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EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___VARA DE FAZENDA

PUBLICA DO DISTRITO FEDERAL, BRASILIA, DISTRITO FEDERAL.

SINDICATO DOS MÉDICOS DO DISTRITO FEDERAL -


SINDMÉDICO-DF – Pessoa Jurídica de Representação Sindical, CNPJ n°
00.530.451/0001-30, localizado na SGAS 606, Ed. Centro Clínico Metrópoles,
Cobertura 01, Asa Sul, Brasília, Distrito Federal, representada pelo seu Presidente
Dr. MARCOS GUTEMBERG FIALHO DA COSTA, neste ato por seu advogado
Paulo Goyaz Alves da Silva, OAB/DF 5.214, instrumentos de procurações (em
anexo doc. 01), vem a presença de Vossa Excelência, com fundamento na Lei de
Improbidade Administrativa n. 8.429 de 02.jun.1992, propor:.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


COM PEDIDO DE TUTELA DE URGENCIA

Contra: 1 - OSNEI OKUMOTO, brasileiro, farmacêutico, Presidente do


Conselho de Administração do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do
Distrito Federal e Secretário de Saúde do Distrito Federal, CPF 449.108.949-34, a
ser citado na Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Edifício PO 700 – 1º e 2º
andar, SRTVN, Quadra 701, Norte – Via w5, Lote D, CEP 70.719-040, Brasília,
Distrito Federal;
Chamando como litisconsortes:
2 - INSTITUTO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE SAÚDE DO
DISTRITO FEDERAL – IGESDF, pessoa jurídica criada por lei do Distrito Federal,
CNPJ 28.481.233/0001-72, localizada na SMHS – Área Especial – Quadra 101,
Brasília, Distrito Federal, CEP 70.335-900, a ser citada na pessoa de seu
representante legal, presidente GILBERTO MAGALHÃES OCCHI ou quem estiver
indicado perante o cartório deste juízo;

3 – DISTRITO FEDERAL, CNPJ 00.394.601/0001-26, através do


Procurador Geral do Distrito Federal, na sede na SM. Bloco I, Edifício Sede, CEP
70.620-000, Brasília, Distrito Federal, pelas seguintes razões de fato e de direito a
seguir expostas:
I – DO ATO HOSTILIZADEO E DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA

O Ato hostilizado é a materialização da Resolução SEI-GDF n.


04/2021 do Conselho de Administração do IGESDF, editada pelo Impetrado, que
criou e concedeu, a denominada AJUDA DE CUSTO, como verba de caráter
indenizatória, sem comprovação para pagamento de plano de previdência privada,
seguro de vida, telefonia celular, internet e Plano de Saúde – este último pasme Vossa
Excelência, demonstra que nem os diretores confiam nos serviços de saúde do IGESDF –
para membros da Diretoria Executiva do IGESDF, sem que tenha amparo no
Contrato de Gestão firmado entre as partes; no Estatuto Social aprovado pelo
Decreto n. 40.395 de 2020; no Plano de Cargos e Salários (Res. SEI-GDF 06/2021
e, em especial, nas Leis 5.899 de 03.jul.2017 com as alterações introduzidas pela
Lei 6.270 de 30.jan.2019 e pelo Decreto Regulamentador 39.674 de 19.fev.2019.
Isto sem contar que segundo o sitio eletrônico
(https://www.cl.df.gov.br/-/d-c3-advida-acumulada-do-igesdf-est-c3-a1-estimada-
em-r-370-milh-c3-b5es), consta que o Presidente do IGESDF, confessou perante a
Câmara Legislativa do Distrito Federal que a dívida está em R$ 370 milhões de
Reais e que vai precisar suplementação orçamentária de R$ 610 milhões de Reais
para fechar as contas até o final do ano:
A dívida acumulada do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal
(IGESDF) está estimada em aproximadamente R$ 370 milhões, entre descontos da Secretaria
de Saúde, encargos tributárias e trabalhistas e com fornecedores. O valor foi revelado pelo
diretor presidente do Instituto, Gilberto Magalhães Occhi, em Comissão Geral promovida pela
Câmara Legislativa do Distrito Federal, na tarde desta quinta-feira (12).
Occhi também informou aos deputados distritais que o IGESDF necessitará de
suplementações orçamentárias da ordem de R$ 610 milhões para fechar as contas até o final
do ano. Segundo ele, os recursos são necessários para custear reajuste contratual, repasses
mensais e funcionamento de novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e de uma unidade
de PET Scan. Segundo ele, os cálculos estão sendo feitos pela secretaria de Saúde.
(...).
Após ouvir os questionamentos dos distritais, Gilberto Occhi, afirmou que seu objetivo
à frente do órgão é “dar celeridade aos processos, sempre respeitando a ética e a
transparência”. Sobre a aprovação da criação de uma verba de representação para a
diretoria, com valores entre R$ 4 e 6 mil, assunto condenado por vários deputados, o
presidente afirmou que o auxílio só poderá ser pago quando a situação orçamentária do
Instituto estiver regularizada. Segundo ele, o assunto foi aprovado pelo conselho de
administração, do qual o presidente não faz parte, há três meses, mas até hoje ninguém
recebeu nenhum auxílio.
A Resolução SEI-GDF 04/2021, está em pleno vigor no mundo jurídico
e a sua suspensão é matéria de ordem pública, porque inclusive, segundo
presidente do IGESDF, supostamente será implantada quando a situação
orçamentária do IGESDF estiver regularizada.
Em sendo o Impetrante, entidade sindical, que atua na defesa dos
médicos, dentre eles os que prestam serviços ao IGESDF – quer por contratação
direta, quer cedido pelo GDF – tem o direito de atuar em defesa da categoria
visando evitar prejuízos futuros aos médicos, em especial, e popular em geral, já
que a criação e implantação da AJUDA DE CUSTA, mensal, entre R$ 4.000,00 e
R$ 6.000,00, é além, de ilegal ainda uma forma de discriminação dos representados
do Impetrante, que não tem amparo no Plano de Cargos e Salários e atinge apenas
a Diretoria Executiva, sem qualquer justificativa, legal ou mercadológica, como será
demonstrado a baixo.
O Impetrante, conforme seus Estatutos sociais, em como
prerrogativa: “São prerrogativas do SindMédico-DF: representar, perante as autoridades administrativas e
judiciárias, os interesses gerais e individuais da categoria dos médicos, na condição de empregados da
iniciativa privada, sócios e não sócios, inclusive quando ocupante de cargos privativos de médicos na
administração pública, na defesa dos direitos individuais, coletivos e difusos, bem como direitos do consumidor,
podendo para tanto promover ações de representação e substituição processual de toda a categoria” (art. 2º
alínea “a” do Estatuto Social );
A Magna Carta estabelece:
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
(...)
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais
da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

O STF ao analisar a matéria sobre a legitimidade do sindicato propor


Ação Civil Pública para assegurar os direitos dos seus representados, conheceu a
repercussão geral, entendendo que a jurisprudência da Suprema Corte, no sentido
de que “os sindicatos têm legitimidade processual para atuar na defesa de todos e quaisquer direitos
subjetivos individuais e coletivos dos integrantes da categoria por ele representada [CB/88, art. 8º, III]”, como
se pode depreender do teor da ementa dos seguintes julgados:
2. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido da ampla
legitimidade dos sindicatos para atuar na defesa dos direitos subjetivos individuais e
coletivos de seus integrantes. (....) (AI n. 453.031- AgR/SP, Relatora Min. Cármen
Lúcia, 1ª Turma, publicado no DJe de 7.12.2007).

1. A orientação firmada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no sentido de que


os sindicatos têm legitimidade processual para atuar na defesa de todos e quaisquer
direitos subjetivos individuais e coletivos dos integrantes da categoria por ele
representada [CB/88, art. 8º, III] vem sendo confirmada em sucessivos julgamentos.
(...). (RE n. 226.205-AgR, Relator Min. Eros Grau, 2ª Turma, publicado no DJe
de 22.5.2007).

I - O Plenário do Supremo Tribunal Federal deu interpretação ao art. 8º, III, da


Constituição, e decidiu que os sindicatos têm legitimidade processual para atuar na
defesa de todos e quaisquer direitos subjetivos individuais e coletivos dos integrantes
da categoria por ele representada. (...)” (AI n. 422.148-AgR, Relator Min. Ricardo
Lewandowski, 1ª Turma, publicado no DJe de 14.11.2007).
Em Repercussão Geral, o Tema 832 firmou o entendimento de que:

Repercussão Geral
Tema 832 - “Os sindicatos possuem ampla legitimidade extraordinária para defender em juízo
os direitos e interesses coletivos ou individuais dos integrantes da categoria que
representam, inclusive nas liquidações e execuções de sentença, independentemente de
autorização dos substituídos.

