Caderno

Especial
Sábado, 28 de Janeiro de 2023
Este caderno é parte integrante da edição Nº 16973 do Jornal de Angola
Não pode ser vendido separadamente
2 CIÊNCIA E TECNOLOGIA
O país está fortemente empe-
nhado na diversificação da sua
economia e, consequentemente,
as suas necessidades de teleco-
municações são essenciais para
atingir o objectivo. Quais são as
suas propostas como novo minis-
tro das Telecomunicações, Tec-
nologias de Informação e Comu-
nicação Social para atingir estes
objectivos?
Angola tem investido significa-
tivamente no sector das Teleco-
municações nos últimos 25 anos,
com redes de fibra óptica, tanto
terrestres como submarinas, re-
des de micro-ondas e agora, ulti-
mamente, no segmento espacial.
As telecomunicações desempe-
nham um papel transversal na
economia de um país. Devo dizer
que foi graças a esse investimen-
to feito ao longo dos últimos 25
anos que o país conseguiu resis-
tir à pandemia da Covid-19. Na-
quela época, era possível manter
uma certa estabilidade na eco-
nomia, os serviços funcionavam,
e tudo isso é consequência do
investimento passado. Também
estamos a trabalhar em projec-
tos como a expansão da rede
nacional de banda larga de fibra
óptica e segurança cibernética e
na modernização de serviços de
saúde e educação impulsionada
por TI. Também estamos pron-
tos para desenvolver um pro-
jecto complementar de redes de
micro-ondas,
O Angosat-2 foi lançado em ór-
bita no dia 12 de Outubro de
2022. Como o Angosat-2 reduzi-
rá a exclusão digital em Angola
e no continente africano?
O Angosat-2 fornecerá serviços
na banda C, na banda KU e na
banda KA. Todos esses sistemas
passaram com sucesso no estágio
de teste. Agora estamos a prepa-
rar a próxima etapa, que será a
comercialização e prestação de
serviços. Angola é um país de 1,2
milhão de quilómetros quadra-
dos, e além dessa extensa área,
suas cidades são deslocadas.
Portanto, o fim da exclusão digi-
tal é um dos principais serviços
nos quais estamos focados. A te-
lemedicina é uma enorme reali-
dade nas províncias do Moxico,
Bengo, Huambo e Bié; porém,
até agora, contamos com recur-
sos de satélite de outras operado-
ras. Com o Angosat-2, será mais
fácil aumentar a rede nacional de
telemedicina e também atender
escolas públicas. Posteriormen-
te, reduziremos a exclusão digital
e aumentaremos a alfabetiza-
ção digital. Hoje, o controlo das
nossas fronteiras depende disso.
Também estamos a desenvolver
um projecto com potencial para
controlar a vazão de nossos rios e
o derramamento de combustível
MINISTRO MÁRIO OLIVEIRA
"Angola tem investido
significativamente no Sector
das Telecomunicações
nos últimos 25 anos"
Em entrevista ao site TBY, do grupo de media global Business Year, sediado em
Londres, e que fornece a investidores, empresas e governos informações em primeira
mão sobre os mercados mais dinâmicos do mundo há mais de uma década, o Mário
Augusto da Silva Oliveira, Ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação
e Comunicação Social, fala sobre as necessidades em mudança de TIC de Angola,
investimento transfronteiriço e o futuro do Estado
durante a exploração de petróleo.
Com o Angosat-2 e o projecto de
observação da Terra que temos
em curso, será possível contro-
larmos o ambiente, incluindo a
migração de animais, a queima
de incêndios florestais, que é um
fenómeno que acontece em toda
a África, o controlo de estradas
e projectos de desenvolvimento
ferroviário, planeamento urba-
no, urbanização de vilas e cida-
des e migração. Assim, tanto com
o Angosat 2 quanto com o projec-
to de observação da Terra por sa-
télite, conseguiremos atingir todo
esse segmento social, que o país
tanto precisa para se desenvolver.
A urbanização é uma considera-
ção fundamental e, com ela, vem
a melhoria das condições sociais
de nossos cidadãos.
CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO
Muitos incentivos e medidas
encorajaram acordos de inves-
timento transfronteiriços e atra-
íram fornecedores importantes.
