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INTRODUÇÃO

A transformação digital no varejo de alimentos ainda é debatida por es-


pecialistas, gestores e empresários do setor. O núcleo desta discussão
sempre compara os investimentos necessários versus a rentabilidade do
canal digital, principalmente quando comparamos os resultados obtidos
no canal físico. Então será este o momento de investir na transformação
digital?
Para trazer informações sobre este tema, organizamos as temáticas em
03 (três) pilares, operação de loja, relacionamento com o cliente e gestão
de pessoas.
Neste terceiro capítulo teremos como destaque o “e-grocery”, ou seja,
a venda de alimentos pelo canal digital em uma rede de supermercados.
O QUE É
E-GROCERY

O e-grocery ou supermercado on-line vem caindo no gosto do consumi-


dor brasileiro. Durante a pandemia, mesmo com os supermercados aber-
tos, diversas redes de supermercados entraram no canal. Segundo dados
da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico - ABComm, a venda de
alimentos e bebidas pela internet aumentou mais de 300% em 2020, o
que demonstra o interesse do público neste tipo de canal, uma vez que
o setor praticamente não fechou as portas no período pandêmico.
PORQUE
IMPLEMENTAR
O E-GROCERY

No capítulo anterior falamos sobre diversos processos que englobam o


e-grocery e que denominamos de última milha. Mas agora vamos apro-
fundar em como e para quê implementar um canal de e-grocery.
O principal ponto é compreender que estão chegando os Millenials, ou
seja, em 2030 são esperados mais de 75 milhões de brasileiros nascidos
entre 1981 e 1995, correspondendo a 33% da população brasileira. Este
público será o principal perfil de compras nos próximos anos e já está
bastante familiarizado com as tecnologias, redes sociais e compras online.
O segundo ponto refere-se ao poder de compra, uma vez que é neste
público que estará concentrado o maior poder e frequência de compra. E
por fim teremos o avanço da participação dos idosos no Brasil, uma vez
que são esperados cerca de 48 milhões de brasileiros acima de 60 anos
em 2030, que corresponderá a mais de 21% da população.
DEFINA SUA
MISSÃO E DIFERENCIAL
COMPETITIVO

Quando um supermercadista decide entrar de vez no e-grocery o principal


ponto a ser analisado é a sua missão de compra, mix e a sua competiti-
vidade. Por exemplo: se você está em uma cidade com menos de 40 mil
habitantes, o diferencial competitivo estará na conveniência, uma vez
que o tempo e o custo de deslocamento não são relevantes.
Mas se nesta mesma cidade existir diversos condomínios de casas, sítios
para o fim de semana, o e-grocery poderá ter como missão de compra a
reposição, além é claro do abastecimento, uma vez que o shopper poderá
deixar de comprar na sua origem, desde que tenha certeza do mix, que
os produtos estarão frescos e gelados e reduza a perda de tempo para
efetuar a compra após longas horas de viagem. Já pensou nisso?
DEFINA O MIX
E O SORTIMENTO
IDEAL

O mix e o sortimento são pontos determinantes numa estratégia de


e-grocery. Conheça os hábitos e costumes do público-alvo uma vez que
ele será muito diferente do público do dia a dia.
Dê atenção especial aos produtos do hortifruti, do açougue e da padaria.
No hortifruti tenha produtos frescos para serem utilizados no final de
semana. No açougue saiba a preferência de cortes, carnes nobres para
churrasco e estejam preparados para pratos tradicionais como frango ao
quiabo, lasanha, strogonoff, canjiquinha, saladas etc. Já a padaria deve
fornecer pão fresco nos horários de pico como na parte da manhã e no
final da tarde, sempre com os complementos, fatiados, manteiga, iogur-
tes, tortas, bolos entre outros.
COMPRA POR
IMPULSO E
PLANEJADA

Site no ar, vem a experiência de compra. A primeira dica é ter preços con-
dizentes com o mercado de origem ou mais baratos. Pesquise os preços,
produtos e marcas da concorrência para que o cliente não tenha a sen-
sação de produtos mais caros que o da sua cidade natal. Insira marcas
líderes e que são top-of-mind. Use e abuse dos produtos de rápido giro,
conhecidos como Fast-moving consumer goods (FMCG), pois a tendência
é a compra de marcas conhecidas por questão de reduzir o risco com
marcas desconhecidas.
O cliente opta por fazer uma compra planejada, por isso é muito impor-
tante ver os produtos como solução completa, para evitar a ida a outro
estabelecimento para completar o pedido.
Já a compra por impulso deverá ser através da recomendação, uma vez
que o cliente não consegue visualizar todos os corredores e catego-
rias, como ocorre na loja física. No próximo capítulo vamos falar sobre o
relacionamento com o cliente. Saiba como personalizar as compras por
impulso e conheça as técnicas de personalização da oferta e promoção.

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