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Lição 4, Elias e os Profetas de Aserá e Baal

Lições Bíblicas - 3º Trimestre de 2021 - CPAD - Para adultos


Tema: O Plano de DEUS para Israel em meio à Infidelidade da Nação, As Correções e
os Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel
Comentário: Pr. Claiton Pommerening
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Pr. Henrique

Lição 4, Elias e os Profetas de Aserá e Baal


http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv1trim2013.htm (VÍDEOS
SOBRE ESTE MESMO ASSUNTO EM 2013)

TEXTO ÁUREO
“Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó,
e ainda lambeu a água que estava no rego.” (1 Rs 18.38)

VERDADE PRÁTICA
O Senhor sustenta com sua forte mão todos os que estão dispostos a proclamar a
verdade de que Ele é o único DEUS digno de adoração.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Sl 37.18,19 DEUS cuida de seus filhos e não os deixa desamparados
Terça - Sl 7.9 DEUS conhece a sinceridade do coração dos seus filhos
Quarta - Is 42.8 O único digno de glória e honra é o Senhor DEUS
Quinta - Êx 20.3,4 O Senhor impõe como mandamento não ter outros deuses além dEle
Sexta - Sl 145.14-18 DEUS é aquEle que sustenta seus filhos, mesmo em tempo de
dificuldades
Sábado - 1 Co 8.6 Quem serve a DEUS de coração compreende que há um só DEUS e
que tudo pertence a Ele

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Reis 18.22-24,26,29,30,38,39; 19.8-14


1 Reis 18
22 - Então, disse Elias ao povo: Só eu fiquei por profeta do Senhor, e os profetas de
Baal são quatrocentos e cinquenta homens. 23 - Deem-se-nos, pois, dois bezerros, e eles
escolham para si um dos bezerros, e o dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha,
porém não lhe metam fogo, e eu prepararei o outro bezerro, e o porei sobre a lenha, e
não lhe meterei fogo. 24 - Então, invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome
do Senhor; e há de ser que o deus que responder por fogo esse será DEUS. E todo o
povo respondeu e disse: É boa esta palavra.
26 - E tomaram o bezerro que lhes dera e o prepararam; e invocaram o nome de Baal,
desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém nem havia
voz, nem quem respondesse; e saltavam sobre o altar que se tinha feito.
29 - E sucedeu que, passado o meio-dia, profetizaram eles, até que a oferta de manjares
se oferecesse; porém não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma.
30 - Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele;
e reparou o altar do SENHOR, que estava quebrado.
38- Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o
pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.
39 - O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse: Só o SENHOR é
DEUS! Só o SENHOR é DEUS!
1 Reis 19
8 - Levantou-se, pois, e comeu, e bebeu, e, com a força daquela comida, caminhou
quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de DEUS. 9 - E ali entrou numa
caverna e passou ali a noite; e eis que a palavra do SENHOR veio a ele e lhe disse: Que
fazes aqui, Elias? 10 - E ele disse: Tenho sido muito zeloso pelo SENHOR, DEUS dos
Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram o teu concerto, derribaram os teus altares
e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e buscam a minha vida para ma
tirarem. 11 - E ele lhe disse: Sai para fora e põe-te neste monte perante a face do
SENHOR. E eis que passava o SENHOR, como também um grande e forte vento, que
fendia os montes e quebrava as penhas diante da face do SENHOR; porém o SENHOR
não estava no vento; e, depois do vento, um terremoto; também o SENHOR não estava
no terremoto; 12 - e, depois do terremoto, um fogo; porém também o SENHOR não
estava no fogo; e, depois do fogo, uma voz mansa e delicada. 13 - E sucedeu que,
ouvindo-a Elias, envolveu o seu rosto na sua capa, e saiu para fora, e pôs-se à entrada da
caverna; e eis que veio a ele uma voz, que dizia: Que fazes aqui, Elias? 14 - E ele disse:
Eu tenho sido em extremo zeloso pelo SENHOR, DEUS dos Exércitos, porque os filhos
de Israel deixaram o teu concerto, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas
à espada; e eu fiquei só, e buscam a minha vida para ma tirarem.

Comentários BEP - CPAD

1 Reis 18.21 SE O SENHOR É DEUS, SEGUI-O. Elias desafiou o povo a fazer uma
escolha definitiva entre seguir a DEUS ou a Baal (cf. Ez 20.31,39). Os israelitas
achavam que podiam adorar o DEUS verdadeiro e também Baal. O pecado deles era o
de terem o coração dividido (cf. Dt 6.4,5), querendo servir a dois senhores. O próprio
CRISTO advertiu contra essa atitude fatal (Mt 6.24; cf. Dt 30.19;
Js 24.14,15)

18.27 ELIAS ZOMBAVA DELES. Elias ao zombar dos profetas de Baal, revela sua
ardente indignação ante a idolatria imoral e vil que Israel adotara. Sua ironia e sua
atitude intransigente, expressavam sua inalterável lealdade ao DEUS, a quem ele amava
e servia. Compare a reação de Elias com a ira e determinação de JESUS, ante a
profanação do templo (ver Lc 19.45).

18.36 ELIAS... DISSE: Ó SENHOR, DEUS DE ABRAÃO. A coragem e a fé patentes


em Elias não têm paralelo em toda a história da redenção. Seu desafio ao rei (vv. 16-
19), sua repreensão a todo o Israel (vv. 21-24) e seu confronto com os 450 profetas de
Baal (vv. 19, 22) foram embates que ele os enfrentou dispondo apenas das armas da
oração e da fé em DEUS. Vemos sua confiança em DEUS na brevidade e simplicidade
da sua oração (41 palavras em hebraico), (vv. 36,37)

18.37 TU FIZESTE TORNAR O SEU CORAÇÃO PARA TRÁS. O propósito de Elias


no seu confronto com os profetas de Baal, e a oração que se seguiu, foi revelar a graça
de DEUS para com o seu povo. Elias queria que o povo se voltasse para DEUS (v. 37).
Semelhantemente, João Batista, o "Elias" do NT (ver 17.1), tinha como alvo levar
muitos a buscarem a DEUS, como preparação para o advento de CRISTO.

18.38 ENTÃO, CAIU FOGO DO SENHOR. O Senhor milagrosamente produziu fogo


para consumir o sacrifício de Elias (cf. 1 Cr 21.26; 2 Cr 7.1). Esse milagre vindicou
Elias como profeta de DEUS e comprovou que somente o Senhor de Israel era o DEUS
vivo, a quem deviam servir. De modo semelhante, o crente deve orar, com fé, pela
manifestação divina em seu meio, mediante o ESPÍRITO SANTO (ver 1 Co 12.4-11;
14.1-40).

18.40 E ALI OS MATOU. Note os seguintes fatos a respeito da matança dos profetas de
Baal: (1) A sentença de morte contra eles era justa, pois foi executada em obediência à
lei de Moisés (Dt 13.6-9; 17.2-5). O NT não contém qualquer mandamento similar. Ele
proíbe a ação repressora contra os falsos mestres (Mt 5.44), embora DEUS ordene a sua
rejeição e, que nos separemos deles (Mt 24.23,24; 2 Co 6.14-18; Gl 1.6-9; 2 Jo.7-11;
Jd.3,4). (2) A ação de Elias contra os falsos profetas de Baal representava a ira de
DEUS contra os que tentavam destruir a fé do seu povo escolhido, e privá-lo das
bênçãos divinas, e também expressava o amor e a lealdade do próprio Elias por seu
Senhor. (3) A destruição dos falsos profetas por Elias manifestava, também, profunda
preocupação pelos próprios israelitas, uma vez que estavam sendo destruídos
espiritualmente pela falsa religião de Baal. JESUS manifestou idêntica atitude (Mt 23;
Lc 19.27), assim como também o apóstolo Paulo (Gl 1.6-9; ver Gl 1.9). Note, ainda, que
a ira de DEUS será derramada sobre todos os rebeldes e impenitentes "no dia da ira e da
manifestação do juízo de DEUS" (Rm 2.5; cf. 11.22; Ap 19.11-21; 20.7-10)
1 Reis 19.8 QUARENTA DIAS E QUARENTA NOITES. Alguns consideram o jejum
aqui mencionado, bem como o de Moisés (Êx 34.28) e o de JESUS (Mt 4.2), como
casos de jejuns prolongados. Porém, os casos acima não são de jejum no sentido
comum. Moisés, na presença de DEUS e envolvido na nuvem, foi sustentado de modo
sobrenatural. Elias foi alimentado duas vezes de modo sobrenatural, o que lhe propiciou
forças durante quarenta dias (vv. 6-8). JESUS foi levado pelo ESPÍRITO ao deserto, e
não sentiu fome a não ser depois de quarenta dias (ver Mt 4.2; 6.16).
19.11,12 EIS QUE PASSAVA O SENHOR. Para animar Elias e fortalecer a sua fé,
DEUS o visitou no monte Horebe (i.e., o monte Sinai, o monte da revelação). Essa
visitação foi acompanhada de um forte vendaval, um terremoto e fogo, mas o Senhor
não estava em nenhuma dessas coisas. Pelo contrário, a revelação de DEUS veio através
de "uma voz mansa e delicada". Elias pôde ver que a obra de DEUS avança e prossegue,
"não por força, nem por violência, mas pelo meu ESPÍRITO, diz o SENHOR dos
Exércitos" (Zc 4.6). De modo algum, DEUS abandonara seu profeta, nem o seu povo
fiel. Pelo seu ESPÍRITO e pela palavra eterna, Ele traria a redenção, a justiça e a
salvação eternas.

OBJETIVO GERAL - Revelar que DEUS opera milagres através de seus filhos.

Resumo da Lição 4, Elias e os Profetas de Aserá e Baal


I – O DESAFIO NO MONTE CARMELO
1. O zelo de Elias o pôs diante de um confronto.
2. O problema de não saber a quem adorar.
3. O desafio do fogo.
II. A ORAÇÃO DE ELIAS
1. Os preparativos de Elias.
2. Uma oração confiante.
3. A misericórdia de DEUS.
III. ELIAS EM HOREBE
1. Os feitos e a exaustão do profeta.
2. O pedido para morrer.
3. A resposta de DEUS.

BAAL - A palavra hebraica ba'al significa “possuidor”, “marido”, “senhor”, e o sufixo í


acrescenta o pronome possessivo “meu”. O termo “Baal" começou a ser aplicado a uma
divindade semítica (particularmente ao deus da tempestade, Hadade) e a deuses locais
da fertilidade, que eram considerados os “donos” das cidades. Existia também uma
outra palavra para marido (’ish) que, em contraste, tinha sua associação cultural ao
primitivo relacionamento marital (Gn 2.22-24). Em Oséias 2.16, há um jogo entre essas
duas palavras com relação ao Senhor. O profeta mostrou uma época de regeneração e
renovação da aliança, quando o constante amor do Senhor triunfaria sobre a infidelidade
de Israel, e a nação viria a chamá-lo de “meu Marido" (’ishi). Os nomes dos baalins não
estariam mais no coração do povo, e nem em seus lábios (Os 2.17-23). Dicionário
Bíblico Wycliffe

