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PROCEDIMENTO PARA MOVIMENTAÇÕES DE Revisão: 02 PR.ST.13


CARGA COM GUINDASTES - RIGGING Vigência:
18/06/2020
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1. OBJETIVO

Este procedimento tem como objetivo definir os critérios adotados pela RUMO, para a seleção e
utilização de guindastes designados à execução de serviços de movimentação de cargas pesadas em
obras industriais, serviços de manutenção e de infraestrutura, visando-se:

 O auxílio no treinamento dos novos integrantes (engenheiros e técnicos) que irão trabalhar com
este recurso na movimentação de cargas nas diversas obras e serviços da organização;
 A clara definição e apresentação dos critérios adotados pela RUMO, para a movimentação de
cargas pesadas às empresas de locação de guindastes que eventualmente nos ofertarem os
seus serviços, já que muitas vezes estas têm seus próprios critérios e métodos, os quais
normalmente são conflitantes com aqueles aqui apresentados no que tange a segurança das
operações, no sentido desfavorável (o que levaria à especificação de equipamentos de menor
porte/capacidade).

Em linhas gerais, este documento aborda os seguintes tópicos, cuja aplicação é motivo de dúvidas
frequentes e/ou considerações equivocadas:

 Critérios para a determinação do peso total de projeto a ser içado;


 Uso de Tabelas de Capacidade de Carga;
 Determinação da capacidade de carga e fator de utilização de guindastes;
 Raio de movimentação da carga durante abertura da lança;
 Diretrizes para a construção dos Planos de Rigging;
 Determinação das Pressões no solo;
 Considerações acerca dos efeitos do vento nas operações de içamento.

2. ABRANGÊNCIA

Abrange a todas as áreas da Rumo.

HISTÓRICO DA ÚLTIMA REVISÃO:


Revisão 02:
Modificado o aprovador da revisão do procedimento

Inserido item no campo objetivo;


3. Termos e Definições –
 SST – Saúde e Segurança do Trabalho;

7.5. Liberação do Plano


 Inserido o texto quanto a gestão da empresa BERNHOEFT, na verificação de documentos de empresas terceiras.

APROVAÇÃO:
Validado por:
Elaborado/ Revisado por: Aprovado por:

Felipe José de Farias Nascimento /


Alexandre de Souza Pedro Mauricio Cesar Pereira Junior
Guilherme Josué Suencio
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3. TERMOS E DEFINIÇÕES

RUMO Empresa da RUMO


SST Saúde e Segurança do Trabalho
NR Norma Regulamentadora
ABNT Associação Brasileira de Normais Técnicas
ART Anotação de Responsabilidade Técnica
AST Analise de Segurança da Tarefa
ASO Atestado de Saúde Ocupacional

4. DOCUMENTOS REFERENCIADOS

 NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual;


 NR 10 – Segurança em Instalação e Serviços em Eletricidade;
 NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de materiais;
 NR 12 – Maquinas e Equipamentos;
 NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção;
 NR 29 – Segurança e Saúde do Trabalho Portuário;
 NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval;
 NR 35 – Trabalho em Altura;
 ABNT NBR 13545:2012 – Movimentação de Cargas – Manilhas;
 ABNT NBR 13541-1:2014 – Linga de Cabo de Aço – Parte1: Requisitos e método de ensaio;
 ABNT NBR 13541-2:2015 – Linga de cabo de Aço – Parte 2: Utilização e Inspeção;
 ABNT NBR ISSO 2408:2008 – Cabo de aço para uso geral – Requisitos mínimos;
 ABNT NBR 14768:2015 – Guindaste – Guindastes articulado Hidráulico – Requisitos;
 ABNT NBR 11900-1:2013 – Terminal de cabos de aço – Parte 1: Sapatilho;
 ABNT NBR 11900-3:2011 – Terminal de cabos de aço – Parte 3: Olhal com presilhas;
 ABNT NBR 11900-4:2016 – Terminal de cabos de aço – Parte 4: Grampos leve e pesado;
 ABNT NBR 11900-5:2015 – Terminal de cabos de aço – Parte 5: Soquete;
 ABNT NBR 15637-1:2012 – Cintas têxteis para elevação de cargas – Parte 1: Cintas planas
manufaturadas, com fitas tecidas com fios sintéticos de alta tenacidade formados por
multifilamentos;
 ABNT NBR 15637-2:2012 – Cintas têxteis para elevação de carga – Parte 2: Cintas tubulares
manufaturadas, com fitas tecidas com fios sintéticos de alta tenacidade formados por
multifilamentos;
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 ABNT NBR ISSO 1834: 2005 – Corrente de elos curtos de aço de seção circular para elevações de
cargas – Correntes de tolerância média para lingas de corrente – Grau 8;
 ABNT NBR 15516-1:2013 – Corrente de elos curtos para elevação de cargas – lingas de correntes
– Parte 1: Grau 8 – Requisitos e métodos de ensaio;
 ABNT NBR 15516-2:2013 – Corrente de elos curtos para elevação de cargas – Lingas de correntes
– Parte 2: Utilização, manutenção e inspeção;
 ABNT NBR 10070:1987 – Ganchos-hastes forjados para equipamentos e levantamento de
movimentação de cargas – Dimensões e propriedade mecânicas – Padronização;
 ABNT NBR ISSO 16798 – Anel de carga Grau 8 para uso em liguas.

