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ROTEIRO DE LEITURA DOS TEXTOS

Aluna: Maria Luiza Costa R. de Q. Carvalho Data: 14/07/2021


Texto: (artigo ou capitulo de livro): MARTINS, Sueli T. F. Psicologia Social e
Processo Grupal: a coerência entre o fazer, pensar e sentir em Silvia Lane. In:
Psicologia & Sociedade; 19, Edição Especial 2: 76-80,2007.
Título: Psicologia Social e Processo Grupal: a coerência entre Fazer, Pensar e Sentir em
Silvia Lane.
Público Alvo: Comunidade Acadêmica, Profissionais e Psicólogos que atuam com
grupos.
Assunto Tratado: Premissas que embasam a reflexão acerca da constituição de um
grupo a parti de um olhar redefinido da Psicologia Social.

1. Ideia central do texto


Apresentar grupo como um processo grupal, que está inserido em uma totalidade
maior, a parti de uma perspectiva histórica e transformadora.
2. Resumo (breve)
Este capitulo, elaborado por Lane, tem a intenção de nos apresentar, a parti de
uma revisão dialética de teorias sobre grupo, conceitos que embasam o processo
grupal para a autora. É a parti de algumas premissas importantes que a autora ira
nos guiar a um processo de compreensão sobre a constituição de um grupo e
todos os elementos que o envolvem: papeis sócias, vivencia subjetiva, realidade
objetiva participação, produção, história de vida de cada sujeito, entre outros
pontos.
3. Objetivos
 Refletir as teorias acerca dos processos grupais, buscando uma redefinição
de premissas básicas que o conceituam.
 Refletir sobre como a tradição biológica da psicologia vem criando entraves
para os estudos dos comportamentos sociais dos indivíduos.
 Propor algumas sugestões para a análise do indivíduo inserido num processo
grupal.
 Discorrer sobre estas reflexões teóricas, a parti da observação de grupos em
situações naturais.
 Fazer uma análise crítica do conhecimento que se tem elaborado sobre
grupos.

4. Caminho percorrido pelo/a autor/as


A autora inicia seu texto retomando alguns estudos teóricos, de diversos autores,
que vão aborda a discussão sobre os pequenos grupos (K. Lewin), processo
grupal em sua inserção social e institucional (Horkheimer, Adorno e Loureau),
grupo terror (Lapassade), analise sistemática das contradições (Pichon-Rivière) e
a teoria de grupo operativo (J. F. Calderôn e G. C. C. De Govia). A parti destes
estudos teóricos, nasce a tipologia dos grupos em função dos estágios alcançados
por estes. Após apresentar uma revisão de algumas teorias, a autora pontua
algumas premissas fundamentais para se conhecer o grupo.
Depois a autora inicia uma reflexão sobre o processo grupal partindo de uma
crítica em relação a tradição biológica da psicologia. Em sequência ela propõem
algumas sugestões para a análise do indivíduo inserido num processo grupal, a
partir do materialismo dialético.
Por fim, Lane, nos traz sua percepção sobre os resultados de observações, que
foram realizadas, de grupos em contextos naturais.

