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Quando abordamos a Teoria Pura do Direito, observamos que Kelsen não se preocupa com o conteúdo do
Direito, mas apenas com sua forma. Desse modo, ao elaborar uma tese científica que pretende ser neutra,
qualquer conteúdo oriundo de um processo legítimo nos moldes kelseanos poderia preencher um modelo
perfeitamente rigoroso, do ponto de vista da Ciência do Direito e, desta forma, atender a qualquer finalidade
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ideológica.

Para Kelsen, a normatização jurídica é uma condição de dever-ser, podendo apenas ser questionada sua
validade como norma. Já a vontade humana, que produz a norma, é uma condição do ser, sendo, portanto,
uma proposição que pode ser questionada como verdadeira ou falsa. Mas para Kelsen, o ser, apesar m m
 
 para a existência do dever-ser, não é m 
. Uma vez que a vontade humana que
produz a norma é uma vontade qualificada por outra norma (por exemplo, a vontade de um deputado
apresentar um projeto de lei, provem de uma norma que regulamenta as atribuições legais dos deputados),
depreendemos que uma norma, em última análise, sempre provem de outra norma. Uma vez que a norma
vigente possui validade, a cessação da vontade qualificadora que a originou não impl ica na perda da validade
da norma (no exemplo dado, uma vez aprovada a lei desse deputado, ela continuará em vigor mesmo que esse
deputado venha a falecer, e será válida até que eventualmente outra norma a revogue). Poderíamos dizer
então que a vontade humana é uma proposição e norma jurídica é uma determinação. Ora, na gênese da
norma sempre vamos encontrar uma norma anterior associada à vontade humana, até que chegamos no Poder
Constituinte como a vontade humana primária. Por trás desse Poder Constituinte , que possui a vontade de
estabelecer a Carta Magna de um Estado, encontramos o que Kelsen denomina Norma Fundamental. A norma
fundamental é um axioma jurídico, algo intuitivo e inerente ao homem pela sua capacidade de pensamento
lógico e abstrato, tais co mo nos axiomas matemáticos. A norma fundamental é a única norma propositiva e não
determinativa, sendo a origem de todo p sistema normativo. Y
Feito o breve esclarecimento acima, não é difícil imaginar que esse poder constituinte, para Kelsen, tanto faz se
é uma assembléia constituinte democraticamente eleita ou um príncipe nos moldes maquiavélicos outorgando
sua Constituição absolutista. Haverá o sistema normativo se e somente se as normas que doravante apareçam
sejam legitimadas por uma norma prévia associa da a uma vontade humana qualificada pela norma em si. O
modelo kelseano, como vemos, acaba tendo uma autonomia para gerar-se e perpetuar-se a si mesmo,
comportamento denominado por alguns cientistas autopoiético. Mesmo na cessação das vontades humanas que
deram origem a uma determinada norma, ela continuará sendo válida até que outra norma que atenda à forma
estabelecida possa revogá-la. Y
Apesar da eficácia e dos moldes científicos da Teoria Pura de Kelsen, é fácil perceber o quão perigoso é esse
modelo nas mãos de um tirano. Já mencionei em outras oportunidades que qualquer ciência não pode ser
isenta totalmente de ideologia. Quanto mais o direito, que segundo já abordamos ao longo do estudo do
positivismo histórico, possui uma tendência inerente em favorece r as classes dominantes e atender às
reivindicações dos que detêm os meios econômicos. Y
Seria então o direito inexoravelmente uma imposição de quem está no poder? Poderíamos comparar a forma e
o conteúdo do direito, na visão kelseana, como um campeonato esp ortivo internacional, cujas regras do jogo e
formato são sempre imutáveis, apesar de mudarem constantemente os técnicos, táticas, jogadores e
protagonistas. Da mesma forma, os resultados podem ser os mais diversos e imprevisíveis, mesmo todos os
espectadores sabendo de antemão como qualquer resultado possível pode ser produzido, e as conseqüências
desses possíveis resultados para a seqüência de jogos que estão por vir. Da mesma maneira em que vemos o
quão difícil é uma federação internacional esportiva muda r minimamente uma regra do jogo, a não ser por um
clamor muito intenso e reiterado de todos os envolvidos nessa competição, sendo praticamente fixo o modelo
que caracteriza a modalidade (até para que não a descaracterize), vemos que, para se inverter a ord em da