5. RESPONSABILIDADES

5.1 Direção e Gerencia de áreas

Cumprir e fazer cumprir este procedimento, provendo todos os recursos necessários para esta
atividade, assegurando a sua implantação na RUMO.

5.3 Engenheiros, Coordenadores e Lideres

Acompanhar como maior responsável o planejamento, aprovação e execução das atividades.


Auxiliar na identificação das oportunidades de melhoria.
Colaborar na elaboração e aprovação do Plano para execução da atividade.
Orientar a Engenharia de Segurança do Trabalho, sobre atividades com Guindastes.

5.4 Engenharia de Segurança do Trabalho

Ser responsável por aprovar junto com os envolvidos (Responsável pela elaboração do plano e
Responsável pelo solicitante do plano) o plano de Rigging da atividade a ser realizada.

5.5 Setor de Segurança do Trabalho

Verificar se todas as condições descritas no plano de Rigging estão atendidas, antes de liberar o
trabalho.
Em caso de desvios antes ou durante a atividade, suspender o trabalho e reunir todos os envolvidos na
liberação do plano de Rigging para revalidar o mesmo, antes de continuar os trabalhos.
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5.6 Executante ou Prestador de Serviço Contratado

Deverá comprovar treinamento especifico com guindaste e experiência em carteira de trabalho (2 anos);
Atender os requisitos descritos no plano de Rigging, como:
 Realizar a verificação de todos os equipamentos e acessórios a serem utilizados na movimentação;
 Verificar os EPIs utilizados pelos colaboradores;
 Verificar as condições climáticas (trabalho em condições climáticas adversas ou qualquer outra
condição meteorológica que possa afetar a segurança dos trabalhadores), antes da liberação dos
trabalhos;
 Verificar se os trabalhos serão realizados próximo de fontes de energia;
 Acompanhar constantemente a velocidade do vento com a utilização do anemômetro que indique no
interior da cabine a velocidade do vento de forma que, seja necessária a definição de velocidade
aceitável de acordo com o formato da carga içada conforme Escala de Beaufort.
 Auxiliar na identificação das oportunidades de melhoria.
Qualquer duvida ou risco evidenciado, deverá paralisar os trabalhos e em caso de necessidade solicitar
a presença dos responsáveis pelo Plano de Rigging.

6. Critérios de projeto para operações de movimentação de carga

6.1 Lista de Símbolos

C.G. = Centro de Gravidade da carga;


F1 = Fator de Contingência de peso;
F2 = Fator de incerteza da posição do C.G.;
F3 = Fator de Amplificação Dinâmica (FAD);
W = Peso teórico da carga a ser içada;
WTIP = Carga na ponta da lança do guindaste;
Dmin = Distância mínima a ser observada entre carga e lança ou obstáculo fixo;
FU = Fator de utilização do guindaste;
CAP = Capacidade do guindaste para a configuração em estudo.

6.2 Peso e Fatores de Majoração


Na determinação do peso da carga a ser içada, os seguintes fatores de majoração devem ser utilizados:

Fator de Contingência
1.03 (3%); em casos baseados em cálculos e/ou projeto;
F1 = Fator de Contingência = 1.01 (1%); se o equipamento foi previamente pesado
(variação da célula de carga).
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Fator de Desvio na posição do C.G.:

F2 = Fator de Desvio na posição do C.G. = 1.03 (3%); em casos baseados em cálculos e/ou projeto;
(aplicável somente em casos de operações com 2 guindastes)

Carga na ponta da lança do guindaste


A carga total a ser içada WTIP é determinada como segue:

WTIP = F1 * F2 * W + Peso dos Acessórios de Içamento (Eq. 1)

Onde:
WTIP = Carga aplicada na extremidade superior da lança do guindaste;
W = Peso teórico da carga a ser içada, informado pelo fabricante ou projetista.

Figura 1 - Cargas e acessórios

Cabem as seguintes observações:

 No computo do peso da carga W, deve-se contemplar tudo que estiver solidário à peça que será
movimentada (tais como reforços temporários, acessórios solidários à mesma, etc.);

 O peso deve corresponder à configuração concebida pelo projetista para o içamento (na qual
muitas vezes a peça está parcialmente montada, quer por questões de integridade de elementos
que poderiam ser danificados na operação, quer por razões de alívio de peso);
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 É fundamental que se conheça com adequada precisão a posição do centro de gravidade da


carga (C.G.), que deverá ser informado ao técnico responsável pela elaboração dos desenhos de
planejamento da operação;

 Na determinação do Peso dos Acessórios, deve ser considerado tudo que houver entre os pontos
de içamento da carga e o topo da lança ou que for eventualmente agregado ao guindaste para a
operação de movimentação (ver figura 2).

