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Ericson Ervino Benites Lamb

CASTRO6614
16 de junho de 2020

PS IED 2020/1 45% (9/20)

1. A Justiça de São Paulo relaxou o flagrante e expediu alvará de soltura para Evandro Quessada
da Silva, de 26 anos, preso na manhã desta quarta-feira 27  após ejacular na perna de uma
mulher dentro de um ônibus na Zona Leste da capital paulista. Em sua decisão após a
audiência de custódia, o juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo afirmou que "a conduta do
indiciado é bastante grave e repugnante, atos como esse violam gravemente a dignidade
sexual das mulheres, mas, infelizmente, penalmente, configuram apenas contravenção penal.
Como essa contravenção é apenas somente com multa, impossível a homologação do
flagrante." Conforme disposto na matéria feita pelo G1, o indivíduo teve que ser liberado por
não ter norma regulando tal situação, logo, pode-se verificar a presença de uma lacuna na
legislação. Sendo assim, analise as afirmativas e marque a alternativa correta quanto a qual (is)
tipo (s) de lacuna pode ser verificada(s) no caso acima:
A Configura, no caso, lacuna formal, pois existe uma deficiência na forma da lei. Em se tratando
de lacuna formal, pode-se afirmar com obviedade que sempre será involuntária também.

B Trata-se de lacuna voluntária, visto que a situação descrita no texto acima surge sem a pré-
meditação, ou seja, não há possibilidade de prever que tal conduta seria praticada.

C Verifica-se lacuna própria, já que diz respeito a uma idealização do direito, onde seria
obrigação ter uma lei regulamentando o ato descrito.

D Pode ser visto que a lacuna presente é a material, onde por ser uma situação imprevisível a
qual, obviamente não teria como ser regulada. Além da material seria involuntária também,
justamente pela imprevisibilidade.

E O ocorrido supracitado encaixa-se em lacuna imprópria, porque diz respeito a uma questão
real do direito, na qual não há a idealização de que o direito deveria reger tudo.

2. Antinomia jurídica real por é a oposição que ocorre entre duas normas contraditórias (total ou
parcialmente), emanadas de autoridades competentes num mesmo âmbito normativo que
colocam o sujeito numa posição insustentável pela ausência ou inconsistência de critérios
aptos a permitir-lhe uma saída nos quadros de um ordenamento dado. FERRAZ JR, Tercio
Sampaio. Enciclopédia Saraiva do Direito. SP Saraiva, 1978. p. 14. Assim para a configuração
de uma antinomia como real é necessário o preenchimento das seguintes condições:
A Ambas as normas sejam jurídicas, ou seja, é inconfrontável legislações de gêneros distintos.

B Ambas sejam vigentes e pertencentes a um mesmo ordenamento jurídico.

C Ambas devem emanar de autoridades competentes num mesmo âmbito normativo,


prescrevendo ordens ao mesmo sujeito.

D Ambas devem ter operadores opostos (um permite e outro obriga) e os seus conteúdos (atos e
omissões) devem ser a confirmação interna um do outro.
E O sujeito, a quem se dirigem as normas conflitantes, deve ficar numa posição insustentável.
3. O proprietário de um veículo automotivo que deseja ligar o som em via pública aberta à
circulação, duas normas entrariam em conflito para julgá-lo. Segundo as normas insculpidas
pela ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas), som poluidor em área mista com
predominância residencial é aquele que fica acima dos níveis permitidos pela NBR 10151/00, ou
seja, no período diurno, 7h 22h), até o nível máximo de 55 dB, e no período noturno, 22h 7h),
até o máximo de 50 dB. Se analisarmos pela ótica do Código de Trânsito Brasileiro, o Art. 228
descreve que: “Usar no veículo equipamento com som em volume ou frequência que não sejam
autorizados pelo CONTRAN”. Ocorre infração grave com multa e retenção do veículo. A
resolução do CONTRAN que regulamenta a aferição é a Resolução 204/2006 que descreve: “A
utilização, em veículos de qualquer espécie, de equipamento que produza som só será
permitida, nas vias terrestres abertas à circulação, em nível de pressão sonora não superior a
80 decibéis – dB A , medido a 7m (sete metros) de distância do veículo”. Nesse caso
supracitado, qual seria o critério adotado para valorar o limite permitido ao usuário do som do
carro? É preciso termos em mente que o Princípio da Especificidade leva em consideração a lei
mais específica para julgar o caso. A Lei Ambiental utiliza a NBR para autuar os infratores. O
CTB utiliza resolução para normatizar os parâmetros limites passíveis de autuação. Ambas são
leis federais. Nesse caso, restaria ao julgador decidir o caso:
A em favor do réu, usando a lei mais benéfica (ou menos danosa). Nesse caso onde há conflito
de normas, deveria o agente utilizar o CTB, já que esta norma é a que beneficia o réu.

