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RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo explorar o tema Segurança do Trabalho em Usinas de
Triagem e Compostagem de Resíduos Sólidos Urbanos, usando como referencia análises de
autores, como do autor Reis (2014) sobre um Estudo de Caso realizado em uma Usina,
equiparado com as informações sobre a temática Segurança do Trabalho descritas por Rennó
(2010), Filho e outros (2006), Rechert (1999), Ecycle (2013), Ferreira (2010) entre outros,
visando diagnosticar e analisar através das pesquisas bibliográficas, as técnicas de segurança
empregadas, identificando possíveis problemas e irregularidades. Através das pesquisas,
baseando em estudos que relatam à problemática envolvendo a segurança do trabalhador
dentro destes empreendimentos, compararam-se observações em Centros de Triagem e
Compostagem das Frações Orgânicas, como a relatada pelo autor Reis (2014), com as
observações dos demais autores. As análises demonstram uma série de problemas e
irregularidades, como por exemplo, os relacionados à utilização de equipamentos de proteção
individual e coletiva pelos trabalhadores da usina de reciclagem, espaço físico, riscos de
contaminação ambiental pelo escorrimento superficial do chorume, presença de animais e falta
de isolamento do aterro, concluindo-se que a Usina estudada pelo autor Reis (2014) não
atende aos pré-requisitos da Segurança do Trabalho.
INTRODUÇÃO
Este artigo tem por objetivo estudar aspectos sobre o tema Segurança
do Trabalho em Usinas de Triagem e Compostagem de Frações Orgânicas,
onde, conforme os estudos feitos em pesquisas bibliográficas sobre o tema
verificou que é desolador o estado em que se encontram os profissionais do
setor, estando estes expostos a vários riscos. Para isto, o levantamento dos
aspectos que envolvem a atividade e a comparação as normas existentes, é
fundamental para se contatar as irregularidades e propor medidas mitigadoras
com o objetivo de eliminar eventos adversos que possam apresentar potencial
para causar danos à saúde do indivíduo e ao meio ambiente.
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Guilherme de Oliveira Reis, Engenheiro Sanitarista e Ambiental pela Universidade Severino
Sombra; Pós-Graduando em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade
Candido Mendes.
p. 3
Conforme o observado por Filho e outros (2006), Rennó (2010) e Reis
(2014), o crescimento desordenado da população, principalmente nos centros
urbanos, somado com o consumismo, são fatores que resultam em um
aumento na produção de resíduos no mundo. O autor Filho e outros (2006)
relatam que desde a Revolução Industrial, o solo e subsolo tem sido a
destinação final destes resíduos. Com o objetivo de diminuir a utilização de
novas fontes de recursos naturais e com isto evitar a produção de grandes
quantidades de materiais que serão descartados na natureza ou não, à
necessidade de centros de triagem, reciclagem e compostagem tornaram-se
cada vez mais cruciais, sendo que a separação do material inorgânico (papel,
plástico, etc.) com fins de reaproveitamento e a utilização do material
inorgânico na produção de adubo ou composto orgânico, diminuem a
quantidade de resíduos que possivelmente seriam destinados a aterros
sanitários, controlados ou lixões.
Diante desta necessidade, conforme o autor Rennó (2010), sabe-se
que as pessoas envolvidas com este setor estão expostas a vários tipos de
riscos de contaminação por agentes químicos e biológicos, além da exposição
a riscos ergonômicos, mecânicos e físicos. Com isto, tendo dentro do setor o
emprego de mão de obra humana, é de grande relevância o interesse a
segurança dos trabalhadores, pois os mesmos estão expostos a vários fatores
de riscos como doenças, exposição a objetos perfurocortantes, etc.
Este artigo tem como objetivo levantar os principais problemas em
relação ao tema Segurança do Trabalho encontrados em uma Usina de
Triagem e Compostagem das Frações Orgânicas, sendo que a existência
destes centros garante a diminuição de resíduos dispostos em aterros e/ou em
locais irregulares para diminuição da necessidade do uso de novos recursos
naturais.
De acordo com dados levantados através de pesquisas realizadas pela
Abrelpe (2011), no ano de 2010 o Brasil produziu mais de 61 milhões de
toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU).
