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Complementos de Tecnologia Mecânica

Índice
2014
Figuras........................................................................................................................................ ii

Tabelas ..................................................................................................................................... iii

Listas de símbolos .................................................................................................................... iii

Tarefa ......................................................................................................................................... 1

Introdução .................................................................................................................................. 2

1 Análise construtiva do Veio de cardam .............................................................................. 3

2 Condições de funcionamento do Veio de cardam .............................................................. 5

3 Escolha do material ............................................................................................................ 6

4 Conclusão ......................................................................................................................... 27

5 Bibliografia ....................................................................................................................... 28

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Figuras
Figura 1- Esboço da Peca ........................................................................................................... 1

Figura 3- Árvore Intermediaria .................................................................................................. 4

Figura 2- Superfícies do Veio de cardam .................................................................................. 4

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Tabelas
Tabela 1-Parametros da superfície do veio de cardam .............................................................. 7

Listas de símbolos
𝐺𝑡𝑚 - É o grau de tolerância médio:

𝐺𝑡𝑖 - É o grau de tolerância da i-ma superfície

𝑛𝑠𝑖 - É o número das superfícies da mesma i-ma precisão

𝑁𝑠𝑚 -É o número das superfícies com forma e dimensões normalizadas;

𝑁𝑡𝑠 - É o número total das superfícies na peça

𝑁𝑠𝑢 -É o número das superfícies unificadas, que tem a forma parecida e podem ser trabalhadas
com mesmas ferramentas

𝑁𝑠𝑝𝑢 - É o número de superfícies que precisam ser usinadas

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Tarefa
Elaborar o processo tecnológico de fabricação duma peça2014
de automóvel o veio de cardam (conhecida por
veio de cardam), apresentado na figura abaixo, projectar um equipamento especial necessário para a sua
produção, considerando a produção anual de 1600 peças. Os equipamentos disponíveis são da oficina do
departamento de Engenharia Mecânica Da Universidade Eduardo Mondlane.

Parâmetros principais do Veio de cardam:

Figura 1- Esboço da Peca

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Introdução
O presente projecto visa a elaboração de todo processo construtivo e tecnológico de fabricação do veio
de cardam, actualmente é muito importante conhecer a tecnólogicidade e simplicidades que determinadas
peças possam ter para a sua projecção e fabricação, há muitos factores que devem ser cuidadosamente
analisados para que todos processos tecnológicos sejam os mais exactos possíveis e o processo seja o mais
optimizado possível.

O objectivo deste projecto é demostrar todos factores tecnológicos e construtivos que determinam a
construção efectiva do Veio de cardam, a projecção de equipamento especial necessário para a sua
fabricação. Neste projecto serão elaboradas todas as fases de tratamento.

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1 Análise construtiva do Veio de cardam


A peça é o veio de cardam que é um eixo que une o diferencial à roda motriz. Para cada roda motriz
existe um semieixo. Trata-se de uma barra de aço, cilíndrica, com extremidades que articulam por meio
de junta homocinética. A sua instalação é feita em conjunto entre o eixo-motriz, formado pela caixa de
mudanças e pelo diferencial, e as rodas. O movimento da caixa de mudanças é passado ao semi-eixo que,
por sua vez, o transmite às rodas (neste caso rodas de automovem).

Uma junta homocinética ou junta de velocidade constante (por vezes abreviada por junta VC) é
uma junta (acoplamento elástico) com a mesma função de uma junta universal mas é construída com
uma cúpula e com esferas em rolamentos.
A junta homocinética é constituída por:

• Veio transmissor;
• Esferas de aço numa cúpula. As esferas rolam em rolamentos próprios;
• Rolamentos;
• Cúpula e veio transmitido, parte do cubo da roda.
Para uma junta VC 𝜔2 = 𝜔1 qualquer que seja o ângulo 𝛽.
A árvore intermediária, que possui também extremidades estriadas feitas como as veio de
cardam, em aço de elevada dureza, tem a função de ligar a saída do diferencial com a veio de cardam na
qual está ligada por meio de uma falange.
Com esta finalidade, para limitar o balanço entre os pontos de fixação, a árvore intermediária é
suportada por uma sede adequadamente existente na caixa do câmbio.
1 - Chapa de retenção do rolamento
2 - Rolamento de esferas
3 - Arruela elástica
4 - Anel elástico de retenção do rolamento
5 - encosto do rolamento

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Figura 2- Árvore Intermediaria

Figura 3- Superfícies do Veio de cardam

Para facilitar a orientação mútua das peças correspondentes durante a montagem, para reduzir a
concentração de tensões, evitar corte das peças e as mãos (dedos) dos operários durante a montagem, evitar
fendas estão previstos chanfros nas superfícies 5,6,7,12,14,19,22,23,24,25,26,30.

Superfície 1- É superfície para conjugação pois é nesta superfície que irão ser montados a junta
homocinética.

Superfície 2- É uma Superfície plana, apenas necessário um facejamento de desbastamento com grau de
rugosidade 60.

Superfície 3- furo tecnológico para orientação da peça nas máquinas ferramentas, é um furo de
posicionamento, o grau de tolerância para esta superfície não é elevado esta nas margens entre IT-12-14, e a
rugosidade pode alcançar Rz60.

Superfície 4- É uma ranhura para colocação da junta homocinética,

Chanfro 5- Apresenta chanfro externo com dimensão de 1x45o dos dois lados, são superfícies livres, servem
para facilitar a orientação mútua das peças conjugadas e para proteger as superfícies de contacto e as mãos
dos operários de corte durante a montagem. Por isso o comprimento para a superfície 5 é de 1mm com
desvios ±𝐼𝑇14/2 ou (±0,1𝑚𝑚), o ângulo de 45º com desvios, o chanfro pode ser feito com rugosidade

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𝑅𝑧 40 𝜇𝑚, para aumentar a resistência a corrosão e ter bom aspecto. A dimensão de 1mm pertence a uma
seria 𝑅𝑎 5 e o ângulo 45º a série 1 das dimensões angulares.

