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Psicologia e a Pessoa com

Deficiência
Shir Vianna
INTRODUÇÃO AO
DESENVOLVIMENTO
INFANTIL
O Estudo do
desenvolvimento
• Um dos pioneiros do estudo do
desenvolvimento foi G. Stanley
Hall (1844 – 1924)

• Acreditava que os marcos da


infância eram ditados por
um plano de
desenvolvimento inato,
semelhantes ao
desenvolvimento da espécie
(BEE, BOYD, 2011) humana.
O Estudo do
desenvolvimento
• O estudo do desenvolvimento humano
ganha destaque na década de 1920
com John B. Watson (1878-1958)
• Instituiu o termo behaviorismo;
• Define o desenvolvimento em
termos de mudança de
comportamento causadas por
influências ambientais; não
acreditava em desenvolvimento
inato. Defendia o treino através
da manipulação do ambiente, na
qual as crianças poderiam ser
treinadas para fazer qualquer
coisa.
(BEE, BOYD, 2011)
• O desenvolvimentista Arnold Gesell (1880 – 1961)
apresentou o conceito de maturação:
• Padrões sequenciais de mudança governados por
O Estudo do instruções contidas no código genético e
compartilhadas por todos os membros de uma
desenvolvimento espécie.
• Em sua forma mais pura, uma sequencia de
desenvolvimento determinada pela(BEE, BOYD, 2011)
maturação
ocorre independente da prática ou treinamento.
O Estudo do
desenvolvimento
• Genética do Comportamento
• O conceito de maturação e a ideia de tendências inatas buscam
explicar padrões e sequencias do desenvolvimento
• Estudo de gêmeos gêmeos: características semelhantes se
criados em ambientes distintos – hereditariedade.
• Estudo de Crianças adotadas: comparar o grau de semelhança
entre a criança e seus pais adotivos.
Teorias dos
desenvolvimento
Aspectos do
desenvolvimento
Desenvolvimento atípico
• Ao se estudar desenvolvimento infantil é preciso ter sempre
em mente que:

• O desenvolvimento é contínuo ® a criança se desenvolve de


maneira contínua desde os primeiros dias de vida; as etapas
são apenas pontos de referência para facilitar a descrição.

• O desenvolvimento é global ® os diferentes aspectos do


desenvolvimento da criança estão ligados, não podendo ser
estudados separadamente.

• Cada criança é única dentro de um esquema de


desenvolvimento comum.
• Segundo Costallat (1985), a evolução de um modo geral se
dá :
• Do estado hipertônico do bebê ao gesto preciso do
adolescente.
• Do movimento difuso e geral ao movimento analítico.
• Do movimento espontâneo ao movimento consciente.
• BEBÊ 0 a 6 meses
• Movimentos associados
• Mãos fortemente fechadas
• Cabeça bamboleante
• Olhar vago

