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editorial sumário

O cliente agora é o do
conhecimento.
E sua empresa?
O
s executivos de frente das caso. E se orientar ao conhecimento,
organizações, aqueles com estrutura formal para isso ! Uma
responsáveis pelas meta que não fica na área de recursos
orientações estratégicas, precisam humanos – aliás, pode nascer com
incluir em suas pautas um assunto ela – ou com o marketing (sendo
aparentemente novo, o cliente do estratégico, claro), e por que não,
conhecimento. Aparentemente, com a gestão de cliente. A operação,
em função de se começar a falar digo a empresa como um todo,
com mais ênfase há pouco tempo, precisa aprender a respirar cliente
mas é uma discussão que se e entender que ele hoje está muito

14
tornará cada vez mais eloqüente mais preparado e dando muito mais
e freqüente nos próximos tempos. feedback a qualquer impulso. O
Que o digam ferramentas como maior alerta do consultor Gilberto
Orkut e Google, que aparentemente Guimarães, da francesa Groupe BPI,
“apenas” conseguiram traduzir é que os empresários precisam estar entrevista Gilberto Guimarães
alerta antes da água chegar no nariz. Um novo entendimento dos negócios
uma necessidade em oportunidade
Com o surgimento do cliente do conhecimento,
mercadológica. Certamente, as Uma excepcional entrevista que foca empresas têm de se adequar a uma nova
empresas mais tradicionais – ou a reestruturação, outplacement e realidade de negócios se quiserem continuar
guiadas por ações mais conservadoras preocupação social da organização, competitivas
– terão muito mais dificuldade, pensando do cuidado da imagem à
mas a pauta que deverá circular nas geração do lucro. Mas temos mais uma

24
mesas de discussões (independente excepcional oportunidade de apoio
de quem lhe dá ouvidos) precisa ao business: uma radiografia das
contemplar essa evolução que, para empresas que desenvolvem produtos
case
efeito estratégico, mexe com todo o cada vez mais convergentes com o
Personalização e flexibilidade
negócio, da porta de relacionamento business, do ERP ao CRM, do BI ao Unificação da base de dados
com o cliente, passando por processos contact center. Um trabalho de alguns faz Pirelli virar referência
até a área produtiva, quando for o meses com entrevistas, questionários para outras unidades
e relatórios que resultaram num

38
profundo trabalho jornalístico de apoio
à decisão por soluções (e empresas)
preocupadas com o cliente. Entre outras
matérias como a de Tendência do tendência
mercado de alimentos, o case de Pirelli Alimentando relacionamentos
e de conselho de clientes. É, o mundo Setor alimentício tem
crescimento modesto,
está em constante ebulição, com muita mas aposta em estratégias
gente antenada (e outros nem tanto) diferenciadas, construção
e um cliente cada vez mais exigente! É da marca e fidelização de
um pouco do que procuramos traduzir clientes para acelerar
nesta edição. Boa leitura.
Vilnor Grube
6 cliente sa | março 2008 | www.clientesa.com.br
ESPECIAL
28
high tech
A convergência em business reportagem

44
A necessidade de agilidade das corporações e o dinamismo
Na cadeira do conselho
da gestão faz com que fornecedores e prestadores se adaptem
Conselho de cliente lança novas
a um novo modelo de convergência para dar competitividade
oportunidades de melhoria dos
aos seus clientes
processos e produtos corporativos

08 blog
Clube do Livro
Das páginas da revista
para o portal ClienteSA,
56 players
A verdadeira necessidade
do negócio
NEC aposta no
22 cobrança
Investimentos necessários
Com a expansão do
crédito e o aumento
Marco Barcellos analisa relacionamento no mercado de cartões,
os últimos lançamentos da para identificar as reais Siscom investe em
literatura empresarial necessidades do cliente solução de CTI

articulistas
seções
ABT em Revista 43

36 58 26 Contact Center 10
Fernando Guimarães Marco Barcellos Ricardo Maikot

32 12 34 Ouvidoria 20
Enio Klein Leonardo V. Azevedo Marcos Fábio Mazza

expediente Número 69 | março 2008

Diretores Web Service Comercial / Marketing Jornalista Responsável


Vilnor Grube Rafael Galvão (Web designer) Danilo Krochmalnik (diretor) Vilnor Grube (MTB. 14.463)
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Blog Calendário
PROGRAME-SE
Clube do Livro já está no ar Veja os cursos e eventos
ligados à atividade.
Blog de Marco Barcellos será espaço livre para compartilhar gostos e opiniões www.callcenter.inf.br/calendario

Das páginas da Revista ClienteSA larmente, uma variedade de seções, Dicas de Leitura
para os Blogs dos portais ClienteSA como por exemplo:
e Callcenter.inf.br (blogclientesa. • Ponto de Vista: livros com idéias simi- Título
clientesa.com.br). Esse foi o cami- lares, convergentes e divergentes relacio- O líder criador de líderes
nho traçado por Marco Barcellos, nadas a um mesmo tema ou assunto; Autor
diretor de marketing e relações pú- • Além das Páginas: artigos e comen- Ram Charan
blicas da Cisco do Brasil. Responsá- tários sobre livros que viraram filmes,
Editora
vel pela coluna “Dica de Leitura” da peças de teatro, revistas e afins; Campus-Elsevier
revista, agora Marco também irá • Papo-cabeça: conversas com auto-
escrever no Blog Clube do Livro. res, escritores, críticos, professores Título
De acordo com Marco, o blog será e admiradores da leitura em geral; Trade Marketing
um espaço livre para compar- • Clássicos: artigos e recomenda- Autor
tilhar gostos e opiniões. “Antes ções sobre livros “antigos” que não Francisco Javier S. M. Alvarez
de tudo, esse é mais um fórum saem de moda;
Editora
democrático de discussão, dedi- • Happy-hour: indicações de leitura
Saraiva
cado inteiramente à leitura, aos para horários fora do expediente -
que gostam de livros”, comple- lazer, como hobbies, guias, diversão Título
ta. Além de artigos, notícias, e até livros infantis para adultos; As 17 incontestáveis leis do
assuntos de interesse do leitor • Leitura dinâmica: notas rápidas trabalho em equipe
e referências internacionais, e referências sobre temas diversas Autor
o Clube do Livro terá, regu- relacionados à leitura. John C. Maxwell
Editora
Thomas Nelson Brasil

Bolsa de Emprego Título


Sociedade da informação
Mais de 60 mil cadastros Autor
Demerval L. Polizelli e Adalton
M. Ozaki (organizadores)
Cresce o número de vagas e currículos no serviço
Editora
Saraiva
Em março, a Bolsa de Empregos
(www.callcenter.inf.br/bolsa) Título
ultrapassou a marca de 60 mil Os 12 mandamentos da
cadastros. Desses, a maioria são gestão de custos
de currículos, com um total de Autor
43.700. O maior número é de George S. Guerra Leone e
operador (mais de 13 mil currí- Rodrigo José Guerra Leone
culos) seguido pelo de assistente Editora
(mais de oito mil). Já o número FGV
de vagas disponibilizadas pelas
empresas é de 17.600. Assim Título
como os currículos, o cargo com Atreva-se a mudar!
maior quantidade de oportuni- Autor
dade de emprego é o de operador Alessandra Assad
(mais de 15 mil), seguido pelo de
Editora
analista (cerca de 600). Resultado

8 cliente sa | março 2008 | www.clientesa.com.br


TVip CLIENTE
Responsabilidade
corporativa
Entrevistas exclusivas

Artigos
Transparência e ética são
quesitos básicos em uma
Fusão Meta-Contractors, o início das ouvidorias no Brasil e as estratégias economia globalizada
Autor: José Macedo
da Pele Nova e BPI são algumas das novidades
PDV na era da
O mercado de relacionamento com comunicação integrada
cliente começou 2008 agitado. O motivo A construção da marca
é a fusão entre Meta e Contractors, agora começa na gestão dos pontos
de contato com o público
Vidax. Para mostrar tudo que envolveu a
Autor: Leonardo Araújo
união, a TVip Callcenter (www.tvip.call-
center.inf.br) entrevistou os diretores Bem vindo à era
Marcelo Martins e Valdik Guerra. do nanomarketing
Quem também deu entrevista foi Interação e ações
Marcos Silveira, presidente da Pele No­ individualizadas são o caminho
va. O executivo, capa da edição de feverei- para o fortalecimento da marca
Autor: Walter Sabini Junior
ro da ClienteSA, contou como se utilizou
de inovação e senso de empreendedoris- O dilema das listas
mo para modelar o negócio e consolidar- Hoje há uma
se no mercado. Gilberto Guimarães, contradição no
capa desse mês da ClienteSA, também mercado de
marca presença na TVip. O diretor geral da marketing direto
Autor: Vicente Criscio
BPI Brasil falou sobre a gestão do conheci-
mento e o perfil do novo cliente.
Outro que falou com exclusividade na
Tvip foi o primeiro ouvidor público do Call center
Brasil. Manoel Eduardo Alves Ca- Uma revolução
margo e Gomes conta sobre sua ex- silenciosa
periência, as conquistas da atividade Ouvidoria nas instituições
e os desafios na prestação de serviços financeiras, um novo
à população. Também foi entrevista- tempo de qualidade
do o novo presidente do Sintelmark. nos negócios
Diogo Morales falou sobre os desa- Autor: Sylvio de Souza Filho
fios do sindicato e seus objetivos. A expansão do crédito
Cadastro positivo é o
passo decisivo para
democratizar acesso

Estatística ao crédito
Autora: Cláudia Amira

Cliente Callcenter.inf.br Nada de promessas.


Mãos à obra!
Recicle os colaboradores
Banda larga chega a 8,1 milhões de conexões Importância de integrar os diversos canais e comece o ano com um novo
Barômetro Cisco aponta que Brasil dobrou o número de Consumidores com maior renda demandam diferentes plano de negócio
conexões desde 2005 canais para compras Autor: José Teofilo Neto

Paixão nacional também leva chifre Falta monitoria em ambientes VoIP De olho na qualidade
Pesquisa da Pro Teste aponta que 62% dos consumidores Estudo aponta que poucas empresas têm ferramentas para do atendimento
Indicadores de aderência
são infiéis às marcas de carros gerenciar desempenho
auxiliam no controle
de desempenho
E-commerce atinge R$ 6,2 bilhões em 2007 IP alavanca mercado de comunicação de dados operacional
Compras on-line no Brasil cresceram 40% em relação ao Pesquisa mostra que mercado brasileiro atingiu faturamen- Autor: Daniel Lima
ano anterior to de R$ 9,3 bilhões, em 2007

www.clientesa.com.br | março 2008 | cliente sa 9


contact center

Número único traz agilidade no atendimento


Golden Cross adota o mesmo número para todo território nacional, facilitando o atendimento,
o relacionamento e até o marketing da empresa

E
m busca de mais agilidade no disso, a solução permite que a empre- novos canais estão por vir. “Estamos
atendimento, a central de re- sa divulgue o mesmo telefone para os começando a atender por SMS, para
lacionamento com o cliente clientes em todo o País, possibilitando, pequenas informações. Além disso,
da Golden Cross adotou número úni- entre outros benefícios, investimentos em breve, além do telefone, nossa
co de telefone. A solução Golden de marketing em um único número. central usará a Internet, respondendo
Fone, implementada pela Embratel, De acordo com Marcos Leite, supe- os contatos via Chat”, diz.
possibilita que a prestadora de assis- rintendente de TI da Golden Cross, o Leite adianta ainda que a empresa
tência médico-hospitalar disponibili- objetivo é “integrar os canais tecnoló- vem desenvolvendo um projeto-pilo-
ze para os clientes o mesmo número gicos de comunicação junto com a to para o tráfego de áudio e voz na
de telefone em todo Brasil. organização da empresa no atendi- rede corporativa. A medida irá possi-
A implantação das tecnologias ITC mento, oferecendo, assim, um serviço bilitar, em um futuro próximo, a utili-
(Integração Telefone-Computador) e ágil e completo, que permite ao asso- zação de videoconferência, o que
URA (Unidade de Resposta Audível) ciado a utilização dos recursos da gera redução de custos com telefonia
permitiu o aumento de produtividade Golden Cross à distância, já que a e deslocamentos. Para isso, foi contra-
em 20%. O tempo médio de espera empresa tem cobertura nacional”. O tada a solução Rede Única de Dados,
pelo atendimento passou a ser de 20 executivo ressalta que o Golden Fone da Embratel, que inclui locação e ma-
segundos, sendo que 80% das ligações é a porta principal de comunicação nutenção de roteadores. “Buscamos
são atendidas no primeiro toque. Além entre a empresa e os associados, mas mais praticidade, facilidade e abran-

Redline e CMagnani anunciam fusão Nova empresa, que ainda mantém as marcas, passa

A
RedLine e a CMagnani ofi- nanceira – e Maria Cecília de Oliveira cialização no negócio de help desk.
cializaram a união das em- Aguiar, diretora geral, que absorverá As empresas são responsáveis pelo
presas, que passam a contar as áreas operacional, sistemas e atendimento a partir do segundo
com dois sites – um em São infra-estrutura tecnológica. nível de operações da Redecard,
Bernardo-SP e outro no centro da Com essa estrutura, a empresa Visanet e GetNet. “Chegamos
capital paulista. Serão 1.100 posi- passa a figurar como Union no à conclusão do negócio em
ções de atendimento (PAs) e 1.300 ranking do Callcenter.inf.br, função da oportunidade de
funcionários. A nova empresa, que ocupando a 29º posição. ofertar um serviço com
ainda mantém as marcas, passa a As negociações come- mais segurança, experti-
ser gerida pela Union Contact çaram há dois anos, re- se e tecnologia”, justifi-
Group, presidida por José Luiz sultado do foco das ca Sanches. A empresa
Sanches – que se concentrará na duas empresas: atendi- também presta servi-
área estratégica e administrativo-fi- mento de alta espe- ço para Bematech,

Boas estimativas com Aspen Combustíveis Arvato Services Reconhecimento por


novos clientes inaugura central com central IP melhores práticas
A In House comemora crescimento Para crescer em 2008, a Aspen im- Visando melhorar o atendimento a A Frost & Sullivan, premiou a Tele-
de 28% em 2007 e a conquista de 16 plantou uma central de relaciona- cliente, a Arvato Service otimizou performance com o “North Ameri-
novos clientes, que geraram 24 no- mento com o cliente. Com investi- seus serviços com 400 PAs do Uniphi can Contact Center Outsourcing In-
vos negócios. Além disso, a empresa mento de R$ 200 mil, o site, que fica Connect da Aspect, solução híbrida dustry Innovation & Advancement
anuncia desenvolvimento de três em Campinas/SP, possui uma área que funciona em conjunto com os of the Year Award”. A premiação é
novos segmentos: seguros, nutrição de 200 metros quadrados, conta ACDs Aspect CallCenter, para a cria- um reconhecimento pelo uso de
e cosméticos. Para 2008, a estimati- com tecnologia VoIP e 41 posições ção de uma central de contatos vir- melhores práticas de segurança da
va de crescimento é de 38%. de atendimento (PAs). tual utilizando VoIP. informação.

10 cliente sa | março
fevereiro
2008
2008
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Eletropaulo investe em gestão integrada
Novo sistema possibilita conhecer melhor o cliente e agiliza o acesso às informações

P
ara unificar o relacionamen-
to com o cliente e integrar
seus processos de gestão, a
AES Eletropaulo adotou um novo
sistema de gestão comercial inte-
grada (CCS), desenvolvido pela
SAP. O sistema, que atenderá os
Marcos Leite, superintendente de TI da Golden Cross 5,6 milhões de clientes da distribui-
dora, permite mais agilidade ao
gência nos serviços prestados”, acessar o histórico da base cadas-
completa. tral, eliminando a multiplicidade
Com um investimento total de R$ de sistemas de faturamento.
5 milhões, a central digital de atendi- Os clientes poderão acompanhar
mentos é totalmente automatizada e o fluxo dos pedidos referentes a
integrada aos sistemas operacionais cada ordem de serviço, por meio
da empresa, viabilizando melhoria da integração dos canais de atendi-
no atendimento ao associado. A cen-
tral conta ainda com 150 estações
de trabalho e aproximadamente 300
profissionais, que realizam mais de
Os números do negócio
250 mil atendimentos por mês.
R$ 173 milhões Luiz José Hernandes, diretor de clientes da AES Eletropaulo

foram investidos no projeto


mento, callcenter, postos Mais

a ser gerida pela Union Contact Group 3.500 Eletropaulo e Ouvidoria. Outra
vantagem é que o cliente passa a
colaboradores foram treinados no ser a referência, e não mais o imó-
novo sistema
Dell, Petrobrás, Novartis e American vel. Além disso, há integração entre
Express, entre outros. fornecedores e processos de gestão
Com a fusão, os clientes passam a 87.196 financeira, contábil e operacional.
dispor de atendimento especializa- é o total de homens/hora de treinamento “O grande ganho está no ponto de
do, fortalecimento da infra-estrutura vista da qualidade do relaciona-
e ampliação das operações. Segundo
Maria Cecília, a união reflete a evo-
1050 mento com cliente. O sistema ante-
rior era focado no faturamento da
é o número de atendentes no call
lução do mercado. “Por meio desse center. Antes eram 873 conta e na instalação. Agora isso
acordo operacional podemos au- mudou. O conceito principal é o
mentar nossa capacidade de atendi-
mento e aprimorá-la para oferecer
31% nosso cliente, que é o nosso parcei-
ro de negócios”, explica Luiz José
foi o crescimento no número de
modernidade em termos de tendên- PA’s, contando 301 posições Hernandes, diretor de clientes da
cias, tecnologia e soluções”, afirma. AES Eletropaulo.

Um milhão de Ensino para Passageiros têm Samsung inaugura


empregos até 2010 jovens carentes mais atendimento call center próprio
Dados da ABT, Associação Brasileira O ACS EAD — portal do conheci- Para melhorar o atendimento aos Com objetivo de otimizar relacio-
de Telesserviços, apontam que 2007 mento criado com objetivo de treinar passageiros, a Varig aumentou o namento com clientes por meio
somou 750 mil empregados no se- e ensinar à distância os colaborado- quadro de colaboradores para a sua de serviços diferenciados, a Sam-
tor. “Nossa expectativa é de alcançar res da ACS, chegou até os jovens nas Central de Atendimento ao Cliente. sung inaugurou oficialmente um
a marca de um milhão de empregos comunidades onde a empresa está Além das informações sobre os vôos, contact center que está instalado
diretos até 2010”, diz Jarbas Noguei- inserida. Agora, os cursos são ofe- a equipe também estará à disposi- junto ao complexo industrial da
ra, presidente da entidade. O setor recidos por meio de parceria com o ção dos clientes que quiserem checar empresa, em Campinas e conta
cresce em torno de 10% ao ano. Senai e o Sine. procedimentos de embarque. com 170 PAs.

Veja as informações on-line no portal ClienteSA.com.br


www.clientesa.com.br | fevereiro 2008 | cliente sa 11
inteligência Leonardo Vieiralves Azevedo

A arte de planejar uma solução


de inteligência empresarial
O planejamento da inteligência traz algumas armadilhas que podem ser
evitadas, basta saber conhecer e usufruir das informações disponíveis

P
ara quem convive com freqüência com mos contato real com
a problemática de inteligência empre­ essa possibilidade.
sarial, não há momento mais desafiador Vou dar um exemplo Leonardo Vieiralves Azevedo é presidente da
WG Systems, tecnologia para tomada de decisão.
que o planejamento da solução. Note, caro prático para ajudar: se E-mail: leo@wgsystems.com.br
leitor, que o planejamento vai além de cons­ você per­guntasse para
truir desenhos técnicos, engloba também a qualquer pessoa, em
definição da arquitetura completa de fun­c io­n a­ 1990, sobre quais aplicações ela gostaria de ver
mento do projeto, envolvendo dados, proces­ na world wide web (é, o nosso WWW), a maioria
sos e pessoas. simplesmente ignoraria completamente a sua
Falhar no momento do planejamento é garantia questão. Alguns acadêmicos talvez respondes­
de insucesso. Tanto se falha por subestimação sem que gostariam de unificar publicações ele­
como por soberba. Projetos de pouca abrangên­ trônicas. Mas ninguém, ninguém mesmo,
cia restringem-se a nichos, criaturas malditas na responderia que nós iríamos namorar, comprar
gestão corporativa. Os faraônicos, por outro lado, carros, ler notícias, trocar músicas e tudo mais
nunca chegam a nenhum resultado. que rola hoje na internet.
Se examinarmos conjuntamente as ativida­ Portanto, em situações de entrevistas de proje­
des de planejamento, veremos que é muito to, as pessoas trazem tudo o que conhecem hoje.
freqüente que se realizem entrevistas com os E como não conseguem antever os melhores usos,
potenciais usuários das áreas de negócios, a maioria pede para não esquecermos de nenhum
como forma de captar as necessidades. A aná­ detalhe, ou seja, crescermos com o projeto para
lise do material das entrevistas leva ao con­ contemplar tudo, tudinho, em uma imensa base
junto de requisitos. de dados. Resultado: muito conteúdo operacio­
As armadilhas do processo de entrevista são inú­ nal, pouco tático e estratégico. Um indicador
meras. Mas a maior delas é paradoxal: dificilmen­ clássico desse tipo de entrevista é alguém que
te os usuários explicitam aquilo que querem. A aparece com o “book” mensal de relatórios, com
essa altura do campeonato, caro leitor, você já 530 páginas recheadas de números. Que ser hu­
deve estar me desqualificando ou me chamando mano é capaz de ler aquilo? Se falarmos de aná­
de sabe-tudo. Vou tentar explicar minhas razões e lise, nem Freud.
desfazer o mal entendido. É importante enfatizar que, nem sempre, a vi­
Quando usuários iniciam um projeto de BI, são micro do ambiente empresarial permite che­
sabem intuitivamente que melhores informa­ gar a melhores conclusões no nível macro ou
ções podem ajudá-los em seu desempenho. sistêmico. Se a solução de inteligência de negó­
Ninguém, em sã consciência e sem problemas cios não auxiliar a disseminar a visão sistêmica,
psicológicos, deseja prejudicar a si mesmo. quase com certeza terá baixo impacto sobre os
Desta forma, todo usuário tem interesse em for­ resultados globais da empresa.


necer as melhores infor­ Creio que é importante finalizar com algumas
mações para que a dicas. A primeira é usar as entrevistas como um
Projetos de pouca solução desenhada seja instrumento que ajuda a entender a importância
abrangência restringem-se um sonho. O ponto cen­ relativa dos temas de negócios em cada organi­
a nichos, criaturas malditas tral é que, quase sempre,
nós não conhecemos a
zação. Isso sempre ajuda a priorizar as iniciati­
vas de inteligência. A segunda é sobre
na gestão corporativa. forma mais adequada de perguntas-chave. Questionar sobre melhorias de
Os faraônicos, por outro apresentar e usufruir, de informação que impactariam drasticamente o
forma inteligente, das in­ desempenho individual e organizacional é qua­
lado, nunca chegam a


formações, simplesmente se sempre fonte de inspiração para um desenho
nenhum resultado porque ainda não tive­ de alta relevância para o negócio. Mãos à obra!