Superfície 6- É um chanfro de dimensão 2x45o tem a função de reduzir a concentração de tensões, na


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montagem da junta homocinética.

Superfície 7- Chanfro de dimensão 8x30o, reduz o coeficiente de concentração de tensões no momento de


montagem da junta homocinética.

Superfície 8- Estrias do veio cilíndrico, conjugam-se com ranhuras localizadas no cubo a montar, as estrias
desta ligação estão uniformemente distribuídas ao longo da superfície externa do veio e interna do cubo as
dimensões são normalizadas, os dentes das estrias tem um perfil com flancos paralelos devido a transmissão
de carga que esta sujeita nas rodas dianteiras do automóvel. É aconselhável uma centragem pelos diâmetros
para que a centragem entre o cubo e o veio seja perfeita, será necessário evitar deformações plásticas das
superfícies de trabalho dos dentes deste modo evitamos o esmagamento dos dentes, também é importante
considerar o desgaste que os dentes estão sujeitos durante o seu funcionamento para prevenir nos casos que
se verifiquem deslocamentos relativos entre as peças ligadas, neste caso teremos que escolher
convenientemente a tensão admissível de esmagamento.

As superfícies 9,15,17,20- São Superfícies livres o grau de responsabilidade para fabricação destas
superfícies é ligeiramente baixo pode-se fabricar num campo de tolerância que varia entre IT 12-14.

Superfície 10,11,13,17,18-São superfície de grande responsabilidade pois nestas superfícies serão montadas
rolamentos, anéis para a fixação da junta homocinética.

Os resultados da análise construtiva do veio de cardam estão apresentados na tabela seguinte.

O desenho da veio esta apresentado no anexo 1 e contem todas as vistas e cortes que permitem compreender
a construção de todas as superfícies e do veio em geral. O desenho conte todas as dimensões, precisão das
dimensões, da forma e da composição, a rugosidade de todas as superfícies e os seus destinos, as condições
do seu trabalho. As dimensões são normalizadas na sua maioria.

2 Condições de funcionamento do Veio de cardam


O veio de cardam trabalha nas rodas dianteiras dos veículos automóveis, é lubrificada com graxa. O
semi-eixo transmite torque e direcção as rodas dianteiras, trabalha com grandes choques, os dentes das
estrias localizadas em ambas pontas do Veio de cardam, trabalham com grandes tensões de contacto, o
desgaste é acentuado e a flexão é media, as grandes tensões de contacto pelo facto do movimento ser
transmitido pelo contacto entre os flancos dos dentes conjugados, isso origina um fenómeno que é o
desgaste, a flexão dos dentes é media pode não ser considerada.

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2.1 Escolha do material

O momento transmitido tende a provocar tensões cíclicas originando batimentos e choques de uma
intensidade elevada de flexão e torção que podem levar a destruição
2014 do Veio de cardam. Para trabalhar bem
nas condições de trabalho reais em que a peça esta sujeita, o material deve ter elevadas propriedades
mecânicas, especialmente a dureza, resistência a fadiga, ao desgaste e medias propriedades com relação a
flexão.

O veio de cardam pode ser produzido com uma gama de materiais conferindo deste modo relativas
propriedades em relação a cada tipo de ambiente em que a peça estará em funcionamento.

Podem ser usados os seguintes materiais:

C45 – Campo de uso: Peças de responsabilidade normal que aquentam cargas médias, podem ser
Temperadas.

C40E4, C45M2- Campo de uso: Peças de responsabilidade elevada que aquentam cargas médias, têm
ductilidade suficiente, resistência ao desgaste elevada, podem ser temperadas.

C50M2- Campo de uso: Peças de responsabilidade elevada que aquentam cargas elevadas, têm elevada
resistência ao desgaste, podem ser temperadas.

Escolhe-se aço C50M2 , devido as características apresentadas no parágrafo acima, apresenta um


teor de Mn que varia dos 0,3/0,9%; Si 0,1/0,4%; S,P ≤ 0,035%. O manganês tem a função de aumentar a
resistência mecânica e temperabilidade da peça resistência ao choque.

Aço C50M2 é composto por mais ou menos 0,47%-0,55% de carbono, o que faz dele um tipo de liga
de aço com médio teor de carbono. As propriedades mecânicas superiores desse material são provenientes
da adição de íons manganês 0,3/0,9% de manganês. As impurezas de enxofre e de fósforo devem ser
mantidas em uma concentração inferior a 0,0035% para que as características mecânicas do aço, reparando
ao mercado actual encontram a um preço acessível (tendo em conta que é de responsabilidade elevada).

Este material no estado laminado tem uma dureza de 235-262 HBS e limite de escoamento de
415MPa e limite de ruptura de 415 MPa, devido a capacidade elevada de aguentar cargas elevadas que
provem do momento torçor das rodas gera-se uma temperatura de 40º a 50º sem provocar alterações

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estruturais no material, devido a elevada resistência e podem ser temperadas, mais propriedades mecânicas
podem ser conferidas através de tratamentos térmicos de tempera e revenimento, podemos conferir a peça
alguns elementos de liga como por exemplo o Manganês devido ao ambiente húmido a que a peça esta
sujeita deste modo reduzimos bastante a ocorrência de corrosão e garantimos maior dureza a peça e
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consequentemente maior resistência ao desgaste. Para minimizar este desgaste esta superfície a superfície
com estrias deve ser bem lubrificada ou teremos que garantir o material com baixo teor de carbono, com a
presença do Manganês aumentamos a temperabilidade do aço, sabendo que a peça trabalha num ciclo de
choques constantes o crómio também confere ao material a propriedade de ductilidade que funciona no caso
de amortecimento de choques.