Nesta concepção, este trabalho será norteado pelas seguintes
indagações:
Se os trabalhadores são preparados para suas funções;
Quais equipamentos são dispostos para os trabalhadores;
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Como é tratado a obrigatoriedade do uso dos EPI”s e EPC’s;
Relacionar as principais NR’s com o estudo de caso;
Principais riscos no não cumprimento das ações dispostas pelas
NR’s.
Nestas circunstâncias, o principal foco deste trabalho é investigar e
compreender os principais fatores que envolvem o tema Segurança do
Trabalho em uma Usina de Triagem e Compostagem de Frações Orgânicas,
sendo observado desde o momento da chegada do RSU em uma Usina, como
ocorre o processo de triagem e a forma do destino final dos reciclados e rejeito.
Identificar as possíveis falhas cometidas nos processos de segregação, triagem
e destinação dos rejeitos, em especial a segurança dos trabalhadores
envolvidos, tendo como parâmetro o estudo feito pelo autor Reis (2014) em
uma Usina de Triagem e Compostagem equiparado com os estudos feitos por
outros autores sobre o tema Segurança.
Com o intuito de alcançar os objetivos propostos, utilizou-se como
recurso metodológico, a pesquisa bibliográfica, realizada a partir da análise
pormenorizada de materiais já publicados na literatura e artigos científicos
divulgados no meio eletrônico.
Este artigo foi fundamentado nas concepções feitas pelos autores
Rennó (2010), Filho e outros (2006), Rechert (1999), Ecycle (2013), Ferreira
(2010) entre outros, equiparado nas observações da pesquisa do autor Reis
(2014) (Conforme Termo de Autorização para Divulgação de Informações de
Empresas, REIS, Anexo XIV - p. 106, 2014).
DESENVOLVIMENTO
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para isto soluções técnicas e economicamente inviáveis, em face á
melhor tecnologia disponível (ABETRE, 2006, p. 7).
O principal objetivo da ABNT NBR 10.004/2004 é classificar os
resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais eminentes ao meio
ambiente e à saúde pública, com o propósito de garantir o seu gerenciamento
adequado, dividindo-os em duas classes de acordo com o seu potencial de
risco: perigosos e os não perigosos. Os resíduos Perigosos são chamados de
Classe I e os Não Perigosos de classe II, sendo que este último é subdividido
em Não Inertes (Resíduos de classe II A) e Inertes (Resíduos de classe II B).
Em um estudo realizado pela Fundação Demócrito Rocha (2013), onde
levou em consideração que em média cada pessoa produz 1 kg de lixo/dia e
cerca da metade deste lixo é composto de material orgânico, as usinas de
reciclagem e compostagem representam um papel importante, vindo a
contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população e para a
conservação do meio ambiente, evitando-se assim a utilização de novos
recursos naturais.
Os resíduos sólidos, na Legislação Brasileira, são regidos pela Lei
12.305 de 2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos) e é constituída pela
normalização da ABNT, a NBR 10.004 que classifica os Resíduos Sólidos
quanto à origem.
Para entender o funcionamento das instalações de uma Usina de
Triagem, o autor Reichert (1999), descreve que podem ser agrupadas em 06
etapas, conforme descrição abaixo:
Etapa I – compreende a recepção e expedição: composta das
instalações e equipamentos de controle dos fluxos de entrada (resíduos,
insumos, etc.) e saída (fardos de recicláveis). As seguintes operações e
equipamentos devem estar previstas neste Setor:
- aferição do volume ou peso por meio de balança;
- armazenamento em depósitos adequados com capacidade para o
processamento de, pelo menos, um dia.
- carregamento na linha de processamento, com auxilio de
máquinas, como exemplo pás carregadeiras, pontes rolantes e braço
hidráulico.
Etapa II – processo de triagem: nesta etapa é onde ocorre a separação
dos resíduos. É importante que neste setor ocorra a correta dosagem do
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fluxo de lixo nas linhas de triagem, para a correta separação de
recicláveis por tipo, sendo que são utilizadas esteiras transportadoras
metálicas e os tambores revolvedores.
