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DIREITO CIVIL

– Contratos: parte geral –


4º Semestres 2021.2 (remoto)
Prof.ª Mariana Stabile Mendes (marianastabile.adv@gmail.com)
(Todos os direitos autorais reservados à autora nos termos da Lei 9.610/1998)

ROTEIRO DE AULA 01

BIBLIOGRAFIA DA PROFESSORA:
___ GONÇALVES, Carlos Roberto. CONTRATOS E ATOS UNILATERAIS. Vol. 03. São Paulo: Saraiva.
___ MARIA HELENA DINIZ. DIREITO CIVIL. vol. 07. Ed. Saraiva.
___ FIGUEIREDO, Luciano e Roberto. DIREITO CIVIL CONTRATOS. vol. 13. Ed. JusPODIVM.
___ FARIAS, Cristino Chaves de e OUTROS. MANUAL DE DIREITO CIVIL. Volume único. 2ª edição.
JusPODIVM..

EMENTA (art. 421/480, CC)


1 – Introdução: Evolução Histórica.
2 – Elementos Constitutivos.
3 – Princípios: Dignidade da Pessoa Humana, Autonomia da Vontade, Força Obrigatória, Relatividade
Subjetiva dos Efeitos, Função Social e Boa-Fé Objetiva.
4 – Classificação dos Contratos.
5 – Formação dos Contratos: Fase de Puntuação, Proposta, Aceitação.
6 – Momento da Conclusão do Contrato.
7 – Lugar da Formação dos Contratos.
8 – Estipulações Contratuais em relação a terceiros: I – Estipulação em Favor de Terceiro, II – Promessa
de Fato de Terceiro e III – Contrato com Pessoa a Declarar.
9 – Cláusula Penal.
10 – Arras ou Sinal.
11 – Vício Redibitório.
12 – Evicção.
13 – Extinção dos Contratos: Causa Natural (Cumprimento e Fator de Eficácia) e Causas Anormais
(Invalidade, Direito de Arrependimento, Redibição, Resilição, Resolução, Rescisão, Morte do Contratante
e Fortuito ou Força Maior.)
14 – Exceção de Contrato não Cumprido.
15 – Resolução por Onerosidade Excessiva.

RECADOS IMPORTANTES:
Ferramentas utilizadas:

Para aulas gravadas: ZOOM


Para materiais e Google Classroom (https://classroom.google.com/)
atividades:
Recados p/ profª Utilize o líder da turma!
4º A/B Noturno w4uedav
4º C Matutino a66aclf
 Usaremos a plataforma Zoom. As aulas possuem 40’ reiniciando por mais 40’
Desligue o microfone para assistir as aulas. Quando tiver dúvidas, por favor, escreva
no chat e se necessário eu permito a abertura do microfone.
 Observem que:
a. o que vc escuta não é o que eu devo escutar – CONCENTRE-SE.
b. Aproveite o seu tempo aqui, essa fase (virtual e remota), tudo é temporário..
c. NÃO TIRE FOTOS MINHAS DANDO AULA, nem grave a minha aula por meio
de outro dispositivo ou do seu computador, meu trabalho é sério e o seu
tempo nessa aula é curta e, se vc não entender isso amigavelmente, então
respeite o meu DIRETO DE IMAGEM (lei n. 9610/98 – Lei de Direitos Autorais);
d. A gravação de aulas sem autorização também viola o art. 46, IV, da Lei nº
9.610/98, que trata dos direitos autorais. Tanto as aulas, quanto o material de
apoio produzido pelo(a) docente, como slides e apostilas, não podem ser
divulgados ou reproduzidos sem prévia autorização. O(a) estudante ou qualquer
pessoa que ignorar essa regra estará sujeito à indenização que pode ser exigida
pelo(a) autor(a) em ação judicial própria.