A peça pode ser fabricada dos seguintes materiais como exemplos:

Aço C50M2 possui a seguinte composição química:

C-0,5%

Si-0,15-0,4%

𝑆 ≤ 0,035%

𝑃 ≤ 0,035%

3 Argumentação das dimensões e escolha da precisão e da rugosidade


das superfícies
Para ter a possibilidade de uso das ferramentas cortantes e dos medidores normalizados e assim diminuir
os custos de produção é preferível ter todas as dimensões da peça normalizada. Além disso para diminuir os
custos de fabricação das peças, a precisão das suas dimensões, da forma e disposição.

Tabela 1-Parametros da superfície do veio de cardam

N. Nome da Destino da Qtd Dimensões e precisão Rugosida Série


ref superfície superfície de normal
𝑅𝑎 𝑒 𝑅𝑧 𝑅𝑎

1 Estriada Para 1 ∅26h7 𝑅𝑎 3,2 Calculo


centralizar o
veio
ranhurado

2 Superfície plana Limites da 1 26h12co 𝑅𝑧 20 5


peça, base
construtiva

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3 Furo Instalação no 1 ∅8𝐻7 𝑅𝑎 1,25 10


tecnológico veio, base
construtiva /o/-0,01
2014
4 Ranhura 1 2h7 𝑅𝑎 1,25 5

5 Chanfro externo Eliminar as 1 C=1+/-IT14/2 𝑅𝑧 40 5


1x45o arestas
agudas nas 14
𝜑 = 45° ± 𝐴𝑇
faces do veio 2

6 Chanfro externo Eliminar as 1 C=2+/-IT14/2 𝑅𝑧 40 5


2x45o arestas
agudas na 14
𝜑 = 45° ± 𝐴𝑇
cilindro 2
externo ou
anéis
metálicos
1

14
7 Chanfro externo Facilitar a 1 C=8 ± 𝐼𝑇 𝑅𝑧 40 5
2
8x30o instalação da
junta 14
homocinética 𝜑 = 30° ± 𝐴𝑇
2
8 Estrias Transmissão 23 26h7 𝑅𝑎 3,2 10
de 𝐷=
e8
movimento,
superfície d = 23mm h7/e8
principal de
trabalho 𝑙 = 30𝑚𝑚

𝑏 = 3.54𝑚𝑚

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Minimizar o
9 Superfície plana contacto entre 1 𝑅𝑧 40 10
rolamento,
junta l = 36h7
homocinética, 2014
superfície
livre

Receber o
10 Cilindro externo rolamento, 1 ∅28ℎ7 𝑅𝑎 2,5 10
garantir a
rectilinidade 𝑙 = 30ℎ7
da peça

11 Anel externo 1 ∅20ℎ7 𝑅𝑎 2,5 5

12 Chanfro externo Eliminar as 1 C=2+/-IT14/2 𝑅𝑧 40 5


2x45o arestas
agudas na 14
𝜑 = 45° ± 𝐴𝑇
extremidades 2
Receber o
13 Cilindro externo rolamento, 1 ∅28ℎ7 𝑅𝑎 2,5 10
garantir a
rectilinidade 𝑙 = 30ℎ7
da peça

14
14 Chanfro externo Facilitar a 1 C=8 ± 𝐼𝑇 𝑅𝑧 40 5
2
8x30o instalação da
junta 14
homocinética 𝜑 = 30° ± 𝐴𝑇
2
Minimizar o
15 Superfície plana contacto entre 1 27h12 𝑅𝑧 40 cal
rolamento,
junta
homocinética,
superfície
livre

16 Superfície 1 5h12 𝑅𝑎 2,5 5


conjugada

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17 Ranhura 1 5h7 𝑅𝑎 1,25 5

18 Cilindro externo 1 ∅28ℎ7 𝑅𝑎 2,5 10


2014
𝑙 = 30ℎ7

14
19 Superfície plana Facilitar a 1 C=8 ± 𝐼𝑇 𝑅𝑧 40 5
2
instalação da
junta 14
homocinética 𝜑 = 30° ± 𝐴𝑇
2
Minimizar o
20 Superfície plana contacto entre 1 27h12 𝑅𝑧 20 cal
rolamento,
junta
homocinética,
superfície
livre

21 Superfície de 1 1 5h7 𝑅𝑧 20
contacto
14
22 Chanfro externo Facilitar a 1 C=8 ± 𝐼𝑇 𝑅𝑧 40 5
o 2
8x30 instalação da
junta 14
homocinética 𝜑 = 30° ± 𝐴𝑇
2
14
23 Chanfro externo Facilitar a 1 C=8 ± 𝐼𝑇 𝑅𝑧 40 5
o 2
8x30 instalação da
junta 14
homocinética 𝜑 = 30° ± 𝐴𝑇
2
14
24 Chanfro externo Facilitar a 1 C=8 ± 𝐼𝑇 𝑅𝑧 40 5
2
8x30o instalação da
junta 14
homocinética 𝜑 = 30° ± 𝐴𝑇
2
14
25 Superfície plana Facilitar a 1 C=8 ± 𝐼𝑇 𝑅𝑧 40 5
2
instalação da
junta 14
homocinética 𝜑 = 30° ± 𝐴𝑇
2

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26 Chanfro externo Eliminar as 1 C=2+/-IT14/2 𝑅𝑧 40 5


2x45o arestas
agudas na 14
𝜑2014
= 45° ± 𝐴𝑇
cilindro 2
externo ou
anéis
metálicos
1

27 Estriada Para 1 ∅24h7 𝑅𝑎 3,2 Calculo


centralizar o
veio
ranhurado

28 Estrias Transmissão 23 26h7 𝑅𝑎 3,2 10


de 𝐷=
e8
movimento,
superfície d = 23mm h7/e8
principal de
trabalho 𝑙 = 30𝑚𝑚

𝑏 = 3.54𝑚𝑚

29 Ranhura 1 2h7 𝑅𝑎 1,25 5

30 Chanfro externo Eliminar as 1 C=1+/-IT14/2 𝑅𝑧 40 5


1x45o arestas
agudas nas 14
𝜑 = 45° ± 𝐴𝑇
faces do veio 2

31 Superfície plana Limites da 1 24h12 𝑅𝑧 20 5


peça, base
construtiva

32 Furo Instalação no 1 ∅8𝐻7 𝑅𝑎 1,25 10


tecnológico veio, base
construtiva /o/-0,01

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33 Superfície de 1 1 5h7 𝑅𝑧 20
contacto
2014

4 Análise tecnológica do produto


A dificuldade ou facilidade de fabricação dum produto pode ser avaliada por meio de

Parâmetros qualitativos e quantitativos da tecnologibilidade.