12 cliente sa | março 2008 | www.clientesa.com.br


www.clientesa.com.br | fevereiro 2008 | cliente sa 13
entrevista Gilberto Guimarães

R
eestruturação. Palavra que as-
susta executivos e funcionários
ao ser cogitada em qualquer em-
presa. Ela pode vir da revisão do
modelo de negócio, ou de novas
oportunidades e, com ela, a perda do investi-
mento em conhecimento, além de provocar
um problema social e ter um problema de
imagem associado à marca. Nesta Entrevista
Exclusiva, Gilberto Guimarães, que dirigiu vá-
rias empresas no Brasil e hoje é o responsável
pelo crescimento da francesa Groupe BPI no
País, conta como foi o surgimento da empresa,
que nasceu com foco em outplacement, e se
multiplicou em direção à consultoria. Ele é vee-
mente ao falar sobre as mudanças que o cliente do
conhecimento está impondo às empresas em todo o
mundo e as oportunidades mercadológicas das empre-
sas tradicionais às do conhecimento, como Google e
Yahoo. Ou do relacionamento, como Orkut.
A BPI acabou se transformando numa das maiores empre-
sas de consultoria e planejamento, com 70 escritórios espalha-
dos pelo mundo, faturando 80 milhões de euros. No Brasil, iniciou
suas atividades com um grande desafio: reestruturar a Brasil
Telecom, projeto que teve um dos maiores índices de recolo-
cação da BPI, com 93% das cinco mil pessoas dos vários esta-
dos onde atua. Guimarães, que é autor dos livros “Desabalada
Carreira” e “Reestruturando Vidas e Empresas”, fala de ex-
periência, novo perfil da área de recursos humanos, como
a inovação afeta a empresa e o surgimento da sociedade
do conhecimento, mas tudo com a visão prática de di-
fundir este conhecimento dentro das empresas, trans-
formando em cultura organizacional o grande desafio
pela própria sobrevivência.

Atenção à era do cliente


A gestão do conhecimento é a grande arma para
as empresas manterem seus negócios e enfrentar
um cliente cada vez mais participativo e exigente,
que não sai mais às compras sem consultar o produto
que quer adquirir. Essa nova realidade impõe mudanças
nas empresas, das mais tradicionais e conservadoras,
às de vanguarda, formando uma nova frente de
profissional – o do conhecimento
14 cliente sa | março 2008 | www.clientesa.com.br
Quem é o Gilberto e como ele
chegou à BPI?
Sou engenheiro formado pela
Universidade Politécnica de São
Paulo. Logo depois de formado, fui
trabalhar em grandes empresas de in-
formática que, na época, iam buscar
engenheiros da Poli para formar sua
equipes, tanto técnicas quanto co-
merciais. Em paralelo, comecei a fa-
zer meu mestrado em Pesquisa

O Brasil é um país maluco.
Temos 2,5 milhões de ações
judiciais por ano, coisa que não
existe em país nenhum

trabalho, diminuindo a quantidade
de desligados e ajudando aqueles
que foram desligados a encontrarem
um novo desafio profissional. Em
de faturamento, o que é muito para
uma empresa de consultoria em re-
cursos humanos. No Brasil, o primei-
ro grande trabalho foi no ano de
2000, com a Brasil Telecom. Um
grande projeto que teve como dife-
rencial nosso índice de recolocação,
que foi, e ainda é, dos mais altos. A
BPI recoloca no mercado, em média,
87% das pessoas em menos de qua-
tro meses. No caso da Brasil Telecom,
Operacional na Getúlio Vargas. função disso, a BPI cresceu muito. foi fantástico. Foram 93% das cinco
Comecei a dar aulas na FGV e segui Nos últimos 20 anos, houve um mil pessoas dos vários estados em
com a carreira executiva. Foi então maior volume de reestruturações. E o que a operadora atua. É importante
que comecei a viajar muito e aban- Brasil hoje está entrando também falar tudo isso, porque o mundo mu-
donar um pouco o meio acadêmico. nesse novo mundo, nesse tempo de dou. Em função disso, a carreira
Anos depois voltei ao meio acadêmi- grande mudança. também mudou. Tenho dois livros no
co, e reintegrei o corpo docente da mercado e dou aula nas universida-
FGV, bem como do IBMEC São A que você credita esse des em cima desses temas. Um des-
Paulo, onde dou aulas de reestrutura- crescimento? ses livros é sobre carreira, que é um
ção de empresas. Reestruturação pas- A BPI está presente hoje em 17 paí- dos trabalhos básicos da BPI. O livro
sou a ser minha nova área. Hoje, ses, fortemente na Europa, Brasil, se chama “Desabalada Carreira”.
dirijo no Brasil a BPI, criada na Estados Unidos e em alguns países Aliás, é o mesmo nome do meu blog.
França há 20 anos, exatamente para no norte da África. Na Ásia, nossa E o outro livro se chama
apoiar empresas em processo de re- atuação ainda é pequena, pois lá o “Reestruturando Vidas e Empresas”,
estruturação. A legislação européia desemprego ainda não é uma situa- porque quando você reestrutura uma
determinava que, se as empresas du- ção tão dramática e, na verdade, está empresa, modifica a vida de milhares
rante o processo de reestruturação, em processo de estruturação, ou seja, de pessoas. E é esse processo que me
demitissem pessoas por razões eco- é uma fase de entrada de empresas, a leva a definir qual é o novo perfil dos
nômicas, elas teriam de ajudar essas consolidação de novos mercados. A recursos humanos e o que é esse
pessoas a se recolocarem. E toda a BPI cresceu muito por meio da quan- novo mundo, o que é a gestão de
lógica do negócio é a montagem de tidade de empresas em reestrutura- pessoas nesse novo mundo.
um plano que tem o objetivo de, an- ção. Hoje, é uma empresa de
tes da reestruturação, reduzir o volu- consultoria geral em recursos huma- Mas em que nível vocês atuam?
me de rupturas de contrato de nos da ordem de 80 milhões de euros Em todos os níveis. É claro que
80% dos desligamentos vem da base.

do conhecimento!
Esse é o grande diferencial da BPI,
porque ela faz o outplacement de
porteiro a presidente. Outplacement
não é só um benefício, na verdade, é
uma ação social econômica para
toda a estrutura da empresa.

O profissional do conhecimento O cliente do conhecimento


É o profissional do futuro. É aquele que não executa seu Se, antes, o cliente não tinha o mesmo conhecimento do ven-
trabalho com a força física, mas pela força do conheci- dedor, hoje a realidade é outra. Ao chegar no vendedor, ele já
mento. Guimarães acredita que o conhecimento é um pesquisou sobre o produto na Internet, procurou fontes de
produto altamente inovador que, com certeza, será in- informação e, em muitos casos, entende do produto tanto
serido em todos os setores da economia, pois pode ser quanto o vendedor. “Agora, o vendedor deve influenciá-lo
produzido, vendido, entregue, e você continua com ele. de maneira a que o cliente resolva adotar a solução que você
“O trabalhador do conhecimento é o grande sonho do tem certeza que é melhor para ele, porque o convence disso.
Marxismo, ele é dono das ferramentas de trabalho e do Isso vale para telemarketing, cobrança, negociação e venda
produto do seu trabalho”, afirma, Guimarães. direta. Este tipo de treinamento de formação do vendedor do
conhecimento é o grande desafio do RH”, declara Guimarães.

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entrevista Gilberto Guimarães

E qual a justificativa para entrega e continua com ele. O tra-


o negócio dar certo? Números de quem balhador do conhecimento é o
Primeiro, as empresas contratam faz conhecimento grande sonho do Marxismo, ele é
a BPI por uma questão de obriga- dono das ferramentas de trabalho e
toriedade legal, depois porque a
imagem é afetada durante as gran-
70 escritórios espalhados por 17 países do produto do seu trabalho. Quando
a empresa demite uma pessoa, des-
des reestruturações. Basta olhar-
mos o que está acontecendo com 20 mil recolocações por ano liga todo o conhecimento que aque-
le profissional leva com ele. É por
uma grande rede varejista que está isso que hoje a gestão de recursos
passando por um processo de rees-
truturação e demitiu 25% da dire-
1,5

mil projetos de recolocação
completados com sucesso humanos tem que ser entendida
como a gestão do conhecimento
toria; isso sempre gera um desgaste.
No Brasil, além de desgaste, gera 15 mil profissionais recolocados no Brasil que, por sua vez, não é mais aque-
la ferramenta que registra o conhe-
um volume muito grande de de- cimento. É, sim, a capacidade de
mandas judiciais. O Brasil é um
país maluco. Temos 2,5 milhões
93% profissionais
foi o índice de recolocação dos
da Brasil Telecom
influenciar pessoas a fazerem o que
deve ser feito, de conseguir manter

de ações judiciais por ano, coisa
que não existe em país nenhum. 85%

é a média de recolocações
em um projeto
em outras pessoas da empresa o co-
nhecimento desenvolvido por cada
Ao apoiarmos as pessoas, a de- Fonte: dados fornecidos pelas empresas. membro de sua equipe. Esse é o
manda judicial cai a praticamente novo desafio do gestor de pessoas.
zero. Em todos os nossos clientes, Como é essa mudança de visão
o volume de demanda judicial é em recursos humanos? O senhor está falando
quase nulo e o custo disso é muito A grande mudança no conceito de um novo trabalhador?
baixo. Há um benefício enorme de recursos humanos é a grande No fundo, não é só um novo tra-
para a empresa, porque a imagem mudança do capitalismo. Aos fato- balhador. Isso é generalizado, pois
divulgada é muito importante e a res de produção e fatores básicos agora também existe o “cliente do
empresa precisa de uma imagem de capitalismo, temos que levar em conhecimento”. Antes, o vendedor
pública adequada. O fato de elas consideração um novo fator, que é dispunha da especialização, enten-
ajudarem pessoas que foram demi- o que Peter Drucker chama de so- dia da ferramenta que estava sendo
tidas, recolocando-as, é de extre- ciedade do conhecimento. Hoje, as vendida, enquanto que o compra-
ma importância. E para a pessoa é grandes empresas são criadas prati- dor não sabia nada sobre a ferra-
essencial, porque ela recebe não camente sem capital, sem dinheiro menta. O cliente vinha até você
só os valores legais, como normal- envolvido. Microsoft, Cisco, Hp, perguntar o que era bom para ele.
mente existem adicionais que a Yahoo!, foram criadas pelo conhe- Isso não é mais realidade. Hoje, an-
empresa oferece por ano de casa. cimento, pelo bom uso da informa- tes de chegar ao vendedor, o clien-
Então, ela recebe 40% da multa de ção e não por uma injeção de te já pesquisou na internet, usou
fundo de garantia, o próprio fundo capital financeiro. Isso significa que todas as fontes de informação e,
de garantia, verbas rescisórias e hoje, o trabalhador do conheci- ouso dizer até que ele entende tan-
extras legais. Além disso, em me- mento é o grande profissional, é o to quanto o vendedor. O vendedor
nos de quatro meses ela terá outra profissional do amanhã, é aquele tem que entender esse cliente do
renda. Isso para a pessoa é fantás- que põe em execução o seu conhe- conhecimento como um igual. Não
tico. Esse tipo de programa e pro- cimento e não a sua força física. Na existe mais a possibilidade de “fa-
cesso tem crescido bastante porque verdade, o conhecimento é um pro- zer a cabeça dele”. Agora, o vende-
é bom para o profissional e tam- duto extremamente inovador. É um dor deve influenciá-lo de maneira a
bém para a empresa. produto que você produz, vende, que ele resolva adotar a solução
que tem certeza que é melhor para


ele, porque o convence disso. Isso
vale para telemarketing, cobrança,
Hoje, as grandes empresas negociação e venda direta. Este tipo
são criadas praticamente sem capital. de treinamento de formação do
vendedor do conhecimento é o
Microsoft, Cisco, Hp, Yahoo!, foram grande desafio do RH. A maneira
criadas pelo conhecimento, pelo como você trata seus empregados,


será a maneira como seus emprega-
bom uso da informação dos tratarão os seus clientes, não se
esqueça disso.

16 cliente sa | março 2008 | www.clientesa.com.br


Como seguir essa cultura?
A evolução do processo de mu-
dança é a mesma em qualquer mu-
dança social. Ela sempre passa por
três fases. A primeira fase é cha-
mada de normalidade. Se todo
mundo faz de um jeito, eu também
vou fazer. Ou seja, a normalidade
não é quando todos fazem algo,
mas quando a maioria faz. Então a

Quando a empresa demite
uma pessoa, desliga todo o
conhecimento que aquele
profissional leva com ele.
É por isso que hoje a gestão
de recursos humanos tem que
ser entendida como a gestão
do conhecimento
internet e opinião de especialista,
do que na publicidade que o cliente
do conhecimento vai assistir no in-
tervalo da novela das 20h.

Qual a percepção do cliente


quando liga para uma área
de atendimento?
É importante lembrar que não
existe mais o conceito do grupo,


normalidade se espalha. Uma vez aquela generalização muito comum
que esta normalidade virou moda, na administração. Cada cliente é um
é criado o conceito de moralidade. indivíduo importante. Um líder não
Se todo mundo faz ou se a maioria Mas o cliente do conhecimento lidera mais equipes, e sim, pessoas.
faz, deve ser correto, e vira ético e está em contato com qualquer Cada pessoa é uma individualidade.
moral fazer desta forma. Na socie- empresa? Se, para uns, você tem que apenas
dade do conhecimento, ainda es- Sim, e ele é um cliente jovem, se mostrar e valorizar o novo, para ou-
tamos na fase da normalidade. comparado ao profissional do conhe- tros, deve demonstrar que aquele é
Depois dessa fase, a sociedade cria cimento. A geração que nos precede o melhor produto. É tratar a pessoa
a fase da legalidade, ou seja, esta- provavelmente nunca se preparou de acordo com seu perfil. Essa mes-
belece uma regra dizendo que o para fazer uma compra. A que virá ma técnica deve ser levada ao ope-
correto é ser feito desta forma e agora, depois de nós, nem imaginará rador do call center. Você percebe
quem não o faz é errado. Se esta- sair para um processo de compra que cada pessoa é diferente e isso
mos ainda longe da moralidade, sem antes pesquisar na internet e jun- significa que não dá mais para ter
estamos mais longe ainda da legali- to aos amigos sobre o produto. Por
dade. E é por isso que encontramos isso, hoje o fator mais importante
uma forte incoerência entre a nova para o marketing é o marketing de Como atua uma empresa
postura do trabalhador do conheci- rede, o marketing viral, o boca-a- com conhecimento
mento, que trabalha sem horário, boca nas comunidades. E é isso que
em casa, sem controle de produtivi- a publicidade tradicional não atinge. • promove processos de mudanças
estruturais que envolvem o ser hu-
dade e a CLT, por exemplo. A lega- É claro que quem faz a propaganda mano, assegurando o sucesso tanto
lidade antiga e a nova normalidade vai dizer que seu produto é o melhor, às organizações quanto aos profis-
são aspectos difíceis para o gestor mas isso não cria credibilidade em sionais;
de pessoas harmonizar. um cliente do conhecimento. Esse • aumenta a produtividade e aprovei-
ta ao máximo o capital humano;
novo mundo exige novas mídias, no-
Quem está quebrando vas formas de fazer. • respeita os aspectos econômicos e
institucionais da empresa;
esses paradigmas? • reforça a responsabilidade social em
As empresas que criaram a nova Como as empresas estão se relação aos profissionais e à comuni-
normalidade são aquelas fortemen- preparando para atender esse dade;
te calcadas no conceito de conhe- cliente? • pratica o outplacement em toda a
cadeia corporativa, do porteiro ao
cimento, aquelas que necessitam Em linhas gerais, não é só um desa- presidente;
do “produto conhecimento” com fio para o RH. É um desafio maior ou • garante a continuidade da marca e
mais intensidade. É claro que va- igual para os profissionais de marke- da imagem da empresa;
mos encontrar isso em agências de ting e eles têm que entender isso. Ao • entende a gestão de recursos huma-
nos como gestão do conhecimento;
publicidade, agências de créditos lançar um carro novo, saiba que a
e menos freqüentemente na área credibilidade vai ser conseguida • cria novas formas de fazer mídia e
chegar ao cliente.
industrial. muito mais por outras mídias, como

As três fases de qualquer mudança


Normalidade Moralidade Legalidade
Se todo mundo faz um um jeito, Se todo mundo faz igual, deve ser É quando a forma é estabelecida
você também faz igual. É quando correto, e vira ético fazer dessa forma. por regra. Quem faz de outra forma,
a maioria segue o barco, e a Quem faz diferente, é aceito de forma está agindo errado ou não tem ética.
normalidade se espalha. diferente.

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entrevista Gilberto Guimarães

um script engessado, um roteiro que E quem decide a mudança?


vem na tela e é usado em todas as li- Quando o conhecimento O presidente?
gações. É preciso se adaptar ao in- chega ao call center Estamos entrando no caminho
terlocutor do outro lado. Essa é a da reestruturação de empresas,
grande dificuldade no treinamento
• não existe mais o conceito de gru- que é uma das especializações
po e cada cliente é tratado de acor-
de pessoas, sobretudo, em televen- do com seu perfil; da BPI. Normalmente, quando a
das e telecobrança. Também é a di- • o líder não lidera mais equipes, e empresa entra nesse processo,
ferenciação entre o modelo antigo e sim, pessoas; não é por decisão de uma única
o modelo novo. Existe, sim, um novo • torna-se difícil seguir um script en-
pessoa, mas sim, uma reação à
gessado, é quando surge o conhe-
jeito de vender e de liderar pessoas. cimento do operador; deterioração da empresa. As em-
Em resumo, o que a empresa tem • o operador se adapta ao interlocu- presas começam a reestruturação
que entender é que, hoje, existem tor do outro lado da linha; quando perdem a liderança. Não
novas maneiras de liderar, novos • o operador sabe que o cliente tem é uma decisão do CEO.
conhecimento do que é ofertado.
profissionais do conhecimento e no- Normalmente, ele passa a ser par-
vas maneiras de se vender para os te do problema e não é o melhor
novos clientes do conhecimento. A têm de dois a três anos para se rein- elemento para fazer a reestrutu-
empresa e o profissional que não ventarem, senão serão ultrapassadas. ração. Tem que ser alguém novo,
mudarem, serão ultrapassados. Como a Motorola foi ultrapassada de fora, porque quem está dentro
pela Nokia e como a Nokia está sen- não enxerga os problemas. Isso é
A mudança fica mais do ultrapassada pelo iPhone. A Kodak humano. Nos acostumamos com
clara na internet? também foi ultrapassada pela foto- o que temos, o que é uma grande
Mais ou menos, pois quando se grafia digital num piscar de olhos e vantagem do ser humano e tam-
fala de internet, ela é só um meio do agora ela corre atrás para tentar re- bém uma grande desvantagem
conhecimento e não um produto em verter e voltar a ser líder em um mer- que o impede de ver os proble-
si. Costumo dizer que as empresas cado que perdeu. mas que virão no futuro.

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ouvidoria

Ministério da Integração Avaya Brasil


reestrutura Ouvidoria agora tem
Ombudsman
Neiva Renck Maciel assume área com desafio de melhorar o atendimento Em busca de aper-
feiçoar o atendi-

P
ara dinamizar o atendimento, clamações, sugestões e denúncias. mento ao cliente, a
o ministro da Integração Além disso, Neiva buscará sensibilizar Avaya Brasil conta agora com
Nacional, Geddel Vieira Lima, dirigentes para promoverem mudan- um ombudsman na empresa.
reestruturou o serviço de ouvidoria. ças que gerem a satisfação dos cida- Luis Felipe Gola, gerente de rela-
Para comandar a área, Lima convo- dãos. “A possibilidade de interagir na cionamento, foi o escolhido para
cou Neiva Renck Maciel. Formada gestão dos serviços públicos transfor- liderar esta função.
em Direito na PUC-RS, com pós-gra- ma o cidadão em fiscal de suas ações, A missão de Luis Felipe será a
duação em direito do trabalho na permite o efetivo controle social, e pro- de tornar-se um canal aberto para
PUC-SP e MBA em gestão previden- move o ouvidor como seu legítimo os clientes, analisando as solicita-
ciária pela UFRJ, Neiva já foi auditora procurador institucional”, explica. ções e encaminhando-as às res-
fiscal da Receita Fede­ Em busca desse melhor atendimento, pectivas áreas internas da Avaya.
ral do Bra­sil, ouvidora- a ouvidoria passou por algumas adapta- “A função de um Ombudsman
geral da Previ­­dência ções. Uma delas foi a fusão com a é importante para os clientes, que
Social e atual­­mente Corregedoria, criando uma única área. passam a contar com uma espé-
preside a As­socia- Já o call center foi reestruturado para cie de ‘ouvidor’, dentro da Avaya
ção Brasi­lei­ra de fornecer respostas imediatas às solicita- – um profissional que vai zelar
Ou­vido­res, sec­cio- ções. Para 2008, a ouvidoria pretende pelos interesses dos clientes e ga-
nal Distrito Federal. estabelecer contato com todas as áreas rantir que suas solicitações rece-
A principal missão da do ministério e entidades vinculadas bam o melhor encaminhamento
ouvidora é melho- que respondem as manifestações dos possível e as respostas mais apro-
rar o atendimen- usuários. O objetivo é conscientizar a priadas”, afirma Cleber Morais,
to à popula­ção, todos sobre a real importância do aten- presidente da companhia.
analisando re- dimento a essa demanda.

Recorde de manifestações na Ouvidoria do MDIC


A ouvidoria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC) registrou recorde de manifestações em janeiro. Foram 125
atendimentos no mês, valor 145% maior que o número de manifestações
recebidas em janeiro de 2007 e equivalente a 30% do que foi registrado em
todo ano passado. Para o ouvidor do MDIC, Sandro Ricci, o aumento no
número de solicitações reflete também o incremento do comércio exterior
brasileiro. “O crescimento da demanda da ouvidoria deve-se,
principalmente, à alta observada nas importações brasileiras, que, em janeiro
deste ano, cresceram quase 50%”, explica.