Figura 2 - Exemplo de acessórios agregados à lança (Peso adicional)

 Tipicamente, os pesos dos seguintes elementos (genericamente denominado de “Acessórios” na


(Eq. 1)) devem ser somados ao peso majorado da carga, para compor o peso final de içamento
(WTIP):
 Manilhas;
 Eslingas, grommets e laços de aço;
 Balancins;
 Moitões da máquina;
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 Cabos do guindaste (se necessário, pois alguns fabricantes já contemplam esse valor na
capacidade de carga do guindaste);
 Acessórios do guindaste acoplados à lança no momento da operação (jibs, bolas, blocos
auxiliares, etc.);
 Acessórios em geral;
 Estruturas auxiliares.

6.3 Tabelas de Capacidade de Carga


Para guindastes patolados, estão hoje disponíveis no mercado dois tipos distintos de tabela com a
especificação da capacidade máxima de um guindaste, a saber:

 TABELAS baseadas nas Normas DIN/ISO, para as quais a carga máxima suportada pelo
guindaste corresponde a 75% da carga de tombamento (ou é limitada pela capacidade estrutural da
lança);

 TABELAS baseadas nas Normas ANSI, para as quais a carga máxima suportada pelo
guindaste corresponde a 85% da carga de tombamento (ou é limitada pela capacidade estrutural da
lança).

A utilização das tabelas baseadas nas normas ANSI não é permitida pela legislação de alguns países
(notadamente da Europa e Canadá);

Tabelas de carga para guindastes de esteira são sempre elaboradas com base nas normas DIN/ISO,
cuja capacidade indicada em determinada configuração corresponde a 75% da carga de tombamento
(ou é limitada pela ruptura da lança).

Visto que no Brasil não há restrições em relação à utilização de ambas as tabelas, fica a cargo do
responsável pelo planejamento a decisão da norma a ser utilizada, desde que haja uma tabela fornecida
pelo fabricante para o equipamento estudado.

6.4 Determinação do Fator de Utilização


Determinada a carga a ser içada com as majorações recomendadas nesta especificação conforme
abordado no item 6.2, procede-se com os devidos cálculos para seleção do equipamento com uma
capacidade compatível e suficiente para realizar a operação desejada com segurança.

Para este fim, define-se o FATOR DE UTILIZAÇÃO do equipamento como:

Onde:
FU = Fator de utilização do guindaste;
WTIP = Carga na ponta da lança (Ver Item 6.2);
CAP = Capacidade do guindaste para a configuração em estudo.
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Teoricamente, seria permitido se chegar a até 100% do valor da capacidade indicada na tabela da
máquina (FU = 100%), ou seja, 75% ou 85% da carga de tombamento dependendo da tabela
utilizada (DIN/ISO ou ANSI respectivamente).

Entretanto, é importante lembrar que na determinação da capacidade, estas máquinas são testadas
em condições ideais de laboratório (piso nivelado e rígido, condições meteorológicas ideais, máquina
nova, etc.). Além do fato de que as tabelas de carga são baseadas em cargas estáticas ou
estacionárias.

As forças criadas pelo movimento da carga e acessórios afetam a capacidade dos guindastes do
mesmo modo que se houvéssemos aumentado o peso da carga.

Mesmo quando o guindaste não anda com carga, ainda podem ocorrer efeitos dinâmicos que não
estariam contemplados no cálculo da carga majorada, tais como: giros repentinos de lança (força
centrífuga), trancos e movimentos rápidos com a carga (frenação brusca na descida), efeitos de
pêndulo (balanço inicial), cargas soltas. Tais efeitos podem ser evitados com base na aplicação de boas
práticas, treinamento adequado dos profissionais envolvidos e aplicação de critérios de segurança
adequados.

Cargas acidentais devidas a efeitos dinâmicos indesejáveis, erros de operação e imperícia, recalques
imprevistos, etc. requerem, pela experiência da RUMO, uma margem de segurança adicional. Esta folga
será igualmente utilizada para cobrir possíveis imprevistos ou mesmo erros no procedimento proposto
que resultem em uma condição desfavorável.

O Fator de Segurança adotado para a operação deve cobrir todas as incertezas e imperfeições que
diferenciam uma condição ideal (de laboratório) das reais condições de operação do equipamento na
obra.

Com base na magnitude de FU, pode-se classificar a operação de içamento como se segue:
 Se FU ≤ 85%, trata-se de uma OPERAÇÃO CONVENCIONAL;
 Se FU > 85% a ≤ 95%, trata-se de uma OPERAÇÃO ASSISTIDA;
 Se FU > 95%, trata-se de uma OPERAÇÃO CRÍTICA - NÃO ADOTAR.

OPERAÇÃO CONVENCIONAL

Uma operação convencional não exige maiores controles que aqueles regularmente aplicados e
empregados para garantir a segurança da operação, tais como: isolamento da área onde ocorre a
movimentação, vistoria e certificação dos dispositivos e acessórios, planejamento adequado, preparo do
terreno prevendo-se o uso de Mats/dormentes para espraiamento da carga sob as patolas no solo,
equipe capacitada, treinamento adequado, manutenção da máquina, Inspeção dos acessórios a serem
utilizados, estudo dos manuais, previsão do tempo, etc.
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OPERAÇÃO ASSISTIDA

Uma operação assistida requer o acompanhamento de um supervisor RUMO (capacitado como


Rigging) e uma assessoria técnica, não podendo ser a mesma empresa contratada e/ou o profissional
técnico responsável pela execução, que será responsável técnico no âmbito geral pela operação para a
validação da operação, afim de garantir as exigências das operações convencionais além de analisar a
operação e determinar o plano para todas as eventualidades.

