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scritório situado à Av.

Jurídica nº 000, Sala 00, Bairro, João Pessoa – PB,


CEP 11111-111, onde receberá notificações, vem, com respeito e
acatamento à presença de Vossa Excelência propor:

AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO


CONSUMERISTA E RESTITUIÇÃO DE
QUANTIA PAGA C/C INDENIZAÇÃO POR
PERDAS E DANOS
Como de fato propõe contra LOJAS XXX LTDA, pessoa jurídica inscrita
no CNPJ matriz sob o nº 00.000.000/0000-00, endereço: Av. Dos
Fornecedores, nº 000, Shopping Gaste Muito, Bairro, João Pessoa – PB,
CEP 00000-000, e o faz escorado em legislação atinente, jurisprudência
cristalizada em Instâncias Superiores e pelos motivos e razões adiante
expendidos:

DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer a Vossa Excelência que sejam deferidos os benefícios da Justiça
Gratuita, com fulcro na Lei nº 1.060/50, bem como com fulcro nos
artigos 82 e 98 do CPC, por não ter condições de arcar com as custas
processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e
de sua família.

A QUAESTIO FACTI
A Autora é consumidora da Loja Agatha noivas. No dia 28 de novembro
de 2020, a consumidora firmou contrato de locação de vestido no valor
de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais) efetuou o pagamento da
entrada no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) e parcelou o restante
no cartão de crédito bandeira Visa, final de número 7846 do banco
Santander em 12x, ou seja, parcelas de R$ 333,33 (trezentos e trinta e
três reais e trinta e três centavos).

Os pagamentos foram efetuados corretamente até meados de abril,


quando a Autora entrou em contato com a empresa e solicitou o
cancelamento do contrato por motivos pessoais, conforme e-mail anexo
a Autora entrou em contato com a empresa supracitada informando o
ocorrido e solicitando esclarecimentos com relação aos procedimentos
para o devido distrato do contrato.

E imagina a surpresa quando a Autora recebe um e-mail informando,


que ela não terá 50% do valor pago restituído, e que apenas receberá
um crédito, para usar em uma empresa que trata de locação de vestidos
de noivas, e com a justificativa que a empresa se enquadra em um
direcionamento dado em um MP de nº 1036, de 17 março de 2021, onde
protege setores DE CULTURA E TURISMO.

A autora por diversas vezes tentou uma composição amigável com a


Empresa e sempre recebeu respostas arbitrarias.

EXA. além de ter que passar pelo transtorno emocional que é ter seu
casamento cancelado por motivos pessoais entre os noivos, a mesma
ainda tem que passar pela dor de cabeça de ter mais prejuízos
econômicos pelo não cumprimento contratual, com uma alegação tosca
de uma MP que fala de cancelamentos devido a Covid, o que não foi o
caso em tela, e nem a empresa se enquadra no ramo de cultura e
turismo, como de forma clara informa em seu texto.

Não conseguindo qualquer acordo viável com a empresa Ré 1, a Autora


se viu obrigada a cancelar as parcelas vincendas perante ao cartão de
crédito, pois cria que deveria pagar metade do valor do vestido
conforme troca de mensagens e e-mails, pois é o estabelecido em
contrato.

Em junho de 2021, não vendo alternativas solicitou ao cartão de crédito


que “mediasse” a questão e efetuasse o cancelamento das parcelas que
iriam vencer, pois já tinha efetuado o pagamento de 50% do vestido,
nesse momento o banco efetue o crédito das parcelas que iriam vencer
em sua conta, sem que a Autora solicitasse tal ação, a mesma queria o
cancelamento das parcelas apenas.

Vale ressaltar, que o casamento iria acontecer em setembro de 2021, e


o pedido de cancelamento fora feito em abril de 2021, prazo bem maior
que o prazo de 60 (sessenta) dias dados para o cancelamento em
contrato.

Em julho de 2021, o banco Santander, Réu 2, informa a Autora que a


empresa Ré 1, se recusou ao cancelamento do serviço, e de maneira
arbitraria o banco, Réu 2, optou ouvir apenas o lado da Empresa, Ré1),
e voltou a cobrar de vez única as parcelas que iriam vencer,
prejudicando financeiramente a Autora, que agora se vê obrigada a
pagar por algo que não pediu, sendo obrigada a atrasar o pagamento do
cartão de credito, sendo imputada em juros e multa.
Exa. trata-se uma casa de aluguel, há clara má da Ré 1, a manter a
cobrança integral por um serviço, que claramente ela nem havia
iniciado, e que por se tratar de locação, não haveria prejuízo a ser
direcionado a outras clientes, fora isso, a Autora informou 5 MESES,
antes do prazo que não iria dar continuidade ao serviço.

A ré, de tal forma, em PRÁTICA COMERCIAL ABUSIVA, que “são


comportamentos rejeitáveis nas relações de consumo. São ações
que não condizem com o princípio da eticidade; excedem,
portanto, os limites impostos pela boa-fé ou pelos bons
costumes. Desta forma, caracterizam o abuso do direito” (NORAT,
Markus Samuel Leite. Direito do consumidor. Edijur. São Paulo, 2012.
Pág. 217.).

De certo que o Código de Defesa do Consumidor é uma Lei


principiológica, de ordem pública e interesse social; Caracterizam-se,
tais fatos praticados pelos réus, como um verdadeiro atentado à
harmonia das sobreditas relações de consumo, assim sendo, um ataque
ao artigo 4°, III, do CDC, bem como a toda legislação consumerista.

Destarte, diante a desigual luta de forças, somente restava a


consumidora buscar as vias judiciais, requerendo a rescisão do contrato
de compra e venda, à restituição da quantia paga, monetariamente
atualizada, sob pena de multa diária; também, que os Réus sejam
condenados a indenizar a promovente por danos morais face ao
constrangimento e prejuízo suportado.