Informação para Sec. de Educação de Rondonópolis ganha TC de Mato Grosso


melhorar o atendimento PE implanta Ouvidoria Ouvidoria com ouvidor
Informações geradas pela Ouvidoria O governador de Pernambuco, A prefeitura de Rondonópolis, O presidente do Tribunal de Contas
Geral do Estado, com base em con- Eduardo Campos, anunciou a cria- Mato Grosso (MT), inaugurou uma de Mato Grosso, conselheiro Anto-
sultas feitas pela população, serão ção de uma Ouvidoria da Educação. Ouvidoria Geral, que ficará sob nio Joaquim, indicou o conselheiro
indicadores para o acompanhamen- O serviço atenderá pais, alunos e a responsabilidade do advogado Alencar Soares para o cargo de Ou-
to das políticas públicas na Bahia. O professores, com objetivo de criar Robson Bolonhese. O objetivo é vidor-Geral da instituição. A unidade
objetivo é aproveitar as informações uma rede de ensino que se torne oferecer à população um canal de trará nova proposta de atuação da
para avaliar como os serviços públi- referência para a educação no Bra- comunicação para fazer reivindi- ouvidoria-geral no relacionamento
cos chegam ao cidadão. sil e no exterior. cações e sugestões. entre sociedade e Tribunal.

Veja as informações on-line no portal ClienteSA.com.br


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fevereiro
2008
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cobrança

Siscom amplia estrutura de telecom


Expansão do mercado de crédito faz empresa investir em solução de CTI

C
om a explosão do setor de O resultado foi um incremento que circulam
crédito e o alargamento do em mais de 100% na capacidade pelo sistema de
mercado de cartões no País, de atendimento e, também, de gra­ comunicação
o Grupo Siscom percebeu que preci­ vação, o que permitiu atender à da companhia.
sava ampliar a estrutura de telefonia. crescente demanda provocada Atualmente,
A saída foi im­ pelo aquecimento do setor de cré­ são realizadas
plantar, em 2005, dito. “A NGC é uma solução inte­ cerca de 2,5 Valber Furine Mendes
na matriz em São grada, e armazena a gravação do milhões de cha­
Pau­lo, o NGC evo­ atendimento. Nossa carteira tem madas por mês. “O NGC é ca­
lution, um equi­- crescido e oferecer soluções rápi­ racterizado pela flexibilidade de
pa­­­mento de CTI das para novos clientes faz parte integração com serviços, aplica­
(Computer & Tele­ da política da companhia”, expli­ tivos de atendimento e cobran­
phone Integrated) ca Mario Kawasaki, diretor de ça. A implantação da solução
da Dígitro Tecno­ Tecnologia da Siscom. resultou no crescimento da base
logia, em substi­ De 2005 para cá, o Grupo Siscom de atendimento da Siscom”, con­
tuição ao Dígitro passou de 400 para mais de 1.000 clui Valber Furine Mendes, su­
BXS20, que utili­ PA´s e conseqüentemente aumen­ pervisor de marketing de produto
zava desde 2002. tou o volume de ligações e dados da Dígitro.
Mario Kawasak

Plusoft aposta no crédito consignado Coopecc não quer correr riscos


A Plusoft está colocando no mercado seu módulo A Sion atua fortemente no segmento de
de Crédito & Cobrança. O objetivo é atender callcenter em momentos críticos. Em
bancos e instituições financeiras que trabalham períodos de campanhas pontuais, a empresa
com crédito consignado. O Banco BMG apostou aluga posições de atendimento extras.
no módulo de Crédito& Cobrança e optou por Entre as companhias que utilizam o
ampliar o número de posições de atendimento, serviço está a Cooperativa de Trabalho
passando de 60 para 100 pontos de atendimento. dos Profissionais Especializados em
Em 2005 já eram 300 e a necessidade de Crédito e Cobrança (Coo­pecc). Por meio da infra-estrutura
diversificação nas funcionalidades fez com que a da Sion, a Coopecc pôde alocar 250 profissionais e
instituição optasse por migrar da versão desktop realizar o atendimento à campanha de repercussão
para a web. O sistema permitiu a formatação de nacional para a qual foi contratada. “Atendemos 130 mil
serviços para cada tipo de público. De acordo ligações com a manutenção da qualidade de nosso
com Anna Zappa, diretora de marketing da serviço. Conseguimos captar novos negócios e dar
Plusoft, a ferramenta está completamente continuidade a parceria com nossos clientes”, afirma
estabilizada no Banco. André Schiavelli Andrade, diretor-adjunto da Coopecc.

Os vilões da Endividamento é Novo serviço para Mais um canal


inadimplência menor em São Paulo pequenas empresas com o cliente
O índice de consumidores inadim- É o que mostra a última Pesquisa de O Itaú lança a Cobrança Expressa, A Crivo colocou no ar seu novo
plentes aumentou 6,9% em janeiro, Endividamento e Inadimplência do serviço que vai conciliar o baixo vo- site, com formato mais moderno
em relação ao ano passado, segundo Consumidor (PEIC), realizada pela lume de títulos ao uso de modernos e dinâmico, além de oferecer mais
o Serasa. Os grandes vilões da vez Fecomercio-SP. Segundo o estudo, sistemas de gestão de cobrança. informações e se adequar à evolu-
são o cartão de crédito, com 31%, 48% dos paulistanos tinham dívidas Voltado para pequenas empresas ção do ambiente da Internet. Isso
e os cheques sem fundo, com 24%, em fevereiro, menos que os 53% e profissionais liberais, o serviço é facilitou o acesso dos canais dispo-
segundo o assessor do Serasa, Carlos registrados em janeiro e os 61% em gerenciado on-line, sem geração de níveis aos clientes, como suporte e
Henrique de Almeida. fevereiro de 2007. arquivos adicionais. treinamento.

Veja as informações on-line no portal ClienteSA.com.br


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cliente sasa| fevereiro
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2008| www.clientesa.com.br
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case

Atendimento Subsidiária brasileira da Pirelli Pneus ganha rapidez e pró-atividade no


help desk com a unificação da base de dados. Sucesso do projeto faz outras
unidades da companhia na América Latina investirem na adoção do sistema

vira produto de exportação


B
om atendimento começa em res com a área. “Precisá­va­mos rever
casa. Seguindo essa receita, a processos e obter um novo instrumen- Pirelli Brasil em núm3ros
subsidiária brasileira da Pirelli to. Queríamos um serviço melhor, pró-
Pneus, presente no País há mais de 77 ativo, que permitisse navegar com 77 anos presente no Brasil
anos, tornou-se referência em tecno- maiores informações e ter workflow,
logia, mais precisamente no que se re-
fere ao atendimento de help desk
além de realizar um serviço integra-
do”, explica Ricardo Miranda, diretor
7 mil funcionários
prestado pelo Support Center. Com a de tecnologia da informação da Pirelli
adoção do Columbus Service Desk, Pneus para a América Latina. 20% das vendas globais da empresa
uma customização do Microsoft Em novembro de 2006, após reali-
Dynamics CRM criada pela Columbus
IT, a área se beneficiou com a perso-
zar uma análise das principais solu-
ções de Service Desk disponíveis no
6 fábricas no Brasil
nalização do atendimento, centraliza- mercado - seguida de um estudo de
ção do histórico de contatos, maior viabilidade -, a Pirelli escolheu a solu- 3 centros de pesquisa e desenvolvimento
flexibilidade na manipulação dos da- ção Columbus Service Desk, com Fonte: dados fornecidos pelas empresa.
dos e chamados resolvidos mais rapi- base nas recomendações da ITIL (IT
damente pelos analistas. O sucesso Infraestructure Library), a biblioteca
do projeto foi tanto que a empresa já de melhores práticas em TI. “A opção Estrutura Support Center
está aplicando a solução em outras
unidades na América Latina.
trouxe flexibilidade para que pudésse-
mos realizar customizações interna-
•• 12Estrutura
analistas
24x7
Uma das políticas da Pirelli foi sem-
pre ter uma forte cultura digital e prio-
mente, sem complicações e a qualquer
momento. Buscávamos uma solução
•saisMédia de cinco mil incidentes men-
registrados
rizar a valorização do desenvolvimento que não necessitasse obrigatoriamen- •lômbia,
Cobertura para Argentina, Chile, Co-
México e Venezuela
tecnológico. Nesse cenário, a subsidiá- te do suporte do fabricante e que apre-
ria brasileira foi pioneira entre as em- sentasse tecnologia confiável e Fonte: dados fornecidos pelas empresa.

presas do grupo a adotar uma inovadora”, conta Miranda.


ferramenta de gestão de relacionamen- Outro ponto que pesou na escolha é Nesse meio tempo, a Columbus IT pro-
to com clientes no Support Center para que a Pirelli, em todo o mundo, adota moveu treinamentos para o pessoal do
dinamizar o atendimento aos colabo- a tecnologia da Microsoft como pa- Support Center. Com isso, os atenden-
radores. Porém, com o drão. E a Columbus IT é a em- tes não tiveram dificuldades em utili-
crescimento da em- presa parceira que mais zar a ferramenta. “A manipulação é
presa e a maior co- implantou a solução de fácil, há poucas telas, as informações
bertura da CRM da empresa de sof- estão sempre prontas para uso e em
informática nos tware em todo o mundo. questão de segundos registra-se um
processos, a so- “Além de ser baseada na chamado”, comenta Miranda.
lução anterior plataforma Microsoft, a O Support Center atualmente conta
deixou de aten- ferramenta se mostrou com 12 analistas e possui uma estrutura
der aos objeti- totalmente compatível 24x7. Em média, são registrados cinco
vos. Uma das com o padrão global de mil incidentes mensais originados pelos
limitações era TI da companhia – har- colaboradores do Brasil e também da
a falta de fun- dware, software, siste- Argentina, Chile, Colômbia, México e
cionalidades mas e aplicativos”, Venezuela. São atendimentos em dois
para o completo afirma o diretor de TI. níveis. No primeiro, o chamado é resol-
gerenciamento A implantação teve iní- vido totalmente via telefone, enquanto
do ciclo de conta- cio em outubro de 2006 e que, no segundo, é necessária a inter-
tos dos colaborado- durou cerca de três meses. venção técnica mais especializada de

24 cliente sa | março 2008 | www.clientesa.com.br


outros grupos. A área está dividida em cluiu ou não o e-learning deste assun-
duas células de atendimento: APIS to. Caso o usuário não tenha finalizado
Support, voltada para a infra-estrutura o curso, o atendente realiza o atendi-
(como ambiente Windows, periféricos, mento e o encaminha, posteriormente,
redes e acessos), e Business Support, para o curso.
que realiza suporte referente às funcio-
nalidades do ERP (Enterprise Resource Informações integradas
Planning) da SAP. A ferramenta de Service Desk basea-
da na tecnologia CRM da Microsoft
Atendimento pró-ativo permite também, por meio de conec-
Uma das vantagens do projeto é que tores desenvolvidos pela Columbus IT,
o Service Desk passou a ser a principal o acesso a dados disponibilizados por
fonte de informações do Support Center. outros sistemas, como ERP. E,
O sistema traz todos os dados da intera- mais recentemente, foi inte- “Ganhamos uma
ção entre a área e os usuários do servi- grada a solução de BI poderosa base
ço. Todas as ligações são registradas (Business Intelligence) para de dados, onde
pelos atendentes. “Ganhamos uma po- relatórios e consultas. “Para o histórico do
relacionamento
derosa base de dados, onde o histórico ter flexibilidade ainda maior
permite uma maior
do relacionamento permite uma maior em análises das informações, interação com o
interação com o cliente interno. Hoje, o integramos com a ferramenta cliente interno” Support Center consegue
atendimento inicia-se pela identifica- de BI. Assim os dados não são visualizar todos os chama-
Ricardo Miranda,
ção do usuário” relata Miranda. simplesmente registrados, diretor de tecnologia dos, realizar filtros por ori-
A Pirelli também utiliza essa base de mas sim, registrados e traba- da informação para a gem de ligações, tipos de
dados para fazer um trabalho pró-ativo lhados”, aponta o diretor. América Latina dúvidas e informações mais
junto aos funcionários. “Não adianta De acordo com Miranda, requisitadas, picos de liga-
capturar uma grande quantidade de in- a construção de objetos para o BI foi ções em determinados dias e horários.
formações e utilizar pouco. Quanto perfeitamente possível e fundamen- “Esses documentos dão uma visão ge-
mais utilizamos uma informação rica e tal para o acompanhamento dos ral do atendimento e permitem reali-
relevante, melhor será nosso resulta- atendimentos e para a construção de zar ações pró-ativas. Além disso,
do”, pondera o executivo. Analisando relatórios. “A riqueza de informações oferecem subsídios para a tomada de
as principais e mais freqüentes dúvidas obtidas com a solução dá mais subsí- decisões”, destaca Miranda.
dos usuários, o Support Center criou dios para a tomada de decisões. Sem O uso do sistema facilitou ainda a
alguns tutoriais e e-learnings para ins- métricas é difícil gerenciar qualquer interação com outros setores. Com
truir os usuários a utilizarem recursos equipe. É importante filtrar os dados ele, a equipe é capaz de avisar quais
de informática e telefonia da melhor pertinentes e realizar o cruzamento áreas precisam ser envolvidas para a
maneira possível. Quando alguém liga entre elas. Isso permite tomar deci- solução do problema, criar links de
para o Support Center porque está com sões para a melhoria contínua dos apoio, enviar e-mails intermediários,
dificuldade em usar a impressora, por serviços”, revela. mensagens de alertas e lembretes.
exemplo, o atendente pode visualizar Os relatórios são preparados ao fi- Segundo Miranda, o recurso facilitou
pelo Service Desk se o usuário con- nal de cada mês. Por meio deles o ainda mais o trabalho da equipe.
Porém, o projeto não deve parar
por aí. Uma das exigências da em-
Ultrapassando fronteiras presa ao implantar o Service Desk foi
Graças ao sucesso do projeto, a Pirelli O Support Center da empresa está com adaptar (parametrizar) a ferramenta
Pneus já está aplicando a solução nas 100% das tarefas vinculadas ao Service de modo a permitir a utilização em
outras unidades da companhia na Amé- Desk, mas sua aceitação foi tão grande outros atendimentos. Hoje, o traba-
rica Latina. “As equipes da Argentina e que está recebendo solicitações dos téc- lho da equipe abrange essencialmen-
da Venezuela estão em treinamento. nicos das subsidiárias para registrar e ge-
te questões de informática, mas nada
Levar recursos como o Service Desk para renciar os chamados na ferramenta. “No
os colaboradores das demais unidades momento da modelagem do sistema, impede que no futuro, outras frentes
agrega qualidade ao serviço de TI e nos optamos por deixá-lo em inglês, pois ha- de trabalho utilizem a solução. “Todo
deixa orgulhosos de poder trabalhar em via possibilidade de ampliação. Só não atendimento é centralizado e o
equipe”, conta Ricardo Miranda, diretor imaginávamos que ocorreria tão rapida- Service Desk já está todo preparado
de Tecnologia da Informação da Pirelli mente”, comenta. Vale destacar que a fi-
para o caso de acontecerem altera-
Pneus para a América Latina. O proje- lial brasileira é pioneira dentro do Grupo
to de implantação foi batizado de SELF Pirelli na utilização da plataforma Micro- ções ou até mesmo a ampliação do
– Service Evolution Look Forward. soft CRM na área de Support Center. serviço de atendimento ao cliente in-
terno”, finaliza Miranda.

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digital Ricardo Maykot

As classes C e D na era digital


O planejamento a longo prazo e a identificação de oportunidades
junto às diversas classes podem alavancar seu negócio

D
ia desses, fiquei sabendo que uma impor- vorável que isso pode
tante rede varejista voltada para os públi- provocar, essas variá-
cos das classes C e D planeja vender pela veis – governo, e, ao fi-
internet. Ligando os pontos, me lembrei de ter ou- nal do exemplo,
vido que essa mesma rede foi uma das que mais competidores, são vari- Ricardo Maykot é diretor de marketing estratégico
da Novartis Biociências S.A., empresa voltada a
vendeu computadores pessoais em 2007. E adivi- áveis difíceis de se con- cuidados com a saúde, de origem suíça.
nhe para quem? Para as mesmas classes C e D. trolar. O objetivo do
Eu comecei a trabalhar num tempo em que planejamento, voltando à teoria, é garantir que
computador era bicho raro. No meu andar, exis- nossos pontos fortes estejam melhor posicionados
tia apenas um exemplar. Quem quisesse um que os da concorrência, ter a melhor alocação de
contato com aquele ser estranho deveria reser- recursos para garantir a maximização dos resulta-
var o horário em uma prancheta – de madeira – dos para um determinado produto.
que ficava pendurada ao lado da máquina. Já Bem, e como isso conversa com a venda via
são decorridos quase 20 anos desde então, e é Internet? Isso nada mais é do que o desfecho de
surpreendente a notícia de que minha assistente uma história de planejamento iniciada lá atrás.
vai comprar o conjunto de panelas com anti- Primeiro, essa rede de varejo deve ter analisa-
aderente pela internet. Mas o que quero chamar do as tendências da relação do consumidor
a atenção neste texto é para o planejamento por com os canais de vendas. Avaliando o que
trás dessa simples operação. Essa mesma rede ocorreu em países mais desenvolvidos, perce-
varejista, que agora está prestes a concretizar o beu que a venda por Internet se tornaria uma
casamento com as vendas ‘virtuais’, foi aquela realidade. “Mas as classes menos favorecidas
que iniciou um flerte há alguns anos com os não tem acesso a essa tecnologia!” Ótimo!
consumidores das classes C+ e B, vendendo Vamos vender computadores a eles então.
aparelhos mais sofisticados. Nesse momento, entra de novo o estudo das re-
Sinto decepcionar os mais românticos, mas a alidades do mercado para definir qual o melhor
verdade é que tudo isso foi pensado de forma ra- modelo de venda de tecnologia para essas clas-
cional e calculista, fruto de planejamento estraté- ses-alvo. As pessoas das classes C e D estão
gico, o que significa, ao pé da letra, planejar com acostumados a trabalhar com os sistemas de
algum objetivo futuro. Na maioria das vezes, é carnês. O preço final do produto acaba não im-
modificar as variáveis controláveis, moldando-as portando muito, desde que a prestação caiba
àquelas que não controlamos, externas à empresa. no orçamento. E foi o que fizeram. Em parale-
Um exemplo simples de uma variável não contro- lo, associaram-se a redes de ensino de informá-
lável são os governos. Você tem um mercado ra- tica, oferecendo pacotes promocionais para
zoavelmente competitivo, onde empresas garantir que as pessoas aprendessem a mexer


estrangeiras competem na máquina. “E a venda por internet, entra aon-
pouco. De repente, esse de?” Quando a tecnologia estiver mais disponí-
O objetivo do mesmo governo abre condi- vel, será hora de entrar nesse canal de venda.
planejamento é garantir ções para que multinacio- Pelo que parece, essa hora é agora.
nais entrem para atuar no Dos tempos em que computador era um bicjo
que nossos pontos fortes segmento, e boom!, isso cai raro ao computador de 100 dólares, passaram-se
estejam melhor posicionados como uma bomba no mer- boas décadas. Mas a necessidade de planejar estra-
que os da concorrência, ter a cado: agora somos mais a
comer nessa mesa.
tegicamente onde queremos chegar permanece,
como as muralhas da China observando o casal de
melhor alocação de recursos Independentemente do agricultores jovens do interior do país tirando fotos
para garantir a maximização estrago (e do quão prepa- do monumento durante a primeira excursão que a
rada estava a sua empresa abertura ao capitalismo lhes permitira. Foto essa,
dos resultados de um


para receber os novos con- enviada aos parentes da província distante via celu-
produto correntes) e do impacto fa- lar. Bluetooth, para ser mais exato.