OPERAÇÃO CRÍTICA - NÃO ADOTAR.


A operação acima de 95% seria possível, porém em estudos realizados na RUMO, a procedimentos
internos e interferências internos que impossibilitam a operação com esse percentual de utilização.

6.5 Içamentos múltiplos

Içamentos múltiplos (mais de um guindaste) são críticos por natureza, independente do fator de
utilização.

Uma operação com içamento múltiplo requer o acompanhamento de um supervisor RUMO (capacitado
como Rigging) e uma assessoria técnica, não podendo ser a mesma empresa contratada e/ou o
profissional técnico responsável pela execução, que será responsável técnico no âmbito geral pela
operação para a validação da operação afim, de garantir as exigências das operações convencionais
além de analisar a operação e determinar o plano para todas as eventualidades.

Utilizar mais de um guindaste para içar uma carga e coloca-la em sua posição final é um procedimento
complexo. Para executar esta operação de maneira segura, requer um alto nível de habilidade e deve
ser meticulosamente planejado, preferivelmente por um engenheiro com experiência em estudos de
Rigging. A responsabilidade pela operação deve ser assumida por este engenheiro ou profissional
capacitado o qual deve analisar a operação e o plano para todas as eventualidades.

 Limitar o fator de utilização dos guindastes em 80% de sua capacidade tabelada (FU ≤ 80%).

Este fator se faz necessário pelo fato dos possíveis desvios operacionais tratando-se de 02 (dois)
operadores e 01 (um) sinaleiro trabalhando em conjunto e sincronismo.

Quando as velocidades de carga são desiguais, um dos guindastes pode ser carregado com uma parte
maior da carga.

Se as velocidades de giro são diferentes, os guindastes podem induzir carga lateral um no outro.

Quando a carga é apoiada em uma das extremidades (quando desniveladas) pode ocorrer o alivio em
um dos guindastes e a sobrecarga no outro.
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6.6 Folgas Geométricas recomendadas

No planejamento de uma operação de movimentação de carga, as seguintes distâncias mínimas devem


ser sempre observadas:

 Distância entre carga e lança: Dmin 1,0 m;


 Distância entre a lança e um obstáculo fixo: Dmin 0,5 m.

Note-se que qualquer contato entre a carga (ou estruturas de acessório para o içamento) e a lança do
guindaste é uma condição certa para a ocorrência de um desastre de proporções catastróficas.

Choques entre a carga e um obstáculo fixo também podem acarretar acidentes graves (com
possibilidades de mortes), além dos danos materiais à peça e/ou o obstáculo.

A definição de distâncias mínimas é, portanto, uma recomendação de extrema importância a ser levada
em conta no planejamento e impacta sobremaneira:

 Na seleção do equipamento;
 Na definição da configuração e condições de operação da máquina (raio e lança);
 Na definição de HOLDS de montagem.

Em situações as quais estas recomendações não possam ser atendidas a operação se torna crítica e
será necessária medidas adicionais afim de mitigar os riscos causados.

Na Figura 3, as folgas requeridas para montagem estão devidamente indicadas.


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Figura 3 - Distância mínimas para a montagem

7. Composição das documentações obrigatórias para liberação do


trabalho na RUMO

7.1 Guindastes e/ou equipamentos


Os guindastes que serão utilizados para trabalhos na área da RUMO deverão apresentar os seguintes
documentos:

 Cópia do registro do operador, sinaleiro e auxiliares na empresa;


 Cópia do atestado de saúde ocupacional (ASO);
 Cópia da ficha de EPI;
 Cópia do certificado de capacitação do operador e sinaleiro;
 Laudo anual assinado por engenheiro contemplando o plano de manutenção da maquina,
tudo devidamente preenchido;
 Check list de inspeção diária preenchida pela empresa proprietária do equipamento de
içamento e seus acessórios;
 ART – Anotação de Responsabilidade Técnica do Laudo anual do plano de manutenção e
inspeção.
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7.2 Planos de Rigging

Todos os planos de Rigging elaborados devem seguir a metodologia citada nesse relatório a partir do
item 2, sendo que para a operação será necessário apresentar:

 Estudos de Rigging aprovados;


 ART – Anotação de Responsabilidade Técnica dos estudos de Rigging, com registro no
CREA em cuja circunscrição for exercida a respectiva atividade, conforme Art. 3º da
Resolução nº 1025 de outubro de 2009;
 Deve ter uma AST especifica da tarefa que será realizada;
 Deve ser realizada uma reunião para apresentação do estudo de Rigging e metodologia de
içamento, nesta reunião deve participar todos os envolvidos de acordo com o descrito neste
plano.