Entre os parâmetros qualitativos da tecnologibilidade destacam: complexidade da configuração do


produto e necessidade de uso das ferramentas especiais; normalização e uniformidade das superfícies;
simetria do produto; precisão e rugosidade argumentadas das superfícies; existência dos chanfros nas
superfícies conjugadas; existência de inclinações das superfícies estampadas e fundidas; constância da
espessura das paredes das peças estampadas e fundidas; existência da superfície de separação simples das
peças estampadas e fundidas; existência das bases tecnológicas cómodas e necessidade de uso dos
dispositivos especiais; rigidez da peça, existência das nervuras do reforço; complexidade de trajectórias das
ferramentas; acesso às superfícies da peça, existência de entradas e saídas cómodas para ferramentas;
possibilidade de tratamento simultâneo de algumas superfícies, etc.

Entre os parâmetros quantitativos da tecnologibilidade se destacam:

1. Parâmetros globais:

Tempo de execução das fases, tempo de fabricação de um lote de produtos, preço de custo de
fabricação, custos capitais de preparação de produção do produto, etc. Todos estes parâmetros podem ser
determinados só depois de elaborar todos os elementos do processo de fabricação.

2. Parâmetros parciais:

Coeficiente de normalização, unificação, precisão, rugosidade das superfícies indicadas, coeficiente


de uso do material, etc.

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4.1 Complexidade do produto

O veio de cardam é uma peça de configuração simples, complexidade media, tem forma de um veio
simples, mas tem um grande número de dentes que formam as estrias que tem superfícies laterais perfiladas
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de grau de precisão bastante alta. Os dentes são normalizados, existem ferramentas normalizadas para a sua
fabricação. As superfícies com estrias eleva o grau de precisão da peça, possuí dimensões normalizadas as
quais podemos usar maquinas ou ferramentas normalizadas.

As superfícies 10,13,18 são de alta precisão na qual são montados os rolamentos e possuem dimensões
normalizadas.

A superfície 8,28 (estrias) são superfícies de precisão elevada em termos de disposição e dimensão,
podemos obter este tipo de superfícies em ferramentas conhecidas como brochadoras que apresenta
dimensões e características da superfície pretendida.

O furo tecnológico 3 - Tem como função centralizar a peça para trabalhar as superfícies destinadas a
tratamentos como usinagem, fresagem etc.

As superfícies 5,6,7,12,14,19,22-26,30 - Têm chanfros 7,14,19 são da mesma dimensão (8x30o),


chanfros 5,30 (1x45o), 6,12,26 (2x45o), o que facilita o seu tratamento e a sua medição. Os chanfros
permitem reduzir a concentração de tensões, evitam fendas durante o tratamento térmico, facilita a
orientação mútua entre as peças a conjugar correspondentes durante a montagem e evitar o corte das peças
conjugadas e dos dedos dos operários durante a montagem.

4.2 Existência de bases tecnológicas cómodas e necessidade dos dispositivos especiais

A face 2,31 são bases construtivas da peça, serve para a orientação no veio, destas faces também
depende a precisão da superfície estriada como também das superfícies em irão ser montados os rolamentos,
com o objectivo de reduzir os defeitos de colocação as faces 2,31 podem ser usados como bases tecnológicas
principais. Para garantir a elevada precisão das estrias em relação ao eixo principal a superfície 9,15,20
podem ser usados como base tecnológica.

4.3 Rigidez da peça

O veio de cardam é uma peça rígida, tem um diâmetro externo máximo de ∅24𝑚𝑚 e um diâmetro
mínimo de ∅20𝑚𝑚, e um comprimento de 456𝑚𝑚. Isso permitira trabalhar a peça com altos regimes, alta
produtividade, sem grandes deformações durante tratamento sob pressão, usinagem, tratamento térmico, sem
precisar os elementos ou dispositivos adicionais para aumenta a rigidez.

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4.4 Complexidade da trajectória das ferramentas

Todas as superfícies do veio de cardam são de forma cilíndrica não complexa. Para o seu tratamento
será necessário utilizar as maquinas ferramentas e ferramentas especializadas, especialmente para as
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superfícies estriadas e as superfícies em contacto com os rolamentos.

No caso de uso das ferramentas perfiladas (fresas de disco ou de cabo ou de modulo, ferros cortantes,
etc) a trajectória do seu deslocamento é rectilínea. No caso de uso das máquinas – ferramentas
especializadas (fresadoras, brochadoras, rectificadoras para talhar os dentes, etc) os movimentos da
ferramenta e da peça também são simples mas devem ser bem concordados, o que podemos garantir por
construção e ajustamento dos accionamentos das máquinas-ferramentas correspondentes. Os dentes das
estrias são normalizados pelo módulo por isso será possível utilizar ferramentas normalizadas. As
trajectórias do deslocamento das ferramentas durante o tratamento das outras superfícies da engrenagem são
simples e rectilíneas.

4.5 Acesso às superfícies da peça, existência de entradas e saídas cómodas para ferramentas

O acesso a todas as superfícies do veio de cardam é simples, todas elas estão abertas, por esta razão
todas as ferramentas tem cómodas entradas as superfícies a trabalhar e saídas as superfícies já trabalhadas.
As estrias são trabalhadas com ferramentas apropriadas a entrada e a saída desta ferramenta não encontra
dificuldades para tratamento da superfície.

4.6 Possibilidade de tratamento simultâneo de algumas superfícies e algumas peças

No princípio pode-se trabalhar simultaneamente as superfícies cilíndricas e os chanfros, as faces e os


chanfros ou alguns chanfros podem ser trabalhados com ferramentas simultaneamente ou usando
ferramentas combinadas, as estrias são trabalhadas numa brochadora. O tratamento simultâneo de algumas
superfícies permite aumentar a produtividade de tratamento.

