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Abstract
In the present issue, what is at stake is that it is in fact an alteration of two provisions that existed in the original
law, which are paragraphs c) and d) of article 256 of law 25/2019 of 26 December, introduced by law 18/2020 of
23 December. The criminal process has several phases, first there must be a report which leads us to the first
phase, which is the pre-trial phase. At this stage the Public Prosecutor's Office can either indict or close the case,
and only then will we have the preliminary hearing phase, where we can also have an indictment (this is the
acceptance of the crimes charged by the Public Prosecutor's Office, unappealable art. 356 of the CPP) or also an
indictment (where the court, based on evidence gathered by the Public Prosecutor's Office, does not consider the
charges to have merit.) Only after this phase of the preliminary hearing do we go to the trial phase. It is through
the principle of the presumption of innocence that it is said that until guilt is established, until the sentence is
final and unappealable, the defendant is innocent. Without a shadow of a doubt we can have an indictment and
an indictment, then we have the trial and then the conviction in the first instance. On this sentence in the first
instance there is an appeal, while the appeal is in course as a consequence of the principle of presumption of
innocence we cannot consider that the defendant is guilty, there is this willingness to resort to these measures so
that the defendant does not flee or does not disturb the process through destruction of evidence or through
disturbance of witnesses and that he does not continue with the criminal practice, there is a need to put some
measures of coercion.
Key-words: Unconstitutionality. Pretrial. detention. Social justice.
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AUTOR: EDMANE DE GRACIOSA RAIMUNDO ADRIANO, DIREITO - 2021
Introdução
O presente artigo inspirou-se na realidade moçambicana, no seu quadro
jurídico-penal, tomando por base o novo código de processo penal em vigor, que não
estabelece os prazos de duração máxima da prisão preventiva, nas situações em que não tenha
havido condenação em primeira instância, e sem que tenha havido condenação com transito
em julgado. E ainda é possível verificar nos termos do no 2 do artigo 256, que não se verifica a
nível do CPP, e nem no CP, o significado do que sejam os crimes descritos neste número que
igualmente alargam os prazos de duração máxima de prisão preventiva. Diante desta nova
realidade que nos é apresentada sendo que a CRM, no seu no 1 do art. 64 prescreve que os
prazos de duração da prisão preventiva são definidos por lei, e esta lei não fixa estes prazos,
“ como deve ser”, desta forma suscitando as seguintes questões de partida:
Por quanto tempo o arguido fica em prisão preventiva depois do despacho de
pronúncia?
Quanto tempo o arguido em prisão preventiva ira aguardar até ao julgamento?
São estas questões que no âmbito da nossa pesquisa merecerão a nossa especial
atenção com vista a procurar possíveis soluções para o efeito.
O presente artigo tem como objectivo geral: analisar a inconstitucionalidade
decorrente do novo Código de Processo Penal no âmbito dos prazos de duração da prisão
preventiva: um olhar para o artigo 256 do Código de Processo Penal face ao princípio da
justiça social.
E, tem como objectivos específicos, conhecer o conceito de prisão preventiva,
os requisitos para que haja a prisão preventiva, descrever as situações que o nosso legislador
admite a prisão preventiva, trazer os problemas levantados a nível do art. 256 do CPP, discutir
a questão da imprevisibilidade dos conceitos dos crimes altamente organizados e de
criminalidade violenta face as garantias do arguido.
Quanto a metodologia em relação ao método de pesquisa utilizar-se-á o método
documental, cujos fundamentos assentam na discussão do posicionamento do legislador e
modos práticos do aplicador da Lei em relação a matéria em análise.