7.3 Acessórios
Todos os acessórios citados no estudo Rigging serão avaliados e inspecionados antes da operação,
sendo necessária a apresentação da documentação abaixo:

 Certificados dos acessórios e dispositivos de içamento especificados no estudo de Rigging;


 Memória de cálculo, projeto, laudo constando o teste de carga e documentação de
dispositivos especiais, tais como balancins, separadores, links, tarugos, etc., caso sejam
aplicados no estudo;
 ART – Anotação de Responsabilidade Técnica da memória de cálculo, projeto e
documentação de dispositivos especiais, tais como Balancins, separadores, links, tarugos,
etc., caso sejam aplicados no estudo;
 Todo acessório deve ser inspecionado por engenheiro responsável, realizando um laudo com
ART dos acessórios (apresentar com antecedência);
 Os laudos dos equipamentos terão validade de 3 meses.

7.4 Operação

Todas as empresas contratadas para realizarem movimentações de cargas pesadas nas dependências
da RUMO deverão ser informados sobre os procedimentos de trabalho, para que não realizem
operações fora dos procedimentos aqui estabelecidos, sendo os itens abaixo como fundamentais:

 Nunca, em nenhuma circunstância, os dispositivos eletrônicos de segurança da máquina


devem jamais ser desligados durante uma operação de movimentação de carga;
 Toda operação de movimentação de cargas deve ser suspensa sob condições climáticas
desfavoráveis tais como chuva, ventos e raios;
 Deve ser evitado trabalhos de içamentos no período noturno;
 Área de distribuição mínima deve ser de 3 (três) vezes a área da patola;
 Não patolar sobre ou próximo a aterros, barrancos ou margem de rios;
 Respeitar os fatores de utilização impostos pela RUMO, conforme item 6.2 desse relatório;
 É obrigatório que o operador do equipamento possua no mínimo 02 (dois) de experiência na
função.
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Fluxograma - Estudos de Rigging


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7.5 Liberação do Plano

Documentação necessária para liberação do trabalho, deverá ser apresentado no setor de segurança
da RUMO, no mínimo 3 dias uteis antes de realizar a atividade.

Posterior aprovação, os documentos devem ser levados ate a CODESP, no mínimo 2 dias uteis antes
de realizar a atividade (entregue pelo solicitante RUMO).

Em casos emergenciais, deve ser tratado diretamente com o Coordenador de Segurança ou Engenheiro
de Segurança de SST.

Observação: A contratada deverá entregar para empresa responsável pela gestão de Terceiros
BERNHOEFT os documentos relacionados abaixo, devendo seguir as orientações constantes no
Manual Mobilização do Trabalhador antes do inicio das atividades, conforme item 6.1.1 do procedimento
PR.ST.07 – Processo de Segurança para Prestadores de Serviço.

8. Informações para a elaboração de planos de Rigging

8.1 Introdução

O Plano de Rigging é o documento formal que representa todo o planejamento da operação de


movimentação de carga a se realizar. Sua elaboração consiste literalmente em se “construir no papel” a
operação desejada.

As informações mínimas que devem compor o documento, são:

1- Planta do local de movimentação:

 A vista em planta mostra o arranjo geométrico geral (ou LAY-OUT) da região onde ocorrerá a
instalação e montagem da peça a ser içada, que deve ser representado em uma escala
adequada.

 Esta representação em planta deve contemplar (em uma ou mais vistas) todas as fases da
operação, desde a retirada do equipamento de transporte (trailers, carretas, skids), giros (com
a indicação de sentido) e movimentações do guindaste, até a instalação final no local
designado.

 A representação em planta é necessária para a verificação de interferências com bases,


fundações e equipamentos já instalados, verificação de trajeto (carretas e guindaste),
definição de acessos e áreas de pré-montagem e armazenamento, definição de “HOLDS” de
montagem.

2- Vista em corte:

 As vistas em corte são necessárias para checar as distâncias mínimas estabelecidas entre
carga e lança e entre carga e obstáculo fixo (6.2).
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3- Tabela resumo:

 Nesta tabela, apresentam-se os dados, características e informações principais referentes à


operação de içamento planejada, os quais permitem caracterizar univocamente o
equipamento e a configuração requerida para este fim, bem como aferir a segurança da
operação.

 Uma descrição mais detalhada do que deve ser apresentado na Tabela RESUMO será
apresentado na sequência – Ver Item 8.2.

4- Arranjo da lingada:

 Deve-se mostrar em croquis o arranjo concebido para a lingada, que deve incluir além dos
cabos devidamente especificados (diâmetro, classe, tipo de alma, material), a indicação das
manilhas e demais acessórios (pinos, balancins, revestimentos para eliminar atrito, patescas,
etc.).

OBS. Para dimensionamento da linga considerar os fatores de majoração mencionados no item 6.2.,
e os esforços devido os ângulos de trabalho da linga.

Para uma linga de 04 (quatro) pernas conectadas no mesmo ponto (ex: gancho), os
dimensionamentos dos acessórios deverão ser feitos considerando a possibilidade de uma das
pernas não estar tensionada, ou seja, para efeito de calculo considerar apenas 03 (três).