Em geral as usinas contam apenas com as esteiras de catação, mas
em outras mais sofisticadas, pode-se encontrar outros equipamentos que
separam diretamente os materiais recicláveis ou facilitam a catação manual,
com auxilio de peneiras, separadores balísticos, separadores magnéticos e
separadores pneumáticos.
Etapa III – o pátio de compostagem (ou baias de compostagem): vale
ressaltar que nem toda usina possui a compostagem das frações
orgânicas, sendo que a estudada possui o processo. Esta etapa é
composta de uma área onde a fração orgânica do lixo sofre
decomposição microbiológica transformando-se em composto.
Etapa IV – processo de beneficiamento e armazenagem de composto:
esta etapa consiste em peneirar o material retirando-se materiais
indesejáveis, dando-lhe menor granulometria e tornando-o manuseável
para o consumidor final.
Etapa V – o aterro de rejeitos: devem ser encaminhados a um aterro de
rejeitos os materiais volumosos e os rejeitos da seleção do lixo e do
beneficiamento do composto. Esse aterro deve apresentar
características compatíveis com as características do rejeito e ter sua
localização aprovada por órgãos responsáveis pelo meio ambiente.
Etapa VI – o sistema de tratamento de efluentes: este sistema têm por
objetivo receber e tratar as águas com resíduos da lavagem dos
equipamentos da usina, como também da lavagem de veículos e os
líquidos provenientes do pátio de compostagem e do aterro de rejeitos,
quando este estiver localizado na mesma área.
Os efluentes de usinas de compostagem têm características
similares ao chorume originado em aterros sanitários, porém mais diluídos.
Estes retornam para as baias de compostagem com o intuito de acelerar o
processo de decomposição. Os resíduos não inertes devem ser encaminhados
para Aterros Sanitários.
Para entendermos o layout da usina de triagem e reciclagem estuda,
o autor Reichert (1999) apresenta um Modelo de Fluxograma de Operação de
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Usina de Triagem e Compostagem similar ao estudado pelo autor Reis (2014),
mais vale ressaltar que o layout das usinas pode variar de acordo com o
esquema de recebimento e separação dos recicláveis.
Na Figura 01 é possível verificar o funcionamento da usina estudada
através do modelo descrito por Reichert (1999):
Figura 01: Modelo de fluxograma de operação de uma Usina de Triagem e Compostagem.
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o aproveitamento dos mesmos e apresentando perigo aos operadores da
esteira ao manusear as embalagens com os “lixos” (RSU).
Porém, alinhado com dados na obra de Filho e outros (2006),
destacam-se no layout de distribuição das máquinas e dos equipamentos, com
os respectivos espaços operacionais, “pisos” inadequados, sujeito à
impregnação de sujeiras e microorganismos, sendo propicio à queda, e
principalmente a falta de dispositivos de segurança nas máquinas, como os
protetores de correias e engrenagens, e os dispositivos automáticos de
acionamento e travamento das máquinas. Destaca-se também o refeitório sem
boas acomodações, estando este ao lado das pilhas de resíduos, além da falta
de condições sanitárias dos banheiros. Conforme observado em imagens na
obra de Reis (2014), a NR-24 não esta sendo cumprida em sua totalidade, visto
que, os departamentos sanitários apresentam péssimas condições de uso e
higiene.
Quanto à realização de cursos e programas de capacitação desse
público alvo, visando a eliminar ou atenuar a ocorrência de acidentes, foi
informado que não tiveram instruções suficientes sobre os riscos no acidentes
com máquinas e os riscos a exposição a um ambiente insalubre. Além desses
aspectos, ressalta-se a necessidade de vacinação dos funcionários para
prevenção de doenças como tétano, difteria etc., vistos que muitos não
souberam responder se estão com suas cadernetas de vacinação em dia
(REIS, 2014).
Observado a obra de Reis (2014), constata-se a ausência da
pavimentação em torno da usina e a deposição de resíduos no pátio exposto a
eventos naturais, além da presença de animais domésticos, onde tal fato
também é de elevada gravidade, uma vez que esses animais podem
contaminar a população com a qual convive, tornando-se hospedeiro e
posterior transmissor de doenças decorrentes do lixo.