FALSOS DEUSES
Introdução
As palavras hebraicas mais comuns para “deuses” são ’elim e ’elohim, denotando
homens de poder e distinção, anjos, deuses, e (somente elohim) o Ser Supremo. É
discutível o fato de que as duas palavras possam ter uma única raiz. A primeira vem
provavelmente da raiz ui, “estar na frente, preceder”. Alguns acreditam que a segunda
pode vir da raiz íh, “sentir medo de”. A palavra grega theoi, usada no Novo Testamento
e na Septuaginta (LXX) para traduzir ’etim, ’elohim, pode ser relacionada com a raiz
“suplicar, implorar”.
O significado do termo deve ser determinado pelo seu uso real. O conceito de “deuses"
no antigo Oriente Próximo variava, de alguma forma, em relação às idéias modernas de
“deuses", como seres sobrenaturais que eram imortais. Isto também era verdade em
relação aos conceitos das nações pagãs com as quais Israel esteve em contato. Por
exemplo, alguns deuses, tais como Baal e Tamuz, podiam morrer; e realmente
morreram.
Para os hebreus, os “deuses” das nações ao seu redor eram simplesmente os poderes nos
quais os seus vizinhos e contemporâneos acreditavam. Esses poderes eram os ativadores
das forças da natureza: o sol, a luz, a tempestade, a enchente, a doença etc. Cada
acontecimento tinha o seu ativador. Conseqüentemente, poderia haver uma multidão de
deuses de acordo com as concepções pagãs e primitivas. Como não existia o conceito de
um cosmos organizado, não existia a idéia de um Ser Supremo solitário, embora cada
religião tivesse o seu próprio chefe, ou deus-pai. Alguns deuses eram supostamente
locais (1 Rs 20.28; 2 Rs 17,26ss.) e tinham poder limitado. Outros deuses eram
imaginados como geograficamente ilimitados, de modo que alguns deuses proeminentes
eram adorados além dos limites políticos e culturais (por exemplo, Astarote, Baal e
Hadade).
A visão bíblica com respeito às divindades pagãs afirma a sua existência subjetiva (Jr
2.28) na mente e na vida do devoto, mas nega a sua realidade objetiva (Jr 2.11).
Naturalmente, onde a divindade e a sua imagem, ou o seu ídolo, estivessem fundidos em
um só, o ídolo era uma realidade objetiva que os escritores bíblicos reconheceram,
embora tenham negado a existência objetiva da divindade por ele representada.
No estudo dos deuses da Bíblia, deve ser feita uma distinção entre as divindades
propriamente ditas e os ídolos ou os objetos de culto pelos quais elas são representadas
ou adoradas. Algumas vezes, ambos fundiam-se em um só, ao passo que em outras
ocasiões a divindade era separada do seu objeto de culto. O baalismo, os bosques
(árvores ou pomares sagrados), os bezerros, a serpente de bronze, e os terafins (ídolos
do lar) eram todos objetos de adoração. E incerto que houvesse uma divindade por trás
de qualquer das duas últimas. O baalismo consistia de representações dos baalins locais,
possivelmente sob a forma de touros ou bezerros. Algumas vezes, a palavra é usada
acerca das divindades sem nenhuma referência a uma representação sectária, O mesmo
é valido para os bosques.
Os bezerros de ouro de Jeroboão (1 Rs 12.28- 30) foram considerados por alguns como
tendo sido pedestais para que Jeová subisse, substituindo a arca, que seria o lugar onde
ele se encontraria com o seu povo. No entanto, com o uso amplamente difundido do
touro como um símbolo sectário, parece mais provável que os bezerros tivessem a
finalidade de ser uma fusão da divindade com a imagem, na qual talvez a divindade
fosse uma iusão entre Jeová e o Baal local. O bezerro de ouro de Arão (Êx 32) pode ter
sido uma fusão de Jeová com o deus egípcio Àpis, adorado sob a representação de um
touro. A adoração ao bezerro foi condenada por Oséias (8.5,6; 10.5; 13.2).
Também é necessário fazer uma distinção entre deuses e demônios. Quando uma nação
conquistava outra nação, ela freqüentemente classificava os deuses da nação derrotada
como demônios e mitos. Podem ser encontrados vestígios de tal procedimento no
Antigo Testamento, em figuras tão indefinidas como os sátiros (Lv 17.7; 2 Cr 11.15), “a
bruxa" (Is
34.14) e Resefe (veja abaixo). No final, a divindade pagã degradada sobrevivia somente
em uma linguagem, com meras indicações da sua existência anterior, como em um
simbolismo poético (cf. Albright, Yahweh and the Gods of Canaan, pp. 183-193). Isto é
evidente, por exemplo, no idioma inglês, em expressões como “love-struck" (que
representa uma pessoa apaixonada), ou seja, alguém que foi “atingido(a) pelas flechas
do Cupido”, Algumas referências no Antigo Testamento - como, por exemplo, ao
Leviatã, à serpente primitiva, ao dragão, a Raabe e ao mar - enquadram-se nessa
categoria.
Panteões Nacionais
O Antigo Testamento freqüentemente menciona os deuses das várias nações vizinhas a
Israel em termos gerais. Aqui podemos encontrar praticamente todas as nações com as
quais Israel teve contato. Normalmente a palavra “panteão” é usada na lista e na
discussão dos deuses de qualquer grupo étnico ou político. No entanto, este é um
anacronismo ilusório, A expressão semita significa “a assembléia dos deuses”. Este
conclave deve ser visto como uma reunião para tomada de decisões ou ações (por
exemplo, o senado de alguns países pode se reunir sem a presença de todos os
senadores) e não como um catálogo formal e metódico das divindades adoradas por um
povo em particular. Com esta distinção em mente, podemos observar os seguintes
panteões mencionados na Bíblia.
1. Os deuses dos amonitas (Jz 10.6). O principal deus era Moloque ou Milcom.
2. Os deuses dos amorreus (Js 24.2,15; Jz 6,10; 1 Rs 21.26; 2 Rs 21,11). Como pouca
literatura dos amorreus chegou até nós, precisamos depender de fontes secundárias e
inferências para o nosso conhecimento desse panteão. Evidentemente, era parecido com
o panteão cananeu posterior. O templo de Istitar em Mari e o templo de Dagom na
Babilônia eram, provavelmente, santuários dos amorreus. Dagom, Hadade e Anate
parecem ter sido divindades dos amorreus, impostas por estes aos cananeus, quando
invadiram a região do médio Eufrates, como se pode inferir das descobertas em Ras
Shamra (Oldenburg, The Conflict Between El and Ba‘al, pp. 146-163).
3. Os deuses dos assírios (Na 1.14) passaram a fazer parte da jurisdição do Antigo
Testamento entre os séculos IX a VII a.C. O principal deus deste panteão era Assur,
substituindo o sumério Ea. O panteão assírio era parecido com o da Babilônia. Nas duas
loca- idades, as divindades semitas substituíram os antigos deuses sumérios, em alguns
casos absorvendo as suas supostas funções e os seus títulos.
4. Os deuses dos babilônios (Is 21.9; Ed 1.7) foram importantes para Israel nos séculos
finais do período dos reis e durante o exílio. Existiam mais de 700 divindades listadas
na Babilônia. Os conquistadores semitas dos sumérios aceitaram os deuses nativos e
adicionaram os seus próprios. Esta situação foi posteriormente complicada pelo fato de
que cada cidade-estado passou a ter o seu próprio panteão.
Em Lagash, nos tempos antigos, Anu, o deus do paraíso, era adorado juntamente com
Antu, a sna esposa. Em Eridu, o deus principal era Enlil, deus da terra, que mais tarde
foi sucedido por Merodaque. A esposa de Enlil era Dainkina, e o seu filho era
Merodaque. Essas figuras (exceto Merodaque) eram todas sumérias. Outros deuses da
Babilônia incluíam Sin (a Suméria Nanna), o deus-lua; Shamash, o deus-sol e filho de
Sin; Ningal, a esposa de Sin; Ishtar (a Suméria Innina), a deusa da fertilidade, e o seu
esposo Tamuz; Allatu (a Suméria Ereshkigal), a deusa do inferno; Namtar, o
mensageiro do deus da morte; Irra, o deus das pestes; Kingsu, a deusa do caos; Apsu, o
deus das profundezas do mar; Nabu, o santo patrono da ciência e do aprendizado; e
Nusku, o deus do fogo. Veja Babilônia.
5. Os deuses dos cananeus (q.v.) são mencionados juntamente com os dos demais
habitantes de Canaã, em uma relação com a conquista da terra pelos hebreus. Outras
tribos mencionadas em Êxodo 23,23; 34.11-17; Juizes 3.5ss., e outras passagens,
incluem os amorreus, os heteus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus. Exceto para os
heteus, e possivelmente os heveus (talvez os horeus, ou hurrianos; cf. a versão grega de
Gênesis 34,2; Josué 9.7), as demais tribos eram fortes aliadas dos cananeus e
provavelmente adoravam as mesmas divindades. O mesmo era verdade sobre os sírios
mencionados em Juizes 10.6, mas provavelmente houve alguma mudança naquele
panteão nos últimos tempos (veja 11 abaixo). O panteão cananeu é o mais conhecido
dos textos mitológicos de Ras Shamra, embora outras informações venham de Filo de
Byblos e de fontes bíblicas, assim como de curtos textos literários em aramaico e em
fenício.
O principal deus e criador era EÍ. Seu filho (às vezes chamado de seu neto) Baal (veja
abaixo) era o deus das tempestades e da vegetação. Èle era chamado de “aquele que
predomina”, “o exaltado, deus da terra”. Na mitologia, Baal é entronizado em uma
montanha no norte. Durante o reinado de Acabe, ele tomou-se o principal deus de Israel.
Aserá era a esposa de EÍ e a mãe de 70 deuses. Nos textos de Ras Shamra, a densa
Anate é a irmã, e freqüentemente, a esposa de Baal, mas, no Antigo Testamento,
Astarote (isto é, Aserá) é normalmente a sua esposa. Em Tiro, a pátria de Jezabel, Aserá
é a esposa de Baal (1 Rs 15.13; 18.19; 2 Rs 21.7; 23.4). Outros deuses cananeus
proeminentes eram Dagom, Moloque, Resefe e Rimom (veja abaixo), e Mot (a morte).
6. Os deuses do Egito são mencionados na história pré-monárquiea antiga dos hebreus,
e novamente no período entre os séculos VII e VI a.C. (Êx 12.12; Js 24.14; Jr 43.12,13;
46.25). Como os deuses do Egito estavam em constante modificação, fusão e
sincretismo, dependendo parcialmente da sorte política da província ou cidade onde
uma divindade em particular era soberana, é difícil fornecer uma breve pesquisa do
“panteão” egípcio. No entanto, o principal deus era conhecido por diferentes nomes em
diferentes lugares e épocas. Em Heliópolis ele era conhecido como Aten-Re-Khepri; em
Elefantina, como Khnum-Re; em Tebas, como Amon-Re (veja abaixo); e em Amarna
{q.v,), como Aton-Re. Re, o deus-sol, era assim fundido com o deus local da província.
Observam- se tríades de deuses principais em várias épocas; Ptah, Sekhmejt, Nefer
Tem; Amon-Re, Mut e Khonsu; Osíris, ísis e Horus. Todas estas são tríades pai-mãe-
filho.
Segundo os textos das pirâmides, o Livro dos Mortos, e outros exemplares da literatura
egípcia antiga, existiam mais de 1200 divindades conhecidas pelos egípcios. As
principais erana as seguintes: Àpis, o touro de Mênfis (Êx 32; 1 Rs 12.25-33 podem se
referir à sua adoração); Hapi, o deus do Nilo; Hator, a deusa do amor e da bele2a;
Ma’at, o deus da justiça e da ordem; Sotis, a estrela do cão; Sihor, o deus do inferno;
Shu, o deus do ar; Thot, o deus escrivão.
7. Os deuses dos edomitas são, às vezes, mencionados como os deuses de Seir (2 Cr
25.14; cf. versículo 20).
S. Os deuses dos heteus, embora não mencionados pelo nome no Antigo Testamento,
têm uma referência indireta em Êxodo 23.23,24; 34,11-15; Juizes 3.5,6.O principal deus
heteu, Teshub, era um deus das tempestades, grosseiramente equivalente a Baal.
Portanto, é possível que os heteus tenham adorado as divindades dos cananeus como um
resultado de seu contato com este povo, embora os nomes próprios heteus indiquem que
as divindades indo-européias foram adoradas pelo menos durante um breve período (cf,
William F. Albright, Archaeology of Palestine, p. 183).
9. Os deuses dos moabitas são mencionados em Números 25.1,2; Juizes 10.6; Rute
1.15; Jeremias 48.35. O seu principal deus era Quemos, que também é chamado de
Athtar. Na Babilônia do segundo milênio a.C., ele era comparado a Nergal, o deus do
inferno.
10. Os deuses dos filisteus incluem Dagom, adorado em Gaza e em Asdode (Jz 16.23; 1
Sm 5.1-7; e no livro apócrifo de 1 Mac 10.83); Astarote, adorada em Asquelom
(Heródoto
i.105) e Baal-Zebube, adorado em Ecrom (2 Rs 1.2,6,16).
11. Os deuses dos sírios (2 Rs 17.31; 18.34; 2 Cr 28.23; Is 36.19), são provavelmente
variações do antigo panteão cananeu. Nomes derivados de nomes de deuses, tais como
Ben- Hadade e Tabrimom, dão testemunho da adoração a Baal sob a aparência do
Hadade amorreu, também conhecido como Rimom.
12. Os panteões grego e romano não são mencionados, exceto de uma forma geral (Act
17.16,18) no Novo Testamento.
 adoração às divindades astrais é mencionada en! Deuteronômio 4.19; 2 Reis 23.5;
Jeremias 19.13; Amós 5.26; Atos 7.43. Uma referência indireta a essas entidades pode
ser encontrada em Neemias 9.6; Salmos 148.1-4. Algumas dessas divindades astrais são
tratadas, de modo separado, a seguir.
O Antigo Testamento condena freqüentemente a adoração a divindades estrangeiras (Dt
6.14) e pronuncia julgamentos sobre a idolatria (Êx 20.3-5; 32.35; Nm 25.1-9; Dt
5.7-9). Por trás do terrível julgamento de Joel
1.4-20 estava a queda de Israel na idolatria (cf. Jl 2.12ss.). O cativeiro é representado
como sendo o resultado da adoração a outros deuses (2 Rs 22.17).
Os deuses individuais
Adrameleque - Uma divindade adorada pelo povo de Sefarvaim, que foi assentada em
Samaria pelos assírios depois de 722 a.C. (2 Rs 17.31). Como “d” e “r” eram caracteres
parecidos na antiga escrita hebraica, o nome pode ser uma confusão com um deus do
noroeste da Mesopotâmia, Adad-Milki (“Adade é o meu rei”). Não existe evidência de
um deus chamado Adar. Cf. Anameleque, abaixo.
Amom - A principal divindade de Tebas (Jr 46.25). Ele era representado por um
carneiro com os chifres curvados para cima. Quando Tebas dominou o Egito, depois da
queda do Reino Antigo, Amom tornou-se o deus mais importante, e passou a ser
chamado Amon-Re. Seu grande templo em Karnak, com sua famosa entrada, tinha as
colunas mais altas do mundo (aprox. 23 metros), Ele tornou-se o deus nacional por
excelência, exceto por um breve período, durante a reforma ie Akhenaton (q.u).
Anameleque - Uma divindade adorada pelo povo de Sefarvaim (provavelmente
Sabraim, localizada entre Hamate e Damasco, 2 Rs 17.31), que foi assentada em
Samaria pelos assírios depois de 722 a.C. O nome provavelmente significa “Anu é rei”.
Nessa época havia um templo dedicado a Anu e Adade em Assur. A adoração dos
habitantes de Sefarvaim, que supostamente incluía a adoração a Anameleque, envolvia
o sacrifício de crianças como ofertas queimadas.
Anate - O nome de uma deusa popular da fertilidade em Canaã, que era selvagem e que
tinha um papel importante como a irmã e consorte de Baal no importante corpo da
literatura semita de Ras Shamra do século XV a.C., conhecida como Tábuas de Ugarite.
A Bíblia não faz referência direta a ela como uma deusa, mas sim à sua irmã, a deusa da
fertilidade Astarte (Astarote, 1 Rs 11.5,33). As duas deusas estavam pelo menos
parcialmente fundidas no pensamento dos cananeus, uma vez que Astarte e Anate eram
ambas adoradas como esposas de Baal (cf. Jz 10.6; 1 Sm 7.4); esta pode ter sido a razão
do silêncio bíblico sobre Anate.
Artemis - Na mitologia clássica, a irmã de Apoio, filha de Leto e Zeus, equivalente à
romana Diana, a deusa da lua, que era uma caçadora.e a protetora das mulheres. No
entanto, a Artemis de Atos 19.23-40 tem pouco em comum com a sua homônima
clássica. Ela era, na realidade, uma deusa-mãe de Lídia, adorada na foz do rio Caiter
muito tempo antes que os gregos viessem a Éfeso. Em Éfeso, Artemis (ou Diana) era a
deusa da fertilidade. O cortejo do seu templo incluía sacerdotes, assistentes e escravos
eunucos. A sua imagem (Act 19.35) era provavelmente um meteorito. Os relicários de
prata (Act 19.24), assim como os modelos de argila e de mármore, podem ter sido
réplicas do santuário primitivo. O templo da época de Paulo era uma das sete
maravilhas do mundo.
A adoração a Artemis estendeu-se de Éfeso à Grécia, Gália, Roma e Síria. Os nabateus
do século I d.C. adoravaip a divindade Atargatis, que é equiparada a Artemis. Nos
tempos do Novo Testamento havia um templo de Artemis em Gerasa. Veja Diana;
Deusa.
Aserá - Uma divindade cujo nome é mal traduzido na versão KJV em inglês, que segue
de perto a LXX, Em uma inscrição Suméria de Hamurabi, ela é chamada de “noiva de
Anu (paraíso)”. Era a principal deusa de Tiro em aprox. 1500 a.C. No panteão de
Ugarite, é chamada de “Athiratu-yammi” (“Aquela que caminha sobre o mar). Era a
consorte ou esposa de EÍ, e a mãe de 70 deuses, inclusive Baal. Sacrifícios de animais
eram oferecidos a ela. Elá também tinha o título de “Santidade”, inscrição de uma figura
egípcia, em que ela aparece nua.
Nos registros da Babilônia, Ashratum era conhecida como uma divindade. Nas tábuas
de Tell el-Amama o seu nome aparece com o nome próprio “Abdi-Ashirta”. O nome
também é encontrado no sul da Arábia, indicando a ampla predominância de sua
adoração. Esta deusa não deve ser confundida com Astarte, conhecida no Antigo
Testamento, cuja forma plural era Astarote (veja Astarote adiante), No Antigo
Testamento, a adoração a ela está associada à adoração a Baal (Jz 3.7; 1 Rs 18.19; 2 Rs
23.4). Gideão teve que destruir o altar que o seu pai havia erigido a Baal e à
companheira Aserá, para qualificar-se como um líder de Israel (Jz 6,25-30), A adoração
a ela durante a época dos reinos hebraicos é atestada pela imagem feita pela mãe de Asa
(1 Rs 15.13) e pela imagem colocada por Manassés no Templo (2 Rs 21.7). Josias
tentou extinguir a adoração a esta deusa (2 Rs 23.4-7).
Alguns trechos do Antigo Testamento indicam uma fusão da divindade com o objeto de
culto usado na adoração a esta deusa (Ex 34.13; Jz 6.25-30; 2 Rs 18.4), um fenômeno
comum em muitas religiões. Como um objeto de culto, um ’ashera. (pl. ’asherim,
’asheroth) (veja Plantas; Pomar) poderia ser feito e destruído pelos homens (2 Rs 17.16;
23.6,15); este era feito de madeira (Ex 34.13; 2 Rs 23.6,7); podia ser queimado (Dt
12.3); ficava em pé (Is 27.9); e era usado na adoração a Aserá. Alguns estudiosos,
baseando-se em Deuteronômio 16.21 e em outras evidências, julgam que se tratava de
uma árvore viva, No entanto, a maioria dos estudiosos pensa que se tratava de uma
imagem de Aserá, talvez uma árvore da vida estilizada, porque se não fosse assim o
silêncio dos profetas sobre o assunto seria estranho. Mas eles efetivamente denunciaram
e condenaram a idolatria, o que incluiria o ’asherim,
Asima - Uma divindade adorada pelos colonos de Hamate, fixados em Samaria pelos
assírios depois de 722 a.C. (2 Rs 17.30; Am 8.14b Pode existir alguma conexão com a
divindade mencionada nos papiros de Elefantina, chamada Ashembethel.
Astarote - Uma divindade conhecida por vários nomes, tais como Ishtar, Astarte, Vênus,
e algumas vezes chamada de *rainha do céu”. Ela era a deusa da estrela vespertina, ou
planeta Vênus, mas pode ter sido originalmente andrógina, e, desta forma, seria também
o deus da estrela d’alva, da mesma forma que Vênus (cf, a palavra do sul da Arábia
‘attar, “deus da estrela d’alva”). Ela era principalmente a deusa do sexo e da guerra. O
povo de DEUS alterou o seu nome de Astarte para Astarote, pronunciado com as vogais
da palavra hebraica bosheth, “vergonha”, como também aconteceu com Moloque. A sua
associação com Baal no Antigo Testamento (Jz 2.13; 10.6; 1 Sm 7.4; 12.10) pode
indicar ser ela equivalente a Aserá na Palestina, Astarte cresceu em importância na
Fenícia e na Palestina, embora a cruel deusa da guerra, Anate, irmã e consorte de Baal,
ocupasse o lugar proeminente nos textos de Ugarite (Albright, Yahweh and the Gods of
Canaan, pp. 128-135).
No Antigo Testamento, Astarote é mencionada como sendo adorada entre os hebreus
durante a época dos juizes (Jz 2.13; 10.6); em Bete-Seã, onde as armas de Saul ficaram
ex- postas no seu templo (1 Sm 31.10; lCr 10.10); pelos sidônios (1 Rs 11.5,33; 2 Rs
23.13); o pai de Jezabel era um sacerdote de Astarte. Filo de Biblos diz que ela era
adorada em Biblos e em Tiro. O nome da cidade Asterote- Carnaim (Gn 14.5) sugere
um santuário para a sua adoração que ficava a leste do Jordão. A sua fama espalhou-se
pelo Egito, como foi evidenciado por roupas de Astarte e pela tradução do poema
“Astarte e o dragão do mar”. Em Moabe (inscrição moabita, ANET, p. 320), o nome do
seu equivalente masculino Ashtar é composto com Quemos.
Astarte -Veja Astarote (no parágrafo anterior).
Baal, literalmente, "amo, dono, marido” - o mais importante deus do panteão dos
cananeus (veja Canaã). Desde o terceiro milênio até cerca do ano 1500 a.C., o título é
aplicado ao deus amorreu da chuva e da tempestade de inverno, Hadade (veja abaixo).
Conseqüentemente, no panteão dos cananeus ele tomou-se o deus da fertilidade, tendo o
touro como seu símbolo.
A ampla supremacia do seu culto é comprovada pela aparição do seu nome em fontes da
Babilônia, aramaicas, fenícias, púnicas, de Ugarite e do Egito. Durante o período de
Ramessés ele foi equiparado a Sete. Os seus títulos eram Zabül, “exaltado, senhor da
terra”; Ba‘al Shamen, “senhor dos céus” (em fenício, mas não na antiga Ugarite); Rokeb
‘arufot, “o que cavalga as nuvens”. O lugar egípcio de nome Baal Saphon (lit. Baal do
Norte, Baal do monte Cássio) indica que o seu culto era conhecido no Egito. O Antigo
Testamento refere-se às muitas imagens locais de Baal como Baalins, a forma plural de
Baal. Nos textos de Ras Shamra ele é o filho de EÍ (ou, em uma ocorrência, o filho de
Dagom). Ele conquista as águas primitivas. No entanto, ele é morto por Mot e revive
por Anate (fundido com Athirat/Astarte). Ele também Çode ter sido identificado com
Melcarte de 1iro, “o senhor da cidade".
No Antigo Testamento, a sua adoração tornou-se uma séria rival à de Jeová. Ele era
adorado nos lugares altos de Moabe (Nm 22.41). Havia altares dedicados a ele na época
dos juizes (Jz 2.13; 6.28-32). Talvez a sua adoração tenha atingido o seu ápice na época
de Acabe e Jezabel (1 Rs 16.32; 18.17-40), embora tenham havido novas ocorrências
posteríormente (2 Rs 3.2ss.; 10,18-28; 18.4,22; 21.3; 2 Cr 21.6; 22.3). A sua adoração
foi abolida por Joiada (2 Rs 11.18) e Josias (2 Rs 23.4,5).
A adoração a Baal era acompanhada por rituais lascivos (1 Rs 14.24; 2 Rs 23.7). Está
comprovado que a sua imagem era beijada (1 Rs 19.18; Os 13.2). O sacrifício de
crianças no fogo era parte do seu culto (Jr 19.5). A adoração a Baal estava associada à
adoração de Astarote (veja acima; Jz 2.13). Ele também está associado à deusa Aserá
(veja acima; 1 Rs 18.19; 2 Rs 23.4) e os seus altares freqüentemente tinham aserás nas
proximidades (Jz 6.30; 1 Rs 16.32,33). Parece provável que durante a monarquia
hebraica Astarote e Aserá estivessem fundidos em um único personagem. Acaz fez
imagens a baalins (2 Cr 28.2), que podem ter sido touros ou bezerros de bronze. A
adoração a Baal foi condenada pelos profetas (Jr 19.4,5; Os 2.17).
Além da influência direta do culto a Baal entre os hebreus, muitas das imagens
aplicadas a ele são sublimadas e aplicadas a Jeová no Antigo Testamento. Jeová é
aquele “que cavalga sobre as nuvens” ou céus (cf. Dt 33.26; Sl 68.4; 104.3). Como
Marduque no conflito contra Tiamat, o Baal de Canaã era o conquistador das águas
agitadas. Este conflito, algumas vezes com um monstro chamado Rahab ou Leviatã, é
recontado por todo o Antigo Testamento onde Jeová é representado como o vitorioso
sobre todos os seus adversários. O motivo do reinado de Jeová e da adoração no Ano
Novo (Zc 14.16-19) foi relacionado por alguns com a idéia da revivificaçào de Baal, no
final do combate, pela chegada da estação das chuvas.
Baal-Berite, “senhor do concerto” - Um deus amorreu com um santuário em Siquém (Jz
9.1-6). Ele é associado com os baalins locais (Jz 8.33), então talvez possa tratar-se de
uma manifestação local do grande deus da fertilidade de Canaã. Talvez seja a mesma
divindade El-Berite (ou Berite, Jz 9.46), e assim deverá ser equiparado ao deus semita
do inferno, Haurom/Horom, cujo nome aparece em nomes próprios e de lugares em
Canaã.
Baal-Peor, “o senhor do monte Peor" - Um deus dos moabitas e dos midianitas (Nm
25.1- 5; Dt 4.3; Sl 106.28; Os 9.10).
Baal-Zebube - O deus de Ecrom, cidade dos filisteus (2 Rs 1.2,6,16). Existe uma
variedade de opiniêes quanto ao significado desse nome. Antigamente pensava-se que
se originava da raiz hebraica zbb, “voar”, e assim, conseqüentemente, conforme a LXX,
“senhor das moscas”. A maioria dos estudiosos agora acredita que e nome do deus era
Baal-zebul, “senhor, príncipe” ou “Baal, o príncipe”. Nos textos de Ugarite, Baal é
repetidamente descrito como zbl b‘l ,ars “príncipe, senhor da terra”. A forma atual é
explicada como sendo uma distorção de zombaria, como boshetk, “vergonha”, é
freqüentemente substituído por ba‘al em nomes próprios. O nome de Jezabel, cujo pai
tinha o nome de Etbaal, contém o elemento zbl como um equivalente de ba‘al. Não é de
surpreender que o seu filho Acazias preferisse Baal- Zebube a Jeová. Por outro lado,
imagens douradas de moscas encontradas em escavações na Filístia podem indicar que
realmente havia um deus conhecido como Baal- Zebube, adorado para apaziguar as
incômodas moscas, ou que dava oráculos por meio do vôo ou do zumbido das moscas
(T. H. Gaster, “Baalzebub”, IDB, I, 332).
Bel - Nome do deus-sol nacional da Babilônia, Marduque ou Merodaque. Como
Merodaque, o filho de Ea, ele assumiu o papel do sumério Enlil como o conquistador
das águas agitadas. Ele recebe o crédito de ter concebido a idéia da criação do homem
(ANET, p. 68) contra o cananeu EÍ como o criador. No Antigo Testamento, Bel é
associado com Nebo (Is 46.1) e com Merodaque (Jr 50.2). Outras referências a ele
podem ser encontradas em Jeremias 51.44, o apócrifo Bel e o Dragão (3.22) e em
Heródoto (i. 181).
Belzebu - Um nome aplicado a Satanás no Novo Testamento (Mt 10.25; 12.24,27; Mc
3.22; Lc 11.15,18,19). A versão KJV em inglês, seguindo a Vulgata, o traduz como
Beelzebub, provavelmente uma regressão, errônea, ao deus filisteu de Ecrom, Baal-
Zebube, como encontrado no Texto Massorético (TM) hebraico.
Berite (Jz 9.46) - Veja Baal-Berite.
Castor e Pólux - Divindades astrais, “os irmãos gêmeos”, eram filhos de Zeus e Leda
‫׳‬esposa do rei de Esparta). Eles eram os deuses patronos dos marinheiros; o navio no
qual Paulo saiu de Malta com direção a Putéoli tinha sua insígnia (Act 28.11). Posêidon
lhes deu o poder sobre o vento e as ondas. O seu templo em Roma ficava próximo à
Basílica Juba, no Fórum.
Diana (Act 19.24) - Veja Diana; também Artemis, acima.
Dagom - Um nome supostamente relacionado ao hebraico dagan, “grão”, por
conseqüência, uma divindade da vegetação. Há alguma confirmação por uma referência
de Ugarite a Baal como “filho de Dagom”, talvez vendo Baal como a divindade da
vegetação que morre e revive. A idéia de Dagom como um deus-peixe não é encontrada
antes de Jerônimo, mas é provavelmente devida a uma falsa etimologia do termo
hebraico dag, “peixe”.
Dagom é comprovadamente uma divindade da Babilônia. O nome é encontrado em
nomes derivados de divindades ao redor de 2200 a.C. entre os amorreus da
Mesopotâmia. Existia um templo que tinha ao seu lado duas placas votivas em
comemoração aos sacrifícios feitos a Dagom, mais antigo que aquele de Baal em Ras
Shamra de 2000 a.C. Filo de Biblos diz que Dagom era associado a Eí, o maior deus
fenício. Primeiramente EÍ, e depois Dagom, podem ter sido adorados nesse templo.
Um nome de lugar baseado nessa divindade (Js 15.41; 19.27) indica a sua adoração em
Canaã antes das invasões dos filisteus. No entanto, no Antigo Testamento ele era mais
famoso como o deus dos filisteus (Jz 16.23, 24), que tinham sua imagem em Asdode (1
Sm 5.2-4). Ele também era adorado em Bete-Seã (1 Cr 10.10). O templo de Asdode foi
o local onde os filisteus puseram a arca de Israel. Ele ainda era usado durante o período
hasmoneano e foi destruído por Jônatas, o irmão de Judas Macabeu, em 147 a.C.
(conforme o livro apócrifo de 1 Mac 10.83,84; 11.4).
Estrela da manhã (Lúcifer), heb. helel, “brilhante” (Is 14.12) - Era evidentemente uma
divindade que queria subir mais alto que todas as outras estrelas, mas era obrigada a vir
à terra. Um esclarecimento pode ser obtido com a história ugarítica de Ashtar (a estrela
de Vênus), que foi indicado para ser o ocupante do trono de Baal quando ele estava
vago, durante a estação da seca. No entanto, Asntar era muito pequeno para encher o
trono, e assim teve que descer (ANET, p. 140). A interpretação tradicional de Isaías
14.12 equiparou a estrela da manhã (Lúcifer) a Satanás. Isto se baseia na crença de que
Lucas 10.18 refira-se a Isaías 14.15. Alguns intérpretes modernos entendem que estrela
da manhã é um mero título para o rei da Babilônia.
El-Berite (Jz 9.46), “deus do concerto" - Vçja Baal-Berite acima.
Gade - Um deus da sorte ou da fortuna (veja Isaías 65.11). Este nome de divindade é
encontrado em fenício, em assírio e em aramaico. A LXX o traduz como daimon.
Várias versões traduzem o nome, ao invés de apresentar sua transliteração, mas pelas
maiusculas demonstra-se que os tradutores acreditavam tratar-se de uma divindade ou
de uma materialização. Em um texto bilíngüe aramaico-grego de Palmira, ele é
identificado com Tyche, “fortuna”. Evidentemente o seu culto era popular na região de
Haurâ.
Hadade, “o que faz trovejar” - Um deus semita também conhecido como Adade, Addu,
Haddu, e Had. É equiparado a Rimom e Teshub (deus da tempestade dos heteus).
Haddu/Hadade era originalmente o nome pTÓprio de Baal. Nas artes da Babilônia e da
Assíria, ele é representado como um touro. O seu nome é encontrado na inscrição
Panamua, de Zinjirli, onde também havia uma estátua dedicada a Hadade. A sua
adoração persistiu até os tempos helênicos. Em Tannur, na Transjordânia, havia um
templo nabateano a Hadade, que assumia o papel de Zeus (ou vice-versa).
O nome Hadade pode estar por trás do nome “Hadar” na versão KJV em inglês, em
Gênesis 25.15; 36.39. Era o elemento divino em nomes dados a reis e príncipes de
Edom em Gênesis 36.35-39; 1 Reis 11.14-21; 1 Crônicas 1.46-51. Ele era adorado em
Damasco (2 Rs 5,18). Cf. acima, sob o título “Baal”.
Hadadrimom, - ou Hadade-Rimom - Uma divindade adorada com um pranto ritual em
Megido (Zc 12.11). Talvez deva ser comparada com Anate chorando por Baal, seu
irmão, no texto de Ugarite I AB (Cyrus H. Gordon, Ugantie Manual, texto 49; ANET, p.
139). Cf. parágrafo anterior, e Rimom abaixo. Veja também Hadade-Rimom.
Hermes - Uma divindade grega mencionada com o seu nome romano, Mercúrio, em
Atos
14.12, que reflete o seu caráter como o deus da eloqüência e o arauto divino. Era filho
de Zeus e meio-irmão de Apoio. Como um malandro ou enganador, e deus da boa sorte
(seja ela conseguida honestamente ou não), ele era o “santo” patrono dos comerciantes e
dos ladrões. Na religião astral também era conhecido como Mercúrio. Na época
helênica era equiparado ao deus escrivão egípcio Thot. Seu epíteto, “Hermes
Trismegistus” (“três vezes grandioso”) dá uma idéia da importância que ele teve na
religião hermética da época posterior ao Novo Testamento.
Júpiter - O deus do céu dos latinos, identificado como Zeus nos tempos helênicos. E
mencionado em Atos 14.12,13 e no livro apócrifo de 2 Macabeus 6.2. Veja Zeus abaixo.
Kaiwan, ou Quium (Am 5.26) - É provavelmente o mesmo que Renfâ, Eompha, ou
Raila de Atos 7.43 e era provavelmente uma divindade astral. Na Babilônia, o nome
kaya- wanu é dado a Saturno; é traduzido como Raipkan em Amós, na Septuaginta
(LXX). Veja Renfô abaixo.
Lilith - A “bruxa da noite” (ou “a bruxa do deserto”, “a bruxa”, “animais noturnos”,
“fantasmas” ou “mocho”) mencionada em Isaías 34.14. Em acadiano liiitu, é um
demônio da noite que tenta os homens durante o sono. Posteriormente, foi associada no
pensamento semita com a bruxa que rouba crianças. Em Isaías, os seus companheiros
são os pássaros impuros e os animais devoradores (ou “animais selvagens”, “feras do
deserto”, ou ainda “cães bravos”).
Marduque - O deus do estado da Babilônia e o filho mais velho de Ea. Na época de
Hamurabi ele foi reconhecido como a principal divindade, com as funções do sumério
Enlil. No ritual festivo de Ano Novo ele era vitorioso sobre as águas agitadas,
reencenan- do, deste modo, a criação (cf. ANET, pp. 66ss.). Alguns estudiosos recentes
vêem a influência destes motivos sobre o Antigo Testamento nos conceitos de
entronização e Tei- uado divino, Na época neobabilônica, Marduque é equiparado a Bel
(cf. paralelismo de Jr 50.2). O nome Merodaque é o seu correspondente em hebraico (2
Ris 25.27; Is 39.1; Jr 52.31).
Meni - Um deus do destino e da fortuna (ou boa sorte), mencionado em Isaías 65.11. A
palavra é traduzida como “aquele número”, “Destino” ou “Sorte”. Talvez o,nome seja
derivado do deus egípcio Menu. É possivelmente uma divindade astral, uma das
plêiades. No entanto, há informações sobre a crença em um deus Manat na cultura árabe
pré- islâmica (Alcorão, Sura 53.20). Durante o Império Assírio, ele era equiparado a
Assur, o principal deus. Provavelmente não exista conexão com o deus Men da Frigia
da época helênica, que tinha o seu principal templo em Antioquia da Galácia, e era o
deus da cura e da agricultura próspera.
Mercurus, Mercúrio - Atos 14.12. Veja Hermes, acima.
Merodaque - Veja Marduque acima.
Milcom - Veja Meleque, Moloque.
Meleque, Moloque - Uma divindade amonita adorada com sacrifícios humanos (2 Rs
23.10; Jr 32.35). A primeira vocalização baseia-se na palavia hebraica bosheth,
“vergonha”. Existem evidências de um deus Muluk em Mari em aprox. 1700 a.C. Em
Juizes 11.24 parece estar assinalada a identificação de Moloque com Quemos (veja
abaixo), e Moloque seria então um título. O nome de Quemos foi composto com Ashtar
na Pedra Moabita. Como Ashtar equivale ao planeta Vênus, a estrela vespertina, que
aparece como Shalim, “crepúsculo” em Ras Shamra, Moloque poderia ser uma antiga
divindade de Canaã, coin outra aparência (cf. Jr 32.35).
Esta divindade é chamada Milcom (mesma raiz hebraica) em 1 Reis 11.5,33; 2 Reis
23.13; Jeremias 49.1,3 (LXX; a KJV em inglês o traduz como “rei” a partir das mesmas
consoantes em hebraico). Isto é invertido em Amós 5.26. onde há versões que traduzem
o termo como "rei” e outras como “Moloque”. Estêvão cita este trecho em Atos 7.42,43,
onde ‫־‬Moloque” é conservado em algumas versões. Salomão construiu um santuário
para Moloque (1 Rs 11.7,33), que foi destruído por Josias (2 Rs 23.13). Esta adoração
foi reprovada por Sofonias (1.5) com palavras que indicam que se tratava de uma
divindade astral.
A prática proibida do sacrifício humano (Lv 18.21; 20.2-5) parece ter sido muito
difundida em Israel (2 Rs 16.3; 17.17; Sl 106.38; Jr 19.4,5 e muitas outras passagens).
Não pareceu ser satisfatória uma tentativa recente feita por Eissfeldt (seguida por
Albright na obra Yahivek and the Gods of Canaan, pp. 235-242) de remover Moloque
da lista de divindades a quem se ofereciam sacrifícios humanos. Com base em
inscrições púnicas, onde mlk significa um sacrifício para confirmar um voto, o autor
alega que onde o Antigo Testamento diz “passar pelo fogo perante Moloque”, o
significado é: “como uma oferta relacionada a um voto”. No entanto, embora isto possa
explicar a associação entre Baal e Moloque em Jeremias 32.35, ainda assim Levítico
20.5 (onde a prostituição certamente se refere à adoração idólatra, e não a uma oferta) e
2 Reis 17.31 (onde Adrameleque e Anameleque certamente não significa “como”)
mostram que Moloque e outros deuses que tinham nomes compostos que terminavam
com “ - meleque” devem ser vistos como divindades a quem eram oferecidos
sacrifícios.
Nebo - provavelmente uma transliteração do acádio nabu, “anunciar”- Esta divindade da
Babilônia era vista como filho de Merodaque. Sendo originalmente uma divindade das
águas, foi posteriormente associado com a escrita e com a oratória. A sua imagem era
levada na procissão do Ano Novo. O culto a Nebo foi popular durante o período
neobabi- lônico (625539‫ ־‬a.C.) onde o seu nome é o elemento divino nos nomes de três
dos seis reis, como por exemplo, Nabucodonosor. Ele tinha um templo especial em
Borsippa.
Nergal, provavelmente do sumério Ne-iiru- gal, “sennor da grande cidade” - Uma
divindade da Mesopotâmia (2 Rs 17.30) adorada pelos filhos de Cuta, assentados pelos
assírios em Samaria depois de 722 a.C. Originalmente, era o deus do fogo e do calor do
sol; depois, da caça e dos desastres; e finalmente, o deus do inferno, Era o consorte de
Ereshkigal, a senhora do inferno. Era chamado de “senhor das armas”, que pode ser
relacionado ao hebraico “Reshepho do arco” (Sl 76.4[31; “flechas do arco”). Como deus
do inferno, ele pode ter sido equiparado a Mot de Ras Shamra. A divindade Melcarte de
Tiro (literalmente, “rei da cidade”) também era um deus do inferno.
Nibaz - Uma divindade adorada pelos colonos sírios, assentados pelos assírios em
Samaria depois de 722 a.C. (2 Bs 17.31). Até hoje não existe prova arqueológica de tal
divindade, e assim foi sugerido que o nome seja uma variante do hebraico misbeak,
“altar”. O templo foi divinizado com o nome divino “Betel”, em Elefantina, dois
séculos mais tarde. Os rabinos julgaram que o nome viesse do hebraico nbh, “latir”,
mas, provavelmente, isto não seja correto.
Nísroque - Uma divindade adorada por Senaqueribe (2 Rs 19.37; Is 37.38), que foi
morto no seu templo. Existem diversas variações para a grafia do seu nome na LXX,
todas oomeçan- do com spiritus asper. Como o nome é desconhecido em fontes da
Mesopotâmia, pode ser uma variante do assírio Nusku, que era o deus do fogo, o filho
do deus-lua Sin e de Nergal. O seu culto foi confirmado neste período.
Pólux - Veja Castor e Pólux acima.
Quemos - O nome ou o título do deus dos moabitas (Nm 21.29; Jr 48.46). De acordo
com 2 Reis 3.27 e a inscrição de Mesa (ANET, p. 320), ele era adorado por meio do
sacrifício de crianças. Um santuário lhe foi erigido por Salomão (1 Rs 11,7) e foi
destruído por Josias (2 Rs 23.13,14). Na inscrição de Mesa, ele é equiparado a Ashtar
(ueja Astarote acima). Falando ao rei dos amonitas, Jefté mencionou Quemos usando a
expressão “teu deus" (Jz 11.24), embora a divindade amonita se chamasse
Milcom/Moloque (veja acima). Mas Moloque pode ser simplesmente um título para
Quemos, um deus adorado pelos dois povos mencionados. A referência de Jefté a
Quemos, implicando que ele admitia a existência desse deus, foi provavelmente um
argumento aâ hominem para apelar ao rei amonita.
Quium - Veja Kaiwan.
Rainha dos Céus - [Uma deusa pagã a quem Israel, especialmente as mulheres, oferecia
sacrifício e adoração nos últimos dias de Judá (Jr 7.18). Depois da queda de Jerusalém,
e da viagem desobediente de muitos judeus ao Egito por motivos deturpados, eles
insistiam que durante o tempo em que adoravam a rainha dos céus tudo ia bem com
eles, e que os problemas só começaram quando Jeremias os convenceu a retomarem
para Jeová (Jr 44.17ss.). A falsa deusa é a assíria Ishtar ou Astarte, a equivalente a
Ashirat de Ugarite. Era uma deusa-mãe e um símbolo da fertilidade. A adoração à
rainha dos céus supostamente assegurava a fertilidade dos campos, dos rebanhos e da
família (c£. Jr 44.17, “tivemos, então, fartura de pão, e andavamos alegres, e não vimos
mal algum”). No século V a.C., a colônia dos judeus no Egito, na ilha de Elefantina
(Yeb), incluiu em sua estranha adoração sincretista uma deusa chamada Anate-Betel,
que pode ter sido a mesma rainha dos céus. - P. C. JJ
Renfã, ou Raifã - Uma divindade astral adorada pelos israelitas no deserto (Act 7.43). O
nome deriva de Raiphan, da LXX (Am 5.26), onde é uma variante de Kaiwan (veja
acima).
Resefe - Uma divindade de Canaã observada em listas de oferendas e nomes derivados
de deuses de Ugarite, do Egito (Papito Harris, aprox, do século XIII) e em inscrições
sírio-aramaicas do século VIII a.C. Foram encontradas esculturas no Egito, onde ele
segura o símbolo ankh (“vida”). Por outro lado, no épico Keret ele é o deus da peste e
da destruição em massa, Muitas passagens do Antigo Testamento traduzem o nome
como um substantivo comum, “pestilência”, “raio”, “chama” etc., onde existe uma
alusão oculta a este deus. Na teofania de Habacuque 3.5, “a pestilência segue os seus
passos”, alguns estudiosos acreditam que seja possível que o nome próprio faça parte da
tradução. Nas inscrições de Chipre (George A. Cooke, Northwest Semitic Inscriptions,
pp. 55, 57), Resefe é comparado a Apoio, que {Ilíada i.51, 52) também provocava
pestes, Resefe foi identificado com Nergal, Hauron e Melcarte.
Rimom - Supunha-se que o nome original- mente viesse do hebraico rimmort, ‫״‬romã",
mas agora se vê claramente que deriva do acádio ramanu, “rugir”, conseqüentemente,
“o que faz trovejar”. O principal deus de Damasco, era adorado por Naamã e pelo rei da
Síria (2 Rs 5.18). Era o deus da chuva e da tempestade, conhecido entre os assírios
como Ramanu, um título de Hadade (veja acima) e identificado com o sírio Baal (veja
acima). O seu nome aparece no nome sírio Tabrimom, pai de Ben-Hadade (1 Rs 15.18).
Sicute - A grafia deste nome, que se baseia no Texto Massorético (TM) hebraico, é
provavelmente nma variação (por paronomásia hebraica usando as vogais de shiqqus,
“coisa abominável”) do Sakkut da Mesopotâmia (Am 5.26). A Septuaginta (LXX)
assume que este nome seja alguma forma do hebraico sukkah, “tabemáculo”. Muitas
versões seguem a LXX na citação que Estêvão faz de Amós (Act 7.43). Na
Mesopotâmia, Sakkut tem o mesmo ideograma que Ninib, sendo assim uma divindade
astral.
Sucote-Benote - Uma divindade adorada pelos colonos da Babilônia, assentados pelos
assírios em Samaria depois de 722 a.C. (2 Rs 17.30). O nome em hebraico significa
literalmente “barracas de garotas”, mas isto deve ser algum erro de redação. Os
estudiosos da Assíria, Rawlinson e Sehroeder, supuseram que a divindade fosse
Sarpanitu, a consorte de Merodaque, que era popularmente chamada Zir-banitu,
“criadora de sementes”. Franz Delitzsch julgou que o nome pudesse ser o equivalente
hebraico de sakkut binití, “juiz supremo”, ou seja, Merodaque. O nome pode ter alguma
relação com Sicute (adequadamente vocalizado) de Amós 5.26, que é o mesmo que o
acádio Ninib.
Tamuz - Uma divindade da Mesopotâmia que deu o nome ao quarto mês judaico-
babilônico (junho-julho). O nome aparece quando o profeta Ezequiel encontra algumas
mulheres de Jerusalém chorando pelo deus Tamuz (8.14). Tamuz era famoso como o
marido de Ishtar (veja Astarote, acima). Seu protótipo sumério, Dumuzi, era um rei de
Ereque no princípio do terceiro milênio a.C., que foi deificado como o consorte da
protetora da cidade, Inanna ou Innin (correspondendo ao acádio Ishtar). Gilgamesh
acusou-a de trair Tamuz, o seu amor, no famoso épico (ANET, p. 84). Nos tempos
helênicos, Tamuz foi equiparado a Adonis, e Ishtar a Afrodite/ Vênus. Os porcos,
freqüentemente associados com cultos demoníacos, eram os seus animais sacrificiais.
Durante muito tempo, supôs-se que o objetivo da descida mística de Inanna (ou Ishtar)
ao inferno (ANET, pp. 52-57) tenha sido o de ressuscitar o seu amor.
Conseqüentemente, ele foi identificado por Sir James Frazer em 1906, juntamente com
Adonis, Attis e Osíris, como um exemplo do deus que morre e ressuscita. Embora ele
fosse um pastor, e não uma divindade da vegetação, Tamuz era representado como um
deus da fertilidade que, como a vegetação, morre no calor do verão (época em que havia
um pranto cerimonial por ele) e ressurge na primavera.
Graças ao trabalho do especialista em assuntos sumérios, Samuel Kramer, agora temos
claras evidências de que não se pensava que Dumuzi (Tamuz) ressuscitasse dos mortos.
Em um poema recentemente traduzido, e intitulado “A Morte de Dumuzi”, na realidade
Innana tem o seu marido tragado para o mundo inferior por não ter lamentado
adequadamente a ausência dela. Como conseqüência, todas as identificações de Tamuz
com Adonis e com outros deuses ressuscitados tiveram que ser abandonadas (por
exemplo, a obra de A. Moortgat, Tarrunuz), e, da mesma maneira, todas as tentativas de
interpretar a Bíblia com base em tais identificações (por exemplo, Alfred Jeremias,
sobre a história de José, e Theophile Meek sobre Cantares de Salomão Iq.o.]). Existem
evidências de um hieros gamos ou um rito de “matrimônio sagrado” para assegurar a
fertilidade da terra (que não deve ser confundido com o rito Akitu de Ano Novo na
Babilônia) entre o rei Iddin-Dagan (aprox. 1900 a.C.), a quem se referiam como
Dumuzi, e Inanna, que era provavelmente representada por um escravo. Canções de
amor sumérias também eram usadas no culto a Dumuzi-Inanna.
E. M. Y.
Tartaque - Uma divindade adorada pelos aveus, que foram assentados pelos assírios em
Samaria depois de 722 a.C. (2 Rs 17.31). O nome pode ser uma variação de Atargatis,
uma deusa adorada na Síria pelos sírios da Mesopotâmia, cuja adoração persistiu até os
tempos helênicos. Atargatis, por sua vez, pode ser uma composição entre Athirat
(Astarote do Antigo Testamento) e a Anate do panteão de Ras Shamra.
Zeus - [o mesmo que O Júpiter romano] - O chefe do panteão do Olimpo grego,
mencionado em Atos 14.12. A sua estátua no Olimpo era uma das sete maravilhas do
mundo antigo. Seu templo em Atenas era o maior da Grécia. Sua adoração ainda era
amplamente difundida nos tempos do Novo Testamento, com representações artísticas
encontradas em Tarso e em templos em Gerasa, Tannur e Salamina. No panteão latino
sen equivalente era Júpiter. A referência do Novo Testamento tem em vista a figura
resultante da fusão entre Zeus e Júpiter. Bois e carneiros eram sacrificados a ele.
A. K. H. - Dicionário Bíblico Wycliffe