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reportagem

Eles resolveram dar assento e voz


ao cliente O que poderia parecer óbvio está virando estratégico entre as organizações:
trazer o cliente para dentro de casa, criando conselhos de clientes

C
onselho de cliente, que
bicho é esse? A aparen-
te resposta simples pa-
rece não encontrar eco em
muitas organizações que nem
querem falar sobre o assunto. A
dúvida é se não têm uma políti-
ca clara de trazer os clientes para
uma discussão mais aberta ou se
consideram suficientes os canais
dedicados a obter a percepção
do cliente. Mas, afinal, o conse-
lho do cliente pode ser avaliado
como mais um canal tradicional
de relacionamento? Por definição,
o conselho é formado por clientes
da própria empresa que participam
e acompanham a vida da organiza-
ção – e com direito a assento no
conselho administrativo. Eles po-
dem mostrar oportunidades para
melhoria dos processos e de produ-
tos, por exemplo.
Para forçar a criação dos conse-
lhos, em 1993, a Lei 8.631 determi-
nou em seu 13º artigo que as periódica. Em 10 de maio de 2000, a na­quela época, com a ampliação do
concessionárias de serviços públicos Aneel editou a resolução 138, esta- mercado e vários novos entrantes em
os criassem, no âmbito de suas áreas belecendo condições gerais para sua diversas regiões onde atuávamos,
de concessão. “Era necessário que formação, funcionamento e opera- acabamos planejando diversas ações
criássemos um órgão que represen- cionalização. estratégicas e a criação do conselho
tasse os interesses da sociedade e pu- Mas foi como oportunidade estra- de clientes foi uma delas”, explica
desse mediar e conciliar a resolução tégica que o conselho foi criado na Marcelo Cha­mma, diretor comercial
dos conflitos, um serviço que estives- TAM – ou como conseqüência natu- da Votorantim Cimentos.
se de acordo com os vários setores ral da preocupação da empresa em A empresa detectou a necessidade
profissionais envolvidos no negócio, manter um relacionamento estreito de aprimorar o relacionamento com
além de representar um aspecto do com seus passageiros, como lembra clientes, com a idéia de criar um canal
desenvolvimento social que respei- Daisy Souza, gerente do serviço Fale aberto. “Dessa forma, acabamos por
tasse a necessidade de tradições des- com o Presidente, da TAM. “A idéia criar conselhos em todas as regionais
ta sociedade”, define Eder José surgiu após uma visita de um grupo onde atuamos”, destaca o executivo.
Trevisan, presidente do conselho de de 30 clientes ao Centro Tecnológico O primeiro planejamento corporativo
clientes que a Elektro faz parte e da TAM, em São Carlos, no interior voltado ao funcionamento do conse-
membro da Fiesp. Como adendo, o do Estado de São Paulo”, conta. Em lho foi realizado em 2003, quando foi
decreto n. 2.335, de 6 de outubro de 2002, nasceu na Votorantim Cimen­ levantado o perfil dos clientes da
1997, em seu artigo 4º, definiu que tos quando a empresa começou a re- Votorantim Cimentos, as eventuais
competia à Aneel estimular a organi- formular sua estratégia mercadológica. pautas de discussão para cada regional
zação dos Conselhos de Consumi- “Tendo em vista a forte mudança de e o funcionamento das reuniões.
dores e das comissões de fiscalização cenário que o Brasil experimentava “Inicialmente, as reuniões eram toma-

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das pelas reclamações, fossem de en- ção do grupo e seus encontros, geren-
trega, atendimento, financeiro, entre ciamos as informações e suprimos
outras, sempre com a intenção de bus- quaisquer necessidades que o grupo
car a melhoria do atendimento. venha a ter”, informa Gláucia
Começamos a trabalhar essas informa- Maurano, gerente de marketing, servi-
ções, monitorar onde havia mais de- ços e customer care para o Brasil e re-
mandas e problemas para, enfim, criar gião Sul da América Latina do SAS.
as ações necessárias para a busca de Segundo a executiva, o GUSAS é
soluções. Foi neste período que foi dinâmico, com diversos encontros
criado o SAC da Votorantim Cimentos”, setoriais que acontecem aleatoria-
conta Chamma. mente, além do encontro anual.
Na TAM, foi fundado em 5 de de- “Temos o objetivo de fazer com que
zembro de 2002, com a primeira reu- o grupo conheça a potencialidade
nião com a presença do presidente, das soluções que temos hoje e as
vice-presidentes e diretores da em- aproveitar melhor. Conforme isso
presa com os primeiros clientes- acontece, há um incremento do gru-
membros do conselho. “Em 2006, po interno (que abrange ouvidoria e
lançamos o fórum de discussão na usuários) para atender a essas mani-
internet, para que os membros do festações e estratégias”.
conselho pudessem se manifestar a
respeito dos assuntos propostos”, ex- MODELO
plica Daisy. A página, exclusiva para Com o cliente ocupando “Ao longo de seis
os conselheiros, conta ainda com um um “cargo” dentro da em- anos de conselho
espaço para a publicação de artigos, presa, fica mais fácil identi- foram mais de 5
opiniões, atas das reuniões passadas, ficar seus anseios e mil contribuições
fotos dos eventos e comunicados im- trabalhar de forma a otimi- registradas pelos
portantes. No ano passado, a empre- zar os resultados. As idéias conselheiros, Já em relação às conces-
entre críticas e
sa inovou novamente criando a são acatadas e discutidas e sionárias de serviços públi-
sugestões”
CATAM – Confraria dos Amigos da a real necessidade do clien- cos, elas devem convidar
TAM, por iniciativa espontânea dos te é exposta. Na Votorantim, Daisy Souza, da TAM instituições representativas
membros do Conselho. cada conselho é formado da sociedade para que estas
Compartilhar conhecimentos e ex- por 20 clientes, sendo renovados a indiquem dois conselheiros (titular e
periências, aprender mais sobre técni- cada ano (novos clientes são convi- suplente) para cada categoria de uni-
cas e soluções e realizar intercâmbio dados). “Anualmente, é preciso pro- dades consumidoras: residencial, co-
de idéias entre colegas, parceiros e mover a renovação destes conselhos, mercial, industrial, rural e poder
profissionais é o objetivo do GUSAS – para permitir uma oxigenação, no- público. “Há ainda outra vaga no
Grupo de Usuários do SAS. A forne- vas idéias e, principalmente, para conselho que deve ser ocupada por
cedora de tecnologia tem diversos dar oportunidades para outros parti- um representante das instituições de
grupos espalhados pelo Brasil, para ciparem”, esclarece Chamma, mas defesa do consumidor e que pode ser
que possa atender de forma mais fo- conta que existem clientes que fa- indicado pelo Ministério Público ou
cada diferentes interesses e regiões do zem questão de continuar partici- Procon”, comenta Trevisan.
País. Os grupos são divididos por re- pando. “Atualmente, temos no Na TAM, os conselheiros são esco-
giões geográficas, segmento da indús- Brasil, grupos em 14 cidades, divi- lhidos entre os titulares de Cartões
tria, interesses específicos, interesses didos em regionais, ou seja, três na Fidelidade Vermelho, que já pos-
especiais e In Company. “Nós damos Sudeste, três na Sul, três na Nordeste suem um histórico de contatos no
toda a estrutura necessária para a cria- e cinco na Centro Norte”, destaca. serviço Fale com o Presidente, entre

CONSELHO Como ganhou importância?


Votorantim Cimentos Elektro TAM SAS
Criado em 2002, quando a empresa Verificou-se a necessidade de se criar um Criação foi uma conseqüência natural da Surgiu da necessidade de ouvir o cliente
reformulou sua atuação no mercado, órgão que representasse os interesses da preocupação em manter um relacionamento e trabalhar de forma a que ele conheça
Foram planejadas várias ações e a criação sociedade e pudesse mediar e conciliar a estreito com seus passageiros com base todas as potencialidades das soluções,
do Conselho de Clientes foi uma delas. resolução de conflitos, de acordo com os no espírito de servir e na paixão pela bem como encontrar, junto aos demais
vários setores profissionais. aviação. A idéia surgiu após uma visita de usuários, condições de melhor
um grupo de 30 Clientes ao Centro aproveitamento.
Tecnológico da TAM, em São Carlos.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas.

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reportagem

sugestões, reclamações e contribui- vidados para eventos, shows e peças


ções em geral. Já no SAS, os mem- de teatro patrocinadas pela TAM”,
bros são indicados, sugeridos e conta Daisy.
convidados, e cada conselho é for- O SAS mantém um intercâmbio
mado por usuários das soluções da com os líderes de cada grupo de
empresa. “A tendência é um aumen- usuários, e junto com eles trabalha
to no número de grupos de usuários todo o calendário de eventos do
e a criação de um Conselho Executivo GUSAS. “Identificamos os princi-
formado por eles. Também temos pais temas, convidamos usuários e
planejado criar um conselho forma- executivos da empresa para pales-
do pelos “chefes” dos usuários, pois trarem e fomentamos a discussão
queremos aproximar mais estes dois entre os participantes, sempre com
mundos”, afirma Gláucia. foco na experiência do usuário”, sa-
Na Votorantim, quem organiza a lienta Gláucia. A executiva conta
agenda do conselho é a equipe co- que um dos temas que mais chamou
mercial do corporativo e das regio- atenção foi em relação às informa-
nais da empresa. A agenda é montada ções que vêm da área de TI e de
junto com o planejamento estratégi- análise de informação. “Muitas ve-
co da área comercial para zes, a empresa tem informações du-
todo o ano. “Até 2005, as “Tivemos plicadas e divergentes, o que pode
discussões eram pautadas oportunidade dificultar a geração de negócios.
em questões de atendimen- de apresentar à Esse é o objeto do maior encontro
to, logística, produto, finan- empresa diversas de usuários que realizamos”.
ceiro e marketing, enfim, solicitações e
pontos importantes para os sugestões, das Tecnológico da TAM, em RESULTADOS
clientes. A partir de 2006, quais sempre São Carlos (SP), onde é feita O Conselho de Clientes é um pas-
iniciou-se o foco em suges- fomos atendidos” a manutenção das aerona- so definitivo no amadurecimento do
tões, quando os moderado- Eder José Trevisan, ves. Acompanhados dos relacionamento da empresa com
da Elektro
res das reuniões passaram a vice-presidentes comercial seu cliente. Se, em muitas corpora-
apresentar um tema, que e técnico-operacional, co- ções, SAC, ouvidoria e call center
poderia ou não ser um problema cir- nhecem o data center, o call center, são usados apenas como canais de
cunstancial, mas que deveria ser dis- a academia de serviços e o centro de resolução de problemas, para ou-
cutido para a busca da solução do simuladores de vôos, para que pos- tras, são ferramentas complementa-
processo”, explica Chamma. Também sam conhecer a dinâmica do treina- res de um relacionamento que se
se buscou, a partir daí, a apresenta- mento dos pilotos da empresa. “As intensifica nas reuniões dos conse-
ção de novidades e idéias que deram reuniões do conselho são realizadas lhos. Em muitos casos, o conselho
certo, sempre voltadas a processos periodicamente e sempre que há al- torna-se essencial até mesmo para
referentes ao segmento como um gum assunto pontual a ser discutido avaliar as estratégias de marketing
todo. “Não se colocava problemas pelos grupos. Anualmente, há uma de uma empresa. “Nós passamos a
individuais nestas reuniões”, defende reunião de confraternização entre to- apresentar, em primeira mão, as
o executivo. dos os grupos. Os membros do con- ações e campanhas que passaría-
Para conhecer o funcionamento selho têm um mandato de um ano e mos a promover. Por exemplo, o
da TAM e algumas das áreas mais a participação de cada um tem cará- conselho viu e avaliou, antes de to-
importantes da empresa, os integran- ter voluntário e não é remunerada. dos, a campanha “Veja Bem”, que a
tes do conselho visitam o Centro Além disso, os conselheiros são con- Votorantim Cimentos exibiu no ano

CONSELHO como eles usam a informação?


Votorantim Cimentos Elektro TAM SAS
Fomenta um banco de dados e encaminha Ao conselho cabe apresentar as sugestões Informação chega à diretoria por meio As informações colhidas são
para todos os diretores. No final de cada captadas pelos consumidores, avaliá-las e de relatórios descritivos, atas das imediatamente analisadas pela empresa,
ano, faz um relatório completo contendo colocá-las em prática, quando pertinentes. reuniões e dados estatísticos. que procura melhoria dos processos
informações apuradas a partir do Segundo o estatuto da companhia, e consegue uma taxa de renovação
relacionamento com os clientes. Este a função primordial do conselho é de 98% das soluções. Agora espera
relatório, também encaminhado para estabelecer mais um canal de comunicação montar mais grupos, de forma a agregar
os gestores, serve de base para novas entre a empresa e seus passageiros através todos os usuários.
ações para o próximo ano. da realização de reuniões periódicas.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas.

30 cliente sa | março 2008 | www.clientesa.com.br


CONSELHO O cliente é, realmente, ouvido?
Votorantim Cimentos Elektro TAM SAS
• Se reúne de 3 a 4 vezes por ano; • É de caráter consultivo, voltado para • Reuniões são realizadas periodicamente • Calendário anual com vários encontros
• Quem organiza a agenda é a equipe a orientação, análise e avaliação e sempre que há algum assunto e conference call;
comercial do corporativo e das regionais; das questões apresentadas; pontual a ser discutido pelos grupos; • Encontros são preparados com 45
• Agenda é montada junto com o • Vêm se estabilizando através de ações • Anualmente, há uma reunião de dias de antecedência, pelo líder do
planejamento estratégico da concretas, buscando cada vez mais confraternização entre todos os grupos; grupo de usuários;
área comercial; novas formas de participação em • Membros têm um mandato de um ano • Usuários são convidados a palestrar,
• Discussões são pautadas em temas temas relevantes ao setor; e a participação de cada um tem caráter bem como consultores do SAS;
apresentados; • É realizado anualmente o Encontro voluntário e não é remunerada; • Conteúdo é formatado e grupo trabalha
• Não se coloca problemas individuais Nacional com representantes dos • Para conhecer o funcionamento da na execução do evento, sempre com
nas reuniões; conselhos de todas as concessionárias empresa, integrantes visitaram o Centro duas apresentações;
• Empresa apresenta suas ações primeiro distribuidoras; Tecnológico da TAM, em São Carlos (SP); • Ouvidoria trabalha como canal
para o conselho. • São apresentadas palestras e • Conselheiros são convidados para importante para a criação do
debatidos temas relevantes relacionados eventos, shows e peças de teatro conteúdo discutido nos conselhos;
ao setor elétrico e tem como objetivo patrocinadas pela TAM.
levar informações à sociedade.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas.

passado em todo o Brasil. ligadas ao fornecimento, ta- dos direitos e deveres dos consumi-
“Começamos
Com isso, definimos, junto rifas e adequação dos servi- dores de energia elétrica. Nestes en-
a trabalhar as
com os clientes, o que eles informações, ços prestados ao consumidor. contros, são apresentadas palestras e
precisavam e foi decidido monitorar onde “Tivemos oportunidade de debatidos temas relevantes relacio-
oferecer algumas opções havia mais apresentar à empresa diver- nados ao setor elétrico, com objetivo
de treinamento como, por demandas e sas solicitações e sugestões, de levar informações à sociedade”,
exemplo, de gestão de ne- problemas para, das quais sempre fomos ressalta Trevisan.
gócios e merchandising. enfim, criar as ações atendidos, como a altera- Com base em críticas e sugestões
Foi um sucesso”, comemo- necessárias para a ção no horário para realiza- do conselho, a TAM já implantou a
ra Chamma. busca de soluções” ção da suspensão do etiqueta de bagagem para desembar-
A Votorantim Cimentos Marcelo Chamma, da fornecimento de energia que prioritário aos Clientes Fidelidade
buscou a solução para as Votorantim Cimentos elétrica às sextas-feiras e Vermelho, permissão para transporte
principais questões que afe- em dias que antecedem fe- de animais de estimação a bordo, se-
tam o cliente, principalmente com riados; a alteração em impresso pa- leção de músicas clássicas, distribui-
relação a processos. “Também já ti- dronizado da empresa e, este ano, ção de palavras cruzadas a bordo,
vemos planos, ações e campanhas tivemos a redução da alíquota e a fa- alterações no sistema de auto-atendi-
modificados ou pensados a partir da cilitação e padronização na apresen- mento (check-in fácil), entre outras.
opinião e avaliação do conselho. tação da conta de energia”, destaca “Ao longo de seis anos de conselho
Agora, pretendemos nos reunir para Trevisan. foram mais de 5 mil contri-
fazer a campanha estratégica de O executivo explica que, “Temos o objetivo buições registradas pelos
2008, que continua na base de rela- anualmente, é realizado o de fazer com que conselheiros, entre críticas
cionamento, treinamento e apresen- Encontro Nacional com re- o grupo conheça e sugestões. Já as mudanças
tação de planos que a empresa tem. presentantes dos conselhos a potencialidade estratégicas não podem ser
Queremos saber a opinião de todos de todas as concessionárias das soluções que divulgadas, mas o Conselho
os participantes de todos os conse- distribuidoras de energia. temos hoje e contribui efetivamente para
aproveitem melhor
lhos”, ressalta Chamma. “Isso constitui um momento a tomada de decisões na
a solução”
Na Elektro, o conselho tem caráter ímpar para a troca de expe- empresa, especialmente
consultivo, voltado para a orienta- riência e aprendizado do Gláucia Maurano, nos itens relacionados aos
do SAS
ção, análise e avaliação das questões exercício de cidadania e serviços”, conclui Daisy.

CONSELHO vale a pena?


Votorantim Cimentos Elektro TAM SAS
Além de criar o bom relacionamento, Atua junto à empresa e tem sido um canal Juntamente com os demais canais de No ano passado, reuniu aproximadamente
é fonte de idéias de novos projetos, importante de aproximação do relacionamento da companhia, possibilita 500 pessoas de 140 empresas.
novas ações e opiniões importantes sobre consumidor com a concessionária. conhecer as opiniões dos clientes, suas Atua fortalecendo os demais canais de
campanhas e ações. Também serve para As reuniões acontecem uma vez por mês, críticas e sugestões, sempre com o relacionamento da empresa, concentrando
oferecer treinamentos, de forma a facilitar sempre visando as necessidades do cliente. propósito de melhorar constantemente sugestões, reclamações e avaliações
o dia-a-dia do relacionamento. Discute-se assuntos ligados diretamente ao os serviços prestados. enviadas por usuários de todo Brasil.
consumidor que utiliza a concessionária,
com todos os membros.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas.

www.clientesa.com.br | março 2008 | cliente sa 31


na pele do cliente Enio Klein

Não vale como recibo!


Quando um processo sem sentido tira o valor do comprovante de pagamento,
surge a seguinte discussão: quem vem primeiro, o bom senso ou o processo?

D
esde crianças, nos deparamos com o para- um agente não resolver o
doxo do ovo e da galinha e com a historinha seu problema.
do rabo que abana o cachorro. Para aqueles Veja você o caso da
que definem processos de atendimento, parece que operadora de TV por
esse assunto não está muito bem resolvido. Antes de Assinatura do nosso
mais nada, processos precisam ser baseados no sen- simpático general cau- Enio Klein é diretor da K&G e professor
nas áreas de marketing e vendas da
so comum e fazer sentido, e no caso do serviço ao casiano da qual sou Business School São Paulo – BSP
cliente, deve levar a uma solução justa. Aceito que cliente há bastante E-mail: enio_klein@kegsistemas.com.br
nem sempre concordamos com o que foi resolvido tempo. No mês passa-
pelo prestador de serviço, ou mesmo que o que con- do, embora tenha minha fatura paga por débito
sideramos justo não é possível de ser obtido em de- automático, recebi uma cobrança bancária. Achei
terminados momentos. Contudo, creio ser inaceitável que havia algum problema no débito do cartão e
nos depararmos com processos que foram definidos fiz o pagamento pelo internet banking. E adivi-
para não levar a coisa alguma. Procedimentos que nhe? Acertou se respondeu que o débito automá-
fogem à razão comum parecem existir simplesmente tico foi processado e o pagamento foi feito em
para não resolver nada. duplicidade. Liguei para a operadora, expliquei o
Não é impressionante como a criatividade e inova- caso e, ao contrário do que poderia se esperar, o
ção são utilizadas para coisas que, no final, pecam agente disse que precisava registrar uma solicita-
pela falta de objetividade, enquanto a assertividade e ção de busca do pagamento. De nada adiantou
o bom senso são deixados de lado? Sobra tecnologia dizer que eu tinha o comprovante. Esperei duas
e falta bom senso. Mas qual a razão disto? semanas e liguei de novo para saber do proble-
O que me preocupa não são as eventuais falhas ma. Depois de infindáveis troca-troca de infor-
de implementação das novas tecnologias. Isso mações, recebi a resposta que meu pagamento
acontece, mas pouco a pouco estabiliza. Talvez te- duplicado não havia sido encontrado e teriam
nha sido esta a razão pela qual uma importante dis- que fazer nova busca. Para que a busca?, disse
tribuidora de energia elétrica veio a público, com eu, basta enviar o recibo.
custos significativos, se desculpando sobre possí- Bem, para encurtar a conversa, fizeram mais
veis problemas decorrentes da implantação de um uma busca, mais 72h e o recibo que eu tenho não
novo sistema comercial mais moderno e necessário parece valer nada. Liguei para a ouvidoria, recla-
para a continuidade da operação. Sabem que vão mei sobre o que aconteceu e adivinhem de novo?
errar, sem saber exatamente aonde, mas estão ten- Acertou desta vez quem disse que houve a solici-
tando compartilhar a situação com o cliente para tação para que enviasse o recibo. “Após 72h esta-
que este possa entender. Boa iniciativa. Vamos es- rão entrando em contato com senhor para realizar
perar que sejam bem sucedidos. o acerto”. Não entraram.
O que assusta são as tecnologias emergentes, novas, Reclamei com a Anatel. Dias depois entrou em
não totalmente estabilizadas e caras, que são coloca- contato comigo outra pessoa que pediu que en-
das sobre processos que não fazem o mínimo sentido. viasse não só o comprovante de pagamento, mas
Claro que não sou avesso à aplicação de novas tecno- também o extrato do cartão de crédito. Quatro
logias. Mas elas de nada adiantam se não ajudam o dias depois, o depósito foi efetuado. Quase um


cliente na hora de resolver mês depois da primeira reclamação, enquanto
suas questões. Parece que bastariam, no máximo, quatro dias e um pouco de
O que assusta são as são colocadas lá somente bom senso. Se, por um lado, o novo sistema de
tecnologias emergentes, novas, para chamar atenção da co- voz impressiona e tornou o atendimento mais flui-
munidade e da mídia espe- do, a falta de bom senso provocou irritação, custos
não totalmente estabilizadas e cializada. Quem sabe até e perda de tempo para o cliente. Não seria melhor
caras, que são colocadas sobre ganhar um prêmio de inova- ter olhado para isso primeiro? Quantos outros pro-
ção. Em parelelo, o cliente cessos assim existem?
processos que não fazem o


continua a se desesperar, en- Pensem nisto e dêem sua opinião em nosso blog.
mínimo sentido quanto aguarda ao telefone http://blogclientesa.clientesa.com.br/napeledocliente

32 cliente sa | março 2008 | www.clientesa.com.br


www.clientesa.com.br | fevereiro 2008 | cliente sa 33
experiência Marcos Fabio Mazza

O gap entre liberal e executivo


No desafio de traçar estratégias e gerenciar empresas, ambos
os lados enfrentam as mesmas dificuldades

A
ntes de começar a escrever este artigo fi- Não caia na tenta-
quei pensando em como você, Profissional ção do “eu acho”, pen-
Liberal, poderia transformar seu negócio, se melhor antes de
bastando mudar de “atitude”, tornando-o mais responder. Antes de
produtivo. Isto porque, até agora, tenho conversa- escolher a melhor es-
do sobre estratégias, processos, ferramentas e pes- tratégia, precisamos Marcos F. Mazza é gerente de CRM da
Syngenta Proteção de Cultivos.
soas e o papo parece ser somente entre profissionais definir qual nosso ob- E-mail: marcos.mazza@syngenta.com
de empresas, deixando você fora da roda. Ledo jetivo, para assim, de-
engano, todo profissional liberal é um executivo, pois de definido, escolher que estratégia adotar
sendo que, muitas vezes, é responsável pelo de- para atingir este objetivo.
partamento financeiro, marketing, vendas e RH,
todos ao mesmo tempo. Voltando ao exemplo:
Infelizmente, nossas universidades ainda não se 1) Um dentista pode ter como objetivo ganhar
deram conta de que, após a colação de grau, profis- dinheiro por meio de um alto volume de aten-
sionais liberais se tornarão empresários e deverão dimentos x menor margem de lucro, neste
ser capacitados em assuntos administrativos, marke- caso a “excelência operacional” deve ser
ting, RH e financeiros. A preocupação acadêmica é adotada e perseguida continuamente. Ganhar
em formar técnicos, especialistas e até pesquisado- mais pela redução nos custos. Dente de ouro
res. Mas o mundo lá fora é bem diferente. nem pensar! Normalmente, os encontramos
Vou fazer a você uma pergunta: você se lembra em clínicas para clientes de poder aquisitivo
do seu tempo de faculdade, daqueles alunos que de médio a baixo.
só estudavam e ficavam tirando nota 10 em todas 2) Outros estão constantemente fazendo es-
as matérias técnicas e que sempre eram citados pecializações em Chicago, participando
pelos professores como exemplos de futuros pro- de congressos e se especializando em téc-
fissionais? Naquela época os alunos os chamavam nicas inovadoras. A cada congresso, ele
de CDFs. Pois bem: Quais destes alunos hoje estão disponibiliza um novo serviço em seu con-
entre os profissionais de sua área de atuação que sultório. Não preciso nem dizer: “Inovação
se deram bem na vida, que estão em evidência? em produtos”. Sempre lançando novidades
Posso errar, mas acredito que nenhum. Acertei? no mercado e cobrando por elas. E agora
Temos exemplos: Bill Gates não era o melhor vem o ponto importante, este tipo de estra-
aluno de sua turma, Albert Einstein só apren- tégia permitirá a este profissional conse-
deu a contar depois de adolescente. Existem guir preços diferenciados, se ele cobrar
presidentes que nem na escola foram. E, acre- barato estará perdendo dinheiro e, mais
dite, não há demérito algum nisto. Eles foram dia, menos dia, terá que direcionar seu
preparados da maneira com que nossas univer- atendimento para um público de menor
sidades acreditam ser a melhor. E sabe qual é a poder aquisitivo.
maior diferença entre nós, no final? Tempo de 3) Caso tenha como objetivo tratar somente um
resposta. Demora pegar o jeito. público-alvo e especializar-se nele, a


Não existe diferença en- “Intimidade com clientes” parece ser o melhor
tre o raciocínio de um exe- caminho, e aqui o exemplo Brooksfield (loja
Antes de escolher a cutivo e de um profissional de roupas masculinas especializada no atendi-
melhor estratégia, precisamos liberal. Vejamos: um den- mento de clientes de alto valor potencial de
definir qual nosso objetivo, tista tem necessidade de compras), fica mais adequado.
seguir uma orientação es- Podemos, então, notar que, estrategicamente,
qual a nossa ambição, para tratégica. Qual seria a mais não existe diferença. E quanto aos pilares Processos,
assim, depois de definida, indicada: Ferramentas e Pessoas? Menos ainda, todos os
a) Excelência operacional conceitos podem e devem ser adotados, permitin-
escolher que estratégia adotar


b) Inovação em produtos do ao profissional liberal melhorar cada vez mais
para atingir este objetivo c) Intimidade com clientes sua eficiência e lucratividade.