Reis (2014) em seu estudo relata a existência um aterro de inertes que
fica localizado próximo a um brejo, ao lado do centro de triagem, sendo que o
mesmo foi projetado para receber resíduos inertes, mas recebeu por anos
todos os tipos resíduos, indo a desacordo com a NR-9, pois os líquidos
oriundos da decomposição dos resíduos podem ser percolados para o solo,
podendo chegar aos lençóis freáticos. Conforme consulta ao Portal de
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Transparência do Município estudado por Reis (2014), no ano de 2016, os
rejeitos começaram a ser transportados para o CTDR (Complexo de
Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos) do Município de
Vassouras, Aterro Sanitário do Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos
do Vale do Café/Convale. Deve-se observar, nesse caso, a Resolução
CONAMA nº 005, de 05 de agosto de 1993, que versa sobre as normas e
operações inerentes ao Aterro Sanitário.
Em um ambiente de trabalho de uma Usina de Triagem, conforme Reis
(2014), algumas substâncias ou produtos químicos podem contaminar de
acordo com as suas características físico-químicas.
Segundo o autor Rennó (2010) descreve que os riscos ocupacionais
existentes a fatores ambientais aos trabalhadores ligados a tarefas usinas de
triagem e compostagem, podem ser classificados em 5 grupos:
riscos químicos: são substancias ou produtos químicos que podem
contaminar um ambiente de trabalho, classificam-se, segundo as suas
características físico-químicas, em: aerodispersóides, gases e vapores.
Nos resíduos sólidos municipais pode ser encontrada uma variedade
muito grande de resíduos químicos, dentre os quais merecem destaque,
pela presença recorrente, as pilhas e baterias, os óleos e graxas, os
pesticidas e herbicidas, solventes, tintas, produtos de limpeza,
cosméticos, medicamentos, aerossóis;
riscos físicos: podem acarretar uma doença profissional devido a
intercâmbios bruscos entre o organismo e o ambiente, ou seja, o “meio”
excede a quantidade de energia entre o ambiente e o organismo, em
que o organismo é capaz de suportar. Entre os fatores físicos, podemos
destacar as temperaturas extremas (calor e frio), as vibrações, os
ruídos, pressões anormais, etc.;
riscos biológicos: estão ligados com os agentes biológicos presentes nos
resíduos sólidos, podendo transmitir doenças direta e indiretamente pela
transmissão de bactérias, vírus, fungos, etc.;
riscos mecânicos: estão relacionados com os acidentes capazes de
provocar quedas, acidentes com máquinas e com veículos, os quais
podem causar traumatismos diversos, podendo levar até mesmo ao
óbito. Vale ressaltar que também são consideradas como riscos
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mecânicos as lesões causadas pelos resíduos de saúde, quando
encontrados nos resíduos sólidos descarte de seringas, agulhas,
lâminas e descartáveis associado aos riscos de contaminação por
organismos patogênicos;
riscos ergonômicos: fazem referencia a lesões que afetam o sistema
muscular e esquelético oriundo de movimentos corporais e esforços
relacionados ao trabalho. A relação conforto/segurança/bem-estar na
ergonomia as condições de trabalho adequadas, sem se reportar
também a produtividade. Fatores como postos de trabalho mal
projetados e com trabalho estático e repetitivo são exemplos de riscos
ergonômicos.
De acordo com o analisado, diante da consulta nas obras de outros
autores, em comparação a de Reis (2014), pode-se considerar que todas essas
possibilidades descritas acima estavam presentes na usina de Rio das
Flores/RJ, pois os EPI’s além de não estarem em quantidades necessárias,
não eram adequados e os trabalhadores não participavam de programas de
treinamento e esclarecimento que pudessem reduzir os riscos de
contaminação.
De acordo com Reis (2014) os catadores ficam dispostos ao longo
da esteira de catação, separando os materiais mais volumosos como papel,
papelão e plástico filme para que os materiais de menor dimensão (latas de
alumínio, vidro, etc.) pudessem ser visualizados e separados pelos catadores
no final da linha. Porém, conforme ressalta Rennó (2010) sobre indicadores,
não foram identificados indicadores de carga máxima de trabalho permitida em
lugar visível.