Assim, não havendo até este momento solução amistosa, outra


alternativa não se apresenta senão a de se colocar os fatos ao
pronunciamento da jurisdição que, por certo à luz dos fatos e do direito,
ao final, dará a cada um o que é seu na forma da lei.

1. DO DANO MORAL
A Constituição Federal de 1988, no art. 5º, inciso X, assegura o direito à
indenização pelo dano moral decorrente de violação à intimidade, à vida
privada, à honra e à imagem das pessoas. A pretensão do autor também
está sob a proteção da Lei Civil e do Código do Consumidor brasileiro:

Código Civil  – Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Código Civil  – Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Código de Defesa do Consumidor  – Art. 6°, VI. São direitos básicos


do consumidor: (…) a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.

Código de Defesa do Consumidor  – Art. 35. Se o fornecedor de


produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta,
apresentação ou publicidade, o consumidor poderá,
alternativamente e à sua livre escolha: (…) III – rescindir o
contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente
antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

O dano moral é pleiteado nesta ação em virtude de duas


condutas ilegais:

1ª Conduta irregular: usar outros meios para não cumprir o


estipulado em contrato de sua obrigação ou deixar a fixação de
seu termo inicial a seu exclusivo critério. Comportamento
rejeitado pelo Artigo 39, V do CDC;

2ª Conduta irregular: cobrar por um serviço que não será prestado,


visando o enriquecimento ilícito.

3ª Conduta irregular: A arbitrariedade da operadora do cartão de


crédito que apenas segue o comando da empresa, sem mediar ou
analisar profundamente a questão, uma vez que também possui
responsabilidade na operação, por também esta elencada na
relação consumerista com a Autora.

Não podendo deixar de enfatizar que a condenação das Rés ao


pagamento de indenização por danos morais face o constrangimento
causado a consumidora, QUE TEVE QUE EXPOR QUE SEU
RELACIONAMETO FOI ROMPIDO E QUE NÃO TERIA INTERESSE
ALGUM EM TER CRÉDITO EM OUTRO VESTIDO DE NOIVA, e mesmo
assim não teve qualquer empatia recebida da empresa Ré 1.

Em virtude de suas condutas irregulares e/ou ilegais, é de extrema


importância para conferir as Rés o efeito pedagógico e
desencorajamento a prática de novos ataques semelhantes aos demais
consumidores brasileiros.

O dano moral implica na violação dos direitos da personalidade. Note-se


que, atualmente, o dano moral não é mais considerado como o
sentimento negativo de dor, angústia, vergonha, humilhação etc., essas
são, em verdade, as suas consequências.

O entendimento jurisprudencial é pacífico no sentido de que a violação


de direito do dano moral puro deve ser reparada mediante indenização.

2. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Para que não paire dúvidas sobre a irregularidade cometida pela
instituição financeira demandada, é necessária a inversão do ônus da
prova, nos termos do inciso VIII do artigo 6° do Código de Proteção e
Defesa do Consumidor.

Assim sendo, caso os documentos apresentados não sejam


suficientemente esclarecedores, que Vossa Excelência se digne em
determinar a inversão do ônus da prova, por ser um mecanismo
necessário e hábil para que se concretize a justiça.

DOS PEDIDOS E DOS REQUERIMENTOS


Posto isto, requer a Vossa Excelência:

1) Que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na


Lei nº 1.060/50, bem como com fulcro nos artigos 82 e 98 do CPC, por
não ter condições de arcar com as custas processuais e honorários
advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família;

2) Digne-se de ordenar a citação do promovido nos


endereços declinados para, querendo, no prazo e forma legais
apresentar as suas respostas sob pena de não o fazendo, se presumirão
aceitos pelo promovido, os fatos articulados pelo promovente – Da
revelia (art. 250, II, do CPC), além de confissão sob a matéria de fato;

3) Determinar a inversão do ônus da prova em favor da parte autora,


consoante disposição do artigo 6°, inciso VIII, do CDC;

4) Que sejam condenados os promovidos, em caso de recursos, em


custas processuais e demais cominações legais, incluindo honorários
advocatícios na base de 20% sobre o valor da condenação, acrescido de
juros e correção monetária.
5) Que esta ação seja julgada totalmente procedente, para:

a) Que o fornecedor-promovido seja obrigado a efetuar a


restituição da quantia paga pela consumidora R$0.000,00 (valor
por extenso), acrescido de correção monetária (Nos termos do
Artigo 35, III, do CDC);

b) Condenação das Lojas XXX LTDA por Danos Morais, no importe


de R$10.000,00 (dez mil reais) ou em um valor superior a ser
arbitrado por este Juízo competente, em virtude de (I) deixar de
estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a
fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério.
(Comportamento rejeitado pelo Artigo 39, XII do CDC); Recusar
o cumprimento da oferta e não entrega do produto adquirido pela
consumidora, mesmo depois de passados nove meses da data da
compra (Comportamento rejeitado pelo Artigo 35, por todo o
Capítulo V do CDC); pelo ataque a legislação consumerista
brasileira; e, principalmente, pela negligência, ingerência,
ineficiência e desprezo à consumidora, o qual ficou desassistida
de forma e modo irresponsável por parte do fornecedor ora
demandado.

Protestando provar o alegado por todos os meios de provas em direito


admitidos.

Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00 (valor por extenso), para efeitos


meramente fiscais.

Nestes Termos,

Pede e Espera Deferimento

João Pessoa/PB, XX de XXXXXX de XXXX

[Local], [dia] de [mês] de [ano]

– ASSINATURA –

Nome do Advogado

Advogado – OAB/XX 00.000

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