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3º Aula 04/03/2021

MANEJO DE
FERIDAS

Profº Eduardo Capasso

Regeneração X Cicatrização

Os tecidos lesionados curam-se por regeneração, reparo, ou a combinação destas duas


modalidades.

 A REGENERAÇÃO TECIDUAL é a reposição do tecido lesionado.


 Mantendo-se a estrutura e função original (há reposição celular)
 Lesões superficiais e sem perda de tecido
 O REPARO TECIDUAL (Cicatrização) é a formação do tecido cicatricial.
 Tecido de preenchimento (tecido conjuntivo vascularizado)
 Não funcional.
 Lesões extensas.

Capacidade de regeneração dos tecidos


 Tecidos lábeis – divisão contínua
 Epitélio, hematopoiético, medula óssea.
 Tecidos estáveis – quiescentes
 Hepático, fibroblastos, musculatura lisa
 Tecidos permanentes – não há divisão
 Neurônios, músculos estriados (esquelético e cardíaco).

Regeneração Cicatrização
Tecidos lábeis, Tecidos estáveis Tecidos permanentes
Lesão tecidual Lesão tecidual
Alterações quase que insignificantes na Prejuízo na função do órgão ou tecido
função do tecido
Tecido de granulação discreto Tecido de granulação notável

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Ferida de Abrasiva, com exposição de Ferida na região glútea com sinais de


metacarpo/metatarso, (o tecido cicatrização, com tecidos de granulação com o
avermelhado/granular)- tecido conjuntivo que preenchimento do espaço.
não tem função, pois não tem contração Tem aspecto avermelhado, com secreção
tecidual, porem tem-se vascularização, o qual exsudativa, tendendo para o róseo
será recoberto, tendo assim uma sanguinolento.
EPITALIZAÇÃO do local.

 Fases da cicatrização
1. Inflamatoria/formação de Coagulo
2. Debridamento/Desbridamento
3. Proliferação/Granulação
4. Maturação

1. Fase Inflamação
 Duração – 3 a 5 dias
 Características – edema, dor, rubor, calor.
 Substancia vasoconstritoras, formação de coágulos.

2. Fase Desbridamento

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3. Fase Proliferativa

4. Fase Maturação
 Inicio após o colágeno ser
depositado adequadamente 17 a
20 dias
 Centrípeta
 Colágeno tipo 3
 Colágeno tipo 1

Tipos de cicatrização

 1ª intensão- União perfeita de bordas


(intervenção)
Sutura, grampos ou cola Cirúrgica.
 2ª intensão – Cicatrização – Centripeta
“de fora pra Dentro”.
Ocorre por granulação, Epitelização e
Contração dos tecidos.
 3ª intensão – Procedimento (cirúrgico) para acelerar a cicatrização por 2ª intensão.

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 Tecido avermelhado (tecido de


granulação)
 Parte rósea (Borda) tecido delgado
 Exposição do Metatarso.
 Contratura da ferida (musculo
fibrosado-cicatrizado) fica mais elevado
do que a borda da ferida. deve ser
debridado e removido

 Principais causa de ferimentos


 Traumática
 Neoplasia
 Medicações (uso tópico, Aplicação).
 Infecção – abscessos
 Substancias químicas
 Temperatura
 Parasitárias (Miíase – “Berne”)
Principais causas.
 Traumático
 Automobilistico
 Brigas (mordedura)
 Quedas
 Armas de fogo
 Iatrogenia

(galho)

Trauma.

 Cuidado com o que não consegue ser “visto”

Armas de fogo

 Pequeno orifício de entrada

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Briga – MORDEDURA

 Efeito – “iceberg”

Iatrogênico

 Medicamentos em vias não corretas

 Procedimentos Cirúrgicos
 Atos de crueldade

Infecção parasitaria

 Miíase

Temperatura

Classificação das feridas

Tipo
Etiologia
Grau de contaminação

Tipo

 Aberta
 Fechada – Contusão
 Equimose
 Hematoma

Etiologica

 Abrasão ou avulsão

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 Incisão e Laceração

 Puntiforme

Contaminação

 Limpa – procedimento
cirúrgico
 Limpa – contaminada – cirúrgico com contaminação.
 Contaminada/Suja – contaminação ambiental
 Contaminada/Suja e infectada – infeccionada

 Limpa e contaminada
Ferida cirúrgica na qual houve abertura dos tratos
respiratórios, gástricos e urinário.

