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13/06/2003 – 8:54

Meus mecanismos de auto-sabotagem estão tão ativos e nítidos, e eu continuo incapaz de


percebe-los ou freia-los antes que me detonem.

Esse mês veio metade do meu décimo-terceiro. E em vez de começar a pagar um plano de
saúde (que estou precisando muito) ou acertar o IPTU ou comprar pneus pro carro ou ainda
liquidar minhas contas e fui e comprei livros da Angélica (que não era urgente), um mini
gravador (que também não era nada importante) e minha colônia pós banho que eu já
estava sem a um ano e meio e inventei uma feijoada: R$20,00.

Trocando em miúdos: gastei R$130,00 + R$36,00 + R$32,00 + R$20,00 = R$218,00 sem


contar as outras despesas desnecessárias miúdas.

Ou seja: entrou R$731,00 e fora pagar a luz, comprar remédios pro fungo vaginal e por
gasolina no carro detonei o resto em nem sei o que.

Hoje acordei toda doendo. Meu corpo todo dói e só então recordo-me que havia planejado
um plano de saúde... tarde demais. Anteontem bati o carro de bobeira dando ré e (graças a
Deus não fez nada no meu carro) mas a funilaria do carro de cara vai ficar em R$200,00
que vou pagar em duas parcelas de R$100,00 em julho e agosto.

O simples fato da Lígia mencionar a possibilidade de vir morar aqui agravou as insanidades
com gastos pois passei a contar com o que “ia” entrar mais uma vez!

Por que é que faço essas coisas comigo mesma? Por que é que continuo nesse mecanismo
de auto-sabotagem?

Deus! Sinceramente eu tenho consciência de que recebo tudo de Você que coloca a minha
disposição todas as ferramentas necessárias para tudo correr bem e eu vou e faço uma caca
atrás da outra.

Por que é que é tão fácil pra mim negligenciar meus compromissos financeiros, esquece-los
“temporariamente” justo quando a grana entra e só voltar a lembrar-me deles quando o
dinheiro acabou? É uma verdadeira privação da consciência que me permite dar vazão
desenfreada aos meus impulsos compulsivos e insanos.

Estou me programando para dar mancada com o pessoal do DCE.

O que percebo a meu respeito é que aparentemente sou uma pessoa super auto-astral,
dinâmica e que corre atrás do que quer e acredita, contaminando os outros pelo caminho. Se
desço a um nível mais profundo tenho uma pessoa solitária, frustrada, carente e que se
sente mal amada e quer transmitir pro mundo que é auto-suficiente e batalhadora. Mas se
entro mais um pouquinho na caverna de mim mesma vejo um tesouro inestimável, alguém
que ama, que procura seguir suas metas, segura de si mesma, consciente que tem um olho
numa terra de cegos, que sabe ser parte de Deus e do Universo, consciente da própria
grandeza enquanto ser espiritual e da grandeza alheia, com calma e sem alarde.

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