A legislação e a doutrina permitirão também, tomar conhecimento sobre a
realidade objectiva em matéria de prisão preventiva. Sendo também uma pesquisa de índole
qualitativa, os seus métodos são múltiplos, interactivos humanísticos que se move entre
dedução e indução. Porém, o assento tónico baseou-se no uso do método indutivo, tendo sido
analisados os aspectos particulares sobre a prisão preventiva. Em relação aos instrumentos de
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AUTOR: EDMANE DE GRACIOSA RAIMUNDO ADRIANO, DIREITO - 2021
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AUTOR: EDMANE DE GRACIOSA RAIMUNDO ADRIANO, DIREITO - 2021
decisão final, enquanto finalidade que se pretende alcançar no processo penal pode exigir a
tomada de medidas, gravosas para a esfera jurídica do arguido e eventualmente para terceiros
(quando atinam coisas), para acautelar que tais finalidades, de ordem processual, venham
efectividade a ser atingidas. Tais medidas constituem as medidas de coacção, as quais têm
finalidade processual porque ditados por fins de ordem processual anteriormente referidas.5
Elas têm ocorrido pela necessidade que o Estado e a sociedade vão sentindo,
designadamente, em evitar a repetição de actos ilícitos cometidos pelo agente, bem como
garantir a presença do mesmo durante a tramitação do respectivo processo e que haja a
possibilidade de cumprir a pena que lhe seja aplicada, quando for caso disso.
3.Prisão Preventiva
3. 1 Antecedentes Históricos
Como ponto de partida, pretende-se dar conta, ainda que de modo sucinto,
breve nota da origem e desenvolvimento do instituto de habeas corpus para, depois dedicar
parte substancial ao conceito tal como hoje é entendido e, mais do que isso, positivado na
Constituição e no Código de Processo Penal.6
Apesar de algumas divergências que poderão ser encontradas aqui e ali, no que
tange à origem deste instituto de relevo para a protecção dos direitos do cidadão é notório um
ponto de intercepção no sentido de afirmar que as suas origens remontam ao direito romano,
quer no sistema romano germânico (civil ou continental) quer mesmo no Roman Duch Law,
com forte ascendência no direito anglo-saxónico.7
Argumenta-se por um lado, que o habeas corpus deriva do instituto
romano Interdicto de Libero Homine Exhibendo, que se aproxima muito do habeas corpus de
tal sorte que alguns autores consideram-no como o natural antecedente do writ inglês. Em
sede do direito romano, somente o homem livre, sujeito de direitos e liberdades podia
impugnar a privação da sua liberdade através do aludido instituto, isto é “pleitear a restituição
da sua liberdade”. O interdictum de libero homines exhibendo visava fundamentalmente
restituir o direito de liberdade (ius libertatis) a qualquer homem livre privado arbitrariamente
de tal direito por acção de terceiros ou impedido de usar a faculdade decorrente do ius
5
CUNA, Ribeiro José, Lições de Direito Processual Penal, Escolar Editora, Maputo, Pág. 366.
6
SILVA, Germano Marques da, Curso De Processo Penal, 4ª Edição, Revista e Actualizada, Verbo, Lisboa,
2008. p. 221.
7
SILVA, Germano Marques da, Medidas de Coacção, Lusiada Editora, Porto. 1999. p. 232.
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AUTOR: EDMANE DE GRACIOSA RAIMUNDO ADRIANO, DIREITO - 2021
libertatis. Apresentado o pedido, o Pretor não curava do dolo malo do captor ou detentor mas
tão-somente a condição de liberdade de qualquer homem.8
Pode-se, com segurança concluir e, à semelhança do instituto inglês que a
figura do interdictum de libero homine exhibendo consistia na apresentação do homem livre
retido perante o magistrado de modo a que a sua presença corporal pudesse ser constatada
pelo magistrado e pelo público (exhibere, deixar fora de segredo), o que ensejava a
oportunidade de o detido defender-se publicamente e perante o magistrado. No mesmo
diapasão, alinha Dugard, John quando se posiciona sobre a origem do habeas corpus.