de poder ditando a   
legal é necessário que algo de muita relevância e que mobilize
ativamente uma quantidade muito grande de pessoas ocorra (guerra, revolução, golpe, etc). Y
Depreende-se desse mecanismo que é extremamente fácil implantar-se um regime qualquer diante de uma
situação de fragilidade social em um Estado mas, uma vez consolidado o regime, torna -se extremamente
rígido, cujas mudanças exigem esforços de imensa magnitude, implicando na ruptura do sistema vigente. Y
É o que vemos nos textos apresentados, onde estabelecemos o paralelo da implantação do Regime na Rússia
pós-revolução de 1917 e na Alemanha Nazista. A implantação de ambos sistemas se deu em um contexto de
fragilidade social, onde o clamor popular pedia a estabi lidade, a identidade e a soberania. Figuras sedentas de
poder, com certa dose de apoio popular, ingenuidade dos governantes que os sustentaram e muita política de
moldura maquiavélica culminou nos regimes totalitaristas que já bem conhecemos e cujos efeito s são
percebidos até hoje.Y
Mas a prerrogativa ideológica oculta no modelo kelseano atesta que o direito é exercido por quem o poder em
determinado contexto histórico. A Alemanha nazista acabou perdendo a 2ª Guerra Mundial, logo os criminosos
de guerra foram submetidos ao tribunal dos aliados, vencedores. Ora, o tribunal de Nuremberg não teria
nenhuma legitimidade dentro do normativismo vigente segundo a interpretação estrita do modelo kelseano.
"Foi um tribunal de exceção!", diriam os kelseanos mais ortodox os. De fato, segundo as normas vigentes da
Alemanha Nazista, todos os réus do tribunal de Nuremberg eram inocentes, pois agiram estritamente conforme
as leis vigentes. Se a Alemanha Nazista tivesse vencido a guerra, eles teriam sido condecorados como grand es
heróis da era contemporânea. Contudo, se observamos o axioma da Norma Fundamental à luz de que o Poder
Constituinte é o que dá origem ao sistema normativo, temos que, no instante em que os Aliados venceram a
guerra, o vetor de poder mudou radicalmente d e direção. Naquele instante, o poder constituinte passou para as
mãos dos aliados. A lógica da norma fundamental permanece inalterada, somente que agora mudaram os
protagonistas, mas a forma, as regras do jogo continuaram iguais. Com a mesma arbitrariedade que os
alemães aplicaram as leis nazistas enquanto se mantiveram no poder, agora o tribunal de Nuremberg busca a
sua validade no jusnaturalismo (poderia ser baseado em qualquer outra coisa) para poder reforçar o modelo
kelseano: o Direito é a ferramenta d e quem se encontra no poder. Y
Todas as atrocidades cometidas contra o frágil cidadão pelos regimes de qualquer orientação ideológica, seja a
frágil democracia brasileira, o fracassado socialismo europeu, o pseudo -comunismo chinês, o capitalismo
selvagem americano, somente reforçam a idéia que os regimes mudam segundo a mudança de mãos do poder
constituinte, porém o modelo continua o mesmo. O ordenamento jurídico existe para a manutenção do 
 
  e para sua auto-reprodução, como um organismo vivo (lembremos Leviatã de Hobbes, o homem-artificial
como representação do Estado). O que para uma parte é violência arbitrária e injustiça, para o Estado é a
manutenção da ordem, da segurança jurídica, a garantia do funcionamento da sociedade, uma questão de
segurança nacional.Y
Concluímos que não será o direito a ferramenta que produzirá igualdade, justiça social, a diminuição das
mazelas das classes menos favorecidas, nem será o mecanismo para a modificação de um regime pré -
estabelecido.Y
O direito não trabalha no macrocosmo social, mas no microcosmo do caso em concreto, na situação específica.
Não provoca nem incita a mobilização social. O poder judiciário, na verdade, é o "poder executivo" do 
 
  vigente, e o poder executivo é o "poder judiciário" da manute nção do sistema mais lhe convenha. Y
´sso não quer dizer que o operador do direito, o jurista e o cientista jurídico não possuam autonomia. Mas na
medida em que são "obrigados" a praticarem o direito sob parâmetros pré -estabelecidos, podem estar
gradativamente distanciando-se de seu senso de justiça, dos princípios pelos quais os levaram a escolher essa
carreira. Cabe ao jurista não só a operação do direito, mas também sua contribuição para contestar, modificar,
criar e destruir o direito, questionando não so mente seu conteúdo, mas a forma com a qual está estruturado. Y

 


FERRAZ JR, Tércio Sampaio. ´ntrodução ao Estudo do Direito: Técnica, Decisão, Dominação.

KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito.

HART, Herbert L. A. O Conceito de Direito.

Em um primeiro momento, salienta-se que o presente trabalho tem por escopo demonstrar
os aspectos positivos e negativos que concernem ao Julgamento de Nuremberg, de modo
que tenha-se uma visão clara e objetiva decorrente deste advento, ressaltando as críticas
que a este são atribuídas, bem como demonstrando que o mesmo constitui um ³divisor de
águas´ na evolução do ordenamento jurídico internacional.Y

Salienta-se que com o término da ´´ Guerra Mundial, as potências Aliadas, quais sejam, EUA,
Grã - Bretanha, França e URSS procederam à ocupação do território da Alemanha, que não
mais existia como ente soberano, neste sentido estas nações reuniram-se algumas vezes
para discutir o meio adequado a ser dado aos líderes nazistas.Y

Nesta esteira de raciocínio, verificou-se o Acordo de Londres, sendo este o responsável pelo
estabelecimento do Tribunal Militar ´nternacional, que definiu as regras dos processos de
julgamento dos acusados, em consonância com o Direito Anglo-Americano e as leis civis do
continente europeu, como também tipificou os crimes a serem tratados; ressalta-se que o
Estatuto da Corte deixou a espécie e quantidade das penas ao alvedrio dos julgadores,
permitindo, inclusive, a imposição da pena de morte.Y

O referido Tribunal estabeleceu-se em Nuremberg, centro espiritual do terceiro Reich, bem


como dos maiores comícios de Adolf Hitler, neste foram julgados os 22 réus escolhidos pelas
potências vitoriosas, onde estes foram acusados de conspiração, lançamento de uma
agressiva guerra e por terem cometido crimes de guerra e contra a humanidade, culminando
na exterminação de grupos raciais e religiosos, assassinatos e maus tratos de prisioneiros de
guerra, imposição de trabalho forçado, dentre outros.Y
Neste sentido, o Tribunal achou evidências expressivas de uma regra sistemática de
violência, brutalidade, e terrorismo pelo governo alemão nos territórios ocupados por suas
forças, como também verificou com provas testemunhais e documentais à morte de milhões
de pessoas nos campos de concentração.Y

Para muitos o Tribunal de Nuremberg materializou-se num progresso do Direito


´nternacional, por ter cristalizado a responsabilidade internacional do Estado, de forma que
os governantes e agentes do poder público, não poderiam pautar-se no pretexto da
obediência a ordens superiores para violar os direitos humanos, perpetrando atos de
genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade sem serem responsabilizados.Y

No dizer de Norman Birkett, ³ÿ       


      
      
    



  
 


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No entanto, há que se contrapor a esta visão o fato de que o Tribunal de Nuremberg


coaduna-se a um Tribunal de Exceção, ou uma forma de ³execução sumária´ mais aos
moldes da vingança pública preconizada na imposição dos vencedores sobre os vencidos, e a
de que tal Tribunal fez abstração do princípio geral do Direito atinente à irretroatividade da
norma penal.
Verifica-se as teses ora examinadas o disposto na Declaração de Moscou,Y

Assim os alemães (...) serão devolvidos à cena do seu crime e ali mesmo
julgados pelos povos que ultrajaram. Que se precavenham, pois, aqueles
cujas mãos ainda não estão tintas de sangue inocente, para que não
entrem para o rol dos culpados, porque as Potências Aliadas se
comprometem a persegui-los inexoravelmente até os mais remotos
confins da terra, entregando-os a seus acusadores para que se faça
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justiça.

