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Repercussão Geral
Tema 832 - “Os sindicatos possuem ampla legitimidade extraordinária para defender em juízo
os direitos e interesses coletivos ou individuais dos integrantes da categoria que
representam, inclusive nas liquidações e execuções de sentença, independentemente de
autorização dos substituídos.
Uma das Ações Civis Públicas mais ruidosa do País, foi a Ação Civil
Pública proposta pelo Sindicatos dos Árbitros do Distrito Federal, partido da Frente
Liberal contra a CBF, FIFA e outros, em 1999, onde foi reconhecida a legitimidade
ativa dos sindicatos, cuja a jurisprudência começou com juiz de primeiro grau deste
egrégio Tribunal e acabou sendo confirmada pela STJ e STF.
Sendo legitimo o Autor Impetrante para atuar em sede de Ação Civil
Pública, com pedido declaratório de ato de improbidade administrativa e suspensão
de atos, em tutela de urgência.
A legitimidade passiva do Impetrado, enquanto presidente do
Conselho de Administração do litisconsorte necessário, INSTITUTO DE GESTÃO
ESTRATÉGICA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL – IGESDF, representando
o segundo litisconsorte DISTRITO FEDERAL, como Secretário de Saúde, é
assegurado pela responsabilidade direta pelo descumprimento dos princípios do
artigo 37 da Constituição e pelo não cumprimento de leis e, consequentemente,
pela materialização da RESOLUÇÃO SEI-GDF N. 04/2021 de 26 de abril de 2021,
que “dispõe sobre a concessão de verba de representação aos Diretores que compõem a Diretoria Executiva
do IGESDF” e assim praticou o ato hostilizado, sem qualquer base legal ou de
conveniência administrativa.
O litisconsorte INSTITUTO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE SAÚDE
DO DISTRITO FEDERAL – IGESDF, é a pessoa jurídica de direito privado, criada
por lei do Distrito Federal (Leis 5.899 de 03.jul.2017 e alterada em parte pela Lei
6.270 de 20 de janeiro de 2019), que é regulamentado ainda pelo Decreto 39.674
de 19.fev.2019 e por seus estatutos, este aprovado pelo Decreto 40.395 de
16.jan.2020 e em pleno vigor) cujo o ato hostilizado está causando prejuízos
diretamente sem que tenha previsão legal para tal.
II – DA SUMULA FÁTICA
2. CLÁUSULA SEGUNDA – DO OBJETO 2.1. O presente Termo Aditivo tem por objeto alterar a
CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA - DO VALOR do Contrato de Gestão n° 001/2018-SES/DF, passando o
valor anual de R$ 994.766.725,00 (novecentos e noventa e quatro milhões, setecentos e
sessenta e seis mil setecentos e vinte e cinco reais) para R$ 1.290.319.358,04 (um bilhão,
duzentos e noventa milhões, trezentos e dezenove mil trezentos e cinquenta e oito reais e
quatro centavos) e o valor mensal de R$ 82.897.227,10 (oitenta e dois milhões, oitocentos e
noventa e sete mil duzentos e vinte e sete reais e dez centavos) para R$ 107.526.613,17 (cento
e sete milhões, quinhentos e vinte e seis mil seiscentos e treze reais e dezessete centavos).
Art. 1º Autorizar
o pagamento de verba de representação, de
natureza indenizatória, não salarial, de caráter administrativo, para ajuda de custo
aos diretores estatutários que compõem a Diretoria Executiva do IGESDF da seguinte
forma:
I – Diretor Presidente, R$ 6.000,00 (seis mil reais);
II – Diretor Vice-Presidente, R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
III – Diretor Executivo, R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
Parágrafo Primeiro - O reajuste do valor da Verba de Representação se dará,
exclusivamente, por deliberação administrativa, sem vinculação com contrato de trabalho
e benefícios trabalhistas, previdenciários ou civis.
Parágrafo Segundo – O crédito da verba de representação deve ser solicitado
pelo diretor estatutário com periodicidade não menor que 30 dias entre cada solicitação.
Parágrafo Terceiro – O controle, o registro e o pagamento da verba de
representação ficam a cargo da Diretoria de Administração e Logística.
Parágrafo Quarto – O pagamento da verba de representação somente será
autorizado para crédito no mês subsequente àquele em que o IGESDF comprovar o
enquadramento previsto no inciso XV, cláusula 12ª. do Contrato de Gestão e demonstrar
que todas as obrigações financeiras encontram-se regularmente quitadas ou
repactuadas.
Parágrafo Quinto – o pagamento da verba de representação veda a possibilidade de
pagamento de ajuda de custo e diárias, simultaneamente.
Art. 2º Esta Resolução entrou em vigor na data de sua aprovação na reunião do Conselho
de Administração do IGESDF.
Art. 3º Publique-se.
Art. 49. A Gestão de Pessoas será orientada por manual específico que disporá sobre
os princípios básicos de gestão de pessoal e especificamente sobre:
(...)
III - direitos e deveres dos empregados;
(...)
VII - plano de cargos e salários;
1 CONTEXTO:
O Conselho de Administração e a Diretoria Executiva do Instituto de Gestão
Estratégica de Saúde do Distrito Federal – IGESDF, com vistas ao equilíbrio econômico e
financeiro, à eficiência e ao aperfeiçoamento do exercício da gestão das unidades
administrativas e assistenciais sob a responsabilidade do Instituto promoveram alterações
na estrutura organizacional do IGESDF em março de 2021. Verificou-se, por pertinência, a
necessidade de revisão do Plano de Cargos e Salários em vigor, aprovado em março de 2020,
adequando a estrutura de remuneração dos colaboradores, assim como as tabelas de cargos
e salários, compatibilizando-as com os praticados pelo segmento da saúde na região do
Distrito Federal.
