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da Informação
Módulo:
A Quarta Revolução
Industrial e a Sociedade
Tema 01:
Evolução Histórica dos Meios Digitais
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No cenário de internet, onde a informação tem uma capilaridade gigante e alcança di-
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versos níveis e camadas, é preciso estar atento a eventuais violações tanto do direito autoral,
como de propriedades industriais ou intelectuais. Um dos pontos de discussão, por exemplo,
é se o simples download de obras consistiria em violação do direito do autor. Neste sentido,
José de Oliveira Ascensão, citado Leonardo Tessler, é da opinião de que:
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– uso justo – através do qual se entende que em defesa do desenvolvimento humano, algu-
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ASCENSÃO, José de Oliveira. Direito autoral. Rio de Janeiro: Renovar, 1997, pg. 478-479.
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titular do direito, sendo uma exceção do direito do autor:
Nota-se, portanto, que a utilização da internet e a sua propagação tem tido impacto
significativo nas questões de direito autoral, por exemplo.
Vale mencionar também que com o advento da internet e a sua evolução, criou-se um
ambiente propício para inovação de negócios, sendo representado principalmente pelas star-
t-ups e por empresas disruptivas. A configuração deste novo cenário acabou sendo facilitada
pela Lei da Liberdade Econômica (Lei nº 13.874/219) onde foram estabelecidas normas mais
flexíveis para dar fôlego e força para que esses novos modelos de negócios possam crescer
sem ter que lidar com a comum burocracia, uma vez que retira a carga burocrática de empre-
sas no momento em que estão na fase inicial de implementação de um bem ou serviço.
O principal impacto da transformação e crescimento da Internet é a Internet das
Coisas – IoT (Internet of Things). A IoT é composta por dispositivos inteligentes e com pro-
cessamento de forma limitada, como eletrodomésticos inteligentes e outros sensores de cap-
tação de dados, sendo que no cenário anterior ao da entrada em vigor da LGPD, ainda temos
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aparelhos.
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Ainda, uma outra consequência da IoT é que, na conjuntura atual, os números de en-
dereço de protocolo de internet (IP) estão se esgotando devido à quantidade de dispositivos
em circulação. Considerando tal circunstância, entrará em vigor o IPV6 junto com a aquisição
de velocidade 5G, trazendo novas chaves combinatórias para identificação de dispositivos
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junto com a celeridade necessária para que cada um dos aparelhos ligados a IoT tenha o seu
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próprio endereço IP. Essa identificação é importante para que seja possível ter uma fiscali-
zação maior sobre a utilização desses dispositivos, por exemplo, em caso de investigações.
Atualmente, o artigo 5º do Marco Civil da Internet define como registro de conexão o
“conjunto de informações referentes à data e hora de início e término de uma conexão à inter-
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net, sua duração e o endereço IP utilizado pelo terminal para o envio e recebimento de pacotes
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KAMINSKI, Omar. Introdução à gestão de direitos digitais. In: WACHOWICZ, Marcos (coord.). Proprie-
dade Intelectual & Internet. Curitiba: Juruá, 2000. pg. 123.
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sistema autônomos de provisão de conexão à internet e os provedores de aplicação mante-
nham tais registros.
Neste cenário, quando há a prática de um ilícito na internet, é necessário solicitar, pri-
meiro, ordem judicial para requerer a identificação do endereço IP que cometeu tal crime para,
posteriormente, identificar geralmente a empresa de telecomunicação; e, então, informar o
endereço IP, a data exata de determinada atividade e a porta lógica que não está mencionada
no Marco Civil da Internet, mas que sem a qual não é possível identificar quem cometeu o ato
ilícito. Nota-se, portanto, que há certa dificuldade para investigações com os instrumentos
existentes, sendo necessária uma melhor comunicação entre o Direito e temas de tecnologia
de informação para superar esses desafios.