Algumas superfícies podem ser trabalhadas com a mesma ferramenta, superfícies como as faces e
chanfros externos, furo, chanfros internos se usar uma ferramenta com 𝜑 = 45°.

O uso de uma mesma ferramenta para vários tipos de superfícies permite aumentar o nível da
utilização e diminuir a quantidade das ferramentas necessárias para trabalhar na peça.

4.7 Parâmetros quantitativos parciais da tecnologibilidade

4.7.1 O coeficiente de normalização das superfícies

Este parâmetro é determinado pela seguinte fórmula:

𝑁𝑠𝑚
𝐶𝑛 =
𝑁𝑡𝑠

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Onde:

𝑁𝑠𝑚 -É o número das superfícies com forma e dimensões normalizadas;


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𝑁𝑡𝑠 - É o número total das superfícies na peça

𝑁𝑡𝑠 , é igual a

76
𝐶𝑛 = = 0.987
77

O coeficiente de normalização é muito próximo de 1 o que significa que na maioria dos casos não é
necessário projectar e fabricar as ferramentas e medidores especiais e a tecnologibilidade para este
parâmetro é alta.

4.7.2 Coeficiente de normalização das superfícies

𝑁𝑠𝑢
𝑐𝑢 =
𝑁𝑡𝑠

Onde:

𝑁𝑠𝑢 -É o número das superfícies unificadas, que tem a forma parecida e podem ser trabalhadas com mesmas
ferramentas.

No caso observado o número das superfícies unificadas é igual:

𝑁𝑠𝑢 = 23 (𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 2) + 23(𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 28) + 10 (𝑐ℎ𝑎𝑛𝑓𝑟𝑜𝑠) + 3(𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑠) + 2 (faces) + 7


(superfícies estriadas) + 4 (superfícies planas) = 72

Logo:

72
𝑐𝑢 = = 0,94
77

O coeficiente de unificação é muito próximo de 1 o que significa que a maior parte das superfícies
trata-se com mesmas ferramentas cortantes, e mede-se com os mesmos medidores. Pois 𝑐𝑢 > 0,6 a
tecnologibilidade é alta.

4.7.3 Coeficiente que toma em conta o número de superfícies que precisam ser usinadas

Calcula-se pela fórmula:

𝑁𝑠𝑝𝑢
𝐶𝑠𝑢 =
𝑁𝑡𝑠

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Onde:

𝑁𝑠𝑝𝑢 - É o número de superfícies que precisam ser usinadas


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Para o veio de cardam todas as superfícies vão passar pelo processo de usinagem.

77
𝐶𝑠𝑢 = =1
77

O coeficiente 𝐶𝑠𝑢 É igual a 1, significa que todas as superfícies precisam ser usinadas o que complica o
processo de tramento.

4.7.4 Coeficiente de precisão da superfície

Calcula-se pela fórmula:

1
𝐶𝑝 = 1 −
𝐺𝑡𝑚

Onde:

𝐺𝑡𝑚 - É o grau de tolerância médio:

𝐺𝑡𝑖 - É o grau de tolerância da i-ma superfície

𝑛𝑠𝑖 - É o número das superfícies da mesma i-ma precisão

Considerando que o grau de precisão das estrias não são compatíveis com os graus de tolerância das
dimensões lineares, desta forma os coeficientes de precisão devem ser calculados separadamente, como
alternativa seria transformar o grau de precisão para um valor compatível com grau de tolerância das
dimensões lineares.

∑ 𝐺𝑡𝑖 ∗ 𝑛𝑠𝑖
𝐺𝑡𝑚 =
𝑁𝑡𝑠

Onde:

𝐺𝑡𝑖 -é o grau de tolerância da i-ma superfície;

𝑛𝑠𝑖 -é o número das superfícies da mesma i-ma precisão

A partir da Tabela 1 obtemos os valores de tolerância:

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O número das superfícies do 14 grau de tolerância:

• 2 (chanfros 5,30) + 3 (chanfro 6,12,26) +5 (chanfros 7,14,22,23,24) =10


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O número das superfícies do 12 grau de tolerância:

• 4 (superfícies 2,15,20,31) = 4

O número das superfícies do 7 grau de tolerância:

• 223 (estrias 1) + 23 (estrias 28) + 2 (superfície 1,27) + 2 (furos tecnológicos 3,32) + 2 (ranhuras
4,17) + 1 (superfície plana) + 3 (cilindros externos 10,13,18) + 1 (anel externo) + 2 (superfície de
contacto 21,31) =59

Daí:

14 ∗ 10 + 12 ∗ 4 + 7 ∗ 59
𝐺𝑡𝑚 = = 7,80
77

1
𝐶𝑝 = 1 − = 0,87
7,68

Pelo valor do grau de tolerância médio das superfícies 𝐺𝑡𝑚 e pelo numero das superfícies de alta
precisão pode-se concluir que a precisão do veio é elevado.