(....)
A elaboração do PCS 2021 tem como pressupostos: (1) a sustentabilidade do IGESDF,
que decorre de sua capacidade financeira para arcar com o custo do plano de cargo e
salários, tanto no presente quanto no futuro; (2) o equilíbrio interno, com a adequação dos
valores propostos em relação aos diferentes níveis de conhecimento, competências e
responsabilidades dos cargos; (3) o equilíbrio externo, que é o alinhamento salarial em
relação aos valores praticados no mercado; (4) a responsabilidade com os recursos públicos
que o IGESDF gere, refletida na sobriedade na gestão de custos.
Por isso, os critérios empregados para alterações e reposicionamento dos cargos e
funções gratificadas foram garantir, no mínimo, o padrão médio de mercado ou o nível salarial
atualmente praticado pelo IGESDF, buscando a remuneração adequada e com menor impacto
de custo para o Instituto.
Ora excelência, se o objetivo do IGESDF é o equilíbrio econômico e
financeiro, a adequação da remuneração dos colaboradores – dentre eles os
membros da Diretoria Executiva- com os praticados pelo segmento da saúde na
região do Distrito Federal e a sustentabilidade do IGESDF, que decorre de sua
capacidade financeira para arcar com os custos do plano de cargo e salário, tanto
no presente como no futuro, e a responsabilidade com os recursos públicos que o
IGESDF gere, que deve refletir a sobriedade na gestão de custo, não permitem,
que neste momento, em que o IGESDF, apresenta uma dívida de mais de 670
milhões de Reais, com falta de insumos, equipamentos médico-hospitalares e
carência de profissionais, seja criada uma AJUDA DE CUSTA, de R$ 6.000,00,
para pagar internet e outros, para membro da Diretoria Executiva do IGESDF, com
oneração ainda maior da folha de pagamento, ainda mais neste momento de
pandemia, que a população do DF necessita de serviços eficientes e competentes,
que não vem tendo.
Como demonstra o Plano de Cargos e Salários, “as diretrizes para o trabalho
foram a adequação da tabela salarial aos padrões remuneratórios de mercado da indústria de saúde do Distrito
Federal e a redução de custos com recursos humanos”, não havendo pois como se admitir que
seja criado em paralelo, uma AJUDA DE CUSTA, como se fosse uma verba de
representação de natureza indenizatória para pagar: PLANO DE PREVIDENCIA
PRIVADA, SEGURO DE VIDA, TELEFONIA CELULAR, INTERNET E PLANO DE
SAUDE aos membros da Diretoria Executiva, ainda mais, sem previsão no Contrato
de Gestão e na legislação criadora do IGESDF, como acima demonstrado..
Ora se fosse algo que vem sendo praticando no mercado de saúde
do DF, teria sido identificado pela empresa de consultoria que ajudou na elaboração
do Plano de Cargos e Salários e com certeza teria sido ali incluído, mas não há
qualquer referência neste sentido.
Ainda em 2019, diante da necessidade de elaborar programa de avaliação de
desempenho e produtividade, contratou uma consultoria especializada em cargos e
remuneração da área da saúde para apoiar a construção de um plano de cargos e salários
próprios. Deste trabalho resultou o Plano de Cargos e Salários (PCS) 2020. O PCS 2020, por
limitações orçamentárias e financeiras, teve implantação funcional e salarial parcial,
enquadrando apenas os cargos de livre nomeação até a grade salarial nível 15. O Programa
de Gestão de Desempenho, aprovado juntamente com o PCS 2020, também não foi implantado.
As contratações de 2019 até março de 2021 seguiram a tabela de salário aprovada pela RDE
003/2019. Em consequência, a contratação e a remuneração de pessoal operam com
diversidade de cargos e funções.
Mas não consta que tenha sido incluído nas sugestões da referida
empresa de consultoria, para a sua criação e implantação.
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não,
contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao
patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos
na forma desta lei.
4.1.1. DO DOLO
Imperativo dizer que do elemento subjetivo que lhes deu ensejo, qual
seja, o dolo. É entendimento sedimentado nos Tribunais e na doutrina pátrios que
o dolo deve ser o elemento caracterizador dos atos de improbidade administrativa,
sendo que apenas nos casos de prejuízo ao erário os atos podem ser sancionados
a título de dolo ou de culpa.
O Superior Tribunal de Justiça tem o entendimento de que:
“[...] para que seja reconhecida a tipificação da conduta do réu como incurso nas
previsões da Lei de Improbidade Administrativa, é necessária a demonstração do
elemento subjetivo, consubstanciado pelo dolo para os tipos previstos nos artigos 9º e
18 Sobre o tema, REsp n° 980706/RS. E, ao menos, culpa, nas hipóteses do artigo 10.”
(AgRg no AREsp nº 20.747/SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves)
Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio
particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
(...).
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que
diz respeito à conservação do patrimônio público;
Não há dúvida que o agente público deve exercer suas funções com
lisura, exação, retidão, sempre visando o interesse público geral, nunca o individual
(próprio ou alheio), cuja inobservância acarretará, como no caso ora analisado,
desvio de poder, afastando-se do objetivo almejado pelo exercício da função
pública, qual seja, o bem comum.
O colendo Superior Tribunal de Justiça, para configurar o ato ímprobo
descrito no artigo 11, da Lei nº 8.429/92 (atos que atentam contra os princípios da
Administração basta o dolo genérico, sendo dispensável a comprovação de
qualquer outra finalidade.
Assim, no que tange à conduta dolosa, há elementos que demonstram
que o agente – ora impetrado - quis ou assumiu o risco de praticar um ou mais atos
previstos no artigo 11 da Lei n. º 8.429/92. Nesse sentido:
VI – DOS PEDIDOS