B em favor do réu, usando a lei mais benéfica (ou menos danosa). Nesse caso onde há conflito
de normas, deveria o agente utilizar a NBR, já que esta norma é a que beneficia o réu.

C deixar de decidir o caso em razão do non liquet.

D em desfavor do réu e em benefício da sociedade que é a quem essas leis objetivam proteger.

E aplicar ambas as leis, na medida em que se trata, no caso, de mera antinomia aparente.

4. “na aplicação do Direito por um órgão jurídico, a interpretação cognoscitiva (obtida por uma
operação de conhecimento) do Direito a aplicar combina-se com um ato de vontade em que o
aplicador do Direito efetua uma escolha entre as possibilidades reveladas através da mesma
interpretação cognoscitiva”. KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 6ª ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1998, p. 394.) Baseado nesse trecho e nas aulas de IED, sobre a interpretação jurídica
na Teoria Pura do Direito de Kelsen é incorreto afirmar que:
A o aplicador do direito, por meio de um ato volitivo, elege um significado da norma entre os
possíveis.
B existe pluralidade de opções, dentre as quais o juiz escolhe uma, de acordo com a sua
vontade. Não há um critério de direito
C todos os métodos de interpretação até o presente elaborado conduzem sempre a um resultado
apenas possível, nunca a um resultado que seja o único correto.
D a escolha entre as alternativas é feita de acordo com um critério político-subjetivo, sem caber à
ciência do direito analisar qual dentre as soluções intramolduradas escolher, já que todas são
logicamente possíveis.
E num primeiro momento, o intérprete manter-se-ia neutro, realizando um ato meramente
cognoscitivo (desprovido de vontade) para conhecer a moldura e as possibilidades de sua
ação. Posteriormente, mediante cognição, o intérprete escolheria qual o caminho a seguir.
5. Segundo Hans Kelsen, “um corpo metálico submetido ao calor se dilata”, pois a relação entre
calor (causa) e dilatação (efeito) é uma relação de causalidade. O estudioso do Direito, por sua
vez, ao lançar seu olhar para algum daqueles fatos recorrentes em que um indivíduo recebe
uma punição por ter praticado uma conduta considerada ilícita, objetivando concebê-lo em
termos estritamente jurídicos, não poderá interpretá-lo, como faz o cientista da natureza
quando observa os fenômenos físicos, dizendo que a punição recebida pelo sujeito é causada
pela conduta ilícita por ele praticada.” Baseado nesse trecho e nas aulas de IED é incorreto
afirmar que:
A Estudando o desenvolvimento da ciência jurídica, Kelsen observou que ela interpreta os
fenômenos que constituem o Direito por meio de um princípio diferente (daquele as ciências
naturais): o princípio de imputação.

B A imputação é a possibilidade de uma sanção, estabelecida por uma norma jurídica, ser
aplicada a um indivíduo na hipótese de o juiz julgar ilícita a conduta praticada por ele e também
prevista em uma norma.