4.7.5 O coeficiente de rugosidade das superfícies ou rugosidade 𝑹𝒛 𝒎𝒆𝒅𝒊𝒂:

Calculam-se pelas fórmulas:

𝑁𝑠𝑡
𝐶𝑟 =
∑ 𝐶𝑟𝑖 ∗ 𝑛𝑠𝑟𝑖

Ou

∑ 𝑅𝑧𝑖 ∗ 𝑛𝑠𝑟𝑖
𝑅𝑧𝑚 =
𝑁𝑠𝑡

Onde:

𝐶𝑟𝑖 -É a classe de rugosidade da i-ma superfície;

𝑛𝑠𝑟𝑖 -É o número das superfícies da mesma i-ma rugosidade;

𝑅𝑧𝑚 -É a rugosidade 𝑅𝑧 média

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𝑅𝑧𝑖 -É a altura média aritmética da irregularidade da i-ma superfície;

No caso observado, (veja a tabela 1):


2014
Numero das superfícies de Rugosidade 𝑹𝒛 𝟒𝟎 − 𝟒 𝒄𝒍𝒂𝒔𝒔𝒆:

• 2 (chanfros 5,30) + 3 (chanfro 6,12,26) +5 (chanfros 7,14,22,23,24) + 3 (superfície plana 15,19,25) =


13

Numero das superfícies de 𝑹𝒛 𝟐𝟎 − 𝟓 𝒄𝒍𝒂𝒔𝒔𝒆:

• 5 ( 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑎 2, 20,21,31,33) = 5

Numero das superfícies de 𝑹𝒂 𝟑, 𝟐:

• 2 (𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖𝑎𝑑𝑎 1, ) + 46 (𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖𝑎𝑠 8,28) = 48

Numero das superfícies de 𝑹𝒂 𝟐, 𝟓 𝒐𝒖 𝑹𝒛 𝟏𝟎 − 𝟔 𝒄𝒍𝒂𝒔𝒔𝒆:

• 3 (𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 10,13,18) + 1 ( 𝑎𝑛𝑒𝑙 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 11) + 1 (𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑔𝑎𝑑𝑎) = 5

Numero das superfícies de 𝑹𝒂 𝟏, 𝟐𝟓 𝒐𝒖 𝑹𝒛 𝟓 − 𝟕 𝒄𝒍𝒂𝒔𝒔𝒆:

• 2( furos tecnologicos 3,32) + 3(ranhura 4,17,29) = 5

40 ∗ 13 + 20 ∗ 5 + 10 ∗ 53 + 7 ∗ 5
𝑅𝑧𝑚 = = 15,38 𝜇𝑚
77
77
𝐶𝑟 = = 0,18
4 ∗ 13 + 5 ∗ 5 + 6 ∗ 53 + 7 ∗ 5

A peça tem rugosidade baixa (𝑅𝑧𝑚 = 15,38 𝜇𝑚 𝑒 𝐶𝑟 = 0,18), 5 Superfícies têm rugosidade muito baixa
ainda, o que dificulta o seu tratamento.

4.7.6 Coeficiente de uso de material

Calcula-se pela fórmula:

𝑚𝑝𝑎 𝑉𝑝𝑎
𝐶𝑢𝑚 = =
𝑚𝑝𝑏 𝑉𝑝𝑏

Onde:

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𝑚𝑝𝑎 -Massa da peça acabada

𝑉𝑝𝑎 -Volume da peça acabada


2014
𝑚𝑝𝑏 -Massa da peça bruta

𝑉𝑝𝑏 -Volume da peça bruta

O volume da peça bruta ou acabada, pode ser calculado como soma dos volumes elementares da peça
acabada ou da peça bruta.

A peça acabada pode apresentar através de volumes:

Volume 1: Superfície estriada

𝜋 ∗ 𝐷2 ∗ 𝐿 𝜋 ∗ 𝐷𝑟 2 ∗ 𝐿 𝜋 ∗ 𝑑𝑟 2 ∗ 𝐿
𝑉1 = [( ) − [( )−( )]]
4 4 4

Onde:

𝐷- Diâmetro máximo da superfície estriada;

𝐷𝑟 - Diâmetro máximo da ranhura na superfície estriada;

𝑑𝑟 - Diâmetro mínimo da ranhura na superfície estriada;

𝜋 ∗ 262 ∗ 30 𝜋 ∗ 262 ∗ 2 𝜋 ∗ 222 ∗ 2


𝑉1 = [( ) − [( )−( )]] = 15626,28 𝑚𝑚3
4 4 4

Volume 2: Superfícies 6,33,7

𝜋
𝑉2 = ∗ (𝐷6 2 ∗ 𝐿6 + 𝐷33 2 ∗ 𝐿33 + 𝐷33 2 ∗ 𝐿33 )
4
𝜋
𝑉2 = ∗ (282 ∗ 2 + 282 ∗ 3 + 282 ∗ 8) = 8004,78 𝑚𝑚3
4

Volume 3: Superfície 9

𝜋 ∗ 𝐷9 2 ∗ 𝐿9
𝑉3 = ( )
4

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𝜋 ∗ 202 ∗ 180
𝑉3 = ( ) = 56548,67 𝑚𝑚3
4

Volume 4: Superfície 10,22,23 2014


𝜋
𝑉4 = ∗ (𝐷10 2 ∗ 𝐿10 + 𝐷22 2 ∗ 𝐿22 + 𝐷23 2 ∗ 𝐿23 )
4
𝜋
𝑉4 = ∗ (282 ∗ 30 + 282 ∗ 8 + 282 ∗ 8) = 28324,6 𝑚𝑚3
4

Volume 5: Superfície 11,12,13,14

𝜋
𝑉5 = ∗ (𝐷11 2 ∗ 𝐿11 + 𝐷12 2 ∗ 𝐿12 + 𝐷13 2 ∗ 𝐿13 + 𝐷14 2 ∗ 𝐿14 )
4
𝜋
𝑉5 = ∗ (202 ∗ 4 + 282 ∗ 2 + 282 ∗ 25 + 282 ∗ 8) = 22807,96 𝑚𝑚3
4

Volume 6: Superfície 15

𝜋 ∗ 𝐷15 2 ∗ 𝐿15
𝑉6 = ( )
4

𝜋 ∗ 202 ∗ 166
𝑉6 = ( ) = 52150,44 𝑚𝑚3
4

Volume 7: Superfície 24,16,17

𝜋
𝑉7 = ∗ (𝐷16 2 ∗ 𝐿16 + 𝐷17 2 ∗ 𝐿17 + 𝐷24 2 ∗ 𝐿24 )
4
𝜋
𝑉7 = ∗ (282 ∗ 5 + 202 ∗ 5 + 282 ∗ 8) = 9575,574 𝑚𝑚3
4

Volume 8: Superfície 18,19

𝜋
𝑉8 = ∗ (𝐷18 2 ∗ 𝐿18 + 𝐷19 2 ∗ 𝐿19 )
4
𝜋
𝑉8 = ∗ (282 ∗ 20 + 282 ∗ 8) = 17241,06 𝑚𝑚3
4

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Volume 9: Superfície 20

𝜋 ∗ 𝐷20 2 ∗ 𝐿20
𝑉9 = ( )
4 2014

𝜋 ∗ 202 ∗ 27
𝑉9 = ( ) = 8482,3 𝑚𝑚3
4

Volume 10: Superfície 21,25,26.