Não obstante, depreende-se que o presente trabalho irá versar sobre os aspectos
controversos e positivos do Tribunal de Nuremberg, demonstrando os entendimentos acerca
do assunto e tomando o devido posicionamento.Y

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Desde os primórdios, a humanidade depara-se com o conflito armado, uma vez que o
homem tende a arrogar para si alguns direitos para prover as suas necessidades, no entanto
encontra resistência nos outros indivíduos que também os almejam, culminando numa lide.Y

Assim, para que haja um entendimento das Relações ´nternacionais e do Direito entre os
povos, faz-se necessário tecer algumas considerações acerca da guerra.É a partir desta que
o Direito se faz atuar com suas normas de conduta de observância geral, buscando a
pacificação social.Y

´nicialmente, verifica-se a guerra na Antigüidade, esta tinha razão de ser de muitos povos,
fenômeno natural de manutenção não só da ordem, como também de sobrevivência. Com, o
Cristianismo começam as indagações acerca de ³guerra justa´ e ³guerra injusta´, esta só se
justificaria se os meios pacíficos já tivessem se exaurido para a obtenção da reparação do
prejuízo, posteriormente há a proibição ao recurso à guerra, salvo em ocasiões bem
delimitadas, corrente esta defendida pelos teólogos.Y

As guerras napoleônicas geraram significativas mudanças no operacionar, condução e


participação num conflito armado, de modo que a guerra tornava-se uma ³causa nacional´ e,
cada vez mais junto às forças em confronto, batiam-se também idéias e anseios nacionais.Y

Posto isto, verifica-se a necessidade de instituir um conjunto de normas que regulassem o


direito à guerra, é neste sentido que as Convenções da Haia e de Genebra materializam-se.
Portanto, de acordo com o Direito Moderno os julgamentos e punições individuais por crimes
de guerra ficavam a cargo do Estado a que pertencia o infrator, que o faria de acordo com
seu direito interno.Y
Diante do examinado, sabe-se que o recurso à guerra tem sido considerado ao longo dos
tempos um meio para a obtenção do objeto colimado pelo Estado agressor diante do outro,
este ³direito subjetivo´ estaria vinculado à soberania dos Estados, de modo que até a
Segunda Guerra Mundial, o recurso à violência explícita para a conquista de novos territórios
diante de Estados mais fracos continuava como elemento corrente no âmbito mundial, no
qual a guerra era uma alternativa usual e considerada ³legítima´ por muitos.Y

Há que se salientar que o período entre - guerras foi de suma importância para a evolução
do Direito ´nternacional. Esta coaduna-se ao fato de tentar evitar, ou ao menos limitar, o
recurso à guerra.Y

Com o advento da Segunda Guerra Mundial, o acolhimento de brutalidades,


desproporcionalidades e injustificadas guerras foram substituídos por um novo paradigma de
um mundo bipolar, que seria prevalente durante o período pós-guerra. Foi, neste sentido,
que a guerra formalmente tida como alternativa digna e legal de ação de Política Externa
teve sua liberdade de execução tolhida pela instituição de regras, cujo objetivo é a garantia
de boas relações entre os povos.Y

Diante do exposto, verifica-se que os Estados não poderiam desconsiderar a Comunid ade
´nternacional em suas condutas internas, pois uma nova Ordem se estruturava, acolhendo
esta o respeito a minorias, aos direitos humanos e tipificando os delitos internacionais como
crimes contra a paz e contra a humanidade.Y

Compulsando a presente exposição, salienta-se que, em meio ao conflito, os Aliados


apresentam o princípio da repressão por crimes de guerra, tendo em tais declarações a
imposição dos vencidos pelos vencedores, de forma que esta atitude fazia parte da conduta
beligerante de ambas as partes em contenda.Y

O Julgamento de Nuremberg enquadra-se na realidade ora examinada, já que terminada a


Segunda Guerra Mundial, os vitoriosos decidem julgar os líderes nazistas num Tribunal
´nternacional que visava a condenação dos indivíduos responsáveis pelos crimes cometidos,
em nome do Estado Alemão, atentando a Paz e a Segurança da Humanidade, neste sentido o
julgamento destes alertou aos demais Estados a possibilidade de serem responsabilizados se
atentassem contra o instituído.Y

Desta feita, a partir de Nuremberg, o pretenso princípio da necessidade deixou de primar


sobre o princípio da humanidade, visto que os homens de Estado passaram a ser
responsabilizados perante seus semelhantes ± os governados ± por suas condutas que
afrontavam a própria humanidade.Y