C Uma das fundamentais diferenças entre imputação e causalidade é que, no primeiro caso, a
ligação entre condição e consequência (conduta e sanção) é estabelecida por um ato da
vontade humana, cujo significado jurídico deriva de uma norma, ao passo que, no segundo, a
ligação entre causa e efeito, portanto, é resultado do querer humano.

D o princípio de imputação é utilizado pelo sujeito cognoscente quando, mediante uma norma,
ele estabelece relação entre fatos que naturalmente não se encontram juntos. Trata-se,
portanto, de uma estrutura mental sustentada por uma norma. E, ainda, um modo de raciocinar,
cujo traço fundamental é interpretar as relações entre os elementos que integram a estrutura
interna de uma norma na forma de dever ser.
6. Ao se lançar à busca de uma norma fundamental, segundo Hans Kelsen, não se pode cair no
problema lógico da busca pelo infinito. Num contexto normativo plural, é possível que o
cientista jurídico se perca no interminável. Ilustrando essa busca, pode-se exemplificar: há uma
norma que impõe aos veículos o emplacamento com placas de determinadas especificações
(tamanho, cor, conteúdo das placas). O fundamento de tal norma é outra norma, a que atribuiu
àquela a competência de determinar as especificações do emplacamento de veículos. Essa,
por sua vez, fundamenta-se noutra, e por aí vai. Isso [...] tem de terminar numa norma que se
pressupõe como a última e a mais elevada. Hans Kelsen, Teoria Pura do Direito, 2009, p. 217
Sobre essa norma pressuposta como última e mais elevada é incorreto afirmar que:
A Como norma mais elevada, ela tem de ser pressuposta, visto que não pode ser posta por uma
autoridade, cuja competência teria de se fundar numa norma ainda mais elevada.

B A sua validade já não pode ser derivada de uma norma mais elevada, o fundamento da sua
validade já não pode ser posto em questão. Uma tal norma, pressuposta como a mais elevada,
é designada por norma fundamental Grundnorm).

C a norma fundamental inaugura o ato fundamente da produção jurídica, sendo possível,


portanto, ser considerada como constituição no sentido lógico-jurídico.

D a norma fundamental é a instauração do fato fundamental da criação jurídica e pode, nestes


termos, ser designada como constituição no sentido jurídico-positivo.

E é o ponto de partida de um processo: do processo da criação do Direito positivo. Ela própria


não é uma norma posta, posta pelo costume ou pelo ato de um órgão jurídico, não é uma
norma positiva, mas uma norma pressuposta, na medida em que a instância constituinte é
considerada como a mais elevada autoridade e por isso não pode ser havida como recebendo
o poder constituinte através de outra norma, posta por uma autoridade superior.

7. “Mister é não olvidar que a compreensão do direito como 'fato histórico-cultural' implica o
conhecimento de que estamos perante uma realidade essencialmente dialética, isto é, que não
é concebível senão como 'processus', cujos elementos ou momentos constitutivos são fato,
valor e norma (...)" Miguel Reale, in Teoria Tridimensional do Direito) Assinale a opção que
corretamente explica a natureza da dialética de complementaridade que, segundo Miguel
Reale, caracteriza a Teoria Tridimensional do Direito.
A A relação entre os polos opostos que são o fato, a norma e o valor, produz uma síntese
conclusiva entre tais polos.
B A implicação dos opostos na medida em que se desoculta e se revela a aparência da
contradição, sem que, com esse desocultamento, os termos cessem de ser contrários.
C A síntese conclusiva que se estabelece entre diferentes termos, conforme o modelo hegeliano
de tese, antítese e síntese.
D A estrutura estática que resulta da lógica de subsunção entre os três termos que constituem a
experiência jurídica: fato, norma e valor.
8. “O juiz Rudi Baldi Loewenkron, da 34ª Vara Criminal do Rio, decidiu extinguir o processo contra
o cantor Justin Bieber. Desde 2013, o canadense respondia por pichar um muro, em São
Conrado, na Zona Sul do Rio. A decisão do magistrado foi tomada após ele ser informado de
que R$ 20 mil foram doados pelo cantor ao Instituto Nacional do Câncer Inca). Por se tratar de
infração de menor potencial ofensivo e de Bieber não possuir outras anotações criminais, o
Ministério Público propôs aplicação de multa que seria revertida na doação de bens ou
alimentos ao Instituto Nacional do Câncer. A negociação para a doação foi feita a pedido pelo
Ministério Público estadual e aceita pelo magistrado.” G1, 06/07/2017 Como o juiz decidiu
extinguir o processo, é correto afirmar que:
A houve trânsito em julgado de sentença criminal condenatória