5- Dados com indicação da pressão no solo:

 Deve-se apresentar nos desenhos dados e informações sobre o esquema de “patolamento”


com dimensões do substrato sobre o qual o guindaste se apoia. As seguintes informações
são necessárias para a condição mais crítica:
 Pressão prevista sob as esteiras (quando aplicável);
 Força nas patolas (quando aplicável);
 Pressão no solo;
 Dimensões requeridas para os mats/dormentes (fogueiras).

 Para este fim, consultar também as recomendações do Item 4.

6- Notas gerais

 Nas notas, listam-se todas as informações relevantes para a execução com segurança da
operação de içamento estudada, apresentando-se especificações, recomendações, restrições
ou qualquer tipo de esclarecimento adicional.
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Figura 4 - Exemplo de plano de Rigging


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Figura 5 - Exemplo de croquis com arranjo da lingada


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Figura 6 - Exemplo de NOTAS GERAIS relevantes


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Figura 7 - Exemplo de indicação da pressão a ser aplicada no solo

8.2 Tabela resumo

A Tabela RESUMO deve no mínimo conter as seguintes informações, de preferência na ordem


apresentada:

 Quanto aos equipamentos utilizados:


 Fabricante e Modelo do Guindaste (Designação completa1, placa do veiculo);
 Configuração adotada (Tipo de LANÇA, Comprimento, JIB c/ ângulos, Acessórios, etc.);
 Contrapeso utilizado na operação.

 Quanto às condições de operação:


 Raio de operação (sempre em relação ao centro de giro da máquina);
 Capacidade do guindaste (CAP) nestas condições.

 Quanto à carga a içar:


 Peso teórico (em t);
 Contingência de peso adotada, sendo: (F1, cf. item 6.2) => Percentual e acréscimo de
peso (em t);
 Fator de incerteza do C.G, sendo: (F2, cf. item 6.2) => Percentual e acréscimo de peso (ou
igual a 1.0, se não aplicável);
 Peso majorado => (igual a F1 * F2 * W);
 Peso dos acessórios, sendo: (tudo o que houver entre a carga e a extremidade superior
da lança);
 Peso total içado, (W TIP, cf. item 6.2).
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 Quanto ao desempenho da máquina e segurança da operação:


 Fator de Utilização (FU, cf. item 6.4).

Recomendações Gerais

 Evitar a apresentação de dados em excesso na Tabela RESUMO (por exemplo, com o uso de
planilhas muito genéricas, que cobrem uma ampla gama de problemas), privilegiando a
clareza das informações. O essencial a mostrar é o que está listado no Item 8.2;

 Deve-se evitar a apresentação das diversas fases previstas para uma operação de içamento
em um mesmo desenho, com superposição, tornando-o difícil de ler. É preferível separar
cada fase em vistas diferentes, ou representar somente aquelas mais críticas;

 Deve-se indicar nos desenhos as posições previstas para as máquinas, cotando-se a


distância entre o centro de giro das mesmas (e patolas, quando for o caso) em relação a
algum ponto ou lugar geométrico aplicável que sirva como referência no campo (por exemplo
eixos de vias ou pontes, bases de equipamentos, alinhamentos de paredes ou pilares, etc.)
ou especificando-se suas coordenadas;

 As vistas em elevação devem sempre mostrar uma projeção ortogonal da parte girante do
guindaste, de modo a permitir a verificação de possíveis interferências com a lança;

 Sempre mencionar as unidades de medida (mm, cm ou m) utilizadas na elaboração do plano


de Rigging. Deve-se apenas representá-lo em uma escala apropriada em relação ao formato
escolhido (tendo-se em referência ao padrão de plotagem adotado), de modo que detalhes,
textos e dimensões resultem legíveis e com aspecto adequado.

9. Determinação das pressões no solo

9.1 Comentários gerais


O substrato de base sobre o qual o guindaste se apoia deve ter resistência e rigidez adequadas,
compatíveis com as pressões aplicadas na base (esteiras ou patolas), que são tipicamente elevadas.
Ou seja, o solo não pode romper-se nem ceder demasiadamente (ou recalcar), sob o risco de
ocorrência de um acidente grave.

Recalques de solo exagerados e desnivelamentos do terreno são condições adversas que afetam a
capacidade do equipamento e necessitam ser controlados e/ou limitados.

O solo representa a maior incerteza no planejamento de uma operação de movimentação de cargas.


Sua verificação, certificação da segurança ou a definição de eventuais reforços (com troca de solo)
exige a mobilização de profissional especializado da área de Geotécnica.

No presente contexto, deve-se apenas informar a pressão máxima prevista na base do equipamento
para a condição mais crítica.
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Tal determinação pode ser feita de formas diferentes, como por exemplo (em ordem decrescente de
precisão):
 Com a utilização de softwares (computador de bordo);
 Com base na teoria das estruturas, similar ao cálculo de uma fundação direta;
 Com o uso de fórmulas simplificadas, de uso corrente no meio técnico (como estimativa, a ser
aferida por métodos mais precisos).