Conforme demonstra o sitio eletrônico


(https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/direito-
constitucional/as-entidades-sindicais-e-a-defesa-dos-direitos-dos-substituidos) o
egrégio TJDFT, reconhece o direito individual homogêneo e a legitimidade do
sindicato:
“3. O art. 8º, inc. III, da Constituição da República, assegura aos entes sindicais a ampla e
incondicionada liberdade para atuar, em juízo ou administrativamente, na defesa dos direitos
e interesses individuais e coletivos dos integrantes da categoria que representam.
4. No caso, sem olvidar que as condições da ação devem ser analisadas pelo fato narrado,
conforme a teoria da asserção, extrai-se que a pretensão do agravante posta nos autos
originários é o reconhecimento de direitos individuais homogêneos de seus substituídos,
decorrentes de origem comum - as condições de trabalho, evidenciando-se a legitimidade do
sindicato para figurar no polo ativo.”
(Acórdão 1315871, 07205951220208070000, Relator: FÁBIO EDUARDO
MARQUES, Sétima Turma Cível, data de julgamento: 3/2/2021, publicado no DJE:
26/2/2021)

Uma das Ações Civis Públicas mais ruidosa do País, foi a Ação Civil
Pública proposta pelo Sindicatos dos Árbitros do Distrito Federal, partido da Frente
Liberal contra a CBF, FIFA e outros, em 1999, onde foi reconhecida a legitimidade
ativa dos sindicatos, cuja a jurisprudência começou com juiz de primeiro grau deste
egrégio Tribunal e acabou sendo confirmada pela STJ e STF.
Sendo legitimo o Autor Impetrante para atuar em sede de Ação Civil
Pública, com pedido declaratório de ato de improbidade administrativa e suspensão
de atos, em tutela de urgência.
A legitimidade passiva do Impetrado, enquanto presidente do
Conselho de Administração do litisconsorte necessário, INSTITUTO DE GESTÃO
ESTRATÉGICA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL – IGESDF, representando
o segundo litisconsorte DISTRITO FEDERAL, como Secretário de Saúde, é
assegurado pela responsabilidade direta pelo descumprimento dos princípios do
artigo 37 da Constituição e pelo não cumprimento de leis e, consequentemente,
pela materialização da RESOLUÇÃO SEI-GDF N. 04/2021 de 26 de abril de 2021,
que “dispõe sobre a concessão de verba de representação aos Diretores que compõem a Diretoria Executiva
do IGESDF” e assim praticou o ato hostilizado, sem qualquer base legal ou de
conveniência administrativa.
O litisconsorte INSTITUTO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE SAÚDE
DO DISTRITO FEDERAL – IGESDF, é a pessoa jurídica de direito privado, criada
por lei do Distrito Federal (Leis 5.899 de 03.jul.2017 e alterada em parte pela Lei
6.270 de 20 de janeiro de 2019), que é regulamentado ainda pelo Decreto 39.674
de 19.fev.2019 e por seus estatutos, este aprovado pelo Decreto 40.395 de
16.jan.2020 e em pleno vigor) cujo o ato hostilizado está causando prejuízos
diretamente sem que tenha previsão legal para tal.

O Distrito Federal, é litisconsórcio porque é o responsável pelo


repasse de 100% da verba do IGESDF e a quem cabe fiscalizar a aplicação correta
desta verba e assegurar que os valores sejam suspensos e que eventuais créditos
recebidos precisam ser devolvidos.
Daí que os litisconsórcios na verdade devem integrar o polo ativo da
lide, pois, serão os beneficiários diretos e indireto se provida a presente ação e
ainda terão a responsabilidade de executar o cumprimento da sentença, cuja a
verba deverá ser encaminhada aos cofres dos mesmos.
Trata-se de ação civil pública de obrigação de fazer, cumulada com
declaratória de ato de improbidade administrativa, pelo descumprimento de norma
legal expressa que prevê aos membros da diretoria executiva do IGESDF o direito
a remuneração e aos membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal
o direito a ajuda de custo, por reunião, faltando previsão legal para verba de
representação em valores fixos, a uma porque não consta do Plano de Cargos e
Salários; a dois porque a normas legais que regulamentam o IGESDF não prevê tal
direito e a três porque a situação quase falimentar do IGESDF, não permite tal gasto
extras e nem está previsto no convenio assinado entre as partes ( GDF e IGESDF).
Ademais, acaso este juízo entenda que deva incluir no polo passivo
os demais membros do Conselho de Administração, como agentes praticantes do
ato e da Diretoria Executiva como beneficiários diretos, fica desde já requerido, o
chamamento destes na lide, a qualquer tempo, devendo ser assegurado o amplo
direito de defesa e contraditório.

II – DA SUMULA FÁTICA

O litisconsorte IGESDF - INSTITUTO DE GESTÃO ESTRATÉGICA


DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL, foi criado como Serviço Social Autônomo,
pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, de interesse coletivo e de
utilidade pública, regulamentado pelo Decreto nº 39.674, de 19 de fevereiro de
2019, nos termos da Lei nº 5.899, de 3 de julho de 2017, alterada pela Lei nº 6.270,
de 30 de janeiro de 2019. Se, por um lado, é pessoa jurídica de direito privado,
com autonomia para contratar pessoas pelo regime celetista, sem a
necessidade de concurso público, e remunerá-las em padrões compatíveis com o
mercado em que atuam, por outro, é gestora de recursos públicos,
provenientes do orçamento-programa definido no contrato de gestão com a
Secretaria Estadual da Saúde do Distrito Federal (SES/DF), é empresa sem fins
lucrativos, de interesse coletivo e de utilidade pública, operando sob as regras do
Sistema Unificado de Saúde – SUS. Logo, seus atos administrativos, estão
sujeitos ao controle estatal, dentre eles, criação de benefícios indiretos para seus
dirigentes.
Não há dúvida de que as definições dos limites legais e de governança
de empresas na modalidade de serviço social autônomo geram controvérsias na
doutrina e jurisprudência, especialmente as questões ligadas ao seu regime jurídico
de direito privado frente à natureza pública de suas contribuições e atividades, mas
a fiscalização, quanto aos princípios norteadores da administração pública
permanecem obrigados a serem seguidos.
Assim, se por um lado o IGESDF não é exigido adotar os
procedimentos rígidos relativos às entidades públicas, como processo
licitatório e concurso público, por outro lado, é demandado a responder à
Controladoria Geral, ao Ministério Público e outros órgãos de controle, pois
integra a rede pública de saúde e recebe dinheiro público.

Segundo o 13º Termo Aditivo ao contrato de Gestão entre o GDF e o


IGESDF, assinado em 05.mai.2021 (https://igesdf.org.br/wp-
content/uploads/2020/06/13TA.pdf) está previsto o repasse ordinário, de R$
1.290.319.358,04 (um bilhão, duzentos e noventa milhões, trezentos e dezenove
mil trezentos e cinquenta e oito reais e quatro centavos) e o valor mensal de R$
107.526.613,17 (cento e sete milhões, quinhentos e vinte e seis mil seiscentos e
treze reais e dezessete centavos).

2. CLÁUSULA SEGUNDA – DO OBJETO 2.1. O presente Termo Aditivo tem por objeto alterar a
CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA - DO VALOR do Contrato de Gestão n° 001/2018-SES/DF, passando o
valor anual de R$ 994.766.725,00 (novecentos e noventa e quatro milhões, setecentos e
sessenta e seis mil setecentos e vinte e cinco reais) para R$ 1.290.319.358,04 (um bilhão,
duzentos e noventa milhões, trezentos e dezenove mil trezentos e cinquenta e oito reais e
quatro centavos) e o valor mensal de R$ 82.897.227,10 (oitenta e dois milhões, oitocentos e
noventa e sete mil duzentos e vinte e sete reais e dez centavos) para R$ 107.526.613,17 (cento
e sete milhões, quinhentos e vinte e seis mil seiscentos e treze reais e dezessete centavos).

O IGESDF, em março de 2021, segundo informações do Plano de


Cargos e Salários, criado pela Resolução n. 06/2021 do Conselho de Administração
do IGES, tem 669 cargos de função gratificada “cargos individualizados e remuneração por
meio de função gratificada para os colaboradores estatutários e gestores médicos”, mais 6.314
funcionários celetistas (regidos pela CLT), além dos servidores efetivos do GDF,
cedidos pela SES/DF, que “permanecem com sua vinculação e cargos próprios de origem, e em alguns
casos possuem duplo vínculo”, estes para o exercício de função gratificada de gestão.