Que oportunidades tornam o
sector apelativo para investido-
res interessados em entrar no
sector das TIC em Angola?
Em termos de telefonia móvel,
hoje Angola cobre apenas cerca
de 51% do território nacional,
Sábado
28 de Janeiro de 2023
O Angosat 2
fornecerá serviços
na banda C, na
banda KU e na banda
KA. Todos esses
sistemas passaram
com sucesso no
estágio de teste.
Agora estamos a
preparar a próxima
etapa, que será a
comercialização
e prestação
de serviços
pelo que temos uma margem
de crescimento significativa. E,
no entanto, a telefonia móvel
não cresce sem redes básicas
de transmissão, e aí o campo
de actuação é vasto. Existe uma
tecnologia que temos incentiva-
do as operadoras a utilizar, que
envolve operadoras móveis vir-
tuais que se somam a uma ope-
radora móvel tradicional. Eles
são chamados tecnicamente de
Operadoras de Redes Virtuais
Móveis (MVNOs), e há um cam-
po aberto para esse tipo de servi-
ço. E ao nível das tecnologias de
informação também temos vin-
do a incentivar a criação de pla-
taformas angolanas. Os nossos
jovens angolanos são altamen-
te criativos, mas por vezes não
têm o espaço necessário para
desenvolver a sua criatividade.
Estamos a incentivar as princi-
pais operadoras e os criadores
que possam surgir entre os jo-
vens angolanos para criar pla-
taformas que sirvam o mercado
nacional, a economia nacional
e as empresas nacionais. Este é
um vasto campo que pode trazer
estes operadores e criadores de
plataformas digitais a Angola.
Uma das principais preocupa-
ções dos nossos entrevistados é
encontrar pessoas capacitadas.
Quais são as iniciativas do Mi-
nistério nesse sentido?
O treinamento é uma prática que
fazemos há muitos anos e colo-
co muita ênfase no treinamento
de nossos usuários. Supervisio-
namos o Instituto de Telecomu-
nicações, que tem um centro de
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28 de Janeiro de 2023 CIÊNCIA E TECNOLOGIA

KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO

treinamento no seu distrito, o

CFITEL, centro que dá até cer-
tificações Cisco, Huawei e Mi-
crosoft. Assim, os técnicos for-
mados lá têm a oportunidade
de serem certificados por es-
ses grandes fabricantes. Tam-
bém temos incentivado outros
Na nossa
operadores a criarem centros perspectiva
de excelência em Angola. Re-
centemente, inaugurámos um
estamos todos
centro de excelência para trei- a trabalhar a
namento de funcionários da
Huawei; um centro de exce-
Comunicação
lência em pesquisa. Também Social, não
encorajamos outros operadores
a virem para Angola e criarem
só ao nível da
centros de formação. Uma das informação,
nossas maiores preocupações, à
parte a tecnologia, é potenciar a
mas também
base de conhecimento dos nos- na formação de
sos jovens para aumentar a sua
empregabilidade. Está provado
cidadãos nas
que, em todo o mundo, as tec- mais variadas
nologias da informação podem
dar um enorme contributo para
vertentes da
a redução do desemprego. Isso ciência, tecnologia
tem um grande reflexo no PIB
de todos os países do mundo.
e cidadania. Isso
Incentivamos aqueles que vêm só pode levar a um
ao país a treinar os nossos jo-
vens porque, com o tempo, isso
país melhor e mais
reduziu a nossa dependência avançado
de especialistas estrangeiros.
Também temos uma incuba-
dora de empresas supervisio-
nadas pelo Ministério chamada
Digital.ao. Um jovem não paga
nada e tem acesso à internet e a
alguns serviços básicos que lhe lano tem dado particular aten- como a imprensa. A alavanca- mundo. Na nossa perspectiva es-
permitem pensar, criar e fazer ção à expansão da rede nas 18 gem de ferramentas digitais é tamos todos a trabalhar a Comu-
o que fazem no Vale do Silício. províncias do país. Poderia fa- obviamente fundamental para nicação Social, não só ao nível
O Digital.ao vai ser alargado a lar sobre isso? a modernização. Acreditamos da informação, mas também na
outras províncias do país. O subsector dos media também que a media não deve apenas formação de cidadãos nas mais
está a desenvolver-se rapida- informar, mas também educar. variadas vertentes da ciência,
Para o subsector das Teleco- mente em Angola porque temos Também fornecemos informa- tecnologia e cidadania. Isso só O treinamento é uma
municações e Tecnologias de vindo a modernizar as redes pú- ções sobre tecnologias que estão pode levar a um país melhor e prática que fazemos
Informação, o Governo ango- blicas de televisão e rádio, bem a ser implementadas em todo o mais avançado.
há muitos anos e
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coloco muita ênfase
no treinamento de
nossos usuários.