Posto que a pressão aplicada no solo atinge tipicamente valores muito elevados, é muito comum se
adotar estrados modularizados de madeira (ou MATs) sob as patolas ou esteiras, de modo a espraiar a
carga e assim reduzir a pressão a valores assimiláveis.

Recomendamos que a área de distribuição mínima deva ser de 3 (três) vezes a área da patola.

9.2 O uso adequado de MAT’s


As figuras apresentadas na sequencia ilustram exemplos de aplicação, recomendações de utilização
para um resultado efetivo (Figura 8 e 9).

Figura 8 - Recomendações de boa prática para o uso correto de MAT's – Empilhamento


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Figura 9 - Recomendações de boa prática para o uso correto de MAT's – Disposição

10. Comentários referentes à ação do vento durante operações


de içamento
10.1 Conceitos

Se o vento bate na carga, então ela balança na direção do vento.

Isto significa que a força da carga já não atua verticalmente para baixo sobre a lança.

Dependendo da força do vento, da superfície exposta ao vento e da direção do vento, o raio da carga
pode aumentar ou forças laterais não admissíveis podem atuar sobre a lança do guindaste.
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Figura 10 - Carga exposta ao vento durante o içamento


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Os seguintes fatores são de importância para o cálculo da força do vento:

 Peso da carga a ser içada “Carga Bruta”;


 Área máxima projetada da superfície “Ap”;
 Coeficiente de resistência “Cw”;
 Velocidade do vento atual;
 Área da superfície exposta ao vento “Aw”;
 Velocidade do vento admissível de acordo com o manual do fabricante;
 Pressão dinâmica “p”;
 Densidade do ar “ρ”;
 Força do vento “Fw”.

Peso da Carga a ser içada “Carga Bruta”

O peso da carga a ser içada (carga e gancho), é medida em quilogramas (kg) ou toneladas (t). O
operador do guindaste pode ler o peso da carga a partir da nota de entrega ou diretamente sobre a
carga ou ainda perguntar ao fabricante. Uma carga da qual não conhecemos o peso, o valor-cw e a
superfície projetada, não deve ser içada.

Área máxima projetada da superfície “Ap”

Se um corpo é submetido a uma fonte de luz, esse projeta uma sombra. Essa sombra é a área
projetada “Ap” do corpo. Se o corpo for submetido a um vento, em vez de luz, surge a mesma sombra
(área projetada). Dependendo da direção do vento a sombra poderá ser maior ou menor. O fabricante
da carga pode fornecer a área projetada máxima.

O exemplo abaixo deixa claro que um objeto pode ter diferentes áreas projetadas.

Figura 11 - Área projetada a influencia do vento

Quanto maior for a área projetada, maior será a área exposta ao vento.
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Coeficiente de resistência “Cw”

Se um corpo é submetido a um fluxo de ar, diretamente ou envolvido por ele, a velocidade do ar sofrerá
uma redução. O corpo representa um obstáculo para o ar (resistência ao fluxo).

Dependendo da forma do corpo a resistência ao fluxo varia. Para descrever a forma do corpo, é definido
o coeficiente de resistência.

O coeficiente de resistência “Cw” de um corpo indica qual o tamanho da obstrução que o corpo
representa ao fluxo de ar. O fabricante da carga pode fornecer o coeficiente de resistência “Cw”.

Figura 12 - Valores de "Cw"

Obs. O valor de “Cw” acima serve como referência, o ideal é que o fabricante da peça forneça este
dado.

Velocidade do vento atual

A velocidade atual do vento é dada em [m/s] ou [km/h]. Antes de iniciar o trabalho é preciso se informar
sobre a velocidade de vento prevista junto ao instituto meteorológico ou pela internet
(www.wetterfinder.com – por exemplo).

Da mesma forma, você pode ler a velocidade atual do vento com a ajuda do anemômetro no
computador do equipamento.

Se a previsão for de velocidade de vento elevada o içamento da carga não deve ser realizado!
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Área da superfície exposta ao vento “Aw”

A área de superfície exposta ao vento “Aw” especifica a área exposta ao vento considerando a
resistência apresentada pelo corpo.

É composta pela área de superfície projetada AP e o Coeficiente de resistência “Cw”.

Figura 13 - Fórmula para a área de superfície exposta ao vento “Aw”

Velocidade do vento admissível de acordo com o manual do fabricante

A velocidade do vento admissível pode ser calculada com uma única fórmula.
No manual do fabricante é indicada uma velocidade do vento máxima admissível calculada para cada
comprimento de lança e configuração do guindaste. Para os cálculos são utilizados os valores padrões
embasado em normas (valor de referência de carga 1,0 m² por tonelada com um valor cw = 1,2).

Se a velocidade atual do vento exceder a velocidade do


vento permitida na tabela de carga, a operação do
guindaste deve ser interrompida e a lança deverá ser
baixada.

 Figura 14 - Exemplo de velocidade do vento admissível - LIEBHERR


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Pressão dinâmica “p”

Se o vento atinge uma placa fixada por uma mola (Figura 17), o ar flui ao redor dela. Ao mesmo tempo,
uma parte do vento é represado contra a superfície da placa. Este represamento resulta num aumento
de pressão que empurrará a placa contra a mola.