 Suja
Contaminação ambiental (BRIGAS e
TRAUMAS)

 Suja e Infectada

Infeccionada

 Gestão Básica de Ferimentos


 Evite mais contaminação da ferida
 Remover tecidos mortos.
 Remova detritos e contaminantes estranhos
 Drenagem adequada da ferida.
 Estabelecer um leito vascular viável Selecione o método apropriado de fechamento.

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 Contaminada X Infectada

Feridas Contaminadas Feridas Infectadas


 Ocorrem há menos de 6 horas  Com mais de 6 horas de
evolução
 Após 3 horas por ferida por
mordedura

 Fatores que alteram a cicatrização


 Intrínsico
 Alterações locais
 Vascularização
 C.E.
 Espaço morto (Seroma)
 Infecção
 Técnica cirúrgica
 Alterações Sistêmicas
 Alterações Metabólicas
 Idade.
 Extrínsico

Umidade
 Erro
técnica
curativos.
 Agentes
tópicos

inadequados
 Medicamentos inadequados – corticoides.

 Manejo e Limpeza das feridas


 Tem como objetivo remover C.E., coágulos, tecidos necrosados, infecções.

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 Principal cuidado: HIGIENE.

Lavagem de feridas

“Um cirurgião biologicamente orientado, nunca escolheria para irrigar uma ferida, uma solução
que ele não usaria, por exemplo, para instilar no seu próprio saco conjuntival”.

Peacock (1984)

 IODO-POVIDONA
 Solução a 0,1% (1 : 9 salina)
 Bactérias G+, G-, Candida e fungos.
 Inativado por sangue, exsudatos e tecido necrótico.
 Efeito residual: 4 – 6 horas
 Pode causar: dermatite de contato, acidose metabólica, disfunção de tireóide
(iodismo) e ototoxidade.
 PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO

Es
p oroc
i da

De
bridamento mecânico.

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 SOLUÇÕES DE HIPOCLORITO (DAKIN)


 Inativado na presença de pus, soro e matéria orgânica.
 Efeitos citotóxicos.

 CLOREXIDINE
 Solução a 0,05% (1 : 40 água estéril)
 Bactérias G+ e G- (Pseudomonas, Proteus e Serratia).
 Não é inativado por matéria orgânica
 Efeito residual: 24 – 48 horas.
 Pode causar dermatite de contato, sinovite (lavagem articular) e ototoxidade

Lavagem das
feridas
 Grande volume
 Em geral 0,5 a 1 litro, fluxo continuo e com
 pressão
 Frasco de soro com agulha 40X12 ou 40X16)

 Sistema com torneira de 3 vias


 Equipo
 Torneira de 3 vias
 Seringa de 20 ou 60 ml
 Agulha 40X12 ou 40X16
 Sondas

Curativos

Os curativos

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 Proteger a Ferida (Proteção mecânica)


 Contenção de danos
 Analgesia
 Promover a cicatrização
 Diminuir edema
 Proteger auto-multilação

Basicamente composto por 3 camadas:

 Camada de Contato – aderente ou não aderente


 Camada Intermediária – absortivos
 Camada Externa

Camada de contato
Tem contato Direto com o Ferimento.

 Aderente: Tem função debridar a ferida (retirada


mecânica de tecidos necrosados) – fase inflamatoria
 Material: Gaze com pomada, produtos comerciais.
 Não aderente: Quando não tem necessidade de debridagem do ferimento – fase
inflamatoria/proliferativa
 Material: Gaze com pomada, produtos comerciais.

 Camada Intermediaria
 Principais objetivos

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 Absorção de exsudato
 Manter a camada de contato em seu lugar.
 Diminuir edema e espaço morto
 Conforto
 Material: Algodão, absorvente intimo.

 Camada Externa
 Principais objetivos
 Fixação das outras camadas
 Proteção contra contaminação externa
 Material: Fitas adesivas (Micropore, Esparadrapo)
 Ataduras/Faixas elástica.
 Malhas tubulares
 Roupas “pós operatórias”
 Tratamento de Feridas Contaminadas
 Debridamento
 Antibióticoterapia

 Debridamento
 Seletivo
 Cirurgico
 Mecânico – Menos agressivo
 Não seletivo
 Autolitico (uso tópico gels, dressings)
 Enzimatico (use of topical enzymes)
 Bioterapêutico (maggot debridement therapy)

 Debridamento seletivo – cirurgico


 Remoção tecido necrótico
 Reavivar bordas

 Debridamento Seletivo – mecânico


 Material abrasivo – Gazes e compressas.
 Tecido viável
 Pode ser feito sem anestesia geral – “esfregar até sangrar”

 Debridamento NÃO Seletivo


 Autolitico (uso tópico géis e curativos)
 Autolise de tecido necrótico
 Enzimatico – Papaína, tripsina, colagenase.