 Meu número de celular/whats é meu número particular e de trabalho – NÃO


GASTE A MINHA PACIÊNCIA COM PERGUNTINHAS QUE POSSAM SER
RESOLVIDAS NOS NOSSOS ENCONTROS, NEM MENSAGENS APÓS O NOSSO
HORÁRIO, TARDE DA NOITE OU AINDA NOS FINAIS DE SEMANA (eu respondo, no
meu tempo).
 Se for assunto de aula, concentre a pergunta no representante de sala, ele pode
me encaminhar as dúvidas e eu auxilio todos de modo geral com isso.
 Se vc estiver procurando o meu serviço como advogada, posso te atender, mas
apresente-se antes e me esclareça sobre o que se trata, vou te orientar e marcar um
horário pra vc; EU NÃO FAÇO ATENDIMENTO ONLINE OU PELO WHATS, MINHA
CONSULTA É PAGA!
 Disponibilizarei roteiros de aula para que voces acompanhem o conteúdo enquanto
eu compartilho da tela nas aulas. LER A DOUTRINA É FUNDAMENTAL (alguns PDF já
estão na sala do google classe).
 Se vc é plantonista/policial/enfermeira/trabalha a noite/manhã ou ainda teve algum
problema de familia e afins, fale comigo para não reprovar depois! Com saúde e diálogo,
vamos ajeitar tudo!!!
 ENFIM, BEM VINDOS AO 4º SEMESTRE!!!
DIREITO CIVIL – CONTRATOS: Parte Geral

Conceito: contrato é fonte de obrigação. Fonte é o fato que dá origem à obrigação de


acordo com as regras do direito.

São fatos geradores de obrigação:


a. Os contratos;
b. As declarações unilaterais de vontade; (sucessão);
c. Os atos ilícitos. (responsabilidade civil);
É a LEI que disciplina os efeitos dos contratos, que obriga o declarante a pagar a
recompensa prometida e que impõe ao autor do ato ilícito o dever de ressarcir o prejuízo causado.
Algumas obrigações resultam diretamente da lei, p. ex.: - obrigação de pagar alimentos
art. 1694, CC; - a obrigação do empregador de indenizar os danos causados por seus
empregados – art. 932, III do CC.

CONTRATO é o acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir
direitos (negocio juridico bilateral).

 Função social do contrato:


Contrato = convenção = pacto, são sinônimos para a mesma situação juridica.
Os contratos em geral são celebrados com a pessoa juridica, porque a economia de
massa vive os chamados contratos impessoais ou padronizados (luz, água, TV por assinatura =
contratos de adesão).
O contrato está presente não só no Direito das Obrigações, como também no Dto
Empresarial, no Direito das Coisas (transccrição, usufruto, servidão), no Direito de Familia
(casamento) e no Direito de Sucessões (partilha em vida).
Sua função social alcança a questão de ser veículo de circulação da riqueza, centro
da vida dos negócios e propulsor da expansão capitalista. Dessa forma a liberdade de contratar só
pode ser exercida em consonância com os fins sociais do contrato, aplicando os valores
primordiais da boa-dé e da probidade, visto que tem por escopo promover uma justiça
comutativa, aplainando as desigualdades substanciais entre os contraentes.
Assim, o art. 421, CC subordina a liberdade de contratrual à sua função social, com
prevalencia do principios condizentes com a ordem pública.
No CDC estão expostos os principais principios da relação contratual, que servem
também para relação que não sejam de consumo, reafirmados pela Súmula 297/STJ.
- art. 51, IV = principio geral da boa-fé;
- art. 51, VIII = principio da obrigatoriedade da proposta;
- art. 51, X, XI e XIII = princípio da intangibilidade das convenções
CONDIÇÕES/REQUISITOS DE VALIDADE DO CONTRATO
A. Subjetivos/Ordem geral (comum a atos e negocios juridicos) – 104, CC
 Capacidade do agente –
O contrato será nulo (art.166, I, CC)/anulável (art. 171, I CC), se incapacidade absoluta
ou relativa não for suprida pela representação ou pela assistencia.
 Objeto lícito: não pode atender à lei, à moral ou aos bons costumes. Quando é
imoral os tribunais aplicam o principio de direito segundo o qual ninguém pode valer-se
da propria torpeza (art. 150, CC = dolo) e art. 883, CC = pagamento feito para obter fim
ilicito (jogos). Possível, determinado/determinável – a impossibilidade da prestação
pode ser fisica ou juridica, p. ex.: colocar a água dos oceanos em um copo d’água/
comprar um pedaço do céu. A juridica atinge os negocios com determinado em, como por
exemplo, nao pode negociar herança de pessoa viva (art. 426, CC). Tem que ter também
valor economico, por exemplo, 01 grão de arroz não interessa ao mundo juridico.
 Forma prescrita ou não defesa em lei – em regra, essa forma é livre, podendo as
partes celebrar o contrato por escrito, público ou particular e até mesmo verbalmente,
salvo nos casos em que a lei exija a forma escrita (ar. 107, CC).