Reis (2014) constatou também que os catadores que estavam na
mesa de triagem não usavam EPI’s adequados (respiradores com filtro de
carvão ativado, luvas, jalecos, calçados impermeáveis), onde segundo relatos
havia alguns para uso em pouca quantidade, sendo estes não estando nos
padrões de fabricação, com certificado de aprovação (CA), e não foi observado
o estoque destes materiais, logo descumprindo ao preconizado na NR-6;
alguns funcionários relataram o não interesse em usar por causa de incomodo
ao seu uso. Os funcionários que eram responsáveis pela alimentação da
esteiras também carregavam fardos com peso superior ao permitido pela NR-
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17, estando expostos a riscos ergonômicos, uma vez que se considera que
havia riscos posturais, pois as embalagens de lixo são instáveis dadas a
natureza escorregadia dos materiais de que são constituídas e pelas
diversificadas formas e texturas que assumem em função dos conteúdos
abrigados, onde a NR-17 no seu item 17.2.2, estabelece que: “Não deverá ser
exigido nem admitido o transporte manual de cargas por um trabalhador, cujo
peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança”.
Em referencia a medição de níveis de ruídos, Reis (2014) relatou
que não foi possível a realização pela falta de equipamento para tal fim, sendo
observada em loco maior intensidade vinda da prensa hidráulica. Segundo a
NR-15, anexo I, 85 dB é a intensidade sonora considerada como limite de
tolerância para os ruídos no ambiente laboral para um período de oito horas
diárias de exposição. É aconselhável a utilização de protetores auriculares,
devido aos picos de barulho, quando a máquina é ligada. Também não foi
avaliada a umidade do ar no ambiente de trabalho e a temperatura, onde tendo
como base o subitem 17.5.2 da NR-17, são fatores que indicam salubridade no
ambiente de trabalho.
A respeito da norma NBR 5413 (ABNT, 1992) que estabelece
critérios relativos à iluminação, não foram realizadas medições (lux), conforme
Reis (2014). Vários fatores decorreram da estrutura dos galpões, onde sendo
abertos, possibilitam a penetração da iluminação natural em complemento à
iluminação artificial, evitando assim os riscos de acidentes decorrentes da falta
de iluminação no ambiente não eram significativos
Em relação às máquinas e equipamentos, foi relatado no estudo de
Reis (2014) que existem alguns defeituosos, com problemas de má
conservação, como ferrugem, o que se torna um risco conforme a NR-12.
Ainda de acordo com o autor supracitado, não havia marcações ou
sinalizações de segurança nos locais indicados pela NR-26, o que agravava os
riscos em caso de ferimentos graves, além de inocular microrganismos
patogênicos em caso de acidentes por corte ou perfuração. O autor descreve
que foi levantando a presença de resíduos como plásticos dentro da Bomba
Coletora de Chorume. As valas coletoras do chorume percolado das baias de
compostagem estavam expostas ao “tempo”, e com presença de resíduos,
sendo estes carregados para a Caixa Coletora de Chorume.
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Embora a ocorrência de incêndios em uma Usina de Reciclagem seja
grande, devido ao acumulo de papéis e papelões, plásticos, pneus, dentre
outros materiais combustíveis, não foram observadas equipamentos e medidas
de proteção contra incêndios ou se estabeleciam rotinas de treinamentos dos
trabalhadores para atuar em casos de sinistros. Pelo exposto, não foram
atendidas as exigências contidas nas NR’s 6, 11, 12, 23 e 26 (REIS, 2014).
Os silos de compostagem recebem materiais que não deveriam estar
presentes, como plásticos (sendo que a resina é a base do polímero, podendo
receber diversos aditivos, carga ou enchimento, para formar o produto
chamado de plástico), etc., tornando o composto inutilizável, sendo que Reis
(2014) informa do uso do mesmo no “Horto Municipal” do Município de Rio das
Flores/RJ, o que pode acarretar a contaminação do solo pela presença de
materiais químicos.
Foram realizados duas análises do composto produto do processo de
compostagem da usina Estudada pelo autor Reis (2014), um referente à
relação de C (carbono) e N (nitrogênio) e o outro referente aos Macronutrientes
Secundários e Micronutrientes presentes na composição da amostra de
Composto.