 Debridamento Bioterapeutico

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 Larvas e sangue-sugas

 Antimicrobianos
 Tópicos – alguns cuidados devem ser
observados
 Viabilidade do tecido,
 Infecção presente,
 Volume de Exsudato,
 Estágio da cicatrização
 Imunidade
 Sistêmicos
 Cultura e antibiograma.
 Drenos
 Função – drenar líquido derivado de espaço morto
 Evitar deiscência de pontos.
 Diminuir potencial infeccioso
 Drenos Passivos
 Penrose – (capilaridade)

 Vantagens e complicações
 Drenos Ativos
 Controle de espaço Morto

 OPÇÕES PARA FECHAMENTO DE


FERIDAS

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OPÇÕES PARA FECHAMENTO DE FERIDAS

Como escolher a melhor forma de tratamento?

Tempo X Contaminação Bacteriana


Fechamento Primário (PRIMEIRA INTENÇÃO)

 Feridas criadas em condições assépticas


 Feridas contaminadas convertidas para limpas

Fechamento Primário com retardo

 Feridas contaminadas
 Fechamento após o 4º ou 5º dia

Fechamento Secundário
 Feridas com contaminação superficial

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 Fechamento entre o 5 e o 10 dia .


 Sutura por aposição direta das duas superfícies de granulação
(terceira intenção).
 Excisão do tecido de granulação e fechamento primário

Cicatrização por Segunda Intenção


 Feridas sujas e/ou infectadas
 Defeitos grandes
 Desvantagens:
 A ferida pode não se fechar por completo ou formar
uma cicatriz com epitélio frágil.
 Formação de contratura (cicatriz que restringe o
movimento)
 Resultado cosmético insatisfatório.
 Custo elevado e dificuldades de manejo.

 Tratamento cirúrgico de feridas crônicas

Tratamento a Vácuo

 Bactérias Aeróbicas
 Vantagens e desvantagens

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Conduta

 Ferida queimadura

Abscesso

Coleção de pus circunscrita em


cavidade neoformada, localizada em
qualquer parte do corpo, sendo
menos frequente em tecido ósseo, dentário e cartilaginoso.

Abscesso

 Etiologia
 Traumatia
 Piogenica

Classificação

 Agudo/quente ou crônico/frio
 Superficial ou profundo
 Maduro ou imaturo

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Evolução

 Periodo de 4 a 6 dias
 Centro duro e periferia macia
 Centro flutuante e periferia dura

Sinais Clinicos

Locais

 Edema, hiperemia, calor e dor


 Claudicação

Sistemicos

 Hipertemiae inapetência
 Variáveis em abscesso profundo

Abscesso fácil em Felino


Abscesso de Equino

Abscesso em Repteis

Diagnóstico

Abscesso superficial

 Anamnese, inspeção e palpação

Abscesso profundo

 Anamnese, inspeção e palpação


 Exames auxiliares
 Cirurgia exploratória.

Tratamento

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Objetivos:

 Favorecer a formação de pus.


 Promover a drenagem
 Orientar a cicatrização

Abscesso maduro:

 Drenagem cirúrgica
 Curetagem, lavagem e colocação de dreno
 Antibiotico e Antinflamatório sistêmicos.

Dreno

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Tratamento Cirurgico

Abscesso Profundo

Abscesso Crônico

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Flegmão

Etiologia

Fatores predisponentes Debilidade orgânica e contusões graves

Fatores determinantes Agentes bacterianos piogênicos

Sinais Clinicos

 Locais
 Edema,
 Hiperemia,
 calor
 dor;
 pele escurecida e com insesnsiblidade;
 abscedação

Sistêmicos:

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 Hipertermia,
 Anorexia,
 polidipsia;
 desidratação;
 prostação e
 taquicardia

Diagnostico

 Anamnesia
 Exame clinico
 Exames Auxiliares

Tratamento

 Idem ao abscesso
 Drenagem cirúrgica
 Curetagem, lavagem e colocação de dreno.
 Antibiótico e antinflamatório sistêmico.
 Corrigir alterações sistêmicas, quando presentes.

Prognostico : Reservado ou Ruim (TOXEMIA)

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