O Impetrado, em nome do IGESDF, colocou em votação, aprovou e


fez materializar, a Resolução SEI-GDF n. 06/2021, de 26 de abril de 2021, que é o
Plano de Cargos e Salários, que regulamenta, dentre outros, a remuneração dos
membros da Diretoria Executiva do IGESDF.
O Plano de Cargos e Salários, regulamenta os cargos de confiança,
que são aqueles determinados para os dirigentes do IGESDF, na forma
determinada pela lei n. 5.899 de 2017 (art. 5º, I e II); no estatuto, quais sejam: “Os
cargos de confiança ocupam os órgãos colegiados da governança corporativa do IGESDF: Conselho de
Administração, Conselho Fiscal e Diretoria Executiva” e segundo o Plano de Cargos e Salários:
“a remuneração da Diretoria Executiva obedece aos parâmetros e limites estabelecidos pela Lei 12.101 de 27 de
novembro de 2009 e é fixada pelo Conselho de Administração. Para o ano de 2021, a remuneração total dos
cargos de confiança da Diretoria Executiva do IGESDF são os seguintes: (....)Diretor Presidente R$ 27.506,00;
Vice-Presidente R$ 26.956,00 e Diretor Executivo R$ 26.417,00”
Como se vê, o Plano de Cargos e Salários, do IGESDF, já assegurou
aos Cargos de Confiança da Diretoria Executiva a remuneração justa praticada no
mercado, e não prevê, qualquer forma de pagamento de ajuda de custa aos cargos
de confiança da Diretoria Executiva ou de qualquer outra área de pessoal.
No entanto, o Impetrado, fez publicar a Resolução SEI/GDF n.
04/2021, de 26 de abril de 2021, que “Dispõe sobre a concessão de verba de representação aos
Diretores que compõem a Diretoria Executiva do IGESDF”, materializada pela decisão do
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO INSTITUTO DE GESTÃO ESTRATÉGICA
DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL - IGESDF, em reunião realizada em 19 de
abril de 2021, com a seguinte fundamentação e disposição:

Considerando a necessidade de estabelecer regramento quanto


ao pagamento de verba de caráter indenizatório com a finalidade
de evitar que o custo da manutenção da a vida de do diretor que compõe
a Diretoria Executiva do IGESDF, a saber, Diretor Presidente, Diretor Vice-Presidente e
Diretores Executivos com despesas de plano de previdência privada,
seguro de vida, telefonia celular, internet e plano de saúde, entre
outras, seja transferido ilicitamente aos Diretores, evitando o efeito reverso da
descontinuidade do serviço público, tendo em vista a condição singular e
específica do IGESDF como serviço social autônomo, na execução dos seus objetivos
estatutários e do contrato de gestão firmado com a Secretária de Saúde do Distrito Federal
– SES/DF;
Considerando que a concessão do pagamento de verba de representação não
caracteriza qualquer forma de remuneração por serviços prestados ao IGESDF, não
gerando ao dirigente estatutário qualquer direito na área trabalhista, previdenciária ou
civil, inclusive habitualidade;
O Conselho de Administração do IGESDF, no uso das atribuições que lhe confere
o art. 11 do Estatuto do IGESDF
RESOLVE:

Art. 1º Autorizar
o pagamento de verba de representação, de
natureza indenizatória, não salarial, de caráter administrativo, para ajuda de custo
aos diretores estatutários que compõem a Diretoria Executiva do IGESDF da seguinte
forma:
I – Diretor Presidente, R$ 6.000,00 (seis mil reais);
II – Diretor Vice-Presidente, R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
III – Diretor Executivo, R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
Parágrafo Primeiro - O reajuste do valor da Verba de Representação se dará,
exclusivamente, por deliberação administrativa, sem vinculação com contrato de trabalho
e benefícios trabalhistas, previdenciários ou civis.
Parágrafo Segundo – O crédito da verba de representação deve ser solicitado
pelo diretor estatutário com periodicidade não menor que 30 dias entre cada solicitação.
Parágrafo Terceiro – O controle, o registro e o pagamento da verba de
representação ficam a cargo da Diretoria de Administração e Logística.
Parágrafo Quarto – O pagamento da verba de representação somente será
autorizado para crédito no mês subsequente àquele em que o IGESDF comprovar o
enquadramento previsto no inciso XV, cláusula 12ª. do Contrato de Gestão e demonstrar
que todas as obrigações financeiras encontram-se regularmente quitadas ou
repactuadas.
Parágrafo Quinto – o pagamento da verba de representação veda a possibilidade de
pagamento de ajuda de custo e diárias, simultaneamente.
Art. 2º Esta Resolução entrou em vigor na data de sua aprovação na reunião do Conselho
de Administração do IGESDF.
Art. 3º Publique-se.

Ao assim proceder, criou para os membros da Diretoria Executiva do


IGESDF, uma AJUDA DE CUSTO, mensal, que chama de verba de representação
de natureza indenizatória, com a finalidade de evitar custos de manutenção dos
Diretores – isto mesmo – para fazer frente as despesas de: PLANO DE
PREVIDÊNCIA SOCIAL PRIVADA, SEGURO DE VIDA, TELEFONIA CELULAR,
INTERNET E PLANO DE SAUDE, dentre outras que não enumera, sem no entanto,
assegurar aos demais empregados CLT, especialmente, aos médicos, o mesmo
direito e com agravante de que não há previsão legal, estatutária e no Plano de
Cargos e Salários aprovado e em vigor.

Tal AJUDA DE CUSTO, nos termos da Lei 5.899 de 2017, do Decreto


Regulamentador 39.674 de 19.fev.2019; dos Estatutos do IGESDF (decreto 40.395
de 2020) e do Plano de Cargos e Salários instituído pela Resolução SEI-GDF
06/2021 de 19 de abril de 2021, somente é permitida para os membros do Conselho
de Administração e do Conselho Fiscal do IGESDF, já que estes não têm direito a
remuneração, como os membros da Diretória Executiva.
O absurdo chega ao ponto de que o IGESDF encarregado do sistema
de atendimento médico-hospitalar de uma parte significativa da população do DF,
vai pagar aos seus diretores um PLANO DE SAUDE PRIVADO, o que demonstra
a precariedade dos serviços que vem sendo prestados.
A relação entre o DISTRITO FEDERAL e o IGESDF é regulamentado
pelo CONTRATO DE GESTÃO n. 001/2018, e suas alterações posteriores que não
prevê, que o dinheiro público repassado ao IGESDF seja utilizado para pagamento
de AJUDA DE CUSTO para integrantes da Diretoria Executiva.
Apenas, para exemplificar a Vossa Excelência, o IGESDF, está
contratando médico na especialidade de cardiologia, conforme edital constante no
endereço eletrônico (https://igesdf.org.br/wp-content/uploads/2021/08/EDITAL-
121.2021-Medico-II-Cardiologista-1-2.pdf) cuja remuneração ofertada para
jornada de 12 horas semanais e de apenas R$ 5.900,00 portanto remuneração
total, menor que a AJUDA DE CUSTO prevista para o presidente do IGESDF, o
que demonstra a falta de proporção de tal ato administrativo com dinheiro de
natureza pública.

De sorte, que além da ilegalidade e do desvio de finalidade de verba


pública o impetrado, ainda está causando prejuízos irreparáveis aos cofres
públicos, e criando uma discriminação com os demais empregados e funções de
confiança que não são beneficiados com tais direitos.

Daí a necessidade de ser concedida a tutela de urgência, em caráter


antecedente, para suspender a aplicação da AJUDA DE CUSTO, criada pela
Resolução SEI-GDF n. 04 de 2021 de 26 de abril de 2021, para os membros da
Diretoria Executiva do IGESDF, até o julgamento final da presente ação, sob pena
de pagamento de multa diária equivalente ao decuplo do valor dispendido mês a
mês com a referida AJUDA DE CUSTO e ao final ser julgada procedente, na forma
do pedido ao final, por ser de direito.

III – DO DIREITO VIOLADO PELO IMPETRADO AO EDITAR A RESOLUÇÃO


SEI-GDF 04 DE 2021 DE 26 DE ABRIL DE 2021:

A lei n. 5899 de 2017 – que criou o IHBDF – e a lei 6.270 de 2019 –


que transformou em IGEDF e ampliou a área de atuação - faz uma distinção
clara entre “AJUDA DE CUSTO”, que está prevista, apenas para os membros dos
Conselhos de Administração e do fiscal (art. 8º.) e “REMUNERAÇÃO” que é paga
aos membros da Diretoria Executiva (art. 9º), mas não paga aos membros do
Conselho Fiscal e de Administração (art. 8º). Dizem as normas:

Art. 8º Os membros dos Conselhos de Administração e Fiscal não recebem


remuneração pelos serviços que prestem ao IHBDF, ressalvada a ajuda de custo por reunião
da qual participem.
Art. 9º A remuneração dos membros da Diretoria Executiva do IHBDF é fixada pelo
Conselho de Administração em valores compatíveis com os níveis prevalecentes no mercado
de trabalho para profissionais de grau equivalente de formação profissional e de
especialização.
No mesmo sentido o Decreto regulamentador n. 39.674 de
19.fev.2019, que remete aos impedimentos e vedações da Lei 5.899 de 2017,
sendo que os Estatutos em vigor, prevê, a figura da AJUDA DE CUSTO para fazer
frente “pagamento de despesas com deslocamento, alimentação e estadia, por reunião da qual participem”
(art. 17):
Art. 17. Os membros do Conselho de Administração não receberão remuneração pelos
serviços que prestarem ao IGESDF, ressalvada a ajuda de custo em valor fixado pelo Conselho
de Administração, para pagamento de despesas com deslocamento, alimentação e estadia,
por reunião da qual participem, sendo sua atividade considerada de relevância para o sistema
de saúde do Distrito Federal.
(...)
Art. 44. Os membros do Conselho Fiscal não receberão remuneração pelo desempenho
das funções de conselheiros, que serão consideradas serviço público relevante, ressalvado,
quando for o caso, o ressarcimento das despesas com deslocamento, alimentação e estadia
para a participação nas reuniões do Conselho, em valor fixado pelo Conselho de
Administração.
Logo, como determinado pela Lei 5.899 de 2017, especialmente,
artigo 5º, a AJUDA DE CUSTO é paga para os membros dos Conselhos de
Administração e Fiscal, que não recebem remuneração, para apenas esta AJUDA
DE CUSTO.
Já para os membros da DIRETORIA EXECUTIVA é prevista a fixação
da REMUNERAÇÃO, em valores compatíveis com os níveis de formação
profissional, responsabilidade e de mercado (art. 36 do Estatuto), mas não prevê,
qualquer AJUDA DE CUSTO ou mesmo VERBA DE REPRESENTAÇÃO de valor
fixo e mensal, sem necessidade de comprovar despesas realizadas.
Art. 36. A remuneração dos membros da Diretoria Executiva do IGESDF será fixada
pelo Conselho de Administração em valores compatíveis com os níveis prevalecentes no
mercado de trabalho para profissionais de graus equivalentes de formação profissional,
responsabilidade e especialização, observado os limites estabelecidos e o disposto no art. 29
da Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009.
Sendo que esta remuneração é fixada no Plano de Cargos e Salários
do IGESDF, aprovado pela Resolução SEI-GDF 06/2021, conforme determina a
legislação:

Art. 49. A Gestão de Pessoas será orientada por manual específico que disporá sobre
os princípios básicos de gestão de pessoal e especificamente sobre:
(...)
III - direitos e deveres dos empregados;
(...)
VII - plano de cargos e salários;

De sorte, que a remuneração dos membros da Diretoria Executiva,


assim como, os direitos e deveres dos empregados do IGESDF, devem ser fixados
no Plano de Cargos e Salários e, jamais, em ato autônomo, excluindo os demais
empregados, especialmente, aqueles que exercem funções gratificadas privativa
dos médicos e dos próprios médicos que atendem aos pacientes diuturnamente,
na rede hospitalar e nas UPAS, administradas pelo IGESDF, que possuem as
mesmas necessidades que os membros da Diretoria Executiva.
Logo não há amparo legal, para a criação e implantação, apenas para
os membros da Diretoria Executiva do IGESDF, de uma AJUDA DE CUSTO, que é
privativa dos membros dos Conselhos Fiscais e de Administração do IGESDF,
ainda mais de forma seletiva e fora do plano de cargos e salários, como está
ocorrendo na espécie.

3.1 – DA RESPONSABILIDADE DO IMPETRADO PELO ATO DE


MATERIALIZAR A DECISÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO
IGESDF:

A Lei 5.899 de 2017, em face da grande pressão do Impetrante e da


sociedade do Distrito Federal, acabou colocando no tocante a responsabilidade
que: “Os membros dos Conselhos de Administração e Fiscal e os da Diretoria Executiva respondem
pessoalmente por seus atos ou omissões ilícitos ocorridos durante os seus respectivos mandatos no IHBDF”
(art. 10, § 2º da lei 5.899 de 2017 c/c arts. 3º § 7º e 5º § 8º do Decreto n. 39.674 de 19.fev.2019).
§ 7º Os membros do Conselho de Administração respondem pessoalmente por seus atos ou
omissões ilícitas ocorridas durante os seus respectivos mandatos no IGESDF.
§ 8º Os membros da Diretoria Executiva respondem pessoalmente por seus atos ou omissões
ilícitas ocorridas durante os seus respectivos mandatos no IGESDF.
Cabe salientar que o CONTRATO DE GESTÃO entre o Distrito
Federal e o IGESDF “deve observar os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, eficiência e economicidade,....” (art. 2º, III da Lei n. 5.899 de 03.jul.2017) e no mesmo
sentido as contratações do IGES, devem observar: “os princípios da publicidade, da
impessoalidade, da moralidade, da economicidade e da eficiência” (art. 2º, IX, “a” da Lei 5.899 de 2017);
A fiscalização das atividades do IGESDF deve ser realizada ela
Secretaria de Estado de Saúde, pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal, “que
verifica, especialmente, a legalidade, a legitimidade, a operacionalidade e a economicidade no desenvolvimento
das respectivas atividades e na consequente aplicação dos recursos repassados, com base nos critérios
referidos no inciso III” (art. 2º., VI da Lei 5.899 de 2017), o que gera a necessidade de
intervenção do Poder Judiciário, quando há omissão dos entes competentes, como
no presente caso.
Compete ao contrato de gestão conferir “poderes para fixar níveis de
remuneração para o pessoal da entidade, em padrões compatíveis com os respectivos mercados de trabalho,
segundo o grau de qualificação exigido e os setores de especialização profissional” (art. 2º, VIII da lei 5.899
de 2017).

3.2 – DO PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS APROVADOS EM 19.ABR.2021 E


MATERIALIZADO PELA RESOLUÇÃO SEI-GDF n. 06/2021 DE 26 DE ABRIL DE
2021 E DA INEXISTENCIA DE PREVISÃO DE PAGAMENTO DE AJUDA DE
CUSTO OU VERBA DE REPRESENTAÇÃO AOS MEMBROS DA DIRETORIA
EXECUTIVA:

Vale informar ao juízo de Vossa Excelência, que na mesma data, que


foi aprovado o ato hostilizado, foi aprovada a Resolução SEI-GDF n. º 06/2021 de
26 de abril de 2021 que “dispõe sobre o Plano de Cargos e Salários 2021 do Instituto de Gestão
Estratégica de Saúde do Distrito Federal”. Aonde ficou definido a remuneração da Diretoria
Executiva do IGESDF, ganharam o reajuste salarial e a definição de cargos de
confiança, aonde ficou definido a faixa salarial dos membros da Diretoria Executiva
do IGESDF:
- Diretor Presidente R$ 27.506,00
- Diretor Vice-Presidente R$ 26.956,00
- Diretor Executivo R$ 26.417,00

Ao analisarmos a dita Resolução n. 06/2021 constata-se que o Plano


de Cargos e Salários levou em conta dentre outros “Considerando a necessidade de equilíbrio
econômico e financeiro do IGESDF” e mais:

1 CONTEXTO:
O Conselho de Administração e a Diretoria Executiva do Instituto de Gestão
Estratégica de Saúde do Distrito Federal – IGESDF, com vistas ao equilíbrio econômico e
financeiro, à eficiência e ao aperfeiçoamento do exercício da gestão das unidades
administrativas e assistenciais sob a responsabilidade do Instituto promoveram alterações
na estrutura organizacional do IGESDF em março de 2021. Verificou-se, por pertinência, a
necessidade de revisão do Plano de Cargos e Salários em vigor, aprovado em março de 2020,
adequando a estrutura de remuneração dos colaboradores, assim como as tabelas de cargos
e salários, compatibilizando-as com os praticados pelo segmento da saúde na região do
Distrito Federal.
(....)
A elaboração do PCS 2021 tem como pressupostos: (1) a sustentabilidade do IGESDF,
que decorre de sua capacidade financeira para arcar com o custo do plano de cargo e
salários, tanto no presente quanto no futuro; (2) o equilíbrio interno, com a adequação dos
valores propostos em relação aos diferentes níveis de conhecimento, competências e
responsabilidades dos cargos; (3) o equilíbrio externo, que é o alinhamento salarial em
relação aos valores praticados no mercado; (4) a responsabilidade com os recursos públicos
que o IGESDF gere, refletida na sobriedade na gestão de custos.
Por isso, os critérios empregados para alterações e reposicionamento dos cargos e
funções gratificadas foram garantir, no mínimo, o padrão médio de mercado ou o nível salarial
atualmente praticado pelo IGESDF, buscando a remuneração adequada e com menor impacto
de custo para o Instituto.
Ora excelência, se o objetivo do IGESDF é o equilíbrio econômico e
financeiro, a adequação da remuneração dos colaboradores – dentre eles os
membros da Diretoria Executiva- com os praticados pelo segmento da saúde na
região do Distrito Federal e a sustentabilidade do IGESDF, que decorre de sua
capacidade financeira para arcar com os custos do plano de cargo e salário, tanto
no presente como no futuro, e a responsabilidade com os recursos públicos que o
IGESDF gere, que deve refletir a sobriedade na gestão de custo, não permitem,
que neste momento, em que o IGESDF, apresenta uma dívida de mais de 670
milhões de Reais, com falta de insumos, equipamentos médico-hospitalares e
carência de profissionais, seja criada uma AJUDA DE CUSTA, de R$ 6.000,00,
para pagar internet e outros, para membro da Diretoria Executiva do IGESDF, com
oneração ainda maior da folha de pagamento, ainda mais neste momento de
pandemia, que a população do DF necessita de serviços eficientes e competentes,
que não vem tendo.
Como demonstra o Plano de Cargos e Salários, “as diretrizes para o trabalho
foram a adequação da tabela salarial aos padrões remuneratórios de mercado da indústria de saúde do Distrito
Federal e a redução de custos com recursos humanos”, não havendo pois como se admitir que
seja criado em paralelo, uma AJUDA DE CUSTA, como se fosse uma verba de
representação de natureza indenizatória para pagar: PLANO DE PREVIDENCIA
PRIVADA, SEGURO DE VIDA, TELEFONIA CELULAR, INTERNET E PLANO DE
SAUDE aos membros da Diretoria Executiva, ainda mais, sem previsão no Contrato
de Gestão e na legislação criadora do IGESDF, como acima demonstrado..
Ora se fosse algo que vem sendo praticando no mercado de saúde
do DF, teria sido identificado pela empresa de consultoria que ajudou na elaboração
do Plano de Cargos e Salários e com certeza teria sido ali incluído, mas não há
qualquer referência neste sentido.
Ainda em 2019, diante da necessidade de elaborar programa de avaliação de
desempenho e produtividade, contratou uma consultoria especializada em cargos e
remuneração da área da saúde para apoiar a construção de um plano de cargos e salários
próprios. Deste trabalho resultou o Plano de Cargos e Salários (PCS) 2020. O PCS 2020, por
limitações orçamentárias e financeiras, teve implantação funcional e salarial parcial,
enquadrando apenas os cargos de livre nomeação até a grade salarial nível 15. O Programa
de Gestão de Desempenho, aprovado juntamente com o PCS 2020, também não foi implantado.
As contratações de 2019 até março de 2021 seguiram a tabela de salário aprovada pela RDE
003/2019. Em consequência, a contratação e a remuneração de pessoal operam com
diversidade de cargos e funções.
Mas não consta que tenha sido incluído nas sugestões da referida
empresa de consultoria, para a sua criação e implantação.