Outro cenário de impacto da internet é o relacionado à privacidade. Fato é que a vida
em sociedade está cada vez mais inserida em um mundo altamente conectado, que ultra-
passa barreiras físicas e onde se utiliza diversas vezes aplicações gratuitas, sem saber, exa-
tamente, qual seria a remuneração indireta obtida por tal provedor de aplicação e quanto de
sua privacidade está em jogo para uso de tais aplicativos. Dessa forma, é dificultosa a tarefa
de garantir plena proteção aos dados e privacidade com os instrumentos atuais, sendo que
as fundamentações para proposição de ações encontram-se na interpretação extensiva de
códigos diferenciados como: Direito do Consumidor, Direito Civil, Marco Civil da Internet e
princípios constitucionais. Este cenário, no entanto, tende a se amenizar com a entrada em
vigor da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Vale mencionar que um dos questionamentos sobre a privacidade e a multidiscipli-
naridade é sobre o marco etário para consentimento de uso de dados, por exemplo. Muito se
discute sobre como será a vida das novas gerações uma vez que sua juventude estará para
sempre registrada em sites da Internet, não podendo apagar o que se fez. Neste cenário,
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cumpre mencionar que o Código Civil abarca essa diferença de comportamentos através do
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instituto da capacidade, sendo que o indivíduo adquire capacidade relativa apenas aos 16
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ainda está se iniciando, sendo que há diversas nuances a serem observadas até que esteja
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funcionalidades, se tornando uma grande responsabilidade e risco, uma vez
que o crescente número de dados captados está sujeito a impactos negativos
aos titulares, controladores e processadores de dados, podendo consistir em
violações como, perda, roubo, utilização inadequada para os primeiros e em
sanções jurídicas e prejuízos de toda ordem para os demais (...)”.
Jurisprudência
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deve ser precedida de decisão judicial. Art. 19, caput da Lei nº 12.965/2014 (Marco Civil
da Internet). Interpretação literal afastada. Necessária leitura sistemática da legislação
específica, sobretudo à luz da legislação das garantias fundamentais da Constituição
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“Ação de obrigação de fazer c.c reparação por danos com pedido de tutela es-
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posterior ajuizamento de ações tornaram-se uma fonte de renda do autor e não a busca
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por reparação pela utilização indevida do seu trabalho. Não houve o uso consciente e
com finalidade ilícita pela ré, não devendo ser reconhecida a infração da norma que pro-
tege o direito do autor. Sentença mantida. Recurso não provido.
(TJSP. Apelação Cível nº 1016191-50.2017.8.26.0506. Rel. Ministro Ricardo
Villas Boas Cueva. Terceira Turma. DJe 28.10.2016).
FILHO, Eduardo Tomasevicius. Marco Civil da Internet: uma lei sem conteúdo nor-
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mativo. Estudos Avançados. vol. 30. n. 86. São Paulo: 2016. Disponível para em: <http://
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www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010340142016000100269&lang=en#aff1>.
Acesso em: 21/10/2019.
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LIMA, Clóvis Montenegro de. SANTINI, Rose Marie. Copyleft e licenças criativas
de uso de informação na sociedade da informação. Ciência da Informação. vol. 37.
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NERIS, Natália. Conquistas e desafios na proteção da intimidade na internet. In-
ternetLab, 2019. Disponível em: <http://www.internetlab.org.br/pt/especial/conquistas-e-desa-
fios-na-protecao-da-intimidade-na-internet/>. Acesso em: 29/10/2019.
PERALTA, Patrícia Pereira. SILVA, Elizabeth Ferreira da. TERUYA, Dirceu Yoshikazu.
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em: 21/10/2019.
SEGURADO, Rosemary. LIMA, Carolina Silva Mandú de. AMENI, Cauê S.. Regula-
mentação da internet: perspectiva comparada entre Brasil, Chile, Espanha, EUA e França.
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em: 21/10/2019.
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