B O juiz entendeu que a doação ao Inca equivalia à sanção de multa e, portanto, não faria sentido
a continuação do processo.
C O juiz não poderia extinguir o processo, uma vez que todo ato ilícito tem de resultar na
aplicação de uma sanção, nesse caso, a sanção seria a multa.
D O juiz decidiu extinguir o processo em decorrência da ultratividade no caso infração de menor
potencial ofensivo.
E A doação de Justin Bieber não pode ser considerada um ato jurídico perfeito.

9. “O ginasta Diego Hypolito, 32, assumiu ser homossexual em entrevista ao UOL, nesta quarta-
feira 8 . Medalha de prata no solo nos Jogos Olímpicos Rio 2016, o atleta falou abertamente
sobre sua sexualidade pela primeira vez e contou sobre como foi difícil para ele manter isso em
segredo por anos. (...) Hypolito revelou ainda que sofreu abusos no meio da ginástica artística,
que o fizeram ganhar coragem para assumir sua homossexualidade como forma de tentar
combater isso. "Já me prenderam em um equipamento de treino apelidado de 'caixão da morte',
já me fizeram segurar uma pilha com o ânus e já me deixaram pelado, junto com outros dois
atletas, para escrever no nosso peito a frase 'Eu', 'sou', 'gay'. Uma palavra em cada um para nos
humilhar", desabafou. "Eu preciso falar sobre essas coisas para que elas nunca mais se
repitam. Ninguém precisa passar pelo que eu passei para ser campeão", acrescentou. Diego
Hypolito assume ser homossexual e fala de abusos na ginástica, Folha, 08/05/2019 Com base
nessa notícia e nos conhecimentos adquiridos nas aulas de IED, é correto afirmar que:
A Se um crime ocorreu, mas Hypolito não ajuizou uma ação judicial, é possível, ainda sim,
determinar, juridicamente, que a conduta do suposto abusador foi ilícita e deve ser sancionada.

B Caso na época do acontecimento, Hypolito não tenha ajuizado uma ação judicial, a punição só
seria possível com repristinação.

C Caso na época do acontecimento, Hypolito não tenha ajuizado uma ação judicial, a punição só
seria possível com efeitos repristinatórios.

D Caso na época do acontecimento, Hypolito não tenha ajuizado uma ação judicial, a punição só
seria possível com ultratividade.

E Eventual punição para esse relato de abuso seria possível, caso Hypolito tivesse apresentado
queixa contra os abusadores e sua denúncia tivesse sido convertida em demanda judicial
julgada procedente.
10. O Direito se expressa nas mais diferentes formas, mas sua eficácia, muitas vezes, está
condicionada às regras positivadas. Todavia nem sempre as regras emanadas pelo Poder
Público respondem a todos os problemas sociais, exigindo assim uma atenção maior ao
aplicador da Lei, desde a observação da vigência e interpretação de uma lei, até a integração
normativa. Considerando o exposto, assinale a alternativa correta.
A A vacatio legis corresponde ao período de vigência das leis temporárias.

B A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga
nem modifica a lei anterior.
C As leis temporárias permanecem em vigor até que sejam modificadas ou revogadas por outra
lei de mesma natureza.
D A analogia, os costumes e os princípios gerais de direito são entendidos como as fontes não
formais do direito.
E A alegação de ignorância legislativa implica escusa obrigacional.