3.3 – DO CONTRATO DE GESTÃO EXISTENTE ENTRE O DISTRITO FEDERAL


E O IGESDF E DA INEXISTENCIA DE PREVISÃO DE PAGAMENTO DE AJUDA
DE CUSTA AOS MEMBROS DA DIRETORIA EXECUTIVA DO IGESDF

A relação jurídica entre o Distrito Federal e o IGESDF, é o contrato de


gestão existente entre as partes, para que o GDF possa repassar os valores
mensais ao IGESDF e destacamos alguns pontos:
CLÁUSULA SEXTA - DAS OBRIGAÇÕES DO CONTRATADO No âmbito do presente
CONTRATO DE GESTÃO, são estabelecidas as seguintes obrigações ao IHBDF:
(...).
X - fixar os níveis de remuneração do quadro de pessoal em padrões compatíveis
com os respectivos mercados de trabalho, segundo o grau de qualificação exigido e os setores
de especialização profissional;
(...)
CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA - DA APLICAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DOS RECURSOS
FINANCEIROS
Os recursos serão aplicados e administrados pelo CONTRATADO nos termos dispostos
neste CONTRATO DE GESTÃO e em seus anexos, respeitadas as seguintes diretrizes:
(...).
III - respeitados os limites fixados neste CONTRATO DE GESTÃO e as competências
definidas na Lei nº 5.899, de 2017, e no Decreto nº 38.332, de 2017, e no Estatuto do IHBDF, é
reconhecida autonomia à DIREX para a contratação e administração de pessoal da entidade,
sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho, e para fixar os respectivos níveis de
remuneração em padrões compatíveis com os respectivos mercados de trabalho, segundo o
grau de qualificação exigido e os setores de especialização profissional, em decisão ratificada
pelo CA;
(...)
CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA - DA APLICAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DOS RECURSOS
FINANCEIROS Os recursos serão aplicados e administrados pelo CONTRATADO nos termos
dispostos neste CONTRATO DE GESTÃO e em seus anexos, respeitadas as seguintes diretrizes:
(...).
XV - o CONTRATADO poderá alocar no máximo 70% (setenta por cento) dos recursos
públicos repassados com base neste Contrato de Gestão com despesas de remuneração,
encargos trabalhistas e vantagens de qualquer natureza, a serem percebidos pelos seus
dirigentes, empregados e servidores cedidos.
(...)
CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA - DA APLICAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DOS RECURSOS
FINANCEIROS Os recursos serão aplicados e administrados pelo CONTRATADO nos termos
dispostos neste CONTRATO DE GESTÃO e em seus anexos, respeitadas as seguintes diretrizes:
(...)
II - compete à DIREX do IHBDF, mediante ratificação do CA, fixar os níveis de
remuneração para o pessoal por ela contatado em padrões compatíveis com os respectivos
mercados de trabalho, segundo o grau de qualificação exigido e os setores de especialização
profissional;
(...)

V-aremuneração individual dos membros da DIREX, deve ser


inferior, em seu valor bruto, a 70% (setenta por cento) do limite
estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo
federal, devendo a remuneração global de todos os membros da DIREX, pelo exercício das
atribuições estatutárias, ser inferior a 5 (cinco) vezes o valor correspondente ao limite
individual, sem prejuízo da remuneração da pessoa do membro da DIREX que,
cumulativamente, tenha vínculo estatutário e empregatício, exceto se houver inculpabilidade
de jornadas de trabalho.
(...)
Parágrafo Segundo. Os contratos de trabalho deverão prever parcela da
remuneração relacionada ao desempenho, vinculada à superação de metas individuais e
coletivas.
(...).
15. Dispor de estratégias de valorização dos seus trabalhadores, quais sejam, no
mínimo: avaliação de desempenho; educação permanente em saúde; avaliação da atenção à
saúde do trabalhador; parte da remuneração vinculada à superação de metas individuais e
coletivas;
Não há assim previsão para que seja fixado uma AJUDA DE CUSTO,
em caráter indenizatório, sem necessidade de comprovar a despesa realizada e
com agravante de que esta violando o disposto na Clausula Décima Segunda que
trata da Aplicação dos Recurso e fixa que a remuneração individual dos
membros da DIREX, deve ser inferior, em seu valor bruto, a 70% (setenta por
cento) do limite estabelecido para a remuneração de servidores do Poder
Executivo federal – conhecido teto constitucional que em 2021 é de R$
39.600,00.
Ora excelência, o teto constitucional é de R$ 39.600,00 e 70% deste
corresponde a R$ 27.510,00 e assim, a remuneração bruta total, do membro da
Diretoria Executiva do IGESDF, não pode ultrapassar a este valor. Apenas
exemplificando: a remuneração do presidente do IGESDF é de R$ 27.506,00 mais
a ajuda de custa, coloca a sua remuneração bruta em R$ 33.500,00 ultrapassando,
pois, o valor fixado no Contrato de Gestão, que é de R$ 27.510,00.
De sorte que a ajuda de custo, inclusive, extrapola o previsto no
Contrato de Gestão entre o Distrito Federal e o IGESDF.

3.4 – DA LEI 12.101 DE 27 DE NOVEMBRO DE 2009 DO DISTRITO FEDERAL E


DA SUA UTILIZAÇÃO INADEQUADA PELA RESOLUÇÃO N. 04/2021 DO
IGESDF

A Resolução SEI-GDF n. 04/2021, ora hostilizada, fundamenta-se na


Lei Federal n. 12.101 de 2009 – lei das entidades filantrópicas – que dispõe sobre a
certificação das entidades beneficentes de assistência social, regula os
procedimentos de isenção de contribuições para a seguridade social, altera a Lei nº
8.742, de 7 de dezembro de 1993, revoga dispositivos das Leis nº 8.212, de 24 de
julho de 1991, 9.429 dentre outros e está em momento algum prevê o pagamento
de AJUDA DE CUSTA ou VERBA DE REPRESENTAÇÃO para diretores de
diretoria executiva, como verba indenizatória, ainda mais, não se tratando sequer
de reembolso de eventuais despesas, como no presente caso.
Fixa a lei 12.101 de 2009, dentre outros que:
Art. 29. A entidade beneficente certificada na forma do Capítulo II fará jus à
isenção do pagamento das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei nº
8.212, de 24 de julho de 1991, desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes
requisitos:

I - não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores,


remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma
ou título, em razão das competências, funções ou atividades que lhes sejam
atribuídas pelos respectivos atos constitutivos;
(...)
VII - cumpra as obrigações acessórias estabelecidas na legislação tributária;
Inclusive, o pagamento em questão é mais uma das premissas de
afastamento da isenção de pagamento de contribuições de que trata o artigo 22 e
23 da referida lei.

IV – DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E DO DIREITO DE AÇÃO CIVIL


PUBLICA:

Diz o artigo 37, § 4º da CRFB in verbis:

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos


direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
penal cabível.

O ato hostilizado, além de sua ilegalidade e falta de conveniência


administrativa, ainda causa ou causará danos financeiros significativos ao Distrito
Federal, a uma porque a partir do momento em que entrou em vigor o ato
hostilizado, os membros da Diretoria Executiva, passaram a ter o direito de receber,
a referida ajuda de custo, mesmo não havendo amparo legal; a duas porque não
há como ser dado o benefício apenas a uma parcela do corpo técnico, excluindo-
se os demais; a três porque não há recurso definido para este fim. A quatro porque
ultrapassa a 70% do teto constitucional, dentre outros acima citados.
A Lei 8.429, prescreve que, que a entidade cuja a criação e o custeio
haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual,
estão sujeitos a referida lei:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não,
contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao
patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos
na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de


improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou
custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio
ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito
sobre a contribuição dos cofres públicos.