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O Tribunal Militar ´nternacional foi então constituído para o ajuizamento e castigo dos
maiores expoentes do nazismo. Este era composto por quatro membros e quatro suplentes,
representantes das quatro Potências: EUA, França, Grã ± Bretanha e URSS.Y

É importante salientar que os juízes que atuaram no Tribunal de Nuremberg foram


tecnicamente ³desnacionalizados´ ou ³supranacionais´, com o intuito de que estes
representassem não apenas as quatro potências, mas sim deveriam refletir a re ação da
Humanidade, simbolizando assim todos os povos.Y

Uma vez que o Ministério Público representava os interesses dos Estados aos quais ele
pertencia e das Potências das quais ele era Mandatário, caberia ao juiz apenas os interesses
da Justiça, deixando de lado, quaisquer outras considerações de ordem nacional ou política.Y

Salienta-se que os representantes do Ministério Público selecionaram um grupo de


acusadores para se contrapor à Defesa. O Mistério Público americano encarregou-se da
acusação de complô, o Ministério Público britânico a de crimes contra a paz. Os soviéticos
ocuparam-se dos crimes de guerra cometidos nos territórios ocupados da Europa Oriental,
enquanto que aos franceses coube os crimes alemães cometidos nos territórios ocupados da
Europa Ocidental.Y

Observada a composição dos juízes e membros do 


  do Tribunal de Nuremberg, faz-se
necessário elencar os escolhidos para compor o banco dos réus a serem julgados no Palácio
da Justiça. Ressalta-se que ocupavam esta condição as principais autoridades do ´´´ Reich,
este é um aspecto controverso que será alvo de apreciação posterior.Y

Ressalta-se que o grupo de acusados foi bastante heterogêneo, já que a intenção daquele
processo seria o ³julgamento dos grandes criminosos de guerra´, os Aliados tinham como
objetivo principal trazer à tona todas as estruturas da Alemanha nazista, as quais deveriam
ser representadas por cada um daqueles homens e organizações que se encontravam no
banco dos réus. Condenando-se tais indivíduos, estar-se-ia condenando o Estado, o Regime
e a ´deologia dos vencidos.Y

Os líderes escolhidos para representar cada estrutura do regime nazista, foram Albert Speer,
Ministro dos Armamentos e Produção de Guerra, condenado a 20 anos de prisão, Alfred Jodl,
Chefe de Operações do Exército, sentenciado ao enforcamento, Alfred Rosenberg, Ministro
dos Territórios Orientais Ocupados, sentenciado ao enforcamento, Arthur Seyss-´nquart,
Comissário da Holanda, sentenciado ao enforcamento, BaldurvonSchirack, Líder da
Juventude do Reino, sentenciado a 20 anos de prisão, Constantin von Neurath, Protetor da
Boêmia e Moravia, sentenciado a 15 anos de prisão, Erick Raeder, Grande Almirante da
Marinha sentenciado a prisão perpétua, Ernst Kaltenbrunner, Chefe do Escritório de
Segurança Principal do Reino cujos departamentos incluía o Gestapo e o SS, sentenciado ao
enforcamento, Franz von Papen, Chanceler da Alemanha, absolvido, Fritz Sauckel, Líder
Trabalhista, sentenciado ao enforcamento, Hans Frank, Governador-Geral da Polônia
ocupada, sentenciado ao enforcamento, Hans Fritzsche, Diretor Ministerial e cabeça da
divisão de rádio no Ministério da Propaganda, absolvido, Hermann Goering, Chefe da Força
Aérea, sentenciado ao enforcamento, Hjalmar Schacht , Ministro da Economia, absolvido,
Joachim von Ribbentrop, Ministro dos Assuntos Estrangeiros, sentenciado ao enforcamento,
Julius Streicher, Editor do jornal Der Sturmer, Diretor do Comitê Central para a Defesa
contra atrocidades dos judeus e Boicote de Propaganda, sentenciado ao enforcamento, Karl
Doenitz, Supremo Comandante da Marinha; na última vontade de Hitler e no testamento ele
era tido como Presidente e Supremo Comandante das Forças Armadas do Terceiro Reich,
sentenciado a 10 anos de prisão, Martin Bormann, revelia, Rudolf Hess, Deputado de Hitler,
sentenciado a prisão perpétua, Walther Funk, Presidente do Banco do Reich, sentenciado a
prisão pérpetua, Wilhelm Frick, Ministro do ´nterior, sentenciado ao enforcamento e , por
fim, Wilhelm Keitel , Chefe do Alto Comando das Forças Armadas, sentenciado ao
enforcamento.Y