11. Determinado projeto de lei ordinária, após regular processo legislativo, foi enviado ao
Presidente da República para sanção. O Presidente, no entanto, permaneceu inerte, deixando
de sancioná-lo ou vetá-lo, total ou parcialmente. O projeto de lei nada dispunha sobre a vacatio
legis, e seu texto foi oficialmente publicado 25 (vinte e cinco) dias após o recebimento do
projeto de lei pelo Presidente. No entanto, 3 (três) dias após a publicação original, o texto foi
novamente publicado para corrigir erros da publicação anterior. Nesse cenário, é correto
afirmar que:
A a vacatio legis terá o prazo especial de 90 (noventa) dias, em razão da inércia do Presidente da
República, a contar da segunda publicação oficial.

B a vacatio legis será de 60 (sessenta) dias, a contar do prazo final para que o Presidente da
República sancionasse ou vetasse a lei.

C a vacatio legis será de 45 (quarenta e cinco) dias, a contar da segunda publicação oficial.

D a vacatio legis será de 60 (sessenta) dias, a contar da segunda publicação oficial.

E a vacatio legis será de 45 (quarenta e cinco) dias, a contar da primeira publicação oficial.

12. Eles ensinavam que cada homem possui seu modo próprio de ver e de conhecer as coisas.
Neste sentido o direito, para eles é algo relativo, opinião mutável, expressão do arbítrio e da
força:” justo é aquilo que favorece ao mais forte”. Assim, Trasímaco pergunta se a justiça é um
bem ou um mal, e responde:” A justiça é na realidade um bem de outrem; é uma vantagem para
quem manda, é um dano para quem obedece”. Considerando a noção de justiça, o “eles” que
inicia esse trecho poderia ser substituído por:
A os pitagóricos

B os sofistas

C os eleatas

D os epicuristas

E os estóicos
13. A Completude, por sua vez, é compreendida como “[...] a propriedade pela qual um
ordenamento jurídico tem uma norma para regular qualquer caso.” BOBBIO, Norberto. Teoria
do Ordenamento Jurídico. p. 66 67 Nesse sentido, é incorreto afirmar que:
A Completude significa ausência de lacuna no direito

B É característico do ordenamento jurídico solucionar seus conflitos no interior de seu sistema

C O próprio ordenamento jurídico possui critérios que permitem colmatar os espaços jurídicos
que não se encontram regulados por uma norma jurídica

D O trecho de Bobbio reafirma a teoria do espaço jurídico vazio de Karl Bergbohm.

E A ausência de uma lei não significa que os casos jurídicos deixarão de ser resolvidos pelo
direito.

14. “[...] Uma norma que proíbe fumar exclui a proibição, ou seja, permite todos os outros
comportamentos que não consiste em fumar. Todos os comportamentos não compreendidos
na norma particular são regulados pro uma norma geral exclusiva, quer dizer, pela regra que
exclui (por isso é exclusiva) todos os comportamentos (por isso é geral) que não fazem parte
daquele previsto pela norma particular.” BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. p.
127 128 Com base nesse trecho é correto inferir que:
A a lacuna imprópria é instituída, quando há presença de uma norma geral exclusiva em
concomitância com uma norma geral inclusiva, podendo ambas solucionar o conflito a
depender, tão somente, da vontade do intérprete e, consequentemente, da melhor aplicação
de uma determinada norma ao caso.
B a lacuna própria é instituída, quando há presença de uma norma geral exclusiva em
concomitância com uma norma geral inclusiva, podendo ambas solucionar o conflito a
depender, tão somente, da vontade do intérprete e, consequentemente, da melhor aplicação
de uma determinada norma ao caso.
C a lacuna própria é instituída, quando há presença de uma norma geral exclusiva sem que haja,
ao mesmo tempo, uma norma geral inclusiva, podendo ambas solucionar o conflito a depender,
tão somente, da vontade do intérprete e, consequentemente, da melhor aplicação de uma
determinada norma ao caso.
D a lacuna própria é instituída, quando há presença de uma norma geral exclusiva em
concomitância com uma norma geral inclusiva, não podendo ambas solucionar o conflito.
E a lacuna ideológica é instituída, quando há presença de uma norma geral exclusiva em
concomitância com uma norma geral inclusiva, podendo ambas solucionar o conflito a
depender, tão somente, da vontade do intérprete e, consequentemente, da melhor aplicação
de uma determinada norma ao caso.
15. Segundo a filologia moderna, o término ius provém de uma das duas vozes sânscritas: a raiz yu
(de onde provém iugum e iungere), ou seja, “jungir”, “unir”, “juntar”. Nesse sentido a etimologia o
vínculo e a obrigação contida no direito; a outra yoh, palavra de onde deriva Jovis ou Júpiter
significa algo santo. P. URDÁNOZ, O. P. T. VIII da Ed. Bilíngue da S. Teológica, Ed. B.A.C.,
Madrid, 1956, p. 181, citado por Casaubon.) Com base nesse trecho e nas aulas de IED, é
correto concluir que:
A Nas sociedades primitivas, embora direito e religião fossem fenômenos distintos, a moral os
unia como fenômeno ético.

