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DIREITO PROCESSUAL CIVIL: Instrumentalidade

Professor Allan Francisco

allanfarias.jus@hotmail.com

ROTEIRO DE AULA

Ação: poder de invocar o estado/juiz, pleiteando a solução do conflito


de interesse.

Jurisdição: resposta do direito de ação. Atividade do estado/juiz que


visa solucionar os conflitos de interesse.

Processo: instrumento da ação/jurisdição, o veículo através do qual


estes podem ser exercidos.

Procedimento: conjunto de atos processuais que correm dentro do


processo para que este possa atingir o seu fim.

1. CONCEITO
O direito processual civil é o ramo do direito publico que consiste no
conjunto sistemático de normas e princípios que regulam a atividade
da jurisdição, o exercício do direito de ação e o processo, em face de
uma pretensão civil, entendida esta como toda aquela decisão que
esteja fora da atuação da jurisdição penal, penal-militar, do trabalho
e eleitoral.

1.1 Breve Histórico

Primeiro CPC – 1934


Segundo CPC – 1973
Terceiro CPC – 2015 (articulado a partir de 10’, colocado em
vigência em 16)

Parte tem direito ao contraditório prévio (vedado decisão surpresa)


REGRA GERAL

Contagem dos prazos: dias uteis. Suspensão dos prazos: 20 de


dezembro a 20 de janeiro.
Possibilidade de solução de conflitos por outros meios (arbitragem,
conciliação) e a possibilidade de as partes fixarem calendário
processual.

2. PRINCÍPIOS

Juiz Natural (art. 5, LIII, CF): onde será julgado por um juiz
competente;
- A parte não poderá escolher qual juiz irá julgar seu processo,
o mesmo ocorre com o juiz, que não poderá escolher se irá julgar ou
não ou qual caso irá julgar.
- Tribunais de exceção: não se pode criar um tribunal
especifico para julgar determinado caso, assim o processo deverá ser
julgado por um juiz competente em um tribunal pré-existente;

Princípio do contraditório e ampla defesa (art. 5, LV, CF): a


parte tem o direito de questionar ou contradizer, e de se defender;

Princípio da imparcialidade: dever de juiz ser imparcial. O juiz


deve agir de maneira indiferente em relação ao litigio, caso contrário,
ele está impedido ou suspeito, não podendo atuar no processo.
- Hipóteses de impedimento (art. 144, cpc) NA CARA;
- Hipótese de suspeição (art. 145, cpc) CAUSA
PROBLEMA?

- Reconhecer de oficio: sem participação da parte, o juiz alega


voluntariamente.

Principio do duplo grau de jurisdição: processo caminha em dois


graus (onde há a analise do processo em dois lugares diferentes). Este
principio concede a possibilidade de revisão ampla das decisões judiciais,
garantindo um novo julgamento pelos órgãos superiores.

Princípio da Publicidade: em regra, todos os atos judiciais


necessitam ser públicos, com objetivo de tornar pública para a sociedade
exceto aqueles que tramitam em segredo de justiça. Art. 11, CPC, Art. 83,
IX, CF.
Processos em segredo de justiça: art. 189, CPC.
Princípio da motivação: Art. 93, IX, CF. Art. 11, CPC. Art. 489, II,
CPC. Juiz, ao proferir decisão, deve fundamentar com base na lei, numa
resolução, num decreto, jurisprudência, na doutrina, nos princípios.
Sustenta que a decisão judicial deve ser fundamentada, justificada e
explicada.
Principio da efetividade do processo: defende que o processo deve
ser realmente efetivo, produzindo efeitos concretos às partes. As partes
devem cumprir os efeitos.

Princípio da razoável duração do processo: art. 5, LXXVIII, CF


processo não deve se prolongar muito. Defende que o processo deve ter
seu andamento em um prazo razoável. Não existe prazo para acabar. Art.
226, CPC, prazos para o juiz.

3. PARTES E PROCURADORES
Chiovenda: Sujeito que pede ou contra a quem se pede tutela
jurisdicional, possuindo, portanto, uma tese restritiva, ou seja,
somente autor e réu. Partes na demanda autor e réu.

Liebman: defende que parte é todo sujeito que participa da relação


jurídica processual, em contraditório, defendendo o interesse próprio
ou alheio; sendo, portanto, uma tese ampliativa, sendo “parte”: autor,
réu e terceiro interessado. Partes no processo ministério público
defendendo interesse do menor.

Como se adquire a qualidade de parte?


Autor: adquire com a protocolização da ação e o despacho do juiz.
Réu: com a citação (comunicação do juízo para o réu).
Terceiro interessado: voluntariamente ou com a citação.