De acordo com autor supracitado, os dados obtidos e a informações
fornecidas pelas análises e equiparado com informações da Seção III Art. 6º da
Instrução Normativa Nº 25, de 23 de Julho de 2009, a amostra apresenta
pontos positivos e pontos negativos. O composto apresenta um nível de metais
favoráveis muito bons, fontes de nutrientes para plantas (Ca, Mg, P, Cu e Fe);
o metais Mn, Zn e K, apresentaram taxas um pouco altas, e o Na (Sódio) está
em uma concentração alta, podendo ser tóxico para plantas, sendo essencial a
verificação do porque desta taxa elevada. Já os metais Cr, Co, Ni, Al, Cd e Pb,
são prejudiciais, e apresentam uma concentração alta na amostra. De acordo
com os dados, o composto poderia ser classificado como Classe C ou D,
podendo ser utilizado não só para a adubação de espécies não-frutiferas, mas
também para projetos de RAD. A presença de metais como por exemplo o Pb,
pode estar ocorrendo devido ainda no processo de triagem, a mistura com
baterias que apresentam este composto, como baterias.
Conforme Ecycle (2013) se houvesse o controle para que só resíduos
orgânicos fossem compostados, este material poderia gerar o chorume
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orgânico ou biológico, que seria um biofertilizante líquido rico em nutrientes e
sais minerais. Poderia ser utilizado em hortas caseiras ou em plantas, bastando
dilui-la em água em uma proporção de 1/5 até 1/10, e borrifar nas folhas. Nos
lixões, a origem do chorume é diversa, contendo inclusive metais pesados, por
isso é um contaminante do ecossistema. Por isto, o chorume produzido na
usina esta contaminado.
Esses dados podem indicar que havia falhas operacionais na Usina de
Triagem estudada por Reis (2014), no sentido de destinar ao processo de
compostagem elementos ricos em metais pesados.
Em relação à Classificação Nacional de Atividades Econômicas
instituída pela NR-4, a Usina de Triagem e Compostagem é um
empreendimento que deve ser classificado sob o número 38.22.0 da listagem
apresentada no quadro 05 do anexo VI, sendo, portanto enquadrada como
“grau 3 de risco ambiental” (alto risco de contaminação dos trabalhadores por
agentes químicos e biológicos, além da exposição a riscos ergonômicos,
mecânicos e físicos), sendo obrigatório a elaboração do Perfil Profissiográfico
Previdenciário (PPP) dos operários, enquadrando em “alto ou sério grau de
insalubridade”. O autor Reis (2014) relata que não foram encontrados
documentos que comprovassem que os funcionários recebiam por ambiente
insalubre, mas sim, apenas o salário, que por consulta a bases da categoria
(MTE), estavam a baixo da faixa salarial.
Com base no exposto acima e em avaliação as normas do Ministério
do Trabalho e Emprego (MTE), os operários da usina de triagem e
compostagem estudada por Reis (2014) trabalhavam sob condições insalubres
e teriam o direito a uma aposentadoria especial, que poderia variar de 15, 20
ou 25 anos de serviço (NR-15).
De acordo com o autor Ferreira (2010) e Rennó (2010) para se ter a
dimensão dos pontos de riscos de uma usina, é necessário elaborar um Mapa
de Risco a partir de uma planta baixa de cada seção. Este mapa consiste em
um levantamento dos pontos de riscos nos diferentes setores da empresa,
identificando situações e locais potencialmente perigosos e os seus tipos de
riscos, classificando-o por grau de perigo: pequeno, médio e grande. Neste
caso, o ideal seria traçar tais pontos, com a finalidade se sanar os problemas
encontrados.
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CONCLUSÃO
p. 16
REFERÊNCIAS
p. 17
<http://www.cenedcursos.com.br/upload/mapa-de-riscos-ambientais.pdf>.
Acesso em: 01 de julho de 2018.
p. 18
RENNÓ, Virgilio Morais. Avaliação de Riscos de Acidentes Ocupacionais na
Usina de Triagem e Compostagem de Resíduos Sólidos em Turvolândia – MG,
2010. Disponível em:
<http://tede2.unifenas.br:8080/jspui/bitstream/jspui/46/1/VirgilioMoraisRenno-
Dissertacao.pdf> Acesso em: 30 de junho de 2018.
p. 19