BAAL (BAALISMO)
A palavra e seu uso. Essa é a palavra hebraica que significa «proprietário», «senhor» ou
«marido». É usada em I Crô 5:5; 8:30 e 9:36 como um nome pessoal; e, de modo geral,
designa a divindade cananéia desse nome. As identificações incluem aquelas com
restrições a algum mero lugar de adoração como Baal-Peor (Núm. 25:3), Baal-Gade
(Jos. 11:7), Baal-Hermom (Jui. 3:3), etc. Algumas vezes, tais combinações indicam uma
característica da divindade, e não algum lugar com o qual estaria associada, como Baal-
Berite (Baal do pacto, em Jui. 8:33). Baal-Zebube, talvez uma corruptela de Baal-Zebul
(que significa «príncipe», em II Reis 1:2). 0 próprio termo sugere que a divindade era
considerada proprietária de um determinado lugar, pelo que exerceria controle ali, no
tocante a certos aspectos da vida humana, mas, sobretudo, no tocante à fertilidade.
Baalismo. A adoração a Baal era, essencialmente uma religião da natureza, cuja ênfase
principal era a fertilidade. 0 Oriente Próximo exibiu várias formas de religião da
fertilidade, e essa religião dos cananeus era a mais desenvolvida entre elas, quanto a
esse aspecto. Israel deixou-se arrastar pela influência do baalismo por meio
de sincretismo (os hebreus incorporaram-no, ou ao menos aspectos seus, à sua fé), tendo
havido uma reação profética (os profetas que reagiram contra esses elementos
corruptores).
Fontes informativas. 0 A.T., os tabletes de Ras Shamra (ver o artigo) e Filo Bíblio.
Idéias. El seria o pai dos deuses, mas não teria muito contato com os homens. Aserá era
a deusa-mãe. Um filho (ou neto) de destaque deles seria Baal. Sua consorte, Astarte
tque no A.T. aparece como Astarote ou Astorete), era a deusa da fertilidade (ver o artigo
sobre ela). Nos tabletes de Ras Shamra, Anate aparece como a consorte de Baal. Seu
maior inimigo era Mote (a morte). 0 clima da Si ria e da Palestina contribuía para a
elaboração dessa religião. As chuvas cessam em março-abril. Só começa a chover
novamente em outubro-novembro. e, durante o intervalo, pouca vegetação pode crescer.
A menos que as chuvas voltem, a fome é inevitável. Assim, os cananeus personificaram
as forças que fazem a vegetação voltar à vida. A razão pela qual as chuvas cessariam é
que Baal seria morto em uma luta feroz contra Mote. E as chuvas retornariam porque
os amigos de Baal (como o Sol - Shapsh ou Shemesh) e Astarte (fertilidade),
devolveriam-lhe a vida (princípio da ressurreição). A terra florescería novamente
porque Baal e Astarte copulavam. Assim temos nisso uma forma de religião que é,
essencialmente, a adoração à natureza. Quando os homens perturbam os deuses ou
deixam de agradá-los, há perturbações nas condições atmosféricas, ou nas vidas das
famílias e das tribos.
Festividades. A fim de promover o sentimento religioso do povo e honrar os deuses,
foram instituídas festas que apelavam ao impulso procriador e a licensiosidade,
incluindo a prostituição masculina e feminina, que se tornou um acompanhamento
indispensável nesses cultos de fertilidade. Isso prosseguia durante os períodos de
festividade e fora dos mesmos.
Influência sobre Israel. Essa religião exerceu grande influência sobre Israel,
especialmente no norte (Israel, em contraste com Judá), onde as idéias e as culturas
pagãs tornaram-se parte, mais rapidamente da perspectiva religiosa dos israelitas. Isso
provocou os protestos dos profetas. Sob tais circunstâncias foi que Elias e seus
sucessores postularam a pergunta se o DEUS de Israel era Yahweh ou Baal (ver I Reis
18). Os símbolos dessa adoração foram condenados pelos profetas, incluindo a árvore
ou bosque sagrado, a coluna e os terafins (imagens, que incluíam figurinhas da deusa da
fertilidade, que se tornaram populares e numerosas entre os israelitas). 0 protesto
levantado pelos profetas contra esse tipo de religião pode ter sido um dos fatores que
raramente permitia que DEUS fosse chamado de Pai e o A.T. não tem palavra que
corresponda a deusa. Além disso, a expressão filho de DEUS, aplicada ao homem, é
rara no A.T. Tais termos poderíam ser erroneamente entendidos, em termos pagãos. No
judaísmo havia o cuidado de se evitar a terminologia sexual no seio da família,
porquanto isso era por demais comum nas religiões politeístas e de fertilidade, entre os
vizinhos de Israel.
Fatores do vigor da religião de fertilidade. 1. Israel não expulsou os cananeus de suas
terras, mas antes misturou-se com eles em casamento. 2. Aqueles que tinham acabado
de entrar na Terra Prometida tinham acabado de sair das experiências no deserto.
Formas religiosas que fomentavam festividades e os prazeres sensuais eram alternativas
tentadoras. Ou, pelo menos, elementos tomados por empréstimo dessas atividades que
sem dúvida eram muito atrativos. 3. A lei de Israel era austera. Sempre será mais fácil
seguir o curso de menor resistência. Assim, persistia por um lado a fé em Yahweh,
e esta ia-se misturando com elementos cananeus. Esse processo sincretista é ilustrado
em passagens como Juí. 2:1-5. 2:11-13,17,19; 3:5-7; 6:25. A mesma coisa se dava com
combinações de palavras, como Jerubaal (ver Juí. 7:1), Beeliada (ver I Crô. 14:7), Es-
Baal e Meribe-Baal (ver I Crô. 8:33,34), que surgiram de outros nomes próprios. As
ostraca de Samaria (cerca de 780 A.C.) demonstram que para cada dois nomes que
envolviam o nome de Yahweh, um era uma forma qualquer composta de Baal. 0 trecho
de I Reis 18 mostra-nos que o baalismo tornou-se tão forte em Israel que somente
sete mil deles permaneceram fiéis à antiga fé. Elias conseguiu evitar o colapso total da
fé judaica. Embora continuassem havendo reformas e o protesto dos profetas (ver Osé.
2:16,17), parece que foi necessário o cativeiro para impor a purificação necessária.
Dois grandes mitos de Baal. Os textos de Ras Shamra contêm esses mitos, a saber: 1.0
conflito com o Príncipe do Mar e Juiz do Rio (o deus das águas obtém a ascendência e,
arrogantemente, intimida os outros deuses). Baal, com a ajuda de alguns outros deuses,
é capaz de derrotá-lo, confiando-o à sua devida esfera de atividade. Talvez essa luta seja
simbolizada pelo leviatã da Bíblia, que poderia ser o mesmo lotan, a serpente enrascada,
e que possivelmente seja idêntica ao Príncipe do Mar — Alguns supõem que o Dia do
Senhor (segundo originalmente concebido no judaísmo) poderia referir-se a vitória de
Yahweh sobre as forças do caos. E esse conceito poderia depender do mito cananeu,
acima descrito. 2. Ou-trossim, havia o deus que morria e ressuscitava; Baal, morto
por Mote, era então ressuscitado pelo deus Sol e por Astarte. Tal suposta ressurreição
era acompanhada por grandes festividades de sensualismo. Apesar de que o judaísmo,
como é óbvio, nunca desenvolvesse qualquer coisa similar, excetuando casos de
empréstimos diretos extraídos das religiões de seus vizinhos pagãos, alguns estudiosos
supõem que o próprio conceito de ressurreição pode ter sido provocado, pelo menos em
parte, por essa antiga crença. Não há como determinar até que ponto isso pode ter
sido verdade. Mas a verdade do conceito da ressurreição em nada é prejudicada ainda
que os povos pagãos, de maneira crua, tivessem antecipado e expressado essa idéia à
sua maneira ímpia. (E ID SMIT Z) - Dicionario Champlin - Russell Norman Champlin.

Um encontro ousado com o rei (18:1-19). COMENTÁRIO MESQUITA ( AT )

Agora DEUS dá uma ordem difícil a Elias: "Vai, apresenta-te a Acabe" (18:1). Ia
chover e DEUS queria que Acabe reconhecesse este fato: a seca provinha de um castigo
divino, para ver se conseguiria convencer um coração recalcitrante. Três anos de seca.
Tudo havia desaparecido. Acabe manda o seu mordomo, Obadias, procurar capim para
os cavalos, onde quer que o encontrasse. Nisto ele se encontra com Elias. O profeta dá-
lhe a incumbência de avisar a Acabe que ele tinha chegado e pedia uma entrevista com
o rei. Obadias alega não haver reino ou nação onde Elias não fosse procurado. Onde ele
estava, Acabe jamais imaginaria. Obadias dá o relatório de que Jezabel tinha matado os
profetas do Senhor, e que ele, Obadias, havia escondido cem deles. Não se sabe quando
tivera lugar esse morticínio, mas fora depois da busca de Elias. Não sendo encontrado o
principal, os outros profetas pagaram com a vida. Teriam sido culpados da seca? Parece
que não. O que havia era uma concorrência entre Baal e Jeová, e os dois grupos não
podiam sobreviver juntos. Acabe soube que Elias estava perto e veio com esta palavra:
"És tu, perturbador de Israel?" Elias responde que o perturbador era ele, o rei, que se
vendera com sua família (casa), para fazerem o mal contra Jeová. Para tirar as dúvidas
sobre o problema religioso, que estava sacudindo a nação, Elias propõe uma prova
decisiva.

O encontro no Monte Carmelo (18:20-40).

Ali ia verificar-se quem estava com a razão e quem estava perturbando Israel. O texto é
do conhecimento dos leitores dessa narrativa. Apenas não sabemos por que foi
escolhido o pico do Carmelo. Talvez houvesse ali um grande santuário cananita, porque
os cananeus adoram o seu Baal nos altos. Lá chegando, preparados os dois altares, os
dois holocaustos, Elias dá a vez aos sacerdotes de Baal, 450. Todo o alto comando de
Baal estava presente para a grande prova. Elias deu o primeiro lugar aos sacerdotes de
Baal, para que este fosse invocado e respondesse com fogo. Esta era a prova de fogo
mesmo (v. 24). Ao meio-dia Elias zombava deles, que clamavam e se retalhavam com
facas, à moda selvagem dos !dolos cananeus. Isto se prolongou até a hora do sacrifício
da tarde. "Então Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou
a ele." Recompos o altar de Jeová com doze pedras, simbolizando as doze tribos agora
divididas. Era necessário que tudo fosse bem testemunhado, para não haver suposição
de fraude. Retalhou o bezerro, que lhe coube, dispôs as partes em cima da lenha,
mandou buscar água lá embaixo no mar, porque no alto do morro não haveria água. O
Carmelo é um dos montes mais altos da planura de Sarom. Atualmente é um encanto
subir por uma estrada asfaltada até o pico. O autor destas notas pediu a um cicerone que
lhe mostrasse o lugar onde Elias tinha f eito o milagre. Foi levado um pouco adiante e
ouviu: "Aqui, onde está este hotel, foi o pico onde Elias desafiou os profetas de Baal."
Que panorama deslumbrante! Lá embaixo o Mediterrâneo, com as suas águas azuladas,
e a grande cidade moderna de Haifa, com 450. 000 habitantes. Que emoções, que
evocações! Foi um dos momentos mais tocantes da vida deste pobre pastor, pisar o solo
onde séculos antes, Elias esteve para provar que só DEUS é DEUS.

Tudo pronto, Elias clamou a DEUS, como o tinham feito os sacerdotes de Baal:
"Responde-me, 6 Senhor, responde-me, para que este povo conheça que tu, ó Senhor, és
DEUS. . . " Mal ecoavam as suas últimas palavras "caiu fogo do Senhor e consumiu o
holocausto, a lenha, as pedras e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego" (vv.
37,38). Então todo o povo caiu de bruços e disse: "O SENHOR É DEUS! O SENHOR
É DEUS!"
Seguiu-se a matança dos profetas de Baal. Por que Elias fez isto, se esses homens eram
pagos para praticar a sua religião? Lá embaixo corria o ribeiro de Puisom, muito nosso
familiar desde os tempos de Débora, e ali os matou a todos. Seria uma vingança pela
morte dos profetas do Senhor? Seria um ato de indignação diante de tanta maldade e
ignorância? Quem sabe! O que nos parece é que os profetas não tinham culpa, eram
inocentes. Quem deveria ser morto ali era Acabe, o único culpado por todos os
acontecimentos.
A chuva havia mais de três anos não caía. E ela veio provar que Elias era o profeta de
DEUS. Acabe subiu no seu carro e foi para Jizreel. O que mais deveria interessar agora
ao governo era a chuva, que trazia a fartura. Elias, porém, cometera a grave falta de
afrontar uma mulher vaidosa e senhora da situação, a qual não aceitaria a derrota dos
seus profetas e da sua religião. Tão logo foi posta a par do que havia ocorrido no
Carmelo, tomou as suas providências para uma desforra em ordem. É o que vamos ler
em 1 Reis 19.

Elias no Monte Horebe (19:1-18) - COMENTÁRIO MESQUITA ( AT )

Jezabel mandou uma mensagem a Elias: no dia seguinte, ele seria como um dos profetas
mortos. Ela ainda não tomara conhecimento de que Elias era homem de DEUS e este
cuidaria do seu profeta. A cegueira do poder obscurecia a mente da mulher poderosa.
Elias teve medo, pela primeira vez (v. 3). Um homem corajoso com medo de uma
mulher! Ele sabia quem era Jezabel, conhecia a sua posição em Israel e o seu
predomínio sobre o próprio marido. Então, para salvar a vida, lá se foi para Horebe, no
Sinai. O caminho era longo e o lugar deserto. Por que não procurou outro local, se havia
tantos, ao sul da Palestina, que lhe poderiam servir de esconderijo? Parece, só nas
montanhas se consideraria seguro. Deixou o seu criado em Berseba, de Judá, lugar
muito nosso conhecido, e seguiu só. Deve haver qualquer relação entre a escolha deste
lugar, onde Moisés recebeu a Lei e a história de Elias. Horebe era um dos montes do
maciço do Sinai. Lá DEUS organizou o povo saído do Egito em uma nação eleita. Lá
foi outorgada a Lei. Lá estavam as recordações de um passado já distante. Agora que a
Lei estava em perigo, com o predomínio de Jezabel, era o caso de voltar ao lugar da
origem da nacionalidade e saber que destino a aguardava. Estamos apenas supondo,
porque o texto nada diz dos motivos que o levaram para tão longe. Teria recebido
alguma mensagem de DEUS? Não sabemos. Talvez estivesse em sua mente procurar a
DEUS ali, para lhe comunicar que o Concerto feito e tudo que se relacionava com ele
estava perdido. Estamos convencidos de que havia um motivo superior para Elias vir
parar tão longe. Tal como nos dias de Moisés, só ele restava de,, todo o passado.

Chegou cansado e desiludido. Deitou-se debaixo de um zimbro e pediu a morte,


achando que bastava. Tinha lutado em vão; a sua inimiga estava viva e forte. Um dia
sem comer e sem beber, estava com fome e cansado. Adormeceu. Assim acontece
conosco muitas vezes: desiludidos, fatigados, parece-nos a melhor coisa pedir a morte.
O Anjo do Senhor, o Anjo de tantas aparições e manifestações (JESUS CRISTO pré-
encarnado), aparece. O texto diz um anjo, indicando tratar-se de um das miriades de
anjos que servem ao Senhor; pelo contexto, porém, somos levados a crer que era o Anjo
Jeová. Elias adormeceu e descansou da sua fadiga e desilusão. Um anjo do Senhor
tocou-o, despertou-o do sono, e lhe disse que comesse, porque a caminhada e a luta não
tinham terminado. À sua cabeceira estava um pão cozido em brasas e uma botija de
água. Comeu, bebeu e voltou a dormir. Veio segunda vez o anjo do Senhor,
literalmente, o Anjo Jeová, e o tocou e disse: "Levanta-te, e come, porque demasiado
longa te será a viagem." Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força desse
alimento demandou o lugar do seu destino. Viagem de 40 dias e 40 noites até Horebe.
Moisés esteve quarenta dias e quarenta noites na montanha com DEUS. Agora, eis o
profeta de DEUS face à face com o passado, e pela frente, com um futuro incerto. O
novo aparecimento do Senhor perguntando que fazia ali, mostra-nos a amargura de alma
do profeta. Depois de tantas experiências, tudo estava acabado. O povo de DEUS tinha
falhado. Só ele restava de todo um passado glorioso (v. 10). Os altares estavam
derrubados, os profetas mortos, tudo estava no fim. DEUS, porém, lhe mostra não ser
assim, o quadro não era tão negro

14. Depois da visita de Jeová num cicio tranqüilo e suave (v. 12), após o temporal de
vento, terremoto e fogo, o Senhor vem numa brisa como a suave brisa da manhã.
Quantas lições estas experiências do profeta nos dão! Quanta coisa temos que aprender!
DEUS, sendo o senhor de tudo, o dominador da natureza, aparece num suave som,
como o som de um ligeiro murmúrio. Seria uma censura à violência cometida contra os
pobres profetas de Baal? Pensam alguns que sim. A ordem era voltar pelo mesmo
caminho e realizar a missão não cumprida.

Elias recebe uma difícil comissão. Ungir Hazael, da Síria, como rei, ungir Eliseu em seu
lugar, ungir Jeú, para ser rei e juiz de Israel. Uma revolução no mundo israelita.

