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01 Mod Efeit - Canal Sinal - Analó.digit Informaç Codific.
01 Mod Efeit - Canal Sinal - Analó.digit Informaç Codific.
AULA 1
TEMA 1 – OS MODELOS
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elétricos, pulsados ou contínuos, são transportados; ou a água para um sinal de
sonar e o ar, ou o vazio, para sinais de rádio.
1.2 O transmissor
1.3 O canal
1.4 O receptor
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recuperação da informação, o elemento receptor implementa técnicas de
detecção e correção de erros, que serão estudadas nas próximas aulas.
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Figura 2 – Modelo simplificado para comunicação digital
2.1 O ruído
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Embora a modelagem de componentes eletrônicos seja mais complexa e
não diretamente dependente da temperatura, apresentam comportamento muito
semelhante ao do ruído branco observado no metal. Assim, amplificadores
adicionam ruído ao sinal recebido, produzidos nos elementos passivos e ativos
que compõe o dispositivo.
Como visto, o ruído mais comum é utilizado na modelagem de sistemas
de comunicação é conhecido como ruído branco, gaussiano e aditivo, ou AWGN
(do inglês: Additive White Gaussian Noise).
Citamos fontes de ruído e associamos esta produção aos corpos
aquecidos, que geram o denominado ruído térmico. Nesse sentido, apesar da
Terra apresentar temperaturas diferentes em sua superfície, podemos
estabelecer uma temperatura média irradiada a partir de sua superfície. Nessa
temperatura, a superfície da Terra produz um ruído intenso, também gaussiano,
branco e aditivo (AWGN), que deve ser tratado em sistemas de comunicação
que possuam antenas direcionadas para a Terra. Esta temperatura é designada
como T0 (referência para ruído de Terra), denominada genericamente de
temperatura equivalente de ruído e vale 290°K. A intensidade de ruído gerada
por fontes de ruído pode ser representada pela temperatura equivalente de ruído.
Normalmente não se utiliza a temperatura equivalente de ruído para se
determinar o ruído adicionado ao sinal pelos amplificadores. Como esses
dispositivos possuem uma banda relativamente estreita de operação, ficam
sensíveis aos ruídos nesta faixa de frequências e não a toda a largura de banda
de ruído. Nesse caso, o termo utilizado é a figura de ruído, sendo mais adequado
para a determinação da medida de ruído que o amplificador adiciona ao sinal,
sendo expresso na relação (3). Por essa relação, o amplificador que não
acrescenta ruído ao sinal de entrada possui valor da figura de ruído unitário. As
medidas da figura de ruído são expressas em dB, mas também é comum
encontrar seu valor representado em um equivalente da temperatura de ruído
(K), utilizados para expressar valores muito baixos de ruído como aqueles
encontrados na entrada dos receptores de satélites e em LNA ou LNB.
𝑆𝑛𝑜 (𝑓)
F= (3)
𝐺(𝑓)𝑆𝑛𝑖 (𝑓)
Em que:
F: figura de ruído
G(f): ganho de potência do dispositivo na frequência f
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Sno(f): espectro de potência do ruído de saída
Sni(f): espectro de potência do ruído de entrada
Saiba mais
LNA (do inglês low noise amplifier): amplificador de baixo ruído aplicado
muito próximo da antena receptora, instalados comumente na própria antena
parabólica; LNB (do inglês low-noise block converter): amplificador e bloco
conversor de frequência, normalmente possui a antena receptora e fica instado
no ponto fica da antena parabólica.
G(𝑘𝑇0 + 𝑘𝑇𝑒 ) 𝑇0 + 𝑇𝑒
F= =
𝐺𝑘𝑇0 𝑇0
𝑇𝑒 = (𝐹 − 1)𝑇0 (4)
Em que:
Te: Temperatura equivalente de ruído do equipamento
T0: Temperatura de referência (290°K)
2.2 O canal
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adequado ao meio, seja transportado entre os elementos transmissor e receptor.