3.1 Capacidade Processual (Art. 70 à Art. 76 CPC)

 Capacidade de ser parte: todos possuem capacidade de ser parte. A


capacidade para ser parte é aquela atribuída ao sujeito que pode
tornar-se titular de situação jurídica integrada em uma relação de
direito processual.
 Capacidade de estar em Juízo: nem todos possuem essa capacidade.
Aptidão para praticar os atos processuais.

 Capacidade Postulatória: capacidade de postular (advogado, MP)

 Representação processual: art. 75, CPC.

Revelia: efeitos -> presunção de veracidade dos fatos – quando tudo o que
foi alegado pelo autor é considerado verdade.

Se réu não regulariza a situação dentro do processo, ocorre a revelia.

Para o autor: se irregular, juiz extingue o processo;

Para o réu: se irregular, juiz aplicará as penas da revelia;

Para o terceiro interessado: se irregular, será excluído do processo ou será


aplicada as penas da revelia, dependendo do polo em que se encontre.

3.2 Deveres das partes (Art. 77 e 78 CPC)

Todos participes tem de dizer a verdade (I);

Não possuindo direito, não dar início à ação (II);

Não construir provas e atos desnecessários em razão da defesa ou


declaração (III);

Aceitar decisão jurisdicional, não arrumando modos de atrapalhar a


efetivação (IV);

Sempre fornecer dados pessoais corretos e atualizados (endereço) (V);

Não inventar informações/fatos novos e inverídicos (IV).

3.3 Da Responsabilidade das Partes por Dano Processual (Art. 79 ao


Art. 81 CPC)

Litigância de má-fé (art. 80, CPC)  ocasionar um conflito de má


fé;
Pedir algo em juízo sabendo a não verdade ou se defender de algo,
tendo a ciência de ser contra o que está expresso em lei (I);

Não alterar verdade dos fatos (II);

Não usar do processo para conseguir algo ilegal (III);

Quando a parte não entrega algo pedido pelo juiz, impedindo


andamento processual. Quando não apresentado, juiz acorda o
oferecido pela outra parte (IV);

Não agir de modo grosseiro dentro do processo, ocultando parte de


documentos ou provas (V);

Agir antes do cumprimento de prazos pagantes (empresas devedoras


- sócios) (VI);

3.4 Das despesas e multas (Art. 82 ao Art. 97 CPC)

3.5 Ato Atentado à dignidade de Justiça (IV e VI, p.1)

Justiça se sente ofendida pela conduta da parte. Multa de até 20% sobre
o valor (somatória R$ dos pedidos) da causa (pode ser aplicada ao
advogado caso o cliente tenha agido instruído pelo advogado).

Se valor da causa for inestimável, o juiz pode aplicar a multa com base
no valor do salário mínimo (até 10x do s. m.).

De oficio, juiz risca a parte a qual ofendeu a parte (78, p.2).

4. LITISCONSÓRCIO (Art. 113 ao Art. 118 CPC) (pluralidade de


agentes)

É a pluralidade de sujeitos em um, ou em ambos os polos, na relação


jurídica processual, que se reúnem para litigar em conjunto.

Quanto aos polos:

 Litisconsórcio Ativo: pluralidade de autores;


 Litisconsórcio Passivo: pluralidade de réus;
 Litisconsórcio Misto: pluralidade de ambos os polos.

Quanto ao momento:
 Litisconsórcio Inicial: formado no início da protocolação da ação,
existindo no momento em que a petição inicial é apresentada em
juízo;
 Litisconsórcio Ulterior: protocolado após a propositura da ação.
Quando há a necessidade de incluir mais uma pessoa dentro do
processo, durante o tramite deste.

Quanto à obrigatoriedade:

 Litisconsórcio Necessário: quando a lei obriga a ter mais de um em


determinado polo. Ou quando a natureza da relação jurídica exigir.
 Litisconsórcio Facultativo: quando a parte possui a conveniência de
incluir outros na demanda

Quanto à decisão:

 Unitário: decisão única/igual para todos os litisconsortes. Juiz decide


o mérito de modo uniforme para os envolvidos;
 Simples: quando a decisão for diferente para os litisconsortes.

5. ATOS PROCESSUAIS

5.1 Dos atos das partes (art. 200 a 202 CPC)

5.2 Dos Pronunciamentos do Juiz (art. 203 à 205CPC)

- Despacho

- Decisão Interlocutória

- Sentença

5.3 Dos Atos dos Escrivão (art. 206 a 211, CPC)

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