𝜋
𝑉10 = ∗ (𝐷21 2 ∗ 𝐿21 + 𝐷25 2 ∗ 𝐿25 + 𝐷26 2 ∗ 𝐿26 )
4
𝜋
𝑉10 = ∗ (282 ∗ 5 + 282 ∗ 8 + 282 ∗ 2) = 9236,286 𝑚𝑚3
4

Volume 11: Superfície 21,25,26.

𝜋
𝑉11 = ∗ (𝐷27 2 ∗ 𝐿27 + 𝐷29 2 ∗ 𝐿29 + 𝐷28 2 ∗ 𝐿28 )
4
𝜋
𝑉11 = ∗ (262 ∗ 30 − (282 ∗ 2 − 222 ∗ 2)) = 15626,28 𝑚𝑚3
4

O volume dos chanfros e superfícies de boleamento pode-se tomar em conta através do coeficiente igual a
0,98.

O volume da peça acabada pode ser calculado pela seguinte fórmula:

𝑖=9

𝑉𝑝𝑎 = 0,98 ∗ ∑ 𝑉𝑖
1

𝑉𝑝𝑎 = 0,98 ∗ (2 ∗ 15626,28 + 8004,78 + 56548,67 + 28324,6 + 22807,96 + 52150,44 + 9575,574


+ 17241,06 + 8482,3 + 9236,286 ) = 243624,2 𝑚𝑚3

𝑉𝑝𝑎 = 0,244 𝑑𝑚3

Para a peça bruta em forma de um veio o seu volume será:

𝑉𝑝𝑏 =

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𝑉𝑝𝑎
𝐶𝑢𝑚 =
𝑉𝑝𝑏

A massa da peça calcula-se pela fórmula: 2014

𝑚 =𝜌∗𝑉

Onde:
𝐾𝑔
𝜌- É a densidade do material da peça em ,
𝑑𝑚3

Desta maneira:

A massa da peça acabada será calculada através da seguinte fórmula:

𝑚𝑝𝑎 = 𝜌 ∗ 𝑉𝑝𝑎

𝐾𝑔
𝑚𝑝𝑎 = 7,8 ∗ 0,244𝑑𝑚3 = 1,9 𝐾𝑔
𝑑𝑚3

A massa da peça bruta será calculada através da seguinte fórmula

𝑚𝑝𝑏 = 𝜌 ∗ 𝑉𝑝𝑏

𝐾𝑔
𝑚𝑝𝑎 = 7,8 ∗ 𝑑𝑚3 = 𝐾𝑔
𝑑𝑚3

Os tempos de execução das fases estão apresentados nos cartões da rota e das fases (anexo 1).

O tempo de fabricação dum lote de veios de cardam e o preço de custo dum veio estão apresentados no
capítulo 11.

Conclusão

No total a peça tem 77 superfícies (tabela 1), grande número das superfícies (23) são superfícies perfiladas dos dentes
com alto grau de precisão e baixa rugosidade. 𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 10,13,18,
𝑎𝑛𝑒𝑙 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 , 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑔𝑎𝑑𝑎, de alta e elevada conclusão e baixa rugosidade que complicam a
fabricação do veio de cardam. Para a produção da peça será necessário projectar e fabricar uma série de
dispositivos para a sua instalação nas máquinas ferramentas, medição de alguns parâmetros, orientação das
ferramentas, etc.

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Podemos concluir que a peça tem configuração simples, complexidade media, e a eficácia da sua produção
depende principalmente da eficácia de fabricação das estrias e os cilindros externos aonde serão montados
os rolamentos.
2014

5 Escolha do tipo de produção


A escolha do tipo de produção e o método realiza-se em 2 etapas. No início o tipo de produção escolhe-se de
maneira aproximada em função das dimensões deste produto (veio de cardam). Com base na decisão tomada
na primeira etapa realiza-se a projecção posterior até determinar as fases e tempo da sua execução. De
seguida faz-se a verificação da escolha do tipo de produção segundo o coeficiente de ocupação das máquinas
ferramentas. Se a verificação demostrar outro tipo de produção será necessário fazer automatizações,
universalização, especialização do equipamento utilizado, da sua quantidade e complexidade.

Neste projecto temos um produto de um tamanho médio, de complexidade média da sua configuração e
produção, com um programa anual de 1600 peças/ano.

5.1 Programa mensal de produção

O programa mensal de produção, é a quantidade de peças que são produzidas num período de 30 dias o que
corresponde a 1 mês.

Calcula-se pela fórmula:

𝑄𝑎
𝑄𝑚 =
12
1600 peças
𝑄𝑚 = = 134
12 mes

Para esta condição a tabela 2 obtém-se a produção em série media. Neste caso para aumentar a eficácia de
produção será necessário utilizar largamente os métodos de tratamento de maior produtividade, será
necessário utilizar largamente o equipamento especial e especializado de acção rápida e automatizada.

Tabela 2- Escolha Previa do tipo de produção

Tipo de produção Programa mensal de fabricação dos produtos

Grandes, complexos Médios Pequenos, simples

Produção unitária 1-2 2-5 5-10

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Em série pequena 2-5 5-25 10-50

Em série media 2-25 25-150 50-300


2014
Em série grande 25-150 150-300 300-1000

Em massa > 150 > 300 > 1000

Na produção em série média pode ser utilizado o método de trabalho sem cadeia ou com cadeia. Escolhemos
o método sem cadeia, para evitar gastos com a reinstalação do equipamento.