O Impetrado, é agente público, na forma do artigo 2º da Lei de


Improbidade Administrativa, sendo que a disposição do artigo 3º também gera o
enquadramento.

Já o art. 4º prescreve que o agente público, de qualquer nível ou


hierarquia, é obrigado a velar pela estrita observância dos princípios da legalidade,
da impessoalidade, da moralidade e da publicidade no trato dos assuntos que lhe
são afetos.

A partir do momento em que o impetrado deixou de cumprir a


legislação e em especial do contrato de gestão entre o GDF e o IGESDF, quanto a
AJUDA DE CUSTO, sem amparo legal e gerando a remuneração acima do
permitido pelo acordo entre as partes, agiu com o dolo premeditado.
Seu ato, com certeza gera lesão ao patrimônio público por ação ou
omissão, o dano deverá ser integralmente ressarcido (art. 5º, da LIA).
A Lei n° 8.429/1992, criada com o intuito de prevenir a depreciação
do erário, visando coibir atuações corruptas dos administradores públicos que
possam levar ao descrédito e à ineficiência estatal, prevê taxativamente três
categorias de atos de improbidade, são eles:
- Os que importam enriquecimento ilícito (art. 9º, da LIA);
- os que causam prejuízo ao erário (art. 10, da LIA);
- os que atentam contra os princípios da Administração Pública (art.
11, da LIA).

Os prejuízos futuros são significativos, acaso mantidos o status quo


atual.
O cumprimento da legislação por parte do Impetrado, nada mais é do
que o desdobramento do Estado Social de Direito, e têm por escopo a manutenção
da ordem social. São caracterizados como direitos de segunda dimensão e são de
prestação positiva, ou seja, devem ser fornecidos pelo Estado, mormente porque
buscam melhorias na vida do cidadão.
O direito dos representados e do Impetrante, em seu mister
constitucional, deve combater a prática de atos ímprobos e a impenitente corrupção
que assola o país, resguardando o equilíbrio e a legitimidade das instituições
públicas e impedindo, por conseguinte, que o crescimento e evolução da nação, a
ordem moral e a justiça não restem maculadas, em especial, assegurar que a verba
pública da saúde seja utilizada para este fim e evitar que haja distorções como no
presente caso.

4.1 – DAS CONDUTAS DOS IMPETRADOS

4.1.1. DO DOLO

Imperativo dizer que do elemento subjetivo que lhes deu ensejo, qual
seja, o dolo. É entendimento sedimentado nos Tribunais e na doutrina pátrios que
o dolo deve ser o elemento caracterizador dos atos de improbidade administrativa,
sendo que apenas nos casos de prejuízo ao erário os atos podem ser sancionados
a título de dolo ou de culpa.
O Superior Tribunal de Justiça tem o entendimento de que:

“[...] para que seja reconhecida a tipificação da conduta do réu como incurso nas
previsões da Lei de Improbidade Administrativa, é necessária a demonstração do
elemento subjetivo, consubstanciado pelo dolo para os tipos previstos nos artigos 9º e
18 Sobre o tema, REsp n° 980706/RS. E, ao menos, culpa, nas hipóteses do artigo 10.”
(AgRg no AREsp nº 20.747/SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves)

O elemento subjetivo exigido é dolo comum, a vontade genérica


de fazer o que a lei veda ou a de não fazer o que a lei determina, como no caso
presente, não se exigindo a existência de motivo especial.
A incidência em responsabilidade dos sujeitos ativos quando houver
dolo em seus atos, ressalvando-se, por óbvio, os atos de improbidade
administrativa que causem dano ao erário, também punidos por culpa, exceção
essa positivada no caput do art. 10, da Lei n° 8.429/92.
O elemento subjetivo da conduta deve-se dar atenção às
circunstâncias objetivas do caso concreto, as quais podem levar à caracterização
do dolo do agente. O conluio do Impetrado para violar o Estado Democrático de
Direito, que além de ter causado prejuízos aos representados do Impetrante, no
presente, causará no futuro prejuízos ao ente publico, com prejuízos a toda a
coletividade.
Não há dúvida de que a partir do momento em que existem leis
estabelecendo a forma de remuneração e a sua limitação, e o Impetrado
deixar de adotar medidas necessárias para cumprir as leis, ou suspender as
suas eficácias, antes de surtir efeitos no mundo jurídico, criou um panorama
configurador da desconsideração dos princípios que regem a Administração
Pública.
O poder judiciário não pode permitir que administrador publico ou
qualquer cidadão deixe de cumprir a lei e permaneça impune, sob pena de
estabelece o estado de justiça cidadã, onde cada um faz o que quer e como quer,
fazendo justiça com as próprias mãos.
No tocante à ilicitude de suas condutas, se o administrador público ou
equiparado tem ciência das regras pertinentes (e ele deve ter), não pode, ao seu
alvedrio, se negar a cumpri-las e simplesmente deixar de aplicar, sob pretenso
qualquer e do modo que lhe aprouver.
Patente, assim, o dolo e a má-fé – elementos caracterizadores do ato
de improbidade que atenta contra os princípios da administração pública – do
Impetrado com a gestão da coisa pública, dela se utilizando para atender interesses
particulares.
2. A má-fé, consoante cediço, é premissa do ato ilegal e ímprobo e a
ilegalidade só adquire o status de improbidade quando a conduta antijurídica fere os
princípios constitucionais da Administração Pública coadjuvados pela má- intenção do
administrador.
3. A improbidade administrativa está associada à noção de desonestidade, de
má-fé do agente público, do que decorre a conclusão de que somente em hipóteses
excepcionais, por força de inequívoca disposição legal, é que se admite a sua
configuração por ato culposo (artigo 10, da Lei 8.429/92).
4. O elemento subjetivo é essencial à caracterização da improbidade
administrativa, sendo certo, ainda, que a tipificação da lesão ao patrimônio público
(art. 10, caput, da Lei 8429/92) exige a prova de sua ocorrência, mercê da
impossibilidade de condenação ao ressarcimento ao erário de dano hipotético ou
presumido. Precedentes do STJ: REsp 805.080/SP, PRIMEIRA TURMA, DJe 06/08/2009;
REsp 939142/RJ, PRIMEIRA TURMA, DJe 10/04/2008; REsp 678.115/RS, PRIMEIRA TURMA,
DJ 29/11/2007; REsp 285.305/DF, PRIMEIRA TURMA; DJ 13/12/2007; e REsp 714.935/PR,
SEGUNDA TURMA, DJ 08/05/2006; […] (STJ, REsp 980.706/RS, Rel. Ministro LUIZ
FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/02/2011, DJe 23/02/2011)”

Não há duvida de que a conduta do agente, ora impetrado, foi dolosa


e consciente de que estava materializando uma decisão sabidamente ilegal e sem
amparo nas normas da gestão do IGESDF, com graves prejuízos a comunidade
como um todo e em especial aos representados do impetrante.
A partir do momento em que o Impetrado deixou de cumprir a lei e as
normas estatutárias, incidiu na norma de conduta do artigo 10 da LIA que
estabelece:

Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio
particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
(...).
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que
diz respeito à conservação do patrimônio público;

A partir do momento em que o impetrado deixou entrar em vigor o ato


ora hostilizado, incidiu na norma do artigo 10, I e X da LIA, porque com certeza irá
prejudicar os representados do Impetrante e a sociedade como um todo, a médio e
longo prazo.
Incidiu no artigo 11, I e II da LIA, que estabelece:
Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da
Administração Pública
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele
previsto, na regra de competência;
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
Competia ao Impetrado ter adotado as cautelas e não fazer publicar
a dita Resolução n. 04/2021 SEI-GDF, se assim não o fez, praticou ato diverso
daquele previsto na norma, para os representados do Impetrante e estão
retardando e deixando de praticar, indevidamente ato de oficio.
A pena para quem incide nas normas supracitadas estão previstas no
artigo 12 da LIA que estabelece:
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas
na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às
seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de
acordo com a gravidade do fato:
(...)
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda
da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de
multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder
Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de
multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição
de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
A presunção da lesividade desses atos ilegais é de fácil percepção,
pois se o ordenamento jurídico obriga a adoção de certas medidas e a observância
de parâmetros legais, e o administrador esquiva-se de cumpri-los, há ofensa ao
ordenamento jurídico que rege a matéria.
O administrador ímprobo, como no caso do Impetrado, que faz entrar
em vigor uma norma para beneficiar os membros da Diretoria Executiva do
IGESDF, com recursos oriundos do Distrito Federal e que estão tendo as suas
funções e definições com desvio de finalidade de verba pública, mesmo que
privatizada, deve arcar com o resultado de seus atos, pois, em se tratando de dano
ao patrimônio público, a própria lei expressamente presume a lesividade, como
acima demonstrado.
Impõe-se, portanto, a obrigação de reparar o dano oriundo das
condutas comissivas perpetradas pelo Impetrado que estão causando sérios
prejuízos ao erário, bem como a aplicação das demais sanções previstas no art.
12, II, da Lei de Improbidade Administrativa.

