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MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA

ESTUDO ECONÔMICO DE TRATORES

Djael Dias da Silva


Revisado por Ronaldo Pedreira dos Santos

Novembro/2010
I - ESTUDO ECONÔMICO DOS TRATORES

A - Custo Hora (CH) – Representa os valores das despesas efetuadas por uma máquina agrícola
durante uma hora.
Estes gastos são: Gastos Fixos (GF), Gastos Variáveis (GV) e gastos com o operador (GP).

CH = GF+GV+GP

B - Gastos Fixos (GF) – São todas as despesas decorrentes da compra da máquina agrícola.
Independe de sua utilização.
Os gastos fixos são: Amortização (A), Juros (J), Alojamento (Al) e Seguros (S).

GF = A+J+Al+S

1. Amortização – Corresponde á parcela a ser reembolsada e deve ao final da vida útil, somar o
valor da aquisição da máquina, menos o valor final.

2. Vida útil (Vu)– É o tempo, em horas, que a máquina ou implemento trabalha economicamente.
Para cálculo utilizamos para os tratores entre dez a quinze mil horas e para os implementos entre
mil a duas mil horas. (Valores estimados)

A= Vi – Vf A = Autorização (R$/H)
Vu Vi = Valor de aquisição (preço) (R$)
Vf = Valor final (preço de sucata) corresponde a 10% de Vi (R$)
Vu = Vida útil (horas)

3. Juros – É o rendimento do capital empregado na aquisição do bem (máquina ou implemento)


que são acrescidos à dívida:

J = Juros (R$/H)
A= (Vi – Vf)  i
2 Na Vi = Valor inicial (preço) (R$)
Vf = Valor final (10% de Vi) (R$)
i = Taxa de juros (R$ ano)
Na = Nº de horas de uso/ano (trator – 1.000 a 2.000 horas e implementos 150 a 300 horas)

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4. Alojamento – É o local construído para abrigar as maquinas e implementos.

Al = Alojamento (R$/H)
Al = 2 a 0,5% do Vi
Vu Vi = Valor inicial (R$)
Vu = Vida útil (H)

5. Seguro – é um contrato pelo qual uma das partes se obriga a indenizar a outra, de um prejuízo
eventual, mediante o pagamento de uma taxa.

S = Seguro (R$/H)
S = 1 a 0,5% do Vi
Na Vi = Valor inicial (R$)
Na = Nº de horas de uso/ano (H)

C - Gastos Variáveis – São todas as despesas decorrentes do trabalho das máquinas e implementos.

GV = C+L+F+Pn +R GV = Gastos Variáveis (R$/H)

1. Combustível – É a quantidade de combustível utilizado em uma hora de funcionamento da


máquina. Pode-se obter consultando as curvas de consumo específico do motor, fornecido pelos
fabricantes (trator novo) ou pelo método prático – completando-se o tanque e executando-se vários
serviços, medindo no final o volume de combustível necessário para recompletar e dividindo-se pelo
tempo gasto na execução destes serviços.

C = Combustível (R$/H)
C = p q
t p = Preço do litro (R$)
q = Quantidade consumida ( l )
t = Tempo de consumo (H)

2. Lubrificantes – São as despesas referentes a lubrificação dos diversos órgãos.


L = Lubrificantes (R$/H)
L = p q
t p = Preço do litro (R$)
q = Quantidade consumida ( l )

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t = Tempo de troca (H)
3. Filtros – São os gastos realizados com a troca dos filtros.

L = Lubrificantes (R$/H)
F = p q
t p = Preço do litro (R$)
q = Quantidade consumida ( l )
t = Tempo de troca (H)

4. Pneus – São os gastos decorrentes da reposição dos pneus.

Pn = Gastos com o pneu (R$/H)


Pn = 2 (p  Pnd) + 2 (p  Pnt)
p = preço de cada pneu (R$)
t
Pnd = pneu traseiro
Pnt = pneu traseiro

5. Reparos – São os gastos feitos com a máquina em função dos consertos, peças e mão de obra
(valor estimado).

R = reparos (R$/H)
R = 80 a 100% do Vi
Vu Vi = Valor inicial (R$)
Vu = Vida útil (H)

D - Gastos com pessoal – É o pagamento feito ao tratorista.

GP = Gasto com pessoal (R$/H)


GP = 14 Sa
Na Sa = Salário mensal (R$)
Na = Nº de horas de uso/ano (H)

Custo hora será: CH = GF+GV+GP em R$/H

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E - Capacidade de trabalho

O conhecimento do tempo necessário à execução das diversas operações, durante o ciclo de


uma cultura é indispensável para se administrar a utilização das máquinas.
A capacidade de trabalho (CT) – consiste na determinação da quantidade de trabalho
realizado por um conjunto (trator – implemento) em um determinado tempo.

CT = V  L  EF CT = Capacidade de trabalho expressa em Ha/H


10 V = Velocidade de trabalho em Km/H
L = largura de trabalho do implemento em metro.
EF = Eficácia de trabalho.

F - Eficiência de trabalho – É a relação entre o tempo de trabalho (TT) e o tempo total (To),
utilizado para realizar a operação.

