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Loucura
e
Obsessão
Pelo Espírito
Manoel P. de Miranda
N
o aprofundado estudo da etiopatogenia da lou-
cura, não se pode mais descartar as incidên-
cias da obsessão, ou predomínio exercido pelos
Espíritos desencarnados sobre os homens.
Constituindo o mundo pulsante além da vida ma-
terial, eles se movimentam e agem conforme a nature-
za evolutiva que os caracteriza.
Tendo-se em vista o estágio atual de crescimento
moral da Terra e daqueles que a habitam, o intercâm-
bio entre as mentes que se encontram na mesma faixa
de interesse é muito maior do que um observador me-
nos cuidadoso e menos preparado pode imaginar.
Atraindo-se pelos gostos e aspirações, vinculando-
-se mediante afetos doentios, sustentando laços de
desequilíbrio decorrente do ódio, assinalados pelas
paixões inferiores, exercem constrição mental e, às
vezes, física naqueles que lhes concedem as respostas
equivalentes, resultando variadíssimas alienações de
natureza obsessiva.
Longe de negar a loucura e as causas detectadas
pelos nobres pesquisadores do passado e do presente,
o Espiritismo as confirma, nelas reconhecendo meca-
nismos necessários para o estabelecimento de matri-
zes, pelas quais a degenerescência da personalidade
ocorre, nas múltiplas expressões em que se apresenta.
Assinalamos, com base na experiência dos fatos,
que nos episódios da loucura, ora epidêmica, a ob-
sessão merece um capítulo especial, requerendo a
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Loucura e obsessão
Manoel P. de Miranda
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1 - Programação de
novas tarefas
Q
uando a desencarnação me tomou o corpo,
encontrava-me profundamente interessado em
estudar certos comportamentos alienados das
criaturas humanas sob a meridiana luz do Espiritismo.
Dedicando-me, na Terra, às experiências mediú-
nicas, durante algumas décadas, nelas encontrara
celeiros de esclarecimentos para um sem-número de
interrogações que me bailavam na mente.
Constatara a excelência da terapêutica desobsessi-
va, recuperadora, dirigida a Espíritos profundamente
enfermos, que se renovavam, e acompanhara comple-
xos problemas da loucura, que defluíam de conúbios
obsessivos de longo curso, cujas origens remontavam
a reencarnações anteriores, quando se instalaram as
matrizes da justa infeliz.
Ao mesmo tempo, sempre me despertaram a aten-
ção as comunicações de entidades que se apresenta-
vam com modismos singulares, atadas às lembranças
do sincretismo religioso que viveram, assumindo pos-
turas que me pareciam esquisitas, preservando, nos
diálogos, os vocábulos africanistas e tomando atitudes
que eram remanescentes dos atavismos animistas dos
quais procediam.
Confabulando, por diversas vezes, com José
Petitinga, o inspirado diretor da nossa Casa Espírita,
examinávamos juntos tais questões com respeito e
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2 - Esclarecimentos
necessários
A
casa modesta, para onde nos dirigimos, trans-
pirava agitação em ambos os planos da vida.
Situada em bairro afastado do bulício da cida-
de, atraía expressivo número de interessados.
Pessoas, denotando grande sofrimento na face
angustiada ou expectante, sentavam-se em uma sala
enfeitada com bandeirolas presas a fios esticados, à
guisa de decoração popular, como se fora uma cober-
tura móvel que a brisa da noite agitava suavemente.
Espíritos vadios se aglomeravam nas imediações,
bulhentos e ociosos, enquanto outros, em grupos de
pequeno número, demonstravam os propósitos mal-
fazejos, em conciliábulos a meia-voz, exteriorizando a
animosidade de que se faziam portadores.
Odores de incenso e vela misturavam-se aos de
ervas aromáticas que ardiam em vários recipientes com
brasa, espalhados pelos diferentes cômodos.
Crianças, em algazarra impertinente, brincavam
na rua estreita.
Tudo se apresentava com singularidades especiais.
O Benfeitor advertira-me quanto à conduta men-
tal que ali devia ser mantida, de modo a não me sur-
preender com nada que me chegasse à observação.
Apesar disso, as surpresas sucediam-se continua-
mente, em face do inusitado dos acontecimentos.
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Esclarecimentos necessários
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Sobre o autor
Divaldo Pereira Franco nasceu no dia 5 de maio de
1927, em Feira de Santana (BA).
É reconhecido como um dos mais atuantes traba-
lhadores da Seara Espírita, com atividades nos campos
da oratória, da mediunidade, da assistência social e da
educação.
Sua produção psicográfica ultrapassa a 150 títu-
los, dos quais setenta ja foram traduzidos para quinze
idiomas.
Ao todo, são duzentos títulos publicados, incluindo
os bibliográficos que retratam a sua vida e obra.
Realizou mais de dez mil conferências, tanto no
Brasil como em visita a cerca de sessenta países, tota-
lizando aproximadamente 1.250 cidades.
Em 1947, Divaldo fundou o Centro Espírita “Ca-
minho da Redenção”, mantido até hoje com vários de-
partamentos, entre eles: a “Mansão do Caminho”, obra
de amparo à criança e à família, fundada em 1952; as
Escolas de Ensino Fundamental “Jesus Cristo”, fun-
dada em 1950, e “Allan Kardec”, fundada em 1965;
Creche “A Manjedoura”, para crianças de dois meses a
três anos; e Jardim de Infância “Esperança”, fundado
em 1971.
Desde 1952, mais de três mil crianças e jovens
carentes são atendidos todos os dias, gratuitamente.
Mais de trinta mil crianças passaram até hoje pelos
vários cursos e oficinas da “Mansão do Caminho.”