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reflexão Fernando Guimarães

Relacionamentos comerciais
ainda dependem de QI?
A inteligência é necessária para uma boa estratégia, mas o velho vício do
“Quem Indica” ainda tem força nas resoluções

U
sar a inteligência é, com certeza, uma boa por algo que nem re-
estratégia para tudo na vida. Mas você, lei- motamente havia feito?
tor, sabe que eu não estou falando desse Sequer havia sido ne- Fernando Guimarães é diretor de criação da
Escala/Synapsys, além de consultor de marketing
tipo de QI. Estou falando em ter que conhecer al- gligente, pois confiara e comunicação e especialista em marketing de
guém na empresa para resolver um problema, ou no banco. Aí, deu-se a relacionamento. E-mail: fguimaraes@synapsys.com.br
seja, o tipo de atitude/postura que deveria ter aca- luz: o jurídico do ban-
bado na era das centrais de relacionamento. Mas co. E passou os três dias seguintes tentando conse-
que continua, infelizmente, muito viva. guir o telefone do jurídico do banco. A Central de
Um caso? Fresquinho? Saindo, então... Relacionamento, literalmente, recusou-se a dar,
No final de 2001, um amigo meu recebeu um te- transferindo-o de um lugar para o outro até a liga-
lefonema da central de atendimento do banco ção cair. Isso mais de uma vez. A gerente ficou de
onde tinha e tem conta, informando que ele não dar retorno. E não deu.
precisaria se preocupar se aparecesse cheques de- Estava nesse ponto quando seu sócio, que era
volvidos em seu extrato. É que talões de cheques amigo íntimo do presidente de uma das empresas
do meu amigo haviam sido roubados, mas o ban- ligadas ao banco, entrou no circuito. Poucas horas
co já havia tomado as providências necessárias e depois, alguém do jurídico do banco já estava fa-
ele não seria prejudicado em hipótese nenhuma. lando com meu amigo e providenciando tudo.
Nos meses seguintes, de fato, apareceram cheques Como se fosse uma ironia do destino, mal a con-
devolvidos. Alguns, até, de valor considerável. versa com o jurídico tinha acabado, toca o telefo-
Ficou nisso, porém. E, com o tempo, meu amigo ne e é alguém da central do banco. Esse alguém
tirou aqueles cheques roubados da cabeça. informa que, infelizmente, não podiam dar o do-
Algumas semanas atrás, porém, a mulher do cumento solicitado, “porque não haviam encon-
meu amigo ligou pra ele: “A polícia está aqui em trado nenhuma ocorrência em 2004”. Meu amigo
casa, querem entregar uma intimação. Disseram aproveitou para explodir: “claro que não encon-
que seu nome apareceu na investigação de um traram, pois o caso se deu em 2001. E que tipo de
golpe em Santa Catarina”. Golpe? Santa Catarina? organização é essa de vocês que me ligam para di-
Que história é essa? Meu amigo ficou atordoado, zer que não podem fazer nada por mim, quando
não conseguia sequer imaginar do que se tratava. acabo de falar com o jurídico de vocês, e eles es-
Aconselhado por outra amiga nossa, advogada, tão cuidando do meu caso? Quer dizer que, como
ele antecipou-se e, no dia seguinte, foi à delegacia, eu conheço o amigo do amigo do amigo do amigo
onde soube que corria um processo no interior de do presidente do banco, tudo bem. Se não conhe-
Santa Catarina, envolvendo um daqueles cheques cesse, ia pra cadeia?” E bateu o telefone.
roubados e já esquecidos. Imediatamente, meu Resumo da ópera: o caso foi resolvido. Mas na
amigo abriu uma “ocorrência” na central de rela- força bruta do Quem Indica. Sem traço qualquer
cionamento do banco, na qual pedia para receber de inteligência, portanto. O que aconteceria com
um documento isentando-o da data do “interroga- um cliente comum? Estaria às voltas com o proble-


tório”. Paralelamente, bus- ma. Em compensação, teria entrado com uma
cou advogados. ação de perdas e danos morais, até porque seria
Quer dizer que, como eu O primeiro com quem muito fácil comprovar sua inocência, o que custa-
conheço o amigo do amigo conversou pediu três mil ria milhões de reais para o banco. Mas esse valor
reais, para início de con- apenas se somaria às dezenas de milhões de reais
do amigo do amigo do versa. Meu amigo achou que o banco gasta com a central - para cuidar ape-
presidente do banco, tudo um absurdo, afinal, não ti- nas do óbvio.
nha feito nada. Até tinha Até a próxima. (E não deixe de visitar meu blog
bem. Se não conhecesse,


como pagar, mas se não ti- – http://blogclientesa.clientesa.com.br/marketing-
ia pra cadeia? vesse, iria para a cadeia derelacionamento)

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tendência ALIMENTOS

O crescimento alimentado pelo cliente


Em 2007, alguns fatores seguraram o crescimento da indústria alimentícia em magros 3,3%.
A aposta de crescimento e diferenciação passa, indispensavelmente, pela conquista
de clientes, que agora recebe atenção redobrada

O
crescimento da indústria de a transparência nos relacionamen-
alimentos e bebidas no Brasil tos. Nesse ponto, a internet torna-se
não foi o que se esperava em uma grande aliada para aproximar o
2007. Dados da entidade setorial, a consumidor da empresa”, avalia
Abia - Associação Brasileira das Fernanda Oruê, gerente de marketing
Indústrias da Alimentação, revelam da Sadia. Essa é uma das saídas da in-
que o setor fechou os nove primeiros dústria, enquanto não forem retirados
meses de 2007 com expansão de estes obstáculos mercantis à expansão.
3,3%, comparando o volume físico O mercado terá de se contentar com
produzido em relação ao ano ante- taxas reduzidas de produção e empre-
rior. Um número tímido. Para gos no Brasil.
Edmundo Klotz, presidente da ABIA,
os fatores que impactaram o setor fo- ESTRATÉGIA À VISTA
ram a desaceleração das exporta- Mas na estratégia de focar o cliente,
ções, as altas taxas de juros e a a disputa vai para a seara do relacio-
diminuição nas taxas de câmbio, que namento. Essa é uma das a­postas da
favoreceram as importações, além da Kraft Foods Brasil. Começa pelo res-
forte alta de matéria-prima. peito aos consumidores e a compre-
Entre as saídas das empresas está o ensão de suas necessidades. Sua
esforço para elevar a satisfação do principal estratégia continua sendo a
cliente e fazê-lo fiel, utilizando estraté- de disponibilizar canais de atendi-
gias diferenciadas. E a internet é uma mento (telefone, e-mail, carta) e pro-
das grandes apostas, pois vem mos- fissionais altamente qualificados para
trando ser um caminho eficiente para realizar o atendimento. “Procura­mos
construção e fidelização de marca (ver garantir aos consumidores agi­lidade e
box). “Duas das tendências qualidade no rela­­
mais observadas no setor são “Três fatores cionamento”, diz Va­nil­do
a experiência com a marca e impactaram Oli­veira, gerente de rela­cio­­
negativamente namento com o con­su­midor
o desempenho para América Latina.
do setor” Com base em um estudo
Edmundo Klotz, realizado em conjunto com
presidente da ABIA a consultoria Troiano para
analisar o poder e a influên-
cia da marca nos clientes, a
Nutrimental lançou produtos que se
adequassem às preferências dos clien- mias associadas pelo Brasil”. Outra
tes. “Acredito que a empresa tenha forma de estar próximo dos clientes é
que ser tão fiel ao cliente como ele à a “Corrida Nutry”, um circuito de rua
empresa. Como fazer isso? Tornando realizado nas principais capitais do
sua marca condizente à realidade do País, em parceria com lojas esporti-
seu público-alvo”, comenta Ronaldo vas, como a Centauro, e academias,
Pinto Flor, diretor executivo. A marca como a Companhia Athletica.
Nutry patrocina, já há mais de cinco Importadora de alimentos finos há
anos, atividades em academias de gi- 60 anos e fabricante de produtos com
nástica. “Temos mais de 300 acade- ingredientes premium, para a alta gas-

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tronomia, a La Pastina conta também miações como viagem e adegas clima-
com um portifólio de 400 rótulos de vi- tizadas. “Como resultado, conseguimos
nhos. O gerente de marketing da em- fidelizar mais de 7 mil clientes em todo
presa, Dante Marchione Neto, revela Brasil”. Neste ano, a novidade será o
que, em 2007, foram criadas campa- lançamento do site La Pastina, que dis- “Duas das
nhas motivacionais para o consumidor ponibilizará, além de informações so- tendências mais
final, uma prática nada usual para o bre a empresa, uma vasta lista de observadas
no setor é a
mercado de vinhos, oferecendo pre- receitas harmonizadas com os vinhos
experiência
da marca. Além disso, será inaugura- com a marca e a
do, também em 2008, o seu novo cen- este recurso, poderemos transparência nos
tro de distribuição, localizado no trabalhar o relaciona- relacionamentos”
bairro da Mooca, em São mento com o consu­ Fernanda Oruê,
Paulo, e que contará com midor de uma forma da Sadia
uma área de 16 mil m2 e 10 mais abrangente”, ex-
mil m2 de construção. plica Costa.
Por trás de marcas como O grupo M. Dias Branco, líder na
Itaipava e Crystal, a Cervejaria América Latina na fabricação de mas-
Petrópolis trabalha para ofere- sas e biscoitos, inovou com o Sistema
cer produtos e serviços de qua- de Vendas a Negociar. O SVN é um
lidade aos pontos de venda e canal de vendas fracionadas que colo-
ao consumidor final. “Para os ca à disposição dos comerciantes todo
distribuidores, investimos em o portifólio das marcas do grupo, com
equipamentos de refrigeração, a diferença do estabelecimento ter a
mobiliário, acessórios para me- opção de comprar alguns itens e não
lhorar a exposição de nossos somente a caixa fechada. Foi montada
produtos, entre outras ações. Já uma equipe interna, focada em dar su-
em relação ao consumidor final, a fi- porte a esses comerciantes e, com o
delização é gradual e composta por objetivo de trazer mais rapidez, os ven-
um mix de ações de propaganda e pro- dedores trabalham com motos. “As
moção das nossas marcas, desenvolvi- vendas serão feitas para estabeleci-
mentos de novos produtos e versões mentos que antes não eram visitados
diferenciadas das linhas já existentes”, por nossos vendedores, como algumas
conta Douglas Costa, gerente de mar- padarias, pequenos varejos e lojas de
keting da empresa. Além disso, a em- conveniência”, conta Maria­no Luciani,
presa está em pleno processo de diretor co­mer­cial da Adria, uma das
melhoria por meio da implantação da marcas do grupo, que também inovou
ferramenta de CRM da Plusoft. “Com ao lançar o biscoito Plugados, uma es-

O QUE AS EMPRESAS FAZEM Consumo consciente


Nutrimental – Adotou o programa “Em midores um produto final dentro dos pa- preservar o meio ambiente, através do
dia com o Planeta – carbono neutro”, da Ma- drões das normas ambientais” - Douglas, aproveitamento de recursos naturais,
xAmbiental. Com isso torna-se a primeira gerente de marketing. como o uso da energia eólica para res-
empresa alimentícia brasileira a utilizar-se friar e climatizar as adegas, além de uma
do selo “Carbono neutro” em todos produ- AmBev – Criou o Programa Reciclagem micro-estação de tratamento de água
tos e peças promocionais da linha Nutry. Solidária, em 2002, desenvolvido em par- que visa reutilizar e, por conseqüência,
ceria com ONGs, com o objetivo de ampliar poupar os recursos hídricos.
Adria – Está atenta às tendências de o trabalho de reciclagem. Além de contri-
mercado e, sempre que possível, trazen- buir para a preservação do meio ambiente, Sadia – Entre os inúmeros projetos sus-
do inovações que possam minimizar o o programa tem como objetivos: auxiliar tentáveis da empresa, destaca-se o Pro-
impacto ambiental. cooperativas em sua organização, busca grama 3S, que tem a finalidade principal
por produtividade, renda, inclusão social e de envolver os produtores integrados de
Cervejaria Petrópolis – “Dentro melhoria da qualidade de vida dos traba- suínos da Sadia na redução das emissões
do nosso compromisso com o meio am- lhadores envolvidos. de gases do efeito estufa e na comercia-
biente, temos uma série de ações que lização de créditos de carbono, usando o
estão ligadas inclusive ao processo pro- La Pastina – O centro de distribuição Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
dutivo, que visa levar aos nossos consu- possui uma infra-estrutura voltada para (MDL), previsto no Protocolo de Kyoto.

Fonte: dados fornecidos pelas empresas.

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tendência ALIMENTOS

cado, utilizando técnicas e metodolo- de atendimento são utilizados para


gias que considera de vanguarda em diversas ações, como lançamento de
parceria com institutos de pesquisa. hot sites de produtos, promoções on-
“Com isso, a empresa consegue ter um line e, sobretudo, para entender as
excelente mapeamento de tendências necessidades dos consumidores.
que nos ajuda a identificar as necessi- A Unilever tem utilizado uma tática
dades dos nossos consumidores”, afir- que tende a se tornar vital: está rastrean-
ma Oruê. A Adria segue o modelo, do blogs e sites de relacionamento – ca-
inclusive em outros países. Estar diaria- nais onde normalmente os clientes
mente atento ao que o cliente diz é expressam suas opiniões – para acom-
uma das estratégias utilizadas panhar mais de perto quais seus an-
“Acredito que a pela Nutrimental. “Também seios, sugestões e críticas. “Geralmente,
empresa tenha fazemos uso das pesquisas de estas informações não chegam pelos
que ser tão fiel mercado para atender o clien- canais clássicos de comunicação: tele-
ao cliente como te da melhor forma possível”, fone, carta ou e-mail, porém, são muito
ele à empresa. conta Ronaldo. Para se ter importantes para mensurar nosso traba-
Como fazer isso? uma visão da evolução do se- lho”, afirma Betania Gattai, gerente de
Tornando sua tor em que atua, a La Pastina serviço de atendimento ao consumidor.
marca condizente
tratégia para aproximar a tem a preocupação de desen- Gattai acredita que o call center seja o
à realidade do seu
nova geração de pré-ado- público-alvo” volver pesquisa de mercado grande alicerce da empresa, um captu-
lescentes (a geração digi- qualitativa e quantitativa. rador de informações. Segundo a exe-
Ronaldo Pinto Flor,
tal ou os twins), desde a da Nutrimental “Além disso, fazemos cons- cutiva, para uma empresa moderna,
utilização da embalagem tantes viagens internacionais não basta gozar de ótimos resultados
com a linguagem de inter- buscando tendências de mer- econômicos, ter bons produtos e de-
net até as estampas em formas de cado e parcerias com grandes empre- monstrar alta produtividade, se não dis-
emoticons (carinhas usadas pelos sas de consumo em todo o mundo”, puser dos mesmos recursos competitivos
jovens para expor sentimentos nas conta Marchione. para seu call center. “A tecnologia evo-
conversas virtuais). Mas o SAC é outra importante fon- lui rápido e quem detiver informações
te de informações que facilitam na privilegiadas (como as que são obtidas
OUVIR E ENTENDER melhoria do atendimento. Segundo no call center) estará na frente. Através
Para entender o que o consumidor Valdely Dantas, coordenadora do destas informações, é possível identifi-
busca, as empresas lançam mão de es- SAC da Cervejaria Petrópolis, as in- car necessidades e aspirações dos nos-
tratégias como pesquisas de mercado. formações são coletadas por diversos sos consumidores. A grande alavanca
A Sadia tem como prática um progra- tipos de ferramenta de pesquisa, in- do desenvolvimento do call center, no
ma de monitoramento do consumidor clusive em sua base de dados gerada entanto, vem ao lado de outras áreas da
realizado a partir de pesquisas de mer- pelo SAC. No caso da Kraft, os canais empresa, como o marketing, vendas,

O QUE AS EMPRESAS FAZEM Capacitação profissional


Nutrimental – A cada lançamento mente incremento de qualidade tanto te, materiais promocionais esclarecedores
de produto, há um treinamento realiza- de produtos quanto do atendimento. como folhetos “Take One” facilitando o tra-
do pelo gerente de produto, com orien- balho das equipes externas.
tação do departamento de RH. Já os Cervejaria Petrópolis – “É preciso in-
profissionais do atendimento são todos vestir pesado em formação de pessoas para Sadia – A equipe de atendimento ao
da área de Nutrição. prestar um atendimento eficiente e rápido consumidor participa constantemente
ao consumidor. Investimos constantemen- de treinamentos externos. Também são
Kraft – A área de atendimento ao te em treinamentos para a equipe do SAC promovidos internamente programas
consumidor tem apostado em cons- a fim de aprimorar a qualidade dos serviços de atualização técnica da equipe, na
tantes reciclagens, garantindo mais prestados” - Dantas, gerente de SAC. qual há troca de experiências e discus-
conhecimento sobre os produtos fabri- sões de casos.
cados e sobre temas abrangentes que La Pastina – Além da equipe de sommelier
influenciam diretamente na opinião do que treina, semanalmente, todos os colabo- Unilever – Os treinamentos são dividi-
consumidor a respeito de alimentos e radores que estão em contato com o consu- dos por temas técnicos e comportamen-
seus ingredientes. midor final, informando sobre lançamentos tais e são sempre presenciais, formados
e esclarecendo dúvidas sobre a linha atual por pequenos grupos. É por meio dos
Adria – Treinamentos são realizados dos produtos La Pastina, o depto. de marke- treinamentos que torna-se possível men-
freqüentemente e visando principal- ting desenvolve e implementa, mensalmen- surar os pontos fortes e fracos dos times.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas.