A quantidade das peças acabadas num lote 𝑄𝑝𝑎𝑙 , pode ser tomado igual ao programa mensal, bimensal ou
pode ser calculada pela fórmula:

2 ∗ 𝑄𝑎 ∗ 𝐶𝑟
𝑄𝑝𝑎𝑙 = √
𝐶𝑎𝑎

Onde:

𝑄𝑝𝑎𝑙 - É a quantidade das peças acabadas num lote;

𝐶𝑟 - É o custo de um reajustamento de uma máquina-ferramenta para outra fase;

𝐶𝑎𝑎 - É o custo de armazenamento anual do produto.

Podemos considerar 𝑄𝑝𝑎𝑙 = 𝑄𝑚 = 134 𝑝𝑒ç𝑎𝑠

A quantidade das peças brutas 𝑄𝑝𝑏𝑙 , para fabricar um lote tomamos maior em 5% para compensar as peças
defeituosas.

𝑄𝑝𝑏𝑙 = 𝑄𝑚 + 0.05 ∗ 𝑄𝑚

𝑄𝑝𝑏𝑙 = 134 + 0.05 ∗ 134 = 141 𝑝𝑒𝑐𝑎𝑠

6 Escolha da Peça bruta


O veio de cardam é feito de aço C50M2. Este material no estado laminado tem uma dureza de 235-262 HBS
e limite de escoamento de 415Mpa e limite de ruptura de 415 Mpa. Tratando-se de uma peça que esta
submetida aos esforços de flexão baixa e torção, torna-se necessário garantir que o método de obtenção da

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peça bruta seja um método de responsabilidade elevada, de modo que a peça bruta não possua defeitos
internos.

Considerando uma produção anual é de 1600 peças, a peça2014


bruta será um cilindro com dimensões próximas
a peça acabada (∅28, L= 456). Devido a responsabilidade da peça, a mesma deverá ser feita por forjamento
a quente de elevada precisão, pois é um dos métodos em que permite obter peças sem defeitos internos. O
forjamento será em matriz, pois torna-se económica em produções de um número de séries média. As peças
forjadas têm como vantagem em relação às usinadas a economia de material, maior uniformidade e
continuidade das fibras (donde maior resistência). Também em relação às peças fundidas, as forjadas
apresentam melhor resistência.

O forjamento como método de obtenção da peça bruta, permite pressões na matriz menores para secções
circulares ou de cantos arredondados do que em secções com cantos vivos.

As dimensões nominais da peça semi-acabada, são obtidas adicionando o valor das sobrespessuras de
maquinagem as dimensões da peça maquinada.

A configuração e as dimensões da peça bruta tem que ser próxima a da peça acabada, pois a configuração da
peça acabada é simples, o diâmetro externo é bastante pequeno (diâmetro> 64𝑚𝑚.

A peça bruta pode ter a forma de um cilindro com escalões de diâmetro maior que o mínimo, com
sobrespessuras em todos escalões representados. A forma e as dimensões da peça bruta, estão determinadas
mais adiante no projecto, depois do cálculo das sobrespessuras.

7 Escolha das bases tecnológicas

As bases tecnológicas para a elaboração desta peça, serão as superfícies 1, 32 como já havia sido
mencionadas.

As faces 1 e 32 são usadas para elaboração de todas superfícies, O uso das faces 1 ou 32 garante a
coincidência das bases tecnológicas com as bases de medição para maior parte das dimensões da peça.

Para as dimensões diametrais o defeito de posicionamento é igual a zero, pois, esta dimensão não depende
da posição da peça. Deste modo os erros dos cilindros externos serão εp=ε∅externo=0. O passo entre os dentes
não depende da posição da peça, sendo por isso εp= εpasso= 0.

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Como as bases tecnológicas coincidem com as bases das dimensões, o efeito do posicionamento delas é
zero. Para dimensão 45° dos chanfros 8 e 12 a base tecnológica e medição é o eixo da peça, sendo que
também será zero. Daí: εp= εp45°=0
2014
O uso da bucha de três grampos autocentrantes, garante que os defeitos das dimensões sejam iguais a zero,
devidos as forças radiais autocentrantes, desto modo εa=0.

Os defeitos de colocação das dimensões são iguais ao defeito do dispositivo que pode ser tomado igual a 1/3
(para diminuir o custo da operação) da menor tolerância das dimensões que se obtém com a instalação num
mesmo dispositivo.

As dimensões das estrias são obtidos noutra máquina (Brochadora), e elas têm menor tolerância, o
dispositivo para trabalhar os dentes deve ser feito com maior precisão. De modo a garantir a dimensão
pretendida.

8 Escolha da sequência de tratamento das superfícies


A sequência de tratamento para obtenção da peça final será:
1. Facejamento da superfície 1
2. Cilindro externo de menor precisão
3. Tratamento de ranhura
4. Tratamento de chanfros
5. Cilindro externo de maior precisão
6. Tratamento de chanfros
7. Peça final

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9 Conclusão
A preparação construtiva e tecnológica de um produto segue uma trajectória complexa para sua elaboração,
visto que o tecnólogo deve seguir etapas sequenciadas com2014
o objectivo de alcançar parâmetros de produção
pretendida. Para a projecção construtiva e tecnológica do veio de cardam cónico foi necessário ter
conhecimento do local onde se instala ou trabalha bem como a sua função no mecanismo. O produto em
estudo é um elemento do tipo de revolução com uma complexidade média na qual as superfícies mais
difíceis de ser trabalhadas são as estrias.

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10 Bibliografia
[1]-Projecto Tecnológico (Exemplo do projecto do curso), Prof. Doutor Alexandre Kourbatov, Maputo
2007.

[2]-Guia de oficinas gerais, Prof. Doutor Alexandre Kourbatov, Maputo 2005.

[3]-Escolha da Máquina, ferramenta, e do regime de corte, Alexandre Kourbatov, Maputo 2005.

[4]- Metrologia, Prof. Fábio Envagelista Santana

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