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Material Didático para as Escolas Rurais

Ensino Médio

ASAS
DA
FLORESTANIA

Biologia
Segundo Ano
GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE DIRETOR DE INOVAÇÃO
Tião Viana Marco Antonio Lopes Brandão
VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE DIRETORA DE RECURSOS
Carlos Cesar Correia de Messias Cassirir de Souza Pena
SECRETÁRIO DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DIRETORA DE GESTÃO
E ESPORTE Maria Rita Paro de Lima
Daniel Queiroz de Sant’Ana
COORDENADORA DO ENSINO MÉDIO
SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO Ligia Maria Pereira de Souza Carvalho
DE EDUCAÇÃO E ESPORTE
COORDENADORA DO ENSINO FUNDAMENTAL
Railton Geber da Rocha
Francisca Bezerra da Silva
SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESPORTE
COORDENADORA DO ENSINO RURAL
Mauro José de Deus Morais
Francisca das Chagas Souza da Silva
DIRETOR DE ENSINO
Josenir de Araujo Calixto

Governo do Acre
Secretaria de Estado de Educação e Esporte
Rua Rio Grande do Sul, 1907 – Aeroporto Velho
CEP: 69903-420 – Rio Branco/AC
Tel: (068) 3213-2334 e (068) 3213-2348
email: ensinorural.educacao@ac.gov.br

© Governo de Estado do Acre, 2012.


Secretaria de Estado de Educação e Esporte.
Diretoria de ensino. Coordenação de Ensino Rural.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da UFAC

A187l Acre. Governo de Estado do Acre. Secretaria de Estado de Educação


e Esporte. Diretoria de Ensino. Coordenação de Ensino Rural.
Biologia: Ensino Médio – Segundo ano / Secretaria de Estado de
Educação e Esporte. -- Rio Branco: Secretaria de Estado de Educação e Esporte, Diretoria
de Ensino, Coordenação de Ensino Rural, 2012.
315p. : il.; 22 X 30 cm. (Material Didático para as Escolas Rurais: Asas da
Florestania).

1. Biologia (Ensino médio) – Estudo e ensino. I. Título.

CDD: 574.07
CDU: 573(07)

Agostinho Sousa Crb11-547

Rio Branco – Acre

2012
GOVERNO DE ESTADO DO ACRE
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO E ESPORTE

Material Didático para as Escolas Rurais

Ensino Médio

ASAS
DA
FLORESTANIA

Biologia
Segundo Ano

ACRE – 2012
Material Didático para Escolas Rurais
Asas da Florestania – Ensino Médio
Biologia – Segundo Ano

Organização e Edição
INSTITUTO ABAPORU DE EDUCAÇÃO E CULTURA – Rosaura Soligo, Rosana Dutoit e Walter Takemoto

AUTORA

Patrícia Petitinga Silva


Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal da Bahia (2002) e em Licenciatura em Biologia pela
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (em curso), mestre em Ecologia e Biomonitoramento pela Universidade
Federal da Bahia (2006). Atualmente é professora-pesquisadora formadora I da Universidade Federal do Recôncavo
da Bahia pelo PARFOR. Tem experiência na área de Educação e Ecologia, atuando principalmente nos seguintes temas:
formação de professores, ensino de Ciências e Biologia e biomonitoramento de ambientes aquáticos.

ANÁLISE DE CONTEÚDO E COLABORAÇÃO


Equipe Pedagógica da Secretaria de Estado de Educação e Esporte do Acre

REVISÃO FINAL
Jorge Antônio Ribeiro da Silva

REVISÃO DO MATERIAL EDITORADO


Júlia Lins e Carine Leal dos Santos

AGRADECIMENTO ESPECIAL
A todos os profissionais do Estado do Acre que contribuíram com imagens para as publicações da série
Material Didático para as Escolas Rurais: Airton Mesquita, Celma Nery, Cleiciane Pereira Brandão,
Elizângela Mendonça, Eunice Caetano, Francisca Janaina Silva de Souza, Josileia Silva Sousa, Maria Inês
Maia de Andrade, Rosângela Melo.
APRESENTAÇÃO

Caro aluno,

Este livro foi elaborado para você e seus colegas que frequentam as escolas rurais do
Estado do Acre e participam do “Asas”.

Por que estudar Biologia? A Biologia é o estudo da vida! O Brasil é um dos países mais
bem dotados do mundo em regiões biodiversas, como a floresta Amazônica, que oferecem
condições ambientais para o desenvolvimento de um grande número de espécies de seres
vivos. A biodiversidade - termo usado para descrever o conjunto de espécies de seres vivos que
povoam as várias regiões do planeta - fascina todos os seres humanos que valorizam a vida
e têm noção da importância do conhecimento e da preservação desse patrimônio biólogico.

Porque é tão importante preservar a biodiversidade? Por várias razões! O ser humano tem
o dever moral de proteger outras formas de vida. Além disso, a diminuição de espécies pode
prejudicar atividades já existentes, como a pesca. A redução da biodiversidade também leva
a perdas ambientais, e isto acontece porque as espécies estão interligadas por mecanismos
naturais com importantes funções, como a regulação do clima, purificação do ar, proteção
dos solos e das bacias hidrográficas contra a erosão, controle de pragas etc.

Mas, como preservar o que não se conhece? Por isso a Biologia é muito importante! O
estudo dos seres vivos pode ser realizado em diferentes escalas: atômica, molecular, celular,
multicelular, populacional, interacional etc. No segundo ano, as aulas têm como finalidade
conhecer as inovações evolutivas na estrutura e função dos seres vivos para compreender e
comparar a diversidade da vida.

Na Unidade 1, você irá conhecer os conteúdos que serão trabalhados na disciplina


e as expectativas de aprendizagem para eles. Compreenderá como os seres vivos estão
organizados e a importância da nomenclatura binomial para sua classificação. Em seguida,
conhecerá o sistema digestório e sua relação com a evolução das espécies.

Na Unidade 2, o trabalho estará centrado no entendimento de como os sistemas


respiratório e circulatório funcionam para que o ser vivo obtenha energia para as suas
atividades diárias. Além disso, também entenderá as estratégias que nosso corpo utiliza
para nos proteger contra as doenças. Ao final da Unidade, terá a oportunidade de avaliar
as suas conquistas e seu desempenho até o momento.

A Unidade 3 terá dois focos: conhecer o sistema urinário e sua relação com a evolução
das espécies, além de compreender a relação entre os sistemas reprodutor e nervoso.

O trabalho da Unidade 4 dará continuidade ao estudo do sistema reprodutor e você


também conhecerá os processos que iniciam a vida humana. Ao final da unidade, terá
a oportunidade de revisar os conteúdos trabalhados e participar de uma avaliação para
verificar as conquistas obtidas.
O material de Biologia para o Segundo Ano do Ensino Médio é composto de 20 aulas
previstas para serem realizadas ao longo de 20 dias letivos, totalizando 80 horas.

Tempos da aula

O tempo previsto para cada tipo de atividade está indicado no quadro abaixo, mas é
apenas uma referência geral, podendo se alterar conforme a proposta.

Acolhida 15 min
Organização dos grupos / Trabalho com a lição de casa 20 min
Problematização 20 min
Atividades – Bloco I 60 min
Intervalo 15 min
Atividades – Bloco II 60 min
Socialização das aprendizagens 15 min
Atividade complementar 20 min
Avaliação da aula 15 min
Total 240 min

Momentos da aula

1. Acolhida
Atividade inicial que envolve toda a turma de alunos com o propósito de, ao mesmo
tempo, funcionar como um momento de diálogo entre todos e de aproximação significativa
dos conteúdos a serem abordados na aula.

2. Formação de equipes e apresentação das respectivas atividades

A proposta é que a turma se divida em quatro equipes, que têm como objetivo principal
favorecer o desenvolvimento de habilidades básicas (expressão oral e escrita, síntese, análise
critica, entre outras) e atitudes de cidadania na classe e na escola. Todos devem participar
sempre de quatro equipes e se revezar semanalmente nas diferentes funções:

Equipe de Socialização
• Promove a integração dos participantes.
• esponsabiliza-se pela organização de atividades de comemoração de datas históricas,
R
sociais e culturais.
• Mobiliza a participação de todos os alunos.
• Divulga as atividades realizadas.

Equipe de Coordenação
• esponsabiliza-se pela agenda da aula e colabora para o cumprimento do tempo
R
determinado para cada atividade.
• Contribui para que o grupo chegue a conclusões, evitando que haja desvios do assunto.
• Incentiva a participação de todos.
• Providencia e distribui o material a ser utilizado.
• Cuida da organização do ambiente físico da aula.
• Providencia o rodízio das equipes.
• Cuida do horário e frequência.
• Anota as palavras novas e faz um glossário.

Equipe de Síntese
• repara, por escrito, a síntese dos temas estudados e as conclusões a que os grupos
P
chegaram e o que foi aprendido.
• Responsabiliza-se por enriquecer os assuntos estudados.
• dapta situações reais aos assuntos discutidos ou de interesse do grupo, quando for o
A
caso.
• Apresenta a síntese do dia, quando for essa a proposta.
• Ilustra com desenhos ou gráficos os conteúdos estudados, quando for pertinente.

Equipe de Avaliação
• Avalia a participação da turma e o trabalho realizado.
• Procura ver o crescimento e a produtividade do grupo.
• Avalia as propostas, observando os pontos positivos e negativos, verificando os objetivos e
os resultados alcançados.

Embora a duração das equipes seja semanal, a realização das atividades, de acordo com
as respectivas atribuições, deve acontecer conforme fizer sentido no transcorrer das aulas.

3. Problematização/Motivação

Momento de uma aproximação instigante do assunto/conteúdo a ser trabalhado.

4. Atividades em grupo ou individual

Momento de interagir com o material didático e, quando necessário, pesquisar (em


livros, revistas, jornais, vídeos, textos, imagens, entre outros materiais) sobre o conteúdo
da aula. As atividades serão desenvolvidas individualmente ou em grupo, dependendo das
propostas.

5. Socialização das aprendizagens

Momento de compartilhar os saberes sobre o conteúdo trabalhado para serem


complementados, enriquecidos, ampliados por todos, com o tipo de linguagem que for
mais pertinente.
6. Atividade complementar para lição de casa

Oportunidade de retomar os conteúdos estudados em tarefas para realizar após a aula.


No dia seguinte, essas atividades devem ser verificadas e/ou comentadas no início da aula,
logo após o momento da Acolhida.

7. Avaliação da aula

Momento de avaliar o trabalho do dia considerando principalmente: a relevância do que


foi abordado, as atividades vivenciadas, a atuação do professor e o próprio desempenho.

Além a proposta de avaliação contida no final de cada aula, pode-se produzir também
um memorial narrando as aprendizagens: um caderno, bloco ou conjunto de fichas em que
cada um relata suas próprias opiniões sobre a aula, os saberes adquiridos, a reflexão sobre
o próprio desempenho, os avanços, dificuldades e experiências vivenciadas na sala de aula.

8. Para saber mais

Proposta feita no final da aula, da unidade ou do módulo, para ampliar o conhecimento.


Expectativas de aprendizagem

É muito importante que você conheça as expectativas de aprendizagem previstas


nas unidades de Língua Espanhola para que você possa se autoavaliar e monitorar sua
aprendizagem. A ficha de autoavaliação indicada abaixo apresenta todas as expectativas
de aprendizagem para o Segundo Ano do Ensino Médio.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

Aluno/a:
Segundo ano Turno: Ano:
Professor:
LEGENDA: 3  O desempenho está bom
2  O desempenho não está bom porque o aluno tem capacidade para mais
1  O desempenho não está bom e precisa melhorar muito

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM Aluno Professor


1. Compreender que a classificação biológica organiza os seres vivos e facilita
seu estudo, além de mostrar as possíveis relações de parentesco evolutivo entre
diferentes grupos de organismos.
2. Compreender a importância da nomenclatura binomial para a classificação dos
seres vivos.
3. Compreender o sistema digestório e sua relação com a evolução das espécies.
4. Diferenciar seres autótrofos de heterótrofos.
5. Valorizar os conhecimentos sobre a estrutura e o funcionamento dos sistemas de
órgãos do corpo, reconhecendo sua importância e sua situação evolutiva.
6. Conhecer a anatomia do tubo digestivo animal, compreendendo o papel de
cada um dos órgãos no processo de digestão e assimilação dos nutrientes.
7. Diferenciar reações de catabolismo e de anabolismo.
8. Relacionar consumo de energia e ingestão de alimentos.
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM Aluno Professor

9. Relacionar o sistema digestório e o respiratório no processo de transformação


de energia, relacionando-os à evolução das espécies.
10. Conhecer os componentes básicos do sistema respiratório.
11. Conhecer os componentes básicos do sistema circulatório, bem como seu papel
no organismo.
12. Relacionar o sistema imunitário com as defesas do organismo.
13. Conhecer a estrutura do néfron, compreendendo como ocorre a filtração do
sangue e a formação da urina.
14. Compreender a evolução do sistema urinário e sua relação com a evolução das
espécies.
15. Conhecer os principais componentes do sistema nervoso e sua relação com a
reprodução humana.
16. Compreender a evolução dos sistemas reprodutor e nervoso, e sua relação com
a evolução das espécies.
17. Relacionar a reprodução sexuada ao aumento de variabilidade genética.
28. Conhecer a anatomia geral do sistema genital feminino e do sistema genital
masculino.
19. Compreender os eventos que iniciam a vida humana.
20. Utilizar procedimentos eficazes de leitura para compreender melhor o texto.
21. Reler um fragmento do texto para verificar se compreendeu adequadamente.
22. Discutir com outros leitores as interpretações geradas por uma leitura.
23. Estudar textos expositivos, tanto para aprender sobre eles, quanto para
aprender procedimentos de estudo.
24. Sublinhar fragmentos do texto para facilitar a localização de informações.
25. Fazer grifos ou anotações para selecionar o que é principal e o que é
secundário em um texto.
26. Elaborar e anotar perguntas sobre o conteúdo do texto.
27. Fazer anotações sobre cada parágrafo do texto lido, por exemplo: escrever
palavras-chave, elaborar títulos e registrar comentários.
28. Resumir o texto, a partir de informações mais relevantes.

Essa ficha será um guia muito importante durante todo o Módulo. No decorrer de cada
unidade, você refletirá, junto como o seu professor, sobre cada uma das expectativas,
registrando o que já sabe e o que precisa aprender ao longo das aulas. Depois, ao final
de cada unidade, novamente a Ficha será retomada, com o objetivo de discutir o que foi
aprendido e alcançado e o que ainda precisa ser retomado e melhorado.

Você deverá analisar e indicar (na coluna “Aluno”) as conquistas em cada item relacionado
ao trabalho desenvolvido, observando a legenda de 1, 2 e 3.

Se você achar que está muito bem, deve colocar 3. Se achar que está precisando
melhorar muito, deve colocar 1. E se achar que está aprendendo, mas ainda sente algumas
dificuldades, deve colocar 2.

Os indicadores numéricos não são notas, são apenas uma referência para registrar o seu
nível de conquista e de empenho, considerando o que se espera de um aluno do Segundo
Ano do Ensino Médio e, a partir daí, pensar em como encaminhar os estudos.
Depois, o professor também avaliará, na coluna “Professor” e então vocês poderão
verificar se as opiniões sobre o seu desempenho coincidem.

Esse tipo de avaliação é muito mais importante do que simplesmente uma nota geral
sobre todos os conteúdos, porque a nota, por si só, não informa como o aluno está em
relação às expectativas de alcance e no que precisa melhorar.

Sobre a postura de estudante

Alguns procedimentos são fundamentais para que você tenham um bom desempenho
escolar e para que todos construam um ambiente adequado ao trabalho coletivo: o respeito
aos horários, o cuidado constante com o registro, a realização de tarefas e a disponibilidade
para compartilhar análises, opiniões e pontos de vista – sempre com muito respeito!

Se você e seus colegas se empenharem nesta direção, todos aprenderão muito!

Bom trabalho!
SUMÁRIO

Unidade I............................................................................................................15
Aula 01: Por que os animais são diferentes?.................................................................. 15
Aula 02: Classificação dos seres vivos........................................................................... 23
Aula 03: Todo ser vivo tem um nome e faz parte de um grupo diferente?........................ 36
Aula 04: Pato no Tucupi: para onde vai essa comida quando ingerida?.......................... 51
Aula 05: Panelada engorda?......................................................................................... 71

Unidade II ..........................................................................................................89
Aula 06: Ufa, haja energia!.......................................................................................... 89
Aula 07: Os nutrientes e o oxigênio precisam chegar às células. Mas, como? ............... 105
Aula 08: Haja coração!............................................................................................... 120
Aula 09: Sistema imunitário - um campo de batalha!................................................... 150
Aula 10: O que já aprendi? O que ainda preciso aprender?........................................ 164

Unidade III........................................................................................................171
Aula 11: Podemos ficar sem urinar?............................................................................ 171
Aula 12: Hormônios provocam maremotos.................................................................. 189
Aula 13: Há vida sem cérebro?................................................................................... 198
Aula 14: Para que serve o sexo?.................................................................................. 227
Aula 15: O que é ser homem e ser mulher?................................................................. 234

Unidade IV........................................................................................................253
Aula 16: Sexo tem vantagens evolutivas....................................................................... 253
Aula 17: Ninhada humana......................................................................................... 276
Aula 18: Já acabou? Foi tão rápido!............................................................................ 297
Aula 19: Aprendi! Quer ver?....................................................................................... 307
Aula 20: Avaliando o que aprendi............................................................................... 310
Módulo de Biologia
BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 1 – AULA 01

Tema: Por que os animais são diferentes?

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Conteúdos de Biologia • Conhecer os conteúdos que serão trabalhados na
para o curso. disciplina e as expectativas de aprendizagem para eles.
• Procedimentos necessários • Verificar o que sabe e o que precisa saber sobre os

para o estudo da Biologia. conteúdos que serão trabalhados na disciplina.


• Proposta de avaliação das • Discutir os procedimentos necessários para o estudo da

aulas. disciplina no segundo ano.


• Conhecer a proposta de avaliação que deverá ser

realizada ao final de cada aula.


• Utilizar procedimentos eficazes de leitura para

compreender melhor o texto.


• Discutir com outros leitores as interpretações geradas

por uma leitura.


• Sublinhar fragmentos do texto para facilitar a

localização de informações.

