A revolução das telecomunicações e o seu impacto nas

relações interterritoriais

 Qual a importância das telecomunicações?

 As telecomunicações assumem uma importância fundamental na sociedade moderna, uma

vez que permitem o acesso e a transmissão de informação cada vez mais rápidos.

 Estas tecnologias são fundamentais na transmissão dos fluxos de informação, o que as

torna vitais para a sociedade digital em que vivemos e para as diversas atividades
económicas, financeiras, administrativas e culturais.

 As tecnologias da informação e comunicação (TIC), que integram as telecomunicações,

são cruciais, por exemplo, para:
 Dinamizar as diferentes atividades económicas;
 Aumentar a produtividade das empresas e promover a redução dos custos de
produção;
 Melhorar a educação, o ensino e a formação profissional;
 Aproximar pessoas, frequentemente com recurso ao ciberespaço;
 Diminuir distancias-relativas entre lugares;
 Desenvolver a ciência e a tecnologia;
 Promover progressos na medicina e a melhoria da assistência médica;
 Dinamizar a cultura e o intercambio cultural;
 Reduzir as assimetrias socioeconómicas regionais, na medida em que permitem um
contacto rápido e eficaz com outras áreas mais isoladas e periféricas.

 Os SIG e as telecomunicações…

 Os sistemas de informação geográfica (SIG) são fundamentais para as telecomunicações,

desde o planeamento e desenvolvimento das redes à manutenção e às operações diárias. O
recurso aos SIG poderá, por exemplo, ajudar as empresas/organizações de
telecomunicações a:
 Aumentar o acesso e a fiabilidade dos dados sobre as infraestruturas;
 Disponibilizar uma base de dados geográfica e permanentemente atualizada das redes
de telecomunicações, sem restrições de atributos associados;
 Diminuir os custos operacionais;

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  Melhorar o processo de tomada de decisões, por exemplo, a nível da localização dos
componentes da rede e sobre a forma como estes devem ser interligados;
 Simplificar o planeamento de redes futuras;
 Melhorar o tempo de resposta face a problemas das redes.

 Como se distribuem as redes de telecomunicações?

 As telecomunicações por satélite…

 A primeira revolução nas telecomunicações ocorreu na década de 1960, com o

aparecimento dos primeiros satélites artificiais.

 Os satélites de telecomunicações possibilitam a criação de um canal de comunicação sem

fios, através de ondas eletromagnéticas, entre uma fonte transmissora e outra recetora, em
diferentes locais da superfície terrestre.

 Oferecem tecnologia complementar à dos cabos submarinos, na medida em que:

 Asseguram a comunicação em áreas onde a instalação de redes terrestres é
economicamente inviável, como por exemplo:
-Áreas isoladas e periféricas, nomeadamente as mais rurais (o satélite está disponível
em qualquer parte, ao contrário da tecnologia por cabo);
-Áreas de topografia muito complexa.
 Garantem a continuidade do serviço em situações de emergência: os serviços via
satélite são uma alternativa viável, por exemplo em situações de catástrofe natural, em
que a tecnologia por cabo deixa se estar disponível.

 No âmbito das telecomunicações, Portugal é membro das seguintes organizações:

 Organização Europeia de Telecomunicações por Satélite (EUTELSAT);
 Organização Internacional de Telecomunicações por Satélites (ITSO/INTELSAT);
 Organização Internacional de Comunicações Moveis Via Satélite
(IMSO/INMARSAT);
 União Internacional de Telecomunicações (UIT).

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 O projeto Galileo…

 A UE desenvolveu um sistema global de navegação por satélite denominado Galileo,

concebido com um projeto civil, ao contrário, do GPS, do COMPASS e do GLONASS.
Trata-se de um sistema que fornece informação exata de geolocalização e de cronometria.
Este sistema tem por objetivo garantir a independência da Europa em relação aos demais
sistemas de navegação por satélite e a sua autonomia estratégica em matéria de navegação
por satélite.

 A autonomia da Europa neste setor irá impulsionar o mercado de trabalho europeu, a

ajudar a UE a reforçar o seu papel de garante da segurança e da defesa e apoiar
tecnologias emergentes como a inteligência artificial, os drones, e a mobilidade
automatizada, entre outras.

 As telecomunicações por cabos submarinos…

 O aparecimento dos cabos de fibra ótica constituiu uma segunda revolução no domínio
das telecomunicações, permitindo, face aos antigos cabos coaxiais (de cobre) e face às
telecomunicações por satélite:
 Uma melhor capacidade em termos de volume de tráfego;
 Uma melhor qualidade de som e de imagem.

 A posição geográfica do nosso país reúne excelentes condições para que, no território
nacional, estejam localizadas estações terrestres de passagem de cabos submarinos, quer
os que se destinam à América do Norte, à América Latina, a Africa, ou os que atravessam
o Mediterrâneo com destino à Ásia.

 O serviço telefónico fixo…

 Em 2020, o serviço telefónico fixo com acesso direto aumentou 2,3% face ao ano
anterior, registando 4,2 milhões de clientes.