B. Ordem especial/ objetivo = o consentimento recíproco ou acordo de vontades, ou


seja, deve ser livre e espontaneo sob pena de ter a sua validade afetada pelos vicios ou defeitos
do negócio juridico (erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude). A manifestação de
vontade ainda pode ser tácita (pela conduta do agente, p. ex.: nas doações puras, em que o
agente nao manifesta a aceitação mas usa o objeto doado), o sislencio pode ser interpretado
como manifestação tácita; expressa ou por escrito (p. ex: sublocação no contrato de locação,
art. 13, da LI – 8245/91). Por ser um acordo de vontade não existe o contrato consigo mesmo ou o
autocontrato , mas pode existir, por exemplo o mandato em causa própria ( 685, CC – pode ser
advogado ou mandatário q ue aliena bens para terceiros ou para si mesmo).
____
PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL

A. Principio da Autonomia da Vontade – o mesmo que ampla liberdade de contratar,


ou seja, pode celebrar contratos sem interferência do Estado, sendo estes nominados (CeV,
Doação, Locação, etc.) ou inominados. Lembrando que a avença faz lei entre as partes (pacta
sunt servanda), assegurando a qualquer delas o direito de exigir o seu cumprimento.

B. Principio da Supremacia da Ordem Pública – é o limitador do principio acima,


quando dá prevalência ao interesse público, para que ele limite algumas situações, p. ex.: lei
do inquilinato (possibilidade de desapropriação), lei da usura, lei da economica popular, CDC
e outras. A intervenção do Estado é extremamente intença, por ex. Nos contratos com TV a cabo,
consórcios, seguros, sistema financeiro etc., nominando a doutrina contemporânea como
dirigismo contratual.
C. Principio do Consensualismo – decorre da moderna concepção de que o
contrato resulta do consenso, do acordo de vontades, independentemente da entrega da
coisa. P. ex.: a C&V quando pura, torna-se perfeita e obrigatória, desde que as partes acordem
no objeto e no preço (482, CC). O contrato estará perfeito e acabado desde o momento em
que o comprador aceitar o preço oferecido pela coisa, independentemente da entrega. Os
contratos em geral são consensuais, outros (em menor quantidade) são contratos reais, porque
somente se aperfeiçoam com a entrega do objeto, p. ex.: o contrato de depósito.

D. Principio da Relatividade dos Contratos – os efeitos do contrato só se produzem


em relação às partes, àqueles que manifestaram a sua vontade, não afetando terceiros. Não
sendo a obrigação personalíssima, só se opera entre as partes e seus sucessores, só a
obrigação personalíssima não vincula aos sucessores, EXCEÇÃO: arts. 436/438 – 1.
Estipulações em favor de Terceiros, p. ex.: nos seguros de vida, seguro de automóvel, nas 2.
separações judiciais consensuais (que colocam os filhos) e 3. nas Convenções Coletivas de
Trabalho – qdo o sindicato beneficia toda uma categoria = ação coletiva.

E. Principio da Obrigatoriedade dos Contratos – é o mesmo que a força


vinculante das convenções. Sendo o contrato válido e eficaz, as partes devem cumpri-lo.
Fundamenta-se: necessidade de segurança nos negócios (função social do contrato) e
imutabilidade/intangibilidade do contrato (ou seja, o acordo de vontades faz lei entre as partes
= pact sunt servanda), não podendo ser alterado, nem pelo juiz, devendo qualquer alteração ser
bilateral, e nessa hipótese o seu descumprimento dá ensejo à perdas e danos pela parte lesada
(só sendo desobrigado por caso fortuíto ou força maior)