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Empresas Canais de contato Call center Ouvidoria Programas de
fidelização
NUTRIMENTAL Produto, pontos de venda, O call center é para uso Realizam diversas ações
site, telefone. receptivo dos clientes. promocionais relacionadas
aos produtos, como envio
de brindes, por exemplo.
KRAFT Telefone, e-mail e carta. Trabalha com um parceiro A ouvidoria da Kraft é a própria Trabalha com ações de
estratégico de call center, área de atendimento ao e-mail mkt, mala direta e
responsável por buscar as consumidor, que conta com pesquisas de satisfação que
melhores práticas de profissionais qualificados para visam mais aproximação
treinamento do mercado e avaliar a demanda dos com seus consumidores.
garantir a eficácia desejada. consumidores e direcionar
internamente suas solicitações.
AMBEV Telefone (SAC Antarctica
0800-7250003, SAC Brahma
0800-7250001, SAC Skol
0800-7250002, SAC Gatorade
0800-7250005, SAC Pepsi
0800-7250004 e SAC Stella
Artois 0800-7250013) e
Internet, com a página de cada
produto, além do institucional
AmBev (www.ambev.com.br ).
PETRÓPOLIS Telefone, e-mail e carta. Uma importante fonte para Ações de propaganda e
coletar informações relevantes promoção das marcas,
sobre os clientes e potenciais desenvolvimentos de novos
consumidores, visando ganhar produtos e versões
mercado, transformando elogios diferenciadas das linhas
e reclamações em ponto de já existentes.
partida para formatação de
processos, serviços e produtos.
ADRIA Telefone, e-mail e carta. Utilizam sugestões e dicas O biscoito Plugados vem com
dos consumidores para uma figurinha auto-adesiva
aprimorar os serviços. que, além de ser colecionável,
tem uma senha exclusiva que
possibilita ao consumidor
entrar no site www.plugados.
com.br e ganhar pontos que
podem ser gastos em troca
de espaços personalizados,
personagens e participações
em promoções.
LA PASTINA O telefone ainda continua O mais importante nesse tipo É por meio do SAC que se
sendo o meio mais rápido de comunicação é manter o tem um feedback real dos
e eficiente no mercado “data base” muito bem clientes, e é a partir das
brasileiro, mas hoje a internet atualizado, para que seja informações recebidas que se
ganhou importância. possível efetuar campanhas pode aprimorar o trabalho.
imediatas tanto passivas
quanto ativas.
SADIA Os principais canais de O call center é um canal de
comunicação são a internet e entrada para oportunidade
o telefone. Em seguida vem estratégica e gerador de
a carta, que tem apresentado informações para inovação.
queda significativa ao longo Os relatórios gerados no call
dos anos. Fax e chat quase center são distribuídos para
não são utilizados. toda a empresa e utilizados
no planejamento estratégico.
UNILEVER O principal canal ainda é o O call center é o grande
telefone, seguido pelos alicerce da empresa e
e-mails. O consumidor precisa dispor de excelentes
interessado em receitas recursos competitivos.
utiliza a carta.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas.

desenvolvimento de produtos, entre ou- ingredientes e composição dos produ- grande atrativo do público “teen”, mas
tros”, explica Gattai. tos que consome. Por isso, uma das para oferecer ao mercado o primeiro
preocupações da Sadia é a transparên- biscoito recheado no Brasil livre de
COM OLHO NA SAÚDE cia em todo o seu processo produtivo, gordura trans, rico em vitaminas e cál-
Na identificação das oportunidades desde a criação do animal no campo cio, satisfazendo uma necessidade do
de mercado, a preocupação com saú- até a produção final do produto, levan- consumidor por produtos menos gor-
de e estética tem mudado o hábito de do em conta não só a qualidade do durosos e mais nutritivos.
consumidores na busca de alimentos e processo, mas também a composição Seguindo a tendência, a Nutrimental,
bebidas mais saudáveis. “Nossos con- de ingredientes”, conta Oruê, da Sadia. desde sua fundação, em 1968, man-
sumidores estão cada vez mais exigen- De olho nessa tendência, a Adria for- tém o compromisso de investir na pes-
tes e preocupados com a origem dos mulou o Plugados não só para ser um quisa e no desenvolvimento de

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tendência ALIMENTOS

tecnologias para desenvolver produ- CRESCIMENTO COM FUSÕES


tos destinados principalmente para o As fusões e aquisições, que se
público que pratica esportes e tem tornaram uma rotina na indústria
uma alimentação balanceada, como alimentícia nos últimos anos, tam-
é o caso das barras de cereais Nutry. bém têm modificado a postura do
Entre as empresas de bebida, a AmBev cliente perante a empresa. Essa ten-
apóia a questão do consumo respon- dência beneficia na medida em que
sável de bebidas alcoólicas. A empre- permite o aumento da distribuição,
sa é pioneira no assunto, com a amplia a diversidade de produtos e
criação do Programa AmBev de colabora para a manuten-
Consumo Res­pon­sável, em 2001, “Empresa inovou ção da qualidade. “Essas
norteado pelas premissas da com uma prática uniões permitem manter
Organização Mundial da Saúde nada usual para os clientes atuais e con-
(OMS), e que possui dois pilares: o mercado de quistar novos clientes e
conscientizar a população sobre os vinhos: campanhas mercados”, diz Marchione,
motivacionais para
riscos de beber e dirigir e estimular o da La Pastina.
o consumidor final”
cumprimento da lei que proíbe a ven- sumidor e aos diferentes per- “Uma fusão ou aquisição
Dante Marchione
da de bebidas alcoólicas a menores. fis de consumo que surgem Neto, da La Pastina
pode representar, econo-
Apesar do consumo de vinhos no dia após dia”. Douglas, da micamente, um ganho de
Brasil, segundo Marchione, da La Cervejaria Petrópolis, con- força para investir nas rela-
Pastina, estar ainda bem abaixo do corda. “Estamos cientes de que hoje os ções com os clientes e sua fideliza-
mercado europeu (na Europa são con- consumidores estão preocupados não ção”, diz Ronaldo, da Nutrimental.
sumidos aproximadamente 45 litros de somente com preços e prazos, mas Exemplo disso é o Grupo M. Dias
vinho por habitante/ano, enquanto principalmente com qualidade, conve- Branco, que adquiriu a Adria
que, no Brasil, são consumidos apenas niência, informação, ética e responsa- Alimentos do Brasil em setembro de
2 litros), o mercado brasileiro demons- bilidade social. Estamos em constante 2003. O Grupo, que já conta com
tra tendência de crescimento. “O con- evolução para acompanharmos esta um portifólio diversificado, compos-
sumidor brasileiro já está mais seletivo tendência, nos preparando para supe- to por marcas como Basilar, Isabela,
e com mais conhecimento sobre vi- rar as expectativas dos nossos consu- Zabet, Richester e Fortaleza, se viu
nhos, refletindo a evolução no seu pa- midores, que buscam cada vez mais ainda mais fortalecido com a nova
ladar, passando a consumir mais seus direitos por estarem mais cons- aquisição. Vanildo, da Kraft, tam-
vinhos secos (finos) do que vinhos sua- cientes dos seus hábitos de consumo”. bém acredita que o anúncio de fu-
ves (mais doces)”, diz Marchione. Marchione, da La Pastina, comple- sões e/ou aquisições pode trazer ao
Para Vanildo, da Kraft, o ano de menta. “O consumidor brasileiro sem- consumidor mais confiança e credi-
2007 consolidou a tendência, já obser- pre esteve disposto a experimentar bilidade das marcas envolvidas, re-
vada, do consumidor consciente que novos produtos, porém, qualidade e forçando o compromisso de oferecer
luta pelos seus direitos. “Precisamos preços competitivos continuam sendo aos consumidores produtos e servi-
estar atentos às transformações do con- os principais fatores de aproximação”. ços com mais qualidade.

O QUE AS EMPRESAS FAZEM Internet


Nutrimental – O site da Nutry con- Adria – Utilizam a internet para oferecer canal de contato com o consumidor fi-
ta com a Comunidade Nutry, em que um serviço agregado dos produtos aos nal/cliente, disponibilizando informa-
os clientes trocam informações sobre clientes, com divulgação de receitas e pro- ções como receitas harmonizadas (vinho
saúde, participam de chats, enquetes e vendo diversão e entretenimento para o c/ alimentos) e valores nutricionais.
discussões. Há também a loja virtual da usuário/ consumidor.
Nutry onde o cliente tem acesso a todos Sadia – O site possui alguns diferenciais
os produtos. O “Nutrycionista” é um hot Cervejaria Petrópolis – “Um dos di- que permitem que o consumidor intera-
site que aborda temas ligados à orienta- ferenciais que possuímos é a hospedagem ja com a empresa como, por exemplo,
ção nutricional. dos e-mails vindos dos sites diretamente a experiência culinária. Além disso, dis-
em nossa Central de Atendimento. Ou seja, ponibiliza um canal exclusivo para que
Kraft – “A tendência aponta cada vez não vai para uma agência terceirizada para o consumidor entre em contato direta-
mais para o uso da internet como o princi- que os e-mails sejam respondidos” - Dan- mente com o serviço de atendimento
pal canal de relacionamento. A Kraft conta tas.
com sites de suas principais marcas, ofere- Unilever – “Ao longo dos últimos anos a
cendo informações, conteúdos e entrete- La Pastina – O novo site será lançado no internet se tornou um canal importante no
nimento aos consumidores” - Vanildo. final de Janeiro de 2008 e será o principal relacionamento cliente/empresa” - Gattai.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas.

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especial HIGH TECH

Convergência
estratégica
em business
Fornecedores de tecnologia e prestadores
de serviços (inclusive internos) se adaptam
à necessidade de agilidade e gestão das
corporações, tornando-as mais competitivas

2
A área de TI precisa, cada vez 007 foi um ano de impor- damental para melhoria de processos
tantes transformações na e para disponibilizar dados a todas as
mais, convergiar para o negócio, área tecnológica, com a in- áreas das empresas, como vendas,
tegração da TI ao business. marketing, RH, finanças, entre ou-
concentrando as ferramentas E a previsão para 2008 é tros, com o intuito de agilizar deci-
ao processo de gestão, o que que as tecnologias inovadoras conti- sões em todas as frentes empresariais
nuarão evoluindo mercados, aposta (atendimento ao cliente, mudança de
tem levado grandes corporações o vice-presidente de consultoria processos produtivos, definição de
para a América Latina da IDC, produtos, distribuição, etc) e tornar a
globais a aumentar a competição Ricardo Villate. De acordo com o corporação mais competitiva e lucra-
entre os fornecedores e a mapear executivo, os investimentos das em- tiva. É a convergência de dados inva-
presas em tecnologia da informação dindo a área corporativa e facilitando
oportunidades de negócios – e na América Latina deverão bater R$ a gestão e tomada de decisões.
48,6 bilhões este ano, o que signifi-
até garantir a sobrevivência. ca crescimento de 12,6% em rela- Convergência a favor
Mais que uma exigência de ção a 2007. Algumas das grandes do negócio
apostas são a oferta de software Pela importância estratégica que a
mercado, trata-se da busca por como serviço, o surgimento da vir- gestão das informações ganha dentro
tualização 2.0, os novos desafios das empresas, quem corre atrás do
diferencial competitivo por para o mercado de offshore e, em mercado é exatamente Bill Gates,
quem compra e por quem presta especial, a convergência, que inte- chefe de arquitetura de software e
rage as ferramentas utilizadas pelas chairman da Microsoft Corp, ao lado
serviço. Nesta radiografia, é empresas para otimizar seus negó- de Jeff Raikes, presidente da divisão
possível mapear quem está cios e gerar os lucros esperados. de negócios da Microsoft, que anun-
Assim, a integração de soluções ciaram o lançamento global do sof-
(realmente) fazendo a diferença como CRM, BI ou ERP torna-se fun- tware para comunicação unificada

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da Micro­soft. O anúncio faz parte da
estratégia da companhia em oferecer
soluções para otimização das comu-
nicações no trabalho e redução de
custos com VoIP corporativo pela
metade. Um dos lançamentos é o
Microsoft Office Commu­nications
Server 2007, um software que realiza
ligações VoIP, vídeo, mensagens ins-
tantâneas, conferências, incorporado
no Microsoft Office. Ele terá o refor-
ço de futuras versões do Microsoft
Dynamics ERP e Microsoft Dynamics
CRM, cujos lançamentos devem
ocorrer até o final de junho de 2008.
Na próxima década, inovações
tecnológicas guiadas pelo poder do
software vão transformar as co­mu­
nicações, acredita Gates. “Graças
ao trabalho com parceiros, realiza-
mos rápidos progressos que nos per-
mitirão avanços na forma como as
pessoas se comunicam e colaboram
entre si no trabalho”, aposta.
Segundo Alessandro Belgamo, ge-
rente de produto e soluções Office
da Microsoft Brasil, já foram realiza-
dos alguns projetos pilotos com em-
presas brasileiras. Dentre elas, estão
Indiana Seguros, Itaú BBA, NET e
Votorantim. “O software para co-
BUSINESS IP realidade cada vez mais presente municações unificadas vai redefinir
a maneira que as organizações se
Juliano Menegazzo, da Siemens – “O maneira híbrida, operando via IP para
crescimento do mercado de telefonia melhor acomodar a transição de nossos
comunicam e colaboram, assim
IP fez com que a empresa começasse a clientes para um cenário convergente. como o e-mail fez nos anos 90.
produção local de telefones IP, aumen- O IP veio para promover infra-estrutura Agora, a Microsoft está no mercado
tando nossa competitividade e tornan- mais simples, flexível e barata”. de VoIP e nossos clientes e parceiros
do a tecnologia acessível para mais em- serão beneficiados com economias
presas. Um dos principais objetivos da Thiago Siqueira, da Avaya – “Em todo o
fabricação local é promover o aumento mundo, mais de um milhão de empresas,
significativas e novas oportunidades
da curva de adoção dos terminais IP dentre elas, mais de 90% das que com- de negócios”, aposta Raikes.
no Brasil e América Latina. A fábrica de põem o ranking FORTUNE 500®, utilizam Depois da estratégica aliança mun-
Curitiba será a primeira planta fabril, as soluções da Avaya para Telefonia IP e dial da Nortel com a Microsoft, ini-
fora da Alemanha, a produzir telefones Comunicações Integradas aos Processos ciou-se o desenvolvimento de uma
IP. Em 2005, fornecemos a maior rede de Negócios”.
de telefonia IP da América Latina para série de produtos pela Nortel para
a General Motors do Brasil com mais de Rodrigo Uchoa, da Cisco – “A conver- complementar a oferta do portfolio
quatro mil ramais IP”. gência está sendo realizada em cima de Microsoft. “Podemos men­cionar nos-
tecnologias IP. Nossas soluções passaram sa ferramenta de SIP Meet-me confe-
A Nortel seguiu a linha e desenvolveu por um aperfeiçoamento para suportar rencing, totalmente desenvolvida
novos terminais IP com clients do Micro- cada vez mais a convergência”.
soft OCS para o usuário navegar no OCS para integrar-se ao ambiente
client diretamente no telefone e usufruir Eduardo Monteiro, diretor do Grupo Microsoft e oferecer serviços de con-
de suas funcionalidades, incluindo pre- de Negócios Enterprise no Brasil – “Atu- ferência na modalidade meet-me,
sença, sem a necessidade de interação amos nesse segmento desde o início vis- com voz e vídeo. Para complementar
com o desktop. lumbrando a total integração das soluções a oferta, desenvolvemos uma equipe
por meio da tecnologia IP. Convergência
Alessandro Damásio, da Aspect – “To- para nós é um ambiente totalmente IP de
de serviços totalmente voltada para
dos nossos produtos hoje atuam de dados, seja cabeado ou sem fio”. as integrações entre o portfolio
Nortel, Microsoft e os demais aplica-

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BUSINESS Desafios da convergência em tecnologia
Alessandro Damásio, da Aspect –“Não se tos é ameaça à consolidação desse processo. telecom como um centro de custo, quando
implementa uma solução porque ela é mais O Brasil dispõe de inteligência e qualidade deveriam considerar-la como um centro
bonita, ou por estar na moda. Não enten- por parte de suas empresas de software, que gerador de receita que permite também
der esse conceito corretamente ou ignorar dependem de um parque tecnológico de o estreitamento de relacionamento com
os princípios básicos de funcionamento da equipamentos avançados e eficientes para clientes, gerando novos negócios, cons-
central convergente significa colocar em que seus clientes possam dispor de soluções tituindo uma das grandes oportunidades
risco o básico: atender bem seu cliente”. de forma completa”. para as empresas”.

Válber Mendes, da Dígitro – “Hoje, o Daniel Brochado, da Nortel – “As empresas Erik Mazzei, da G4 Solutions – “Com
grande diferencial é entender verdadei- de tecnologia devem sempre enxergar para tanta tecnologia envolvida, é fato que
ramente a necessidade e oferecer exata- esta nova realidade sob o ponto de vista de sua implementação se torna mais com-
mente o que o cliente precisa. Oferecer solução multi-vendor. O conceito de SOA plexa. Entretanto, nada como o tempo
soluções significa prestar consultoria salienta esta necessidade, através da imple- para trazer maturidade às empresas. Res-
e disponibilizar produtos e serviços na mentação de soluções complementares às salto apenas a importância da comuni-
medida exata. Apesar da convergência tecnologias já existentes. Já não existe mais cação entre os fornecedores, bem como
tecnológica já ser uma realidade imple- espaço para as empresas que acreditam o empenho dos mesmos objetivando o
mentada em diversas empresas, sugeri- que a melhor solução é substituir toda a cliente em comum. Vejo estes como fa-
mos cautela com ‘soluções milagrosas’ tecnologia existente no cliente pela sua tec- tores pelos quais os envolvidos devem
que oferecem tecnologias que ainda nologia fechada e proprietária. Através da estar atentos”.
não estão validadas pela Anatel”. complementação de funcionalidades em
ambiente multi-vendor, devemos ter o foco Rodrigo Uchoa, da Cisco – “Na maioria das
Juliano Menegazzo, da Siemens – “Ou- na melhoria de algo existente que o cliente grandes empresas, existe uma disputada po-
tro fator relevante é a própria infra-estru- já utiliza, e não tentar reinventar aquilo que lítica interna para ver quem assume o contro-
tura de rede, que deve estar preparada o cliente já conhece e já investiu”. le dentro de uma estrutura integrada. E isso
para receber novas aplicações como voz, é um inibidor de uma implementação para
vídeo, fax, instant messaging, etc. Ela Franciso Chang, da Oracle – “A resistên- uma estratégia de convergência”.
deve ser o primeiro ponto de atenção em cia e o descrédito das pessoas em adotar
qualquer cliente, independente da tec- novas tecnologias e a euforia de que to- Anna Zappa, da Plusoft – “Quanto mais
nologia a ser utilizada, e deve oferecer a dos os problemas serão resolvidos com a os provedores de tecnologia se fecharem
qualidade de serviço e a disponibilidade chegada da convergência, são fatores que em torno de ferramentas pouco amigáveis,
adequada a cada uma das aplicações”. podem atrapalhar essa evolução”. forçando a aquisição de um único pacote
ou suite tecnológica que não “conversa”
Estanislau Balzan, da WK Sistemas – “A Thiago Siqueira, da Avaya – “Muitas em- com aplicação de outros fornecedores,
inviabilização da aquisição de equipamen- presas ainda enxergam a infra-estrutura de mais estarão dificultando a convergência,
HIGH TECH

tivos disponíveis no ambiente do Operações de Rede) da volvimento de serviços TIC


cliente. Desenvolvemos também Siemens, inaugurado em se- “Todos os nossos (Tecnologia da Informação
produtos hoje
nossa aliança com a IBM na qual uti- tembro de 2004. “A cons- e Comunicação)”, diz Ju-
atuam de maneira
lizamos nossa solução de PABX SIP trução deste centro no Brasil híbrida, operando liano Menegazzo, consultor
para se comunicar ao ambiente Lotus fortaleceu a posição do país via IP ou pelo de tecnologia da empresa.
e propor a mesma funcionalidade de como plataforma de desen- tradicional TDM para Recentemente a Genesys
UC aos clientes IBM”, conta o geren- melhor acomodar a criou o cargo de CSO
te de engenharia de sistemas, Daniel transição de nossos (Customer Service Officer)
Brochado. Sérgio Fortuna, da IBM, clientes para um com o objetivo de transfor-
acrescenta ainda que a empresa cenário convergente” mar todos os produtos e ser-
criou, há oito anos, uma área focada Alessandro Damasio, viços em uma oferta
em gestão de integração de informa- gerente geral da alinhada ao conceito de
Aspect Software Brasil
ções, com a preocupação em ofere- customer first, de ponta a
cer produtos que possam ser ponta. “Nossa visão está to-
integrados aos que a empresa já utili- talmente focada em aproveitar a con-
za. “Criamos soluções que possam vergência e trazer mais valor ao
especial

ser inseridas nos projetos já imple- cliente”, afirma o diretor de tecnolo-


mentados pelas empresas, sem inter- gia da empresa, Eric Lieb.
ferir nos investimentos realizados”. A Oracle, primeira empresa de sof-
Investimentos em ferramentas de tware a desenvolver e distribuir ao
gestão têm sido constantes para am- mercado corporativo soluções de TI
pliar a oferta de serviços gerenciados 100% habilitadas para internet, se-
por meio do NOC (Centro de gundo o diretor de alianças e canais,

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Francisco Chang, também oferece
soluções de e-business completas e
integradas que incluem CRM, aplica-
e , assim, prejudicando seus clientes e os
clientes de seus clientes”. tivos ERP, aplicativos de colaboração
e plataforma tecnológica (soluções
Sylvio de Souza Filho, da SOF – “Impos- de banco de dados, servidor de apli-
sibilidade financeira, retenção de custos, cativos e ambiente de desenvolvi-
tempo de implementação das soluções mento). A novidade foi a
tecnológicas ou até mesmo divergências
internas com a matriz, em casos de filiais integração entre o Oracle “Oferecemos
estrangeiras, são alguns dos obstáculos PeopleSoft Enterprise Cus­ soluções que
que precisam ser superados”. tomer Relationship Mana­ possam ser
gement (CRM) 9 e o Oracle integradas a todo
Jayme Rezende, da ABC71 – “Uma das Customer Hub, com base o ambiente de um
dificuldades pode ser a transmissão de
dados em alta velocidade. Até o mo- no Oracle Fusion Midd­ contact center,
mento foram anunciados grandes in- leware. Com a integração, aproveitando a
vestimentos na área, mas esse continua os usuários do PeopleSoft infra-estrutura A empresa possui diversos
sendo um fator crítico de sucesso”. Enterprise CRM aproveita- tecnológica cases de sucesso nessa área,
rão os recursos de MDM pré-existente”
espalhados pelo mundo. É o
Tim Cardoso, da EDS – “A médio e lon- Elaine Ferreira,
go prazo, se a idéia da convergência (Master Data Management) caso da Whirpool, por
presidente para a América
não for comprada por todas as camadas nas funcionalidades de ge- Latina da Altitude exemplo, uma das maiores
executivas e operacionais das organiza- renciamento da qualidade empresas de eletrodomésti-
ções, pode-se obter elevados níveis de dos dados, enriquecimento cos do mundo. A empresa
frustração em relação à iniciativa e aos de dados e domínio dos clientes. já utiliza a tecnologia de telefonia IP
seus objetivos”.
Dessa forma, os clientes beneficiam- e contact center da Avaya, e passa a
Valdir Pandolfi, da Next Generation/Ul- se com a total integração dos dados, utizar as soluções de comunicações
timus – “Não vejo possibilidade das em- que mantém mudanças incrementais integradas aos processos de negó-
presas voltarem atrás, pois é uma ‘onda’ nos registros do PeopleSoft Enterprise cios, o CEBP, em que o cliente pode
que o mercado esta ‘surfando’. Segundo o CRM sincronizados, em tempo real, mapear os pontos críticos da empre-
Gartner, o mercado de BPMS estará entre
os de crescimento mais rápido ate 2011, com o Oracle Customer Hub. sa (ex: gerenciamento de estoque, li-
apresentando uma taxa de expansão A Avaya também desenvolve todos nha de produção), e o sistema
anual de 24% entre 2006 e 2011”. os seus produtos de modo a serem monitora e avisa o usuário, automati-
destinados ao modelo convergente. camente, pelo dispositivo escolhido

RADIOGRAFIA O diferencial competitivo agregado ao business


EMPRESA FUNDAÇÃO NACIONALIDADE FOCO EMPRESARIAL PRINCIPAL LINHA SERVIÇOS OFERTADOS
DE PRODUTOS
ABC71 1971 Brasileira Comercialização de Sistema Omega, controla Oferta produtos - solução
sistemas de gestão e gerencia os processos Omega - e consultoria de
empresarial (ERP). empresariais (comercial, implementação de sistemas
financeiro, materiais, fiscal, de gestão empresarial.
logística, industrial,
qualidade e gerencial).
ALCATEL-LUCENT No Brasil, em 1992. Franco-americana Soluções de comunicações PABX-IP (solução híbrida Design de soluções,
BRASIL de voz e dados para analógica, digital e IP), integração, consultoria,
empresas e governo. telefones IP (cabeados e desenvolvimento, serviços
wireless), switches de LAN/ e pós-vendas.
WLAN, roteadores, soluções
de auto-atendimento e
call center, gerenciamento
de redes, além de soluções
de segurança.
ALTITUDE No Brasil, em em maio Portuguesa Soluções independentes A solução Altitude uCI é o Além do produto, presta
de 1998. de softwares para principal módulo e gerencia serviços de desenvolvimento
centrais de atendimento os diversos pontos de de novas funcionalidades,
e relacionamento. contato com o cliente através integração com sistemas de
com cliente de distintos canais de terceiros, pré-vendas, suporte
contato, como URA, técnico e pós-vendas.
discagem automática,
roteamento de chamadas,
VoIP colaboração via web e
gerenciamento de e-mails.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas.

