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TESTE 8 – SAMUEL LIMA MORAIS – ECONOMIA AGRÁRIA

1-
A partir das Capitanias Hereditárias, se inicia o processo fundiário no Brasil. Desde o
primeiro modelo em vigência, já havia preocupação com terras improdutivas, uma vez que
muitas das sesmarias poderiam se tornar inviáveis economicamente para a Metrópole. As
terras que não se adaptassem ao modelo de plantation (muita terra e pouca mão de obra) da
cana-de-açúcar deveriam ser restituídas à coroa; nomeadas terras devolutas.
O Estatuto da Terra de 1964 se inicia em São Paulo, sendo integralmente nomeado
em reposta aos movimentos campesinos no nordeste e no sul do país enquanto João Goulart
estava no poder. Este modelo de caráter exclusivo do governo militar predefiniu 4 fatores
bases para a estrutura fundiária brasileira, que vigora até hoje.

 Reforma Agrária: (Art. 1º) Reforma agrária é a reorganização da estrutura


fundiária com o objetivo de promover a distribuição mais justa das terras.
A reforma agrária tem o objetivo de proporcionar a redistribuição das
propriedades rurais, ou seja, efetuar a distribuição da terra para realização de
sua função social;
 Módulo Rural: Unidade de terra de valor produtivo mínimo capaz de tornar a
terra autossustentável. O módulo considera de forma abrangente às
divergências evidentes em cada estrutura fundiária, de forma a variar em
dezenas de hectares conforme o bioma brasileiro;
 Minifúndio: Consiste em uma propriedade, onde não se atinge o mínimo
fundiário para se configurar como um módulo rural devido a
produtividade/hectare da terra;
 Latifúndio: Consiste em uma propriedade, onde há acima de 600 módulos
rurais. Podendo, de forma imparcial ao valor ser definido por latifúndio,
propriedades que não exerçam função social, ou seja, que possuam caráter
especulativo. Pois, sob especulação, há aumento do valor do arrendamento.

2-
A premissa da estrutura do sistema capitalista parte do campo. A possibilidade de
fornecer a subsistência a cada indivíduo é fator determinante que possibilita que cada um dos
agentes econômicos venda o excedente e, dessa forma, compre no mercado. O modelo em
questão pressupõe que haverá autossustentação alimentícia nacional, a partir da agricultura
familiar. O projeto pressupõe a redistribuição de terras improdutivas, não se destinando à
desestruturação de cadeias do agronegócio. Em tese, no modelo não há conflito real entre a
produção de insumos rurais, normalmente concentrada por modelos monocultores, e a
existência da agricultura familiar, de modelo policultor e de autossustento rural.
Ao condicionar o baixo valor de produção rural, habilita-se o processo de
acumulação de capital, rompendo com o modelo feudal latifundiário, frente à abertura do
processo industrial e urbano. A correlação é que estruturas fundiárias de sucesso nos
modelos de agricultura familiar propiciem economias capitalistas desenvolvidas, que
despontam em renda, distribuição e estrutura urbana.
3-
O modelo de produção coletiva, remete a um modelo, cujo domínio de terras é
essencialmente estatal e divide-se a produção total em unidades iguais aos trabalhadores. No

¹interstício esses, em que há relatos inclusive de cultura de cannabis.


entanto, a falha se apresenta, uma vez que na prática o conceito de equidade deveria supor
que cada indivíduo deveria ser remunerado conforme a contribuição justa da força de
trabalho empregada (seja em tempo absoluto de trabalho, seja em produtividade individual
do trabalhador), o que comumente gera conflito.
No entanto, existem alguns argumentos que se tornam favoráveis a esse modelo, que
permeia a ideia de que certas culturas se adaptam à economia de escala, de forma que o custo
mínimo de produção é atingido à certo ponto de concentração fundiária e de capital. Dessa
forma, um conjunto de agricultores comunitários poderiam assumir maior grau de
concorrência no mercado em conjunto do que individualmente.
No entanto, como tudo, existe uma síntese que permite a coexistência de fatores
como a agricultura familiar, sob estruturas produtivas coletivas. A coletivização de alguns
fatores essenciais como água, porém com responsabilidades laborativas segregadas de forma
que cada família desfruta individualmente de sua colheita em seu espaço independente.
Alguns fatores, como bens de capital podem ser utilizados coletivamente (inclusive em
culturas diferentes), sob pagamento de uma taxa de manutenção comum aos agricultores que
ela divide. E, por fim, há a possibilidade de concentração da comercialização, que possui
uma curva curta de acesso, de forma que apenas alguns sistemas de organização bastantes
eficientes poderão prover, sob modelo coletivo, maiores rendimentos via realização do
produto agrícola.

¹interstício esses, em que há relatos inclusive de cultura de cannabis.

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