F. Principio da revisão dos contratos (ou da onerosidade excessiva) – opõe-se ao


da obrigatoriedade Aqui é a possibilidade dos contratantes recorrerem ao judiciário para alterar
convenções e as condições contratuais. É a Teoria da Imprevisão (Rebus sic Stantibus), ou seja,
uma situação, onerosamente excessiva, diversa da que existia no momento da celebração pode
ensejar a revisional do contrato. Consiste, basicamente em presumir, nos contratos comutativos
(aqueles em que as prestações são certas e determinadas), de trato sucessivo (quando a
obrigação se renova em prestações singulares) e de execução diferida (cumpridos através de atos
reiterados, p. ex.: locação, paga todo mês), a existência implícita (não expressa) de uma cláusula,
pela qual a obrigatoriedade de seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade da situação de fato,
ou seja, modifica-se em razão de acontecimentos extraordinários (p.ex.: uma guerra), poderá
requerer ao juiz que o isente total ou parcialmente daquela obrigação contratual. O fato tem que
ser extraordinário e imprevisível (por isso os tribunais nao aceitam a fundamentação da inflação
como causa revisional dos contratos). O CC protege essa possibilidade de modificação contratual
a partir do art. 478. Requisitos: A. Vigência de um contrato comutativo de execução diferida ou de
trato sucessivo; B. Ocorrencia de fato extraordinário e imprevisível e C. Onerosidade excessiva
para um dos contratantes D. Considerávvel alteração da situação de fato existente no momento
da execução, em confronto com a que existia por ocasião da celebração.
G. Principio da Boa fé e da probidade (422, CC) - é aquele que exige que as
partes se comportem de forma correta não só durante as tratativas mas também a formação e no
cumprimento do contrato. A boa-fé é presumida, a má-fé é que tem que ser provada nos autos
por aquele que a alega. Agir com probidade quer dizer que o contratante deve agir com
honestidade, retidão e lealdade ás cláusulas pré fixadas. 1 - Boa fé subjetiva (é a concepção
psicologica, é o conhecimento ou a ignorancia da pessoa realtivamente a certos fatos, protege
aquele que age pensando estar em conformidade com o direito. Só esteve presente no CC de
1916); 2 – Boa fé objetiva (é a concepção ética da boa-fé, e a que está realmente presente no
CC de 2002, isto é, como principio geral do direito, todos devem comportar-se de boa fé nas suas
relações reciprocas = regra de conduta). A boa fé é norma de conduta + norma de
comportamento. Ex.: art. 113 e 187, CC; o inadimplemento do contratante a alguma condição
contratual fere a boa fé objetiva.

Função limitadora:
a. Proibição de “venire contra factum proprium” – é a vedação ao
comportamento contraditório. Significa a proteção daquele que pretende assumir uma posição
jurídica em contradição com o comportamento assumido anteriormente, depois de criar uma certa
expectativa em determinado comportamento futuro, ou seja, a quebra aos princípios da lealdade e
da confiança. É a conduta incoerente com os seus próprios atos anteriormente fixados no
contrato. P. ex.: o vendedor de um estabelecimento comercial que auxilia o novo comprador,
utilizando a sua inscrição para isso e depois alega que o comprador a utilizou indevidamente.

SÃO CORRELATOS AO CONCEITO DE BOA-FÉ:


1. Supressio = é um direito não exercido durante determinado lapso de tempo
não poderá mais sê-lo, por contrariar a boa-fé. Por ex.: cheque – só
executa/cobra até 05 anos da sua emissão.
2. Surrectio = é a outra forma da surpressio, acarreta o nascimento em
decorrência do nascimento da prática de certos atos, p. ex.: o recebimento
irregular de lucros de uma sociedade em desacordo com o estatuto.
3. Tu quoque = proíbe que uma pessoa faça contra a outra o que não faria contra
a si mesmo, consistindo em aplicação do mesmo principio inspirador do
contrato não cumprido: p. ex.: o condômino que viola a regra do condomínio e
deposita moveis na área comum do prédio, ou seja, quem não cumpriu o
contrato ou a lei não pode exigir o cumprimento de um ou outro.

Novidades no CPC/2015:
O CPC/2015 trouxe a legalidade dos negócios jurídicos atípicos, nos quais as
partes devem ser plenamente capazes e a causa deve versar sobre direito que admita auto
composição. O negócio poderá estipular mudanças no procedimento, para ajustá-lo as
especificações da causa, criando uma cláusula geral de negociação processual. Isso não é a
discussão sobre o direito em litigio (p.ex.: se tem direito ou não aos alimentos), mas sim sobre o
procedimento (se é rito especial ou ordinário) ou sobre as posições processuais (p. ex.: se é réu
ou terceiro interessado). Esse negócio jurídico processual pode ser feito pré processual, mediante
contrato, garantindo-se a sua imparcialidade, permitindo-se uma espécie de solução intermediária,
regulando o procedimento futuro em eventual processo judicial.

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