I.Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

Hoje, daremos continuidade aos estudos de Biologia iniciados no primeiro ano. Você achou
essa disciplina fácil ou difícil? São muitos nomes e informações diferentes, não é mesmo? Não
se preocupe, o que importa mesmo é que você compreenda como a vida funciona!

Lembra-se da teoria da evolução de Lamarck? Vamos, então, ler um pouco da sua biografia.

JEAN-BAPTISTE LAMARCK

Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 17/10/2012.

Segundo Ano
15
BIOLOGIA

O naturalista e biólogo francês Jean-Baptiste Lamarck defendeu uma teoria da evolução


das espécies conhecida como lamarckismo, que com o tempo seria assimilada pelas
concepções de Charles Darwin.

Lamarck nasceu em 1º de agosto de 1744. Descendente de família nobre, mas de poucos


recursos, ficou órfão aos 17 anos. Em Paris, dedicou-se à literatura. Foi nesse ambiente que
lhe veio o gosto pelas ciências naturais.

Seus conceitos sobre a continuidade da matéria viva levaram-no a considerar em conjunto


o estudo dos princípios básicos dos organismos, em um campo da ciência que denominou
biologia. Cedo reconheceu a existência da variação dentro das espécies, que explicou como
decorrente da ação do meio ambiente sobre os organismos. Foi também o primeiro a
afirmar que a evolução é regida por leis e o primeiro a enunciá-las.

Divulgados os trabalhos de Gregor Mendel, as ideias de Lamarck foram abandonadas pela


maioria dos biólogos. Lamarck morreu em Paris, cego e pobre, em 18 de dezembro de 1829.
Texto adaptado. Disponível em www.biomania.com.br. Acessado em 25/03/2012.

• Você conhecia a história de Lamarck? O que mais chamou sua atenção?

Ao longo de nossos estudos no segundo ano iremos conhecer a diversidade de vida


animal existente no nosso planeta, incluindo o homem. Para isso, vamos conhecer o
funcionamento do corpo dos animais, procurando relacioná-lo às diferenças encontradas
nesses organismos. Vamos conversar sobre os sistemas digestório, circulatório, respiratório,
imunitário, urinário, reprodutor e nervoso, sempre tendo como meta relacioná-los à evolução
das espécies e, portanto, às diferenças observadas.

Para iniciarmos o estudo, vamos começar a partir do que já conhecemos. Observe a


imagem abaixo:

Disponível em www.perlbal.hi-pi.com. Acessado em 22/03/2012.

16 Asas da Florestania
BIOLOGIA

• Você conhece esses animais?

• Que outros animais de sua região você conhece? Conte para os colegas que animais
você conhece.

• Os animais que você conhece são muito diferentes uns dos outros? Por que será? Você
já pensou o que faz com que os animais sejam tão diferentes?

II. Organização dos grupos e/ou Trabalho com a lição de casa – 20 min.

III. Problematização – 20 min.

Leia o texto abaixo:

Disponível em www.netnature.files.wordpress.com. Acessado em 25/03/2012.

Agora, vamos voltar ao bate-papo do início da aula. Para isso, sente com um colega e
conversem sobre as questões abaixo:

• Os animais apresentam muitas estruturas corporais diferentes entre si. Por que os
animais são diferentes?

• Mesmo quando os animais têm estruturas semelhantes, o funcionamento do corpo


difere de um animal para outro. Você sabe por quê?

• Você sabe quem foi Darwin? O que ele tem a ver com as diferenças observadas nos
animais?

Registre o resultado dessa conversa no espaço abaixo:

Segundo Ano
17
BIOLOGIA

O que você acha de apresentar para a turma a conversa que teve com o colega? Você
também poderá conhecer o que foi conversado por outros colegas! Então vamos lá, ouça as
orientações do professor e conte sua conversa.

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Para começarmos a entender por que os animais são diferentes, precisamos verificar o
que você sabe sobre EVOLUÇÃO.

• O que é evolução? O que acontece com os seres vivos em evolução?

Conte o que sabe para o professor e colegas!

Agora leia o texto abaixo:

Disponível em www.radiofobia.com.br. Acessado em 25/03/2012.

18 Asas da Florestania
BIOLOGIA

• Você já sabia o que era evolução? Então, deixe registrado o que você sabe sobre
evolução:

• Mas, afinal, o que a evolução tem a ver com as diferenças observadas nos animais?

Leia o texto seguinte:


Adaptações do seres vivos

As adaptações dos seres vivos não ocorrem por acaso e muito menos ocorreram de uma
hora para outra. Ao longo do processo evolutivo, alguns organismos sofreram transformações
que lhes possibilitaram maiores chances de sobrevivência no meio ambiente, ajustando-se
morfologicamente e fisiologicamente ao ecossistema em que vivem.
A essas transformações, selecionadas pelo meio e ocasionadas por mutações,
denominamos adaptação, relacionadas ao mecanismo de defesa, reprodução, locomoção,
alimentação e condições climatológicas desfavoráveis.
Disponível em www.educador.brasilescola.com. Acessado em 25/03/2012.

Após a leitura do texto, responda às questões abaixo:

1. Os seres vivos incluem muitos grupos de organismos diferentes, a exemplo dos


animais. Como o texto explica as diferenças encontradas nos seres vivos?

2. De acordo com o texto, os seres vivos foram ajustando-se morfologicamente e


fisiologicamente ao ecossistema em que vivem. Pense num animal da Floresta Amazônica
e dê exemplos de adaptação morfológica e fisiológica desse animal à floresta.

Nome do animal:

Adaptação morfológica à floresta:

Segundo Ano
19
BIOLOGIA

Adaptação fisiológica à floresta:

3. Grife no texto os tipos de adaptações que os seres vivos podem sofrer.

Agora sente com um colega e troque seu livro com ele. Veja como realizou a atividade e
discuta com ele as questões em que você não concorda com as respostas dadas. Caso haja
dúvidas, peça ajuda ao professor.

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min.

Você viu que os animais sofrem adaptações morfológicas e fisiológicas durante o processo
evolutivo e, por conta dessas adaptações, eles são bem diferentes uns dos outros.

Por isso, no curso, vamos estudar a morfologia e fisiologia de alguns grupos de animais
para entender suas diferenças e relacioná-las ao processo evolutivo.

Também vamos aprender alguns procedimentos importantes de estudo para facilitar a


aprendizagem dos conteúdos trabalhados.

Na introdução do livro, você viu que existe uma Ficha de Expectativas de Aprendizagem.
Volte a ela e veja o que você deve aprender no curso.

Você entendeu como a ficha deve ser preenchida? Vamos fazer um teste? Leia novamente
cada expectativa de aprendizagem e, na coluna do aluno, coloque o número correspondente
ao seu conhecimento sobre ela, de acordo com a legenda.

Observe que, se você já sabe o que está apresentado na expectativa de aprendizagem,


deverá marcar 3. Se sabe, mas acha que ainda pode saber mais, marque 2. Se ainda não
sabe, marque 1.

Será que seus colegas sabem o mesmo que você? Ficou curioso? Escolha dois colegas e
compartilhe com eles o preenchimento que você fez na ficha.

Ao final, converse com os colegas para eleger um representante do grupo. O representante


deverá registrar, numa folha de caderno, aquelas expectativas de aprendizagem que cada
componente do grupo marcou 1 na ficha. Lembre-se de colocar o nome de todos os
componentes do grupo no cabeçalho do registro.

20 Asas da Florestania
BIOLOGIA

Pronto? Agora entregue a folha de caderno com o registro ao professor. Isso irá ajudá-lo
a conhecer melhor o que seus alunos já sabem e o que precisam aprender.

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

Agora é o momento de apresentar suas conclusões sobre o que foi trabalhado na aula.
A cada aula, a socialização das aprendizagens será feita de uma forma diferente.

Na aula de hoje, o professor fará algumas perguntas e, com a ajuda do Grupo de


Socialização, irá registrar no quadro o que foi concluído pela turma.

Não deixe de participar!

VIII. Atividade complementar – 20 min.

Esse será o momento da aula para conhecer a tarefa de casa. Ela é muito importante para
que você organize o que foi aprendido em classe e possa aprofundar esse conhecimento.

Como tarefa de casa, você deverá conversar com alguma pessoa da sua comunidade
que conheça bem os animais da Floresta Amazônica. Escolha um desses animais e peça a
essa pessoa que descreva as características desse animal.

Após a conversa, organize sua tarefa no caderno:

1. faça um desenho do animal escolhido;

2. coloque o nome desse animal;

3. registre suas características;

4. destaque as adaptações desse animal para viver na floresta.

Atenção! Capriche na organização da tarefa e seja criativo, pois em classe você montará
um painel coletivo com seus colegas.

IX. Avaliação da aula – 15 min.

Ao final de cada aula, iremos fazer uma avaliação do trabalho realizado. Nesse momento,
você deverá avaliar a aula e, também, o seu desempenho. Assim, você ajudará o professor
a verificar o que já sabe e o que ainda precisa aprender para que possa auxiliá-lo melhor.

Hoje, você conheceu os conteúdos que serão trabalhados no curso e pôde falar um
pouco do que sabe sobre eles. Agora, leia o quadro abaixo e responda ao que está sendo
solicitado. Caso seja necessário, volte ao início da aula e releia como foi o trabalho hoje.

Segundo Ano
21
BIOLOGIA

OPINIÃO SOBRE A PRÓPRIA APRENDIZAGEM

O que eu O que passei a As principais O que aprendi O que ainda


pensava antes achar depois da dúvidas que eu de mais gostaria de saber
da aula aula de hoje tive durante a importante sobre o assunto
aula

22 Asas da Florestania
BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 1 – AULA 02

Tema: Classificação dos seres vivos

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• A classificação dos seres • Compreender que a classificação biológica organiza
vivos e sua relação com os seres vivos e facilita seu estudo, além de mostrar
o desenvolvimento da as possíveis relações de parentesco evolutivo entre
ciência. diferentes grupos de organismos.
• Discutir com outros leitores as interpretações geradas

por uma leitura.


• Utilizar procedimentos eficazes de leitura para

compreender melhor o texto.


• Estudar, textos expositivos, tanto para aprender sobre

eles, quanto para aprender procedimentos de estudo.


• Resumir o texto, a partir de informações mais

relevantes.

I. Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

Na aula passada, conhecemos um pouco da história de Lamarck, um precursor da teoria


da Evolução. Hoje, vamos conhecer a história de Carl von Linné. Você o conhece? Não?
Então vamos ler sua história!

Carl von Linné, latinizado Carolus Linnaeus


e conhecido como Lineu
(1707 - 1778)

Disponível em www.upload.wikimedia.org. Acessado em 17/10/2012.

Segundo Ano
23
BIOLOGIA

Professor, médico, botânico e biólogo naturalista, nascido numa localidade rural da Suécia,
fundador da moderna sistemática de classificação para plantas e animais. De família muito
pobre cujo nome original era Ingermarsson, que seu pai mudou para Linné em homenagem
à árvore tília. Do pai herdou o interesse pela botânica e estudou e formou-se em medicina
e botânica, enquanto trabalhava para seu próprio sustento, fazendo conferências sobre
organização e enriquecimento dos jardins botânicos. Agrupou em classes, ordens, gêneros
e espécies as plantas já conhecidas e as que então eram descobertas em ritmo acelerado.
Para identificá-las de modo válido em todo o mundo, atribuiu-lhes um primeiro nome em
latim, correspondente ao gênero, e um segundo, que indicava a espécie. A nomenclatura
binomial trouxe imediatos progressos ao estudo da botânica e manteve-se ainda em vigor
na classificação sistemática dos seres vivos.
Texto adaptado. Disponível em www.dec.ufcg.edu.br. Acessado em 28/03/2012.

Agora que você já conhece um pouco da vida de Lineu, converse com os colegas e o
professor sobre as questões abaixo:

• O que mais chamou sua atenção sobre a vida de Lineu?

• Lineu foi o fundador da sistemática, uma ciência que classifica os seres vivos. Por que
os seres vivos precisam ser classificados?

• Você sabe como os seres vivos são classificados?

• Você já ouviu falar da nomenclatura binomial? O que sabe sobre ela?

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

Agora vamos à tarefa de casa. Sua tarefa foi conversar com uma pessoa de sua comunidade
a respeito dos animais da floresta, suas características e adaptações. Conseguiu realizá-la?
Então vamos à montagem do painel coletivo. Fique atento às instruções do professor e
colabore com o grupo!

III. Problematização – 20 min.

Acabamos de montar o painel coletivo. Ficou legal?

Agora, junte-se a um colega, observe o painel montado e discuta:

• Esses animais são semelhantes ou diferentes?

• É possível formar grupos com eles, quais?

• Que nome você daria a cada um desses grupos?

Lembre-se de registrar no caderno o que foi discutido!

24 Asas da Florestania
BIOLOGIA

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Na atividade anterior, os animais foram organizados em grupos. Os grupos que você


formou foram semelhantes aos dos seus colegas? Observe os grupos formados pelos colegas
e compare com aqueles que você formou.

• Afinal, como agrupar os animais?

• E os outros seres vivos, também são organizados em grupos?

Vamos começar a entender como os seres vivos estão organizados lendo o texto abaixo.

Bioma Amazônia
Por: Denise Moraes

O bioma Amazônia ocupa cerca de 40% do território nacional. Nele estão localizados
os estados do Pará, Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia e Roraima e algumas partes do
Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. Também inclui terras de países próximos ao Brasil,
como as Guianas, Suriname, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia.

A floresta amazônica é conhecida como abrigo da maior biodiversidade do mundo, pois


nela podem ser encontradas milhares de espécies animais, vegetais e micro-organismos.
Além da variedade de seres biológicos, a região conta com muitos rios, os quais formam a
maior reserva de água doce de superfície disponível no mundo. O clima que caracteriza a
região é o equatorial úmido. Quanto ao relevo, é possível perceber diferentes formações,
como planaltos e planícies.

Vamos analisar com mais calma alguns elementos que compõem este rico bioma.

Fauna

Pesquisas indicam que na Amazônia existem cerca de trinta milhões de espécies animais.
Dá para acreditar? E isso porque nem todas as espécies foram encontradas e estudadas
pelos cientistas. Lá existem alguns animais que ainda são desconhecidos pelos homens.

Bom, mas uma coisa é certa: são muitos animais convivendo neste grande ecossistema. Talvez
os mais famosos deles sejam os macacos. Eles são numerosos: coatás, cuxiús, barrigudos...
Uma infinidade de primatas pode ser encontrada nos galhos das árvores amazônicas. Além
deles, existem outros mamíferos característicos da região. São mamíferos terrestres, como
onças, tamanduás, esquilos, e mamíferos aquáticos, como peixes-boi e botos.

Os répteis também têm território garantido. Em um passeio pela região podem ser vistos
lagartos, jacarés, tartarugas e serpentes. Entre os anfíbios, existem variados tipos de rãs,
sapos e pererecas. Uma grande coleção de peixes é outro fato digno de nota: nas águas
amazônicas estão 85% das espécies de peixes de toda a América do Sul. Todos os anos
milhares deles migram tentando encontrar locais adequados para reprodução e desova.

Segundo Ano
25
BIOLOGIA

Outros seres ainda menores têm grande importância no equilíbrio deste ecossistema: os
insetos. Eles são numerosos. Besouros, formigas, mariposas e vespas fazem parte do grupo
que é maioria na fauna amazônica.

Há grande variedade também de aves na floresta. Araras, papagaios, periquitos e


tucanos colorem as copas das árvores. Mais de mil espécies de aves já foram catalogadas.

Vegetação

A vegetação divide-se em três categorias: matas de terra firme, matas de várzea e matas
de igapó.

As matas de terra firme são aquelas que estão em regiões mais altas e por este motivo
não são inundadas pelos rios. Nelas estão árvores de grande porte, como a castanheira-
do-pará e a palmeira.

As matas de várzea são as que sofrem com inundações em determinados períodos do


ano. Na parte mais elevada desse tipo de mata, o tempo de inundação é curto e a vegetação
é parecida com a das matas de terra firme. Nas regiões planas, que permanecem inundadas
por mais tempo, a vegetação é semelhante a das matas de igapó.

Ops, mas a gente ainda não falou das matas de igapó...

As matas de igapó são as que estão situadas em terrenos mais baixos. Estão quase
sempre inundadas. Nelas a vegetação é baixa: arbustos, cipós e musgos são exemplos de
plantas comuns nestas áreas. É nas matas de igapó que encontramos a vitória-régia, um
dos símbolos da Amazônia.
Texto adaptado. Disponível em www.invivo.fiocruz.br. Acessado em 22/03/2012.

1. Agora, releia o texto e:

a) circule de verde os seres vivos citados;

b) grife de azul os grupos de animais apresentados;

c) pinte de amarelo os grupos de vegetais.

2. No quadro a seguir, registre os nomes dos animais citados no texto, que compõem
cada um dos grupos apresentados.

Grupos de animais Representantes


Anfíbios

26 Asas da Florestania
BIOLOGIA

Aves

Insetos

Macacos

Mamíferos

Peixes

Répteis

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min.

Antes do intervalo, vimos que os animais podem ser divididos em grupos.

• Por que esse agrupamento é importante?

• Existem outras formas de agrupar?

• Como os outros seres vivos são agrupados?

Segundo Ano
27
BIOLOGIA

Para descobrir as respostas para essas questões, leia o texto abaixo.

Classificação dos seres vivos

Por que classificamos?

Quando nos deparamos com uma grande variedade de objetos ao nosso redor, temos
a tendência de reunir em grupos aqueles que consideramos semelhantes, classificando-os.
Esta é uma característica inerente ao ser humano. O ser humano classifica as coisas porque
isso as torna mais fáceis de serem compreendidas.

É provável que o homem primitivo distribuísse os seres vivos em grupos: os comestíveis e


os não comestíveis, perigosos e não-perigosos etc.

No nosso dia-a-dia, temos constantemente exemplos de classificação de coisas; ao se


classificar os selos, por exemplo, levamos em conta critérios de semelhanças como país, o
ano do selo, o motivo da estampa etc.

Em qualquer sistema de classificação são usados determinados critérios. Num


supermercado, a disposição dos produtos nos corredores e nas prateleiras obedece a certas
regras estabelecidas pelo proprietário. Por exemplo, os produtos de higiene pessoal ficam
numa determinada prateleira de uma determinada seção, os refrigerantes numa outra e os
chocolates em uma terceira etc. É claro que o dono de um supermercado pode usar critérios
diferentes de arrumação.