Ainda no que se refere ao pre-constitucionalíssimo português há quem atribui a origem
do habeas corpus às cartas de seguro, vigentes desde a segunda metade do século XIII até
1830. Entende-se por carta de seguro, o decreto em que o juiz competente concede, ao réu
pronunciado para captura, a faculdade de comparecer em juízo, e, sob certas cláusulas,
regressar solto do crime de que é acusado.9
A conclusão que se impõe é a de que o direito à dignidade da pessoa humana,
associado ao da liberdade deve estar sempre presente na determinação da medida de coacção,
maxime da privação da liberdade, observando-se os princípios da necessidade,
proporcionalidade e adequação como também e, sobretudo, na decisão sobre a providência
de habeas corpus. É igualmente referência padrão na interpretação e aplicação de direitos
fundamentais que são de imediata aplicação. 10
Assume-se, desta forma, esta providência como remedium juris para atalhar,
com rapidez e eficácia uma situação de privação da liberdade actual e efectiva, decorrente de
abuso de poder ou de autoridade. Tal acto pode ter por fonte a acção do magistrado (Judicial e
do Ministério Público) de agentes de autoridade (órgãos auxiliares do MP.) como também da
própria lei.
2.3 O Regime jurídico-constitucional da prisão preventiva
A Constituição consagra o habeas corpus como direito fundamental, com a
característica de direito-garantia da liberdade pessoal do cidadão e, por maioria de razão,
estabelece um prazo de 8 (oito) dias para o seu conhecimento, a contar da data da entrada do
pedido no tribunal competente.
8
CUNA, Ribeiro José, Lições de Direito Processual Penal, Escolar Editora, Maputo, 2014, p. 242.
9
SILVA, Germano Marques da, Curso De Processo Penal, 4ª Edição, Revista e Actualizada, Verbo, Lisboa,
2008. p. 324,
10
SILVA, Germano Marques da, Medidas de Coacção, Lusiada Editora, Porto. 1999. 243.
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AUTOR: EDMANE DE GRACIOSA RAIMUNDO ADRIANO, DIREITO - 2021
11
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nº 25/2019, de 26 de Dezembro, Código do Processo Penal in
Boletim da República.
12
REPUBLICA DE MOÇAMBIQUE, Constituição da República, (2018), in Boletim da republica I serie 11 de
Junho.
13
SILVA, Germano Marques da, Medidas de coacção, Lusiada Editora, Porto, Pag. 13.
14
FERREIRA, Manuel Cavaleiro, Ob. Cit. pág. 385
6
AUTOR: EDMANE DE GRACIOSA RAIMUNDO ADRIANO, DIREITO - 2021
15
NOVAIS, Jorge Reis, A Dignidade da Pessoa Humana, Dignidade e Direitos Fundamentais, Vol. I., Edições
Almedina, Coimbra, 2016. p. 239.
16
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nº 25/2019, de 26 de Dezembro, Código do Processo Penal in
Boletim da República.
17
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, 18/2020 de 23 de Dezembro., Código do Processo Penal in Boletim da
República.
18
NOVAIS, Jorge Reis, A Dignidade da Pessoa Humana, Dignidade e Direitos Fundamentais, Vol. I., Edições
Almedina, Coimbra, 2016. p. 243.
19
NOVAIS, Jorge Reis, A Dignidade da Pessoa Humana, Dignidade e Direitos Fundamentais, Vol. I., Edições
Almedina, Coimbra, 2016. p. 456.
7
AUTOR: EDMANE DE GRACIOSA RAIMUNDO ADRIANO, DIREITO - 2021
20
Ibidem
21
Ibidem.
22
CUNA, Ribeiro, Ob. Cit. Pág. 412.