Supervisionamos
o Instituto de
Telecomunicações,
que tem um centro
de treinamento em
seu distrito, o CFITEL,
centro que dá até
certificações Cisco,
Huawei e Microsoft
4 CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Sábado
28 de Janeiro de 2023

Benefícios
do Angosat-2

COM A CONSTRUÇÃO e colocação

em órbita do Angosat-2, o país fica
livre da dependência, podendo
ainda alugar largura de banda para
outros países, tendo em conta que
o satélite angolano cobre todo o
continente africano e parte signi-
ficativa do Sul da Europa.
Angola tem um gasto mensal
que varia entre 15 e 30 milhões de
dólares para pagamentos de alu-
guer de largura de banda a em-
presas de satélites estrangeiras.
No prazo de um ano, o valor in-
vestido corresponde ao preço de
um satélite de telecomunicações.
Os satélites de comunica-
ção sobre a África rural, como o
Angosat-2, podem ajudar a for-
necer conectividade à Internet
para centenas de milhares de
cidadãos angolanos e africanos,
com maior velocidade e a preços
competitivos.
O projecto ocorre numa altu-
ra em que o continente africa-
no ainda está mal atendido em
tecnologia de comunicação, um
requisito fundamental para o
crescimento económico no sé-
culo XXI. Enquanto outras partes
do mundo em desenvolvimento
começaram a recuperar o atra-
so nesta área, África ainda está
atrasada em acesso confiável à
Internet, serviço de rádio, uso do
sistema de posicionamento glo-
bal e telemóveis.
PROJECTO ANGOSAT
ANGOSAT é a denominação de
um projecto estruturante que in-
tegra a construção, lançamento
e operação dos satélites angola-
nos, bem como a criação de ca-
pacidade nacional em recursos
humanos e infra-estruturas, no
âmbito da Estratégia Espacial
Nacional 2016 – 2025.
O projecto visa garantir a ex-
pansão dos serviços de comuni-
cações em todo o território na-
cional e regional, contribuindo
assim para a inclusão social, bem
como para um maior desempe-
nho das empresas e, consequen-
temente, para o crescimento so-
cial e económico nacional.
Os satélites de
comunicação sobre
a África rural, como
o Angosat-2, podem
ajudar a fornecer
conectividade
à Internet para
centenas de milhares
de cidadãos
angolanos e
africanos, com maior
velocidade e a preços
competitivos
Executado pelo Ministério das
Telecomunicações, Tecnologias
de Informação e Comunicação
Social, através do Gabinete de
Gestão do Programa Espacial
Nacional (GGPEN), órgão criado
para gerir e acompanhar o de-
senvolvimento do Programa Es-
pacial Nacional, que tem como
visão tornar o país numa refe-
rência de excelência no âmbito
espacial, com reconhecimento a
nível mundial.

Sábado
28 de Janeiro de 2023
O mercado global
de HTS está
segmentado em seis
categorias: banda
larga, mobilidade,
corporativo, Governo,
Backhaul para
telemóvel
e radiodifusão
UMA DAS GRANDES novida-
des na indústria de satélites nos
últimos anos é a chegada dos
satélites de comunicação HTS
(High Throughput Satellite),
o mesmo tipo do Angosat-2,
que são capazes de fornecer
uma capacidade até centena
de vezes maior do que os tra-
dicionais Wide Beams (Feixes
Regionais), graças à cobertu-
ra de feixes spot. No final, isso
significa redução de preços dos
serviços ao consumidor e au-
mento de pessoas alcançadas
pela conectividade.