De sorte que o Impetrado está cumulativamente, incidindo nas


normas supras transcritas, do artigo 10, I e X e do artigo 11, I e II da LIA e, portanto,
sujeitos as penas dos incisos II e III do artigo 12 da LIA, devendo a graduação se
máxima para inibir que tais atos continuem a ocorrer.

4.1.2 – DOS ATOS QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM


A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Constituição de Federal de 1988 determina, em seu art. 37, que a


administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedeça, além de diversos preceitos
expressos, aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
publicidade e da eficiência. Norma esta que se aplica ao IGESDF, em face da
legislação criadora.
Ensina o mestre DI PIETRO, apud José Cretella Júnior, que o que
define princípios como sendo as proposições fundamentais, básicas e típicas
de uma ciência, que condicionam todas as estruturas subsequentes, servindo
como seu alicerce. Hodiernamente, os princípios não se configuram mais como
meros complementos das normas, ao revés, são eles formas de expressão
daquelas e são eivados de intenso grau de imperatividade, exigindo-se a
conformação de qualquer conduta/ato aos seus preceitos, donde se extrai o
seu caráter normativo. Por sua natureza cogente, os atos produzidos em
contradição ou desrespeito a eles serão inválidos.
Quanto à influência na improbidade administrativa, ensina Emerson
Garcia, em obra de grande relevância para o tema, aponta que os princípios “ podem
assumir uma função explicativa, permitindo a identificação da mens legis e sua contínua adequação aos valores
sócio-culturais existentes por ocasião de sua aplicação, ou uma função normativa, tornando cogente que os
fatos, simultaneamente, sejam valorados em conformidade com as regras e os princípios que lhes são
subjacentes”.
Nas expressivas lições de Celso Antônio Bandeira de Mello: “Violar um
princípio é muito mais grave que transgredir uma norma. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas
a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos.

Violar o principio é a mais grave forma de ilegalidade ou


inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, porque
representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores
fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de
sua estrutura mestra. Isto porque, com ofendê-lo, abatem-se as vigas que os
sustêm e alui-se toda a estrutura nele esforçada.
O Impetrado, não desempenhou suas funções dentro dos parâmetros
delimitados no citado art. 37, da CF, razão pela qual estão sujeitos às sanções
previstas no §4º, do referido dispositivo constitucional, supratranscrito.
Ao assim agir atenta contra o princípio da legalidade ao deixar de
cumprir uma lei com determinação expressa – poderia se fosse o caso, suspender
a decisão do Conselho de Administração e submeter o seu ato a aprovação, mas
não, preferiu materializa-lo, em favor de terceiros e contra o erário público e do
próprio IGESDF, mas ficou silente, tentando criar um estado de constrangimentos
a todos, especialmente a sociedade como um todo e aos servidores diretamente
atingidos.
De sorte que, atenta contra o princípio da impessoalidade ao
assegurar para uns servidores os direitos e para outros não, talvez quem sabe até
para obter vantagens ilícitas para si ou para outrem; feriu o princípio da moralidade
administrativa ao agir de forma amoral, não agindo com a probidade que é ínsita
ao cargo que detém e, desconsiderou a eficiência que lhes era inerente como
gestor da coisa pública, já que fez deixar de cumprir a lei em vigor e que a omissão
não produziram bons resultados, ao contrário, gerou descontentamento da classe
dos empregados do IGESDF, especialmente os médicos ora representados,
criando um estado de animosidade, que gerou e está gerando prejuízos
significativos a sociedade.
Deixar de agir de forma transparente, deixando de declarar dados
verdadeiros, que hoje são contraditados pelo TCDF e não colocados a disposição
da sociedade como um todo, especialmente para os representados do impetrante.
A conduta vil do impetrado, além do prejuízo ao erário, violou
princípios da Administração Pública e desprezou os pilares da função
administrativa, que são a supremacia e a indisponibilidade do interesse público,
razão pela qual sua conduta enquadra-se, também, no caput e no inciso I, do art.
11, da Lei nº 8.429/92, como acima demonstrado.
É de sabença comezinha que o interesse público é indisponível,
mormente por se configurar como próprio da coletividade, não estando à livre
disposição de quem os guarda e exerce. Ademais, a legalidade é uma das
raízes do Estado de Direito, sendo, também, uma das principais garantias de
respeito aos direitos individuais, já que limita a atuação administrativa em
prol da coletividade. José Afonso da Silva exemplifica que:
“A lei pode ser cumprida moralmente ou imoralmente. Quando sua execução é feita, p.
ex., com intuito de prejudicar alguém deliberadamente, ou com o intuito de favorecer
alguém, por certo que se está produzindo um ato formalmente legal, mas
materialmente comprometido com a moralidade administrativa”

O princípio da legalidade significa que a Administração nada pode


fazer senão o que a lei determina. O vício do ato administrativo é, em resumo, a
ilegalidade que afeta qualquer dos seus requisitos de validade. Esse escudo é a
ordem pública e quando desobedecido causa lesividade ao patrimônio público.
A lei é regra e medida. A moralidade não é simples corolário: é
elemento constitutivo do ato.
No tocante ao princípio da impessoalidade, DI PIETRO elenca duas
acepções para o princípio em tela. Para ela, exigir impessoalidade da
Administração tanto pode significar que esse atributo deve ser observado em
relação aos administradores como quanto à própria Administração.
No primeiro sentido, que é o que interessa a esta actio, declara a
citada doutrinadora que “o princípio estaria relacionado com a finalidade pública que deve nortear toda
a atividade administrativa” finalidade esta não observada pelo impetrado.
Ainda sobre a impessoalidade, MOARES ensina que: “[...] o administrador
público somente poderá fazer o que estiver expressamente autorizado em lei e nas demais espécies normativas,
inexistindo, pois, incidência de sua vontade subjetiva, pois na Administração Pública só é permitido fazer o que
a leu autoriza […]. Esse princípio coaduna-se com a própria função administrativa, de executor do direito, que
atua sem finalidade própria, mas sim em respeito à finalidade imposta pela lei, e com a necessidade de
preserva-se a ordem jurídica. ”
A moralidade constitui pressuposto de validade de todo ato da
Administração Pública. Portanto, em razão do princípio em comento, não bastará
ao administrador o cumprimento da estrita legalidade, deverá ele, na condução da
coisa pública, pautar-se por pelos princípios éticos da razoabilidade, da
honestidade, da probidade e da justiça.
Desse modo, deverá haver a responsabilização da conduta do agente
público que agiu contrariamente à moral administrativa. MORAES prega que o
princípio da moralidade está intimamente ligado à ideia de probidade, dever
inerente do administrador público, encargo este que, se não respeitado, ensejará a
punição do agente por meio de sanções políticas, administrativas e penais.
Nos dizeres de DI PIETRO, quando a conduta do agente público, no
exercício de suas funções, ofender à moral, aos bons costumes, às regras da
administração, os princípios da equidade e da justiça, bem como ferir a ideia comum
de honestidade, haverá ofensa à moralidade administrativa. Neste ponto, ressalta-
se que tanto a moralidade administrativa quanto o interesse coletivo integram a
legalidade do administrativo.
A violação do princípio da moralidade administrativa não compromete
apenas a estrutura organizacional do Estado. Além dos danos causados ao erário,
seus reflexos negativos irradiam-se nos valores da sociedade, espargindo a
inditosa crença de que honestidade e moralidade são valores improfícuos.
Além da supressão dos vetores axiomáticos acima citados, a conduta
do Impetrado também feriu o princípio da eficiência, dever este imposto a todo
agente público, que deverá desempenhar seu labor com eficiência, presteza e
rendimento funcional.
Com certeza, o impetrado, não buscou o melhor resultado na
prestação do serviço publico, mas sim, tentou criar um estado de favorecimento
para os membros da Diretoria Executiva do IGESDF, com graves prejuízos ao
principio da efetividade. Ao revés, foram realizadas de má-fé, em razão de desejos
obscuros, pautados em interesses pessoais e dissonantes da finalidade pública que
rege a atividade administrativa.
Para DI PIETRO, o princípio da eficiência possui dois aspectos, “pode
ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho
possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; e em relação ao modo de organizar,
estruturar, disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar melhores
resultados na prestação do serviço público. ”
No que tange aos atos de improbidade administrativa descritos no art.
11, da LIA, é válido mencionar que a sua configuração independe da ocorrência de
dano ao erário ou de gerar enriquecimento ilícito a quem o pratica, sendo o seu
elemento subjetivo o dolo, eventual ou genérico, de realizar atos que atentem
contra os princípios da Administração Pública. In casu, o dolo decorre da manifesta
vontade do impetrado – que deixou de cumprir a legislação – em realizar condutas
contrárias ao dever de legalidade, de moralidade, de eficiência e de transparência,
deveres ínsitos à atuação de qualquer agente estatal.
1 - Os atos de improbidade administrativa que importem na violação dos
princípios da administração, independem de dano ao erário ou do enriquecimento
ilícito do agente público. Precedentes do STJ.
2 - Assim, o elemento subjetivo necessário à configuração de improbidade
administrativa, previsto pelo art. 11 da Lei 8.429/1992, “é o dolo eventual ou genérico
de realizar conduta que atente contra os princípios da Administração Pública, não se
exigindo a presença de intenção específica, pois a atuação deliberada em desrespeito
às normas legais, cujo desconhecimento é inescusável, evidencia a presença do dolo.
” (STJ- AgRg no AREsp 73.968/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, 1ª TURMA, julgado
em 02/10/2012, DJe 29/10/2012).
(...). (TJGO,APELACAO CIVEL 40241-89.2009.8.09.0158, Rel. DES.
FRANCISCO VILDON JOSE VALENTE, 5A CAMARA CIVEL, DJe 1622 de
05/09/2014)” –