Os cientistas também classificam. Mas no caso da Ciência, não é aconselhável a existência


de muitos sistemas diferentes de classificação. Podemos perceber que isso tornaria muito
difícil a “comunicação” entre cientistas.

A importância da classificação biológica é facilitar a compreensão da enorme variedade


de seres vivos existentes.

Os grupos básicos de Linnaeus

A primeira tentativa conhecida de classificação foi feita pelo filósofo grego Aristóteles
(384- 322 a.C.).

Aristóteles trabalhou principalmente com animais e classificou várias centenas de espécies.


Ele dividia os animais em dois grandes grupos: os com sangue e os sem sangue.

De Aristóteles até o começo do século XVIII houve pouco progresso. Foram elaborados
alguns sistemas de classificação, mas com pouco sucesso. Os critérios eram arbitrários,
alguns biólogos classificavam os animais de acordo com seu modo de locomoção, outros
conforme o ambiente em que eles viviam etc.

Um exemplo disso pode ser notado, ao analisarmos a classificação de um animal, tendo


por base apenas o ambiente onde ele vive. Pássaros, morcegos e insetos são classificados

28 Asas da Florestania
BIOLOGIA

como animais aéreos e, no entanto, são muito diferentes entre si. Certamente, um beija-flor
tem mais semelhança com uma ema (terrestre) do que com uma mosca.

Podemos notar que escolher como critério apenas o ambiente não acrescenta muito
sobre o grupo.

Estas primeiras classificações eram consideradas artificiais, pois utilizavam critérios que
não refletiam as possíveis relações de parentesco entre os seres vivos.

Hoje em dia, classificações são naturais, pois procuram agrupar os seres vivos de acordo
com o maior número possível de semelhanças, tentando estabelecer relações de parentesco
evolutivo entre eles.

Um grande marco na classificação dos seres vivos foi estabelecido pelo Naturalista e
Médico sueco Linnaeus.

Linnaeus desenvolveu um sistema de categorias hierárquicas que, com algumas


modificações, é usada hoje. No entanto, ele não levou em conta as relações de parentesco
evolutivo entre seres vivos, pois acreditava que as espécies existentes na Terra tinham sido
criadas uma a uma por Deus e que, desde o instante da criação até então, elas teriam
permanecido sem qualquer alteração. Esse princípio da imutabilidade, denominado fixismo,
era crença generalizada entre os naturalistas da época de Linnaeus.

Atualmente, o fixismo não é mais aceito, tendo sido contestado a partir dos trabalhos de
Darwin em 1859. Darwin desenvolveu ideias sobre a evolução dos seres vivos através da
seleção natural.

A teoria da evolução biológica ou simplesmente teoria da evolução diz que todos os seres
vivos, dos mais simples até o homem, estão sujeitos a contínuas modificações ao longo do
tempo. Assim, acredita-se que todas as espécies atuais ou as já extintas originaram-se a
partir de outras, pelo acúmulo de novas características, que revelam as suas adaptações ao
diferentes ambientes durante a história da Terra.

Com a aceitação da teoria evolutiva, as espécies deixaram de ser vistas como grupos
estáticos de seres vivos.

No sistema proposto por Linnaeus, a espécie é a unidade de classificação e pode ser


definida como sendo “um grupo de organismos que se acasalam na Natureza e cujos
descendentes são férteis”.

O atual sistema de classificação dos organismos também considera a espécie como


unidade de classificação.

As diferentes categorias de classificação, chamadas de categorias taxonômicas, foram


ampliadas. Linnaeus elaborou um sistema de classificação onde havia 5 categorias de
espécies semelhantes, que eram agrupadas em um mesmo gênero; os gêneros semelhantes

Segundo Ano
29
BIOLOGIA

são agrupados numa mesma família; famílias semelhantes são reunidas numa ordem;
ordens semelhantes são agrupadas em uma classe; classes semelhantes são agrupadas em
um filo ou divisão, e filos ou divisões semelhantes são agrupadas em um reino. As categorias
podem ser representadas, da mais ampla para a mais restrita, da seguinte maneira:

REINO > FILO > CLASSE > ORDEM > FAMÍLIA > GÊNERO > ESPÉCIE

Além dessas categorias, muitas vezes são utilizadas categorias intermediárias, tais como
subfilo, infraclasse, superordem, superfamília, subgênero, subespécie.

Para exemplificar o atual sistema de classificação, vamos ver a classificação do cão,


desde a categoria mais geral, que é o reino, até a mais restrita, que é a espécie.

Um exemplo de classificação taxonômica: o cão

Uma classificação geral dos seres vivos

Muitos sistemas de classificação de seres vivos foram propostos, mas esse assunto ainda
é muito controvertido.

As Ciências Biológicas estão em plena expansão e tem sido possível conseguir mais e melhores
informações a respeito dos seres vivos, trazendo assim maiores subsídios para a compreensão
de suas histórias evolutivas. Por essa razão, a classificação tem sofrido modificações, pois trata-
se de um tema dinâmico, não existindo um sistema que contente a todos.

Num dos primeiros sistemas de classificação, na época de Linnaeus, era comum a


divisão dos seres da natureza em 3 reinos: Vegetalia ou Plantæ, Animalia e Mineralia. Essa
divisão perdurou até cerca de 60 anos atrás. Em consequência, ainda há quem insista em
considerar os seres vivos unicamente em dois reinos: Vegetalia e Animalia.

30 Asas da Florestania
BIOLOGIA

Num outro sistema proposto, os seres vivos eram colocados em 3 reinos: Protista, Plantæ
e Animalia. Este sistema também não é mais utilizado.

Posteriormente surgiu um sistema de classificação em que os seres vivos eram divididos


em 4 reinos: Reino Monera (bactérias e cianobactérias), Reino Protista (algas, protozoários e
fungos), Reino Plantæ (desde musgos até angiospermas) e Reino Animalia (desde esponjas
até os mamíferos).

Esse sistema foi substituído por outro que agrupa os seres vivos em 5 Reinos. O sistema
dos 5 Reinos foi proposto em 1969 pelo Biólogo norte-americano R. H. Wittaker. Em 1982,
Lynn Margulis e Karlene Schwartz modificaram esse sistema, propondo uma classificação em
domínios: Prokarya e Eukarya. Já em 1990, o microbiologista Carl R. Woese classificou os
reinos em três grandes domínios: Archaea, Eubacteria e Eukarya. As opiniões se divergem
entre os cientistas e, como base, utilizam-se os cinco reinos abaixo:

• Reino Animalia: todos os animais desde as esponjas até os mamíferos

• Reino Plantae: todas as plantas desde briófitas até angiospermas

• Reino Fungi: todos os fungos

• Reino Protista: todas as algas e protozoários

• Reino Monera: bactérias e cianobactérias


Texto adaptado. Disponível em www.educar.sc.usp.br. Acessado em 13/04/2012.

Agora, sente-se junto a um colega para discutir e responder à atividade proposta.

1. O gato pertence à família dos felinos e à ordem dos carnívoros. Em qual desses dois
grupos há maior quantidade de seres? Explique.

2. Por que os seres vivos são classificados?

Segundo Ano
31
BIOLOGIA

3. Quais as características que definem um ser vivo como pertencente à mesma espécie
do outro?

4. Quais são os cinco reinos da Natureza? Cite um ser de cada reino, como exemplo.

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min

Agora, com a ajuda da classe, o professor irá fazer uma síntese do que foi trabalhado
na aula. Para isso, cada aluno deverá construir uma frase sobre o conteúdo estudado e
apresentá-la, quando for solicitado pelo professor.

Vamos lá, construa a sua frase! Para não esquecê-la, registre no caderno.

VIII. Atividade complementar – 20 min.

Para responder à atividade, releia os textos trabalhados durante a aula.

1. Analise a imagem abaixo:

Disponível em www.1.bp.blogspot.com. Acessado em 13/04/2012.

32 Asas da Florestania
BIOLOGIA

A partir de sua análise e, também, dos textos lidos, escreva uma legenda para essa
imagem.

2. O que significa classificar e qual o principal critério que devemos adotar para fazer
uma classificação?

Para as questões abaixo, assinale a alternativa correta.

3. (CESGRANRIO) Se reunirmos as famílias Canidae (cães), Ursidae (ursos), Hienidae


(hienas) e Felidae (leões), veremos que todos são carnívoros, portanto, pertencem
à(ao) mesma(o):

a) espécie

b) ordem

c) subespécie

d) família

e) gênero

4. (FUND. CARLOS CHAGAS) Qual dos seguintes grupos inclui organismos mais
relacionados entre si?

a) filo

b) família

c) gênero

d) espécie

e) raça

Segundo Ano
33
BIOLOGIA

5. (UNIP) A sequência hierárquica das categorias taxonômicas é:

a) filo, classe, ordem, família, gênero;

b) gênero, família, ordem, filo, classe;

c) filo, classe, família, ordem, gênero;

d) classe, filo, gênero, família, ordem;

e) ordem, classe, filo, gênero, família.

6. (UFG - GO) Considerando o sistema de classificação taxonômica, se duas espécies


pertencem a duas famílias diferentes, então:

a) podem pertencer ao mesmo gênero.

b) podem pertencer à mesma ordem.

c) obrigatoriamente são da mesma classe.

d) pertencem a gêneros diferentes, mas não a ordens diferentes.

e) podem pertencer à mesma ordem, mas não a mesma classe.

IX. Avaliação da aula – 15 min.

Alguns pesquisadores estão escrevendo um livro com informações acerca da classificação


dos seres vivos. Escreva um resumo, em seu caderno, explicando o que você aprendeu na
aula de hoje para enviar para eles. Aproveite, também, para pedir mais informações sobre
o que mais gostaria de saber a respeito desse assunto.

X. Para saber mais.

Vírus, um ser diferente

Os vírus são o limite entre a matéria bruta e a matéria viva.

Esses seres são muito especiais, pois não são formados por células. Seu organismo é
formado por proteínas e outras substâncias.

De todas as características dos seres vivos, os vírus apresentam somente duas: a


capacidade de se reproduzir e de sofrer mutações. Por essa razão, os cientistas ainda não
chegaram a um acordo se devem ou não classificar esses seres como organismos vivos.
Consequentemente, os vírus não estão agrupados em nenhum reino. Quando as dúvidas
que se tem hoje sobre as características desses seres forem esclarecidas, é provável que eles
sejam classificados em um reino exclusivo deles.

34 Asas da Florestania
BIOLOGIA

O vírus só consegue sobreviver e se reproduzir no interior das células.

Para isso, ele tem que injetar o seu material genético no interior de uma célula viva.

Quando isso ocorre, podemos dizer que, de certa forma, o vírus inativa (desliga) o
programa da célula e a obriga a fabricar novos vírus. Esses novos vírus irão contaminar
novas células e, se o processo não for interrompido, ocorre o que chamamos de infecção.

Um ser que vive às custas de outros, causando prejuízos denomina-se parasita.

O vírus é um parasita intracelular, pois para se manifestar necessita penetrar numa célula.

Ao se reproduzirem no interior dos seres vivos, os vírus desequilibram o organismo


causando o que denominamos doença.

Existem vírus que atacam animais e outros que atacam somente vegetais.

Na espécie humana, podemos destacar doenças que são causadas por vírus: a gripe,
a caxumba, o sarampo, a hepatite, a febre amarela, a poliomielite (ou paralisia infantil), a
raiva, a rubéola etc.

Quando substâncias estranhas (chamadas antígenos) penetram no nosso organismo


(o vírus, por exemplo), existem células do nosso sangue (certos glóbulos brancos) que são
capazes de percebê-las, alertando outras células para o perigo de uma infecção. As células
alertadas, outros glóbulos brancos, fabricam proteínas de defesa chamadas anticorpos, que
inativam os antígenos.

Dessa forma, o nosso corpo identifica e neutraliza a ação de certos micro-organismos,


inclusive os vírus. Essa capacidade de defesa denomina-se imunização.

Não existem medicamentos para combater os vírus depois que eles passam a parasitar
um organismo. Nesse caso, o único procedimento possível é esperar que o organismo reaja
e produza anticorpos específicos para destruí-los. É o caso, por exemplo, da gripe. Não
existem remédios para essa doença. O que há são medicamentos para livrar os sintomas
desconfortáveis que ela provoca, como dores de cabeça, febre etc.

No entanto, alguns vírus são responsáveis por doenças fatais ou que deixam sequelas
graves, é o caso da AIDS, em que o vírus baixa radicalmente a resistência do organismo por
atacar as células de defesa. O indivíduo, então, contrai infecções com mais facilidade e que
se tornam graves, podendo matar a pessoa. A poliomielite é outro exemplo que pode deixar
uma pessoa paralítica ou com sérios problemas motores.

Contra algumas doenças viróticas existem vacinas, que são medicamentos preventivos. A
vacinas não curam um organismo já infectado por vírus. São produzidas a partir de vírus “mortos”
ou enfraquecidos. Uma vez introduzidos num indivíduo, esses vírus não têm condições de provocar
a doença, mas são capazes de estimular o organismo a produzir anticorpos, imunizando-o.
Disponível em www.educar.sc.usp.br. Acessado em 13/04/2012.

Segundo Ano
35
BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 1 – AULA 03

Tema: Todo ser vivo tem um nome


e faz parte de um grupo diferente?

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• A classificação dos seres • Compreender que a classificação biológica organiza
vivos e sua relação com os seres vivos e facilita seu estudo, além de mostrar
o desenvolvimento da as possíveis relações de parentesco evolutivo entre
ciência. diferentes grupos de organismos.
• Sistema de nomenclatura • Compreender a importância da nomenclatura binomial

binomial. para a classificação dos seres vivos.


• Discutir com outros leitores as interpretações geradas

por uma leitura.


• Estudar, textos expositivos, tanto para aprender sobre

eles, quanto para aprender procedimentos de estudo.

I. Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

Na aula passada, aprendemos sobre a classificação dos seres vivos, e hoje daremos
continuidade a esse estudo. Para isso, vamos retomar algumas questões discutidas:

• Por que os seres vivos são classificados?

• Como os seres vivos estão classificados?

• E os vírus, como são classificados?

A classificação proposta por Lineu vem sofrendo modificações em virtude da Sistemática


Filogenética.

• Você já ouviu falar da Sistemática Filogenética?

• E da nomenclatura binomial? O que sabe sobre ela?

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

III. Problematização – 20 min

Sente com um colega e analisem juntos a imagem abaixo:

36 Asas da Florestania
BIOLOGIA

• O que essa imagem representa?

Discuta com o colega e registre suas hipóteses:

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Sistemática e taxonomia

Até um passado recente, a descrição de organismos e de semelhanças e diferenças nas


suas características era efetuada por naturalistas num ramo denominado sistemática ou
taxonomia. A sistemática ou taxonomia tinha ainda a função de classificar os organismos de
uma forma ordenada, baseando-se apenas nas semelhanças entre os organismos.

Sistemática ou taxonomia
Termos considerados sinônimos. Significam o estudo da diversidade orgânica e do tipo de
relacionamento existente entre populações, espécies ou grupos de organismos, incluindo a teoria
e prática de identificação, classificação e nomenclatura. Eventualmente alguns pesquisadores
consideram que o termo sistemática tem uma abrangência maior do que taxonomia.

A partir do século XIX, começam a surgir as primeiras ideias de que as espécies de


organismos não eram fixas. Até então, acreditava-se que os organismos, frutos de uma
criação divina, não se modificavam ao longo do tempo, ou seja, toda a diversidade atual
teria sido criada por Deus, mantendo-se inalterada por toda a história geológica da Terra.

Segundo Ano
37
BIOLOGIA

A ideia de que os organismos mudavam ao longo do tempo e de que tais mudanças


poderiam ser transmitidas de uma geração para outra foi bem estabelecida com o surgimento
da teoria da evolução biológica. Esta ideia foi desenvolvida, simultaneamente, por Charles
Darwin e Alfred Wallace em 1858 e ganhou repercussão com a publicação, em 1859, do
livro de Darwin "A Origem das Espécies pela Seleção Natural". Os conceitos de parentesco
(ou de Relacionamento Filogenético) e ancestralidade comum, bases da teoria evolutiva,
foram aceitos pela comunidade científica, mas demoraram a ser incorporados na prática de
catalogação e classificação das espécies.

Relacionamento Filogenético
História das relações de parentesco entre grupos de organismos.

Classificação
Ato de agrupar os organismos em categorias ou classes, propondo uma ordem hierárquica entre
tais categorias.

Durante muito tempo, a classificação das espécies ainda era baseada em critérios simples
de graus de semelhança e de diferença entre elas.

Nas décadas de 1950/60, o entomólogo alemão Willi Hennig, ao lançar os fundamentos


de sua teoria denominada sistemática filogenética, provocou uma revolução no conceito de
sistemática, por incorporar a evolução biológica em seu método.

Entomólogo
Zoólogo especializado no estudo de insetos.

Conceitos já estabelecidos por Darwin, como os de organismos ancestrais e descendentes


com modificações, foram incluídos nesta teoria. As contribuições mais importantes de Hennig
foram as de fornecer uma definição precisa de relacionamento biológico e de desenvolver
uma metodologia capaz de reconstruir as relações de parentesco entre as espécies.

De forma geral, no método proposto por Hennig, o conceito de relacionamento entre


grupos animais é relativo e está ilustrado na figura abaixo.

Hipótese de relacionamento filogenético entre uma estrela-do-mar, um tubarão, uma sardinha e uma lagartixa.

38 Asas da Florestania
BIOLOGIA

Considerando este método, acompanhe com atenção o seguinte desenvolvimento.

A sardinha e a lagartixa são mais relacionadas entre si do que o são com o tubarão
ou com a estrela-do-mar. Isto acontece porque a sardinha e a lagartixa se originaram do
ancestral comum denominado X. Neste caso, X é um ancestral exclusivo da sardinha e da
lagartixa e somente deles, não sendo ancestral do tubarão e nem da estrela-do-mar.

Por sua vez, o tubarão tem em comum com a sardinha e a lagartixa o ancestral Y, o qual
não é o mesmo ancestral da estrela-do-mar.

Levando-se em conta a história evolutiva, pode-se considerar que um animal ancestral Z,


que viveu no tempo 0 (T0), originou, no tempo 1 (T1), dois animais diferentes: a estrela-do-
mar e o animal ancestral Y. Em T2, o ancestral Y originou o tubarão e o animal ancestral X
que, por sua vez, em T3, originou a sardinha e a lagartixa.