O sinal proveniente do canal pode ser entendido como uma estimativa do sinal
que entra no canal, pois durante a propagação do sinal são somados a ele
interferências de outros sistemas e o ruído do meio. O próprio receptor introduz
ruído no sistema produzido pelos componentes internos. A qualidade dos
equipamentos, a definição e construção do canal e os esquemas de modulação
e codificação, interferem na qualidade e eficiência do sistema de comunicação
digital.
Os canais podem ser classificados com base nas propriedades da
resposta impulsiva. Podem ser uniformes (planos) no tempo, que significa que
são invariantes no tempo. Podem ser uniformes (planos) em frequência, nos
quais a resposta em frequência é aproximadamente uniforme sobre uma largura
de banda maior ou igual ao do sinal transmitido. Podem ser seletivos no domínio
do tempo, caso no qual o sinal recebido se apresenta mais intensos em alguns
momentos e menos intenso em outros, devido aos múltiplos percursos nos sinais
aéreos ou pelas reflexões de sinal, ou causadas pelo descasamento de
impedâncias e ramificações em cabos, ao longo do tempo, conforme
apresentado na Figura 4.
Na equação (5) é apresentada a função de impulso unitário na qual o
ganho complexo 𝑎̃𝑙 depende do tempo.
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Figura 4 – Canal seletivo no domínio do tempo
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Os canais genéricos não apresentam variação no domínio da frequência
ou no domínio do tempo e são considerados duplamente planos.
Além dos fenômenos que caracterizam o canal e os efeitos na distorção
do sinal, uma medida importante para comunicações digitais é a determinação
da capacidade de transmissão de um canal. A capacidade de um canal depende
da largura de banda disponível, da intensidade do sinal transmitido e da
intensidade do ruído presente do canal. Foi inicialmente estudado por Henry
Nyquit, em 1924, que estabeleceu a relação (7). Ralph Hartley, em 1928,
apresentou a capacidade de canal considerando certa quantidade de níveis
discretos, apresentada pela relação (8), que considera a possibilidade de se
admitir uma quantidade infinita de níveis de transmissão, que levaria a uma
capacidade também infinita na capacidade de canal. Entretanto, a presença do
ruído limita a quantidade de níveis possíveis.
𝐶1 = 2𝐵 (7)
𝐶2 = 2𝐵 𝑙𝑜𝑔2 𝑛 (8)
Em que:
C1: capacidade do canal em símbolos por segundo [sps] ou baud
C2: capacidade do canal em níveis discretos [bits/s]
B: largura de banda ou banda passante [Hz]
2.3 Atenuação
Todo meio afeta o sinal, reduzindo sua intensidade à medida que este
permanece no meio. No ar (ou vácuo), o sinal se expande reduzindo a densidade
de potência. Em meios metálicos, o sinal se reduz por dissipação potência ou
por irradiação eletromagnética. Nos meios ópticos, o sinal se reduz pela
opacidade da fibra.
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Conceitualmente, em sistemas irradiados, a potência do sinal transmitido
a partir de uma antena isotrópica é distribuída uniformemente ao longo de uma
superfície esférica. A densidade de potência [W/m 2] diminui com o aumento do
quadrado do raio da esfera, ou o quadrado da distância entre transmissor e
receptor, conforme apresentado na equação (10).
𝑃𝑇
Φ𝑅 = (10)
4𝜋𝑅 2
Baseando-se na definição da área efetiva de uma antena isotrópica,
observadas como pontos à medida que as antenas transmissoras e receptoras
se afastam, pela teoria eletromagnética, resultam na relação (11), na qual a área
efetiva de uma antena isotrópica depende apenas do comprimento de onda do
sinal transmitido.
𝜆2
𝐴𝐼𝑆𝑂 = (11)
4𝜋
Relacionando as equações (10) e (11) e as potências recebidas e
transmitidas, chegamos à perda do percurso (12), que estabelece uma medida
de atenuação do sinal de rádio que depende da distância e do comprimento de
onda do sinal transmitido.
4𝜋𝑅 2
𝐿𝑃 = ( ) (12)
𝜆
Existem outras implicações e análises para comunicações via sinais de
rádio, mas para os objetivos deste material os conceitos descritos acima
caracterizam bem a atenuação em comunicações sem fio.