1 Rs 18:22 (Comentário - NVI - F. F. Bruce). Eu sou o único [...] talvez seja


uma referência a esse confronto específico com os muitos profetas de Baal ou pode ser
um comentário acerca da natureza corrompida dos outros profetas professos de Javé.
Os detalhes da disputa mostram poucas diferenças entre os preparativos cananeus e os
hebreus para a oferta, mas o ritual violento e desvairado da mágica de imitação
contrasta fortemente com a simples oração de Elias na hora do sacrifício (v. 36). O fim
da seca tinha sido declarado em nome de Javé (v. 1), e para que isso não fosse atribuído
a Baal a disputa deveria terminar com a resposta por meio do fogo (v. 24). A multidão,
que antes esteve silenciosa (v. 21), aprova as condições: 0 que você disse é bom (v. 24).
Elias aumenta ainda mais o desapontamento e desconforto dos sacerdotes de Baal ao
usar um pouco de humor (as duas primeiras frases podem significar que Baal estava
literalmente fazendo necessidades), v. 28. Então passaram a [...] ferir-se com espadas e
lanças, de acordo com o costume deles (a RSV lê o mesmo verbo, gãdad, em Os 7.14 no
contexto agrícola; geralmente está relacionada ao lamento pelos mortos, e.g., Dt 14.1),
no tipo de desconsideração pelo sofrimento característico de algumas práticas
muçulmanas hoje, enquanto continuaram profetizando em transe (v. 29, uma tradução
pejorativa do verbo nãbã’ que cobre a profecia de forma bem ampla. JB: “discursaram
de forma bombástica” e NEB: “deliraram e discursaram” têm ainda menos
apoio textual. Provavelmente “profetizaram” [entre aspas] seria a melhor maneira de
representar a ironia do texto). O sombrio veredicto do v. 26 é reforçado com o lacônico:
Mas não houve resposta alguma; ninguém respondeu, ninguém deu atenção (v. 29).
v. 30. Então Elias disse a todo o povo: Aproximem-se de mim\ um convite totalmente
honesto. Era fácil escarnecer do ineficiente Baal; agora começava o verdadeiro teste
da fé. Elias reparou o altar do Senhor, que estava em ruínas, possivelmente um santuário
antigo que havia caído em desuso ou sido intencionalmente destruído sob o regime
de Jezabel. As doze pedras (v. 31) eram um lembrete silencioso de que o verdadeiro
Israel havia sido desintegrado pelo cisma. A água provavelmente foi tirada do mar e
fornecia uma garantia tríplice contra a trapaça. A oração breve de Elias contrasta com as
horas do ritual de Baal e mais uma vez inclui a antiga aliança, v. 36. 0 Senhor, DEUS de
Abraão, de Isaque e de Israeh não somente Senhor da natureza, mas também da história
e do povo. v. 37. responde-me, ó Senhor contrasta com não houve resposta alguma do v.
29, e a razão declarada não é a sua vindicação pessoal mas para que este povo saiba que
tu, ó Senhor, és DEUS, e que fazes o coração deles voltar para ti (a NVI deixa pouco
espaço para ambigüidade. BJ: “que convertes os corações deles”; NEB: “é o Senhor que
os causou a se afastarem”). A tradução gira em torno da compreensão que Elias tinha da
situação. Será que ele estava otimista de que um sinal dramático iria trazer o povo de
volta a Javé? E mais provável (como JESUS em Jo 2.23-25) que ele estivesse
desesperançado de qualquer arrependimento genuíno e só queria que eles soubessem
que a sua decadência não poderia ser atribuída a Baal ou Jezabel, mas que era obra de
Javé, e que era resultado inevitável do fato de eles terem rejeitado a antiga aliança e o
primeiro mandamento.
v. 38. Então o fogo do Senhor caiu em tal demonstração de poder que o povo expressou
a única reação possível: O Senhor é DEUS! (v. 39). O destino dos profetas de Baal (v.
40) não era imprevisível. Eles e o povo sabiam da aposta que estavam fazendo. A
liderança de Elias na defesa da aliança feita no deserto levou às sanções severas
incluídas naquele pacto (Dt 13)

(1 Rs 19:14). (Comentário - NVI - F. F. Bruce)


um anjo\ essa tradução obscurece a ambigüidade do termo hebraico mal’ãk
(“mensageiro” no v. 2). Um aldeão generoso poderia ter feito isso, a não ser que Elias
precisasse de uma experiência mais transcendental para renovar a sua determinação. v.
8. quarenta dias e quarenta noites lembra quando Moisés recebeu a Lei (Ex
24.18). Horebe, o monte de DEUS estaria localizado a aproximadamente 160
quilômetros atravessando uma região árida. O local destaca ainda mais a volta ao local
do nascimento religioso do povo de Israel e propõe a questão de como princípios
universais e atemporais apresentados no deserto podem ser aplicados nas diversas
condições culturais de um povo agrícola bem estabelecido (ou da moderna sociedade
industrial), v. 10. Tenho sido muito zeloso (BJ: “Eu me consumo de ardente zelo”)
espelha o segundo mandamento (Ex 20.5). O que Elias sentia não era uma inveja barata
do lugar que Baal ocupava em Israel, mas uma preocupação ardente de que a
supremacia de Javé se tornasse conhecida. Esse zelo nem sempre está de acordo com o
conhecimento (v. o uso que Jeú faz da palavra em 2Rs 10.16), mas pode ser uma reação
totalmente apropriada (e.g., SL 69.9 e Jo 2.17). Elias reforçou a indignidade que Javé
estava sofrendo: Os israelitas rejeitaram a tua aliança (Elias expressa a Javé mais da sua
preocupação pelos profetas do que mostrou a Obadias; mesmo que o testemunho tivesse
sido imperfeito, a matança deles havia sido uma afronta grotesca a Javé.) Sou o único
que sobrou pinta o quadro mais deplorável possível da decadência israelita, v. 11. o
Senhor vai passar (mais um paralelo com a experiência de Moisés; v. Êx 34.6,7 — a
comparação daquela revelação com o presente texto é instrutiva), não no vento
fortíssimo, não no terremoto ou no fogo que teria combinado com os sentimentos de
Elias naquele momento, mas no murmúrio de uma brisa suave (ou “no som do silêncio”,
v. 12). A repetição (v. 13,14) reforça tanto a urgência da preocupação de Elias quanto o
mistério da permissão divina do mal.

1 Reis 18:21-40 (Comentário Bíblico - Matthew Henry -Exaustivo - AT e NT)


O Encontro de Elias com todo o Israel no Monte Carmelo e a Execução dos Profetas de
Baal

Acabe e o povo esperavam que Elias, nessa solene assembléia, abençoasse a terra, e
orasse por chuva; mas ele tinha outra tarefa a fazer primeiro. O povo devia ser levado ao
arrependimento e à reforma e só então eles podiam esperar a anulação do castigo, mas
não antes disso. Esse é o método correto. DEUS primeiro confortará o seu coração,
depois os seus ouvidos estarão abertos para eles; primeiro fará que retornemos para Ele,
depois, Ele tornará para nós (Sl 10.17; 80.3). Os que abandonam a DEUS não devem
esperar pelo favor de DEUS até que voltem a serem submissos a Ele. Elias podia ter
olhado procurando chuva setenta vezes sete vezes, e não tê-la visto, se não tivesse assim
começado o seu trabalho no lado certo. Uma fome de três anos e meio não os traria de
volta para DEUS. Elias se esforçava em convencer o bom senso deles e sem dúvida foi
por ordem especial e direção do céu que ele colocou a controvérsia entre DEUS e Baal
em um teste público. Foi muita condescendência de DEUS tolerar um caso tão evidente
a ser disputado, e permitisse que Baal competisse com Ele; mas dessa forma, DEUS
calaria toda boca e silenciaria toda carne diante dele. A causa de DEUS é tão
incontestavelmente justa que não precisa ter medo que as evidências da sua eqüidade
sejam pesquisadas e ponderadas.
I
Elias censurou o povo por misturar a adoração a DEUS com a adoração a Baal. Não
apenas alguns israelitas adoravam a DEUS enquanto outros adoravam a Baal; mas os
mesmos israelitas às vezes adoravam a um e às vezes a outro. Ele chama isso (v. 21) de
coxear entre dois pensamentos (ou opiniões). Eles adoravam a DEUS para agradar aos
profetas, mas adoravam a Baal para agradar a Jezabel e bajular a corte. Eles pensavam
em ficar no meio termo e jogar dos dois lados, como os samaritanos em 2 Reis 17.33.
Agora Elias lhes mostra o absurdo dessa atitude. Ele não insiste na relação deles com
Jeová — “Não é Ele o vosso DEUS e o de vossos pais, enquanto Baal é o deus dos
sidônios? E houve alguma nação que trocasse os seus deuses? (Jr 2.11). Não, ele põe de
lado a prescrição e entra no mérito da questão: — “não pode haver senão um DEUS,
senão um infinito e supremo: não se necessita senão de um DEUS, um onipotente, um
todo-suficiente. Qual é a necessidade de acrescentar algo ao que é perfeito? Agora, se
no teste parecer que Baal é o Ser onipotente e infinito, o supremo Senhor e benfeitor
todo-suficiente, vós deveis renunciar a Jeová e aderir apenas a Baal: mas se Jeová for
aquele único DEUS, Baal será uma fraude, e vós não deveis ter mais nada a ver com
ele”. Observe:
1. É uma coisa muito ruim coxear entre DEUS e Baal. “Em diferenças reconciliáveis
(diz o bispo Hall) nada mais seguro do que a indiferença da prática e da opinião; mas
em casos de tal necessária hostilidade entre DEUS e Baal, aquele que não está com
DEUS está contra Ele” (compare Marcos 9.38,39 com Mateus 12.30). O serviço a
DEUS e o serviço do pecado, o domínio de CRISTO e o domínio de nossa
concupiscência, esses são os dois pensamentos entre os quais é perigoso coxear.
Coxeiam entre eles os que não têm firmeza de suas convicções, são inseguros e
instáveis em seus propósitos, prometem o que é justo, mas não cumprem, começam
bem, mas não continuam, são inconsistentes consigo mesmos, ou indiferentes e
desanimados em relação àquilo que é bom. O seu coração está dividido (Os 10.2), ao
passo que DEUS deseja tudo ou nada.
2. Nós temos total liberdade de escolha: escolhei hoje a quem sirvais (Js 24.15). Se
pudermos encontrar alguém que tenha mais direito a nós ou que seja um senhor melhor
para nós do que DEUS, podemos escolhê-lo por nossa conta e risco. DEUS não exige
nada mais de nós do que lhe é de direito. A esta justa proposta, que Elias faz aqui, o
povo não soube dizer nada: o povo lhe não respondeu nada. Ele não podia dizer nada
para justificar-se e não diria nada para se condenar, mas, como povo confuso, deixou
Elias falar o que desejasse.
II
Ele se propôs dar à questão um teste justo; e era tanto mais justo porque Baal tinha
todas as vantagens externas do seu lado. O rei e a corte estavam todos por Baal. Assim
também o povo. Os administradores da causa de Baal eram quatrocentos e cinqüenta
homens, gordos e bem nutridos (v. 22), ao lado de mais quatrocentos, que eram seus
apoiadores ou ajudantes (v. 19). O administrador da causa de DEUS era apenas um
homem, que acabava de voltar do exílio, quase morto pela fome; de maneira que a causa
de DEUS não tem nada para apoiá-la senão o seu próprio direito. Porém, é colocada
essa prova: “que cada lado prepare um sacrifício e ore ao seu deus, e o deus que
responder por fogo, esse será DEUS; se nenhum assim responder, que o povo se torne
ateu; se ambos, que o povo continue a coxear entre os dois”. Sem dúvida, Elias tinha
uma ordem especial de DEUS para sugerir esse teste, de outra forma ele teria tentado a
DEUS e afrontado a religião; mas a situação era extraordinária e a decisão sobre ela
seria útil, não apenas então, mas em todas as épocas. É um exemplo da coragem de
Elias que ele ousasse permanecer só na causa de DEUS contra tais poderes e números; e
o resultado encoraja a todas as testemunhas e defensores de DEUS a jamais temerem a
face do homem. Elias não diz: “o DEUS que responder por água” (embora isso fosse o
que país precisava), mas “o que responder por fogo, esse será DEUS”; porque a
expiação devia ser feita através de sacrifício, antes que o castigo pudesse ser removido
pela misericórdia. Por essa razão, o DEUS que tem poder de perdoar pecados e dar isso
a entender ao consumir a oferta pelo pecado, deve necessariamente ser o DEUS que
pode nos socorrer contra a calamidade. Aquele que pode dar fogo pode dar água (veja
Mt 9.2,6).
III
O povo concorda com ele: É boa esta palavra (v. 24). Ele concorda que a proposta é
justa e perfeita. “DEUS freqüentemente tem respondido por fogo; se Baal não puder
fazer isso, que seja banido como um usurpador”. Eles estavam muito desejosos de ver a
experiência, e pareciam resolvidos a aceitar o resultado, qualquer que fosse ele. Aqueles
que estavam firmes em DEUS não duvidavam que isso terminaria para a honra dele; os
que eram indiferentes estavam inclinados a se decidirem; e Acabe e os profetas de Baal
não ousavam se opor por medo do povo, e esperavam que eles obtivessem fogo do céu
(embora nunca tivessem tido até ali), e isso porque, como pensam alguns, eles
adoravam ao sol em Baal, ou que Elias não podia, porque não era no Templo, onde
DEUS tinha o costume de manifestar a sua glória. Se, nesse teste, eles pudessem
conseguir pelo menos um empate, as suas outras vantagens lhes dariam a vitória.
Portanto, vamos ao teste.
IV
Os profetas de Baal tentam primeiro, mas em vão, com o seu deus. Eles desejam a
precedência, não apenas pela honra dela, mas para que, se puderem apenas pelo menos
mostrar que conseguem aquele objetivo, não será permitido a Elias participar do teste.
Elias permite-lhes isso (v. 25), lhes dá a precedência para a maior confusão deles; só
que, sabendo que a obra de Satanás se realiza com maravilhas mentirosas, ele toma
cuidado para impedir uma fraude: não lhe metais fogo. Agora, na tentativa deles,
observe:
1. Quão importunos e barulhentos eram os profetas de Baal em suas orações. Eles
aprontaram seus sacrifícios; e nós podemos imaginar que barulho quatrocentos e
cinqüenta homens fizeram, quando todos clamaram como se fossem um homem só e
com todas as suas forças: Ah! Baal, ouve-nos! Ah! Baal, responde-nos! Como aparece
em uma anotação marginal: e isso por algumas horas, mais do que os adoradores de
Diana fizeram no clamor deles: grande é a Diana dos efésios (At 19.34). Quão tolos,
quão grotescos, eram eles ao se dirigirem a Baal! (1) Como tolos, saltavam sobre o
altar, como se fossem eles próprios ser sacrificados com seu boi; ou eles expressavam
sua grande seriedade. Saltavam sobre o altar ou dançavam em volta dele (assim
entendem alguns): eles esperavam, através da sua dança, agradar à sua divindade, como
Herodias fez com Herodes, e assim obter a sua resposta. (2) Como loucos eles se
retalhavam com facas e com lancetas (v. 28) aflitos porque não eram respondidos, ou
em um tipo de fúria profética, esperando obter o favor do seu deus ao oferecerem-lhe o
seu próprio sangue, quando não podiam obtê-lo com o sangue do boi sacrificado. DEUS
nunca exigiu que seus adoradores assim o honrassem; mas o serviço do diabo, embora
em alguns exemplos agrade e mime o corpo, em outras coisas é verdadeiramente cruel,
como na inveja e na bebedeira. Parece que esse era o jeito dos profetas de Baal. DEUS
proibiu expressamente que seus adoradores se retalhassem (Dt 14.1). Ele insiste que
mortifiquemos nossas concupiscências e corrupções; mas as penitências e os rigores
corporais, como fazem os papistas, que não têm nenhuma tendência para aquilo, não
agradam a DEUS. Quem requereu isso de vossas mãos?
2. Quão sarcástico Elias foi com eles (v. 27). Ele ficou por perto e pacientemente os
ouviu por tantas horas orarem a um ídolo, embora com secreta indignação e desdém; e
ao meio-dia, quando o sol estava mais quente, e eles esperando tanto por fogo (muito
mais agora) ele os censurava por sua tolice; e apesar da gravidade do seu posto, e da
seriedade do trabalho que tinha diante de si, caçoava deles: “Clamai em altas vozes,
porque ele é um deus, um deus bondoso que não pode deixar de ouvir todo esse clamor.
Com certeza vós pensais que ele esteja conversando ou meditando (esse é o significado
da palavra), ou concentrado em pensamentos profundos (absorto em devaneios, como
dizemos), pensando em alguma outra coisa e não se importando com seus próprios
problemas, quando não apenas o seu crédito, mas toda a sua honra estava em risco, bem
como sua influência sobre Israel. A sua nova conquista estará perdida se ele não olhar à
sua volta rapidamente”. Note: O culto aos ídolos é uma coisa muito ridícula e é justo
representá-lo assim e expô-lo ao escárnio. Isso não justifica de forma alguma aqueles
que ridicularizam os adoradores de DEUS em CRISTO porque o culto não é realizado
exatamente do jeito deles. Os profetas de Baal estavam tão longe de serem convencidos
e foram tão envergonhados pela justa censura que Elias lançou sobre eles, que os fez
mais violentos e os levou a agirem de maneira mais ridícula. Um coração enganado os
tinha desviado, eles não podiam entregar suas almas dizendo: não há uma mentira em
nossa mão direita?
3. Como Baal foi surdo em relação a eles. Elias não os interrompeu, mas os deixou
seguir até se cansarem, e perderem totalmente a esperança de sucesso, isso foi até que a
oferta de manjares se oferecesse (v. 29). Durante todo aquele tempo, alguns deles
oraram, enquanto outros profetizaram, cantaram hinos, talvez louvando a Baal, ou
encorajaram aqueles que estavam orando para que continuassem, dizendo-lhes que Baal
lhes responderia no fim; mas não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma. Os
ídolos não podiam fazer nem o bem nem o mal. O príncipe do poder do ar, se DEUS o
tivesse permitido, poderia ter feito cair fogo do céu nessa ocasião, e teria feito isso
alegremente para apoiar o seu Baal. Somos informados de que a besta que engana o
mundo faz isso. E faz grandes sinais de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à
vista dos homens e isso para enganá-los (Ap 13.13,14). Mas DEUS não toleraria que o
diabo fizesse isso agora, porque o teste dos seus direitos, o seu título, estava
acontecendo pelo consentimento das partes.
V
Elias rapidamente obtém do seu DEUS uma resposta por fogo. Os profetas de Baal são
forçados a desistir de sua causa e, agora, é a vez de Elias apresentar a sua. Vejamos se
ele se dá bem:
1. Ele reparou um altar. Ele jamais usaria o deles, que tinha sido contaminado com as
orações a Baal, mas, encontrando em ruínas um altar ali, que anteriormente tinha sido
usado no culto ao Senhor, ele escolheu reparar aquele (v. 30), para insinuar a eles que
ele não estava para introduzir nenhuma nova religião, mas reviver a fé e a adoração ao
DEUS de seus pais e convertê-los ao primeiro amor que tiveram e às primeiras obras
que praticaram. Ele não podia levá-los ao altar em Jerusalém a menos que pudesse unir
os dois reinos novamente (o que, para a correção de ambos, DEUS determinou que
agora isso não devia ser feito), por isso, pela sua autoridade profética, ele constrói um
altar no monte Carmelo e assim reconhece aquele que anteriormente tinha sido
edificado ali. Quando não podemos levar uma reforma tão longe quanto gostaríamos,
devemos fazer o que pudermos, e é melhor aceitar algumas corrupções do que não fazer
o máximo para extirpar Baal. Ele reparou esse altar com doze pedras, conforme o
número das tribos dos filhos de Jacó (v. 31). Embora dez das tribos tivessem se voltado
para Baal, ele ainda as considerava como pertencendo a DEUS, por virtude da antiga
aliança com seus pais; e, embora aquelas dez estivessem infelizmente separadas das
outras duas nos interesses civis, ainda tinham comunhão umas com as outras no que se
referia à adoração ao DEUS de Israel, e as doze eram um só povo. Faz-se menção de
DEUS ter chamado seu pai Jacó pelo nome de Israel, um príncipe com DEUS (v. 31),
para envergonhar a sua semente degenerada, que adorava a um deus que eles viam que
não podia ouvir nem lhes responder, e encorajar o profeta que agora estava para lutar
com DEUS como Jacó fez; ele também seria um príncipe com DEUS (Salmos 24.6: a
tua face, ó DEUS de Jacó; Oséias 12.4: ali falou conosco).
2. Tendo construído o seu altar em nome do Senhor (v. 32), pela orientação dele e com
os olhos nele, e não para a sua própria honra, ele preparou o sacrifício (v. 33). Eis aqui o
boi e a lenha, mas onde está o fogo? (Gn 22.7,8). DEUS proverá para si o fogo. Se nós,
com sinceridade, oferecermos os nossos corações a DEUS, Ele, por sua graça, acenderá
um fogo santo neles. Elias não era sacerdote, nem seus serventes eram levitas. O
Carmelo não tinha nem tabernáculo nem templo; havia uma grande distância da arca do
testemunho e do lugar que DEUS tinha escolhido; esse não era o altar que santificava a
oferta; porém, jamais houve qualquer sacrifício mais aceitável a DEUS do que esse.
Prescindia-se com tanta freqüência das instituições levíticas específicas (como no tempo
dos juízes, de Samuel e agora) que se pode até pensar que eles eram mais designados
para tipos que deviam ser cumpridos nos antítipos evangélicos do que leis a serem
cumpridas na estrita observância delas. Assim, o seu perecimento pelo uso, como fala
deles o apóstolo (Cl 2.22), devia insinuar a sua completa abolição depois de um curto
espaço de tempo (Hb 8.13).
3. Ele ordenou que derramassem muita água sobre o seu altar, e para recebê-la, preparou
uma vala (v. 32), e, pensam alguns, fez o altar oco. Doze cântaros de água
(provavelmente água do mar, pois o mar ficava perto e essa quantidade de água potável
nesse tempo de seca era muito preciosa para ele esbanjar tanto), três vezes quatro, ele
derramou sobre o seu sacrifício para impedir a suspeita de qualquer fogo debaixo dele
(pois, se houvesse algum, ele seria extinto) e para fazer o milagre esperado mais
notável.
4. Então ele solenemente dirigiu-se a DEUS em oração diante do seu altar, suplicando-
lhe humildemente: lembre-se de todas as tuas ofertas e aceite os teus holocaustos (Sl
20.3), e para comprovar a sua aceitação dela. A sua oração não foi longa, pois ele não
usou vãs repetições nem pensou que por muito falar seria ouvido; mas ela foi muito
séria e serena, e mostrou que a sua mente estava calma e tranqüila, e longe do ardor e
das desordens em que se encontravam os profetas de Baal (vv. 36,37). Embora ele não
estivesse no lugar designado, escolheu a hora prescrita da oferta de manjares, para
testificar com isso sua comunhão com o altar em Jerusalém. Embora ele esperasse uma
resposta por fogo, ainda assim aproximou-se do altar com coragem, e não temeu aquele
fogo. Ele dirigiu-se a DEUS como o DEUS de Abraão, de Isaque e de Israel, colocando
fé na antiga aliança de DEUS, e lembrando o povo também (pois a oração pode
convencer) da sua relação com DEUS e com os patriarcas. Aqui ele argumenta sobre
duas coisas: (1) A glória DEUS: “Senhor, ouça-me e responde-me, para que se
manifeste hoje (pois isso agora é pela maioria negado ou desconhecido) que tu és DEUS
em Israel, a quem apenas a homenagem e a devoção de Israel são devidas, e que eu sou
teu servo, e que faço tudo o que tenho feito, e farei, como o teu agente, conforme a tua
palavra, e não para recompensar nenhum capricho ou sentimento de minha parte. Tu me
encarregaste; Senhor, manifesta que tu fazes assim” (Nm 16.28,29). Elias não procurou
a sua própria glória, mas submetia-se à de DEUS, e para a sua própria e necessária
defesa. (2) A edificação do povo: “Para que este povo conheça que tu, Senhor, és
DEUS, e possa experimentar a tua graça; e que tu o fizeste tornar, com esse milagre,
como um meio, para ti, para voltares de alguma forma com misericórdia para eles”.
5. DEUS lhe respondeu imediatamente com fogo (v. 38). O DEUS de Elias não estava
conversando nem meditando, não precisava ser despertado nem avivado; enquanto ele
ainda estava falando, caiu fogo do Senhor, e não apenas, como em outros tempos (Lv
9.24; 1 Cr 21.26; 2 Cr 7.1) consumiu o holocausto e a lenha, em sinal de que DEUS
aceitara a oferta, mas lambeu a água que estava no rego, fazendo-a evaporar e subir para
a chuva a que se apontava, a qual devia ser o fruto desse sacrifício e oração, mais do que
o produto de causas naturais. Compare com Salmos 135.7: faz subir os vapores das
extremidades da terra, faz os relâmpagos para a chuva; ele fez ambos para essa chuva.
Como para aqueles que caem vítimas do fogo da ira de DEUS, nenhuma água pode
protegê-los, muito menos arbustos e espinheiros (Is 27.4,5). Mas isso não era tudo; para
completar o milagre, o fogo consumiu as pedras do altar, e até o pó, para mostrar que
não era um fogo comum, e talvez insinuar que, embora DEUS aceitasse um sacrifício
ocasional desse altar, no futuro eles deviam demolir todos os altares nos lugares altos e
usar apenas aquele que estava em Jerusalém para sacrifícios permanentes. O altar de
Moisés e o de Salomão foram consagrados por fogo do céu; mas esse foi destruído para
não ser usado mais. Podemos imaginar que terror o fogo produziu sobre o culpado
Acabe e todos os adoradores de Baal e como eles fugiram do fogo para o mais longe, e
tão rápido quanto, possível, dizendo: para que, porventura, não nos trague, fazendo
alusão a Números 16.34.
VI
Qual foi o resultado desse teste justo. Os profetas de Baal tinham falhado em sua prova
e não puderam dar nenhuma evidência em apoio de suas pretensões no interesse de seu
deus, mas foram totalmente improcedentes. Elias tinha, pela evidência mais convincente
e inegável, provado suas reivindicações no interesse do DEUS de Israel. E agora:
1. O povo, como júri, deu o veredicto sobre o julgamento, e todos concordaram com
isso; o caso é tão claro que o povo não precisa recorrer a um tribunal para considerar o
veredicto ou discutir a respeito dele: o povo caiu sobre seus rostos, e todos, como se
fossem um só homem, disseram: “Só o SENHOR é DEUS, e não Baal; estamos
convencidos e satisfeitos com isso: só o SENHOR é DEUS” (v. 39), daí, pensaria
alguém, eles deveriam deduzir: “Se Ele é DEUS, será o nosso DEUS, e serviremos
apenas a Ele”, como em Josué 24.24. Alguns, esperamos, tiveram seus corações
voltados dessa forma, mas a maioria deles ficou apenas convencida, não convertida,
cedeu à verdade de DEUS, de que Ele é DEUS, mas não consentiu em sua aliança, que
Ele devesse ser deles. Benditos aqueles que não viram o que eles viram e têm crido e
têm sido feitos por isso mais do que aqueles que viram. Que isso seja visto para sempre
como um ponto decidido judicialmente contra todos os embusteiros (pois ele foi
realizado, depois que todos foram ouvidos, contra um dos mais ousados e ameaçadores
rivais por quem o DEUS de Israel foi afrontado) que só o Senhor é DEUS, o DEUS
único.
2. Os profetas de Baal, como criminosos, são apanhados, condenados e executados de
acordo com a lei (v. 40). Se Jeová é o DEUS verdadeiro, Baal é um deus falso, para
quem esses israelitas tinham se voltado e seduzido a outros para a adoração dele; e por
isso, pela expressa lei de DEUS eles deviam ser executados (Dt 13.1-11). Não eram
necessárias provas do fato; todo o Israel era testemunha disso: e por essa razão, Elias
(agindo ainda por uma ordem extraordinária, a qual não deve ser entendida como um
precedente) ordena que todos sejam mortos imediatamente como os perturbadores da
terra, e o próprio Acabe está tão aterrorizado no momento com o fogo do céu que não
ousa se opor a isso. Esses eram quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e
quatrocentos profetas de dos bosques (que, pensam alguns, eram sidônios), embora
convocados (v. 19), porém, como parece, não compareceram, e assim escaparam dessa
execução, um escape oportuno que talvez tenha alegrado Acabe e Jezabel; mas provou-
se mais tarde que eles estavam reservados para serem os instrumentos da destruição de
Acabe, encorajando-o a subir a Ramote-Gileade (22.6).