Com 15 anos de vida útil, o
Angosat-2 cobre várias locali-
dades do mundo, isto é, a tota-
lidade do continente africano,
com ênfase para a região Sul,
e parte significativa do Sul da
Europa, constituindo-se, desta
forma, como uma fonte alter-
nativa de arrecadação de re-
ceitas para os cofres do Estado
angolano.
O portal Statista mostra que
esse mercado deve crescer para
16 mil milhões este ano, uma
evolução muito distante dos 3
mil milhões de 2017. Já o estudo
realizado pela BIS Research, em-
presa de inteligência de merca-
do para tecnologias emergentes,
intitulado “Global High-throu-
ghput Satellite Market, Analysis
& Forecast, 2018 – 2023″, prevê
5
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Satélites HTS
Com 15 anos de vida útil, o Angosat-2 vai cobrir várias localidades do mundo,
isto é, a totalidade do continente africano, com ênfase para a região Sul, e parte O portal Statista
significativa do Sul da Europa, constituindo-se, desta forma, como uma fonte mostra que esse
alternativa de arrecadação de receitas para os cofres do Estado angolano. mercado deve
crescer para 16 mil
milhões este ano,
uma evolução muito
distante dos 3 mil
milhões de 2017
que o crescimento desse merca-
do alcance 7,31 mil milhões de
dólares este ano.
O mercado global de HTS está
segmentado em seis categorias:
banda larga, mobilidade, corpo-
rativo, Governo, Backhaul para
telefone celular e radiodifusão.
Face à crescente procura por
conectividade de dados em todo
o planeta, o consumidor do seg-
mento banda larga dominou o
mercado global HTS em termos
de capacidade de receita em
2017. Mas no período de 2018 a
2023, devido à necessidade de
crescimento de conectividade
aérea e marítima, o mercado de
mobilidade deve crescer a uma
velocidade maior que outros
segmentos citados, prevê a BIS
Research.
Islam Abou El-Magd, aca-
démico egípcio especialista
em política espacial, aponta os
motivos simples por trás des-
tes desenvolvimentos. “Áfri-
ca reconheceu a importância
de estar presente no espaço. A
tecnologia é o principal motor
deste interesse africano. As ra-
zões são simples: Hoje em dia,
áreas como as comunicações,
os telemóveis, a navegação e a
previsão meteorológica estão
directamente ligadas à tecnolo-
gia espacial numa base diária”,
diz Islam Abou El-Magd.
6 CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Mercado mundial de dados
por satélite em 2030
ATÉ 2030, o tamanho do merca-
do global de serviços por satélite
vai ascender a 46 mil milhões de
dólares, de acordo com o portal
de estatísticas alemão, Statista.
O mercado de serviços de dados
via satélite está espalhado por
vários sectores, como telecomu-
nicações, energia, engenharia e
infra-estrutura, ambiente e cli-
ma, agricultura, transporte e lo-
gística, para citar alguns.
O rápido desenvolvimento de
sistemas de imagens e satélites
contribui substancialmente para
o crescente mercado de serviços
de dados via satélite.
A grande procura acelerou
os investimentos em progra-
mas espaciais, uma vez que
possuir um satélite traz imen-
sas vantagens para um país.
Angola, por exemplo, gasta
entre 15 e 30 milhões de dóla-
res mensalmente em aluguer
de banda a empresas de saté-
lites estrangeiras. No prazo de
um ano, o valor gasto corres-
Sábado
28 de Janeiro de 2023
ponde ao preço de um satélite Gastos
de telecomunicações.
do programa
A indústria emprega
MERCADO AFRICANO
Apenas em 2021, a economia es-
espacial
mais de 19 mil pessoas
pacial africana foi avaliada em
19,49 mil milhões de dólares e
dos países
em todo o continente. deve crescer 16,16 por cento para Os gastos globais do Gover-
22,64 mil milhões, até 2026. A no, em 2022, para progra-
Contudo, apenas 30 por indústria emprega mais de 19 mil mas espaciais atingiram um
cento dos residentes na pessoas em todo o continente. recorde de aproximadamente
Contudo, apenas 30 por cento dos 103 mil milhões de dóla-
África Subsaariana estão residentes na África Subsaariana res. O Governo dos Estados
conectados à Internet estão conectados à Internet. Unidos gastou quase 62 mil
milhões nos seus programas
espaciais em 2022, tornando-
se o país com o maior gasto
espacial do mundo. Os EUA
foram seguidos pela China,
com gastos do Governo em
programas espaciais de quase
12 mil milhões de dólares.
KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO
As agências
espaciais
Responsáveis pelos programas
espaciais civis, bem como
pela pesquisa e exploração
espacial, as agências espa-
ciais ganharam importância
nas últimas décadas. Hoje,
existem seis agências espaciais
governamentais (NASA, CNSA,
ROSCOSMOS, ESA, ISRO e
JAXA) com capacidade total de
lançamento e pouso extrater-
restre. A National Aeronautics
and Space Administration
(NASA) é, sem dúvida, a mais
renomada de todas. Desde a
sua criação em 1958, a NASA
tem trabalhado com parceiros
internacionais para permitir a
expansão humana através do
sistema solar e além, trazen-
do novos conhecimentos e
oportunidades de volta ao
nosso planeta natal. Portanto,
não é surpreendente que a
maior parte de seu orçamento
vá para a ciência e a explora-
ção. O orçamento aprovado da
NASA para o ano fiscal de 2022
para todos os sectores é de 24
mil milhões de dólares.

Sábado
28 de Janeiro de 2023
Lista dos países
africanos que
possuem satélites
MARROCOS
Mohammed VI-A
lançado em órbita
no dia no dia 8 de
Novembro de 2017
5º
GHANA
GhanaSat-1
lançado em órbita
6º
no dia 03 de
Junho de 2017
1 4
. África do Sul, o primeiro país
de África a possuir um satéli-
te, o SUNSAT (Stellenbosch
UNiversity SATellite), lançado em
órbita no dia 23 de Fevereiro de
1999, através do foguete Delta II a
partir da Base da Força Aérea de
Vandenberg, Califórnia (EUA).
2 5
. ARGÉLIA, é o segundo
país de África a ter um
satélite o AlSAT- 1 lan-
çado em órbita no dia 28 de
Novembro de 2002, através do
foguete Kosmos-3M a partir do
cosmódromo Plesetsk, Rússia.
3
. NIGÉRIA, o terceiro país
de África a ter um satéli-
6
te o NigeriaSat-1 que foi o
primeiro satélite nigeriano, lan-
çado pelo foguete Kosmos-3M
do porto espacial russo Plesetsk,
em 27 de Setembro de 2003.
ARGÉLIA
AlSAT- 1 lançado em
órbita no dia 28 de
Novembro de 2002
NIGERIA
NigeriaSat-1
que foi o primeiro
satélite nigeriano
2º
3º
ANGOLA
AngoSat-2, lançado
com sucesso,
no dia 12 de Outubro
ÁFRICA DO SUL
SUNSAT (Stellenbosch
UNiversity SATellite)
lançado em órbita no dia
23 de Fevereiro de 1999
. Egipto, o quarto país de
África a possuir um sa-
télite o EgyptSat 1 (Misr-
Sat-1) lançado em órbita no dia
17 de Abril de 2007, a bordo de
um foguete Dnepr, a partir do
cosmódromo Baikonur, no Ca-
zaquistão.
. MARROCOS, o quinto
país de África a ter um
satélite, o Mohammed
VI-A, lançado em órbita no dia
8 de Novembro de 2017, a bor-
do de um foguete Vega, a partir
do Complexo de lançamento
de Vega em Kourou, na Guiana
Francesa.
. GHANA, o sexto país
de África a possuir um
satélite, o GhanaSat-1,
lançado em órbita no dia 3 de
Junho de 2017, pela Space X no
EGIPTO
EgyptSat 1 (MisrSat-1)
lançado em órbita no
4º dia 17 de Abril de 2007
7º
1º
espaço do NanoRacks CubeSat
Deployer, na Estação Espacial
Internacional. O satélite foi
carregado numa nave espacial
Dragon num foguete Falcon 9,
lançado a partir do Kennedy
Space Center Pad 39A da NASA.
