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DISPEPSIA

DEFINIÇÃO: Conjunto de sintomas localizados na porção superior do abdome secundários a diversas etiologias.
- SINTOMAS: Epigastralgia
Desconforto epigástrico
Saciedade precoce
Plenitude pós-prandial
Náuseas e vômitos
Pirose (alguns autores não consideram pirose como sintoma dispéptico/ DRGE)

EPIDEMIOLOGIA: 25 a 30% da população mundial apresenta sintomas dispépticos


CGeral -> 7% dos atendimentos
Gastro -> 50% dos atendimentos

Grande impacto na qualidade de vida


Impacto econômico -> altas taxas de absenteísmo

ETIOLOGIA

 50%  DISPEPSIA FUNCIONAL: Quando não encontra se nada bioquímico, laboratorial, imagem, que justifiquem
aqueles sintomas.

ROMA IV

DIVIDIDA EM: DISPEPSIA FUNCIONAL TIPO DESCONFORTO PÓS-PRANDIAL  Ter um ou dois dos seguintes sintomas:
plenitude pós-prandial; saciedade precoce
TIPO DOR EPIGÁSTRICA  Ter um ou dois dos seguintes sintomas: Dor epigástrica; queimação epigástrica

 50%  Dispepsia secundária a causas orgânicas


FISIOPATOLOGIA – DISPEPSIA FUNCIONAL

ALTERAÇÕES NA MOTILIDADE INTESTINAL: Retardo no esvaziamento gástrico em 20-50% dos casos

HIPERSENSIBILIDADE VISCERAL: Redução do limiar de percepção de estímulos viscerais, Maior recrutamento ou excitabilidade
de neurônios; Disfunção das vias neurais antinociceptivas.

FATORES GENÉTICOS: Maior rico naqueles com história familiar de dispepsia

FATORES PSICOSSOCIAIS: Associação com transtornos de ansiedade e depressivos; abusos físicos e verbais; traumas.

INFECÇÃO/INFLAMAÇÃO: Maior incidência em pacientes com história de gastroenterites infecciosas agudas

HELICOBACTER PYLORI  A erradicação do H. pylori alivia os sintomas dispépticos em alguns pacientes e resulta em um ganho
terapêutico de 4%-14%
Nova classificação: Dispepsia associada ao H. pylori (e não mais dispepsia funcional)
Critério diagnóstico: Melhora das queixas dispépticas 6 a 12 meses após o tratamento.

DIAGNÓSTICO

 Anamnese e exame físico (Sintomas)


 Medicamentos  AINEs e antibióticos
 Sinais e sintomas de ansiedade e depressão
 Diário alimentar  Leite e derivados, café, alimentos muito condimentados, frutas cítricas, álcool e alimentos ricos em
gordura

SINAIS DE ALARME

Exames complementares (sem fortes evidências quanto à custo efetividade)


hemograma, TSH e T4 livre/ cálcio e PTH/ glicemia de jejum e Hb glicada, amilase e lipase, anti-transglutaminase IgA
Parasitológico de fezes ou tratamento empírico para parasitose
Ultrassonografia de abdome superior  avaliação de colelitíase
ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA  SINAIS DE ALARME E TODOS ≥ 60 ANOS/ (No Brasil ≥40 anos).
ESTRATÉGIA TEST-AND-TREAT H. PYLORI (Teste respiratório ou antígeno fecal)  Para aqueles com dispepsia e sem indicação
de endoscopia (<40 anos e sem sinais de alarme)

TRATAMENTO – DISPEPSIA FUNCIONAL

 DIETA  Evitar alimentos gordurosos; Fracionar refeições (mais frequentes e menores); Alimentos específicos que
desencadeiam os sintomas devem ser evitados
 ERRADICAÇÃO DO H. PYLORI – nnt 8-14; 60-80% dos pacientes permanecem com dispepsia após o tratamento. Ainda
assim, é custo-efetivo pesquisar e tratar!
 TERAPIA DE SUPRESSÃO ÁCIDA – IBPs
 PROCINÉTICOS: Metoclopramida, Domperidona e bromoprida -> A ideia que procinéticos teriam uma melhor ação na
dispepsia tipo desconforto pós-prandial não foi comprovada
Indicação  não respondedores aos IBPs
 ANTIDEPRESSIVOS: Tricíclicos  amitriptilina e Imipramina
Mirtazapina
Indicação  não respondedores aos IBPs
 Psicoterapia  não respondedores aos tratamentos medicamentosos

DOIS ESQUEMAS

MENSAGENS FINAIS
 Alta prevalência e impacto em qualidade de vida/economia
 50%  dispepsia funcional
 50%  dispepsia por causas orgânicas (mais frequentes: doença ulcerosa péptica e DRGE)
 Está indicada a erradicação do H. pylori
 Nova classificação  dispepsia associada ao H. pylori
 Endoscopia para aqueles pacientes com sinais de alarme
 Estratégia test and treat h pylori nos casos em que a endoscopia não está indicada
 Tratamento  grande desafio
 IBPs  antidepressivos  procinéticos  psicoterapia

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