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Isilda da Clara Sabite

Janete Arnaldo

Keven Dalton Armando

Salvador Francisco Paulo Pale

Vitorina Manuel Williamo

Crimes cometidos no exercício de funções

(Licenciatura em Direito)

Trabalho da cadeira de
Direito Penal I, a ser entregue
no departamento de Direito
para fins avaliativos sob
orientação do Prof. Doutor
Júlio Pedro.

Universidade Rovuma

Lichinga

2021
2

Índice
Introdução..........................................................................................................................3

Objectivos..........................................................................................................................3

Metodologias.....................................................................................................................3

1. Crimes cometidos no exercício de funções................................................................4

2. Características............................................................................................................4

3. Peculato......................................................................................................................4

4. Tipos de peculato.......................................................................................................5

5. Modalidade.................................................................................................................6

6. Corrupção...................................................................................................................6

7. Tipos de corrupção.....................................................................................................6

8. Modalidade.................................................................................................................7

9. Prevaricação...............................................................................................................7

10. Modalidade.............................................................................................................7

Conclusão..........................................................................................................................8

Bibliografia........................................................................................................................9
3

Introdução
O presente trabalho irá fazer referência ao tema dos crimes cometidos no exercício de
funções, onde abordaremos o conceito dos crimes cometidos no exercício de funções,
suas características e a modalidade de tais crimes. Os crimes que são cometidos no
exercício de funções se moldam no carácter de crimes de mão própria, pois são
cometidos por um certo tipo de agente criminoso. O Estado por sempre ser o lesado se
encontra na posição de sujeito passivo nessa modalidade criminosa.

Objectivos
Objectivo geral:

 Definir os crimes cometidos no exercício de funções.

Objectivos específicos:

 Caracterizar os crimes cometidos no exercício de funções;


 Classificar os crimes cometidos no exercício de funções; e
 Determinar a modalidade de tais crimes.

Metodologias
O método utilizado na execução deste trabalho, foi o método bibliográfico e dedutivo,
porque primeiro pesquisou-se o tema proposto em manuais de autores diferentes, código
penal e internet, culminando na compilação de um único trabalho.
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1. Crimes cometidos no exercício de funções


A Administração publica, é um aparelho gigantesco, este que alberga vários
funcionários, e que cada um desses exerce um determinado cargo e funções; alguns
cargos possuem vários privilégios e outros não, mas o que todos cargos têm em comum,
é um facto de serem susceptíveis ao cometimento de um crime, seja corrupção, roubo de
coisas, etc.

São crimes exclusivamente cometidos por funcionário público no exercício de suas


funções, visando obter vantagem própria ou alheia.

2. Características
 São crimes cometidos por funcionários públicos;
 Na sua maioria o Estado é o sujeito passivo;
 São crimes de mão própria.

3. Peculato
É o crime que consiste, em o funcionário apropriar-se ilegitimamente, em proveito
próprio ou de outra pessoa, de dinheiro ou qualquer coisa móvel que lhe tenha sido
entregue, esteja na sua posse ou lhe seja acessível em razão das suas funções. 1 No
código penal vigente na sua definição, para alem de mencionar coisa móvel, este
também destaca coisa imóvel, cheques, títulos de crédito pertencentes ao Estado ou
autarquias locais ou entidade pública ou a pessoa colectiva privada ou a particulares.
(Artigo 434, nº. 1 do CP)2

O peculato no ordenamento jurídico moçambicano, o legislador penal já determina o


tipo de sujeito propenso ao cometimento de tais crimes.

1
Visto em: «https://www.direitosedeveres.pt/q/o-cidadao-o-estado-e-as-instituicoes-
internacionais/funcionarios-publicos/que-crimes-podem-ser-cometidos-por-um-funcionario-publico-no-
exercicio-das-suas-funcoes»
2
O servidor público que, em razão das suas funções, tiver em seu poder dinheiro, cheques, títulos de
crédito, ou bens móveis ou imóveis pertencentes ao Estado ou autarquias locais ou entidade pública ou a
pessoa colectiva privada ou a particulares, para guardar, despender ou administrar, ou lhes dar o destino
legal, e alguma coisa destas levar ou se apropriar, ou deixar levar ou apropriar ou furtar a outrem, dissipar
ou aplicar a uso próprio ou alheio, em prejuízo do Estado, dessas pessoas colectivas ou particulares,
faltando à aplicação ou entrega legal, é punido com a penas imediatamente superior à correspondente ao
crime de furto, tendo em atenção o valor da coisa, se penas mais graves não couberem.
5

4. Tipos de peculato
Existem vários tipos de peculatos cometidos em exercício de funções do servidor
público, dos quais ir-se-á destacar:

4.1. Peculato de uso

O funcionário público, no exercício das suas funções, este dependendo do cargo, tem
tido alguns privilégios, como: possuir uma viatura, uma motorizada, ou melhor, um bem
imóvel, se este usar este bem para um fim alheio a não ser para o exercício das suas
funções, estamos diante do peculato de uso; Também no caso do mesmo permitir que,
uma outra pessoa use este bem imóvel, para os mesmos fins sublinhados anteriormente
não abstêm se da culpa. (Artigo 435º)

4.2. Peculato culposo


Ocorre quando o funcionário comete erros que permitem que outra pessoa roube o bem
que estava em sua posse por conta do cargo. A pena pode ser extinta se o funcionário
reparar o dano antes de ser condenado. Se reparar o dano depois de condenado, o
funcionário ainda tem sua pena reduzida pela metade.