A atenuação em meio metálico ocorre por efeito joule e por irradiação
eletromagnética, embora nesta última, com menor efeito no contexto desta aula.
A resistência do meio metálico é determinada pelo material do condutor e por
suas características físicas de seção transversal e comprimento do percurso
metálico. As relações (13) e (14), provenientes da física e vista na disciplina de
eletricidade, caracterizam o valor de uma resistência pelo material, pelas
características dimensionais do condutor e a determinação da variação desse
valor com a variação de temperatura, respectivamente. Portanto, a atenuação
no meio metálico depende do material dos condutores e das condições térmicas.
Normalmente a atenuação em condutores é expressa de forma distribuída
indicando perda por unidade de distância, por exemplo dB/km.
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𝐿
𝑅=𝜌 (13)
𝐴
𝜌 − 𝜌0 = 𝜌0 𝛼(𝑇 −
(14)
𝑇0 )
Em que:
L = comprimento do condutor
A: área da seção transversal do condutor
ρ: resistividade em T
ρ0: resistividade em T0
α: coeficiente de temperatura de resistividade
T0: Temperatura de referência (290°K)
T: temperatura
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Figura 6 – Efeito pelicular
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núcleo e a casca. Embora a luz possa ser propagada em várias direções dentro
do núcleo de uma fibra óptica, apenas algumas direções atenderão a condição
de atraso de fase para uma determinada dimensão núcleo, relação entre índices
de refração da casca e do núcleo e comprimento de onda, que são denominados
modos. Os modos de luz percorrem caminhos diferentes e chegam ao destino
com intensidades e atrasos diferentes produzindo alterações no sinal
transmitido. As fibras ópticas apresentam diferentes características na interface
entre núcleo óptico e casca protetora. As fibras ópticas multimodo (multimode,
no inglês) podem ser construídas com índice de grau, no qual a existe uma
variação abrupta do índice de refração entre casca e núcleo, que é responsável
por produzir múltiplas reflexões, em ângulos diferentes, dentro do núcleo das
fibras. Essas fibras são geralmente utilizadas em curtas distâncias, em torno de
300 m, uma vez que possuem elevada dispersão óptica. Já as fibras multimodo
de índice gradual alteram gradualmente o índice de reflexão entre o núcleo e a
casca, produzindo retorno suave e mais coerente do sinal, organizando a
chegada dos modos no destino. A fibra óptica com índice gradual possui uma
atenuação menor que a de índice degrau. As fibras índice gradual e índice
degrau empregam LEDs na produção de pulsos de luz. As fibras monomodo
(singlemode, no inglês) possuem um núcleo muito estreito permitindo
praticamente só um modo de luz. A fibra monomodo exige um melhor
acoplamento óptico nas conexões e fusões mais precisas. Utiliza laser na
geração de pulsos de luz, aplicado na transmissão de sinais ópticos. Apresenta
a baixa atenuação e pode atingir dezenas de quilômetro de distância sem a
necessidade de recuperação de sinal. A atenuação em cabos de fibra óptica são
normalmente indicados em dB/km para determinado comprimento de onda.
2.4 O atraso
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O atraso de grupo é uma característica na qual os harmônicos sofrem
atrasos diferentes ao longo da propagação no canal, distorcendo o sinal. Se
k.cosw0t é um componente de excitação de um sinal, este componente com
atraso seria k.cosw0(t-t0) = k.cos(w0t-w0t0). O atraso de fase ocorre por frequência
e é dado por θ(w)=-w.t0(w), sendo definido pela relação (16) e, desta forma, o
atraso de grupo ou retardo de grupo dado pela relação (17).
𝛩(𝑤)
𝑡0 (𝑤) = (16)
𝑤
𝑑𝛩(𝑤)
𝐷(𝑤) = (17)
𝑑𝑤
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Figura 8 – Amplificação analógica
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3.3 Adaptação
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Figura 10 – Transformada de Fourier de um pulso retangular
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Figura 11 – Sinal digital e os harmônicos pela decomposição de Fourier
TEMA 4 – A INFORMAÇÃO
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escolha específica, qualquer mensagem escolhida desse conjunto pode ser
considerada a medida da informação produzida nessa escolha.