1 Reis 19:9-18 - (Comentário Bíblico - Matthew Henry -Exaustivo - AT e NT)


DEUS Conversa com Elias e o Orienta e Encoraja

Aqui temos:
I
Elias abrigado em uma caverna no monte Horebe, que é chamado o monte de DEUS,
porque nele DEUS tinha anteriormente manifestado a sua glória. E talvez essa tenha
sido a mesma caverna, ou fenda na rocha, na qual Moisés foi escondido quando o
Senhor passou por ele e apregoou o seu nome (Êx 33.22). O que Elias pensava consigo
mesmo ao vir se abrigar aqui, eu não consigo imaginar, a menos que fosse para perder-
se em sua melancolia, ou para satisfazer sua curiosidade ou assistir sua fé e devoção
com a visão daquele famoso lugar onde a lei fora dada e onde tão grandes coisas se
realizaram, e esperando encontrar-se com o próprio DEUS ali onde Moisés se
encontrara com Ele, ou em sinal de que abandonava seu povo Israel, que odiava ser
reformado (no último caso, isso concorda com o desejo de Jeremias [Jr 9.2]: prouvera a
DEUS que eu tivera no deserto uma estalagem de caminhantes. Então eu deixaria o meu
povo e me apartaria dele, porque todos eles são adúlteros) e assim sendo um mau
presságio de que DEUS renunciaria a eles; ou foi porque ele pensou que não poderia
estar seguro em nenhum outro lugar, e nesse exemplo de tribulação esse bom homem
foi reduzido ao que o apóstolo se refere em Hebreus 11.38: errantes pelos desertos, e
montes, e pelas covas e cavernas da terra.
II
A visita que DEUS lhe fez ali e a pergunta que Ele fez a respeito dele: E eis que a
palavra do Senhor veio a ele. Nós não podemos ir a nenhum lugar que esteja fora do
alcance dos olhos de DEUS, de seu braço e da sua palavra: para onde me irei do teu
ESPÍRITO? (Sl 139.7ss.). DEUS cuidará de seus desterrados; e aqueles que, por causa
dele, são expulsos do meio dos homens, Ele encontrará, reconhecerá e reunirá com
bondade eterna. João teve as visões do Todo-poderoso quando estava banido na ilha de
Patmos (Ap 1.9). A pergunta que DEUS faz ao profeta é: Que fazes aqui, Elias? — v. 9
e novamente no v. 13. Isso é uma reprovação:
1. Por sua fuga até ali. “O que te traz tão longe de casa? Tu foges de Jezabel? Tu não
devias depender do poder todo-poderoso para a tua proteção?” A ênfase cai sobre o
pronome tu. Que tu! Um homem tão grande, um profeta tão grande, tão famoso pela
firmeza — ousas tu fugir do teu país, esquecer assim os teus princípios?” Essa covardia
teria sido mais desculpável em outra pessoa, e não seria um exemplo tão ruim. Um
homem como eu fugiria? (Ne 6.11). Uivam, pinheiros, se os cedros forem chacoalhados
assim.
2. Por ele se estabelecer ali: “Que fazes tu aqui, nesta caverna? Este é lugar para um
profeta do Senhor se abrigar? É hora de tais homens se afastarem quando o público
necessita tanto deles?” No retiro para o qual DEUS enviara Elias (17), ele foi uma
bênção para uma pobre viúva em Sarepta, mas aqui ele não tinha nenhuma oportunidade
de praticar o bem. Note: Concerne a nós indagarmos freqüentemente se estamos em
nossa posição e no caminho de nosso dever. “Eu estou onde devo estar, para onde
DEUS me chamou, onde está a minha ocupação e onde eu posso ser útil?”
III
O que ele fala de si mesmo, em resposta à pergunta que lhe foi feita (v. 10), e que foi
repetido no versículo 14, em resposta à mesma pergunta.
1. Ele dá uma desculpa para o fato de haver se retirado e deseja que isso não seja
imputado à sua falta de zelo pela reforma, mas à sua falta de esperança de que teria
sucesso. Pois DEUS sabia, e a sua própria consciência lhe dava testemunho, de que, até
onde havia qualquer esperança de se fazer o bem, ele tinha sido em extremo zeloso pelo
Senhor, DEUS dos Exércitos; mas, agora que ele tinha trabalhado em vão, e todos os
seus esforços estavam sem propósito algum, ele pensava que era hora de parar e
lamentar-se pelo que ele não conseguiu consertar. Abi in cellam, et dic, Miserere mei —
“Entre em teu aposento, e clame: tenha misericórdia de mim.”
2. Ele se queixa do povo, da sua obstinação no pecado e do grau de impiedade a que
chegaram: “Os filhos de Israel deixaram o teu conserto, e esse é o motivo pelo qual os
tenho abandonado; quem pode ficar no meio deles para ver arruinado e menosprezado
tudo o que é sagrado?” A isso o apóstolo chama de seu falar contra Israel (Rm 11.2,3).
Ele tinha sido freqüentemente, por escolha, o advogado do povo, mas agora, sente que é
preciso ser o seu acusador diante de DEUS. Assim diz João 5.45: há um que vos acusa,
Moisés, em quem vós esperais. Aqueles que têm o testemunho e as orações dos profetas
de DEUS contra eles são verdadeiramente miseráveis. (1) Ele os acusa de terem
abandonado a aliança de DEUS; mesmo retendo a circuncisão, o sinal e o selo da
aliança, eles tinham renunciado à adoração e ao culto a Ele, coisas que eram a finalidade
da circuncisão. Aqueles que negligenciam as ordenanças de DEUS e deixam esmorecer
a comunhão com Ele, verdadeiramente abandonam o pacto e quebram a aliança que
tinham feito com Ele. (2) Por que derribaram os teus altares, não apenas os
abandonaram e permitiram que se arruinassem, mas, por seu zelo ao culto de Baal,
obstinadamente os demoliram. Isso alude aos altares particulares que os profetas do
Senhor tinham, e aos quais as pessoas boas atendiam, as que não podiam subir a
Jerusalém, mas não adoravam aos bezerros nem a Baal. Com esses altares separados,
embora quebrando a unidade da igreja, porém, sendo erigidos e freqüentados por
aqueles que desejavam sinceramente a glória de DEUS e o serviam fielmente, o
aparente cisma estava desculpado. DEUS os reconhecia como seus altares, tão bem
quanto aquele que estava em Jerusalém, e colocá-los por terra é imputado sobre Israel
como um pecado gritante. Mas isso não era tudo. (3) Eles mataram os teus profetas à
espada, os quais, é provável, ministravam naqueles altares. Jezabel, uma estrangeira, os
matou (18.4), mas o crime é imputado sobre todo o povo porque a maioria dele
consentia na morte deles, e se alegrava com ela.
3. Ele dá os motivos pelos quais se retirou nesse deserto e estabeleceu residência nessa
caverna. (1) Foi porque seu aparecimento não levaria a nada: “E eu fiquei só, e não
tenho ninguém para me apoiar e sustentar com qualquer boa intenção. Todos eles
disseram: só o Senhor é DEUS, mas nenhum deles ficou do meu lado ou me abrigou.
Aquele ponto então ganho está atualmente perdido de novo, e Jezabel pode fazer mais
para pervertê-los do que eu para reformá-los. O que um pode fazer contra milhares?”
Não ter esperança de sucesso impede a muitos de começar um bom empreendimento.
Ninguém está inclinado a aventurar-se sozinho, esquecendo-se que não estão sós
aqueles que têm DEUS consigo. (2) Era porque ele não podia aparecer com qualquer
segurança: “Eles buscam a minha vida para ma tirarem, e eu preferia desperdiçar a
minha vida em uma solidão inútil do que perdê-la em um esforço infrutífero de reformar
aqueles que odeiam ser reformados”.
IV
A manifestação do próprio DEUS diante dele. Ele veio até ali para se encontrar com
DEUS? Ele descobrirá que DEUS não deixará de se encontrar com ele. Moisés foi
colocado em uma caverna quando a glória de DEUS passou diante dele; mas Elias foi
chamado para fora dela: põe-te neste monte perante a face do Senhor (v. 11). Ele não
viu nenhum tipo de semelhança, nada mais do que Israel viu quando DEUS falou com
eles no Horebe. Mas:
1. Ele ouviu um vento forte e viu os efeitos terríveis causados por ele, pois ele fendia os
montes e quebrava as penhas. Dessa forma, os anjos do juiz do céu e da terra tocaram a
trombeta diante dele, anjos a quem Ele faz espíritos, ou ventos (Sl 104.4), e tocaram-na
tão alto que a terra não apenas retumbou, mas se fendeu novamente.
2. Ele sentiu o choque de um terremoto.
3. Ele viu uma erupção de fogo (v. 12). Essas coisas deviam prenunciar a pretendida
manifestação da glória de DEUS, estando anjos empregados nelas, a quem Ele faz um
fogo abrasador, e que, como ministros, marcham adiante dele, para endireitar no ermo
vereda a nosso DEUS. Mas:
4. Finalmente, ele ouviu uma voz mansa e delicada, na qual o Senhor estava, isto é, pela
qual DEUS lhe falou, e não do vento, do terremoto ou do fogo. Aqueles lhe causaram
grande temor, despertaram a sua atenção, e inspiraram humildade e reverência; mas
DEUS escolheu fazer com que ele conhecesse o seu propósito no suave sussurrar, não
naqueles sons espantosos. Quando ele percebeu isso: (1) Ele envolveu o seu rosto na sua
capa, como alguém temeroso de olhar a glória de DEUS e apreensivo que ela lhe
ofuscasse os olhos e o dominasse. Os anjos cobriam o rosto diante de DEUS em sinal de
reverência (Is 6.2). Elias escondeu o seu rosto em sinal de vergonha por ter sido tão
covarde a ponto de fugir de seu dever quando tinha tal DEUS de poder para ajudá-lo
nele. O vento, o terremoto e o fogo não o fizeram cobrir o rosto, mas a voz mansa fez.
Almas benignas são mais atingidas pelas ternas misericórdias do Senhor do que pelos
seus terrores. (2) Ele ficou em pé na entrada da caverna, preparado para ouvir o que
DEUS tinha a lhe dizer. Esse método de DEUS se manifestar no monte Horebe parece
reportar às auto-revelações de DEUS anteriormente feitas nesse lugar a Moisés. [1]
Naquela ocasião, houve uma tempestade, um terremoto e fogo (Hb 12.18); mas, quando
DEUS mostrou a Moisés a sua glória, Ele proclamou a sua bondade; e isso aqui
também: Ele estava, a Palavra estava na voz mansa e delicada. [2] Então, a lei foi
entregue a Israel, primeiro com as manifestações de terror, depois com uma voz que
emitia palavras; e Elias, sendo agora chamado para reviver aquela lei, principalmente os
primeiros dois mandamentos dela, é ensinado aqui a como fazer isso; ele não deve
apenas despertar e aterrorizar o povo com sinais maravilhosos, como terremoto e fogo,
mas ele deve se esforçar, com voz mansa e delicada, para convencê-lo e persuadi-lo, e
não abandoná-lo quando deve se dirigir a ele. A fé vem pelo ouvir da palavra de DEUS;
milagres apenas abrem o caminho para isso. [3] Então, DEUS falava a seu povo através
do terror; mas no Evangelho de CRISTO, que devia ser introduzido pelo espírito e
poder de Elias, Ele fala com uma voz mansa e delicada, cujo medo não nos deve
apavorar (ver Hebreus 12.18ss.).
V
As ordens que DEUS lhe dá para executar. Ele repete a pergunta que tinha feito a Elias
anteriormente: “Que fazes aqui, Elias? Aqui não é lugar para você agora”. Elias dá a
mesma resposta (v. 14), queixando-se da apostasia de Israel e da ruína da religião no
meio dele. A isso DEUS replica. Quando ele pediu em seu ânimo a morte (v. 4) DEUS
não lhe respondeu de acordo com a sua tolice, mas estava tão longe de lhe conceder a
morte que não apenas o manteve vivo naquela ocasião, mas o alimentou para que jamais
morresse, antes, fosse trasladado. Mas quando ele se queixou de seu desânimo (e para
onde os profetas de DEUS devem ir com queixas desse tipo senão ao seu Senhor?)
DEUS lhe respondeu. Ele o envia com orientações para designar Hazael como rei da
Síria (v. 15), Jeú como rei de Israel e Eliseu como seu sucessor na dignidade do ofício
profético (v. 16), o que vale como uma predição que por meio desses DEUS castigaria
os israelitas degenerados, pleitearia a sua própria causa entre eles e executaria a
vingança do concerto (v. 17). Elias queixou-se de que a impiedade de Israel estava sem
punição. O castigo da fome fora muito brando e não os tinha corrigido; ele fora
removido antes que o povo fosse corrigido: “Eu tenho sido em extremo zeloso”, diz ele,
“pelo nome de DEUS, mas Ele mesmo não parece zeloso pelo seu próprio nome”.
“Bem”, diz DEUS, “contente-se; tudo a seu tempo; preparados estão os juízos para os
escarnecedores, embora eles não sejam ainda afligidos. As pessoas são escolhidas, e
agora são nomeadas, pois elas são agora em essência o que farão”.
1. “Quando Hazael se tornar rei da Síria, realizará uma obra sangrenta no meio do povo
(2 Rs 8.12) e assim o castigará por sua idolatria.”
2. “Quando Jeú se tornar rei de Israel, ele fará uma obra sangrenta em relação à família
real, e destruirá completamente a casa de Acabe, que estabeleceu e mantém a idolatria”.
3. “Eliseu, enquanto estiveres na terra, fortalecerá as tuas mãos; e quando partires, ele
continuará o teu trabalho e será uma testemunha remanescente contra a apostasia de
Israel, até que ele mate os filhos de Betel, aquela cidade idólatra”. Note: O pecador está
reservado para julgamento. O mal perseguirá aos pecadores, e não haverá como escapar;
tentar a fuga será apenas correr de uma espada para outra. Veja Jeremias 48.44: O que
fugir do temor cairá na cova, e o que sair da cova ficará preso no laço. Eliseu, com a
espada do ESPÍRITO, aterrorizará e ferirá as consciências daqueles que escaparem da
guerra da espada de Hazael e da justiça da espada de Jeú. Com o sopro dos seus lábios
matará o ímpio (Is 11.4; 2 Ts 2.8; Os 6.5). É um grande conforto para os homens bons e
bons ministros pensarem que DEUS jamais carecerá de instrumentos para fazer a sua
obra a seu tempo, de forma que, quando eles tiverem partido, outros se levantarão para
continuá-la.
VI
A confortadora informação que DEUS lhe dá do número de israelitas que mantêm a sua
integridade, embora ele pensasse estar só (v. 18): também eu fiz ficar em Israel sete mil
(além de Judá): todos os joelhos que não se dobraram a Baal. Note:
1. Em tempos da maior decadência e apostasia, DEUS sempre teve, e terá, um
remanescente fiel a Ele, alguns que guardam a integridade e não seguem o costume
geral. O apóstolo menciona essa resposta de DEUS a Elias em Romanos 11.4 e a aplica
aos seus próprios dias, quando os judeus em geral rejeitaram o Evangelho. Assim, diz
ele, também agora neste tempo ficou um resto (Rm 11.5).
2. É obra de DEUS preservar aquele resto e distingui-lo dos demais, pois sem a sua
graça, eles não poderiam se distinguir por si mesmos: também eu fiz ficar; é por essa
razão que o apóstolo diz ser um remanescente segundo a eleição da graça.
3. É apenas um pequeno remanescente em comparação com a raça degenerada; o que
são sete mil diante de milhares de Israel? Mas, quando as pessoas de diversas épocas se
reunirem, serão muito mais, doze mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel
(Ap 7.4).
4. Os fiéis de DEUS são freqüentemente os seus protegidos (Sl 83.3), e a igreja visível
quase não é visível, o trigo perdido na debulha e o ouro na escória, até ser peneirado,
refinado e separado naquele dia que há de vir.
5. O Senhor conhece os que são seus, embora nós não; Ele vê em secreto.
6. Há mais pessoas boas no mundo do que alguns homens sábios e santos pensam. O
zelo que eles têm de si mesmos e por DEUS os faz pensarem que a corrupção seja
universal; mas DEUS não vê como eles. Quando chegarmos ao céu, quando acharmos
falta de muitas pessoas que pensávamos encontrar lá, então encontraremos uma grande
multidão que de modo algum pensávamos ir para lá. O amor de DEUS se mostra maior
e mais extenso do que a caridade do homem. Comentário Bíblico - Matthew Henry
(Exaustivo) AT e NT

ESTUDOS DESTE ASSUNTO EM 2013

LIÇÃO 4, ELIAS E OS PROFETAS DE BAAL


LIÇÕES BÍBLICAS - 1º Trimestre de 2013 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Elias e Eliseu um Ministério de Poder para toda a Igreja.
Comentário: Pr. José Gonçalves
TEXTO ÁUREO
"Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois
pensamentos? Se o Senhor é DEUS, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo lhe não
respondeu nada" (1 Rs 18.21).

VERDADE PRÁTICA
O confronto entre Elias e os profetas de Baal marcou definitivamente a separação entre
a verdadeira e a falsa adoração em Israel.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Reis 18.36-40


36 Sucedeu, pois, que, oferecendo-se a oferta de manjares, o profeta Elias se chegou e
disse: Ó SENHOR, DEUS de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és
DEUS em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme a tua palavra fiz todas estas
coisas. 37 Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo conheça que tu,
SENHOR, és DEUS e que tu fizeste tornar o seu coração para trás. 38 Então, caiu fogo
do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a
água que estava no rego. 39 O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse:
Só o SENHOR é DEUS! Só o SENHOR é DEUS! 40 E Elias lhes disse: Lançai mão
dos profetas de Baal, que nenhum deles escape. E lançaram mão deles; e Elias os fez
descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou.

Acabou a seca, DEUS agora mandaria chuva, pois o povo se voltaria novamente para
DEUS (ELE sabia com antecedência do resultado), após acordarem de seu sono
idólatra. DEUS envia Elias para desafiar ao rei Acabe e aos 850 profetas (400 de Aserá
e 450 de Baal).
É hora de decidir: DEUS ou Baal? Não haveria mais chance para decidir, era agora ou
nunca mais. O ultimato de DEUS foi dado ao povo.
Elias era o instrumento de DEUS para acordar o povo e confrontar Satanás e seus
emissários.
Ficar em cima do muro significa escolher Satanás - DEUS exigia agora uma
decisão. (Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha
boca. Ap 3.16)
Elias sabia que DEUS se manifestava com fogo. A história de Israel é repleta de
manifestações de DEUS em fogo.
Sarça Ardente, Pedras de fogo, Coluna de fogo, Inauguração do Tabernáculo,
Inauguração do Templo, etc...

I. CONFRONTANDO OS FALSOS DEUSES


Baal e Aserá
A maioria dos Deuses falsos são invenções humanas e sempre com um Pai, um filho e
uma mãe lá no céu. O catolicismo faz isso aqui no Brasil, colocando Maria no lugar de
Aserá, mas tudo não passa da mesma coisa.
Já na época de Jeremias, no território de Judá, existia a adoração à Aserá com o nome
de Rainha dos céus.
Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres preparam a massa,
para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem libações a outros deuses, para me
provocarem à ira.Jeremias 7.12
E quando nós queimávamos incenso à rainha dos céus, e lhe oferecíamos libações,
acaso lhe fizemos bolos, para a adorar, e oferecemos-lhe libações sem nossos maridos
Jeremias 44.19
Assim fala o SENHOR dos Exércitos, DEUS de Israel, dizendo: Vós e vossas mulheres
não somente falastes por vossa boca, senão também o cumpristes por vossas mãos,
dizendo: Certamente cumpriremos os nossos votos que fizemos de queimar incenso à
rainha dos céus e de lhe oferecer libações; confirmai, pois, os vossos votos, e
perfeitamente cumpri-os Jeremias 44.25.
É preciso romper com o mundo, é preciso confrontar tudo o que nos afasta de DEUS -
As coisas boas da vida nos amarram e nos impedem de ter comunhão com DEUS.
Josué não destruiu os inimigos e acabou fazendo aliança com eles. Como resultado todo
povo se corrompeu e passou a adorar seus deuses.
Quando o mundo se refere a DEUS ou JESUS ou ESPÍRITO SANTO, eles não estão se
referindo ao verdadeiro DEUS, nem ao verdadeiro JESUS e muito menos ao verdadeiro
ESPÍRITO SANTO.
É interessante que esse termo é usado apenas quando se refere-se (YHWH) tetragrama...
(Jeová ou Javé)

El-Shaday - é interessante que esse termo é usado apenas quando se refere-se (YHWH)
tetragrama... (Jeová ou Javé) - É o DEUS todo poderoso que nos toma em seus braços e
nos guarda, nos protege como a galinha que esconde seus filhotes debaixo de suas asas.
A partícula EL significa todo poderoso.
Este termo é usado só para ELE.... e ninguém mais... TODO poderoso. 1 cor 11:3.
Quando os israelitas e os povos pagãos se referiam ao falso DEUS El estavam imitando
a adoração ao verdadeiro DEUS.
Os falsos profetas apoiados pelo governo encheram as cidades de Israel de postes-ídolos
(representações gráficas e em forma de imagens de seus Deuses). Um verdadeiro
bosque de propaganda enganosa. Evangelização maligna com outdoor e imagens à
moda antiga (antiga?)

DOIS ALTARES - 851 PROFETAS - REI E POVO COMO PLATÉIA - DOIS


DEUSES INVOCADOS - UMA RESPOSTA - UM DEUS VERDEIRO - UM
PROFETA VERDADEIRO - MORTE DE 850 PROFETAS FALSOS -
RECONCILIAÇÃO DO POVO.
II.CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS
O Diabo tem sempre uma imitação para tudo o que DEUS faz.
Em 1 Rs 18.21 SE O SENHOR É DEUS, SEGUI-O. Elias desafiou o povo a fazer uma
escolha definitiva entre seguir a DEUS ou a Baal (cf. Ez 20.31,39). Os israelitas
achavam que podiam adorar o DEUS verdadeiro e também Baal. O pecado deles era o
de terem o coração dividido (cf. Dt 6.4,5), querendo servir a dois senhores. O próprio
CRISTO advertiu contra essa atitude fatal (Mt 6.24; cf. Dt 30.19; Js 24.14,15).
Em 1 Rs 18.27 ELIAS ZOMBAVA DELES. Elias ao zombar dos profetas de Baal,
revela sua ardente indignação ante a idolatria imoral e vil que Israel adotara. Sua ironia
e sua atitude intransigente, expressavam sua inalterável lealdade ao DEUS, a quem ele
amava e servia. Compare a reação de Elias com a ira e determinação de JESUS, ante a
profanação do templo (ver Lc 19.45).
Em 1 Rs 18.36 ELIAS... DISSE: Ó SENHOR, DEUS DE ABRAÃO. A coragem e a fé
patentes em Elias não têm paralelo em toda a história da redenção. Seu desafio ao rei
(vv. 16-19), sua repreensão a todo o Israel (vv. 21-24) e seu confronto com os 450
profetas de Baal (vv. 19, 22) foram embates que ele os enfrentou dispondo apenas das
armas da oração e da fé em DEUS. Vemos sua confiança em DEUS na brevidade e
simplicidade da sua oração (41 palavras em hebraico), (vv. 36,37)
Em 1 Rs 18.37 TU FIZESTE TORNAR O SEU CORAÇÃO PARA TRÁS. O propósito
de Elias no seu confronto com os profetas de Baal, e a oração que se seguiu, foi revelar
a graça de DEUS para com o seu povo. Elias queria que o povo se voltasse para DEUS
(v. 37). Semelhantemente, João Batista, o "Elias" do NT (ver 17.1), tinha como alvo
levar muitos a buscarem a DEUS, como preparação para o advento de CRISTO.
Esses profetas só profetizavam o que agradava a seus senhores, ou seja, a Acabe e a
Jezabel. Recebiam salário para profetizar assim (comiam à mesa de Jezabel).
O sistema político-social de DEUS é teocracia (governo de DEUS através de servos que
ELE escolhe e capacita).
E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a
Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Atos 13:2.
Nenhum profeta pode estar comprometido com algum sistema, seja ele político,
financeiro, religioso ou social. Profeta é boca de DEUS e mão de DEUS para falar e
fazer o que DEUS mandar.
Isaías só passou a receber, a dizer e a escrever o que DEUS queria quando o rei Uzias
morreu e ele ficou livre de sua influência.
No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e
sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. Isaías 6:1
Constantino, ao reconhecer o cristianismo como religião oficial do governo romano,
arrasou com a fidelidade cristã a DEUS e corrompeu todo o cristianismo que antes foi
construído sobre alicerces bíblicos, passando esta a aceitar, tolerar e apoiar a idolatria e
a feitiçaria em seu meio.