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AUTOR: EDMANE DE GRACIOSA RAIMUNDO ADRIANO, DIREITO - 2021
judicial, resulta daí que a prisão preventiva após a formação da culpa só pode ser imposta por
autoridade judicial, resulta daí que a prisão preventiva após a formação da culpa só pode ser
imposta por autoridade judicial, em atenção ao acórdão n.° 04/CC/2013, de 17 de Setembro,
do Conselho Constitucional, o juiz é única autoridade competente para ordenar a prisão
preventiva fora de flagrante delito em qualquer fase do processo.23
Em termos de haver probabilidade de o arguido vir a ser condenado ou
probabilidade de prova dos factos objecto do processo, a imposição da prisão preventiva
subsequente à culpa formada tem como pressuposto que os respectivos pressupostos materiais
fixados pela lei e razões justificativas foram objecto de uma apreciação ponderada, face a
elementos de prova entretanto recolhidos durante a instrução. Aliás, tal ponderação pressupõe
a pronúncia do arguido, para obviar a situações de levar determinado arguido a julgamento
sem se vislumbrar qualquer possibilidade de sua condenação.24
4.3.2 Termo da prisão preventiva sem culpa formada
O Termo, isto é, o fim da prisão preventiva sem culpa formada verifica-se com
a formação da culpa, deixando em tal situação a prisão preventiva de ser sem culpa formada,
para passar a sê-lo com culpa formada e, consequentemente, o seu regime de duração e termo
ter de ser o aplicável à prisão preventiva após a formação da culpa.25
Enfim, a prisão preventiva sem culpa formada pode conhecer seu termo, com o
decurso dos respectivos prazos legais, de que resulta necessariamente o seu termo, visto
resultar, não puder nenhum arguido continuar preso sem culpa formada além dos prazos
marcados ou fixados na lei, sendo, porém, sujeitos a determinadas obrigações.
5. Apresentação, análise e discussão dos resultados
5.1 O Contexto do Problema de duração máxima dos prazos referentes a
prisão preventiva
O que esta em causa, é que trata-se na verdade de uma alteração de dois
dispositivos que existiam na lei original que é a alínea c) e d) do art. 256 da lei 25/2019 de 26
de Dezembro26, introduzida pela lei 18/2020 de 23 de Dezembro.27
23
CUNA, Ribeiro. Ob. Cit. Pág. 415.
24
NOVAIS, Jorge Reis, A Dignidade da Pessoa Humana, Dignidade e Direitos Fundamentais, Vol. I., Edições
Almedina, Coimbra, 2016.
25
. Ibidem.
26
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nº 25/2019, de 26 de Dezembro, Código do Processo Penal in
Boletim da República.
27
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, 18/2020 de 23 de Dezembro., altera o codigo de processo penal in
Boletim da República.
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AUTOR: EDMANE DE GRACIOSA RAIMUNDO ADRIANO, DIREITO - 2021
O processo penal são várias fazes, deve existir antes auto de noticia o que nos
conduz a primeira fase que é a fase da instrução do processo (art. 307 e seguintes do CPP),
podendo nesta fase o MP, acusar ou arquivar o processo, somente depois dai teremos a fase da
audiência preliminar (art. 332 e seguintes do CCP), podendo aqui também ter um despacho
de pronúncia (é a aceitação dos crimes acusados pelo MP irrecorrível art. 356 do CPP) ou
também despacho de não pronuncia (em que o tribunal pelas evidencias colhidas pelo MP não
as considera procedente, podendo o ofendido na pessoa do seu assistente recorrer). Somente
depois desta fase da audiência preliminar vamos para fase do julgamento.(357 e seguintes do
CPP).
É através do princípio da presunção de inocência que se diz, até que a culpa
seja formada, até que não haja trânsito em julgado da sentença o arguido é inocente.
Sem sombras de dúvida que podemos ter um despacho de pronúncia e um
despacho de não pronuncia, depois teremos o julgamento e depois a sentença condenatória em
1ª instância.
Sobre esta sentença proferida em primeira instância cabe recurso, enquanto
recurso estiver em curso por consequência do principio da presunção de inocência não
podemos considerar que o arguido é culpado, há esta disponibilidade de se recorrer a estas
medidas para que o arguido não fuja ou não perturbe o processo que através e destruição de
provas quer através de perturbação de testemunhas e que ele não continue com a pratica
criminosa, há necessidade de colocar algumas medidas de coacção.