Estes acusados foram condenados pelos crimes elencados na jurisdição do Tribunal, quais
sejam, por plano comum de Conspiração, por Crimes contra a paz, Crimes de guerra e
Crimes contra a Humanidade.Y

O plano comum de Conspiração é caracterizado pelo fato dos acusados terem se reunido com
o intuito de chegar ao Poder e efetivar seu plano de complô, este culminaria na Guerra de
1939 e nos males que afligiram milhões de pessoas por todo o mundo, os acusados fizeram
uso de meios lícitos e ilícitos, inclusive a ameaça e o uso da força e da guerra de agressão
para conseguir efetivá-lo, neste verifica-se também a aquisição do controle da máquina
Estatal, da chegada dos nazistas ao Governo e as ações dos nacional-socialistas para a
consolidação do controle da Alemanha, bem como o conceito de ³raça superior´, pelo qual os
de sangue alemão constituíam uma raça superior, que deveria subjugar, exterminar ou
dominar outras ³raças´ e povos.Y

Foi neste aspecto que o Tribunal ´nternacional dispôs que era antijurídico querer tornar a
guerra similar a um complô, acompanhado de seus crimes e delitos.Y

O crime contra paz caracteriza o segundo encargo de acusação. Trata da direção,


preparação, desencadeamento ou a persecução de uma guerra de agressão ou de uma
guerra em violação a tratados ou acordos internacionais, como também a participação em
um plano concertado ou em um complô para o cometimento de quaisquer dos atos que os
precedam.Y
Os crimes de guerra são previstos no Direito ´nternacional pelas Convenções de Genebra e
da Haia, sendo o Direito de Guerra um dos elementos centrais da caracterização destes
delitos. Salienta-se que, aquele que vier a cometer durante um conflito bélico, quaisquer
ações que sejam caracterizadas como violação às normas de conduta entre nacionais e
militares de Estados beligerantes, estará sujeito à condenação como criminoso de guerra,
arcando com a punição por seus delitos.Y

Os crimes contra a humanidade tratavam, dos novos delitos penais, que seriam basilares
para futuras considerações acerca de ³direitos humanos´ e do genocídio, extermínio em
massa. Estes foram definidos como assassinato, exterminação, escravização, deportação e
outros atos inumanos.Y

É, neste sentido, que depreende-se que estes réus foram acusados não só de terem
exterminado milhões de pessoas, de assassinatos e maus tratos, de deportação de escravos,
como também de terem planejado e espalhado a guerra na Europa, de modo a se verificar
violações aos direitos humanos.Y

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A partir, deste momento, o presente trabalho visa opor argumentos favoráveis e contrários
ao Tribunal Militar ´nternacional.Y

Em um primeiro plano, salienta-se que um dos princípios basilares do Direito, qual seja, o
pleno direito ao contraditório, foi cerceado pelo Tribunal de Nuremberg, visto que os
Estatutos estabeleceram que não se poderia levantar questões de política internacional no
processo, de modo que a defesa dos acusados foi dificultada.Y

Outro aspecto interessante do Tribunal de Nuremberg é a sua característica de Corte de


Exceção, no dizer de Celso Albuquerque Mello,Y

No tocante à crítica de que Nuremberg foi um tribunal de exceção não há


como negar. Os juízes foram escolhidos pelos vencedores sem qualquer
critério prévio. O Tribunal foi extinto após ter proferido o julgamento. As
sentenças eram "negociadas" entre os juízes. Os próprios alemães em
1945 e 1946 diziam aos Aliados que eles deveriam ser eliminados, ou
ainda, por que processá-los se eles já estão condenados. O j uiz Presidente
da Corte Suprema, Harlan F. Stone, que defendera, anteriormente, o
julgamento dos criminosos alemães, afirmava que o Tribunal de
Nuremberg era um "linchamento barulhento colocado em cena (dirigido)
por Jackson".Y