Em 1 Rs 18.38 ENTÃO, CAIU FOGO DO SENHOR. O Senhor milagrosamente


produziu fogo para consumir o sacrifício de Elias (cf. 1 Cr 21.26; 2 Cr 7.1). Esse
milagre vindicou Elias como profeta de DEUS e comprovou que somente o Senhor de
Israel era o DEUS vivo, a quem deviam servir. De modo semelhante, o crente deve orar,
com fé, pela manifestação divina em seu meio, mediante o ESPÍRITO SANTO (ver 1
Co 12.4-11; 14.1-40).
Em 1 Rs 18.40 E ALI OS MATOU. Note os seguintes fatos a respeito da matança dos
profetas de Baal:
(1) A sentença de morte contra eles era justa, pois foi executada em obediência à lei de
Moisés (Dt 13.6-9; 17.2-5). O NT não contém qualquer mandamento similar. Ele proíbe
a ação repressora contra os falsos mestres (Mt 5.44), embora DEUS ordene a sua
rejeição e, que nos separemos deles (Mt 24.23,24; 2 Co 6.14-18; Gl 1.6-9; 2 Jo.7-11;
Jd.3,4)
(2) A ação de Elias contra os falsos profetas de Baal representava a ira de DEUS contra
os que tentavam destruir a fé do seu povo escolhido, e privá-lo das bênçãos divinas, e
também expressava o amor e a lealdade do próprio Elias por seu Senhor.
(3) A destruição dos falsos profetas por Elias manifestava, também, profunda
preocupação pelos próprios israelitas, uma vez que estavam sendo destruídos
espiritualmente pela falsa religião de Baal. JESUS manifestou idêntica atitude (Mt 23;
Lc 19.27), assim como também o apóstolo Paulo (Gl 1.6-9; ver Gl 1.9). Note, ainda, que
a ira de DEUS será derramada sobre todos os rebeldes e impenitentes "no dia da ira e
da manifestação do juízo de DEUS" (Rm 2.5; cf. 11.22; Ap 19.11-21; 20.7-10).

III. CONFRONTANDO A FALSA ADORAÇÃO

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para concluir o terceiro tópico da lição, reproduza o esquema abaixo de
acordo com as suas possibilidades. Explique aos alunos que a adoração vai muito além
do culto semanal. Ela é um estilo de vida. Não há como enganar a si mesmo vinte e
quatro horas por dia. Adoração verdadeira é fruto da sinceridade do coração. Não há
lugar para dissimulação, perversidade e mentiras. Mas sim para a verdade, o amor e a
voluntariedade. É tudo aquilo que revela a essência da vida. Sejamos, pois, verdadeiros
adoradores!

CARACTERÍSTICAS DA ADORAÇÃO

VERDADEIRA FALSA

• Produz verdade; • Produz mentira;


• Produz sinceridade; • Produz dissimulação;
• Produz sentimento nobre; • Produz sentimento egoísta;
• Produz arrependimento; • Produz espetáculo;
• Produz bom caráter; • Produz um mau caráter;
• Produz entrega e voluntariedade. • Produz avareza e ganância.

A Verdadeira Adoração (EVANGELHO DE JOÃO 4.23)


Jo 4.23- “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai
em ESPÍRITO e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”.
SAMARIA
Os Samaritanos devido a terem sido dominados por povos não Judeus durante muito
tempo (2 Rs 17.6) e também por serem em sua maioria idólatras desde o tempo de
Acabe com Jezabel (1 Rs 16.32), também fizeram alianças com idólatras (1 Rs 20.34; 2
Rs 1.3), também esta região foi habitada por várias nações gentílicas que o rei da
Assíria trouxe de Babel, e de Cuta, e de Ava, e de Hamate, e de Sefarvaim e a fez
habitar nas cidades de Samaria (2 Rs 17.24) ficaram com uma maioria de "Judeus
mestiços", o que causou uma inimizade entre os outros Judeus que não aceitavam que
Judeus se misturassem através do casamento com os gentios. Isso chegou ao ponto de os
Judeus de Judá não passarem pelo território de Samaria para chegarem até a Galiléia,
preferiam passar por Decápolis e atravessar o Mar da Galiléia.
A inimizade dentre esses irmãos de mesma descendência perdurou por muito tempo e
JESUS quebrou esta regra (Mt 5.44) passando por Samaria quando estava indo para a
Galiléia, evangelizando assim tanto a samaritana como toda a cidade dela; mais tarde
vamos ver Filipe, o diácono e posterior Evangelista (At 6.5; 21.8)), evangelizando e
tendo excelentes resultados nesse território.(At 8.6).
Cabe-nos esclarecer que os verdadeiros adoradores são aqueles que trabalham na obra
do Senhor, dando suas vidas pela causa do mestre; embora muitos pensam que são os
exclusivamente cantores. A adoração a DEUS é um estado constante em nosso
ESPÍRITO “recriado” (ligado a DEUS pelo novo nascimento, através do ESPÍRITO
SANTO), não sendo determinada por momentos de louvor, mas uma vida de comunhão
com o ESPÍRITO SANTO; neste capítulo 4, a palavra adoração aparece 10 vezes
indicando-nos, a necessidade de atentarmos mais para esse fato tão importante. A
verdadeira adoração exige serviço na obra de DEUS e dedicação em obedecer à vontade
de DEUS e ganhar almas (esta é a prioridade da Igreja, a evangelização).
Devemos lembrar-nos de que DEUS é ESPÍRITO e aqueles que desejam adorá-lo
devem fazê-lo em ESPÍRITO e em verdade, ou seja, dispensando os estímulos externos;
com um coração sincero e temente a DEUS (A adoração é a expressão máxima da
oração). Jamais devemos confundir a adoração com o louvor, pois:
1.Louva-se a DEUS pelo que ELE fez ou faz, mas adora-se a ELE pelo que ELE é;
2.O louvor é um agradecimento a DEUS, a adoração é um engrandecimento de DEUS;
3.No louvor precisa-se da participação de outras pessoas e às vezes de instrumentos
musicais, a adoração é individual e nasce dentro de nós, em nosso espírito;
4.O louvor chega aos átrios, a adoração chega ao SANTO dos Santos (presença de
DEUS);
5.No louvor são usados o corpo e a alma; na adoração são usados o corpo (mortificado),
a alma (lavada no sangue de JESUS) e o ESPÍRITO (“recriado”);
6.Para louvar a DEUS não é preciso comunhão com o ESPÍRITO SANTO, pois até os
animais o louvam (Sl 148, 149, 150); para se adorar a DEUS é preciso uma estreita
comunhão com o ESPÍRITO SANTO, pois é ELE que nos transporta ao trono.
7.O louvor é um aceno e cumprimento, a adoração é um abraço e um beijo cheio de
amor.
8.Tomemos como exemplo um marido que dá um fogão de presente à sua esposa e
manda entregar em sua casa. A esposa louva ao marido pelo seu ato de amor, mas
quando o mesmo chega em casa ela o abraça e beija agradecida e cheia de amor (isso é
adoração).
9. Para louvar não é preciso nascer de novo, para adorar só com ESPÍRITO “recriado”
(ligado a DEUS pelo novo nascimento, através do ESPÍRITO SANTO).
10.Observação: Por isso se vê tão poucos adoradores e tantos que louvam.
11.Aos homens se aplaude (manifestação externa), a DEUS se adora (manifestação
interna).
Note que JESUS está dizendo para a mulher que os Judeus adoravam a DEUS com a
palavra de DEUS (em verdade, pois possuíam todos os escritos do Pentateuco até os
profetas) mas suas bocas diziam uma coisa e o coração outra. Não adoravam em
ESPÍRITO, só com a verdade.
Os samaritanos adoravam em ESPÍRITO, pois não tinham nem o templo legítimo e nem
a palavra (só adotavam o Pentateuco), faltava-lhes portanto a verdade.
JESUS está dizendo que chegou o tempo de adorar em ESPÍRITO e em Verdade, pois
ele envia o ESPÍRITO SANTO àqueles que lhe aceitarem como senhor e salvador e
estes aprenderão o real sentido da adoração.
Veja que é DEUS que procura aos verdadeiros adoradores que o adoram em ESPÍRITO
e em verdade.
Não é nem no Monte Gerizim em Samaria (templo já destruído) e nem no Monte Moriá
em Jerusalém (onde estava erigido um suntuoso templo construído por Herodes) - mas a
verdadeira adoração a DEUS é feita onde você estiver, bastando para isso erguer o
pensamento a DEUS e adorá-lo, entregando-se totalmente ao ESPÍRITO SANTO.

***Caim ofereceu sacrifício inferior ao de seu irmão Abel, pois Abel ofereceu sua
própria vida a DEUS(verdadeira adoração), tipificada no cordeiro que foi imolado e
derramado o seu sangue;Antítipo de CRISTO.(Gn 4.2-5;Hb 11.4)***Abraão por já ser
velho não poderia oferecer sua vida, pois pouco lhe restava para viver aqui na terra, por
isso DEUS lhe pediu uma vida mais preciosa, a de seu filho amado que já estava
começando a ocupar o lugar que só era de DEUS, no coração do velho
patriarca.***Moisés ofereceu sua vida quando deixou os seus 40anos de orgulho de ser
filho da filha de um faraó e passar a ser pastor de ovelhas por mais 40 anos e depois
passar mais 40 anos dirigindo o povo de DEUS pelo deserto, inclusive passando pelo
Mar Vermelho, símbolo de batismo nas águas, morte. Se tivéssemos espaço e tempo
falaríamos de tantos outros que entregaram a DEUS o melhor da adoração, suas próprias
vidas. (Hb 11.4 Pela fé Abel ofereceu a DEUS mais excelente sacrifício que Caim, pelo
qual alcançou testemunho de que era justo, dando DEUS testemunho das suas
oferendas, e por meio dela depois de morto, ainda fala.5 Pela fé Enoque foi trasladado
para não ver a morte; e não foi achado, porque DEUS o trasladara; pois antes da sua
trasladação alcançou testemunho de que agradara a DEUS.===17 Pela fé Abraão, sendo
provado, ofereceu Isaque; sim, ia oferecendo o seu unigênito aquele que recebera as
promessas,===24 Pela fé Moisés, sendo já homem, recusou ser chamado filho da filha
de Faraó,===35 As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram
torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição;36
e outros experimentaram escárnios e açoites, e ainda cadeias e prisões.37 Foram
apedrejados e tentados; foram serrados ao meio; morreram ao fio da espada; andaram
vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados 38 (dos
quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos e montes, e pelas covas e
cavernas da terra.

Elias sabia que DEUS se manifestava com fogo. A história de Israel é repleta de
manifestações de DEUS em fogo.
Sarça, Coluna de fogo, Tabernáculo, Inauguração do Templo, etc...

Davi fez o culto errado, ofereceu a adoração falsa, fogo estranho. Uzá morreu. A arca
não chegou. Depois aprendeu que tudo é feito segundo a Palavra de DEUS e deu certo.
E aquele dia temeu Davi a DEUS, dizendo: Como trarei a mim a arca de DEUS? 1 Cr
13.2
Uzá era o principal personagem, o protótipo do ESPÍRITO alheio a DEUS que tomara
conta daquele ajuntamento, que transformara aquele "culto pentecostal" numa reunião
festiva, fraterna, barulhenta, vistosa, mas sem qualquer presença real do Senhor. O povo
se divertia, o povo se confraternizava, o povo se apresentava piedoso, mas, na verdade,
apenas estava seguindo seu já secular caminhar de desprezo e desconsideração ao
Senhor.

Nadabe e Abiú fizeram fogo ao invés de pegarem o fogo que havia descido do céu,
enviado por DEUS.
Nm 26.61 Porém Nadabe e Abiú morreram quando trouxeram fogo estranho perante o
SENHOR.

IV- CONFRONTANDO O SINCRETISMO RELIGIOSO ESTATAL


Sincretismo religioso
Se o sincretismo religioso tivesse aprovação de DEUS, Salomão não teria pecado ao
oferecer culto a outros Deuses.
Uma forma de sincretismo é a mistura com outras religiões que não primam pelos bons
costumes e pelas doutrinas bíblicas, principalmente as pentecostais.
O ecumenismo. Vem da palavra grega oikoumene, que originalmente significa “todo o
mundo habitado” (Mt 24.14; At 17.26; Hb 2.5).

1 Rs 11.9 - 10 Pelo que o Senhor se indignou contra Salomão, porquanto seu coração se
desviara do Senhor DEUS de Israel, o qual duas vezes lhe aparecera, e lhe ordenara
expressamente que não seguisse a outros Deuses. Ele, porém, não guardou o que o
Senhor lhe ordenara.
O Sincretismo ou reunião de várias religiões ao mesmo tempo para prestarem culto a
DEUS é um ardil, ou plano astucioso de Satanás no engano das denominações
evangélicas que têm acreditado que assim reunidos estão promovendo a união dos filhos
de DEUS em um mesmo propósito, quando na verdade é apenas emocionalismo, pois os
bons costumes jamais deixarão de acompanhar a fé daqueles que acreditam que sem
santificação ninguém verá ao Senhor(Hb 12.14). Não basta apenas haver paz, é preciso
santificação no corpo, na alma e no ESPÍRITO. Já dizia JESUS a Nicodemos: "Aquele
que não nascer de novo, não verá o reino do DEUS".Jo 3.3.

Êx 19.5, 6 Israel foi escolhido como propriedade particular de DEUS. Deste povo
separado dos outros povos vem o salvador.
Jo 4.22 Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos; porque a
salvação vem dos Judeus.

1 Pe 2.9 A Igreja foi eleita por DEUS como nação santa.


Escolhidos por DEUS com a missão de evangelizar as nações.
Mc 16.15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura.

Tt 2.14 Somos um povo especial para DEUS.


Fomos purificados para o trabalho.
1 Jo 1.7 mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os
outros, e o sangue de JESUS seu Filho nos purifica de todo pecado. (veja que é
condicional, se andarmos na luz).

2 Co 6.14 O problema do jugo desigual.


Não há comunhão entre pecadores e santos.
Is 59.2 mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso DEUS; e os
vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça.

1 Tm 4.1-5 A apostasia dos últimos tempos.


espíritos enganadores, doutrina de demônios é o que existe por detrás desse
ecumenismo, visando a união das Igrejas em torno de um líder único que com certeza
será o Anticristo.

Gn 6.1-3 O ecumenismo marcou o fim de uma dispensação.


A idéia de ecumenismo é antiga e começou na Mesopotâmia, com a construção da torre
de Babel e vem evoluindo em nossos dias com o nome de Globalização.
Ap 19.19 E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos para fazerem
guerra àquele que estava montado no cavalo, e ao seu exército.

Sincretismo religioso
Fusão de elementos religiosos e culturais diferentes, e até antagônicos, num único culto.

Estamos assistindo à maior mistura religiosa que a Igreja já viveu depois da derrota
pelos romanos. Os políticos têem-se infiltrado em nossas reuniões com o propósito de
angariarem fundos e votos para suas campanhas. Estes são manchas em nossas festas e
são em sua maioria representantes de Satanás. Infelizmente muitos são os líderes
Evangélicos que já não enxergam mais os ardis de Satanás e estão fazendo acordos e
pactos com estes ratos de esgoto.
2 Pe 2.2-3 E muitos seguirão as suas dissoluções, e por causa deles será blasfemado o
caminho da verdade; também, movidos pela ganância, e com palavras fingidas, eles
farão de vós negócio; a condenação dos quais já de largo tempo não tarda e a sua
destruição não dormita.

Púlpito é lugar de onde sai a mensagem de DEUS para o povo e não lugar de político
enviar sua mensagem enganosa e cheia de malícia.

Passeatas do dia da bíblia e Marchas para JESUS têm demonstrado na prática o que é
sincretismo, lá estão vários tipos de pessoas que se dizem cristãos, mas seus atos, suas
maneiras de vestir e de agir não condizem nem de longe com testemunhas de CRISTO.
É uma misturada que mais promove o escárnio por parte dos descrentes do que
edificação ou salvação.

INTERAÇÃO
Não são poucos os falsos profetas que tentam atormentar a vida daqueles que servem a
JESUS. O pior é que estes em geral conhecem os sentimentos e as fragilidades
espirituais dos que os ouvem, e não perdem a oportunidade de lembrá-los de que tem
autoridade para determinar-lhes a "vontade divina". Prezado professor, não são poucos
os casos com que nos deparamos com esse tipo de pessoa, por isso, oriente seus alunos
quanto a esse perigo. Encoraje-os a não temerem os falsos profetas. A ordem de JESUS
para nós em relação a estes enganadores é: "Acautelai-vos".

RESUMO DA LIÇÃO 4, ELIAS E OS PROFETAS DE BAAL


I.CONFRONTANDO OS FALSOS DEUSES
1. Conhecendo o falso DEUS Baal.
2. Identificando a falsa divindade Aserá.
II.CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS
1. Profetizavam sob encomenda.
2. Eram mais numerosos.
III. CONFRONTANDO A FALSA ADORAÇÃO
1. Em que ela imita a verdadeira.
2. No que ela se diferencia da verdadeira.
IV. CONFRONTANDO O SINCRETISMO RELIGIOSO ESTATAL
1. O perigo do sincretismo religioso.
2. A resposta divina ao sincretismo.
SINÓPSE DO TÓPICO (1) - O livro do profeta Amós pode ser dividido em duas partes
principais: oráculos provenientes pela palavra (1-6) e pelas visões (7-9).
SINÓPSE DO TÓPICO (2) - Os falsos profetas de Acabe eram mais numerosos e
profetizavam por encomenda.
SINÓPSE DO TÓPICO (3) - A verdadeira adoração firma-se na revelação de DEUS na
história.
SINÓPSE DO TÓPICO (4) - O DEUS de Israel é rigorosamente contrário a idolatria.
Nele não há sincretismo religioso.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsidio Teológico


"O fruto é discernido espiritualmente
JESUS deixa claro que devemos julgar os profetas pelos seus frutos. Paulo e João
também nos instruíram a 'provar' ou 'julgar' os profetas (1 Ts 5.21; 1 Jo 4.1; 1 Co
14.29). Este fruto não é distinguido pelos nossos cinco sentidos naturais, nem é
identificado de modo intelectual - deve ser discernido espiritualmente. Paulo escreveu:
'Mas o que é espiritual discerne bem tudo... comparando as coisas espirituais com as
espirituais' (1 Co 2.15,13). Quando nos arrependemos e limpamos os nossos corações de
quaisquer motivos ímpios e aceitamos a verdade de DEUS, ficamos então em condição
de sermos suscetíveis ao direcionamento do ESPÍRITO SANTO [...]Nos dias de JESUS
existiam ministros que 'exteriormente pareciam justos aos homens' (Mt 23.28). Mas
interiormente eles estavam cheios de hipocrisia e iniquidade. Sua aparência era
enganadora até que os verdadeiros motivos fossem expostos pela luz da Palavra viva de
DEUS. JESUS comparou seus corações ao solo ruim que produzia frutos pecaminosos
(Mt 13.1-23; 15.17-20)" (BEVERE, John. Assim Diz o Senhor? Como saber quando
DEUS está falando através de outra pessoa. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.166).

MAIS UMA LIÇÃO SOBRE ESTE ASSUNTO EM 2013


LIÇÃO 5, UM HOMEM DE DEUS EM DEPRESSÃO
LIÇÕES BÍBLICAS - 1º Trimestre de 2013 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Elias e Eliseu um Ministério de Poder para toda a Igreja.
Comentário: Pr. José Gonçalves
TEXTO ÁUREO
"Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados;
perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos" (2 Co 4.8,9).

VERDADE PRÁTICA
Os conflitos de Elias o levaram a enfrentar períodos de depressão e tristeza. Mas o
Senhor ajudou-o superar.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Reis 19.2-8


2 Então, Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses
e outro tanto, se decerto amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles.
3 O que vendo ele, se levantou, e, para escapar com vida, se foi, e veio a Berseba, que é
de Judá, e deixou ali o seu moço. 4 E ele se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e
se assentou debaixo de um zimbro; e pediu em seu ânimo a morte e disse: Já basta, ó
SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais. 5 E deitou-
se e dormiu debaixo de um zimbro; e eis que, então, um anjo o tocou e lhe disse:
Levanta-te e come. 6 E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as
brasas e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se. 7 E o anjo do
SENHOR tornou segunda vez, e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque mui
comprido te será o caminho. 8 Levantou-se, pois, e comeu, e bebeu, e, com a força
daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de
DEUS.
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Meus comentários (Ev. Henrique):


Elias não teve medo de 850 profetas, por que agora teria medo de uma mulher sem os
850 profetas que trabalhavam para ela? Estavam todos mortos.
Elias poderia pedir para descer fogo do céu e queimar a rainha Jezabel, mas isso era
contra os princípios dos profetas que não podiam tocar na vida dos reis ou autoridades
reais (ungidos de DEUS).
Elias deixa seu servo a salvo no território de Judá, além da fronteira com o território
vizinho de Israel, onde Acabe e Jezabel não penetrariam - O legítimo servo de DEUS se
preocupa com seus discípulos.
Todos os servos de DEUS, logo após serem usados por DEUS em grandes milagres, se
sentem frustrados por não verem a reação correta do povo diante da presença de DEUS,
não sentirem uma real conversão do povo. O que deveria ser óbvio diante de tanto poder
e manifestação clara de Sua existência.
Enquanto Acabe foi comer e beber Elias foi orar. Essa é a maior diferença entre um
homem de DEUS e um homem pouco espiritual ou de espiritualidade nenhuma - o
homem de DEUS jejua sempre, estuda a palavra de DEUS sempre, Ora sempre.
Elias orou para não chover, agora ora para chover. DEUS faria tudo sem Elias, mas
queria que Elias fosse seu intercessor entre ELE e o povo. Um homem de DEUS se
coloca no chão diante de DEUS e pede, não exige. DEUS confirma sua oração com
sinais, prodígios e maravilhas.
Elias falou com o moço para voltar sete vezes, indicando que a oração era insistente,
perseverante, com fé.
Elias se sentiu agora, sem utilidade para DEUS aqui na terra, pois já havia feito o que
precisava fazer e quem não se convertera é porque não queria mesmo se converter.
Desejou estar com DEUS para sempre sem ter que enfrentar os inimigos de DEUS e
agora dele também, por ter sido o instrumento de DEUS para conversão do povo. Sentia
um tremendo cansaço e desânimo, normais a todos os que enfrentam grandes batalhas
espirituais. Elias não sentiu desejo de se matar, mas desejo de estar para sempre com
DEUS, nos braços do PAI - seu desejo foi cumprido sem ele ter que passar pela morte.
Elias estava decepcionado com Acabe e com o povo - ele esperava que Acabe se
convertesse totalmente com os milagres realizados por DEUS. Ele correu mais do que
os cavalos de Acabe para mostrar mais uma vez a superioridadae de DEUS sobre os
deuses. Não adiantou - Acabe continuava submisso a Jezabel que ameaça sua vida.
Elias não tinha problema com demônios, não estava doente. Sentia medo de morrer
como qualquer homem normal. Qualquer crente que fez missões em algum local que
havia perseguições por parte dos descrentes ou ateus sabe o que é ser ameaçado de
morte e como isso dá medo. Eu mesmo passei por isso quando fazia missões tanto entre
os índios como entre outros de outras cidades onde abri igrejas.
Elias subiu para um monte, pois era no monte que era mais forte - DEUS estava mais
próximo dele ali - Foi de um monte que enviou fogo para destruir os soldados que o
queriam prender - esperava confrontar os enviados da rainha dali - Mal sabia ele que
teria ali um encontro real com DEUS.

Exemplos de servos de DEUS que desejaram a morte - nunca desejaram se matar, pois
estariam desejando pecar - só quem tem direito sobre a vida é DEUS, eles desejavam na
verdade é estar com DEUS, assim como Enoque, Moisés e Elias que subiram sem
provarem da morte:
Jó - Jó 3.11, 13, 20, 21-26; 9.21
Abraão -
Moisés - (Nm 11.10-15
Davi - Sl 88.1-5
Elias - 1 Rs 19.4; Tg 5.17
Jeremias - (Jr 20.14-18)
Jonas - Jn 4.1-3
JESUS (como homem) - Mt 26.37-38
Paulo - Porque para mim o viver é CRISTO, e o morrer é ganho. Fl 1.21 - Rm 9.1-3; 1
Co 9.15; 2 Co1.8

Sinceramente não vejo Elias como alguém com depressão. Todos os servos de DEUS
que são citados como depressivos por psicólogos, na verdade eram legítimos servos de
DEUS que entregaram suas vidas a DEUS tão intensamente que desejavam estar com
ELE o mais brevemente possível, pois enxergavam além do céu azul que vemos. Eram
homens extramamente espirituais que não amavam as coisas materiais, mas as
espirituais. Esses homens não podem ser compreendidos pelos amantes do mundo e da
sabedoria humana. Raros são aqueles que realmente entregam-se totalmente a DEUS
sem amarem o mundo e o que nele há. São os loucos, os depressivos, etc... dos quais o
mundo não é digno.
os legítimos homens de DEUS não são de conversinhas tolas, não são de rodinhas
políticas, não são de piadinhas, não são de banhos coletivos, não são de fofoquinhas.
Tudo o que lhes causa prazer e alegria está suprido com a presença de DEUS.
Os homens citados acima sentiram o que DEUS sente, amaram o que DEUS ama,
choraram o que DEUS chora, se entristeceram pelo que DEUS se entristece.
DEUS tratou com todos eles e todos eles descansaram em DEUS, se alegraram em
DEUS, estão hoje na presença de DEUS.

Salmos 91
Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará
Salmos 91:1
Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.
Direi do SENHOR: Ele é o meu DEUS, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele
confiarei.
Porque ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa.
Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade
será o teu escudo e broquel.
Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia,
Nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia.
Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti.
Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios.
Porque tu, ó SENHOR, és o meu refúgio. No Altíssimo fizeste a tua habitação.
Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda.
Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus
caminhos.
Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra.
Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.
Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto,
porque conheceu o meu nome.
Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o
glorificarei.
Fartá-lo-ei com longura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação.