 O tráfego de voz com origem na rede fixa registou uma redução para 1,1 milhões no
número de chamadas realizadas, mas aumentou o número de minutos de conservação (4,2
mil milhões).

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 A nível regional, observam-se contrastes assinaláveis no que respeita ao número de
telefones fixos por mil habitantes.

 O serviço telefónico móvel…

 Ao longo dos anos, o número de equipamentos de serviço móvel registou um

considerável aumento.

 Em 2020, o número de acessos móveis ativos e com utilização efetiva atingiu quase 13,6
milhões de acessos.

 O tráfego de voz com origem na rede móvel registou um crescimento assinalável de

16,4% número de minutos, sobretudo no que respeita ao tráfego nacional.

 O serviço de acesso à internet…

 Nas últimas décadas, registou-se um aumento bastante significativo do número de

assinantes do acesso à internet, que atingiu, em 2020, cerca de 3,8 milhões de assinantes.

 Os acessos por fibra ótica continuaram a crescer a um ritmo assinalável, enquanto que os
acessos ADSL continuaram a diminuir.

 O número de acessos à internet de banda larga em local fixo por 100 habitantes continuou
a aumentar, atingindo 40,4 acessos.

 Há, contudo, a assinalar importantes contrastes regionais.

 Ainda assim, a proporção de agregados familiares com ligação à internet através de banda
larga era, em 2020, inferior à média da UE.

 Em 2021, a maior parte dos utilizadores de internet eram sobretudo jovens e adultos
jovens e possuíam habilitações académicas ao nível do ensino superior.

 Os motivos da utilização da internet por parte da população portuguesa eram, em 2021,

muito diversos.

 O serviço de televisão por subscrição…

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  Em 2020, o número de assinantes do serviço de televisão por subscrição aumentou em
relação a 2019, atingindo 4,2 milhões de assinantes.

 O serviço com tecnologia de fibra ótica foi o mais significativo, representado 51,6% do
total, com 2,2 milhões de assinantes.

 Quais as oportunidades criadas pelas TIC?

 O teletrabalho…

 Nas últimas décadas, a evolução tecnológica ocorrida no domínio das TIC, a necessidade
de muitas empresas reduzirem os custos de produção e de aumentarem a produtividade,
bem como, mais recentemente, a crise pandémica provocada pela Covid-19, impuseram a
revisão dos sistemas organizacionais da sociedade.

 Surgiram, assim, novas abordagens do emprego e novas formas de organização laboral,

caracterizadas, essencialmente, pelo recurso às tecnologias digitais e pela possibilidade de
o trabalho poder ser prestado à distância a partir de qualquer local e a qualquer hora
(teletrabalho).

 A modalidade de trabalho à distância pode, por um lado, ser benéfica para empresas e
trabalhadores, embora também apresente desvantagens.

Teletrabalho
Vantagens
 Proporciona uma maior flexibilidade horária,
permitindo uma maior conciliação entre a vida
profissional e familiar;
 Elimina os custos de deslocação casa-trabalho;
 Reduz as despesas empresarias (por exemplo, ao
minimizar o espaço dos escritórios);
 Contribui para a redução da poluição, na medida em
que há menores deslocações de automóveis e de
transportes públicos;
 Favorece o descongestionamento das vias de
circulação.
Desvantagens
 Promove o aumento do sedentarismo e o aumento
dos problemas físicos, como dores nas costas;
 Reduz as relaçoes interpessoais;
 Incrementa as assimetrias sociais, ao existirem
desigualdades no acesso às TIC;
 Aumenta o risco de as pessoas trabalharem mais
horas do que as habituais.

 Em Portugal, o recurso ao teletrabalho evidencia disparidades por sexo e por nível de

ensino da população.
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  O telecomércio…

 Para alem do trabalho à distância, o uso cada vez maior da internet às empresas definir
novos modelos de negócios e captar um número crescente de consumidores, dado que é já
possível comprar qualquer produto a qualquer hora em qualquer lugar, utilizando apenas
um computador, um smartphone ou um tablet.

 O comércio eletrónico tem, pois, aumentando nos últimos anos, atraindo um número cada
vez maior de compradores, prevendo-se que seja uma tendência para o futuro.

 Atualmente, são várias as plataformas online disponíveis para empresas e consumidores,

como lojas online, rede sociais, etc.

 O comércio eletrónico apresenta, face ao comercio físico, vantagens e desvantagens.

Vantagens
 Oferta aos consumidores e de uma gama mais ampla
de produtos e serviços;
 Maior celebridade no processo de compra e venda;
 Menores custos de produção para as empresas;
 Eliminação de limites geográficos, dado que permite
que uma empresa ou individuo aceda ao mercado
global;
 Possibilidade de se realizarem transações comerciais
24 horas por dia, incluindo feriados e fins de semana
Desvantagens
 Receio por parte de muitos consumidores em
utilizar a internet para transações financeiras, por
questões de segurança;
 Períodos de tempo que podem ser relativamente
longos para a entrega de bens físicos;
 Impossibilidade de se aferir algumas características
de certos produtos (ex.: roupa, produtos
alimentares, etc.);
 Morosidade no processo de reembolso de um
produto, no caso de insatisfação face ao mesmo.