Nesta esteira de raciocínio, vale ressaltar que a idéia de Corte de Exceção não é acolhida
pelo Direito atual, já que a criação de Tribunais específicos para o julgamento dos
antagônicos do regime nazista no Terceiro Reich constituía atividade criminosa e contraria ao
Direito, deste modo infere-se que Nuremberg revelava-se uma Corte semelhante às
observadas no período de gestão de Hitler, onde as regras procedimentais eram confusas
para a Defesa, e a dúvida não beneficiava o réu.Y

Outro princípio consagrado pelo Direito ´nternacional que não foi observado no Tribunal
´nternacional Militar foi o da imparcialidade do juiz, já que este era composto
exclusivamente, por juízes dos países Aliados, de modo que o bom senso leva a crer que um
Tribunal misto ou neutro teria oferecido maiores garantias de imparcialidade.Y

Mister faz-se ressaltar a impossibilidade de interposição de recursos no Tribunal de


Nuremberg, sabe-se que este aspecto viola o direito da parte lesada de requerer do Poder
Judiciário uma revisão mais abrandada de uma sentença, neste sentido não teria sido melhor
acolher a sugestão soviética de execução sumária sem julgamento de todos os que ali se
encontravam?Y

Por outro lado, foi proibido à Defesa levantar questões de política internacional, que
expusessem os Aliados como ensejadores das agressões alemãs ou que tentassem justificá-
la com a citação de agressões dos vitoriosos diante de outros Estados.Y
Além dos aspectos ora abordados, verifica-se nitidamente a violação de dois princípios
universais do Direito, quais sejam, a legalidade e a irretroatividade da lei penal. Entende-se
por estes princípios a impossibilidade de punir alguém por conduta não prevista em lei, do
mesmo modo que as leis penais não podem alcançar situações/condutas anteriores à
existência de um Ordenamento prévio (   
), salvo para benefício do réu.Y

Há que se observar que havia necessidade de punição dos réus, mas que esta fosse
operacionalizada de modo imparcial, observando-se sempre o primado da Justiça, já que os
nazistas perseguiram uma raça específica. Deveria ficar claro que o novo Sistema Jurídico
´nternacional iria considerar os crimes previstos pelo Estatuto do Tribunal Militar
´nternacional e que estes passariam a compor o novo ordenamento, fundamentado na
punição dos criminosos de guerra da Alemanha nazista, gerando precedente para que,
quando se julgasse necessário este Direito fosse adequado à realidade e às circunstâncias.Y

De acordo com o Direito ´nternacional Público, os Estados são soberanos e iguais diante dos
seus pares. Portanto, não estão sujeitos a jurisdições outras que as que o próprio Estado
aceite submeter-se. Y

Neste sentido dispõe o Professor Amédée Bonde acerca da responsabilidade penal do Estado:Y

Qual é a natureza da responsabilidade dos Estados? Não pode ser uma


responsabilidade penal, uma vez que não existe qualquer poder superior
aos Estados qualificados para infligir-lhes penas. É uma responsabilidade
jurídica análoga à responsabilidade civil dos particulares obrigados, no
caso de prejuízos a outrem, a restabelecer as coisas em a seu estado
primitivo ou de pagar uma indenização.Y

Um último aspecto a ser observado com respeito ao Tribunal de Nuremberg coaduna-se ao


fato de que não seria este um meio para atender os anseios de vingança dos vencedores e,
ao mesmo tempo, identificar a Alemanha como a grande responsável pela guerra?Y

Nuremberg, pode ter sido uma ótima maneira de identificar responsáveis pela Segunda
Guerra Mundial e suas conseqüências perante a opinião pública internacional, punindo e
acalmando-se os clamores de vingança, bem como pode configurar-se como uma alternativa
para os criminosos, como maneira de mostrar à comunidade internacional todo o conjunto de
horrores e atrocidades cometidos sob a égide do Terceiro Reich.Y

Não obstante, infere-se que mesmo indo de encontro a todo um sistema jurídico anterior,
mesmo atuando de maneira questionável do ponto de vista técnico e jurídico, Nuremberg
teve sua validade ao dar início a um novo Direito ´nternacional. Com Nuremberg, tipificaram-
se novos grandes delitos internacionais, neste sentido outros Estados não poderiam
argumentar a ausência de normas internacionais ou de precedentes para absolver grandes
criminosos.Y