Apesar das semelhanças de forma entre o tubarão e a sardinha, ambos denominados


peixes, a afinidade maior da sardinha é com a lagartixa, devido ao fato de ambas
compartilharem um ancestral comum X. Portanto, considera-se a sardinha como pertencente
ao grupo-irmão da lagartixa e, por sua vez, o tubarão como pertencente ao grupo-irmão
que inclui a sardinha e a lagartixa.

Hennig mostrou, com o seu método, como a sistemática deve refletir a história evolutiva
dos grupos em uma relação de descendência com ancestralidade comum.

O conceito de sistemática foi então ampliado, tendo por principais objetivos:

• Descrever a diversidade biológica.

• Estudar e ordenar as relações filogenéticas entre grupos.

• Compreender como se originou a diversidade.

• Criar um sistema de classificação para ordenar a diversidade biológica.

Atualmente, a sistemática é uma ciência complexa, interpretativa e experimental e inclui


uma gama enorme de diferentes áreas da investigação biológica, como a Ecologia de
Populações, a Biogeografia e a Genética.

A sistemática é importante não apenas para conhecer a diversidade de formas, mas


também para que se possa avaliar a história da vida no planeta, como surgiram estas
formas e quais as condições ambientais que permitiram o seu aparecimento.
Texto adaptado. Disponível em www.educacaopublica.rj.gov.br. Acessado em 15/04/2012.

1. Agora que você já sabe o que é a sistemática filogenética, sente novamente com seu
colega e reveja as hipóteses levantadas na atividade de Problematização.

• Vocês acertaram o que estava representado na imagem? Em caso negativo, refaça


seu registro.

Segundo Ano
39
BIOLOGIA

2. A sistemática tinha a função de classificar os organismos de uma forma ordenada,


baseando-se apenas nas semelhanças entre os organismos. Hoje, qual a importância
da sistemática filogenética?

3. A Sistemática Filogenética utiliza características exclusivas dos grupos para produzir


árvores filogenéticas ou cladogramas, que representam as relações de parentesco dos
organismos, ou seja, as relações filogenéticas.

Observe o cladograma seguinte:

Disponível em www.biologiaevolutiva.files.wordpress.com. Acessado em 15/04/2012.

a) O que representa esse cladograma?

40 Asas da Florestania
BIOLOGIA

b) A partir da análise do cladograma, que grupos são mais relacionados entre si? Cite
três exemplos e explique a causa dessa relação.

c) Apesar da semelhança na forma do corpo entre os grupos Annelida, representado


pelas minhocas, e Nematoda, representado por alguns vermes, as minhocas estão
mais relacionadas com os caramujos (Mollusca). Por quê?

d) A partir da análise do cladograma, diga quem é o grupo-irmão de:

• Arthropoda (caranguejos)

• Chordata (cordados)

• Cnidaria (cnidários)

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min

Começamos a estudar a classificação dos seres vivos na aula passada e, hoje, demos
continuidade a esse estudo, conhecendo a forma atual de classificar os seres vivos através
da Sistemática Filogenética.

Mas, ainda há perguntas a responder!

Na aula passada, também vimos que Lineu propôs a nomenclatura binomial como forma
de identificar as espécies de modo válido em todo o mundo.

• O que é a nomenclatura binomial?

• Por que ela é importante?

Segundo Ano
41
BIOLOGIA

Para descobrir, leia o texto abaixo.

Nomenclatura dos seres vivos

Se você consultar um dicionário verificará que o fruto conhecido como ABÓBORA também
pode ser chamado de jerimum, jerimu, jurumum, zapolo e zapolito-de-tronco.

É provável que você não conheça todos esses nomes.

Se em uma única língua de um único país existem tantos nomes para um mesmo
organismo, calcule, então, como seria confuso, se considerássemos todas as línguas e
dialetos que existem no mundo!

Para facilitar a comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades, que falam


diferentes idiomas, e entre pessoas de diferentes regiões geográficas de um mesmo país,
são utilizados nomes científicos para designar as várias espécies de seres vivos.

O sistema atual de nomenclatura segue proposta de Linnaeus:

• é binomial, isto é, composto por dois nomes escritos em latim, ou latinizados;

• o primeiro nome refere-se ao gênero e deve ter a inicial com letra maiúscula, ex.:
Canis

• o segundo nome é o epíteto específico e deve ser escrito com inicial minúscula, ex.:
familiaris

• Os dois juntos formam o nome da espécie, ex.: Canis familiaris, que é o cão doméstico.

• Os nomes científicos devem ter grafia diferenciada no texto. Se este for manuscrito,
deve-se passar um único traço embaixo do nome. Se for impresso pode-se, por
exemplo, deixar a letra em itálico.

Observe o exemplo abaixo:

Texto adaptado. Disponível em www.educar.sc.usp.br. Acessado em 15/04/2012.

42 Asas da Florestania
BIOLOGIA

Atividade 1

1. Afinal, o que é a nomenclatura binomial? Por que ela é importante?

2. Quais são as regras básicas para nomear os seres vivos, de modo a serem identificados
com facilidade no mundo todo?

Agora, observe alguns animais da Floresta Amazônica e seus respectivos nomes científicos,
de acordo com a nomenclatura binomial:

Onça-pintada (Phantera onca)

Disponível em www.okczoo.com. Acessado em 15/04/2012.

Arara-vermelha (Ara chloropterus)

Disponível em www.biotabrasil.com.br. Acessado em 15/04/2012.

Segundo Ano
43
BIOLOGIA

Preguiça de três dedos (Bradypus variegatus)

Disponível em www.animalpicturesarchive.com. Acessado em 15/04/2012.

Sagui-leãozinho (Callithrix pygmaea)

Disponível em www.tunturisusi.com. Acessado em 15/04/2012.

Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris)

Disponível em www.free-desktop-backgrounds.net. Acessado em 15/04/2012.

44 Asas da Florestania
BIOLOGIA

Anaconda (Eunectes murinus)

Disponível em www.animais.com.sapo.pt. Acessado em 15/04/2012.

Os nomes científicos são complicados? Não se preocupe, não será exigido que você
saiba esses nomes, apenas que entenda as regras utilizadas para nomear as espécies e,
também, a importância da utilização dessas regras.

Então, vamos exercitar um pouquinho? Junte-se a um colega e responda às questões


seguintes, assinalando a alternativa correta.

Atividade 2

1. (Unifesp-SP) - Em uma área de transição entre a mata atlântica e o cerrado, são


encontrados o pau-d’arco (Tabebuia serratifolia), a caixeta (Tabebuia cassinoides) e
alguns ipês (Tabebuia aurea, Tabebuia alba, Cybistax antisyphillitica). O cipó-de-são-
joão (Pyrostegia venusta) é também frequente naquela região.

Considerando os critérios da classificação biológica, no texto são citados

a) 3 gêneros e 3 espécies
b) 3 gêneros e 4 espécies
c) 3 gêneros e 6 espécies
d) 4 gêneros e 4 espécies
e) 4 gêneros e 6 espécies

2. (Udesc) O cão doméstico (Canis familiaris), o lobo (Canis lupus) e o coiote (Canis
latrans) pertencem a uma mesma categoria taxonômica. Esses animais fazem parte
de um(a) mesmo(a):
a) gênero
b) espécie
c) subespécie
d) raça
e) variedade

Segundo Ano
45
BIOLOGIA

3. (UFMA) A Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica estabelece regras que


são seguidas pelos cientistas de todo o mundo. Identifique abaixo o nome científico
escrito corretamente:

a) charadrius Collaris - Maçarico-de-coleira

b) Eudocimus Ruber - Guará

c) Arenaria interpres - Maçarico vira-pedras

d) Falco Peregrinus - Gavião-peregrino

e) Himantopus Himantopus - Maçarico-pernilongo

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

VIII. Atividade complementar – 20 min.

Veja abaixo a tarefa de casa. Caso tenha dificuldades para realizá-la, anote suas dúvidas
ao lado da questão. Não se esqueça de esclarecê-las com o professor durante a correção.

1. (FUVEST 2009) Uma árvore filogenética, evolutiva ou da vida, é uma representação


gráfica que organiza os seres vivos de acordo com o seu grau de parentesco evolutivo.
Espécies com maior semelhança ou proximidade evolutiva se localizam em ramificações
(grupos evolutivos) mais próximas. Analise a figura abaixo, que mostra um modelo de
árvore filogenética com as relações evolutivas entre alguns seres vivos, e assinale a
proposição correta.

46 Asas da Florestania
BIOLOGIA

a) Os fungos e as plantas pertencem ao mesmo grupo evolutivo.

b) As plantas e os animais pertencem ao mesmo grupo evolutivo.

c) As bactérias deram origem a todos os seres vivos.

d) Os insetos e os anfíbios pertencem a diferentes grupos evolutivos.

e) Os fungos deram origem a todos os seres vivos.

2. (PUC-MG) Recentes análises do DNA de chimpanzés permitiram concluir que o homem é


mais aparentado com eles do que com qualquer outro primata. Isso permite concluir que:

a) o chimpanzé é ancestral do homem.

b) o chimpanzé e o homem têm um ancestral comum.

c) o homem e o chimpanzé são ancestrais dos gorilas.

d) a evolução do homem não foi gradual.

e) os chimpanzés são tão inteligentes quanto o homem.

3. Quais são os critérios utilizados na classificação atual, ou seja, na sistemática


filogenética?

4. (Unicamp - adaptada) De acordo com o sistema binomial de nomenclatura estabelecido


por Linnaeus, o nome científico Felis catus aplica-se a todos os gatos domésticos, como
angorás, siameses, persas, abissínios e malhados. O gato selvagem (Felis silvestris), o
lince (Felis lynx) e o puma ou suçuarana (Felis concolor) são espécies relacionadas ao gato.

a) A que gênero pertencem todos os animais mencionados?

b) Por que todos os gatos domésticos são designados por um mesmo nome científico?

Segundo Ano
47
BIOLOGIA

5. (UFRS) Considere os quatro táxons a seguir relacionados.

1. Bufo dorbignyi

2. Lystrophis dorbignyi

3. Didelphis albiventris

4. Didelphis marsupialis

Em relação a eles, é correto afirmar que:

a) todos pertencem à mesma espécie.

b) há, entre os quatro táxons, apenas duas espécies diferentes.

c) os táxons 1 e 2 são de gêneros diferentes, mas da mesma espécie.

d) os táxons 3 e 4 são de espécies diferentes, mas do mesmo gênero.

e) os táxons 1 e 2 são da mesma subespécie.

6. Qual a importância do sistema de classificação de Lineu, baseado na nomenclatura


binomial? Explique.

XI. Avaliação da aula – 15 min.

Elabore um glossário de curiosidades científicas com cinco conceitos centrais trabalhados


hoje.

Durante a realização da atividade, aproveite para registrar o que ainda é dúvida para
você. Mas, não se esqueça de esclarecê-las com o professor!

48 Asas da Florestania
BIOLOGIA

X. Para saber mais

Cladística
Por Débora Carvalho Meldau

A cladística é definida como um método de análise das relações evolutivas entre grupos
de seres vivos, visando elucidar sua genealogia.

Foram as ideias de Will Hennig as responsáveis pela criação da cladística, apresentadas


no ano de 1950.

Embora seu uso entre os pesquisadores ultrapasse 50 anos, foi apenas nos últimos 20
anos que se tornou popular sua utilização, quase que mundialmente. A cladística tem suas
bases no princípio fundamental de que a classificação dos organismos deve ser feita de

Segundo Ano
49
BIOLOGIA

acordo com as suas relações evolutivas e que a forma de elucidar essas relações é por meio
da análise daquilo que se aponta como caracteres ancestrais, ou “primitivos”, e caracteres
derivados, ou “evoluídos”.

Este método de análise difere das outras correntes de sistemática por utilizar somente
caracteres derivados (apomórficos) que ocorrem em mais de um grupo. Em outras
palavras, pode-se dizer que estados primitivos de caracteres (plesiomorfias) não podem ser
utilizados para definir grupos, e caracteres derivados que aparecem em apenas um grupo
(autapomorfias) não entram na análise.

Uma das partes difíceis é a identificação de qual é de fato o estado plesiomórfico e


apomórfico de um caractere, sendo que isso pode ser realizado de duas formas principais:

Por meio de inferência direta, através de dados paleontológicos, a respeito do estado


primitivo;

Por meio do uso de “um grupo-irmão externo” (outgroup) na análise, próximos aos
grupos estudados, porém evidentemente distinto deles.

Os caracteres ancestrais são as características dos seres vivos, tanto plantas quanto
animais, que todos os componentes de um determinado grupo possuem. Um exemplo é
o caractere “quatro membros”, ancestral dos mamíferos, sendo que estes herdaram este
caractere do seu ancestral comum (que pode ser um proto-mamífero ou um réptil similar a
um mamífero). Todavia, esses caracteres ancestrais não são de grande utilização na análise
das relações entre os organismos de um dado grupo, uma vez que, caso tente-se criar uma
análise do grupo dos mamíferos, esse caractere não será útil, caso busquemos encontrar
qual espécie se relaciona com qual. Para os pesquisadores que fazem uso da cladística,
esses caracteres designam-se plesiomórficos e, quando esse caractere é compartilhado por
todos os componentes do grupo no qual estão inseridos, nomeando-se simplesiomórfico.

Quando os caracteres derivados nomeiam-se apomorfias e, caso façam parte somente


do grupo que será investigado, recebem o nome de autapomorfias. Um exemplo disso é
o caractere “bípede” que é uma característica dos hominídeos, que não é compartilhada
entre os demais primatas, sendo esta uma autapomorfia. Caso o caractere derivado sirva
para juntar dois grupos, é chamado de sinapomórfico (sinapomorfia), como, por exemplo,
o caractere “perda da cauda” que junta o grupo hominídeo ao grupo dos grandes macacos.

Um grupo composto por um complexo de sinapomorfias é tido como monofilético, ou


seja, engloba todos os descendentes de um ancestral comum, enquanto que outro grupo que
pode ser definido somente por um conjunto de características pleriomórficas e apomórficas
é definido como parafilético, englobando alguns, mas não todos os descendentes de um
ancestral comum. Por fim, o grupo polifilético é aquele no qual componentes distintos
descendem de um ancestral distinto.
Texto adaptado. Disponível em www.infoescola.com. Acessado em 18/04/2012.

50 Asas da Florestania
BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 1 – AULA 04

Tema: Pato no Tucupi: para onde vai


essa comida quando ingerida?

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Anatomia e fisiologia • Compreender o sistema digestório e sua relação com a
comparada do sistema evolução das espécies.
digestório: dos seres • Diferenciar seres autótrofos de heterótrofos.
unicelulares à espécie
• Valorizar os conhecimentos sobre a estrutura e o
humana.
funcionamento dos sistemas de órgãos do corpo,
reconhecendo sua importância e sua situação
evolutiva.
• Conhecer a anatomia do tubo digestivo animal,

compreendendo o papel de cada um dos órgãos no


processo de digestão e assimilação dos nutrientes.
• Discutir com outros leitores as interpretações geradas

por uma leitura.


• Estudar, textos expositivos, tanto para aprender sobre

eles, quanto para aprender procedimentos de estudo.

I. Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

De que comida você gosta?

Pratos típicos regionais, como o pudim de açaí, do Norte, ou os charutos de folha de


parreira, do Sul, estão sendo cada vez mais substituídos por uma alimentação globalizada,
pouco saudável e cara para o bolso dos brasileiros. Recentes dados do Estudo Multicêntrico
de Consumo Alimentar, do Ministério da Saúde, confirmam essa tendência, assim como
a última Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do IBGE, que detectou diminuição de
consumo de frutas em todas as regiões brasileiras na comparação com dados de 1996.

Segundo Ano
51
BIOLOGIA

Para incentivar a alimentação saudável, o Ministério lançou o livro Alimentos Regionais


Brasileiros, com receitas de alimentos de origem vegetal de custo acessível e alto valor
nutritivo, como o curau de milho e a pamonha. O livro ressalta a descrição dos alimentos,
o período de safra, o conteúdo nutricional e até mesmo as opções de preparo dos pratos.

Ao facilitar o conhecimento sobre valores nutricionais dos alimentos, a publicação do


Ministério da Saúde promete ajudar na escolha ou substituição de alimentos mais caros por
outros mais baratos.

Um funcionário do Centrinho de Bauru (São Paulo), por exemplo, valoriza comidas típicas
do Acre, seu Estado de origem. Há 12 anos em Bauru, ele continua consumindo vatapá e
tapioca. Os pratos são feitos pela mãe. "A gente sente falta de frutas como o cupuaçu, açaí e
tacacá (parecida com a fruta do conde), além do peixe pirarucu, que não tem aqui", conta ele.
Texto adaptado. Disponível em www.usp.br/. Acessado em 19/04/2012.

Agora, converse com o professor e os colegas sobre as questões abaixo:

• Para você, que alimentos deveriam estar no livro Alimentos Regionais Brasileiros?

• Que comida é típica do local onde você mora?

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

III. Problematização – 20 min.

Para a realização da atividade, junte-se com mais três colegas para formar um grupo e
preste atenção nas orientações dadas pelo professor.

Converse com os colegas do grupo e veja quem será o voluntário para o desenho da
silhueta no papel metro entregue pelo professor. Vamos lá, capriche no desenho!

Agora, imagine que você acabou de comer pato no tucupi. Qual o caminho percorrido
por essa comida quando ela é ingerida? Discuta com os colegas.

No desenho feito, registre, com a ajuda dos colegas, o que foi concluído a partir da
discussão feita.

Vamos apresentar para a turma o desenho que seu grupo fez? Então, ouça as orientações
do professor para essa apresentação.

52 Asas da Florestania
BIOLOGIA

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Sente junto a um colega e analisem os animais seguintes:

Minhoca (anelídeo)

Disponível em www.bicharada.net. Acessado em 19/04/2012.

Planária (platelminto)

Disponível em www.herpetofauna.x-br.com. Acessado em 19/04/2012.

Mosca (inseto)

Disponível em www.upload.wikimedia.org. Acessado em 19/04/2012.

Segundo Ano
53
BIOLOGIA

Pirarucu (peixe)

Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 19/04/2012.

Sapo (anfíbio)

Disponível em www.jardimdasideias.com.br. Acessado em 19/04/2012.

Cobra (réptil)

Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 19/04/2012.

54 Asas da Florestania
BIOLOGIA

Pato (ave)

Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 19/04/2012.