7
. Angola, o sétimo país de
África a possuir um sa-
télite, o AngoSat-2, lan-
çado com sucesso, no dia 12
de Outubro, no Cosmódromo
de Baikonur, Cazaquistão, no
mesmo lugar onde foi lançado
o satélite egípcio. Satélite HTS
(Altas Taxas de Transmissão)
projectado para fornecer ser-
viços de Internet de banda lar-
ga, o ANGOSAT-2 cobre todo
o continente africano, parte
significativa do Sul da Europa e
cobertura quase total da região
Sul de África.
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CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Mercado espacial global
Os satélites são parte integrante do mercado espacial global, com clientes
comerciais a gerar a maior receita. Este mercado comercial pode ainda ser
dividido em serviços de navegação, comunicação e observação da Terra. Os
dois últimos respondem pela maior parte do mercado, com a observação da
Terra ainda a ganhar força com o aumento da procura por desenvolvimento
sustentável.
NAVEGAÇÃO
A aplicação mais procurada no sector co-
mercial global é a navegação. Existem quatro
principais sistemas globais de navegação por
satélite (GNSS) – GPS (sistema de posiciona-
mento global) dos Estados Unidos, GLONASS
(sistema global de navegação por satélite) da
Rússia, Galileo da União Europeia e BeiDou
da China. Anteriormente, esses sistemas eram limitados a grandes dis-
positivos de navegação a bordo de veículos com alto custo de proprie-
dade. Graças à integração em escala muito grande (VLSI) dos chips, eles
agora tornaram-se num recurso padrão de smartphone ou smartwatch.
Actualmente, esses sistemas estão a ser usados todos os dias, seja nos
mapas do Google ou da Apple, seja para direcções em smartphones ou
como dispositivos de navegação em carros.
COMUNICAÇÃO
O satélite de comunicações, que fornece
serviços de telecomunicações, radiodifusão
e comunicação de dados. Historicamente, a
telefonia intercontinental foi alcançada pela
primeira vez com a ajuda do satélite Testar-I
apoiado pela AT&T, que a NASA lançou em
1962. Os satélites de comunicação influentes mais
recentes foram projectados com várias aplicações para melhorar os
sistemas de comunicação baseados no espaço. Alguns dos lançamentos
notáveis são Starlink - da SpaceX para internet via satélite de alta velocida-
de; Micius - pela China para experimentos de criptografia de dados para
comunicação segura usando entrelaçamento quântico; Artemis - da ESA
(Agência Espacial Europeia) usando laser link como método de comuni-
cação para comunicação entre satélites e estações terrestres e, finalmen-
te, o Iridium-NEXT -da Iridium, um satélite multifuncional com cargas úteis
para comunicações e observação da Terra.
OBSERVAÇÃO DA TERRA
O satélite de observação da Terra (EO) ou
satélite de sensoriamento remoto da Terra
é projectado e construído para observar e
monitorar o tempo e o clima, as mudanças
na vegetação da Terra e na superfície do
mar e mapear o terreno usando tecnologia
óptica ou baseada em radar. Antes servindo como uma ferramenta
poderosa para pesquisa científica ou defesa, esses dados de
observação estão a ser amplamente utilizados na agricultura de
precisão, alerta de desastres naturais, energia e infra-estrutura,
silvicultura e uso da terra, mapeamento e GIS (sistemas de infor-
mações geográficas), bem como sustentabilidade. Com base nos
requisitos, alguns dados de satélite disponíveis comercialmente
podem agora ser encomendados online como um produto perso-
nalizado para o consumidor.
Estratégia africana sobre o espaço
A UNIÃO AFRICANA ADOPTOU, em 2017, uma estratégia espacial. O
objectivo é criar uma agência espacial pan-africana tendo em conta as
necessidades específicas do continente. Em Fevereiro, a organização
adjudicou ao Egipto o contrato para a sede da agência, que terá lugar no
Cairo. Depois, deve começar a trabalhar com os países cujos programas
espaciais estão mais desenvolvidos – a África do Sul e a Nigéria.
Muitos criticam o investimento africano em tecnologia espacial, dados
os enormes desafios que o continente enfrenta. Em muitos países, fal-
tam escolas, hospitais, estradas e outras infra-estruturas básicas. Ainda
assim, os especialistas defendem o potencial dos programas espaciais
em áreas como a segurança e a gestão de desastres naturais.
ÚLTIMA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
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