Essa pressão é conhecida como pressão dinâmica.

Figura 15 - Exemplo de ação do vento


Se a velocidade do vento (v) dobra, a pressão dinâmica quadruplica.

Figura 16 - Fórmula para a pressão dinâmica "p"

Densidade do ar “ρ”

A densidade do ar “ρ” diminui com o aumento da altitude, também muda com as variações de
temperatura ou umidade.

Ao nível do mar e a 15 °C, o ar tem uma densidade de cerca de 1,225 kg/m³.

Força do vento “Fw”

Para acionar uma hélice é necessário vento forte. Isso significa que a pressão dinâmica do vento
precisa ser suficientemente grande para que o rotor comece a girar.

Quanto maior for a área da superfície do rotor exposta ao vento, menor será a pressão dinâmica do
vento necessária para girá-lo.

Figura 17 - Fórmula da força do vento "Fw"


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A velocidade do vento admissível pode ser calculada com uma única fórmula.

Para tanto é necessário coletar primeiramente os seguintes dados:


 Peso da Carga a ser içada “Carga Bruta” (mH);
 Velocidade do vento admissível de acordo com o manual do fabricante (Vmax_TAB);
 Área da superfície exposta ao vento (Aw).

Figura 18 - Fórmula para calcular a velocidade do vento admissível

Obs. O valor 1,2 abaixo da raiz corresponde a uma constante e não ao valor “Cw”! Este valor não pode
ser alterado!

Se o resultado da Vmax for maior do que Vmax TAB a carga poderá ser içada até uma velocidade máxima
igual a (Vmax_TAB).

Se o resultado da Vmax for menor do que Vmax_TAB, a carga só pode ser içada até uma velocidade
máxima igual a (Vmax).

Quando a (Vmax) for menor que a (Vmax_TAB) não haverá alerta no computador do equipamento, por esta
razão o próprio operador do guindaste precisa observar o valor no computador. Se o valor máximo
admissível apurado da velocidade do vento for alcançado ele precisa interromper o içamento da carga.

9.2 Observações e comentários adicionais

 Os efeitos do vento afetam a capacidade do guindaste, no sentido desfavorável;



 A não observância das limitações de vento impostas pode resultar em acidentes graves,
ainda que se esteja trabalhando dentro dos limites de capacidade especificados pelo
fabricante para uma condição ideal;

 A experiência e o julgamento técnico da equipe mobilizada para a movimentação


(engenheiros, técnicos, operadores e supervisores) devem ser exercidos no sentido de
compensar os efeitos deletérios da ação do vento sobre a lança e a carga, quer pela redução
do Fator de Utilização da máquina, redução das velocidades de operação, ou pela
combinação de ambos;

 Note-se que a velocidade de vento cresce com a altura (ver Figura 20). Nas máquinas não
equipadas com instrumentação para se medir a intensidade do vento, este fato deve ser
levado em consideração (a velocidade ao nível do terreno é menor);
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Figura 19 - Perfil da velocidade do vento (Variação com a altura sobre o terreno)

Como parte do planejamento da operação, deve-se fazer a previsão do tempo durante um período
adequado. A depender das condições (por exemplo, em Operações Assistidas), deve-se inclusive
trabalhar com a previsão de rajadas. A incidência de chuvas por si só não inviabiliza uma operação,
desde que o vento se mantenha abaixo do limite especificado e não haja incidência de raios.

11. Energia elétrica

11.1 Conceitos

Mantenha distância. Nenhuma parte do guindaste ou da carga deve nem mesmo adentrar na “zona
proibida” em torno de uma linha viva (energizada). Em certas condições meteorológicas, tais como
neblina, fumaça e chuva, pode ser preciso aumentar esta distância.

Conheça as folgas necessárias para operações próximas a redes de alta voltagem.

Conforme NR-34.10.11 “g” - Movimentação de Cargas:

 Na impossibilidade da desenergização, assegurar que o dispositivo suspenso, ao ser


movimentado, guarde o dobro das distâncias da zona controlada em relação às redes
elétricas (conforme Anexo I da NR-10), mantendo o guindaste aterrado;

ZL = Zona livre
ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores
autorizados.
ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores
autorizados e com a adoção de técnicas,
instrumentos e equipamentos apropriados ao
trabalho.
PE = Ponto da instalação energizado.
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Figura 20 - Zona controlada

Considere a colocação de cavaletes ou bandeirolas para limitar a área da zona proibida e chamar a
atenção do pessoal envolvido na operação.

Em caso de duvidas deve ser paralisado a atividade e solicitar os responsáveis pelo plano de Rigging e
o Segurança do Trabalho para analisar a atividade.

12. CONTROLE DOS REGISTROS

Identificação Estudo de Plano De Rigging (ITEM 7.)


Armazenamento Pasta mantida na Segurança do Trabalho
Proteção Engenharia de Segurança / Técnico de Segurança
Recuperação Data
Retenção 6 meses
Descarte Reciclar

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