Macaco (mamífero)

Disponível em www.portaisgoverno.pe.gov.br. Acessado em 19/04/2012.

Agora, converse com ele sobre as questões abaixo:

• Esses animais existem onde você mora? Você os conhece?

• De que esses animais se alimentam?

• Como é o sistema digestório desses animais? Existem diferenças entre eles?

• E entre esses animais e você, existe diferença no sistema digestório?

Segundo Ano
55
BIOLOGIA

Vamos descobrir as respostas lendo o texto!

Sistema digestório

Todos os animais são heterotróficos, tendo como única fonte de carbono moléculas
orgânicas sintetizadas por outros seres. Os herbívoros alimentam-se de produtos vegetais,
os carnívoros de outros animais ou produtos de origem animal e os onívoros apresentam
uma dieta mista.

Com pequenas variações, todos os animais necessitam dos mesmos nutrientes básicos
(minerais, vitaminas, glicídios, lipídios e proteínas), que fazem parte dos alimentos, mas
geralmente em formas complexas, por isso terão que ser digeridos antes de serem utilizados.

O conjunto de processos que ocorrem desde a ingestão dos alimentos até a sua utilização
final nas células designa-se nutrição, e é semelhante em todos os animais, onde existem
células, cavidades ou órgãos especializados nesse processamento dos alimentos.

A nutrição inclui as seguintes etapas:

• Ingestão – alimentos são captados e introduzidos no corpo, por métodos variados, de


acordo com o animal:

1. Filtração – animais aquáticos retiram partículas e células da água, fazendo-as aderir a


superfícies cobertas de muco ou capturando-as com cílios ou apêndices plumosos (Fig. 01);

Fig. 01. Craca (crustáceo): um animal marinho de apêndices plumosos.

Disponível em www.achetudoeregiao.com.br Acessado em 19/04/2012.

2. Detritos – animais como os anelídeos alimentam-se de detritos orgânicos do solo ou


fundos aquáticos;

3. Partículas sólidas – a maioria dos animais utiliza alimentos sólidos de origem animal e/
ou vegetal, por vezes em pedaços grandes, necessitando de estruturas para esmagá-los;

4. Alimentos líquidos – frequentemente animais parasitas alimentam-se exclusivamente de


fluidos animais e/ou vegetais, embora tal processo não seja exclusivo deste tipo de animal;

56 Asas da Florestania
BIOLOGIA

• Digestão – os alimentos contêm moléculas complexas que não podem ser absorvidas
pelas células diretamente, necessitando ser hidrolisadas por enzimas. Esta etapa é
essencialmente química, facilitada quando os alimentos são previamente triturados
e fragmentados – digestão mecânica -, o que aumenta a área de contato com as
enzimas. A digestão pode ser:

1. Intracelular – existe em animais simples (poríferos, cnidários, platelmintos) e ocorre


em vacúolos digestivos de células especializadas (Fig. 02);

Fig. 02. Digestão em hidra (cnidário).


Disponível em www.gracieteoliveira.pbworks.com. Acessado em 19/04/2012.

2. Extracelular – representa uma importante vantagem evolutiva, pois o animal pode


ingerir em cada refeição maior quantidade de alimento, que é armazenado e digerido
durante um período mais longo de tempo. Deste modo, o animal não necessita
alimentar-se permanentemente. Neste caso, a digestão ocorre em cavidades digestivas
que, apesar de se encontrarem no interior do corpo, lhe são externas, representando
um prolongamento do meio;

• Absorção – após a digestão, as moléculas simples devem atravessar a membrana


dos órgãos digestivos para o meio interno, seja diretamente para as células ou
através do transporte pelo sangue ou outros líquidos. Nas células os nutrientes vão ser
transformados em ATP ou utilizados na biossíntese;

• Egestão – eliminação de resíduos da digestão.

Segundo Ano
57
BIOLOGIA

Os sistemas digestórios mais complexos apresentam zonas especializadas:

• Região receptora – inclui a cavidade bucal e suas peças acessórias – mandíbulas,


rádula (Fig. 03), dentes, bico, língua (única dos cordados) - e a faringe, onde se realiza
a deglutição. Na cavidade bucal, é lançada a secreção das glândulas salivares, que
lubrifica e facilita a deglutição, além de, em certos casos, iniciar a digestão química
pela amilase. A saliva pode também apresentar substâncias tóxicas ou anticoagulantes;

Fig. 03. Rádula encontrada na cavidade bucal de caracóis (moluscos).


Disponível em www.pirx.com. Acessado em 19/04/2012.

• Região de transporte e armazenamento – composta pelo esôfago, na maioria dos


animais corresponde apenas a uma região de passagem dos alimentos em direção
à zona digestiva, mas pode apresentar uma dilatação – papo -, onde o alimento é
armazenado antes da digestão (Fig. 04);

Fig. 04. Sistema digestório de aves.


Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 20/04/2012.

• Região de digestão e absorção – composta pelo estômago e intestino delgado. Em


muitos vertebrados e alguns invertebrados é no estômago que se inicia a digestão

58 Asas da Florestania
BIOLOGIA

química, misturando os alimentos com sucos digestivos. Pode existir um “estômago


mecânico”, a moela. Nos animais com estômago simples, o intestino completa a
digestão e realiza a absorção;

• Região de absorção de água e concentração de resíduos – composta pelo intestino


grosso, onde os resíduos não digeridos se tornam mais consistentes, à medida que a
água vai sendo absorvida. As fezes sólidas daí resultantes são expulsas por egestão.
A reabsorção de água é particularmente importante em insetos, répteis e aves, cujas
fezes são quase secas, tornando-os bem adaptados à vida em meio seco.

Estudo comparativo do sistema digestório

Os sistemas digestórios evoluíram no sentido do aproveitamento mais eficaz dos alimentos


ingeridos, podendo ser uma simples cavidade ou apresentar diferentes órgãos especializados.

Este tipo de sistema digestório tem vantagens adaptativas, principalmente os alimentos


deslocarem-se num único sentido, sofrendo alterações sequenciais e aumentando o
aproveitamento dos alimentos. É igualmente vantajoso que os resíduos possam ser
armazenados algum tempo antes de serem expulsos através do ânus.

Como exemplos das principais etapas da evolução do sistema digestório, analisaremos


os seguintes animais:

Cnidários

Nos cnidários existe apenas uma cavidade gastrovascular, com uma única abertura, que
funciona simultaneamente como boca e ânus – sistema digestório incompleto (Fig. 05).

A digestão inicia-se na cavidade com a ajuda de enzimas digestivas produzidas pelas


células glandulares da gastroderme. As partículas semi-digeridas são depois fagocitadas e
a hidrólise é completada em vacúolos digestivos – digestão intra e extracelular.

Os nutrientes difundem-se para o corpo, enquanto os resíduos são exocitados e devolvidos


à cavidade gastrovascular, de onde vão para o exterior.

Fig. 05. Sistemas digestórios de hidra (cnidário), planária (platelminto) e minhoca (anelídeo).
Disponível em www.netxplica.com. Acessado em 21/04/2012.

Segundo Ano
59
BIOLOGIA

Platelmintos

Nos platelmintos o tubo digestivo é incompleto, apenas com uma abertura, que é a
boca, embora funcione igualmente como ânus (Fig. 05). Nestes animais o intestino é muito
ramificado, logo, nenhuma célula está muito longe do tubo digestivo, aumentando a área
de digestão e a distribuição eficaz dos alimentos.

Existe alguma diferenciação, apesar de não existirem órgãos especializados, pois a


faringe projeta-se para fora da boca, ajudando a ingestão de alimentos. Tal como nos
cnidários, a digestão é intra e extracelular.

Anelídeos

Nos anelídeos o tubo digestivo é completo, com duas aberturas terminais (boca anterior
e ânus posterior) e está diferenciado em regiões especializadas, que realizam uma digestão
extracelular (Fig. 05).

O tubo digestivo é formado por:

• Boca;

• Faringe – órgão musculoso, que suga os alimentos;

• Esôfago – tubo de passagem;

• Papo – zona de armazenagem de alimentos;

• Moela – como o animal não tem dentes, este compartimento realiza a digestão
mecânica, com a ajuda de pequenas pedras;

• Intestino – local de realização da digestão química, bem como da absorção. A absorção


é facilitada pelo aumento de área que a presença da prega dorsal tiflossole fornece;

• Ânus.

Aves

Tal como em todos os vertebrados, nas aves o tubo digestivo é completo, com dois órgãos
anexos muito importantes – fígado e pâncreas (Fig. 04).

O tubo digestivo propriamente dito está dividido nos seguintes compartimentos:

• Boca;

• Esôfago;

• Papo – dilatação no nível do esôfago, onde os alimentos são armazenados e


amolecidos;

• Proventrículo – primeira divisão do estômago, onde é segregado suco gástrico com


enzimas;

60 Asas da Florestania
BIOLOGIA

• Moela – segunda divisão do estômago, muito musculosa e que mói completamente os


alimentos, com a ajuda de pedras e areia que o animal ingere;

• Intestino – local onde decorre a absorção e onde são lançadas as secreções do fígado
e pâncreas;

• Ânus – localizado na cloaca, não abrindo diretamente para o exterior.

Mamíferos

Os mamíferos necessitam de uma dieta nutritiva e abundante, pois os custos metabólicos


da manutenção de temperatura são muito elevados, mas de acordo com o regime alimentar,
o tubo digestivo pode apresentar adaptações específicas.

Nos carnívoros o aparelho digestivo é simples, pois as proteínas, lipídios e sais minerais
que se encontram na carne não necessitam de digestão especializada (Fig. 06).

Nos onívoros o estômago é um saco de paredes musculosas e com glândulas produtoras


de ácido clorídrico e enzimas. A parede do estômago não é destruída por estes fluidos
devido à proteção da mucina, outra secreção gástrica.

As plantas contêm glicídios complexos, como a celulose. Assim, nos herbívoros o intestino
é proporcionalmente maior, pois os vegetais são menos nutritivos e de digestão difícil (Fig
06). Dado que nenhum vertebrado produz enzimas capazes de hidrolisar este polissacarídeo,
muitos herbívoros albergam bactérias em diversos compartimentos, principalmente no ceco
ou no próprio estômago, que nesse caso é subcompartimentado (Fig. 07):

Fig. 06. Aparelhos digestivos de carnívoro e herbívoro.


Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 20/04/2012.

• rúmen – onde se localizam as bactérias capazes de fermentar a celulose, que se


reproduzem a uma taxa suficientemente elevada para compensar as que são "perdidas"
com a deslocação do bolo alimentar. O conteúdo deste compartimento (bactérias e
material vegetal) é regurgitado regularmente para a boca, quando o animal, num
local seguro, mastiga demoradamente o alimento ingerido apressadamente;

Segundo Ano
61
BIOLOGIA

• retículo - igualmente rico em bactérias fermentativas, recebe o bolo alimentar depois de


remastigado na boca, permitindo uma maior área de ataque às celulases bacterianas;

• omaso - a pasta alimentar contendo enorme quantidade de bactérias fermentativas é


"concentrada", devido à reabsorção de água;

• abomaso - compartimento correspondente ao estômago nos outros mamíferos, secreta


ácidos e proteases que completam a digestão da forma tradicional.

Fig. 07. Sistema digestório do boi (mamífero).


Disponível em www.loja.bioaulas.com.br. Acessado em 20/04/2012.

Deste modo, estes animais ingerem maiores quantidades de alimentos, que permanecem
muito tempo no tubo digestivo. Este método digestivo é muito eficiente para uma dieta pobre
em proteínas, pois as próprias bactérias são igualmente digeridas tornando-se uma fonte de
proteínas para o ruminante (uma vaca pode obter cerca de 100 g de proteínas por dia da
digestão das suas bactérias endossimbióticas).

Alguns herbívoros não ruminantes, como os coelhos e lebres, e também contêm a sua
própria flora fermentativa, geralmente em divertículos especializados - ceco. No entanto,
como o ceco abre-se no intestino grosso, a absorção de nutrientes digeridos pelos
microrganismos é pouco eficaz e incompleta. Para compensar, muitos destes animais
ingerem as suas fezes - coprofagia. Existem geralmente dois tipos de fezes nestes casos,
um composto exclusivamente por detritos e outro, que é ingerido diretamente do ânus,
composto por material cecal, que irá então passar pelo estômago e intestino delgado, sendo
os seus nutrientes absorvidos.

O dióxido de carbono e o metano são produtos secundários do metabolismo fermentativo


destas bactérias, podendo um ruminante típico (uma vaca, por exemplo) produzir até 400
litros de metano por dia. Este fato torna o gado doméstico a segunda mais importante causa
do efeito estufa na Terra (logo após a indústria).

62 Asas da Florestania
BIOLOGIA

O tamanho do animal é decisivo no tipo de dieta, e, logo, no tipo de sistema digestório


que irá apresentar. Nos pequenos mamíferos a razão área/volume é elevada, significando
que perdem grande quantidade de calor para o meio. Assim, devem apresentar grandes
necessidades calóricas e metabolismo elevado. Como não poderão tolerar uma digestão
lenta como a dos herbívoros, os mamíferos com menos de 500 g são quase todos insetívoros.

Os mamíferos de maior porte geram mais calor e perdem menos calor, tolerando um
processo de tomada de alimento mais demorado (carnívoros que atacam presas de grande
porte) ou uma digestão lenta (herbívoros). Além disso, animais com mais de 500 g não
conseguiriam recolher uma quantidade de insetos suficiente durante o dia. A única exceção
são os mamíferos que se alimentam de grandes quantidades de insetos coloniais (formigas).

O tubo digestivo humano pode ser considerado típico da classe dos mamíferos (Fig. 08). O
alimento introduzido na boca progride no tubo pelos movimentos peristálticos involuntários.

Fig. 08. Sistema digestório humano.


Disponível em www.auladeanatomia.com. Acessado em 23/04/2012.

Embora a digestão se inicie na boca, é no estômago e intestino delgado que ela se


processa, com intervenção de grande variedade de enzimas. Estas são produzidas por
glândulas gástricas e intestinais, além de órgãos anexos como as glândulas salivares,
pâncreas e fígado (a bílis não apresenta, no entanto, enzimas).

A absorção é facilitada pela presença, no intestino delgado, de pregas formadas por


vilosidades intestinais em forma de dedo de luva, cujas células epiteliais ainda apresentam
microvilosidades (Fig. 09). Todo este conjunto aumenta grandemente a área de contato
entre os alimentos e a parede, facilitando a absorção, que se realiza por difusão ou por
transporte ativo.

Segundo Ano
63
BIOLOGIA

Fig. 09. Intestino delgado humano (A) e suas vilosidades intestinais (B).
Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 23/04/2012.

Quadro comparativo das principais características do sistema digestório em alguns


grupos de animais

Órgãos Tipo de
Animal Habitat Tubo digestivo Compartimentos
anexos digestão

Platelmintos Água doce Incompleto Cavidade Intra e



gastrovascular extracelular

Anelídeos Aquático ou Completo Faringe, Extracelular


terrestre esôfago, papo,

moela, intestino
com tiflosole

Insetos Terrestre Completo Faringe, Glândulas Extracelular


esôfago, papo, salivares,
estômago, cecos gástricos
intestino e recto

Peixes Água Completo Faringe, Glândulas Extracelular


cartilaginosos salgada esôfago, salivares,
estômago, fígado e
intestino delgado pâncreas
e intestino
grosso

Peixes ósseos Aquático Completo Faringe, Fígado e Extracelular


esôfago, pâncreas
estômago,
intestino delgado
e intestino
grosso

Anfíbios Água doce e Completo Faringe, Fígado e Extracelular


terrestre esôfago, pâncreas
estômago,
intestino delgado
e intestino
grosso

64 Asas da Florestania
BIOLOGIA

Órgãos Tipo de
Animal Habitat Tubo digestivo Compartimentos
anexos digestão

Répteis Terrestre Completo Faringe, Glândulas Extracelular


esôfago, salivares,
estômago, fígado e
intestino delgado pâncreas
e intestino
grosso

Aves Terrestre Completo Faringe, Glândulas Extracelular


esôfago, papo, salivares,
proventrículo, cecos
moela, intestino intestinais,
delgado e fígado e
intestino grosso pâncreas

Mamíferos Aquático ou Completo Faringe, Glândulas Extracelular


terrestre esôfago, salivares,
estômago, cecos
intestino delgado intestinais,
e intestino fígado e
grosso pâncreas

Texto adaptado. Disponível em http://www.simbiotica.org/digestivo.htm. Acessado em 19/04/2012.

Atividade 1

Observe a Fig. 08, na página 14. Agora, analise novamente o desenho feito pelo seu
grupo na atividade de problematização.

• Há diferença entre a Fig. 08 e o desenho feito pelo seu grupo? Qual?

Atividade 2

Antes de ler o texto, você conversou com o colega sobre o sistema digestório de alguns
animais. Agora, vamos organizar as informações a partir da leitura do texto.

1. De que os animais se alimentam? Cite três animais, diga de que eles se alimentam e
explique o processo digestivo utilizado.

Segundo Ano
65
BIOLOGIA

2. No espaço abaixo, faça um esquema que represente o sistema digestório em humanos.

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min

Vamos voltar ao texto lido antes do intervalo? Para que você possa aprofundar a leitura
feita, responda às questões abaixo.

1. Todos os animais necessitam de nutrição. Uma das etapas mais importante da nutrição
é a digestão. Por que a digestão é importante? Explique.

2. Os animais mais simples, como as hidras, realizam digestão intracelular, entretanto, a


digestão extracelular representa uma importante vantagem evolutiva. Por quê?

66 Asas da Florestania
BIOLOGIA

3. A absorção de água durante o processo digestivo é muito importante. Explique a relação


entre a absorção de água durante a digestão e o processo adaptativo das espécies.

4. A evolução nos animais acabou por permitir que o movimento dos alimentos fosse
feito num só sentido. Qual a vantagem adaptativa dessa característica?

5. Nos carnívoros, o aparelho digestivo é simples, enquanto nos herbívoros ele é


proporcionalmente maior e subcompartimentado. Explique essa diferença encontrada
entre carnívoros e herbívoros.

6. As vilosidades intestinais, presentes no intestino delgado, são muito importantes para


o processo digestivo. Por quê?

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

O professor irá construir, no quadro, um esquema que resume os conceitos trabalhados


em classe hoje. Para isso, auxilie o grupo responsável pela socialização de aprendizagens,
falando sobre o que você entendeu a respeito dos temas trabalhados e contribuindo para
que todos aprendam mais sobre esse assunto.