Não há dúvida que o agente público deve exercer suas funções com
lisura, exação, retidão, sempre visando o interesse público geral, nunca o individual
(próprio ou alheio), cuja inobservância acarretará, como no caso ora analisado,
desvio de poder, afastando-se do objetivo almejado pelo exercício da função
pública, qual seja, o bem comum.
O colendo Superior Tribunal de Justiça, para configurar o ato ímprobo
descrito no artigo 11, da Lei nº 8.429/92 (atos que atentam contra os princípios da
Administração basta o dolo genérico, sendo dispensável a comprovação de
qualquer outra finalidade.
Assim, no que tange à conduta dolosa, há elementos que demonstram
que o agente – ora impetrado - quis ou assumiu o risco de praticar um ou mais atos
previstos no artigo 11 da Lei n. º 8.429/92. Nesse sentido:

[...] 2. Conforme já decidido pela Segunda Turma do STJ (REsp 765.212/AC), o


elemento subjetivo, necessário à configuração de improbidade administrativa
censurada nos termos do art. 11 da Lei 8.429/1992, é o dolo genérico de realizar conduta
que atente contra os princípios da Administração Pública, não se exigindo a presença
de dolo específico.
3. Para que se concretize a ofensa ao art. 11 da Lei de Improbidade, revela-se
dispensável a comprovação de enriquecimento ilícito do administrador público ou a
caracterização de prejuízo ao Erário.
4. In casu, a conduta dolosa é patente, in re ipsa. […] (REsp 951389/SC,
Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
09/06/2010, Dje 04/05/2011)” –

Logo, a condenação do Impetrado pela prática dos atos de


improbidade em voga é medida imperativa de justiça, para evitar o perecimento do
Estado Democrático de Direito.

V – DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR PARA


RESTABELECER O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

A partir do momento em que existem leis em vigor, estabelecendo a


forma da remuneração dos membros da Diretoria Executiva do IGESDF e é criado
uma AJUDA DE CUSTO, não prevista em lei e nos atos internos do IGESDF, em
contrariedade inclusive com o contrato de gestão assinado entre o GDF e o
IGESDF, por parte do presidente do Conselho de Administração que é o Secretário
de Saúde encarregado de fiscalizar a gestão do IGESDF, faz-se necessário que o
Poder Judiciários adote medidas saneadores antes da condenação dos agentes
públicos.

5.1 – DA NECESSIDADE DE FAZER CESSAR O DESCUMPRIMENTO DA LEI


EM CARATER URGENTE E LIMINAR:

Esta demonstrado o “fumus boni iuris” em face do que está


determinada na legislação que regulamentou a forma de remuneração dos diretores
executivos e que está sendo violada, conforme acima demonstrado.
O periculum in mora autorizadores para fazer cessar a ilegalidade é
que além dos representados do Impetrante, estarem a ser receber o que tem direito,
gerará ao Distrito Federal um passivo trabalhista significativo, sem que
posteriormente se possa ver restituído a sociedade como um todo.
Sendo necessário a concessão de liminar, para determinar ao
Impetrado ou quem estiver no lugar, que suspenda, em 24 horas, a eficácia da
Resolução SEI-GDF n. 04 de 2021, datada de 26 de abril de 2021 que criou a
AJUDA DE CUSTO, para os membros da Diretoria Executiva, suspendendo os
respectivos pagamentos até a decisão final deste juízo, ou se for o entendimento
deste juízo, que os valores sejam depositados em conta judicial, sob pena de multa
pessoal de R$ 10.000,00 por dia ou fração de descumprimento;
A Medida liminar pode ser deferida bojo dos próprios autos da ação
principal, mormente diante do princípio da instrumentalidade das formas e da
expressa previsão no ordenamento jurídico da fungibilidade da tutela antecipada e
das medidas cautelares, ex vi do § 7º, do artigo 273, do Código de Processo Civil.

VI – DOS PEDIDOS

6.1 – DO PEDIDO DE LIMINAR

Por todo o acima demonstrado, o impetrante, requer em caráter


liminar sem a oitiva da parte contrária:

(i) – Que seja concedida a tutela antecipatório/liminar, para determinar


que ao Impetrado e ao IGESDF, que suspenda, no prazo de 24 horas ou outro
prazo que este juízo entender cabível, a contar do recebimento da decisão, a
vigência da Resolução SEI-GDF 4/2021 de 26 de abril de 2021, que assegurou aos
membros da Diretoria Executiva do IGESDF, o percebimento de uma AJUDA DE
CUSTO, prevista apenas para os membros do Conselho Fiscal e Conselho de
administração que não são remunerados, assim como, do pagamento de qualquer
valor a título de AJUDA DE CUSTO ou VERBA DE REPRESENTAÇÃO aos
membros da Diretoria Executiva, sob pena de multa diária de R$ 10.000,00 a ser
paga pelo impetrado;
(ii) – Que seja determinado ao IGESDF que no prazo legal, a ser
fixado por este juízo, faça juntar, os seguintes documentos em seu poder:
- Comprovantes de solicitação de AJUDA DE CUSTO realizado por
diretor da Diretoria Executiva do IGESDF, ocorrido desde 26 de abril de 2021 até a
presente data;
- Comprovantes de eventual pagamento a todo e qualquer diretor da
AJUDA DE CUSTO;
Concedida a tutela de urgência, seja então comunicado ao IGESDF
para cumprimento imediato, assim como, comunicado ao Ministério Público do
Distrito Federal e ao Tribunal de Contas do DF.

6.2 – DO PEDIDO DE MÉRITO:


Requer o recebimento da presente ação, sua autuação e
processamento na forma e no rito previstos na Lei nº 7.347/85, juntando, para tanto,
as provas em anexo onde se encontram os documentos de interesse à causa e a
concessão da tutela de urgência acima requerida, em seus termos e a seguir a
notificação do Distrito Federal e do IGESDF, na pessoa de seus respectivos,
representante legal, para, querendo, integrar a lide nos termos do § 3º, do art. 17,
da Lei nº 8.429/92 e após a intimação prevista no art. 17, § 3º, da Lei nº 8.429/92,
e com a manifestação nos autos ou decorrendo in albis o prazo que lhe foi
concedido para tanto, seja o Impetrado citado pessoalmente, via mandado, para,
querendo, responder aos termos da presente ação, sob pena de confissão quanto
à matéria de fato e sob os efeitos da revelia, facultando ao Oficial de Justiça a
permissão contida no art. 172, § 2.º, do Código de Processo Civil, para a
comunicação processual;
Requer, seja assegurada a produção de todas as provas admitidas,
inclusive provas testemunhais, periciais e documentais, e, pelo depoimento pessoal
do requerido, que desde já fica requerido, sob pena de confissão, assim como a
produção da prova pericial na contabilidade do IGESDF a fim de identificar a
existência ou não de disponibilidade de caixa para os pagamentos dos encargos
referentes a ajuda de custa criada pelo ato hostilizado, assim como, seja periciado
para verificar os estudos apresentados pela consultoria e o cumprimento da
restrição de remuneração dos empregados e dirigentes do IGESDF, não pode
ultrapassar a 70% da maior remuneração do serviço público federal do Poder
Executivo e se ficar demonstrado o pagamento a maior, ser apurado os valores
dispendidos pelo erário para tal e:
(i) A procedência dos pedidos em todos os seus aspectos para
condenar o Impetrado nos termos do artigo 10, I e X e artigo 11 I e II as penas
descritas no artigo 12, II e III da LIA (Lei nº 8.429/92), inclusive com a obrigação de
reparar o dano ao erário no importe total que vier se apurado em liquidação de
sentença;
(ii) A condenação dos requeridos nos ônus sucumbenciais e
honorários advocatícios, estes a base de 20% do valor dado a causa

Protesta por todas as provas em direito permitido, especialmente, pela


prova pericial, documental e testemunhal.
Dá-se à causa, o valor de R$ 1.000,00 para fins fiscais.
Nestes Termos,
Pede e Espera Deferimento.
Brasília, 24 de agosto de 2.021

Paulo Goyaz Alves da Silva


OAB/DF 5.214

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