 Como promover o uso ético das telecomunicações?

 Nas últimas décadas, o processo de globalização tem-se intensificado.

 Os avanços tecnológicos e a integração da internet no nosso quotidiano têm como

consequência a utilização de grandes quantidades de informação.

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 Neste contexto, a ética, entendida como um conjunto de normas morais que regem a
conduta humana, é fundamental para garantir a segurança das atividades que se realizam
ao utilizar a informação e os equipamentos tecnológicos.

 Assim, o uso ético das telecomunicações está associado ao conjunto de medidas

destinadas a prevenir, detetar e solucionar ações que ponham em risco a integridade,
confidencialidade e disponibilidade da informação que circula através das tecnologias de
informação.

 O uso ético das telecomunicações, passa, assim, por:

 Evitar a violação de sistemas protegidos com o objetivo de obter informação relevante
ou com o objetivo de bloquear sistemas vitais para o funcionamento de uma empresa
ou organização (pirataria informática),
 Promover uma cultura de transparência e responsabilidade por parte das entidades
prestadoras de serviços, dos profissionais da área e dos próprios cidadãos;
 Garantir a confidencialidade dos dados dos utilizadores;
 Garantir que os produtos são fornecidos e cobrados conforme anunciado nas
plataformas online, no caso do comércio eletrónico.

 Na sequência do aumento da utilização do ciberespaço e da crescente evolução das

ameaças e das vulnerabilidades inerentes ao uso das TIC, bem como dos modelos
económicos, sociais e culturais que assentem na sua utilização, foi criada a Estratégia
Nacional de Segurança do Ciberespaço 2019-2023, que visa, essencialmente:
 Aumentar a segurança das redes e dos sistemas de informação;
 Promover uma utilização livre, segura e eficiente do ciberespaço, por parte de todos
os cidadãos e das entidades públicas e privadas.

 Qual a importância da inserção das redes nacionais nas redes

europeias e transcontinentais?

 A inserção de Portugal na economia digital e na sociedade de informação implica que

empresas e cidadãos tenham acesso a serviços de comunicações de elevada qualidade a
preços em consonância com o mercado europeu, sendo, por isso, fundamental tirar
partido da inserção do país nas Redes Transeuropeias de Telecomunicações (RTE-
Telecom).

 Estas têm como objetivos fundamentais:

 Eliminar as barreiras digitais que dificultam a concretização do mercado único digital;
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  Cumprir os objetivos da UE de ligar todos os agregados familiares europeus à
internet;
 Desenvolver serviços eletrónico baseados nas redes de telecomunicações, com grande
destaque para os serviços públicos.

 Em 2017, os Estados-membros anuíram em estabelecer uma rede transeuropeia de

corredores transfronteiriços 5G. Através da implantação destes grandes corredores
transfronteiriços, a UE visa contribuir para uma economia mais verde e para a transição
digital a nivel económico e social. A mobilidade conectada e automatizada (CAM –
Connectes and Automated Mobility) habilitada para 5G visa melhorar a segurança
rodoviária, otimizar o tráfego rodoviário, reduzir as emissões de CO 2 e aumentar a
competitividade industrial do setor da mobilidade e dos transportes.

 O apoio financeiro para a implantação em larga escala destes corredores 5G será

assegurado pelo programa digital Connecting Europe Facility (CEF).

 Quais os programas nacionais no setor das telecomunicações?

 Portugal tem vindo a consolidar a sua aposta na área digital, posicionando-se, enquanto
agente ativo, quer no âmbito do esforço global de produção de conhecimento
computacional de ponta, quer no desenvolvimento da capacidade de gestão e utilização de
informação, com vista a garantir um melhor posicionamento na Europa e no mundo.

 Nesse sentido, foi definido para Portugal um Plano de Ação para a Transação Digital, que
pretende promover a capacitação digital das pessoas, a transformação digital das
empresas e a digitalização do Estado.

 Este plano de ação é constituído por 3 pilares e 6 catalisadores, que constituem

instrumentos de aceleração da transição digital em Portugal.

 No âmbito deste plano de ação integram-se diversos programas e estratégias nacionais,

entre os quais a Iniciativa Nacional em Competências Digitais e.2030, Portugal
INCoDe.2030.

 Este programa visa, para o período 2017-2030:

 Promover o desenvolvimento digital, a qualificação da população ativa e a
investigação, por forma a garantir a promoção de competências digitais;

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  Assegurar a generalização do acesso às tecnologias digitais a toda a população;
 Garantir a formação das camadas mais jovens, através do estímulo e do reforço das
competências digitais;
 Assegurar as condições para a produção de novos conhecimentos, potencializando a
investigação na área das tecnologias digitais, a utilização da inteligência artificial e de
linguagens de programação.

 O Portugal INCoDe.2030 está estruturado em torno de 5 eixos estratégicos.