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suas soluções promovem diferen-
ciais de produtividade, estabilidade
e gerenciamento. “Em todas as li-
nhas de produto temos pontos rele-
vantes como os nossos
“As empresas estão discadores preditivos, que “A Avaya está
criando ‘Escritórios possuem os melhores al- buscando focar no
de Processos’ com o goritmos de discagem do desenvolvimento
objetivo de redefinir mercado, promovendo me­ de novas aplicações
(seja IM, celular, e-mail, seus processos lhores resultados ou ainda das as funções do convergentes,
etc). As atividades são mo- de negócios e a linha de produtos de oti- sistema através de uma vez que a
nitoradas e automatizadas, automatizá-los” mização de performance, uma interface úni- infra-estrutura
fazendo com que os pro- Valdir Pandolfi, diretor focada em obtenção de ca. Estamos desen- está cada dia mais
cessos, inicialmente para- comercial da Next melhores resultados sobre volvendo a integração commoditizada”
Generation/Ultimus
dos, esperando uma ação legado existente”. Mas o com os sistemas lega- Thiago Siqueira,
humana, integrem-se com executivo admite que, dos, com o propósi- gerente de pré-vendas
da Avaya Brasil
as aplicações de negócios com rapi- quando utilizadas em conjunto, o to de unificar as
dez, para a tomada de decisões. resultado passa a ser ainda mais po- bases de dados,
Assim como a Avaya, a Cisco tam- sitivo. O diretor operacional da convergindo informações sobre os
bém desenha suas soluções de for- ddCom, Roberto Dechiare Junior, atendimentos monitorados”.
ma que atendam a realidade da está de acordo quando diz que, Para atender a essa nova realida-
convergência. “Temos hoje toda a com as soluções integradas, a cor- de, a Dígitro tem investido na ex-
infra-estrutura necessária para su- poração ganha um diferencial com- pansão tecnológica, criando
portar a estratégia de convergências petitivo muito importante. “Através solu­ções preparadas para o conceito
das empresas”, confirma Rodrigo da captura de informações em dife- de convergência de voz, dados e ví-
Uchoa, diretor de desenvolvimento rentes fontes, o sistema centraliza o deo, atuando diretamente no merca-
de novos negócios. acesso a estes dados em uma inter- do de telefonia fixa, móvel e IP.
Neste cenário, a Altitude busca face única, permitindo maior rapi- “Acredito que as empresas estão
oferecer soluções que possam ser dez e acertividade nas decisões abrindo as portas de suas áreas de TI
integradas a todo o ambiente de um empresariais. Na platafor- para uma reestruturação
contact center, aproveitando a infra- ma IMPACT 360, a conver- “Todas as nossas tecnológica, pensando em
estrutura tecnológica pré-existente. gência de dados permite soluções são otimização operacional e
“Em nosso mercado, a convergência aos usuários acessarem to- desenhadas para redução de custos, e esta
HIGH TECH

em torno do relacionamento com o atender a realidade reestruturação demanda a


cliente é uma realidade crescente. A da convergência” necessidade de tecnolo-
cada dia há um entendimento maior Rodrigo Uchoa, diretor gias convergentes e um
de que o cliente é a peça-chave. É o de desenvolvimento de parceiro tecnológico como
novos negócios da Cisco
que impulsiona os negócios. a Dígitro que acompanhe
Estratégias de conquista de novos esta evolução”, diz Valber
clientes e de retenção da base têm Furine Mendes, supervisor de mar-
sido uma demanda constante”, afir- keting de produto da empresa. As
ma a presidente da Altitude para a soluções da WK Sistemas também
América Latina, Elaine Ferreira. são grandes apostas, como a linha
“Enxergamos esse cenário de trans- de produtos Radar Empresarial, que
formação como algo necessário e utiliza arquitetura cliente/servidor
mais um passo normal da evolução com processamento distribuído das
das comunicações. Nossos investi- informações, permite conexão via
mentos em P&D atendem plena- WTS, Metaframe, VPN possibilitan-
mente a demanda comercial e do gerenciamento à distância via
especial

técnica por soluções empresariais web por meio de’ de movimenta-


convergentes”, conta Eduardo ções, consultas e relatórios gera-
Monteiro, diretor do Grupo de dos pela internet e via e-mail. De
Negócios Enterprise no Brasil. acordo com o diretor de marke-
Alessandro Damasio, gerente ge- ting, Estanislau Mário Balzan, os
ral da Aspect, garante que, mesmo produtos são modulares e permi-
quando utilizadas isoladamente, tem que o cliente defina sua priori-

48 cliente sa | março 2008 | www.clientesa.com.br


dade de implantação, além de Tim Cardoso, somente após o correto
oferecer integração total dos pro- mapeamento de um processo, enten-
cessos entre os módulos. Apre­ dimento de gargalos e redundâncias
sentam também interface para é que se pode definir a melhor forma
integrações automatizadas de operação e passar à fase de inves-
com outros sistemas atra- “Hoje, a grande timentos em integração e/ou compra
vés de ferramentas de EDI. aposta do mercado de novas ferramentas utilizando o
Foi acompanhando as ten- é a arquitetura critério de custo x benefício. “Nosso
dências do mercado que a orientada a serviços próximo passo é elevar os níveis dos
G4 Solutions criou sua plata- (SOA) para promover disponibilizando mecanis- serviços prestados contando com a
forma preparada para todo a integração integração da abordagem à recursos
mos abertos de integração
tipo de integração e flexível dos sistemas de Business Intelligence”, comple-
heterogêneos, que permitem equilibrar a
para uma mudança de arqui- convergência e as limita- menta Cardoso.
tetura. Erik Mazzei, diretor evolução da As soluções SAP para empresas
arquitetura ções dos produtos e suas ve-
comercial, diz que a arquite- locidades de adequação. de telecomunicações de qualquer
orientada a objeto”
tura está preparada para tra- “Workflow, interface facili- porte e especialidade incluem um
balhar com qualquer outro Francisco Chang, leque de funcionalidades específi-
diretor de alianças e tada para o usuário, possibi-
software de banco de dados. canais da Oracle do Brasil lidade de integração com cas para o setor, incluindo suporte
“Um outro caso é a questão outros sistemas, customiza- para o faturamento convergente,
ambiente, onde já nascemos ção, help desk, integração contas de contratos e gestão de re-
com uma arquitetura mista (Web e com site da empresa, e-mail, vendedores. O SAP for Teleco­mmu­
Desktop). Sem falar em Workflow, intranet e chats via web são nications soma as soluções
onde, desde o início, acreditávamos algumas das funcionalidades “Há quatro anos, de última geração para o
na integração direta, desenvolvendo oferecidas pela nossa plata- a empresa faz atual e futuro mercado de
nosso próprio modelo e assim usu- investimentos telecomunicações com a
forma de CRM, o Exceller. A
fruindo de todos os benefícios envol- pesados no experiência global da SAP
ferramenta dispõe ainda de desenvolvimento de
vidos. Contrariamente, pudemos um conjunto de relatórios e neste setor, contribuindo
acompanhar outras empresas inves- soluções baseadas para que seus clientes am-
estatísticas que, com base no em padrões de
tindo posteriormente na integração de histórico de feedbacks dos pliem seus mercados, su-
mercado e hoje
ferramentas de terceiros, adaptando- clientes, torna-se possível oferece protocolos perem os desafios e os
as a suas plataformas.” A SOF tam- melhorar os processos ope- abertos de transformem em cases de
bém tem buscado racionais da empresa”, con- comunicação (SIP) sucesso, como o da em-
“Apostamos na evoluir suas soluções e interfaces abertas presa de telefonia TIM.
ta Sylvio de Souza Filho,
internet como para integração
catalisadora de diretor comercial.
A Plusoft foi pioneira, no (SOA)”
convergências”
Brasil, segundo a diretora Juliano Menegazzo,
Jayme Rezende, diretor consutor de tecnologia
comercial da ABC71 de marketing, Anna Zappa, da Siemens
com o modelo de CRM
Convergente. Já em 2006,
previa o acesso às informações dos
clientes e registro de dados relacio-
nais, em qualquer tempo e local,
através de aplicativos web e hand
helds; seja pela força de vendas, pela
central de atendimento, pelas instân-
cias de marketing ou por qualquer
outra área da organização que im-
pacte na satisfação e no atendimento
ao cliente. Já a EDS acredita que exis-
te um passo anterior à convergência
que é o diagnóstico do estado atual e
o desenho do estado ideal dos pro-
cessos e ferramentas utilizadas em
uma empresa. Para o diretor de ope-
rações da EDS para a América Latina,

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O que esperar como diferencial
Elaine Ferreira, da Altitude: “Como Juliano Menegazzo, da Siemens:
empresa fornecedora de tecnologia, a “As maiores apostas da Siemens são
Altitude envolve todas as áreas da em- as soluções HiPath 8000 e HiPath
presa para montar uma estratégia de OpenScape. As duas soluções po-
relacionamento, como pré-vendas, co- dem se integrar de maneira simples “Para 2008, nossas
mercial, suporte técnico, pós-vendas e às aplicações de negócios das em- soluções estarão
marketing, através de ações que priori- presas como CRM, ERP, e-mail etc”. preparadas para
zam o cliente, investindo na comuni- Valber Furine Mendes, da Dígitro: embarcar muito
cação e em ações de encantamento”. “Focamos na preparação e no treina- mais a estratégia de
mento constante da força de vendas e negócio do cliente,
equipe técnica, além de manter sem- em especial o
pre o contato com o merca- cedores internacionais módulo cobrança/
de ferramentas de recuperação de
“Nossos produtos do e com os clientes, a fim
desenvol­vimento de crédito”
estão preparados de descobrir as últimas ten-
software”. Erik Mazzei, diretor
com arquitetura dências tecnológicas e ofe- comercial da G4 Solutions
interna que facilita recer inovações para os Daniel Brochado,
a integração com atuais e futuros clientes”. da Nortel: “Produ­zi­
outros produtos, Estanislau Mário Balzan, mos o único PABX reconhecido como
de fabricantes da WK Sistemas: ‘Qualified IP-PBX’ para o Microsoft
diferentes” “Periodicamente são realiza- Office Communications Server 2007.
Estanislau Mário dos estudos e pesquisas de Da mesma forma a Nortel também já
Balzan, diretor de está totalmente integrada ao portfolio
marketing da WK Sistemas
novas tecno­logias e treina-
mentos junto aos for­­ne­ de Unified Communications da IBM.

RADIOGRAFIA elas nascem para oFERECER DIFERENCIAIS PARA O negócio


EMPRESA FUNDAÇÃO NACIONALIDADE FOCO EMPRESARIAL PRINCIPAL LINHA SERVIÇOS OFERTADOS
DE PRODUTOS
ABC71 1971 Brasileira Comercialização de Sistema Omega, controla Oferta produtos - solução
ASPECT A Rockwell First Point, uma Americana Soluções para Contact Linha de Produtos Implementação e
das empresas adquiridas pela Centers. Tradicionais: envolve DAC, manutenção das soluções.
Aspect Software, iniciou sua CTI, URA, gravadores digitais Serviços de consultoria
história em 1973, com o e discadores preditivos; são providos pelos
desenvolvimento do Linha de Produtos Unificados distribuidores.
primeiro DAC. A Aspect – Aspect Unified IP e Linha
HIGH TECH

Communications foi de Otimização de


constituída em 1985 e em Performance com
2005 efetuou o merge com performance management,
a Concerto Software quality management,
formando a Aspect Software. workforce management e
campaign management.
AVAYA Outubro de 2000, a partir de Americana Soluções de Comunicações Soluções de Comunicações Oferece uma linha de
cisão da Lucent Technologies, Inteligentes que ajudam Unificadas. O principal produtos e serviços de
fundada em 1996, de uma as empresas a transformar produto é a família One-X suporte, consultoria, além
divisão da AT&T. seus negócios para obter (One Experience) que de uma comunidade de
vantagens competitivas. oferece uma única interface BusinessPartners (parceiros
que gerencia e-mails, instant de negócios), espalhadas
messaging, SMS, voice mail, pelo Brasil.
etc. CEBP - Comunicações
Integradas aos Processos de
Negócios: trata-se da
integração das aplicações
de comunicação da empresa,
com as aplicações de
negócios.
CISCO DO BRASIL Nos Estados Unidos, em Americana Desenvolvedora de A linha de produtos é toda Consultoria e suporte à
1984. No Brasil, em 1994. soluções para Internet. voltada para internet, ou integração dos sistemas.
seja, switchs, roteadores,
especial

telefones IP, etc.


DDCOM SYSTEMS 1992 Brasileira Soluções que garantam a Solução IMPACT 360, uma Além de fornecer tecnologia,
veracidade de transações suíte de aplicativos há prestação de serviço, em
comerciais e a qualidade no totalmente integrados que conjunto com a assessoria
relacionamento empresa/ permitem a gravação de voz técnica e a tecnologia
cliente, com custo acessível e tela, workforce, (On Demand). Há uma
e operação amigável. performance, e-learning equipe técnica especializada,
e monitoria da qualidade, dedicada em prestar suporte
contact center IP. às soluções comercializadas.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas.

50 cliente sa | março 2008 | www.clientesa.com.br


BUSINESS Smart Phone
Daniel Brochado, da Nortel: Podemos também o acesso às ferramentas inter-
observar o primeiro passo disto através nas, com criptografia, compartilhamen-
da atual venda massiva de smart-pho- to e colaboração, instant messaging, etc.
nes, cada vez mais desenvolvidos para Tudo isto somente é possível através
estender o escritório à palma da mão de um ambiente e de uma arquitetura
dos usuários. Utilizamos hoje não so- previamente preparada e convergente,
mente o recebimento de emails, mas dentro do ambiente empresarial.

Isto significa que as empresas que ne- da Hyperion e da Tangosol


cessitem de uma verdadeira solução (março), da AppForge e da “Já em 2006,
prevíamos o acesso
de UC poderão contar com a Nortel Lodestar (abril), da Agile
às informações
para unificar o acesso de seus Software Corporation e dos clientes e
Blackberries, Smartphones, Pocket Sophoi (maio), da Bharosa registro de dados mand, treinamento e suporte,
PCs, Laptops, Desktops, etc. através de (julho), da Netsure Telecom relacionais, em com o apoio de uma equipe
voz, vídeo, e desfrutando de colabora- Limited e da Bridgestream qualquer tempo altamente qualificada”.
ção em um ambiente totalmente segu- (setembro), da Interlace e local, através de Alessandro Da­má­sio, da
ro, com integração às ferramentas de Systems (outubro) e também aplicativos web e Aspect: “Re­cebemos da re-
BI, ERP, CRM etc”. da Moniforce (dezembro). hand helds” vista Internet Telephony o
Francisco Chang, da Oracle: “Em No portfolio de serviços, des- Anna Zappa, diretora prêmio Produto do Ano 2007
2007, a Oracle anunciou as aquisições tacamos consultoria, on de- de marketing da Plusoft para nossa solução Unified

RADIOGRAFIA elas nascem para oFERECER DIFERENCIAIS PARA O negócio


EMPRESA FUNDAÇÃO NACIONALIDADE FOCO EMPRESARIAL PRINCIPAL LINHA SERVIÇOS OFERTADOS
DE PRODUTOS
DÍGITRO 1977 Brasileira. Telecomunicações A Dígitro atua em três Em 2007, ingressou no
TECNOLOGIA segmentos: PABX, contact mercado de prestação de
center e redes convergentes serviços com as unidades
IP, com suas respectivas Dígitronet e Dígitro Service.
soluções e produtos. A primeira oferece o aluguel
de serviços de call center
- posições de atendimento
(PA) e minutos de URA. O
segundo presta serviços de
monitoração, gerenciamento
de performance, tarifação e
gestão geral de telecom
dos equipamentos e
serviços dos seus clientes.
G4 SOLUTIONS 2003. Brasileira. Soluções de Soluções de CRM integradas Ofertam apenas produtos.
relacionamento para alguns ao telecom das empresas,
dos mais importantes possibilitando o
dos mais importantes mapeamento do cliente,
bureaus de atendimento desde seu ingresso,
do País, formatando projetos passando por todas as suas
escaláveis focados nas manifestações no pós-venda,
necessidades do cliente final. chegando às ações
específicas de cobrança.
GENESYS Outubro de1990 e adquirida Americana. Fornecimento de Genesys Product Suite – Prestam serviços, como:
em janeiro de 2000 pela software para call center Contact Center Software. professional services,
Alcatel (hoje Alcatel-Lucent). e contact center. business consulting,
technical support,
educational services.
IBM A IBM oferece serviço de
“ponta a ponta”, com suporte
técnico, de implementação,
consultoria, entre outros.
ULTIMUS BPM A Next em 1998 e a Brasileira (a Ultimus Venda de soluções BPM Solução de BPM (Business Existe a oferta do produto
Ultimus, em 1994. é americana). para clientes que desejam Process Management) para BPM quanto à
rever seus processos de Ultimus BPM Suíte. prestação de serviço para
negócio e automatizá-los. implementação do mesmo.

Fonte: dados fornecidos pelas empresas.

www.clientesa.com.br | março 2008 | cliente sa 51


BUSINESS Redução de custos
Alessandro Damásio, da Aspect – “A além e enxergar que a convergência traz
escolha do provedor de tecnologia está satisfação para o cliente e aumento de
cada vez mais atrelada a ganhos de pro- produtividade”.
dutividade e, principalmente, redução
de custos operacionais”. Rodrigo Uchoa, da Cisco – “A conver-
gência significa, hoje, melhor produtivi-
Juliano Menegazzo, da Siemens – “Al- dade, redução de custos e uma garantia
“Recentemente guns cases de sucesso da Siemens ilustram de sobrevivência no mercado”.
a Genesys criou essa realidade. Efetuamos implementa-
Command and o cargo de CSO ções que resultaram em economias de Tim Cardoso, da EDS para a América La-
Con­trolTM (Con­ (Customer Service 40% a 70% com custos de comunicação, tina – “Nosso objetivo é ter a metodologia
trole e Comando Officer) para administração e suporte”. do BPM orquestrando iniciativas voltadas
transformar todos os a fatores como a redução de custos”.
Unificado), que Thiago Siqueira, da Avaya – “Se os
produtos e serviços
permite às centrais em uma oferta clientes continuarem olhando para a Sérgio Fortuna, da IBM – “As empresas
de contato centra- alinhada ao conceito convergência apenas como uma forma têm cada vez mais utilizado o ROI (re-
lizarem relatórios, de redução de custos, isso pode se tor- turn over investiment). Assim, é possível
de customer first, de nar um impeditivo. Somente a redução
roteamento, admi- apresentar resultados que justifiquem
ponta a ponta” de custos dificilmente trará vantagem os investimentos realizados e, baseado
nistração e geren- Eric Lieb, diretor de competitiva para a empresa ao longo nisso, saber onde é necessário reduzir os
ciamento de fluxo tecnologia da Genesys do tempo. As empresas precisam olhar custos ou investir ainda mais”.
de trabalho para
até 40 mil agentes
em mais de 40 centrais de contato.” ções, disseminando o conceito de Eric Lieb, da Genesys: “A empresa
Sérgio Fortuna, da IBM: “Apostamos CEBP (Comunicações Integradas aos fez grandes investimentos para tornar
na visão integrada de informações para Processos de Negócios), um mercado suas ferramentas mais amigáveis e tra-
suportar a demanda do mercado”. de grande espaço no Brasil. Além dis- zendo o conceito de inteligência de
Roberto Dechiare Junior, da so, a Avaya desenvolve produtos cus- negócio para o comando do contact
ddCom: “Possuímos soluções para o tomizados para empresas de pequeno, center, independente da tecnologia
gerenciamento e segurança da infra- médio e grande porte. Em maio de existente, integrando-as facilmente”.
estrutura de TI, além de sistemas 2006, a empresa estabeleceu, em São Erik Mazzei, da G4 Solutions:
completos para auditoria centraliza- Paulo, o primeiro Centro Global de “Para 2008, prevemos um avanço
da de processos produtivos, através Desenvolvimento de Software e em soluções de cobrança, bem
da solução Audit”. Aplicações Customizadas. Trata-se de como novas estratégias no licencia-
HIGH TECH

Thiago Siqueira, da Avaya: “Estamos um pólo de desenvolvimento que dá mento dos produtos.
investindo principalmente em pesqui- suporte a soluções para outras partes Conseguimos atender aqueles que al-
sa e desenvolvimento de novas solu- do mundo”. mejam uma solução focada e específi-
ca a uma necessidade,
até mesmo aqueles “Utilizando o
BUSINESS SOA (Services Oriented Architecture) que planejam um
grande projeto de
conceito de SOA
desenvolvemos
Francisco Chang, da Oracle – “Hoje, a com a IBM para integrar nossas ferra- CRM, considerando alianças estratégicas
grande aposta do mercado é a arquitetu- mentas de voz aos ambientes destes com a Microsoft
ra orientada a serviços (SOA) para promo- dois fabricantes”. e com a IBM para
ver a integração dos sistemas heterogê- integrar nossas
neos, evolução da arquitetura orientada Anna Zappa, da Plusoft – “Os modernos ferramentas de
a objeto. O mercado SOA terá um grande conceitos de SOA viabilizam integração voz aos ambientes
crescimento nos próximos anos, segun- de forma mais ágil e eficaz, de diferentes destes dois
do o Gartner, e será a base para 80% dos aplicações, tornando transparente para o fabricantes”
projetos de desenvolvimento até 2008. usuário a alternância de ferramentas, ge-
Esta arquitetura possibilita uma interação rando uma visão de funcionalidades mais Daniel Brochado,
especial

flexível e os serviços que podem ser inte- completa, com maior amigabilidade”. gerente de engenharia
grados por meio de uma grande varieda- de sistemas da Nortel
de de interfaces, independentemente da Alessandro Damásio, da Aspect – “Cons-
plataforma utilizada”. truído sobre uma arquitetura orientada a
serviços (SOA), o Unified Command and
Daniel Brochado, da Nortel – “Utilizan- Control pode ser estendido para produ-
do-se o conceito de SOA desenvolvemos tos que também sejam baseados em pa-
alianças estratégicas com a Microsoft e drões abertos”.