B O direito associa-se a algo obrigatório, ou mais, a algo santo e sagrado, algo que deve ser e
possui uma garantia divina.

C Desde os primórdios, direito já surge como fenômeno completamente separado de outros


plexos deônticos, como a religião e moral.

D É a partir da noção de “unir” e “juntar” do direito primitivo que Kelsen vai desenvolver a ideia de
norma fundamental, como expressão última de uma explicação jusnaturalista de direito.

16. “Em caso de antinomia entre o critério da especialidade e o cronológico, valeria o metacritério
lex posterior generalis non derogat priori speciali, segundo o qual a regra de especialidade
prevaleceria sobre a cronológica. Esse metacritério é parcialmente inefetivo, por ser menos
seguro que o anterior.” Maria Helena Diniz, Conflito de Normas, 10ª ed. São Paulo: Saraiva,
2014, p. 64.) Com base nesse trecho e nas aulas de IED, é incorreto inferir que:
A deve ser tomada com certa cautela, pois ela tem um valor menos decisivo que o da regra
hierárquica. Dir-se-ia que a lex specialis é menos forte que a lex superior, e que, portanto, a
sua vitória sobre a lex posterior é mais contratada. Para fazer afirmações mais precisas nesse
campo, seria necessário dispor de uma ampla casuística.
B A metarregra lex posterior generalis non derogat priori speciali não tem valor absoluto, dado
que, às vezes, lex posterior generalis derogat priori speciali, tendo em vista certas
circunstâncias presentes.
C o conflito entre critério da especialidade e critério cronológico deve ser sempre resolvido em
favor do primeiro: a lei geral sucessiva não tira do caminho a lei especial precedente.
D A preferência entre um critério e outro não é evidente, pois se constata uma oscilação entre
eles. Não há uma regra definida; conforme o caso, haverá supremacia ora de um, ora de outro
critério.”

17. Leia as definições de direito abaixo e marque a assertiva correta: 1 “As profecias do que de
fato farão os tribunais, e nada mais pretensioso do que isso, é o que entendo por direito.”
Oliver Wendell Holmes Jr. 2 “todo direito é positivo e somente o direito positivo é direito”
Karl Magnus Bergbohm) 3) “O direito é a concretização da ideia de justiça na pluridiversidade
de seu dever-ser histórico, tendo a pessoa como fonte de todos os valores”. Miguel Reale)
A 1, 2 e 3 pertencem a uma mesma corrente jurídica.

B 1 e 2 pertencem a uma mesma corrente jurídica, mas 3 pertence a uma corrente diferente.

C A corrente 2 deve ser situada no positivismo jurídico metodológico (doutrinário ou teórico).

D A corrente 1 deve ser situada no positivismo jurídico.