Todavia, é importante compreender que estas medidas devem ser sempre as
mais adequadas e proporcionais, o nosso entendimento é que o CPP, com sua revisão pontual
não fixa o limite da prisão preventiva, e permite que no âmbito das fazes só há uma previsão
dos limites da prisão preventiva até ao despacho de pronúncia. E, depois do despacho de
pronuncia.
Depois despacho de pronúncias não temos prazos a prisão preventiva, que só
ira ocorrer se o arguido depois de condenado em 1ª instância cumprir metade do limite
máximo da pena.
Por exemplo: temos uma sentença, no processo comum tem-se 20 dias para
poder recorrer e se ele recorre, não temos uma sentença em trânsito em julgado, logo não
podemos considerar que é culpado, esta redacção permite que o arguido cumpra até a metade
da pena que for decidida na 1ª instância. Se nos temos um crime de homicídio voluntario
simples, previsto pelo art. 159 do CP, a pena vária dos 16-20 anos, ou homicídio qualificado
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AUTOR: EDMANE DE GRACIOSA RAIMUNDO ADRIANO, DIREITO - 2021
ou agravado as penas variam de 20-24 anos (art. 160)28, O individuo pode cumprir até 10 anos
de prisão, para o homicídio voluntario simples e 12 para o homicídio agravado, estadando em
prisão preventiva o que não é adequado.
Não podemos olhar para a prisão preventiva como uma pré – pena. Enquanto
não temos os prazos acreditamos que os magistrados vão ficar digamos de animo leve,
digamos que não terá aquela pressão para em tempo útil decidir, será que vamos ficar três
anos, dois anos esta redacção prevê as duas primeiras fazes e não outros.
Quanto tempo o arguido em prisão preventiva ira aguardar ate ao julgamento,
nesta nova redacção não temos resposta, eventualmente até a metade da pena, uma vez
acusado e houve audiência preliminar.
No no 2 do artigo 256 esta questão não se percebe, estamos a ver um
alargamento de 4 a 8 meses, não temos no CP, está previsão dos crimes altamente
organizados, e qual é a criminalidade violenta, e que qualidade de ofendidos e arguidos que se
pretende, sendo assim uma questão subjectiva quando começo a cumprir essa medida não sei
se este crime é ou não de criminalidade violenta ou altamente organizado.
Para concluir nota-se que fazendo uma análise dos códigos, nota-se que estes
prazos foram importados e não se coadunando com a nossa realidade, o individuo não pode
ver prejudicado as suas garantias constitucionais, (art. 64 da CRM).
Anterior redacção tinha alíneas c) 14 meses antes da condenação e d) 18 meses
depois de condenado tendo interposto recurso de dentro deste prazo não se ter uma solução a
prisão extingue. A liberdade é regra e a prisão é uma excepção.
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AUTOR: EDMANE DE GRACIOSA RAIMUNDO ADRIANO, DIREITO - 2021
29
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Constituição da República, (2004) in Boletim da República I série nº115
de 12 de Junho.
30
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nº 24/2019, de 24 de Dezembro, Código Penal de Moçambique in
Boletim da República.
31
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nº 35/204, de 24 de 31 de Dezembro, Código Penal de Moçambique
in Boletim da República.
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AUTOR: EDMANE DE GRACIOSA RAIMUNDO ADRIANO, DIREITO - 2021
32
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nº 24/2019, de 24 de Dezembro, Código Penal de
Moçambique in Boletim da República.
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33
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nº 24/2019, de 24 de Dezembro, Código Penal de Moçambique in
Boletim da República.
34
Idem.
35
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nº 24/2019, de 24 de Dezembro, Código Penal de Moçambique in
Boletim da República.
