as palavras de Carrasco, “A prática, a
análise de obras e a síntese teórica devem caminhar juntas”. E, mais ainda, a
necessidade de percebê-lo e internalizá-lo dentro dos seus diversos enfoques.
O estudo sobre hibridismo das linguagens aparece aqui apenas como tópico
mais próximo para o dado momento. Claramente a temática comporta para infinitas
discussões.
Desta forma, acredito que a disposição deste estudo auxiliou, dentro da sua
proposta, o processo de um devir dos estudos musicais em ambiente audiovisual.
Contudo, na atualidade esta problemática caminha, mesmo, a passos lentos,
necessitando maiores investimentos para a pesquisa na área. Não apenas
monetários, mas humanos; Não apenas dos pesquisadores que já se encontram
enlaçados pelo tema, mas de todos os participantes que vivem este local; que vivem
a existência desta nova “forma”.
BIBLIOGRAFIA
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5ª reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
BAFTA – British Academy of Film and Television Arts. Premiação anual da academia
britânica de produção cinematográfica e televisiva. Equivalente ao Oscar (Norte-
americano).
Conotativo - que serve para indicar uma idéia secundária simultaneamente a idéia
principal.
Curtas – formato de produção audiovisual (filmes, vídeos, etc) com duração de até
24 minutos.
Extensão musical – distância compreendida entre a nota mais grave e a mais aguda
de um determinado instrumento ou peça musical.
Ligadura – em notas de mesma altura: sinal gráfico utilizado para ligar uma nota a
outra resultando na sua soma sonora. Em notas de alturas diferentes este recurso é
utilizado para deixar o prolongamento sonoro o mais próximo possível da nota
subseqüente.
126
Longas – formato de produção audiovisual (filmes, vídeos, etc) com duração superior
a 24 minutos.
Midiático - relativo aos mass media; que é transmitido ou divulgado pelos mass
media (meios de comunicação de massa, a exemplo da televisão).
Score –– termo apropriado pela língua portuguesa como “Partitura musical”. Refere-
se a toda obra musical utilizada na produção de uma trilha sonora.
Staccato – Destacado. Sinal gráfico utilizado acima da nota musical para indicar sua
reprodução destacada e individual.
ANEXO 01 – PARTITURAS
ESTUDO N.1
Estudo N.2
ESTUDO N.03
ESTUDO N.4
Ana Cecília dos Santos
141
ANEXO 02 – CD
ANEXO 03 – DVD.