E 1 se refere ao realismo jurídico norte-americano.


18. “Usando uma técnica alemã antes de sessões de conciliação, um juiz do interior da Bahia, Sami
Storch, obteve acordos em 100% dos casos, evitando que eles se transformassem em
processos judiciais. Segundo ele, o método, chamado Constelação Familiar e criado pelo
teólogo, filósofo e psicólogo alemão Bert Hellinger, contribui fortemente para o fim do conflito,
impactando tanto os atores diretos quanto os envolvidos indiretamente na causa, como filhos e
família. A sessão de Constelação Familiar começa com uma palestra do juiz sobre os vínculos
familiares, as causas das crises nos relacionamentos e a melhor forma de lidar com esses
conflitos. Em seguida, há um momento de meditação, para que cada um avalie seu sentimento.
Depois disso, inicia-se o processo de Constelação propriamente dito. Durante a prática, os
cidadãos começam a manifestar sentimentos ocultos, chegando muitas vezes às origens das
crises e dificuldades enfrentadas. Em 2012 e 2013, a técnica foi levada aos cidadãos
envolvidos em ações judiciais na Vara de Família do município de Castro Alves, a 191 km de
Salvador. A maior parte dos conflitos dizia respeito a guarda de filhos, alimentos e divórcio.”
Juiz consegue 100% de acordos usando técnica alemã antes de conciliações, Conjur,
17/11/2014 Com base nessa notícia e no aprendido nas aulas de IED, é correto afirmar que:
A Essa notícia mostra a centralidade da legislação no processo de resolução de conflitos
jurídicos.

B Como o juiz conseguiu resolver 100% dos casos, a situação narrada enquadra naquilo que
Kelsen chama de máximo de eficácia.

C Pela notícia, fica claro que a lei aplicada pelo juiz do interior da Bahia, Sami Storch, é
extremamente eficaz, uma vez que solucionou 100% dos conflitos jurídicos.

D Embora tenha resolvido 100% dos conflitos, a técnica usada pelo juiz Sami Storch não pode ser
considerada juridicamente legítima, pois não fica evidente qual lei ele aplicou.

E Embora não aplique lei na solução dos casos, a decisão pode ser considerada jurídica, pois o
juiz Sami Storch, em termos kelsenianos, é um julgador autêntico.

19. “O que não tem mais jeito de dissimular/E que nem é direito ninguém recusar/E que me faz
mendigo, me faz suplicar/O que não tem medida, nem nunca terá...” Chico Buarque) Em qual
sentido a palavra “direito” foi empregada por Chico Buarque?
A certo

B lei

C prerrogativa subjetiva

D ciência

E direção
20. “O Estado da Geórgia é conhecido como a Hollywood do Sul. Suas generosas desonerações
tributárias às produções cinematográficas e televisivas, em vigor desde 2008, permitiram que
ele fosse o cenário de filmes de sucesso, como Pantera Negra e a saga Vingadores, além de
um extenso catálogo de séries que inclui The Walking Dead e Stranger Things. Entretanto, a
estreita relação da última década da Geórgia com a indústria audiovisual está ameaçada desde
que o governador Brian Kemp sancionou, no começo do mês, uma lei que proíbe o aborto
quando forem detectados batimentos cardíacos no feto. Vários produtores se recusam a voltar
a gravar no Estado enquanto não houver garantias de que as liberdades civis das mulheres não
serão afetadas. Agora, também a Netflix informou à revista Variety que, se a nova lei
efetivamente entrar em vigor – a previsão para isso é janeiro de 2020 –, a plataforma de
streaming “repensaria todo o seu investimento na Geórgia”.” Antonia Laborde, Netflix ameaça
deixar de gravar na Geórgia por causa da nova lei antiaborto, El País, 29/05/2019 Essa
reportagem faz referência a um instituto jurídico conhecido como:
A repristinação

B ultratividade

C no liquet

D vacatio legis

E direito adquirido

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