To = Tempo total
EF = TT
To TT = Tempo de trabalho
TV = Tempo de volta
To= TT+TV

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G - CAPACIDADE (Q em litros) X TEMPO DE TROCA (T em horas)

Tratores Carter Filtro de Filtro de Cambio Hidráu - Transmis - Direção Peso Lastro
Modelo CV ar seco ar óleo lico sores
Q T Q T Q T Q T Q T Q T Q T Kg Kg
Agrale4.100 15 3,0 100 --- --- 0,5 10 12 2500 3 500 --- --- 0,25 2500 885 1140
Agrale5.050E 50 250 1 1000 --- --- --- --- 11 500 25 1000 --- --- 1930 2300
Agrale5.060E 60 9,0 250 1 1000 --- --- --- --- 11 500 25 1000 --- --- 1950 2350
AgraleBX4110 100 10,5 250 1 1000 --- --- --- --- 17 500 63 1000 --- --- 4430 6000
AgraleBX4130 120 15,0 250 1 1000 --- --- --- --- 18 500 73 1000 --- --- 5090 7130
AgraleBX4150 135 15,3 250 1 1000 --- --- --- --- 18 500 75 1000 --- --- 5140 7700
FORD 65TL 64 6,5 250 1 1000 --- --- 13 1250 46 500 46 1000 0,6 2500 2500 3024
FORD 70TL 71 7,5 250 1 1000 --- --- 13 1250 46 500 46 1000 0,7 2500 2920 3564
FORD 80TL 80 8,5 250 1 1000 --- --- 13 1250 53 500 46 1000 0,8 2500 3370 4005
FORD 90TL 90 8,5 250 1 1000 --- --- 13 1250 53 500 55 1000 1,2 2500 3400 4045
FORD 100TL 100 8,5 250 1 1000 --- --- 13 1250 53 500 55 1000 1,2 2500 3460 4105
Valmet 685 61 7,6 250 1 1000 --- --- 16 500 22 500 1 500 1,2 500 2520 3030
Valmet 785 75 8,0 250 1 1000 1 10 16 500 23 500 1 500 1,2 500 2770 3800
Valmet 600 60 8,0 250 1 1000 1 10 16 500 23 500 1 500 1,2 500 3280 3900
Valmet 700 70 8,0 250 1 1000 1 10 16 500 23 500 1 500 1,2 500 33450 3950
Valmet 800 80 9,5 250 1 1000 1 10 68 500 --- --- 1 500 1,2 500 3550 4000
Valmet 850 85 9,5 250 1 1000 --- --- 68 500 --- --- 1 500 1,2 500 3650 4440
Valmet 885TS 94 9,5 250 1 1000 --- --- 68 500 --- --- 1 500 1,2 500 3700 4500
Valmet 985 100 9,5 250 1 1000 --- --- 68 500 --- --- 1 500 1,2 500 3500 5000
Valmet 1180 113 11,0 250 1 1000 --- --- 68 500 --- --- 1,5 500 1,2 500 4900 6000
Valmet 1280 126 11,0 250 1 1000 --- --- 50 500 29 500 1,5 500 1,2 500 5100 7000
Valmet 1580 145 13,0 250 1 1000 --- --- 50 500 29 500 1,5 500 1,2 500 6250 7550
Valmet 1780 167 13,0 250 1 1000 --- --- 55 500 29 500 1,5 500 1,2 500 7350 9250
MF 235 44 6,0 250 1 1000 --- --- --- --- 30 500 1,0 500 0,7 500 1900 2840
MF 265 61 7,3 250 2 1000 --- --- --- --- 30 500 1,0 500 1,2 500 2370 3820
MF 275 70 7,3 250 2 1000 --- --- --- --- 30 500 1,0 500 1,2 500 2400 3850
MF 290 79 7,3 250 1 1000 --- --- --- --- 32,5 500 1,5 500 1,2 500 2970 4510
MF 296X 114 13,0 250 1 1000 --- --- --- --- 38 500 1,5 500 1,6 500 4725 5855
MF 295 105 13,0 250 1 1000 --- --- --- --- 32,5 500 1,5 500 1,2 500 4800 6000

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BIBLIOGRAFIA

1. CORRÊA, A. A. M. 1959. Mecanização e Cuidados com Tratores Agrícola. Rio de


Janeiro. M.A./S.I.A. 73p.
2. , 1965. Rendimento e Despesas no Emprego de Tratores e
Implementos Agrícolas. Rio de Janeiro. M.A./S.I.A. 231p.
3. , 1965. Manual do Operador de Tratores Agrícolas. Rio de Janeiro.
M.A./S.I.A. 231p
5. MASSEY FERGUSON DO BRASIL S.A., 1999. A Bíblia do Trator em Capítulos.
Canoas (RS). Centro de Treinamento da Divisão de Máquinas Agrícolas e
Industriais da IOCHPEMAXION S.A. vol. 1,2,3,4,5 e 6.
4. HADLICH, Edmundo, 1976. Manutenção e Operação de Tratores e Equipamentos
Agrícolas. Curitiba – PR. Associação de Crédito e Assistência Rural do
Paraná. 72 p.
6. MESQUITA, C.M. 1981. Capacidade de trabalho das Máquinas Agrícolas.
Londrina – PR. EMBRAPA/CNPSo. 11 p.

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