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Comentários BEP - CPAD


Em 1 Rs 19.3 ELE [ELIAS], SE LEVANTOU, E, PARA ESCAPAR COM VIDA, SE
FOI.
À expressão da fé de Elias, e às suas vitórias sobrenaturais, no cap. 18, seguiram-se o
medo, a fuga para salvar a vida e o desânimo, tudo resultando do propósito de Jezabel
de destruir a vida do profeta (v. 2).
(1) Posto que Elias não recebera nenhuma mensagem do Senhor para permanecer em
Jezreel, sua presença ali significava arriscar desnecessariamente a sua vida (cf. 18.1).
Seguiu então para o monte Horebe (i.e., o monte Sinai).
(2) A retirada forçada de Elias para o território de Judá e o deserto é um exemplo
daqueles que "por causa da justiça" (ver Mt 5.10) são maltratados e forçados a andar
errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra (Hb 11.37,38). De
maneira semelhante a Elias, há profetas que tiveram de deixar suas igrejas; pregadores,
os seus púlpitos; professores, as suas salas de aula; e leigos, os seus empregos; por se
posicionarem contra o pecado, por falarem segundo a Palavra de DEUS, e seguirem o
caminho da justiça, por amor do nome de DEUS. Grande é o seu galardão no céu (Mt
5.10-12).

Em 1 Rs 19.4 TOMA AGORA A MINHA VIDA.


Elias tomado de cansaço, desânimo, tristeza, orou pedindo a DEUS que Ele o
dispensasse do pesado ministério profético e o deixasse partir para o descanso celestial.
(1) Os sentimentos de Elias não eram muito diferentes dos do
(a) apóstolo Paulo, quando afirmou ter "desejo de partir e estar com CRISTO" (Fp
1.23), ou
(b) dos heróis da fé, que "desejam uma [pátria] melhor, isto é, a celestial" (Hb 11.16;
ver também Moisés, em Nm 11.15).
(2) Algumas das razões de estar Elias profundamente desanimado.
(a) Aparente fracasso: ele esperava a conversão de todo o Israel, e possivelmente, até
mesmo de Jezabel; mas agora, pelo contrário, tinha que fugir para salvar sua vida. A
esperança, a labuta e o esforço da sua vida inteira findavam agora em fracasso,
conforme parecia (vv. 1-4).
(b) Solidão: julgava ser ele o único que batalhava pela verdade e justiça de DEUS (v.
10; cf. Paulo, 2 Tm 4.16).
(c) Exaustão física depois de uma longa e árdua viagem (vv. 3,4; 18.46).

Em 1 Rs 19.5 UM ANJO O TOCOU.


DEUS cuidou do desalentado Elias de modo compassivo e amorável (Hb 4.14,15).
(1) Permitiu que Elias dormisse (vv. 5,6).
(2) Fortaleceu-o com alimentos (vv. 5-7).
(3) Propiciou-lhe uma revelação inspiradora do seu poder e presença (vv. 11-13).
(4) Concedeu-lhe nova revelação e orientação (vv. 15-18).
(5) Deu-lhe um companheiro fiel e fraterno (vv. 16,19-21).
Noutras palavras, quando o filho de DEUS enfrenta o desânimo, no desempenho que
DEUS lhe confiou, ele pode suplicar a DEUS, em nome de CRISTO, que lhe dê força,
graça e coragem, e os capacite diante de tais situações (Hb 2.18; 3.6; 7.25).
Em 1 Rs 19.8 QUARENTA DIAS E QUARENTA NOITES.
Alguns consideram o jejum aqui mencionado, bem como o de Moisés (Êx 34.28) e o de
JESUS (Mt 4.2), como casos de jejuns prolongados. Porém, os casos acima não são de
jejum no sentido comum. Moisés, na presença de DEUS e envolvido na nuvem, foi
sustentado de modo sobrenatural. Elias foi alimentado duas vezes de modo sobrenatural,
o que lhe propiciou forças durante quarenta dias (vv. 6-8).
JESUS foi levado pelo ESPÍRITO ao deserto, e não sentiu fome a não ser depois de
quarenta dias (ver Mt 4.2; 6.16).

PARA MELHOR ENTENDERMOS A LIÇÃO, VEJAMOS A LIÇÃO 4 -


DEPRESSÃO, A DOENÇA DA ALMA - 3º TRIMESTRE DE 2008
LIÇÕES BÍBLICAS ALUNO - JOVENS E ADULTOS - AS DOENÇAS DO NOSSO
SÉCULO - AS CURAS QUE A BÍBLIA OFERECE
Comentarista: Pr. Wagner dos Santos Gaby

TEXTO ÁUREO
"Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em
DEUS, pois ainda o louvarei na salvação da sua presença" (Sl 42.5).

VERDADE PRÁTICA:
DEUS não criou o ser humano para viver desanimado ou deprimido, mas para uma vida
saudável e feliz.

A DEPRESSÃO ESPIRITUAL DO PROFETA ELIAS E O TRATAR DE DEUS (São


Luis−MA pr.vilmar.rodrigues@hotmail.com pr.vilmar.rodrigues@hotmail.com)

A vida do ser humano sem DEUS pode ser resumida em uma só palavra: infelicidade.
Infelicidade em última instância significa − ausência eterna da presença de DEUS.
Ninguém deseja isso para si; pois quem desejaria para si a morte?
Uma pessoa que entrega sua vida verdadeiramente ao Senhor JESUS CRISTO e para
Ele vive, passou da morte para vida, portanto, encontrou a felicidade. Sendo isto um
fato, temos que enfrentar a questão de muitos crentes fiéis estarem em profunda
depressão espiritual.
Responder esta questão não é simples. Mas a Bíblia nos norteia nesse particular através
de exemplos dos santos que enfrentaram o quarto escuro e solitário da depressão. O
profeta Elias é um exemplo clássico do que estamos tratando.
Em 1 Rs 19.1−8 encontramos o profeta prostrado no chão em grande declínio
espiritual. Ele chega ao ponto de pedir para si a morte (v.4). Por quê? Para responder
esta pergunta temos que analisar todo o contexto que envolve a referente passagem.
Elias surge no cenário de Israel em um momento extremamente difícil. Acabe era o rei.
Sobre ele está escrito:
“Fez Acabe, filho de Onri, o que era mau perante o Senhor, mais do que todos os que
foram antes dele. Como se fora coisa de somenos andar nos pecados de Jeroboão...
tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, serviu a Baal, e o
adorou” (16.30,31).
Acabe, por inveja e sob a influência da mulher tomou posse da vinha do falecido
Nabote, morto maquiavelicamente por Jezabel e seus comparsas (21.1-16). Acabe era
rei, mas não mandava; era isrealita, mas servia à Baal; queria ouvir a voz de DEUS, mas
atendia as palavras dos falsos profetas; estava vivo, mas era como se estivesse morto.
Acabe já era mau, mas por casar-se com uma mulher ímpia, impiedosa, idólatra e
dominadora ficou pior ainda. Juntamente com sua mulher matou e perseguiu os profetas
de DEUS durante os vinte e dois anos de seu reinado. Apesar de tudo, Acabe teve boas
atuações, principalmente na área de construção civil (22.39).
DEUS estava trabalhando em silêncio quando por meio de Obadias alimentou e
protegeu de Acabe e Jezabel cem de seus profetas (18.5). Mas Sua paciência e seu
silêncio para com os dois tinham acabado e como sinal disto enviou-lhes o profeta Elias.
Destaca-se de imediato em Elias três características indispensáveis a todo cristão:
coragem no Senhor (17.1), obediência ao Senhor (v.2−5), dependência no Senhor
(v.4−6). Isto tudo, observemos, em meio a um cenário de idolatria, perseguição e
corrupção. Agora, para piorar, por causa do pecado, não cairia sobre a terra dos hebreus
orvalho e chuva durante três anos e meio.
Até ao triunfo do Carmelo quando Elias sozinho enfrentou quatrocentos e cinqüenta
profetas de Baal e quatrocentos de poste-ídolo, não se observa nele segundo as
Escrituras nenhum traço de depressão espiritual. Mas depois do Carmelo e mais
precisamente quando Elias aguardava à entrada de Jezreel boas notícias que dentro de
um prognóstico seu viriam da casa real, tudo mudou (18.46)!
Elias fez um prognóstico que uma vez exterminados os falsos profetas de Baal, DEUS,
de imediato, enviaria o avivamento espiritual sobre toda a nação. Isto fica mais evidente
quando depois da vitória sobre os falsos profetas, Elias disse a Acabe: “Sobe, come e
bebe, porque já se ouve ruído de abundante chuva” (18.41). A chuva era o sinal!
Quando acabe deu a notícia a Jezabel, ela prontamente enviou um mensageiro dizer a
Elias: “Façam-me os deuses como lhes aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à
tua vida como fizeste a cada um deles” (19.2). A reação imediata do profeta foi
esta: “Temendo, pois, Elias, levantou-se e, para salvar sua vida, se foi e chegando a
Berseba, que pertence a Judá; e ali deixou o seu moço” (19.3). Depois de percorrer uns
cento e sessenta quilômetros, ele deixou o seu discípulo e se prostrou debaixo de um
zimbro de tanta exaustão. Elias não estava preparado para esta resposta da realeza, pois
entendia que todo o problema em Israel se resumia aos falsos profetas. Concluiu que
uma vez exterminados, não só a chuva cairia, mas a fome deixaria de assolar a nação, o
pasto ressurgiria para alimentar o gado; lagos, córregos, e rios alegrariam o povo em
abundância de água – que mais a realeza e a multidão queriam?
Elias caiu em depressão por se achar um fracassado em sua missão espiritual para com o
povo e, sobretudo com Acabe e Jezabel. As bênçãos materiais, DEUS tinha derramado,
mas as espirituais como a salvação e a mudança de atitude da realeza para com Ele
mesmo e seu povo, o Senhor não realizara. Isso foi o bastante para o mundo de Elias
ruir. Disse o profeta:“Basta; toma agora a minha alma, não sou melhor do que meus
pais”19.4. Elias não teve poder de reação para lidar com o ocorrido. É um perigo
quando objetivamos algo e em prol deste algo empenhamos toda a nossa força sem
lograr êxito. Elias se sentiu assim. Julgou que seu esforço foi em vão porque DEUS não
agiu na realeza de Israel conforme seu ponto de vista. A vontade do Senhor é soberana!
O profeta Jonas se viu decepcionado com DEUS, pois não obteve o resultado que queria
com sua pregação, resultado: entrou em depressão.
A depressão espiritual de Elias trouxe-lhe conseqüências drásticas.
Em primeiro lugar: medo. O texto nos diz: “Temendo, pois, Elias, levantou-se e, para
salvar a sua vida se foi...” (19.3). O profeta valente e ousado agora estava fugindo de
medo das ameaças da rainha (v.2) que poderia lhe tirar a própria vida (v.3).
Em segundo lugar: desesperança. Observemos que a Palavra é clara: “e ali deixou o seu
moço” (v.3). Elias perdeu o ânimo para ensinar o seu discípulo (v.3) e o amor por si
próprio (v.4).
Em terceiro lugar: esgotamento. Isto é evidente: “Deitou-se, e dormiu debaixo do
zimbro” (v.5). Seu esgotamento não só foi físico (vs. 5-7), mas também espiritual (v.8),
por isso que Elias por orientação de um anjo do Senhor foi se tratar com DEUS no
monte Horebe.
Tiago bem disse que o profeta Elias foi homem semelhante a nós, sujeito aos nossos
mesmos sentimentos (Tg 5.17). Não só Elias, mas Davi (Sl 51.10,12), Asafe (Sl 73.2,3),
Pedro (Mt 26.74,75), Paulo (2 Tm 4.9−18) entre outros personagens bíblicos caíram em
depressão espiritual. DEUS tratou com todos.
DEUS não só habita no alto e santo lugar, mas também com o contrito e quebrantado de
coração (Is 57.15). Jeová jamais deixaria só seus filhos no quarto escuro e solitário da
depressão espiritual. O hino 193 da harpa cristã de Paulo Leivas Macalão traz a
confiança inabalável em DEUS oriunda do usufruto de Sua presença apesar da
depressão:
Ele intercede por ti, minh’alma;
Espera Nele, com fé e calma;
JESUS de todos teus males salva,
E te abençoa dos altos céus.
Foi a intercessão de JESUS por Pedro, quando este lhe negou por três vezes, que o
sustentou em seu choro de amargura e desespero: “Eu, porém, roguei por ti, para que tua
fé não desfaleça” (Lc 22.32a). O salmista com veemência exclamou: “Por que estás
abatida, ó minha alma? Espera em DEUS, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e
DEUS meu” (Sl 42.5). Fica claro que a cura da depressão espiritual se centraliza em
DEUS. Fica claro também que todos os grandes homens de DEUS que caíram em
depressão correram para o trono da graça a fim de obterem socorro em ocasião
oportuna. Quando esta força de buscar o trono era inexistente, o Senhor ia ao encontro
dos seus filhos, como no caso de Pedro e especificamente no caso de Elias.
O texto de 1 Rs 19.9−18 mostra como DEUS tratou e restaurou o seu profeta.
Primeiro: DEUS levou Elias à sua presença. O verso 9 diz: “Ali entrou numa caverna,
onde passou a noite; e eis que lhe veio a palavra do Senhor e lhe disse: Que fazes aqui,
Elias?”.
O profeta passou uma noite inteira no divã de DEUS. Foi o próprio Senhor que o
conduziu à sua presença. Os versos 7 e 8 deixam claro isto: “Voltou segunda vez o anjo
do senhor, tocou−o e lhe disse: Levanta−te, e come, porque o caminho te será
sobremodo longo. Levantou−se, pois, comeu e bebeu; e com a força daquela comida
caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de DEUS”. DEUS estava
em silêncio quando Elias estava prostrado no chão pedindo para si a morte. Agora, no
monte Horebe é diferente, DEUS lhe dirige a palavra: “Que fazes aqui Elias?”. Quem
não anela ouvir em meio às tempestades a voz inconfundível de DEUS? Feliz o homem
cujo deserto termina no monte santo de DEUS!!. A palavra de Jeová é lâmpada para os
nossos pés e luz para os nossos caminhos (Sl 119.105). E mais: “Na tua presença há
plenitude de alegria” (Sl 16.11). O profeta deprimido, como qualquer outro crente,
precisava da amável e confortadora presença de DEUS. Foi Somente no trono do Pai
que Elias se reencontrou com a verdadeira alegria que a depressão espiritual lhe tirou.
Segundo: DEUS se revelou maravilhosamente a Elias. No verso 11 está escrito:
“Disse−lhe DEUS: Sai, e põe−te neste monte perante o Senhor. Eis que passava o
Senhor...”
São poucos os casos bíblicos em que DEUS se revela de uma maneira especial para os
seus filhos. Abraão foi chamado amigo de DEUS (Tg 2.23). Enoque andou com DEUS
(Gn 5.24). Jó depois da provação, quando perdeu bens, amigos, filhos, saúde, pôde
dizer: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso me
abomino no pó e na cinza” (Jó 42.5,6). Existe um anelo em todo cristão para contemplar
a grandeza do Senhor, à semelhança de Moisés que suplicou a DEUS: “Rogo−te que me
mostres a tua glória. Respondeu−lhe, o Senhor: “Farei passar toda a minha bondade
diante de ti, e te proclamarei o nome do Senhor; terei misericórdia de quem eu tiver
misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer” (Êx 33.18,19). É na
vontade soberana de DEUS que está o segredo de Sua manifestação pessoal aos seus.
Isto não implica dizer não devamos pedir e orar pela bênção. Devemos sim, buscar
acima de tudo o DEUS da bênção e não meramente a bênção como é corrente nos dias
de hoje! Elias, assim como os outros, foi agraciado por DEUS com Sua maravilhosa
manifestação.
No verso 11, DEUS não estava num grande e forte vento; muito menos no terremoto.
No verso 12, o Senhor não estava no fogo, mas numa brisa suave e tranqüila. À suave
manifestação de DEUS, Elias “envolveu o rosto no seu manto...” (v. 13). O profeta
sentiu o marcante poder santificador e renovador do Senhor. Não há depressão espiritual
que resista ao tratar do Médico dos médicos. È Ele quem unicamente amassa o barro
porque Ele é o oleiro!
Terceiro: DEUS deu uma lição no profeta Elias. No verso 18 DEUS fala assim:
“Também conservei em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e
toda boca que o não beijou”.
DEUS é o mestre por excelência. Ele ensinou ao rebelde e insensível profeta Jonas o
valor do verdadeiro amor ao próximo através da morte de uma simples planta (Jn
4.6−11). O salmista aprendeu o valor da disciplina divina, pois escreveu: “Antes de ser
afligido andava errado, mas agora guardo a tua palavra. Bem sei, ó Senhor, que os teus
juízos são justos, e que com fidelidade me afligiste” (Sl 119.67,75). Elias experimentou
a correção celestial em sua vida. Mas antes disto se estribou em sua fidelidade a DEUS
para reclamar Sua proteção. No verso 14 ele repete com mais intensidade o que falara
no versículo 11: “Tenho sido em extremo zeloso pelo Senhor DEUS dos exércitos,
porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares, e mataram
os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e procuram tirar−me a vida”. O profeta ouviu
no verso 18 do próprio DEUS: “Também conservei em Israel”, Elias, “sete mil: todos os
joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não o beijou”. Jeová mostrou ao
seu profeta que estava trabalhando em secreto. Elias estava se achando o último dos
profetas. Talvez imaginasse que nele se resumisse a esperança de Israel. Elias aprendeu
que DEUS é DEUS.
Que lição!
Quarto: DEUS renovou a vocação profética de Elias. O versículo 15 evidencia isto:
“Disse−lhe o Senhor: Vai, volta ao teu caminho para o deserto de Damasco e...”
Uma vez revigorado, Elias, o tesbita, tinha que ungir Hazael como rei da Síria (v.15);
Jeú como rei de Israel (v.16); e a tarefa mais difícil, que era ungir a Eliseu como profeta
em seu lugar (v.17). Elias tinha agora que passar o cajado. Talvez não imaginasse que
este dia chegasse nestas circunstâncias. Contudo, tinha sido renovado para tal missão! O
avivamento sempre foi derramado por DEUS quando necessário sobre Israel, bem como
individualmente sobre seus filhos. DEUS renovou Israel no tempo do profeta Samuel
(Sm 7.1−13); do rei Josias (2 Rs 11.18); de Esdras e Neemias (Ed 10.3; Ne 13.19). É
notório que de forma particularizada o avivamento desceu várias vezes sobre o
melancólico Jeremias (Jr 17.14). Davi experimentou isto em meio a sua confissão de
pecado de adultério ao Senhor (Sl 51). No Novo Testamento o apóstolo Paulo disse ao
jovem e introvertido pastor Timóteo: “reavives o dom de DEUS, que há em ti pela
imposição de minhas mãos” (2 Tm 1.6). A igreja primitiva de Atos é o modelo terreno a
ser seguido. Mas ela foi uma igreja que se desenvolveu debaixo da chuva poderosa do
avivamento. Sempre precisaremos do renovo de DEUS em nossas vidas. Grandes
homens de DEUS precisaram! Elias necessitou! Portanto, busquemos o trono da graça
do Senhor, pois de lá, somente de lá vem o reavivamento que nos curará de toda
depressão espiritual.
Sempre nos lembraremos e louvaremos a estrofe do hino harpa 193:
“Por que te abates, ó minha alma?
E te comoves perdendo a calma?
Não tenhas medo, em DEUS espera,
Porque bem cedo, JESUS virá (P.L.M)”.
Ao Rei eterno e imortal, honra e glória através dos séculos. Amém!
Depressão (http://drauziovarella.ig.com.br/artigos/depressao.asp)
Depressão é uma desordem psiquiátrica muito mais freqüente do que se imaginava.
Estudos recentes mostram que 10% a 25% das pessoas que procuram os clínicos gerais
apresentam sintomas dessa enfermidade. Essas porcentagens são semelhantes ao
número de casos de hipertensão e infecções respiratórias que os clínicos atendem em
seus serviços. Ao contrário dessas doenças, entretanto, eles não costumam estar
preparados para reconhecer e tratar depressões.
Para caracterizar o diagnóstico de depressão, foi criada a tabela de abaixo. Nela, cinco
ou mais dos sintomas relacionados devem estar presentes. Dentre eles, um é obrigatório:
estado deprimido ou falta de motivação para as tarefas diárias, há pelo menos duas
semanas.

Critérios para diagnóstico de depressão


(Segundo o DSM-IV, Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4ª
edição).

1· Estado deprimido: sentir-se deprimido a maior parte do tempo;


2· Anedônia: interesse diminuído ou perda de prazer para realizar as atividades de
rotina;
3· Sensação de inutilidade ou culpa excessiva;
4· Dificuldade de concentração: habilidade freqüentemente diminuída para pensar e
concentrar-se;
5· Fadiga ou perda de energia;
6· Distúrbios do sono: insônia ou hipersônia praticamente diárias;
7· Problemas psicomotores: agitação ou retardo psicomotor;
8· Perda ou ganho significativo de peso, na ausência de regime alimentar;
9· Idéias recorrentes de morte ou suicídio.

De acordo com o número de itens respondidos afirmativamente, o estado depressivo


pode ser classificado em três grupos;
1) Depressão menor: 2 a 4 sintomas por duas ou mais semanas, incluindo estado
deprimido ou anedônia;
2) Distimia: 3ou 4 sintomas, incluindo estado deprimido, durante dois anos, no mínimo;
3) Depressão maior: 5 ou mais sintomas por duas semanas ou mais, incluindo estado
deprimido ou anedônia.

Os sintomas da depressão interferem drasticamente com a qualidade de vida e estão


associados a altos custos sociais: perda de dias no trabalho, atendimento médico,
medicamentos e suicídio. Pelo menos 60% das pessoas que se suicidam apresentam
sintomas característicos da doença.
Embora possa começar em qualquer idade, a maioria dos casos tem seu início entre os
20 e os 40 anos. Tipicamente, os sintomas se desenvolvem no decorrer de dias ou
semanas e, se não forem tratados, podem durar de seis meses a dois anos. Passado esse
período, a maioria dos pacientes retorna à vida normal. No entanto, em 25% das vezes a
doença se torna crônica.

Fatores de risco para depressão


· História familiar de depressão;
· Sexo feminino;
· Idade mais avançada;
· Episódios anteriores de depressão;
· Parto recente;
· Acontecimentos estressantes;
· Dependência de droga.

O número de casos entre mulheres é o dobro dos homens. Não se sabe se a diferença é
devida a pressões sociais, diferenças psicológicas ou ambas. A vulnerabilidade feminina
é maior no período pós-parto: cerca de 15% das mulheres relatam sintomas de
depressão nos seis meses que se seguem ao nascimento de um filho.
A doença é recorrente. Os que já tiveram um episódio de depressão no passado correm
50% de risco de repeti-lo. Se já ocorreram dois, a probabilidade de recidiva pode chegar
a 90%; e se tiverem sido três episódios, a probabilidade de acontecer o quarto ultrapassa
90%.

Como é sabido, quadros de depressão podem ser disparados por problemas


psicossociais como a perda de uma pessoa querida, do emprego ou o final de uma
relação amorosa. No entanto, até um terço dos casos estão associados a condições
médicas como câncer, dores crônicas, doença coronariana, diabetes, epilepsia, infecção
pelo HIV, doença de Parkinson, derrame cerebral, doenças da tireóide e outras.
Diversos medicamentos de uso continuado podem provocar quadros depressivos. Entre
eles estão os anti-hipertensivos, as anfetaminas (incluídas em diversas fórmulas para
controlar o apetite), os benzodiazepínicos, as drogas para tratamento de gastrites e
úlceras (cimetidina e ranitidina), os contraceptivos orais, cocaína, álcool,
antiinflamatórios e derivados da cortisona.
A maioria dos autores concorda que a psicoterapia pode controlar casos leves ou
moderados de depressão. O método oferece a vantagem teórica de não empregar
medicamentos e diminuir o risco de recidiva do quadro, desde que a pessoa aprenda a
reconhecer e lidar com os problemas que a conduziram a ele. A grande desvantagem, no
entanto, está na lentidão e imprevisibilidade da resposta. A psicoterapia não deve ser
indicada como tratamento exclusivo nos casos graves.
Embora reconheçam os benefícios da psicoterapia, a maioria dos autores admite que a
tendência moderna é empregar medicamentos para tratar quadros depressivos.

O plano terapêutico deve compreender três fases:

1) Fase aguda: Dura seis a doze semanas, e tem o objetivo de fazer regredir os sinais e
sintomas da doença. Cerca de 70% dos pacientes responde a esta fase. Quando não
ocorre resposta, o diagnóstico de depressão precisa ser reavaliado e, se houver
confirmação, o esquema de tratamento modificado.

2) Fase de continuidade: Nela, a medicação deve ser mantida em doses plenas por
quatro a nove meses, contados a partir do desaparecimento dos sintomas, com o
objetivo de evitar recidivas. A descontinuação prematura aumenta o risco de recidiva
em 20% a 40%.

3) Fase de manutenção: Não tem duração definida (pode ser mantida por muitos anos).
Está indicada apenas nos casos de depressão grave, com alto risco de recidiva ou idéias
dominantes de suicídio. Deve ser considerada nas pessoas que tiveram três ou mais
episódios de depressão, ou dois episódios mais história familiar de depressão
recidivante, instalação dos sintomas antes dos 20 anos de idade ou em qualquer caso
com risco de morte.
Quem começa um tratamento desses deve ser alertado para o fato de que os benefícios
podem não ser aparentes nas primeiras duas a quatro semanas. Nessa fase, em que
alguns experimentam os efeitos colaterais dos medicamentos sem notar melhora, muitos
desistem do tratamento.
Muitos portadores de depressão não se dispõem a fazer psicoterapia nem a tomar
remédio. Esses devem praticar exercício físico com regularidade (melhora o humor e a
auto-imagem) e aumentar o número de atividades diárias capazes de lhes dar prazer.
Precisam estar cientes, porém, de que depressão é doença potencialmente grave,
recidivante, capaz de evoluir independentemente do controle voluntário.