Segundo Ano
67
BIOLOGIA

VIII. Atividade complementar – 20 min.

Na aula de hoje, conhecemos o sistema digestório de alguns animais, inclusive seu


funcionamento.

• E os seres unicelulares, como se alimentam?

Para responder a essa pergunta, vá à biblioteca de sua escola e pesquise nos livros de
Biologia ou Ciências como os seres unicelulares fazem para se alimentar. Lembre-se de que
os seres unicelulares são as bactérias e cianobactérias (reino monera), os protozoários e
algas (reino protista) e, também, alguns fungos (reino fungi).

Organize sua pesquisa no caderno, pois na próxima aula o professor irá trabalhar com ela.

IX. Avaliação da aula – 15 min.

Registre suas impressões sobre a aula de hoje em uma pequena carta para enviar ao
autor deste material didático. Na carta, fale sobre o que você pensava acerca do conteúdo
antes da aula, o que passou a pensar após a aula e como o material lhe ajudou. Diga,
também, o que aprendeu de mais importante e o que ainda gostaria de saber que não
estava no material.

Capriche!

X. Para saber mais

Vegetais "fabricam" seus próprios alimentos


Maria Sílvia Abrão

Antigamente, os cientistas dividiam a natureza em animais, vegetais e minerais. Mas os


pesquisadores passaram a perceber que os animais e plantas possuíam muitas características
em comum. Os minerais, esses sim, eram um grupo totalmente diferente. Assim, no final do
século 18, os componentes da natureza passaram a ser divididos em seres vivos e não vivos.

Os vivos se destacam por algumas características:

• desenvolvem-se;

• são formados por células (os vírus não possuem células, possuem apenas uma cápsula
de proteína e o DNA, mas são considerados seres vivos, pois desenvolvem-se).

• necessitam de alimento (novamente os vírus, eles não se alimentam. No processo de


reprodução utilizam-se de outras células, as quais farão todas as funções para ele).

Seres autótrofos e heterótrofos

Os vegetais são classificados como seres autótrofos (auto = próprio), pois "fabricam" seu
próprio alimento a partir de substâncias inorgânicas. Esses seres "montam" as moléculas

68 Asas da Florestania
BIOLOGIA

de glicose, que serão utilizadas para construir e manter seus corpos. A energia luminosa
é transformada em energia química no processo da fotossíntese. Há outros seres vivos
considerados autótrofos que não fazem a fotossíntese. Certas bactérias retiram energia de
reações químicas inorgânicas, a quimiossíntese.

Os seres heterótrofos (hétero = diferente; trófos = comer) comem as plantas e outros


animais. Esse alimento é utilizado como fonte de matéria prima para o seu crescimento e
manutenção do seu corpo, e ainda fornece energia para a realização dos processos vitais
(metabolismo).

Fotossíntese: um fenômeno químico

Fica fácil entender o significado da palavra fotossíntese quando a dividimos:

• Foto = luz

• Síntese = sintetizar

Assim, a palavra fotossíntese significa compor substâncias com a participação da luz.


Embora envolva uma série de reações complexas, podemos entendê-la de uma maneira
simplificada.

Para que essa reação química ocorra, os seres fotossintetizantes necessitam de energia e
enzimas, que são moléculas produzidas pelos seres vivos. Elas atuam nas reações químicas e
provocam a separação dos átomos que compõem os reagentes. Outras enzimas promovem
o novo arranjo desses átomos, formando o produto da reação química. Mas, para isso,
necessitam de uma quantidade de energia maior do que aquela que mantinha os átomos
ligados nos reagentes.

A água e o gás carbônico entram em contato e as enzimas quebram as ligações entre


os átomos de hidrogênio e oxigênio (H2O). Para que isso ocorra, energia é transferida
a eles. Parte dessa energia é utilizada para o rompimento das ligações entre os átomos
de carbono e oxigênio (CO2). Agora os átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio (que
foram liberados na quebra dos grupamentos atômicos da água e do gás carbônico) se
recombinam, formando a glicose (C6H12O6) e o gás oxigênio (O2).

Dessa forma, a energia da luz (solar) foi transferida para a molécula de glicose. Assim,
o vegetal construiu seu próprio alimento, transformando a energia radiante (da luz) em
energia química (ligação entre os átomos), a qual pode ser utilizada nos processos vitais, do
seu metabolismo, para o crescimento e manutenção de seu corpo.

No vegetal

O vegetal absorve água e os sais minerais por meio dos pelos de suas raízes. Essa solução
absorvida do solo é conhecida como seiva bruta. A seiva bruta chega à folha do vegetal
pelos vasos lenhosos. O gás carbônico da atmosfera entra pela abertura dos estômatos, que
são estruturas especializadas formadas por duas células.

Segundo Ano
69
BIOLOGIA

As folhas dos vegetais possuem células com um tipo de organela (pequeno órgão)
conhecido como cloroplasto, onde encontramos a clorofila, um pigmento verde que dá a
coloração às folhas e que é capaz de transformar água, gás carbônico e energia luminosa
em glicose e oxigênio.

A seiva bruta, levada às células clorofiladas juntamente com o gás carbônico, transforma-
se em seiva elaborada, constituída de água, sais minerais e glicose. Ela é distribuída por
todo o vegetal pelos vasos liberianos.

A fotossíntese pode ser representada com a seguinte equação química:

6CO2 + 6H2O => C6H12O6 + 6O2

A glicose pode transformar-se em amido (uma maneira de armazenar glicose) e celulose


(que forma a parede das células dos vegetais). O oxigênio produzido na reação de fotossíntese
é liberado para a atmosfera. O vegetal usa essas substâncias para seu metabolismo, sua
sobrevivência. Mas, quando é comido por um ser heterótrofo, um animal, ele é quem passa
a se utilizar do alimento produzido pelo vegetal.

Cadeias alimentares

Os seres que se alimentam exclusivamente dos produtores são chamados de herbívoros


(herbi = erva; voros = comer) e são considerados consumidores primários.

Os organismos que capturam presas são chamados de predadores, e estes podem ser
até mesmo micro-organismos. Quando os predadores capturam consumidores primários
passam a ser considerados consumidores secundários; se caçam consumidores secundários,
são conhecidos como consumidores terciários e assim por diante.

Os consumidores que retiram substâncias de corpos de outros seres vivos, sem matá-los,
são os parasitas. Os decompositores são os que se alimentam de restos de organismos.

Todos os tipos de consumidores dependem direta ou indiretamente dos produtores. Assim,


em qualquer ecossistema, há uma constante transferência de alimento dos produtores para
os consumidores. Essa sequência de organismos relacionados pela alimentação recebe o
nome de cadeia alimentar.

Dificilmente os predadores se alimentam de um único tipo de presa, ou os herbívoros


comem apenas um tipo de planta. Dessa forma as cadeias alimentares ligam-se umas às
outras formando uma teia alimentar, incluindo produtores, herbívoros, predadores, parasitas
e decompositores.

Para você pensar

Pensando em tudo o que falamos anteriormente procure responder à seguinte questão:


de onde vem a energia utilizada pelos seres vivos em seus processos vitais?
Texto adaptado. Disponível em www.educacao.uol.com.br. Acessado em 24/04/2012.

70 Asas da Florestania
BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 1 – AULA 05

Tema: Panelada engorda?

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Anatomia e fisiologia • Diferenciar seres autótrofos de heterótrofos.
comparada do sistema • Conhecer a anatomia do tubo digestivo animal,
digestório: dos seres compreendendo o papel de cada um dos órgãos no
unicelulares à espécie processo de digestão e assimilação dos nutrientes.
humana.
• Diferenciar reações de catabolismo e de anabolismo.
• Metabolismo.
• Relacionar consumo de energia e ingestão de

alimentos.
• Utilizar procedimentos eficazes de leitura para

compreender melhor o texto.


• Discutir com outros leitores as interpretações geradas

por uma leitura.


• Estudar, textos expositivos, tanto para aprender sobre

eles, quanto para aprender procedimentos de estudo.

I. Acolhida – 15 min

Sejam todos bem-vindos!

Na aula passada, iniciamos nossos estudos sobre o sistema digestório e, hoje, daremos
continuidade a ele. Para isso, relembre o que foi discutido e conte um pouco do que você
aprendeu.

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

Você conseguiu fazer a pesquisa? Então vamos lá, acesse seu caderno e siga as orientações
do professor!

III. Problematização – 20 min.

Sente junto a um colega e discutam as questões abaixo. Não se esqueça de registrar suas
respostas no caderno.

• Por que certos animais que têm dieta exclusivamente vegetariana, como o gado
bovino, engordam rapidamente em tão pouco tempo? Eles não se alimentam apenas
de "salada" (e sem molho)?

• Quem engordaria mais ao término de um mês: um homem cuja dieta fosse à base de
vegetais ou outro cuja dieta fosse à base de panelada? Por quê?

Segundo Ano
71
BIOLOGIA

• Nutrição e alimentação são palavras de mesmo significado? Qual a diferença entre


alimentos e nutrientes?

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Para que possamos responder e compreender as questões apresentadas na


Problematização, é necessário, primeiro, entender melhor como funciona o sistema
digestório humano. Então, leia o texto abaixo.

O sistema digestório humano

Para viver, crescer e manter o nosso organismo, precisamos consumir alimentos.

Mas o que acontece com os alimentos que ingerimos? Como os nutrientes dos alimentos
chegam às células do nosso corpo?

Para permanecer vivos, renovar continuamente as células, desenvolver o nosso corpo e


manter as atividades vitais, necessitamos de alimentos, pois são eles que fornecem energia
para o nosso corpo.

Estrutura do sistema digestório

Após uma refeição, os nutrientes presentes nos alimentos devem chegar às células. No
entanto, a maioria deles não as atinge diretamente. Precisam ser transformadas para então,
nutrir o nosso corpo. Isto porque as células só conseguem absorver nutrientes simples e esse
processo de “simplificação” recebe o nome de digestão.

As enzimas digestórias

O nosso corpo produz vários tipos de enzimas digestórias. Cada tipo de enzima é capaz
de digerir somente determinada espécie de molécula presente nos alimentos. Assim, as
amilases são as enzimas que atuam somente sobre o amido; as proteases agem sobre as
proteínas; as lípases sobre os lipídios, e assim por diante.

Há substâncias que nenhuma enzima humana é capaz de digerir. Uma delas é a celulose,
que participa da formação da parede das células vegetais. Como a celulose é uma molécula
grande demais para ser absorvida e não é digerida, ela é eliminada com as fezes.

Tubo digestório

O tubo digestório é composto pelos seguintes órgãos: boca, faringe, esôfago, estômago,
intestino delgado e intestino grosso.

72 Asas da Florestania
BIOLOGIA

Boca

A boca é a primeira estrutura do sistema digestório. Ela serve de comunicação do tubo


digestório com o meio externo; é por ela que entram os alimentos.

O assoalho da boca é ocupado pela língua. Ela contribui para a mistura dos alimentos
com a saliva, mantém o alimento junto aos dentes, empurra o alimento para a faringe, limpa
os dentes e é o órgão importante da fala. A língua apresenta ainda as papilas linguais,
estruturas responsáveis pela gustação.

Anexas à boca estão três pares de glândulas salivares, que são órgãos produtores de
saliva.

A saliva contém uma enzima do tipo amilase, chamada ptialina, que age sobre o amido e
o transforma em maltose, uma variedade de açúcar formada pela união de duas moléculas
de glicose.
Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 07/05/2012.

Segundo Ano
73
BIOLOGIA

Da boca para o estômago

Deglutição

Após a mastigação e a salivação, forma-se o que chamamos de bolo alimentar, que é


deglutido. Após o ato de engolir, o bolo alimentar passa pela faringe e chega ao esôfago.

Faringe

A faringe se comunica com a boca, com as cavidades nasais, com a laringe e com o
esôfago. Quando o alimento chega à faringe, os músculos de sua parede se contraem e
empurram o alimento para o esôfago.

Esôfago

O esôfago se comunica com a faringe e com o estômago. Por meio de movimentos


peristálticos, o esôfago empurra o alimento para o estômago.

Movimentos peristálticos

A deglutição é um movimento voluntário, isto é, executamos conscientemente o ato de


engolir. A partir daí, os movimentos peristálticos conduzem o bolo alimentar pelo tubo
digestório. Esses movimentos são involuntários, isto é, independem da nossa vontade.
São contrações dos músculos situados no esôfago, no estômago e nos intestinos. Além de
empurrar o alimento ao longo do tubo digestório, promovem a sua mistura.

Os movimentos peristálticos participam da digestão mecânica, fazendo com que o bolo


alimentar seja empurrado do esôfago para o estômago. Uma válvula, a cárdia, regula essa
passagem do alimento.

74 Asas da Florestania
BIOLOGIA

Digestão no estômago

No estômago, os movimentos peristálticos misturam o bolo alimentar ao suco gástrico,


produzido pelas glândulas da mucosa. Esse suco contém ácido clorídrico, que mantém a
acidez estomacal, dando condição favorável ao trabalho das enzimas do estômago.

A pepsina, a principal enzima do estômago, atua na transformação das proteínas,


intensificando a digestão química, que continuará no intestino. O suco alimentar resultante
da digestão gástrica é denominado quimo; por isso, a digestão gástrica é também
denominada quimificação. Através de outra válvula – o piloro -, é regulada a passagem do
quimo para o intestino.
Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 08/05/2012.

Digestão no intestino delgado

No intestino delgado, ocorre a maior parte da digestão dos nutrientes, bem como a sua
absorção, ou seja, a assimilação das substâncias nutritivas.

No duodeno, são lançadas as secreções do fígado e do pâncreas. Nessa primeira porção


do intestino delgado, é realizada, principalmente, a digestão química – com a ação conjunta
da bile, do suco pancreático e do suco entérico ou intestinal atuando sobre o quimo.

Na digestão química, há a ação dessas secreções:

• Bile – secreção do fígado armazenada na vesícula biliar. Ela é lançada no duodeno


através de um canal e não contém enzimas digestivas; mas os sais biliares separam
as gorduras em partículas microscópicas, funcionando de modo semelhante a um
detergente. Isso facilita a ação das enzimas pancreáticas sobre os lipídios.

• Suco pancreático – É produzido pelo pâncreas. Possui várias enzimas que atuam na
digestão das proteínas, dos carboidratos e dos lipídios.

• Suco entérico – é produzido pela mucosa intestinal. Possui enzimas que atuam na
transformação, entre outras substâncias, das proteínas e dos carboidratos.

Ao término do processo digestório no intestino delgado, o conjunto de substâncias


resultantes forma um líquido viscoso de cor branca denominado quilo.

A digestão continua no jejuno e no íleo.

O destino dos alimentos

O quilo, produto da digestão, é composto pelos nutrientes transformados em moléculas


muito pequenas, mais as vitaminas e sais minerais. As substâncias que formam o quilo
podem ser absorvidas pelo organismo, isto é, atravessam as células do intestino, por meio
das vilosidades do intestino delgado.

Segundo Ano
75
BIOLOGIA

Com isso, ocorre a passagem das substâncias nutritivas para os capilares sanguíneos – a
absorção dos nutrientes. O que não é absorvido, parte da água e massa alimentar, formada
principalmente pelas fibras, passa para o intestino grosso.

Intestino grosso

Após a digestão no intestino delgado, o que resta do quilo chega ao intestino grosso. Este
absorve a água e os sais minerais ainda presentes nos resíduos alimentares, levando-os,
então, para a circulação sanguínea.

O material que não foi digerido, as fibras, por exemplo, forma as fezes que são acumuladas
no reto e, posteriormente, empurradas por movimentos musculares ou peristálticos para
fora do ânus. É quando sentimos vontade de defecar, ou seja, eliminar as fezes.

Concluídas todas as etapas da digestão, os nutrientes que chegam à circulação sanguínea


são distribuídos a todas as células, e assim são utilizados pelo organismo.
Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 08/05/2012.

Atividade 1

Agora que você já leu o texto, sente-se junto a um colega e responda às questões abaixo.
Para respondê-las, assinale a alternativa correta.

1. (FUMEC/2006) Após a digestão das proteínas no sistema digestivo humano,


os aminoácidos passam para a corrente sanguínea. É CORRETO afirmar que, no
organismo, a absorção de aminoácidos ocorre no:

a) estômago

b) fígado

c) intestino delgado

d) intestino grosso

76 Asas da Florestania
BIOLOGIA

2. (UFSJ/2007) A digestão ocorre através da mistura dos alimentos, do movimento


destes ao longo do tubo digestivo e da decomposição química de grandes moléculas
de alimento para moléculas menores. Considerando-se que o processo químico se
diferencia para cada tipo de alimento, é CORRETO afirmar que:

a) no estômago inicia-se a digestão das proteínas, que se finaliza no intestino delgado


pela atuação do suco pancreático e secreções biliares.

b) o amido ingerido presente nos pães e nos legumes é decomposto por enzimas
presentes na saliva, no suco gástrico e no intestino delgado.

c) a parte não digerida, que são as fibras e restos celulares da mucosa do intestino, é
conduzida ao cólon, mantendo-se lá até ser expelida.

d) os ácidos biliares produzidos no fígado atuam diretamente sobre as gorduras


permitindo a ação das enzimas gástricas, transformando-as em moléculas menores
de ácidos graxos e colesterol.

3. (UNIMONTES-JUNHO/2005) Aparelho digestivo ou sistema digestório, como


recomenda a nova nomenclatura, é composto de uma série de órgãos tubulares
interligados, formando um único tubo que se estende desde a boca até o ânus.

Alguns órgãos que compõem esse sistema estão evidenciados na figura seguinte.
Observe-a:

Segundo Ano
77
BIOLOGIA

Considerando a figura e o assunto abordado, analise as alternativas abaixo e assinale a


QUE REPRESENTA o órgão em que é produzida a enzima pepsina.

a) II

b) III

c) IV

d) I

4. (UNIB-SP) Se um indivíduo apresentar uma doença que impeça a produção de bile


pelo fígado, passará a ter problemas com a digestão de:

a) amido

b) proteínas

c) açúcares

d) gorduras.

Atividade 2

Agora, vamos voltar a uma das questões apresentadas na Problematização:

• Nutrição e alimentação são palavras de mesmo significado? Qual a diferença entre


alimentos e nutrientes?