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arquiteturas tecnológicas mistas em am- empresa, são o entendimento
bientes operacionais fora dos padrões”. das necessidades dos clientes “Temos procurado
evoluir nossas
Jacob Feldman, da Symmetry: “O e o desenvolvimento de tec-
soluções
Observer permite quantificar a neces- nologias para suportar a ten- disponibilizando
sidade de banda local ou link externo dência de convergência”. mecanismos abertos
para que as aplicações conversem sem Anna Zappa, da Plusoft: de integração que
problemas, bem como monitorar e pla- “A estratégia é adicionar o permitem equilibrar
nejar o crescimento destas aplicações. conhecimento adquirido a convergência e
Como as soluções de ERP e BI, entre em cada vertical na solução as limitações dos palpáveis aos nossos clien-
outras, geram uma massa enorme de ofertada e ainda mais servi- produtos e suas tes, já no curto prazo”.
dados, com as soluções de Backup e ços à venda de tecnologia, velocidades de Sylvio de Souza Filho, da
ILM é possível racionalizar e baixar os possibilitando que cada im- adequação” SOF: “No último ano, a SOF
custos de armazenamento destes da- plementação possa ser con- Sylvio de Souza Filho, aumentou as verticais do
dos, bem como fornecer um alto grau vertida em um case de diretor comercial da SOF Exceller, nossa plataforma
de segurança para os mesmos”. sucesso. O modelo de ven- de CRM, e a versão Exceller
Rodrigo Uchoa, da Cisco: “As nossas da de software com serviço adiciona Ouvidoria. Esta demanda foi gerada
estratégias, desde o início da criação da valor à oferta, gerando resultados pela determinação do Banco Central,

RADIOGRAFIA elas nascem para oFERECER DIFERENCIAIS PARA O negócio


EMPRESA FUNDAÇÃO NACIONALIDADE FOCO EMPRESARIAL PRINCIPAL LINHA SERVIÇOS OFERTADOS
DE PRODUTOS
NORTEL 1995, na época com o nome Canadense Tecnologias de A empresa endereça a No caso do portifólio de
de Northern Eletric and comunicações de dados, necessidade da Unified Communications,
Manufacturing. voz e aplicações multimídia convergência entre a Nortel possui uma equipe
desenvolvidas para operar ferramentas através de profissionais capacidados
em ambientes críticos, no do portfólio “Unified e certificados para
intuito de otimizar a Communications”. implementar não só o
eficiência, velocidade na Utilizando-se o conceito de portfolio Nortel, mas
tomada de decisões e SOA desenvolve alianças também todo o ambiente
performance empresarial. estratégicas com a Microsoft Microsoft e IBM, assim como
e com a IBM para integrar as ferramentas de BI, CRM,
as ferramentas de voz aos ERP, etc, que façam parte do
ambientes destes dois ambiente do cliente.
fabricantes.
ORACLE 1977 e a subsidiária brasileira Americana Soluções de tecnologia Sistemas de gestão Além das soluções
em 1º de setembro de 1988. e aplicativos para o empresarial (ERPs) e demais completas e integradas de TI,
mercado corporativo. aplicativos que atendem incluindo banco de dados,
empresas de diversos servidor de aplicação,
segmentos, como CRM que aplicativos empresariais,
gerenciam o relacionamento solução de colaboração,
com o cliente, supply chain ferramentas para
(gerenciamento da cadeia desenvolvimento de
de valor), BI (inteligência de aplicações, entre outras,
negócios) e demais soluções a empresa oferece serviços
que atendem os principais de consultoria, treinamento
setores da indústria. e suporte em mais de
145 países.
PLUSOFT 1987 Brasileira Desenvolvimento de Plusoft 5 CRM solução A empresa oferece estratégia
soluções tecnológicas para modular, que permite de CRM, gestão de
gestão de relacionamento efetuar gerenciamento das mudanças, gestão de
com clientes, B2B e B2C. manifestações, gestão das processos e melhores
ações de marketing, práticas, estratégia de
automação da força de tecnologia, outsourcing
vendas, integração com em contact center e full
as funções verticais dos fillment, através de parceiros
sistemas corporativos - especializados.
ERP, legado, billing.
SAP 1972 Alemã Habilitado pela O SAP for Implementação de
plataforma de tecnologia Telecommunications projetos, oferta de suporte
SAP NetWeaver, o software oferece soluções completas e consultoria.
SAP ajuda empresas a e abrangentes para o setor
melhorar o relacionamentos da indústria, integrando
com clientes, aperfeiçoar toda a empresa sob uma
a colaboração com seus plataforma coerente para
parceiros e criar eficiências aperfeiçoar suas operações.
em todas as cadeias de
abastecimento e operações
de negócio.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas.

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que obrigou financeiras, ban- SAP: Os diferenciais da SAP Brasil
cos e instituições do gênero “Acredito que as passam pela alta capacidade da em-
empresas estão
a montarem departamentos presa em absorver novas tecnolo-
abrindo as portas de
de ouvidoria e enviarem re- suas áreas de TI para gias, aumento dos investimentos
latórios semestrais para o uma reestruturação locais, já que o Brasil é hoje um dos
Banco Central”. tecnológica, cinco maiores mercados da SAP em
Jayme Rezende, da pensando em todo o mundo. Somente em 2007, a
ABC71: “Estamos levando otimização SAP Brasil conquistou mais de 300
nossa solução Omega para operacional e end”), oferecendo soluções novos clientes, aumentou em 81%
um ambiente web já que redução de custos” adequadas às necessidades suas vendas indiretas e dobrou o fa-
cada vez mais as empresas Valber Furine de nossos clientes”. turamento na área de pequenas e
buscam mobilidade”. Mendes, supervisor Eduardo Monteiro, do médias empresas.
de marketing de
Tim Cardoso, da EDS para produto da Dígitro
Grupo de Negócios Enter­ Valdir Pandolfi, da Next Generation
a América Latina: “Como a prise no Brasil: “Ofere­ Consulting (Ultimus): “Temos inves-
EDS também é provedora dos cemos flexibilidade na tido na formação de profissionais
serviços de integração de sistemas e so­lução quanto ao tamanho e tecno- para venda, suporte e implementa-
possui parceiros globais de soluções logia de voz a ser adotada (analógi- ção do Ultimus BPM Suite. No ano
(Agility Alliance*), o trabalho conjunto ca, digital e IP), além do custo-benefício passado foram investidos mais de
e cooperação entre estes profissionais e altíssima confiabilidade da solu- US$ 200 mil apenas na capacitação
permite uma visão integrada (“end to ção de voz e dados”. de técnicos e pessoal comercial”.

RADIOGRAFIA elas nascem para oFERECER DIFERENCIAIS PARA O negócio


EMPRESA FUNDAÇÃO NACIONALIDADE FOCO EMPRESARIAL PRINCIPAL LINHA SERVIÇOS OFERTADOS
DE PRODUTOS
SIEMENS A Siemens Ltda., em 1908 Alemã Tecnologia da Informação Aplicação de Comunicação Serviços gerenciados para
ENTERPRISE no Brasil. Já a Enterprise e Comunicação para / IP PBX (HiPath 8000) e redes de voz e dados em
COMMUNICATIONS Comunications foi fundada empresas. Aplicação de Comunicações operação 24X7, serviços
no País em outubro de 2006. Unificadas (HiPath profissionais para análise de
OpenScape). Ambas as redes e integração de
soluções são 100% baseadas aplicações, assinatura de
em software e utilizam software, suporte e
protocolos e interfaces manutenção de redes de voz
abertas para integração com e dados, sem fio ou não.
aplicações de negócio (CRM,
ERP, e-mail, etc.).
HIGH TECH

SOF 1988 Brasileira Atua na prestação de Exceller (software para Uma das frentes de atuação
serviços de tecnologia CRM). Trata-se de uma é a prestação de serviço em
em outsourcing de solução modularizada que desenvolvimento de
desenvolvimento, com procura integrar as ações sistemas e tendo como
fábrica de software e fábrica de prospecção de clientes, principais atuações o
de programação, além do gestão de campanhas de outsourcing de projetos
desenvolvimento de relacionamento e gestão de de sistemas e programação,
produtos com foco na relacionamento com a base tanto no cliente como
plataforma de CRM de clientes, envolvendo os no site da própria SOF.
(Exceller). mais diversos canais de
comunicação empresa/cliente.
SYMMETRY 1996 Brasileira Especializada em soluções Destaque para o Observer, Dispõe de vários serviços de
corporativas voltadas à destinado à análise e tecnologia da informação
proteção e segurança monitoramento de rede e atua como consultora
de dados, com foco em (desempenho, planejamento e integradora.
backup, storage, Information de capacidade,
Lifecycle Management (ILM) segurança) e para os
e análise e monitoramento produtos CommVault,
de redes. Também possui voltados ao
grande oferta de utilitários gerenciamento do ciclo
para otimização do de vida da informação.
ambiente de TI.
especial

WK SISTEMAS 02 de janeiro de 1984 Brasileira Desenvolvimento de Radar Empresarial, uma A empresa vende as
softwares contábeis e gestão solução modular com soluções e presta serviços de
empresarial integrados. sistemas integrados para treinamento, implantação,
gestão de informação de manutenção e atualização
todos os departamentos de versões através de
da empresa. contratos específicos
diretamente ou através
de sua rede de mais de 100
revendas, distribuídas
por todo o País.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas.

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análise Raphael Barone

Microsoft no mercado
de comunicação de voz:
mocinho ou bandido?
A entrada da gigante cria especulações sobre o futuro dos players
tradicionais e enfrenta a descrença dos usuários

A
lguns anos atrás, nenhuma empresa teria nia com melhores Raphael Barone é analista
de pesquisas da Frost & Sullivan
pensado em confiar seu sistema de tele- características e então
fonia a uma empresa de software. No migrarem gradualmente
entanto, o nome Microsoft provou ir além desta para as soluções da empresa. Em 2007, o mer-
percepção para ser considerado atualmente um cado de comunicação de voz na América Latina
dos principais catalisadores da comunicação – considerando sistemas convergentes de IP,
corporativa no futuro sob a visão da comunica- sistemas IP PBX, TDM e equipamentos como
ção unificada. Quando isso será alcançado? A telefones IP – movimentou em torno de US$
resposta não está tão longe assim. 683 milhões, e deve atingir mais de US$ 1,1 bi-
Inicialmente, muitas empresas de telefonia lhão em apenas quatro anos. Do mercado total
não levaram a Microsoft a sério como uma real em 2007, 54% das linhas vendidas ainda eram
participante no mercado de comunicação de em IP convergente e 13% em TDM.
voz. Elas não perceberam a possível ameaça de No fim, o que se questiona não é tanto o re-
uma empresa que fabrica software e aplicações. conhecimento da marca Microsoft na região,
A possibilidade dos clientes trocarem seus har- mas sim sua capacidade de entrar num merca-


dwares de PBXs pelas soluções do de voz corporativo, onde mui-
de voz da Microsoft parecia, no tos competidores investiram na
mínimo, muito remota. A Microsoft última década. Por outro lado, a
Os produtos de comunicação
de voz da Microsoft foram lança-
anunciou publicamente idéia de integrar suas soluções de
desktop com novas ferramentas
dos na América Latina poucas se- que entrou neste de voz parece interessante e é um
manas após eles atingirem o segmento para ficar grande desafio para os maiores
mercado europeu e norte-ameri- players do setor, uma vez que
cano. Desde então, criou-se uma e será um competidor eles ainda estão investindo no
forte especulação sobre o futuro agressivo desde outro lado da plataforma.


dos players tradicionais da re- A Microsoft ganhou bastante
gião. Enquanto isso, a Microsoft
o início experiência no mercado de co-
não perdeu tempo em divulgar municação corporativa, original-
sua mensagem: anunciou publicamente que en- mente por meio de parcerias, e agora com seus
trou neste segmento para ficar e será um compe- próprios produtos. Numa indústria em que mui-
tidor agressivo desde o início. Ao integrar a nova tos de seus parceiros originais competem entre
solução a sua base instalada, a empresa certa- si, ela terá de lidar com competição, interope-
mente entra no segmento com uma vantagem rabilidade e especialmente com a descrença
significativa. E mais, consciente das restrições inicial dos usuários.
orçamentárias das empresas na região, também No entanto, ninguém duvida que a Microsoft
veio com um plano para oferecer as soluções a tem os recursos para rapidamente se tornar um
preços atraentes. dos principais players de comunicação de voz no
Como o mercado local ainda tem uma vasta setor, mudando e adequando a percepção de co-
base instalada de sistemas TDM, é crucial que municação unificada. A questão não parece ser
o Office Communicator (OC), software de co- se a Microsoft terá sucesso, mas sim quando. O
municação unficada da Microsoft, trabalhe mundo já começou a sentir os impactos e o mer-
com as plataformas das empresas de telefonia cado de comunicação de voz corporativo parece
tradicionais. Isso permitirá aos clientes alavan- ter entrado em uma nova era, em que a Microsoft
carem seus investimentos originais em telefo- não ficará para trás.

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players

Enxergar a necessidade do cliente


Com a falta de requisitos claros fornecidos pelo cliente, NEC aposta no
relacionamento e identifica as verdadeiras necessidades do negócio

A
“Fatores precisam ser
NEC adotou uma nova forma O processo de venda começa no pensados antecipadamente,
de relacionamento que inves- levantamento da necessidade do para determinar o
te no relacionamento com o cliente em relação a características que o cliente precisa”
cliente. “Antes, atendíamos requisitos téc­ni­cas, preços e prazos. Uma vez
Paulo Gomes Castelo Branco
que eram bem desenhados pelo clien- implementada a solução, são aten-
te. Hoje, os clientes não têm requisi- didas as necessidades do cliente em
tos muito claros. Os fornecedores de relação a operação do produto, ma- cursos com certificação em tecnolo-
soluções têm de procurar determinar nutenção dos equipamentos e me- gia. A unidade tem sede em um
exatamente o que o cliente precisa”, lhorias nos softwares e hardwares. prédio especializado que possui la-
afirma Paulo Gomes Castelo Branco, Além disso, a NEC trabalha com boratórios e centros de operações de
vice-presidente do conselho de admi- comunicação corporativa com obje- rede, onde é possível gerenciar as re-
nistração da NEC Brasil. tivo de prover soluções integradas de des do cliente remotamente, assim
Com o aumento após a quebra do voz e dados, baseadas na tecnologia como atuar corretivamente e preven-
mercado em regime de monopólio, IP. A novidade são os produtos para tivamente nessas redes.
houve aumento na importância da ati- a terceira geração de celulares (3G). O CISPRO também conta com ser-
vidade de relacionamento, segundo o “Vemos esse mercado com bastante viços de avaliação profissional de
executivo. “Na NEC é uma atividade atenção e cuidado, já que deve cres- otimização das redes do cliente,
pró-ativa, que define o tipo de solução, cer muito a partir de 2008. Outra avaliação da performance, treina-
tipo de profissional, relação de compe- expectativa está relacionada aos pro­ mento e desenvolvimento pessoal
titividade, prazos de entrega, níveis de jetos-piloto na área de Wimax onde os clientes são capacitados a
preço. Ou seja, trata-se de uma série de (Worldwide Interoperability for Micro­ operar as soluções. “Um ponto im-
fatores que precisam ser pensados ante- wave Access), versão avançada do Wi- portante nesse processo é o sistema
cipadamente, para poder determinar o Fi com longo alcance e alta taxa de de avaliação da satisfação do clien-
que o cliente precisa”, completa. transmissão. “Espero que a Anatel te. Cada serviço oferecido é monito-
venha desobstruir o projeto de Wi­ rado do ponto-de-vista de satisfação
Max e o leilão que está parado há 1 operacional, do usuário, do contrato
ano e meio”, diz Gomes. envolvido e a satisfação da empresa
como um todo”, explica Pedro
ATENDER A DEMANDA DE SUPORTE Panos, gerente geral da Uni­dade de
O Cispro (Centro Integrado NEC de Negócios de Serviços.
Serviços Profissionais), é uma unida- O executivo explica ainda a impor-
“Cada serviço é monitorado de de negócios criada a partir da de- tância de avaliar os níveis de satisfa-
do ponto-de-vista de manda de suporte técnico. A NEC ção. “Em cada um deles, analisamos
satisfação da empresa decidiu estabelecer a área de servi- os resultados, fazemos a interação
como um todo” ços como uma unidade estratégica e com o cliente e, junto com ele, de-
Pedro Panos estruturou seus processos, adotando senvolvemos planos de melhoria do
práticas de referência mundial e re- processo como um todo”, finaliza.

Senior Sistemas com MicroStrategy expande Progress com parceria Trellis com nova regional
nova versão de solução área de atuação no Nordeste no Vale do Paraíba
A Senior Sistemas agora vai concen- Depois da criação da gerência de A Progress Software fecha par- Para expandir sua atuação, a
trar o foco dos negócios na oferta parcerias e SMB, a MicroStrategy ceria de distribuição e desen- Trellis anuncia a primeira regional
de soluções de CRM para ampliar a consolidou alianças regionais com volvimento com a Polo Tecnolo- no Vale do Paraíba, em São Paulo.
participação no mercado de siste- consultorias em gestão empresa- gia, que passa a oferecer todo o A iniciativa faz parte de um pro-
mas de gestão empresarial (ERP). rial. A estratégia deve ser ampliada portfolio de produtos e serviços jeto que visa abrir regionais em
A nova versão do ERP passará a ser em Campinas e Ribeirão Preto, au- Progress, além de dar suporte diferentes pontos do Brasil para
comercializada já com o módulo de mentando a cobertura no interior às implementações, incluindo as aumentar os canais, distribuido-
CRM integrado ao pacote. de São Paulo. baseadas em SOA. res e vendas.

Veja as informações on-line no portal ClienteSA.com.br


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clube do livro Marco Barcellos

Revolução Digital
A experiência de um jornalista, através dos olhos da História

H
oje, vivemos um novo mundo digital, mas enquanto que, na Cali­
não foi sempre assim. Essa é a proposta de fórnia, nascia o protoco-
Ethevaldo Siqueira, um “foca” obediente, lo da internet – TCP/IP, e
que ingressou na redação do jornal Estadão, em o padrão Ether­net.
1967, e por lá foi ficando. Sorte a nossa, pois ele Surgiram os primeiros
agora nos presenteia com uma obra riquíssima em computadores pessoais,
fatos, curiosidades e detalhes – Revolução Digital, e o Apple II vendeu mais Marco Barcellos é diretor de marketing da Cisco.
E-mail: marcobar@cisco.com. Para sugestões e/ou críticas,
o seu mais recente lançamento. de 25 milhões de unida- visite o blog http://blogclientesa.clientesa.com.br
Este livro é uma fonte de consulta permanente. des. Foram lançados o
Repleto de fotos e imagens, foi estruturado de forma videocassete e as centrais digitais. O visionário Koji
inteligente, com fatos em ordem cronológica e mui- Kobayashi (NEC) defendia então o primeiro concei-
ta informação de apoio. Cada ano possui uma seção to de convergência. Em 1979, Ethevaldo realiza um
adicional – background, com informações relevantes sonho profissional com o lançamento da Revista
naquele contexto, como músicas da época, persona- Nacional das Telecomunicações (RNT), que per-
gens famosos e manchetes de destaque. maneceria sob sua direção por mais de 20 anos.
Na visão do autor, a revolução começa em 1906, Durante a chamada “década perdida”, o Brasil
com a invenção da primeira válvula eletrônica, pelo iniciava o processo de abertura política e a revolu-
americano Lee De Forest. A Europa da Belle Époque vi- ção prosseguiu com a transmissão de dados por
via um período de otimismo até o início da primeira pacotes e o som digital dos CDs. O mundo come-
guerra mundial, em 1914. O Brasil de 1900 era um país çava a falar em software livre e hackers. Começava
agrícola com pouco mais de 17 milhões de habitantes. a privatização na América Latina e a crise do mo-
Após o fim da primeira guerra, os tratores revo- delo estatal brasileiro. Depois de quase 30 anos,
lucionavam a agricultura. Nasciam os Laboratórios em 1989 tivemos eleições diretas no Brasil, segui-
Bell e a IBM, e começava a saga da televisão. Após da do primeiro impeachment.
a catástrofe na Bolsa de Valores de Nova York, Nos anos 90, nascia o WWW – a rede das redes, e
veio a depressão, as ditaduras e as guerras. surgia o DVD e o browser Netscape. Por aqui, FHC
No início da década de 30, o Brasil inaugurava coordenava o Plano Real e preparava-se para mudar
o Cristo Redentor e a USP. Neste período, a Bell as telecomunicações no País. Em 1998, a Telebrás foi
Labs criou o primeiro transistor e surgiu também o privatizada por US$ 19 bilhões, mas o Brasil perdeu o
primeiro computador (ENIAC). Os russos lança- ministro Sérgio Motta. O País tinha agora 4 milhões de
ram o satélite espacial e, em 1959, Fidel Castro to- internautas e o projeto Iridium fracassaria de vez.
mou o poder em Cuba. No Brasil, veio o golpe de Entramos no século 21 com o pé-esquerdo: estoura
1964, e os militares assumiram o poder, criando a a bolha da internet! O bug do milênio era uma lenda.
Embratel e interligado todo o País via satélite. A Sony lança o PlayStation 2, enquanto a Microsoft
A partir deste ponto, a história passa a ser contada multiplica-se por todo o mundo através do Windows
pelo jornalista Ethevaldo Siqueira. No dia 10 de mar- 2000. Nosso autor acompanhou pela internet, ao vivo
ço de 1967, ele inicia um estágio que seria de, no má- e a cores, o ataque do terror às Torres Gêmeas.
ximo, seis meses, mas que já dura mais de 40 anos. Entramos na era da colaboração, com o lançamen-
Morria o mito Che Guevara, o homem pisava na to da Wikipedia. E depois, vieram o iPod, o Google
Lua pela primeira vez e Pelé fazia o milésimo gol. e HDTV, seguidos pelo fenômeno do Orkut, a revo-
Noventa milhões de brasileiros assistiram pela TV lução do YouTube, o lançamento do iPhone e a po-
o tricampeonato da seleção em 1970. A Intel lêmica brasileira da banda larga sem fio WiMax.
lançou o primeiro microprocessador – 4004 -, e O autor faz ainda um balanço geral do século 21
o Brasil atingiu um milhão de telefones. Em e finaliza sua obra apontando as grandes tendên-
1973, o Brasil implantava o sistema Telebrás, cias do nosso futuro, como a evolução da internet,
a busca por vida inteligente e o mundo virtual.
Livro: Revolução Digital – História e Tecnologia no Século XX Revolução Digital é um livro para ler, reler e con-
Organizadora: Ethevaldo Siqueira
Editora: Saraiva sultar. Uma referência indispensável para conhecer
Ano: 2007 o passado, entender o presente e sonhar com o fu-
Páginas: 369 turo. Uma obra de mestre.

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