± !" Y

Salienta-se que o presente trabalho, frente ao tema polêmico ora explicitado, tentou
demonstrar de forma clara e precisa os argumentos que enalteciam a Corte de Nuremberg
como triunfo da Justiça e do Direito, bem como aqueles que questionavam sua existência e
legitimidade, que residiam na vingança dos vencedores para com os vencidos.Y

De toda sorte há que ressaltar-se que o Tribunal Militar ´nternacional, apesar dos aspectos
arbitrários que apresentou na sua materialização consigna-se num verdadeiro divisor de
águas entre dois sistemas jurídicos. A partir, deste não mais seriam aceitas condutas
abusivas de Estados contra indivíduos, sob quaisquer argumentos de preservação ou de
salvaguarda de interesses nacionais.Y

As normas do novo sistema jurídico internacional, fundamentaram-se na política da ONU,


com o escopo de resguardar a humanidade de novas atrocidades e violações ao Direito
´nternacional como as observadas durante a Segunda Guerra Mundial, bem como em
regimes totalitários como o nacional- socialista. Y
Compulsando o presente feito, infere-se que o novo sistema jurídico não mais acolhia a
supremacia do princípio da necessidade sobre o da humanidade, de forma que buscava-se
algumas garantias às vítimas dos conflitos armados. Neste momento o Estado poderia ser
responsabilizado perante seus pares por crimes contra pessoas, contra a humanidade ou
contra a paz, o mesmo acontecendo àqueles que sob a égide da razão do Estado cometeram
abusos.Y

Nesta esteira de raciocínio depreende-se que mesmo com todos os erros e acertos do
Processo do Julgamento dos grandes criminosos de guerra de Nuremberg, aquele julgamento
pode ser visto como uma necessidade política e moral, uma vez que trataria de atrocidades e
violações antes inconcebíveis, cometidas sob o comando dos acusados.Y

Ainda que apenas representantes de um lado tenham sido punidos e que tenha havido a
permanência de aspectos controversos acerca do Julgamento, foram trazidos à tona delitos
inimagináveis, que talvez tivessem sua ocorrência questionada sem um foro como
Nuremberg.Y

Ademais, a partir deste Julgamento, a vítima de um delito internacional, bem como o algoz
passam a ser encarados pelo Direito como membros de uma mesma comunidade, a raça
humana e a violação de princípios de Direito ´nternacional Humanitário em terras distantes,
não mais seria encarada como um delito contra o estrangeiro, mas sim contra a
humanidade, da qual todos fazemos parte.Y

Foi baseado nestes ideais que o Tribunal Militar ´nternacional, descreve os motivos que o
ensejaram a condenação por pena capital e prisão perpétua, bem como absolvição de alguns
dos réus, em suma assim descreve-se o Caso:Y

Vinte e dois acusados foram indiciados neste Julgamento ± e condenados


± pelo assassinato de mais de um milhão de pessoas. Treze réus,
incluindo seis generais da SS foram sentenciados à morte, os outros a
períodos de reclusão. Baseando-se em documentos ultra-secretos
capturados dos registros alemães, foi possível ao Ministério Público
sustentar sua tese de acusação no simples espaço de dois dias. A Defesa,
com seus álibis, negativas e escusas prosseguiu por meses antes de ser
refutada.

Y
Excelências,
É com tristeza e com esperança que revelamos aqui a matança deliberada
de mais de um milhão de inocentes e indefesos homens, mulheres e
crianças. Essa foi uma trágica execução de um programa de intolerância e
arrogância. Nosso objetivo não é a vingança, não buscamos meramente
uma justa punição. Requeremos desta Corte a afirmação por meio de uma
ação penal internacional do direito do homem de viver em paz e com
dignidade, independentemente de sua raça ou credo. O caso que
apresentamos é um pedido da humanidade por justiça (...).Y

Neste diapasão, visou-se que o Julgamento de Nuremberg mesmo dotado de vícios


estabelecesse um alicerce para as contendas.Y

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ARAÚJO, Luís ´van de Amorim. Curso de Direito ´nternacional Público. Rio de Janeiro:
Forense, 1998.

GONÇALVES, Joanisval Brito. Tribunal de Nuremberg: A Gênese De Uma Ordem No Direito


´nternacional. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.

REZEK, José Francisco. Direito ´nternacional Público: Curso Elementar. São Paulo: Saraiva,
2002.
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