Discuta com o colega e registre sua resposta abaixo.

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

78 Asas da Florestania
BIOLOGIA

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min

Leia os textos abaixo.

A SALADA DAS MIL CALORIAS


Alimentos que as pessoas comem achando que não engordam podem ter efeito
contrário
Bel Moherdaui

Todo mundo que faz regime (e quem não faz?) sabe: salada não engorda. Não
engorda? Pois a que está na figura a seguir contabiliza 1.265 famigeradas calorias, mais
do que o cardápio do dia inteiro recomendado a uma mulher preocupada com o peso. O
excesso, claro, não está na alface (1 caloria cada folha), nem na rúcula (1,5 cada ramo),
nem na cenoura (menos de 5 cada colher de sopa); está em tudo o que se acrescentou
(tomate seco, nozes, molho rosê) para "dar gosto". A salada-refeição é bom exemplo, ainda
que um tanto exagerado, dos mitos que proliferam desde que o planeta inteiro resolveu
emagrecer. Alimentos saudáveis e aceitáveis em qualquer regime, desde que consumidos
com parcimônia, são demonizados: arroz, pão, macarrão. Do outro lado da balança, as
coisas que "não engordam" são consumidas sem remorso algum: frango, peixe, muçarela
de búfala, biscoito de água e sal, frutas. É aí, justamente, que moram o pneuzinho e a
celulite. "O gordinho nunca acha que come muito. É muito difícil a pessoa realmente
comer só alface e não emagrecer. Ou ela não fala a verdade ou engana a si mesma na
quantidade, no horário, na qualidade", atesta o endocrinologista Henrique Suplicy, professor
da Universidade do Paraná.

O azeite de oliva, salvador das artérias em processo de entupimento, é um dos ícones


do abuso. É certo que faz bem ao coração. Mas, infelizmente, engorda: uma única colher
de sopa rasa tem 72 calorias. Sendo assim, quem dispensa todos os temperos e opta por
"só azeite e sal" pode estar, na verdade, burlando o seu regime. Frutas são outro problema:
abacate e coco têm gordura, caqui e uva esbanjam frutose, uma espécie de açúcar. "Não é
porque é fruta que se pode consumir indiscriminadamente. Embora seja muito saudável, é
calórica. Por isso, é importante prestar atenção às quantidades", lembra o endocrinologista
Suplicy. Nessa vertente de vilões, suco de laranja é o Bin Laden frutífero. "Um único copo
leva até cinco laranjas e engorda tanto quanto um queijo quente no pão francês. E não
satisfaz, porque é muito líquido", alerta Waldinez Nogueira, nutricionista do Lapinha Clínica
e Spa Naturista, no Paraná.

Caloria é uma medida de calor – 1 caloria é a quantidade de energia necessária para


elevar em 1 grau Celsius a temperatura de 1 grama de água. A contagem de calorias é,
em geral, feita a partir de padrões internacionais. Não há valores fixos e únicos; no Brasil,
usam-se comumente duas tabelas de valores nutricionais, com pequenas variações entre si.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária exige que todo alimento industrializado traga
impressa na embalagem a quantidade de calorias, gorduras, carboidratos e uma série de

Segundo Ano
79
BIOLOGIA

nutrientes e vitaminas. É tolerada uma margem de erro de 20%, que já é grande. Há truques
para enganar o paladar. Mas no populoso planeta dos gordinhos não tem quem não saiba
que comer direito, de modo saudável e equilibrado, permite muitos e variados prazeres à
mesa. Mas emagrecer, infelizmente, é ato de sacrifício.

Texto adaptado. Disponível em www.veja.abril.com.br. Acessado em 21/05/2012.

METABOLISMO

O metabolismo é o conjunto de reações químicas que ocorrem no organismo a fim de


que esse gaste energia. Tais reações ocorrem em dois processos: o anabolismo, que cria
moléculas complexas a partir de moléculas simples, e o catabolismo, que decompõe as
moléculas complexas criadas no anabolismo para produzir energia. Dessa forma, quando o
anabolismo trabalha superando a atividade do catabolismo o organismo ganha peso e ocorre
inversamente a perda de peso, quando o catabolismo supera as atividades do anabolismo.

Cada organismo possui seu metabolismo distinto, ou seja, o metabolismo de cada


organismo trabalha de forma única, sendo mais lento ou mais ágil, dependendo do nível
mínimo de energia que o organismo precisa para funcionar e desempenhar suas funções
vitais. Existem vários tipos de metabolismo, porém existem alguns tipos que são mais
importantes como o Metabolismo Basal que trabalha em função das principais atividades
básicas do organismo, como a regulação da temperatura corporal, a regulação da pressão
arterial e a regulação dos batimentos cardíacos, por exemplo. O Metabolismo da Atividade
Física é o responsável por gastar energia enquanto o organismo está realizando atividades
físicas específicas para a queima de energia e inespecíficas como escovar os dentes e pentear
os cabelos, por exemplo. O Metabolismo Alimentar trabalha desde a ingestão do alimento
no processo de mastigação até o processamento dos nutrientes pelo organismo.

80 Asas da Florestania
BIOLOGIA

Os carboidratos atuam de forma a acelerar o metabolismo, pois acelera os músculos,


o sistema nervoso e as células sanguíneas, o que o torna indispensável para ter disposição
e estar sempre ativo. As gorduras também são fundamentais para o metabolismo, pois
retardam a digestão dos carboidratos e fazem com que a energia gerada pelo organismo
seja gasta de forma homogênea. As proteínas diminuem a velocidade da digestão dos
carboidratos e ainda auxiliam na queima de calorias.

Por Gabriela Cabral

Equipe Brasil Escola


Disponível em www.brasilescola.com. Acessado em 21/05/2012.

Agora que você já leu os textos, vamos voltar novamente às questões apresentadas na
Problematização? Sente com um colega para respondê-las.

1. Por que certos animais que têm dieta exclusivamente vegetariana, como o gado
bovino, engordam rapidamente em tão pouco tempo? Eles não se alimentam apenas
de "salada" (e sem molho)?

2. Quem engordaria mais ao término de um mês: um homem cuja dieta fosse à base de
vegetais ou outro cuja dieta fosse à base de panelada? Por quê?

3. Você entendeu a diferença entre anabolismo e catabolismo? Registre a seguir essa


diferença.

Segundo Ano
81
BIOLOGIA

4. Que conselhos você daria a uma pessoa que precisa perder peso?

5. Na primeira parte da aula, discutimos como ocorre a digestão no corpo humano.


Agora, vimos que os nutrientes são metabolizados pela reação de catabolismo para
gerar energia para o organismo. Qual é a diferença entre digestão e catabolismo?

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

VIII. Atividade complementar – 20 min.

1. (VUNESP) Observe o esquema;

82 Asas da Florestania
BIOLOGIA

Identifique:

a) os órgãos apontados pelas setas de um a sete.

b) o local onde tem início a digestão das proteínas:

c) o órgão que produz a bile:

d) a região onde ocorre a absorção dos alimentos:

2. (FUVEST - adaptada) Analise o esquema que representa parte do sistema digestivo do


homem.

a) Sobre que substrato alimentar atua a pepsina do estômago?

b) Qual a função da bile produzida pelo fígado?

Segundo Ano
83
BIOLOGIA

3. (UFG) O processo de digestão é fundamental


para a transformação dos alimentos em
moléculas menores que podem ser absorvidas
e utilizadas para a obtenção da energia
necessária às funções vitais.

De acordo com a figura ao lado, identifique


e nomeie as estruturas responsáveis direta ou
indiretamente pela digestão e absorção de lipídios.

4. O que é metabolismo? Quais os tipos de metabolismo de um organismo? Descreva-os.

5. O que significa o valor calórico dos alimentos, expresso em quilocalorias (KCAL) nas
embalagens?

6. Qual a importância do catabolismo para os seres vivos?

84 Asas da Florestania
BIOLOGIA

IX. Avaliação da aula – 15 min.

Para a avaliação da aula, hoje, responda às questões abaixo.

OPINIÃO SOBRE A PRÓPRIA APRENDIZAGEM

O que eu pensava antes da aula:

O que passei a achar depois da aula de hoje:

As principais dúvidas que eu tive:

O que aprendi de mais importante:

O que ainda gostaria de saber sobre o assunto e que posso pesquisar por mim mesmo:

Segundo Ano
85
BIOLOGIA

X. Para saber mais

Doenças e Distúrbios do Sistema Digestório

Infecções intestinais

Alimentos e água que ingerimos podem estar contaminados com vírus ou bactérias
patogênicas. Alguns podem sobreviver e se multiplicar no aparelho digestivo, causando
infecções. Alguns vírus causam, na mucosa do estômago e do intestino, inflamações
denominadas gastrenterites, cujos principais sintomas são dor de barriga, diarreia e náuseas.

Bactérias do grupo das salmonelas (frequentes em carne de frango e em ovos mal


cozidos), podem se instalar no intestino e causar dores abdominais intensas, diarreias e
febre. Pessoas saudáveis se recuperam em poucos dias, mas crianças e pessoas idosas
podem morrer, se não receberem cuidados médicos adequados.

A cólera e a febre tifoide causam epidemias com altos índices de mortalidade em consequência
da desidratação e a perda de sais minerais, decorrentes da diarreia. O tratamento é feito com
antibióticos e o doente deve ingerir muita água fresca e soluções salinas.

Vômito

Quando comemos ou bebemos demais ou a comida ingerida está deteriorada, o


encéfalo põe em ação um sistema de emergência para eliminar o conteúdo estomacal: o
vômito. Contrações da musculatura abdominal pressionam o estômago, fazendo com que
o conteúdo estomacal suba pelo esôfago, saindo pela boca. O gosto ácido característico do
vômito é decorrente do suco gástrico que está misturado ao alimento.

Diarréia

É um processo em que a pessoa defeca várias vezes em um curto intervalo de tempo,


devido ao aumento dos movimentos peristálticos intestinais. A diarreia leva à rápida
eliminação do conteúdo intestinal e pode ocorrer devido à ingestão de alimento deteriorado,
por nervosismo ou por alergia a certos tipos de alimentos, entre outras causas. O trânsito
intestinal acelerado não dá o tempo necessário à absorção normal da água, resultando em
fezes aquosas, podendo levar à desidratação.

Constipação intestinal (ou prisão de ventre)

Ao contrário da diarreia, os movimentos peristálticos estão diminuídos. A causa mais


frequente é a alimentação inadequada, com poucas fibras vegetais. A massa fecal se resseca,
devido à sua permanência prolongada no intestino grosso, dificultando a defecação. A prisão
de ventre pode ser aliviada pela ingestão de alimentos ricos em fibras não digeríveis, que
aumentam o volume da massa alimentar, estimulando o peristaltismo e a maior velocidade
do trânsito intestinal.

86 Asas da Florestania
BIOLOGIA

Apendicite

Apendicite é uma inflamação do apêndice ileocecal, em forma crônica ou aguda. Esta


última manifesta-se por dores agudas na fossa ilíaca direita, mais exatamente no chamado
ponto de McBurney.

O Apêndice mede cerca de 8 cm de comprimento por 4 a 8 cm de diâmetro. Sua posição


com relação ao ceco varia muito de indivíduo para indivíduo. Em geral, ele se projeta sobre
a parede abdominal na altura do ponto de McBurney. O interior do apêndice é revestido por
um tecido linfóide semelhante ao das amígdalas.

Ocasionalmente, restos de alimentos ficam retidos na cavidade interna do apêndice cecal,


o que pode levar à sua inflamação, causando dores intensas. Sem tratamento, a infecção
acaba destruindo a parede, causando uma peritonite, que é a inflamação da membrana
que recobre a cavidade abdominal e os órgãos nela contidos.

O tratamento é feito através da remoção cirúrgica do apêndice inflamado.

Úlceras pépticas

Áreas extensas da parede do tubo digestivo podem ser lesadas pela ação de sucos
digestivos, originando feridas (as úlceras pépticas). Ocorrem principalmente no duodeno,
no estômago e na porção inferior do esôfago. Quando uma úlcera se aprofunda e atinge a
camada muscular há lesão de vasos sanguíneos, o que provoca hemorragias. A lesão pode
perfurar toda a parede do tubo digestivo (a úlcera perfurada), através da qual, bactérias
podem atingir a cavidade abdominal, causando inflamação da membrana que envolve
as vísceras, o peritônio (peritonite), que pode levar à morte. As úlceras podem ser tratadas
com medicamentos que diminuem a acidez estomacal e facilitam a cicatrização. No caso de
áreas ulceradas muito extensas, pode ser necessária a remoção cirúrgica da parte lesada.

Distúrbios hepáticos

Um dos constituintes da bile é o colesterol, substância insolúvel em água, mas que,


combinada aos sais biliares, forma pequenos agregados solúveis. Em certas condições,
no entanto, o colesterol pode se tornar insolúvel, formando pequenos grãos no interior
da vesícula biliar; são os cálculos vesiculares (as "pedras na vesícula"). Os cálculos podem
bloquear a saída da bile ou percorrer o conduto biliar, causando sensações dolorosas. A
concentração de colesterol na bile depende da quantidade de lipídios na dieta. Pessoas que
se alimentam de comida muito gordurosa têm maiores chances de desenvolver pedras na
vesícula biliar.

Pancreatite

Em situações anormais, o pâncreas pode reter suco pancreático, que ataca suas próprias
células. O resultado pode ser uma inflamação do pâncreas (a pancreatite), muitas vezes fatal.
A pancreatite pode ser causada por bloqueios do canal de eliminação do suco pancreático
ou por alcoolismo.

Segundo Ano
87
BIOLOGIA

Câncer de colo intestinal

Nos países desenvolvidos, esse é um dos casos mais comuns de câncer. Está relacionado
com dietas alimentares pobres em fibras. Na falta de fibras, o peristaltismo é mais lento,
a mucosa intestinal fica mais tempo em contato com eventuais substâncias cancerígenas
presentes nos alimentos.
Disponível em www.webciencia.com. Acessado em 07/05/2012.

Cárie Dental

A atividade fermentativa de micro-organismos, decompondo resíduos alimentares que


ficam retidos nos espaços entre os dentes, produz substâncias ácidas. Em contato com o
dente, essas substâncias provocam corrosão na superfície, causando a cárie.

No início da cárie, formam-se brechas microscópicas na superfície do dente, por onde


micro-organismos se infiltram e atacam a dentina. Com o tempo, essas brechas dão lugar
a cavidades visíveis a olho nu.

Para evitar a cárie dental, é preciso tomar os seguintes cuidados:

• Escovar os dentes todos os dias, logo após as refeições e à noite ao deitar. Os dentes
devem ser escovados com movimentos suaves, circulares e verticais da escova.

• Passar o fio dental ou fita para retirar os resíduos que ficam entre os dentes e que não
foram retirados com a escovação.

• Ir periodicamente ao dentista fazer uma revisão e limpeza mais completa nos dentes,
além da aplicação do flúor ou outro tratamento determinado pelo dentista.

Quando tratadas logo de início as cáries são faces de remover.

Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 07/05/2012.

88 Asas da Florestania
BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 2 – AULA 06

Tema: Ufa, haja energia!

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Anatomia e fisiologia • Relacionar o sistema digestório e o respiratório no
comparada dos sistemas processo de transformação de energia, relacionando-
respiratório e circulatório os à evolução das espécies.
(cardiovascular) dos seres • Conhecer os componentes básicos do sistema
unicelulares à espécie respiratório.
humana.
• Utilizar procedimentos eficazes de leitura para

compreender melhor o texto.


• Discutir com outros leitores as interpretações geradas

por uma leitura.


• Estudar, textos expositivos, tanto para aprender sobre

eles, quanto para aprender procedimentos de estudo.


• Sublinhar fragmentos do texto para facilitar a

localização de informações.
• Elaborar e anotar perguntas sobre o conteúdo do texto.

I. Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

Taekwondista acreana conquista 2 medalhas em Caieiras, São Paulo


Qua, 03 de Agosto de 2011 03:15 Agazeta

Segundo Ano
89
BIOLOGIA

Liriel Dara Feitosa, de apenas 9 anos de idade, conquistou duas medalhas de ouro para
o Acre, no Campeonato Intercontinental de Taekwondo 2011, realizado no período de 15 a
17 de julho, em Caieiras, São Paulo.

A pequena acreana, que treina taekwondo desde os 3 anos de idade no município de


Porto Acre, hoje é faixa vermelha. Ela conquistou a primeira medalha na modalidade ponsê
(apresentação de golpes), que os mestres chamam de luta sem adversário. E a outra em luta
individual com adversário.
Texto adaptado. Disponível em www.ejornais.com.br. Acessado em 22/05/2012.

• Você pratica algum esporte? Qual?

• Que atividades você realiza diariamente?

• Você sabe de onde vem a energia para que possamos realizar as atividades diárias?

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

III. Problematização – 20 min.

Que tal levantar da cadeira e realizar alguma atividade física? Pode ser uma corrida com
os colegas, fora da sala, para ver quem chega primeiro em algum lugar escolhido pela
turma, alguns polichinelos ou dançar uma música bem agitada.

Combine com os colegas e o professor qual será a atividade e vamos lá!

Ufa, agora que a atividade foi realizada, discuta com os colegas as questões abaixo:

• Após a realização da atividade, houve aumento na frequência respiratória? Por quê?

• De onde veio a energia utilizada para a realização da atividade?

• Você acha que todos os colegas precisaram da mesma quantidade de energia para a
realização dessa atividade?

• Você viu, na aula passada, que os alimentos precisam ser digeridos para que os
nutrientes possam ser absorvidos pelo intestino delgado. Mas, e depois de absorvidos,
o que acontece com os nutrientes?

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Leia o texto abaixo.

RESPIRAÇAO

Como já vimos, o alimento é a fonte de energia para os seres vivos. Os vegetais e


as algas produzem substâncias que armazenam energia química. Os seres consumidores

90 Asas da Florestania
BIOLOGIA

conseguem energia alimentando-se de substâncias contidas nos seres produtores ou em


outros consumidores.

Mas os animais e as plantas não conseguem aproveitar essa energia instantaneamente,


pois ela se encontra armazenada nas substâncias. Para que a energia do alimento seja
aproveitada, é necessário libertá-la. Para isso, certas substâncias precisam ser transformadas
dentro do corpo dos seres vivos.

A glicose, o açúcar fabricado pela planta, na fotossíntese, é que fornece energia. Mas são
necessárias transformações para liberar a energia que a glicose contém.