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AUTOR: EDMANE DE GRACIOSA RAIMUNDO ADRIANO, DIREITO - 2021
expressa que devem ser observados “em concreto”) que são comuns a todas medidas de
coacção à excepção ao TIR –, ambas possuem como requisito basilar e indeclinável para os
respectivos decretamentos, a existência de “fortes indícios de prática de crime doloso punível
com pena de prisão superior a 2 anos”. A pedra de toque determinativa da opção pela prisão
preventiva ao invés da prisão domiciliária, será no caso de o juiz considerar inadequada ou
insuficiente a prisão domiciliária. É, laconicamente, só isto que a lei processual diz.
5.3 Quando é que ela é inadequada ou insuficiente?
A lei não tratou de elucidar. Ora, um ponto de destrinça colocado nestes termos
tão perfunctórios, possui todas as condições para se transformar num perigoso foco gerador de
problemas a nível decisório, sob o ponto de vista processual, com repercussões nocivas ao
nível dos direitos, liberdades e garantias dos arguidos, isto para além de colocar o próprio juiz
numa autêntica camisa-de-onze-varas. Sendo que os requisitos gerais para o decretamento de
ambas as medidas são as mesmíssimas (fuga ou perigo de fuga, perigo de continuação da
actividade criminosa e perigo de perturbação da instrução), o requisito especial respaldado na
moldura penal aplicável aos crimes a ela sujeitas é similar (crimes superiores a 2 anos) e, por
fim, a modalidade de culpa envolvida é idêntica (só se aplicam a crimes dolosos), tememos,
honestamente, que o arguido saia profusamente prejudicado pelo simples facto do Tribunal
não possuir os meios técnicos de controlo à distância idóneos a garantir o controlo e
fiscalização do cumprimento, por parte do arguido, das obrigações que lhe são impostas na
prisão domiciliária (n.ºs 1 e 2 do artigo 242).36
Pois, colocadas as coisas como estão no novo CPP, que proíbe a aplicação de
qualquer medida de coacção, à excepção ao TIR, se “em concreto” não verificarem os
requisitos delineados no artigo 245, o juiz está a partir de agora - na verdade, sempre esteve,
mas, agora, está mais do que nunca – obrigado a fundamentar a real existência dos elementos
concretos que determinam a decisão de decretar a prisão preventiva. Não valerão nem
suposições, nem presunções e muito menos desconfianças inspiradas na subjectividade do
juiz. O despacho que determinar a prisão preventiva (ou a sua manutenção), não só deverá
fundamentar, como também deverá provar na verdadeira acepção da palavra que concorrem
situações insuficientes e/ou inadequadas para optar pela prisão domiciliária.
Não nos podemos olvidar que o nosso CP (quer o actual quer o vindouro) é
inspirado pelos postulados do Direito Penal Mínimo (no sentido de se dar primazia às
medidas punitivas mais modestas, antes de se lançar mãos às mais gravosas); e se partirmos
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nº 24/2019, de 24 de Dezembro, Código Penal de Moçambique in
Boletim da República.
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do inafastável princípio que o CPP adjectiva aquele diploma, lógico se torna que a medida de
coacção mais gravosa (prisão preventiva) só poderá ser manuseada se as medidas mais
conservadoras se mostrarem, numa apreciação sempre casuística, irrecomendáveis.
Por outras palavras, fica claro que a prisão domiciliária passa a ter preferência
comparativamente a prisão preventiva, sendo que, concorrendo, entre si, os requisitos para o
decretamento de ambas as medidas coactivas (que, conforme vimos, são mesmíssimos), a
prisão domiciliária traduzir-se-á na regra e a prisão preventiva consistirá na excepção
colocada na “retaguarda das medidas”, que somente será convocada se, fundamentadamente,
ilustrar-se que aquela se mostra insuficiente e inadequada para a realização dos seus fins.