5. Destaques
 Toda transformação só é possível de ocorrer quando se tem o agrupamento
de indivíduos
 O grupo coeso, está preso a um processo circular, onde as interações não se
renovam. Considera-se que é um grupo a- histórico, preso em uma sociedade
também a- histórica.
 O grupo objeto seria aquele onde os indivíduos se justapõem para a
realização de um trabalho e onde a divisão de trabalho determina hierarquias
de poder.
 O grupo-sujeito é aquele que percebe a mediação institucional, objetiva e
conscientemente.
 A análise da instituição e das determinantes sociais feitas pelo grupo
caracterizam um processo de transversalidade, tornando possível ao grupo
passar de objeto a grupo-sujeito.
 O “grupo-terror” é aquele em que há a figura de poder que determina as
obrigações e a manutenção do status quo. Em oposição a este se tem o
grupo-vivo, que se caracteriza por relações de igualdade entre seus membros
e pela autogestão.
 Tipologia dos grupos:
1- Grupo aglutinado: Se tem a figura do líder que é o responsável em
propor ações conjuntas. Se tem uma baixa produtividade.
2- Grupo possesivo: Se tem o líder, que também se torna um coordenador
de funções, e onde as tarefas exigem a participação de todos levando a
maior interação e conhecimentos mútuos.
3- Grupo Coesivo: Se tem uma aceitação mútua dos membros, o líder se
mantém como coordenador e a ênfase do grupo está na manutenção da
segurança conseguida, vista como um privilégio. É um grupo que tende a
se fechar, evitando a entrada de novos elementos.
4- Grupo Independente: Se tem a liderança amplamente distribuída, pois o
grupo já acumulou experiências e aprendizagens; os recursos materiais
aumentam e as metas fundamentais vão sendo alcançadas, surgindo
novas metas que visam o desenvolvimento pleno dos membros. Ê um
grupo onde as relações de dominação são minimizadas e a coordenação
das atividades tende para a autogestão.
 Premissas para se conhecer o processo grupal:
1- O significado da existência e da própria ação do grupo só será
encontrado a parti de uma perspectiva histórica que o considere inserido
na sociedade e influenciado pelas determinações econômicas,
institucionais e ideológicas.
2- Grupo enquanto processo grupal, justamente por fazer parte de um
processo histórico.
 As relações de produção geram a estrutura da sociedade, inclusive as
determinações socioculturais, que fazem a mediação entre o homem e o
ambiente.
 O sujeito se relaciona com o ambiente social a parti de um processo de
interiorização-exteriorização.
 O estabelecimento de papéis a serem desempenhados leva à sua
cristalização. Essa cristalização faz com que os papéis sejam vistos como
tendo uma realidade própria, exterior aos indivíduos que têm de se submeter
a eles, incorporando-os sob a forma de crenças e valores.
 Há sempre dois níveis que circundam a realidade do homem:
1- Vivencia subjetiva: onde o sujeito se vê consciente de sua própria ação e
representação. É marcado pela ideologia.
2- Realidade Objetiva: onde ações e interações estão sempre pautadas a
parti dos papéis sociais que restringem essas interações ao nível do
permitido e do desejado (em função da manutenção do status quo).
 Os papéis sociais sempre reproduzem a dinâmica básica dos papéis
históricos, ou seja, a relação dominador-dominado.
 Todo grupo ou agrupamento existe sempre dentro de instituições, que vão
desde a família, a fábrica, a universidade até o próprio Estado.
 A história de vida de cada membro do grupo também tem importância
fundamental no desenrolar do processo grupais.
 Qualquer dialética só poderá se desenvolver a parti do nível da realidade
objetiva, pois é ao nível do desempenho dos papéis que se reproduz a relação
dominador-dominado, a luta pelo poder, e que é, portanto, nesse nível que
podem emergir os processos de oposição, negação, contradição e negação da
negação, que constituem qualquer processo dialético.
 Os papeis sociais também podem existir a nível de vivencia subjetiva quando
funcionam como mascaras.
 Para o processo grupal apenas a ação efetiva compartilhada com os outros é
que poderia ser caracterizada como participação.
 A produção seria a própria ação grupal, ou seja, seria processo de produção
quando o grupo se organiza, assumi papéis, realiza tarefas.
 Quando se tem diferenciações entre os sujeitos, que se cristalizam em papéis
que definiram as relações sociais a serem mantidas, temos uma situação,
segundo Sartre, de institucionalização dos grupos. Ou seja, o grupo entra em
crise, ele se desestrutura. É preciso que o sujeito supere a sua natureza
"individualista'', se tornando um agente consciente na produção da história
social.
 O grupo só dá saltos qualitativos no seu processo quando ocorrem análises e
reflexões críticas no próprio grupo.
 Um grupo, só pode ser considerado grupo, quando ao se produzir algo se
desenvolvem e se transformam as relações entre os membros do grupo, ou
seja, o grupo se produz.

6. Relevância para a disciplina


Este capitulo, ao meu ver, é de grande relevância para a disciplina de Práticas em
processos grupais pois ele dá embasamento para se entender e refletir o funcionamento
do processo grupal. É impossível se pensar em práticas se não conseguimos
compreender a estrutura de um grupo de forma crítica, os entraves que podem surgir a
parti da interação dos sujeitos que o compõem, e as diversas teorias que nascem a parti
da tentativa de dar sentido e explicar o processo grupal.

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