4.3. Peculato electrónico


Acontece quando o funcionário insere dados falsos em um sistema da administração
pública, ou modifica um sistema público de informática sem autorização para se
beneficiar.
4.4. Peculato mediante erro de outrem
Ocorre quando o servidor, no exercício do cargo, se apropria de um bem por conta do
erro de outra pessoa.
4.5. Peculato furto

Acontece quando o funcionário furta um bem público mesmo sem ter posse sobre este.

4.6. Peculato desvio

Consiste na apropriação de um bem material público ou particular do qual o funcionário


público tenha posse, dando uma aplicação diferente da qual fora destinado, seja em
benefício ou de outrem. No peculato desvio, o funcionário público não o pratica com o
fim de inventar a posse do bem material, agindo como se dono fosse deste bem, mas sim
desvia esse bem material em proveito.
6

O peculato tem como objectivo punir o funcionário público, que em razão do cargo, tem
a posse de bem público, e se apropria ou desvia o bem, em benefício próprio ou de
terceiro.
5. Modalidade
O peculato possui uma modalidade culposa.
6. Corrupção
É o uso de cargo no exercício de funções para vantagens próprias e alheias.

De acordo com FREITAS, a corrupção é o efeito ou acto da utilização do poder ou


autoridade com a finalidade de obter vantagens e fazer o uso do bem público para
benefício próprio ou de outrem.

7. Tipos de corrupção
Capez, na sua obra Curso de Direito Penal, classifica os crimes de corrupção da seguinte
maneira:3

7.1. Corrupção activa ou passiva

A configuração da corrupção passiva dependerá do delito de corrupção activa e vice-


versa. Assim, o oferecimento da vantagem indevida pelo particular configura, por si só,
o delito de corrupção activa, independentemente da aceitação pelo funcionário público.
De outro lado, se este último solicitar vantagem indevida ao particular, tal acto somente
já configurará o delito de corrupção passiva.

Neste caso, a corrupção passiva é praticada pelo servidor publico que em beneficio
próprio, nos casos em que receba ou solicite vantagens em troca de algum tipo de favor.

7.2. Corrupção passiva própria

O acto praticado pelo servidor público, é ilícito.

7.3. Corrupção passiva imprópria

O agente se vale da prática de um acto lícito, ou seja, um acto esperado dentro das
funções do servidor público.

3
CAPEZ, 2012, Pp.577-578
7

7.4. Corrupção antecedente ou subsequente

Na primeira a vantagem indevida é entregue antes da ação ou omissão do servidor


público; na segunda, a entrega da vantagem é posterior. Assim, nada impede que o
funcionário público pratique ou deixe de praticar um ato na expectativa de receber
indevida vantagem, vindo esta a ser oferecida e recebida posteriormente àquele. Dessa
forma, não é preciso que haja prévio acordo de vontades entre o funcionário e o
particular.

8. Modalidade
A corrupção passiva tem uma modalidade privilegiada

9. Prevaricação
Segundo Capez (2012), «retardar ou deixar de praticar, indevidamente, acto de ofício,
ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento
pessoal. Trata-se de crime próprio, pois somente pode ser cometido por funcionário
público. Admite-se a participação de terceiro» (p.589).
De acordo com este autor, o Estado é o principal sujeito passivo nessa modalidade
criminal. O particular, Secundariamente, também pode ser vítima do delito em tela, caso
venha a sofrer algum dano em face de conduta criminosa do funcionário público.

Na prevaricação, o funcionário público retarda ou deixa de praticar, indevidamente,


acto de ofício, ou pratica-o contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal. O funcionário público não é movido pelo interesse de receber
qualquer vantagem indevida por parte de terceiro. Na realidade, não há qualquer
intervenção alheia nesse crime, pois o funcionário é motivado por interesse ou
sentimento pessoal.4

10. Modalidade
A prevaricação tem a modalidade de dolo

4
Visto em: «https://pt.wikipedia.org/wiki/Prevarica%C3%A7%C3%A3o»
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Conclusão
Após a finalização do trabalho em íntegra, pode-se concluir que os crimes cometidos no
exercício de funções são crimes de mão própria, pois são praticados por pessoas
específicas que são os funcionários da Administração Publica. Não sou, também
mencionamos os tipos e modalidades dos crimes. Este tema tem um papel
importantíssimo, pois existem funcionários que no exercício das funções, cometem
crimes mas por desconhecimento do acto ser crime, acham normal, não sou muita das
vezes um dos crimes mais cometido no exercício de funções actualmente e a corrupção.

Os objectivos propostos a prior, foram alcançados no desenvolver do tema. E


recomendamos que para alem de focar-se neste trabalho, também que se façam mais
pesquisas em torno do tema, visto que, o tema e vasto e não tocas alguns tipos de crimes
que também são cometidos no exercício de funções e outros pontos do tema.
9

Bibliografia
Capez, Fernando. (2012). Curso de direito penal (10ª. ed.). São Paulo, Brasil: Saraiva

Freitas, Eduardo de. O que é corrupção?. Visto em:


«https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/o-que-corrupcao.htm»

Peculato de uso, Peculato culposo, Peculato electrónico, Peculato mediante erro de


Ourém, Peculato furto, Peculato desvio. Visto em:
«https://www.politize.com.br/peculato-o-que-e/»

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