Considerações finais
Depois de feito o presente artigo, sai a conclusão que, O processo penal são
várias fazes, deve existir antes auto de noticia o que nos conduz a primeira fase que é a fase
da instrução do processo, podendo nesta fase o MP, acusar ou arquivar o processo, somente
depois dai teremos a fase da audiência preliminar, podendo aqui também ter um despacho de
pronúncia (é a aceitação dos crimes acusados pelo MP irrecorrível art. 356 do CPP) ou
também despacho de não pronuncia (em que o tribunal pelas evidencias colhidas pelo MP não
as considera procedente, podendo o ofendido na pessoa do seu assistente recorrer). Somente
depois desta fase da audiência preliminar vamos para fase do julgamento. É através do
princípio da presunção de inocência que se diz, até que a culpa seja formada, até que não haja
trânsito em julgado da sentença o arguido é inocente. Sem sombras de dúvida que podemos
ter um despacho de pronúncia e um despacho de não pronuncia, depois teremos o julgamento
e depois a sentença condenatória em 1ª instância. Sobre esta sentença proferida em primeira
instância cabe recurso, enquanto recurso estiver em curso por consequência do principio da
presunção de inocência não podemos considerar que o arguido é culpado, há esta
disponibilidade de se recorrer a estas medidas para que o arguido não fuja ou não perturbe o
processo que através e destruição de provas quer através de perturbação de testemunhas e que
ele não continue com a pratica criminosa, há necessidade de colocar algumas medidas de
coacção.
Todavia, é importante compreender que estas medidas devem ser sempre as
mais adequadas e proporcionais, o nosso entendimento é que o CPP, com sua revisão pontual
não fixa o limite da prisão preventiva, e permite que no âmbito das fazes só há uma previsão
dos limites da prisão preventiva até ao despacho de pronúncia. E, depois do despacho de
pronúncia. O tema em referencia é de capital importância, pois tratando-se de um Estado de
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Direito há necessidade de serem garantidos os Direitos dos arguidos evitando assim que ele
cumpra ate a metade da pena, pois antes que a sentença transite em julgado presume-se que
este é inocente em função do principio da presunção de inocência o que no nosso
entendimento não poderá ser limitado o seu direito de locomoção por tempo indeterminado,
pois a nova redacção trazida nos presente um exemplo muito claro que não são garantidas ao
arguido as suas garantias constitucionais, e o respeito a dignidade da sua pessoa, e que por
sinal este em termos dos seus direitos é um cidadão ou seja é um individuo igual qualquer um
ate que se prove o contrario o que não deveria suceder é que os prazos de duração da prisão
preventiva deveriam ser fixados tal como se encontrava a na anterior redacção em linha de
mestrado o tema estaria ligado ao Direito Penal. Assim sendo tomando por base a exposição
acima referida é inegável relevância de discussão deste tema, pois constitui um retrocesso a
nível da legislação processual penal.
Referências bibliográficas
Doutrina:
CAETANO, Gonçalves, Dicionário da Língua Portuguesa, Atlas editora, SA, 2007.
CUNA, Ribeiro José, Lições de Direito Processual Penal, Escolar Editora, Maputo, 2014;
CUNHA, Celso, Dicionário Integral da Língua Portuguesa, Texto Editores, 2010.
FERREIRA, Manuel Cavaleiro de. Curso de Processo Penal, Lisboa;
SILVA, Germano Marques da, Curso De Processo Penal, 4ª Edição, Revista e Actualizada,
Verbo, Lisboa, 2008;
SILVA, Germano Marques da, Medidas de Coacção, Lusiada Editora, Porto. 1999.
NOVAIS, Jorge Reis, A Dignidade da Pessoa Humana, Dignidade e Direitos
Fundamentais, Vol. I., Edições Almedina, Coimbra, 2016.
Legislação:
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Constituição da República, (2004) in Boletim da
República I série nº115 de 12 de Junho.
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nº 24/2019, de 24 de Dezembro, Código Penal de
Moçambique in Boletim da República.
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nº 25/2019, de 26 de Dezembro, Código do Processo
Penal in Boletim da República.
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, 18/2020 de 23 de Dezembro., altera o codigo de
processo penal in Boletim da República.
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