Depressão na infância e adolescência


Depressão é uma doença crônica, recorrente, muitas vezes com alta concentração de
casos na mesma família, que se manifesta não só em adultos, mas também em crianças e
adolescentes. Qualquer criança ou adolescente pode ficar triste, mas o que caracteriza os
quadros depressivos nessas faixas etárias é o estado persistentemente irritado, tristonho
ou atormentado que compromete as relações familiares, as amizades e a performance
escolar.
Em pelo menos 20% dos pacientes com depressão instalada na infância ou adolescência,
existe risco de surgirem distúrbios bipolares, nos quais fases de depressão se alternam
com outras de mania, caracterizadas por euforia, agitação psicomotora, diminuição da
necessidade de sono, idéias de grandeza e comportamentos de risco.
Antes da puberdade, o risco de apresentar depressão é o mesmo para meninos ou
meninas. Mais tarde, ele se torna duas vezes maior no sexo feminino. A prevalência da
enfermidade é alta: depressão está presente em 1% das crianças e em 5% dos
adolescentes.
Ter um dos pais com depressão aumenta de 2 a 4 vezes o risco da criança. O quadro é
mais comum entre portadores de doenças crônicas como diabetes, epilepsia ou depois
de acontecimentos estressantes como a perda de um ente querido. Negligência dos pais
ou violência sofrida na primeira infância também aumenta o risco.
É muito difícil tratar depressão em adolescentes sem os pais estarem esclarecidos sobre
a natureza da enfermidade, seus sintomas, causas, provável evolução e as opções
medicamentosas.
Os estudos mostram que 60% desses pacientes respondem ao tratamento. Esses
medicamentos apresentam menos efeitos colaterais e risco de complicações por
overdose menor do que outras classes de antidepressivos. A recomendação é iniciar o
esquema com 50% da dose e depois ajustá-la no decorrer de três semanas de acordo
com a resposta e os efeitos colaterais. Obtida a resposta clínica, o tratamento deve ser
mantido por seis meses, no mínimo, para evitar recaídas.
A terapia comportamental mostrou eficácia em ensaios clínicos, e parece dar resultados
melhores do que outras formas de psicoterapia. Através dela os especialistas procuram
ensinar aos pacientes como encontrar prazer em atividades rotineiras, melhorar relações
interpessoais, identificar e modificar padrões cognitivos que conduzem à depressão.
Outro tipo de psicoterapia eficaz em ensaios clínicos é conhecida como terapia
interpessoal. Nela, os pacientes aprendem a lidar com dificuldades pessoais como a
perda de relacionamentos, as decepções e frustrações da vida cotidiana. O tratamento
psicoterápico deve ser mantido por seis meses, no mínimo.
Como o abuso de drogas psicoativas e suicídio são conseqüências possíveis de quadros
depressivos, os familiares devem estar atentos e encaminhar os doentes a serviços
especializados assim que surgirem os primeiros indícios de que os problemas da
depressão possam estar presentes.

Depressão: doença que precisa de tratamento (Ricardo Moreno - médico psiquiatra e


professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo).
Depressão não é tristeza. É uma doença que precisa de tratamento. Cerca de 18% das
pessoas vão apresentar depressão em algum período da vida. Quando o quadro se
instala, se não for tratado convenientemente, costuma levar vários meses para
desaparecer. É também uma doença recorrente. Quem já teve um episódio na vida,
apresenta cerca de 50% de possibilidades de manifestar outro; quem teve dois, 70% e,
no caso de três quadros bem caracterizados, esse número pode chegar a 90%.
A depressão é uma patologia que atinge os mediadores bioquímicos que agem na
condução dos estímulos através dos neurônios que possuem prolongamentos que não se
tocam. Entre um e outro, há um espaço livre chamado sinapse absolutamente
fundamental para a troca de substâncias químicas, íons e correntes elétricas. Essas
substâncias trocadas na transmissão do impulso entre os neurônios, os
neurotransmissores, vão modular a passagem do estímulo representado por sinais
elétricos.
Na depressão, há um comprometimento dos neurotransmissores responsáveis pelo
funcionamento normal do cérebro.
Diferença entre tristeza e depressão
Dráuzio – Vamos começar pela pergunta clássica: qual a diferença entre tristeza e
depressão?
R. Moreno - Tristeza é um fenômeno normal que faz parte da vida psicológica de todos
nós. Depressão é um estado patológico. Existem diferenças bem demarcadas entre uma
e outra. A tristeza tem duração limitada, enquanto a depressão costuma afetar a pessoa
por mais de 15 dias. Podemos estar tristes porque alguma coisa negativa aconteceu em
nossas vidas, mas isso não nos impede de reagir com alegria se algum estímulo
agradável surgir. Além disso, a depressão provoca sintomas como desânimo e falta de
interesse por qualquer atividade. É um transtorno que pode vir acompanhado ou não do
sentimento de tristeza e prejudica o funcionamento psicológico, social e de trabalho.

Possibilidades de prevenção
Dráuzio – O que se pode fazer neste mundo moderno para não cair em depressão?
R. Moreno – A primeira coisa é apelar para o bom-senso. Não há uma receita básica ,
mas todos podemos contar com o bom-senso para conseguir uma qualidade de vida
satisfatória. Depois, é preciso desenvolver a capacidade de enfrentar e resolver
problemas, dificuldades e conflitos. Tanto isso é possível que apenas 18% da população
apresenta quadros depressivos ao longo da vida. Problemas todos temos. É necessário,
dentro das possibilidades, aprender a lidar com eles e a não deixar que nos abalem
demais.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, nossa lição trata de uma das doenças mais perniciosas de nossos dias, a
depressão. Tendo como base a vida do profeta Elias, o comentarista discorre a respeito
do assunto. Leia atentamente toda a história do profeta e grife os textos que assinalam
suas grandes realizações espirituais, mas também suas fraquezas tal qual encontramos
em Tg 5.17,18. Apresente aos alunos uma tabela com as seguintes características dos
crentes esgotados: apatia, ira, ressentimento, vulnerabilidade às doenças, desilusões,
antipatia, mau humor, agressividade, isolamento, intolerância e aversão aos outros.
Algumas delas também estiveram presentes no profeta. Incremente o gráfico conforme
suas anotações a respeito do porta-voz divino, Elias. A despeito de alguns pensarem que
o crente jamais se deprime, a própria Bíblia menciona diversos casos de servos de
DEUS que passaram por severas crises dessa doença, que se mostra cada vez mais ativa
nesses últimos tempos. Como enfrentá-la? Quais são suas causas? É sobre esse
importante assunto que iremos estudar nesta lição.

Elias soube dizer à viúva: "Não temas", mas não soube dizer a si mesmo as mesmas
palavras de fé. Assim é a vida de um servo de DEUS, não é infalível e nem um super-
homem, às vezes passa por momentos mais angustiantes que os demais, mesmo tendo
sido usado grandiosamente por DEUS:

Depressão de Vitórias na vida de


Resumo da vida de Elias:
Elias. Tabela Elias
com as
características
dos crentes
esgotados:
Três vezes
alimentado por
Os
provisão
milagres
divina:
Sua aparição não realizados
Por corvos, 1Rs
anunciada ante o por Elias:
17:6.
idólatra rei Acabe a fim
Apatia Pela despensa
de anunciar uma
da viúva, que
prolongada seca, 1Rs
milagrosamente
17:1
aumentava, 1Rs
17:15.
Por um anjo,
1Rs 19:5-8.
Faz que
Foi sustentado com Reformista
não chova,
Ira alimento trazido por valente, 1Rs
1Rs 17:1;
corvos, 1Rs 17:2-6 18:17-40.
Tg 5:17.
Elias, por meio de
Multiplica
grande esforço, em Repreendeu
a farinha e
Ressentimento oração, trazer o menino reis, 1Rs 21:20;
o azeite,
de volta à vida, 1Rs 2Rs 1:16.
1Rs 17:14.
17:17-24.
No monte Carmelo,
Poderoso na
1Rs 18:20-40. Depois Ressuscita
oração, 1Rs
Vulnerabilidade da oração de Elias, o um
17:20-22;
Às Doenças fogo divino desce e menino,
18:36-38; Tg
consome o sacrifício, 1Rs 17:22.
5:17.
v. 30-38
O fim da seca. A Deixou-se
oração de Elias pela desencorajar, Consome o
Desilusões chuva. O profeta corre em certa holocausto,
adiante do rei até ocasião, 1Rs 1Rs 18:38.
Jezreel, 1Rs 18:41-46. 19:3,4.
Consome
Alimentado por um Não era pelo fogo
anjo e continua seu infalível ao os capitães
Antipatia
caminho até o monte julgar, e seus
Horebe, 1Rs 19:1-8. 1Rs 19:14,18. homens,
2Rs 1:10.
Elias pronuncia Faz que
sentença sobre o chova de
Mau Humor
malvado rei e sua novo, 1Rs
esposa, 1Rs 21:17-24. 18:41.
O rei envia duas Divide as
Agressividade
companhias de águas do
soldados para capturar Jordão,
o profeta, mas Elias 2Rs 2:8.
pede fogo do céu e
destrói-as, 2Rs 1:1-12.
Acompanhado por
Eliseu, viaja através do
país até chegar ao rio
Isolamento Jordão, onde Elias
golpeia as águas com
seu manto, e ambos o
cruzam em terra seca.
Enquanto conversam,
Eliseu formula seu
pedido de despedida.
Subitamente, um carro
Intolerância de fogo separa os dois
amigos, e Elias é
levado por um
redemoinho ao céu,
2Rs 2:1-11.
ELIAS, o profeta:
No monte da Referências gerais: 1Rs
Transfiguração. Elias 17:1,15,23; 18:21; 19:5,19;
Aversão Aos
reaparece com Moisés 21:17; 2Rs 1:3,10; 2:11;
Outros
e conversa com 2Cr 21:12; Ml 4:5; Mt
CRISTO, Mt 17:3. 17:3; Lc 4:26; 9:54; Tg
5:17.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

Subsídio Devocional
"Lidando com o Estresse
1. Use seus recursos espirituais. Pergunte-se: 'Estou orando e estudando a Palavra?
Minha vida devocional está indo bem?' Sua vida espiritual e disciplinas são seus
recursos espirituais.
2. Anote num papel as situações estressantes de sua vida. Não deixe nada de fora.
Podem ser conflitos pessoais, obrigações e outros assuntos que o estejam afligindo. Ore
por cada item da lista e lance suas ansiedades sobre JESUS.
3. Reexamine suas prioridades. As prioridades em nossas vidas devem ser (1) nosso
relacionamento com DEUS, (2) nosso relacionamento com a esposa e filhos e (3) nosso
ministério.
4. Faça mudanças. Quando examinamos todas as nossas responsabilidades e exigências
de tempo, freqüentemente vemos a necessidade de fazer algumas mudanças. Algumas
responsabilidades podem ser delegadas a outras pessoas competentes. Outras podem ser
adiadas ou mesmo canceladas. Se você está dominado pela abundância de ocupações de
sua agenda, analise que compromissos podem ser mudados. Foi o que Jetro comentou a
seu genro Moisés: 'Totalmente desfalecerás, assim tu como este povo que está contigo;
porque este negócio é mui difícil para ti; tu só não o podes fazer' (Êx 18.18)."
(GOODALL, W. I. Dominando o estresse e evitando o esgotamento. In CARLSON, R.
(et al) O pastor pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, pp.173-4.)

APLICAÇÃO PESSOAL
Após muitas e incansáveis realizações espirituais, Elias cansou-se. Nem mesmo a
lembrança dos milagres passados trazia refrigério àquele profeta de DEUS. A
autocomiseração, a solidão, o esgotamento físico e mental, a incerteza da eficácia de
suas realizações e o desânimo o dominavam lentamente (1 Rs 19.414). Esqueceu-se dos
grandes milagres operados pelo próprio DEUS em sua vida. Estava, o profeta, frustrado,
abatido e deprimido. Mas como julgar o sucesso ministerial? Acaso Elias não era bem-
sucedido? O teólogo Silas Daniel afirma que o sucesso ministerial caracteriza-se 'pelo
fiel cumprimento da chamada divina e não necessariamente pela quantidade do que foi
conquistado. Não deve ser medido apenas pelas bênçãos recebidas hoje, mas pelas que
virão e pelo cumprimento fiel das nossas responsabilidades. Passa pela qualidade do
nosso serviço a DEUS e não necessariamente pela quantidade do nosso serviço.' (Como
vencer a frustração espiritual, pp.126-8.) Não desanimes! 'DEUS não é injusto para se
esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade que, para com o seu nome, mostrastes,
enquanto servistes aos santos e ainda servis' (Hb 6.10).

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INTERAÇÃO
No ambiente eclesiástico é comum pensar que o crente é imune às doenças da alma. É
como se o seguidor de JESUS vivesse dentro de uma redoma de vidro isolado e
"protegido" de qualquer desconforto psicossocial. Ledo engano! As Escrituras falam
claramente das fragilidades humanas e descreve-as na vida dos maiores "gigantes
espirituais". A história da Igreja mostra-nos baluartes dos movimentos de
despertamentos e avivamentos espirituais - nos séculos XVIII e XIX - que sofriam
profundas crises na alma. Mas o Senhor não deixou de usá-los por isso. Era o caso de
David Brainerd, missionário norte-americano; John Bunyan, profícuo escritor cristão e
pregador britânico; William Cowper, poeta e compositor britânico.

OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


Compreender a humanidade do profeta Elias.
Identificar as causas e sintomas da depressão de Elias.
Detalhar o tratamento de DEUS à depressão de Elias.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para introduzir a lição dessa semana conceitue a depressão, suas causas e
sintomas. (1) Depressão - é um transtorno psiquiátrico ligado a um desequilíbrio das
substâncias químicas no cérebro. Portanto, depressão não é tristeza, é uma doença que
precisa ser tratada. (2) Causas e Sintomas - genético, tipo de estilo de vida, alimentação,
estresse e problemas de ordem pessoal. Os sintomas gerais são: humor deprimido,
isolamento social, comportamento autodestrutivo, tentativa de suicídio, delírios, etc.
Essa é apenas uma sugestão para auxiliar na preparação de sua aula. Não deixe, pois, de
fazer a sua pesquisa. Use livros, revistas, internet, etc. As possibilidades são muitas.
PALAVRA-CHAVE - DEPRESSÃO - Distúrbio mental caracterizado por desânimo,
sensação de cansaço, ansiedade em grau maior ou menos.

SINÓPSE DO TÓPICO (1) - Elias era um homem como outro qualquer. Sujeito às
intempéries da vida.
SINÓPSE DO TÓPICO (2) - Os conflitos de Elias estavam associados à decepção e o
medo.
SINÓPSE DO TÓPICO (3) - Algumas características que podem descrever a depressão
de Elias são: desejo de fuga, isolamento, autopiedade e desejo de morrer.
SINÓPSE DO TÓPICO (4) - O socorre divino trouxe provisão física e espiritual ao
profeta Elias.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Teológico


"[Uma Resposta de DEUS a Elias]
Em um determinado ponto da história, Elias, totalmente triste, disse: 'E eu fiquei só',
achando que era o único israelita que se arrependeu, que creu e que conheceu o perdão
de DEUS (1 Rs19.14). O Senhor repreende-o e afirma: 'Também eu fiz ficar em Israel
sete mil: todos os joelhos que se não dobraram a Baal' (1 Rs 19.18). Em sua Epístola aos
Romanos, Paulo cita essa história, com queixa de Elias e a repreensão do Senhor, e
acrescenta logo depois: 'Assim, pois, também agora neste tempo ficou em resto,
segundo a eleição da graça' (Rm 11.5).
Por que DEUS é tão gracioso que nos escolhe? Porque Ele quer um nome para si
mesmo. Na consagração do Templo, Salomão ora para que DEUS abençoe seu povo:
'Para que todos os povos da terra saibam que o Senhor é DEUS e que não há outro' (1
Rs 8.60).
[...] DEUS chama um povo para ser seu para a sua glória. Ouvir a esse chamado e
aceitá-lo é a estrada para frente e para cima. Recusar esse chamado, por menor que se
inicie a recusa, leva apenas ao declínio. E o fim não é bom. Oro para que seu fim seja
bom e para que suas escolhas, mesmo hoje, caminhem nessa direção" (DEVER, Mark.
A Mensagem do Antigo Testamento: Uma Exposição Teológica e Homilética. 1.ed. Rio
de Janeiro: 2008, p.322).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio Devocional


"Distúrbios psicossomáticos
A revista Isto É, em sua edição número 2004 [...] faz uma análise do poder das emoções
e os males que as emoções negativas causam ao coração. Esta reportagem científica da
Isto É, trata especialmente dos prejuízos do coração. Fala que o primeiro caminho a ser
seguido para atingir o coração é através do sistema nervoso autônomo (SNA). Ele envia
sinais elétricos, recebidos por fibras nervosas presentes no tecido cardíaco. Seu papel é
acelerar ou diminuir o ritmo cardíaco. A outra via é química. Seu principal agente são
os hormônios, como a adrenalina, por exemplo, secretados por algumas glândulas. Eles
entram em ação após receber as ordens do hipotálamo, parte do sistema límbico,
gerando sérios problemas ao coração.
Quando as pessoas têm raiva, irritação, ansiedade, tristeza e depressão acontece o
seguinte: as glândulas adrenais, situadas acima dos rins, aumentam a produção de
adrenalina e provoca:
- Diminuição do calibre dos vasos sanguíneos, elevando a pressão arterial. - Maior
produção de fatores pró-coagulante, deixando o corpo mais vunerável à formação de
coágulos que podem entupir as artérias.
- Desequilíbrio na atividade do endotélio, tecido que reveste as paredes dos vasos. Ele
produz substâncias que ajudam na dilatação das artérias e outras envolvidas em
processos inflamatórios. Como resultado, há maior estreitamento dos vasos e produção
de compostos inflamatórios.
- Pelo sistema nervoso, são emitidos sinais que elevam a frequência cardíaca.
- Há prejuízo no sistema de defesa do corpo, ficando nosso corpo sujeito às várias
doenças.
- A depressão, por exemplo, aumenta o batimento cardíaco e prejudica sua
vulnerabilidade. Se não há variação, há sobrecarga do músculo cardíaco.
Tudo isso aumenta as chances de infarto em portadores de fatores de risco, como alto
colesterol e hipertensão.
Enfim, as emoções prejudicam terrivelmente o coração, mas também prejudica o
estômago, a pele, as vias respiratórias e todos os demais órgãos do corpo.
[...] A melhor prevenção de doenças é ter equilíbrio espiritual e emocional. É trabalhar
com tranquilidade e paz. É vencer o ódio, o ressentimento, a preocupação e a ansiedade"
(FERREIRA, Israel Alves. 1. ed. As emoções de um líder: Como administrar
corretamente as suas emoções. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp. 117-18).

SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 4 DO 3º TRIMESTRE DE 2021

SÍNTESE DO TÓPICO I - Assim como Elias confrontou os profetas de Baal diante da


idolatria, os servos do Senhor devem estar dispostos a confrontar todo tipo de pecado.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Quando exercitamos a nossa fé e confiança no Senhor, Ele
responde nossas orações e nos livra de qualquer adversidade.
SÍNTESE DO TÓPICO III - DEUS compreende nossos momentos de desânimo e
fadiga, pois eles fazem parte da nossa humanidade.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1


Em sentido amplo a idolatria pode indicar a veneração ou adoração a qualquer objeto,
pessoa, instituição ou ambição que tome o lugar de DEUS, ou que diminua a honra que
lhe devemos. DEUS nunca admitiu outro além dEle. O Todo-Poderoso não divide seu
louvor com quem quer que seja: Ele é o único. O Senhor é DEUS zeloso e requer
exclusividade. Jamais repartiria seu povo com um suposto rival. Por esta razão assevera
enfaticamente: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3).
Promova um pequeno debate em sua turma fazendo uma simples pergunta: “O que é
idolatria hoje?”
Todas as imagens, esculturas ou quaisquer outras inovações com o objetivo de tornar o
culto mais atraente pelo seu visual divergem do sincero propósito de cultuar a DEUS
em espírito e verdade e, por isso, constituem um tropeço para uma verdadeira adoração.

CONHEÇA MAIS TOP2


“‘Tu és DEUS’. O deus Baal existia na mente do povo, mas ele não era DEUS. Se a
teologia do povo estava errada, então sua crença forçosamente também estava. Sem uma
teologia correta a fé fica deformada. Elias procura corrigir esse aleijão da fé israelita
quando chama-lhes a atenção para o fato de uma única divindade — essa divindade é o
DEUS dos patriarcas. [...] Uma teologia deformada, onde DEUS é entendido como um
grande garçom a serviço dos mais variados desejos, sem dúvida alguma é a grande
responsável pelo processo de fragmentação que ora passamos.” Para saber mais leia:
Porção dobrada. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.30.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO TOP2


“Elias rapidamente obtém do seu DEUS uma resposta por fogo. Os profetas de Baal são
forçados a desistir de sua causa e, agora, é a vez de Elias apresentar a sua. Vejamos se
ele se dá bem:
1. Ele reparou o altar. Ele jamais usaria o deles, que tinha sido contaminado com as
orações a Baal, mas, encontrando em ruínas um altar ali, que anteriormente tinha sido
usado no culto ao Senhor, ele escolheu reparar aquele (v.30) para insinuar a eles que ele
não estava ali para introduzir nenhuma nova religião, mas reviver a fé e a adoração ao
DEUS de seus pais e convertê-los ao primeiro amor que tiveram e às primeiras obras
que praticaram. Ele não podia levá-los ao altar em Jerusalém a menos que pudesse unir
dos dois reinos novamente (o que, para a correção de ambos, DEUS determinou que
agora isso não devia ser feito), por isso, pela sua autoridade profética, ele constrói um
altar no monte Carmelo e assim reconhece aquele que anteriormente tinha sido
edificado ali. [...]
4. Então ele solenemente dirigiu-se a DEUS em oração diante do seu altar, suplicando-
lhe humildemente: lembre-se de todas as suas ofertas e aceite os teus holocaustos (Sl
20.3), e parta comprovar a sua aceitação dela. A sua oração não foi longa, pois ele não
usou vãs repetições nem pensou que por muito falar seria ouvido; mas ela foi muito
séria e serena, e mostrou que a sua mente estava calma e tranquila, e longe do ardor e
das desordens em que se encontravam os profetas de Baal (vv. 36,37). Embora ele não
estivesse no lugar designado, escolheu a hora prescrita da oferta de manjares, para
testificar com isso sua comunhão com o altar em Jerusalém. Embora ele esperasse uma
resposta por fogo, ainda assim aproximou-se do altar com coragem, e não temeu aquele
fogo” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Josué a Ester. Rio
de Janeiro: CPAD, 2010, p.519,20).

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP3


“O compromisso sincero de Elias com DEUS nos choca e nos incentiva. Ele foi enviado
para confrontar — não consolar. E Elias pronunciou as palavras de DEUS a um rei que,
muitas vezes, rejeitava a mensagem simplesmente porque Elias a trazia. Elias decidiu
exercer seu ministério apenas para DEUS e pagou por essa decisão, sendo isolado de
outras pessoas que também eram fiéis a DEUS.”
Para que seus alunos reflitam melhor sobre quem foi Elias e como desenvolveu seu
ministério profético, peça a eles que relacionem no quadro as “Qualidades e
Realizações” do profeta Elias, conforme o modelo abaixo. Atenção! Somente mostre o
resultado depois que eles cumprirem a tarefa.
QUALIDADES E REALIZAÇÕES
• Foi o mais famoso e dramático profeta de Israel.
• Predisse o princípio e o fim de uma seca de três anos.
• Foi usado por DEUS para ressuscitar um filho morto e devolvê-lo à sua mãe.
• Representou DEUS em uma disputa com sacerdotes de Baal e Aserá.
• Estava com Moisés no episódio da transfiguração de JESUS no Novo Testamento.
(Extraído e adaptado da Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de
Janeiro: CPAD, 2015, p.733).

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Salientar que é necessário e urgente enfrentar o pecado;
Relatar que DEUS responde às nossas súplicas;
Expor as fragilidades do ser humano.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Antes de convocar os profetas de Baal para o grande desafio, Elias indagou ao povo:
"Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é DEUS, segui-o; e, se
Baal, segui-o" (1 Rs 18.21). Comece a aula perguntando o significado de "pensar",
"coxear", e "coxear entre dois pensamentos".
Pensar para decidir ou escolher algo é como pôr as coisas numa balança para se avaliar
o peso de cada uma. Ora a balança pende para um lado, ora pende para o outro. Coxear
significa mancar como um coxo, capengar, claudicar, pender de um lado para o outro.
Quem coxeia dá um passo e se inclina para a direita e no próximo passo se inclina para
a esquerda. É por isso que "coxear entre dois pensamentos" tem o sentido figurado de
hesitar, vacilar. Isso era o que Elias quis dizer sobre a situação espiritual do povo de
Israel.

PONTO CENTRAL - O Senhor sempre intervém a nosso favor diante das adversidades.

PARA REFLETIR - A respeito de “Elias e os Profetas de Aserá e Baal”, responda:


Qual foi o desafio lançado por Elias aos profetas de Baal? “O deus que responder por
fogo esse será DEUS” (1 Rs 18.24b).
O que motivou Elias a desafiar os profetas de Baal? Mostrar ao povo de Israel que Ele
era, sempre foi, e sempre será o único DEUS verdadeiro, a quem deveria servir.
Qual foi a primeira providência de Elias nos preparativos para a descida do fogo divino?
A primeira coisa que Elias fez foi reparar o altar do Senhor, que estava quebrado.
Qual foi o desejo de DEUS para o seu povo? O desejo de DEUS era que seu povo se
voltasse para Ele através daquela demonstração de poder.
Que exemplo a vida de Elias nos deixou? A vida de Elias é um exemplo do cuidado e da
fidelidade de DEUS quando o crente fiel decide seguir o que a Palavra de DEUS ensina
e não o que a maioria acha que está certo.

SUGESTÃO DE LEITURA
Oração - Um Ministério Fundamental, A Oração Intercessória de JESUS, Teologia
Bíblica da Oração.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 86, p. 38.
AJUDA BIBLIOGRÁFICA
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
BÍBLIA DE ESTUDOS PENTECOSTAL - BEP – CPAD
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson
EM CD.
CARLSON, R. (et al) O pastor pentecostal. RJ: CPAD, 1999.
CHAMPLIN, R.N. O Novo Testamento Interpretado versículo por
Versículo. HAGNOS.
Comentário - NVI - F. F. Bruce
Comentário Bíblico - Matthew Henry -Exaustivo - AT e NT
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.
Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP -
Bíblia de Estudos Pentecostal.
DANIEL. Silas. Como vencer a frustração espiritual. RJ: CPAD, 2006.
DEVER, Mark. A Mensagem do Antigo Testamento: Uma Exposição Teológica e
Homilética. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
Dicionário Bíblico Wycliffe
Dicionário Champlin - Russell Norman Champlin.
ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA
LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed (Eds.). Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio
de Janeiro: CPAD, 2008.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer – CPAD
Revista Ensinador Cristão - nº 52 - CPAD.
Revista Ensinador Cristão, CPAD, no 35, p.38.
SEAMANDS, Stephen. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de DEUS na Terra. 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD,
2003.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO
INCLUSIVE http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
William Macdonald - Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).
ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2009.
ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
SAIBA MAIS - Revista Ensinador Cristão, CPAD, no 35, p.38.

TEXTO SUJEITO A ATUALIZAÇÃO

Fonte: http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao4-pdi-3tr21-
Elias%20e%20os%20Profetas%20de%20Aser%C3%A1%20e%20Baal.html Acesso em
19 jul. 2021.

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