• ATÉ 6 MESES
• 1 - domínio da cabeça ®
permitindo a fixação do olhar
(coordenação do sistema motor-
ocular) ® desenvolvimento
progressivo da atenção (dispositivo
psicomotor importantíssimo na
evolução de qualquer tipo de
aprendizagem).
• 2 - maturação da musculatura dos
braços.
• 1 + 2 - vão permitir as primeiras
tentativas de preensão.
• 3 – balbucios.
• DE 6 MESES A 9 MESES
• Postura sentada e começo do engatinhar (8/ 9 meses) ® ampliação do
campo visual.
• Aproximação e manipulação de objetos que atraiam a atenção.
• Aproximação bi-unimanual = transferir um objeto de uma mão para
outra.
• Passa de preensão palmar à rádio-palmar.
• Compreensão da linguagem.
• DE 9 MESES A 1 ANO
• Preensão dígito-palmar e em pinça = aperfeiçoamento do
dedo indicador.
• Posição em pé (9 m) à marcha (12 m) = bom desenvolvimento
das vias cerebelares.
• DE 1 ANO A 2 ANOS
• 1 - aperfeiçoamento da marcha.
• 2 - percepção visual e cinestésica vão integrando à
memória motora as inúmeras experiências diárias.
• 3 - atenção seletiva.
• 4 - desenvolvimento da linguagem.
• 1 + 2 + 3 + 4 = maior e melhor integração sócio-familiar,
conduta mais harmoniosa e independente ®
desenvolvimento bem coordenado das funções
neuropsicomotoras.
• 5 - pegar e soltar objetos sem dificuldades.
• 6 - formar torres com 2 ou 3 cubos.
• DE 2 ANOS A 3 ANOS
• Mecanização de movimentos aprendidos: marcha e exercitação manual.
• Articulação de palavras e frases; uso do “não”.
• Inibição para controle de esfíncteres.
• Movimentos associados persistem, assim como sincinesias manuais e digitais.
• Imprecisão geral de movimentos (não é incoordenação).
• Construção de torres com 6 cubos (coordenação óculo-motora).
• Correr, pular, trepar.
• Socialização: brincam ao lado de outras crianças, mas não com elas (jogos em paralelo).
• DE 3 ANOS A 4 ANOS
• Diminuição gradativa da imprecisão geral (= controle progressivo do freio
inibitório).
• Movimentos dissociados vão se acentuando.
• Aperfeiçoamento da coordenação motor-ocular.
• Preensão “correta”.
• Desenho: imita cruz e desenha um boneco rudimentar.
• Arma torre de 10 objetos ® equivale a:
• Coordenação viso-motora
• Aquisição progressiva das relações especiais
• Adequação do freio inibitório à destreza manual
• + b) + c) = equilíbrio do movimento delicado.
• Maneja colher, calça sapato e veste-se sem destreza (pois esta é conseguida pela
repetição diária).
• Socialização facilitada pela linguagem.
• DE 4 ANOS A 6 ANOS - Período pré-escolar :
• Maturação intelectual e motora.
• Movimentos simultâneos das mãos ® gestos mais precisos.
• Desenvolvimento da atividade motriz voluntária.
• Progressão da coordenação motor-ocular.
• Aprendizagem do manejo de tesouras.
• A.V.D.s
• Ainda não há dissociação digital precisa e quando isso é cobrado
em atividades do jardim da infância a criança cumpre com
grande esforço, imprecisão e fadiga imediata.
• \No período inicial de aprendizagem (4/ 5 anos) observa-se uma
lentidão nos movimentos, como um meio de controle voluntário
dos movimentos impulsivos. Para conseguir precisão e fixação do
movimento na memória motriz é necessário movimentação lenta,
evitando o desgaste da força muscular. Se isso não for respeitado, as
sincinesias que haviam se acentuado, reaparecem com intensidade
como consequência do esforço exigido.
• Observações:
• 1 - lentidão motora constitui uma incapacidade da memória motriz para fixar a ordem
encadeada de uma série de movimentos, resultando que cada ato se execute sempre
como nas etapas de aprendizagem.
• 2 – impulsividade ® adequação incorreta dos movimentos, não regulados a tempo
pelo controle voluntário, resultando em comportamento carente de precisão.
• 3 – na criança Deficiente Mental há maior persistência dos movimentos lentos.
Entretanto, com exercitação intensiva e metodizada, alcança a etapa de normalização.
A lentidão ainda existirá, mas só para atividade nova.
• DE 6 ANOS A 7 ANOS
• Pequeno ser independente.
• Dissociações manuais e digitais já afirmadas.
• Ato preensor correto.
• Atenção.
• Acomodação postural.
• Manejo simultâneo e correto do lápis e do caderno.
• OBS: Sincinesias pronunciadas e/ou pressões excessivas do lápis
levam a problemas no ato motor da escrita (letra ilegível).
• A escrita representa para a criança de 6 anos, um trabalho
intenso, no qual complexos mecanismos psicomotores que
entram em jogo, incluindo os novos movimentos do manejo do
lápis e a reprodução das formas dos sinais – ambas tarefas do
tipo visomotor – se combinam com a fixação de conhecimento
do significado das sílabas, letras ou palavras que põem em jogo,
basicamente, as capacidades de atenção e memória.
• O desenvolvimento harmônico desses mecanismos pressupõe
um desenvolvimento bem integrado da coordenação motor-
ocular, da dinâmica manual e da atenção estabilizada em um
nível suficiente para poder fixar e sustentar a aprendizagem.
• Isto implica em um bom desenvolvimento intelectual e
psicomotor, que permite realizar aquisições tão complicadas,
com naturalidade.
• Para que se consiga, portanto, um movimento preciso e correto
é imprescindível a lentidão inicial e a ausência de esforço físico.
• DE 7 ANOS A 10 ANOS
• Afirmação da precisão já adquirida.
• Freio inibitório atua adequadamente
para regular gestos.
• O ritmo da escrita acelera-se
progressivamente.
• Aumento do potencial de rapidez
(devido a repetições freqüentes).
• Dissociações digitais se afirmam (=
pequenos movimentos de grande
precisão, com desenvoltura).
• Acuidade perceptiva favorece atividades
finais de coordenação óculo-motora:
recortar, calcar figura com papel
transparente, usar papel carbono,
pondo em jogo a correta dissociação
manual.
• Movimentos digitais finos: traçar,
manejar o pincel, recortes complexos.
• DE 10 ANOS A 14 ANOS
• Energia física crescente ®
movimento preciso e rápido.
• Dissociações manuais e digitais
bem firmadas.
• Integração dos 3 fatores que
marcam as qualidades dos
movimentos no indivíduo normal :
• 1º - Precisão
• 2º - Rapidez
• 3º - Força Muscular
REFERÊNCIAS

BEE, Helen; BOYD,


Denise. A criança em
desenvolvimento.
Porto Alegre: Artmed.
12ª ed. 2011.

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