Os conceitos da teoria da informação visam à codificação eficiente dos
símbolos de uma fonte de informações e sua transmissão por canal com ruído.
São aplicados em compactação, codificação e transmissão de informações em
sistemas de comunicação, nos estudos de criptografia e em mecanismos de
correção de erros.
4.2 Entropia
𝑞 log 𝑞). Com base neste gráfico, as propriedades da entropia podem ser
descritas como:
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Figura 12 – Entropia para dois símbolos com probabilidade p e q=(1-p)
Shannon, 1948.
TEMA 5 – A CODIFICAÇÃO
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As fontes geralmente produzem informação com alguma redundância,
que segue uma ou mais regras da linguagem envolvida na comunicação. As
redundâncias podem ser caracteres específicos, pontuações, marcadores,
separadores, procedimentos, sequência de caracteres, ou seja, informações que
auxiliam, mas não fazem parte, necessariamente, da informação. Para
exemplificar esta redundância, vamos considerar o alfabeto S = {A, B, C, D}, com
símbolos equiprováveis. A entropia H(S) = 2 é máxima e os símbolos podem ser
representados por dibits, como {00, 01, 10, 11}, apresentando a máxima
eficiência na transmissão. Condição diferente seria para a distribuição dos
mesmos símbolos no alfabeto R = {A, B, C, D}, com probabilidades 0,5, 0,25,
0,125 e 0,125, respectivamente. A entropia H(R) = 1,75, indica que o
comprimento médio do símbolo é menor que do alfabeto S. Uma possível
codificação binária para os símbolos de S, o cálculo da entropia H(S) e a
contabilização de 10.000 símbolos (Sk) transmitidos são apresentados na Tabela
1. Note que são necessários 20.000 bits para a transmissão dos símbolos do
alfabeto S. É apresentada na Tabela 2 uma possível codificação binária para os
símbolos de R, baseada na entropia H(R) e a contabilização de 17.500 bits
transmitidos para uma quantidade de 10.000 símbolos R k.
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R reduz a redundância e se iguala ao valor de H(R). Caso fosse utilizada a
mesma codificação de S para R, 20.000 seriam transmitidos, ocupando
desnecessariamente o canal. O termo log2(1/Pk) determina o comprimento do
símbolo baseado na sua probabilidade, independentemente do valor.
Podemos expressar a eficiência do código pela relação (19).
𝐻(𝑆)
𝜂= (19)
𝐿̅
Nas codificações dos dois conjuntos de símbolos S e R, a eficiência do
codificador foi máxima. Caso fosse utilizada a codificação de S em R, a eficiência
do codificador seria de 87,5%.
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sequência k, formando um bloco codificado de n = (k+m) bits. O codificador
produz uma taxa R0 superior à taxa de fonte RS, determinada pela relação (21).
O codificador pode ser construído por circuitos combinacionais, uma vez que o
processo codificação não possui memória de estado.
𝑛
𝑅0 = ( ) 𝑅𝑆 (21)
𝑘
Em que:
Rs: taxa de bits da fonte;
R0: taxa de dados do canal.
FINALIZANDO
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analógico de comunicações. Vimos que o sinal transmitido é atenuado pelo meio,
sofre distorções seletivas em tempo e frequência e também sofre interferências
de outras fontes e do ruído AWGN presente no meio. Vimos as características
do canal, que são essencialmente analógicas, e sua transformação em canal
discreto, capaz de transportar informações digitais entre os elementos terminais
do canal. E, finalmente, abordamos a teoria da informação, que produziu uma
base matemática para suportar a evolução dos sistemas de comunicação digital
para um transporte eficiente e robusto de dados, por meio da codificação de fonte
e canal.
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REFERÊNCIAS
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TV COAX Cable Systems and Signal Loss. Otadtv, 2018. Disponível em:
<http://otadtv.com/cables/index.html>. Acesso em: 1 maio 2019.
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