Um determinado gás presente no ar que respiramos é o material que, em contato com a


glicose, libera energia. Esse gás é o oxigênio, e esse contato ocorre por meio de processos
químicos em plantas e animais, e que chamamos de respiração.

Vimos que, na fotossíntese, a energia é armazenada nos alimentos. Na respiração, a


energia é liberada dos alimentos.

FOTOSSÍNTESE

Energia Alimento

RESPIRAÇÃO

Alimento Enetgia

Embora contrários, esses processos se completam. Os dois são indispensáveis para a


existência dos seres vivos.

No nosso caso, ao colocarmos o ar para dentro dos pulmões, ele será levado pelo
sangue ao encontro da glicose armazenada em nossos músculos, cérebro, rins etc.

A energia não é o único produto da respiração. Dessa transformação também resultam


água e gás carbônico. Ou seja: a glicose sofre transformações, liberando energia e
produzindo água e gás carbônico.

Chamamos de respiração o conjunto de processos que retiram


aenergia contida nas substâncias que servem de alimento
para plantase animais

O gás carbônico, assim como o oxigênio, é um gás presente


na atmosfera. Ele é removido do organismo por meio
de nossos movimentos respiratórios.

Segundo Ano
91
BIOLOGIA

Para que necessitamos de energia?

Grande parte da energia de que precisamos é utilizada para manter a temperatura de


nosso corpo. Em boas condições de saúde, nossa temperatura se mantém nos 36,5ºC, com
variações mínimas. Essa manutenção não é fácil e necessita de muita energia.

A exemplo do que acontece com os humanos, todas as aves e mamíferos em condições


normais mantêm seus corpos quentes, sempre à mesma temperatura, faça frio ou calor.
Mamíferos e aves são os chamados animais de sangue quente.

Todos os outros animais, chamados de animais de sangue frio, não mantêm a temperatura
do corpo constante: ficam mais quentes no calor ou sob o Sol e mais frios no inverno ou à
sombra, à noite. É o caso dos peixes, lagartos, cobras, sapos, baratas, minhocas, camarões,
lulas etc.

Será que os animais de sangue frio não necessitam de energia? Claro que sim!

Animais com grande atividade de locomoção necessitam de mais energia do que aqueles
que pouco se locomovem. Por exemplo: um camarão nadando no mar gasta muito mais
energia do que uma ostra que vive presa nas pedras de um costão. O camarão deve,
portanto, comer e respirar muito mais.

Preste atenção: estamos considerando animais de mesmo ambiente, de tamanhos parecidos


e ambos com a temperatura do corpo variável. Desse jeito, a comparação é possível.

Também é possível comparar uma galinha e um cachorro de tamanhos parecidos: ambos


mantêm o corpo quente, mas o cachorro corre muito mais que a galinha. Naturalmente, ele
gasta mais energia e precisa comer mais do que a galinha.

Nessas duas comparações estamos levando em conta o tipo de locomoção e as atividades


de manutenção do corpo de cada animal.

Comparar o gasto de energia de um bicho-preguiça e de uma barata é mais complicado.


Temos de considerar as diferenças entre os seus ambientes, entre os tamanhos, a alimentação
de cada um, a atividade de locomoção de ambos e se a temperatura do corpo dos dois
é constante, entre outras coisas. Nesse caso, sem todos esses cuidados, podemos correr o
risco de concluir de forma errada quem gasta mais energia.

Precisamos de energia para que nosso corpo, além de se mover, funcione, isto é, para
que o coração bata, o sangue circule, os rins filtrem o sangue, os alimentos sejam digeridos
e para que nosso cérebro continue pensando e controlando todas essas atividades, além de
nossos movimentos.

Também precisamos de energia para a fase de crescimento, assim como para a atividade
sexual. O corpo da mulher também precisa de energia, quando um filho, fruto dessa
atividade sexual, passa a ser gerado.

92 Asas da Florestania
BIOLOGIA

De modos diferentes, os animais precisam de energia para desempenhar suas funções


vitais. De um modo ou de outro, os animais respiram, isto é, obtêm o oxigênio para liberar
a energia da glicose.

Os animais terrestres obtêm o oxigênio do ar. Já os animais aquáticos utilizam o oxigênio


que fica dissolvido na água do mar ou na água doce.

E as plantas? Precisam respirar?

Apesar de não realizar funções idênticas às dos animais, as plantas também crescem, se
desenvolvem, se reproduzem.

Sabemos que os seres clorofilados (vegetais e algas) realizam fotossíntese -transformam


gás carbônico e água em glicose e produzem, assim, seu próprio alimento.

Mas, para que a energia da glicose seja libertada, as plantas também precisam respirar,
pois só em contato com o oxigênio no organismo da planta é que a glicose será transformada
em energia.

Muitos acreditam que as plantas só respiram à noite, uma vez que durante o dia, na
presença do Sol, elas fazem fotossíntese.

Para que a fotossíntese aconteça, é necessário que a água absorvida pelas raízes chegue
às partes verdes (com clorofila) da planta, assim como o gás carbônico do ar.

Além disso, durante o dia a planta continua crescendo, formando novas folhas, novos
brotos, aumentando seu caule e suas raízes - enfim, continua viva e, para isso, precisa
respirar. A luz não influi na respiração. Em geral, a respiração é constante nas várias horas
do dia e da noite, à mesma temperatura.

Percebemos assim que a fotossíntese tira continuamente gás carbônico da atmosfera,


enriquecendo-a com o oxigênio; a respiração tira oxigênio da atmosfera e elimina gás
carbônico.

Se não houvesse essa compensação equilibrada, há muito tempo os dois gases teriam se
esgotado e a vida não seria possível no planeta.
Texto adaptado. Disponível em www.cienciamao.usp.br. Acessado em 22/05/2012.

Atividade

1. Por que é tão importante respirar? Sublinhe, no texto, as informações que respondem
a essa pergunta.

2. De acordo com o texto, grande parte da energia de que precisamos é utilizada para
manter a temperatura de nosso corpo.

Segundo Ano
93
BIOLOGIA

Agora releia o trecho abaixo:

Todos os outros animais, chamados de animais de sangue frio, não mantêm a temperatura
do corpo constante: ficam mais quentes no calor ou sob o Sol e mais frios no inverno ou à
sombra, à noite. É o caso dos peixes, lagartos, cobras, sapos, baratas, minhocas, camarões,
lulas etc.

Você acha que os animais de sangue frio necessitam de energia? Explique.

3. Por que, se pararmos de respirar ou se formos submetidos a uma falta total de ar,
nós morremos tão depressa, em cerca de cinco minutos? Encontre o parágrafo que
responde à questão e, no canto da página, dê um título para ele.

4. As plantas, como todo ser vivo, também precisam de energia. Como as plantas obtêm
energia?

5. Agora que você já leu e compreendeu o texto, você acha que todos os colegas
precisaram da mesma quantidade de energia para a realização da atividade realizada
no início da aula? Por quê?

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

94 Asas da Florestania
BIOLOGIA

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min

Antes do intervalo, começamos a entender qual o papel da respiração para os seres


vivos. Agora, iremos aprofundar esse estudo.

• Para que a energia seja liberada dos nutrientes e aproveitada por você, é muito
importante a presença do oxigênio. Como o oxigênio é capturado pelo organismo?

• Que fatores são importantes para que o oxigênio seja capturado?

• Todos os animais capturam o oxigênio da mesma forma?

Leia o texto abaixo para entender essas questões. Durante a leitura, você deverá realizar
duas atividades:

1. grifar as informações que ajudam a entender as questões apresentadas. Para isso,


utilize uma cor diferente para cada questão;

2. elaborar e anotar no caderno perguntas sobre o conteúdo do texto.

Vamos lá, boa leitura!

SISTEMA RESPIRATÓRIO

Todos os animais necessitam de energia para realizar as mais diversas funções vitais.

O processo comum a todos os animais é a respiração aeróbia, pelo qual, na célula, se


realiza a transferência da energia dos alimentos para as moléculas de ATP. Por este motivo,
é fácil de entender a necessidade dos animais de um fluxo constante de oxigênio para as
células, bem como da remoção eficiente de dióxido de carbono, um resíduo do metabolismo.

As necessidades em oxigênio, bem como a produção de dióxido de carbono, aumentam


proporcionalmente com a massa corporal e atividade do animal, ao passo que as trocas
gasosas variam proporcionalmente com a área de contato com o meio.

No entanto, existem vários termos associados à respiração:

• Respiração externa – trocas gasosas entre o organismo e o meio externo.

• Respiração média – trocas gasosas entre o sangue e as células.

• Respiração interna – corresponde ao verdadeiro significado do termo.

O sistema respiratório é um conjunto de estruturas envolvidas nas trocas gasosas com


o meio. Dessas, as estruturas onde se efetua o movimento de gases respiratórios entre os
meios externo e interno designam-se superfícies respiratórias.

O movimento dos gases respiratórios, quer nas superfícies respiratórias, quer na célula,
ocorre sempre por difusão e em meio aquoso:

Segundo Ano
95
BIOLOGIA

• Difusão direta – gases difundem-se diretamente através da superfície respiratória


para as células, sem intervenção de fluido de transporte. Ocorre nos protozoários e
nos insetos, por exemplo;

• Difusão indireta – gases passam através da superfície respiratória para um fluido de


transporte que estabelece a comunicação entre as células e o meio externo, como no
caso dos anelídeos ou dos vertebrados. Este processo designa-se hematose.

Apesar da grande variedade de estruturas, todas as superfícies respiratórias apresentam


características comuns:

• Umidade – todas são superfícies úmidas, o que facilita a difusão dos gases dissolvidos;

• Paredes finas – novamente para facilitar a difusão, essas superfícies são geralmente
formadas por tecido epitelial pavimentoso com uma única camada de células de
espessura.

• Ventilação – para que novas moléculas de oxigênio sejam constantemente trazidas


para contato com a superfície respiratória, a água ou ar devem ser renovados
frequentemente.

• Vascularização – presente sempre que existe difusão indireta, deve ser feita por vasos de
parede fina, como os capilares, para reduzir a espessura a ser atravessada pelos gases.

• Grande área de troca – a superfície respiratória deve ser extensa, de modo que o
contato com o ar ou água seja máximo e a velocidade de difusão elevada.

Estudo comparativo do sistema respiratório de alguns grupos de animais

A sobrevivência dos animais nos diferentes habitats implicou a evolução de estruturas


especializadas nas trocas com o meio. Estas estruturas variam, sobretudo, com o tamanho
e a estrutura do corpo, história evolutiva do grupo e meio em que vivem.

Os animais que realizam trocas gasosas diretamente com o ar têm vantagem em relação
aos que as realizam com a água, pois esta apenas transporta 5% do oxigênio presente
no mesmo volume de ar, e o aumento de temperatura e salinidade ainda reduz mais essa
quantidade. Acrescente ainda o fato de que os gases se difundem mais rapidamente no ar
que na água. Assim, um animal aquático, para obter a mesma quantidade de oxigênio que
um terrestre, necessita fazer passar pelas suas superfícies respiratórias uma quantidade de
água muito superior à de ar.

No entanto, viver ao ar não é só vantagens, pois os gases apenas atravessam as


membranas respiratórias dissolvidos em água, por isso estas devem ser mantidas úmidas.

Vejamos alguns exemplos de grupos animais que apresentam aspectos chave da evolução
dos fenômenos respiratórios.

96 Asas da Florestania
BIOLOGIA

Com apenas duas camadas de células de espessura e em contato direto com a água em
que vivem, bem como um metabolismo baixo, pois são animais de vida fixa, nos cnidários
a difusão direta de gases não apresenta dificuldades.

Trocas gasosas em hidra (cnidário).

Figura adaptada. Disponível em www.api.photoshop.com. Acessado em 23/05/2012.

Nos platelmintos, a forma achatada proporciona uma relação área/volume elevada,


assim, as células podem realizar trocas diretamente com o meio ou com o intestino muito
ramificado, por difusão direta.

Trocas gasosas em planária (platelminto).

Figura adaptada. Disponível em www.api.photoshop.com. Acessado em 23/05/2012.

Nos anelídeos, a hematose é cutânea. As trocas são realizadas através da pele umedecida
pela secreção de glândulas mucosas e os gases passados para a rede de capilares
subcutâneos. Esta situação ocorre também em anfíbios. Nos anelídeos, no entanto, apenas
parte do dióxido de carbono é libertado pela pele, pois parte dele é utilizada para formar
carbonato de cálcio e usada para neutralizar a acidez dos alimentos durante a digestão.

Segundo Ano
97
BIOLOGIA

Trocas gasosas em anelídeo, artrópode, peixe ósseo e mamífero.


Disponível em www.educadores.diaadia.pr.gov.br. Acessado em 23/05/2012.

Típico dos artrópodes é o sistema respiratório traqueal, fundamental para a colonização


do meio terrestre, que permite uma taxa metabólica elevada.

Este sistema é formado por uma série de tubos quitinosos que se vão ramificando até
às traquéolas (que estão em contato com as células e onde se realiza uma difusão direta,
através do epitélio traqueal não quitinizado) e por onde o ar circula, entrando por espiráculos
na superfície do corpo. Os espiráculos podem estar permanentemente abertos ou possuir
válvulas musculares e filtros.

Nos insetos menores não existe ventilação ativa, mas nos maiores ela ocorre por
movimentos musculares que contraem as traqueias. Grande parte do dióxido de carbono é
liberada pelos tubos de Malpighi.

As brânquias são os órgãos respiratórios típicos do meio aquático, formadas por


evaginações da parede do corpo e apresentando grande área de trocas.

Trocas gasosas em tubarão (peixe cartilaginoso).


Disponível em www.simbiotica.org. Acessado em 23/05/2012.

98 Asas da Florestania
BIOLOGIA

A sua estrutura filamentosa apenas poderia funcionar em meio aquático, que lhes fornece
sustentação.

Estas estruturas podem localizar-se no exterior ou no interior do corpo, sendo as últimas


as preferidas pela evolução, já que brânquias externas não só dificultam a locomoção,
como facilitam os danos em uma zona de epitélio sensível e delicado.

As brânquias internas estão alojadas em cavidades branquiais individuais, abrindo-


se para o exterior pelas fendas branquiais (peixes cartilaginosos) ou câmaras branquiais
protegidas por opérculo e abrindo para o exterior pela fenda opercular (peixes ósseos).

Este fato não só aumenta a proteção como facilita a ventilação: a água é bombeada
para a boca por ação de poderosos músculos, passa pela faringe e banha as brânquias,
saindo pelas fendas branquiais ou operculares, por onde a ventilação é contínua.

Em vertebrados terrestres, os pulmões, sacos de ar com superfícies internas muito


vascularizadas, surgiram por invaginação da parede do corpo. Filogeneticamente, nos
pulmões dos anfíbios, répteis e mamíferos pode-se verificar um aumento da compartimentação
dos pulmões (aumentando a área de superfície respiratória), especialização do sistema de
ventilação e da circulação sanguínea.

O sistema respiratório dos anfíbios revela a sua posição de transição entre o meio
terrestre e aquático, pois na fase larvar respiram por brânquias (inicialmente externas e
depois internas) e no adulto respiram principalmente por pulmões.

Estes ainda são muito simples e apresentam pequena área, por isso a hematose ocorre
também na pele e cavidade bucofaríngica, todas cobertas por epitélios úmidos e densamente
irrigados. Dado que não existe tórax individualizado, a ventilação é feita por bombeamento
bucal e não é contínua.

Ventilação pulmonar em anfíbio.

Disponível em www.farm4.static.flickr.com. Acessado em 23/05/2012.

Segundo Ano
99
BIOLOGIA

Nos répteis, os pulmões são mais complexos e divididos em alvéolos. Os crocodilianos


são os que apresentam estruturas respiratórias mais evoluídas, muito semelhantes às dos
animais homeotérmicos. Não existe diafragma, mas existem costelas, assim, a ventilação é
feita por variação de volume torácico.

Pulmão alveolar de répteis.


Disponível em Pough, F. Harvey A vida dos vertebrados/F. Harvey Pough, Christine M. Janis, John B. Heiser;
[coordenação editorial da edição brasileira Ana Maria de Souza; tradutores Ana Maria de Souza, Paulo Auricchio].
—4. ed. —São Paulo: Atheneu Editora, 2008.

Nos mamíferos, os pulmões muito elásticos estão alojados na caixa torácica e são
formados por alvéolos pulmonares (onde ocorre a hematose), dispostos em torno de dutos
alveolares e bronquíolos.

Sistema respiratório do homem (mamífero).


Disponível em www.anacristinabioifes.files.wordpress.com. Acessado em 23/05/2012.

100 Asas da Florestania


BIOLOGIA

A ventilação não é contínua, pois o ar entra e sai pelo mesmo percurso e é realizada pela
variação de volume da caixa torácica e diafragma. A eficiência de trocas é diminuída pelo
fato de o ar não sair totalmente dos pulmões, obtendo-se uma mistura de ar fresco e residual.

As aves apresentam um sistema diferente, mas muito eficiente, em que o ar circula apenas
num sentido – ventilação contínua.

Sistema respiratório em aves.

Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 23/05/2012.

Os pulmões das aves são pequenos e compactos, basicamente formados por um conjunto
de tubos. Estão abertos nas duas extremidades pelos parabronquíolos, que se ligam aos
sacos aéreos anteriores e posteriores. Os sacos aéreos não intervêm na hematose, mas
tornam a ventilação mais eficiente.

A ventilação segue os seguintes passos, envolvendo duas inspirações e duas expirações:


na primeira inspiração, o ar entra para os sacos posteriores, e na primeira expiração passa
para os pulmões; na segunda inspiração o ar passa para os sacos anteriores (ao mesmo
tempo em que entra ar fresco para os posteriores), e na segunda expiração o ar é expelido
dos sacos anteriores (ao mesmo tempo em que o ar fresco entra nos pulmões).

Tal como nos peixes, a difusão dos gases nos pulmões é feita em contracorrente,
contribuindo para uma eficiente remoção do oxigênio do ar.
Texto adaptado. Disponível em www.simbiotica.org. Acessado em 23/05/2012.

Segundo Ano
101
BIOLOGIA

Atividade

• Você conseguiu elaborar perguntas sobre o texto? Então ouça as orientações do


professor e discuta o texto com os colegas!

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

Auxilie o grupo responsável pela socialização de aprendizagens. Para isso, fale o que
você sabe sobre as questões abaixo:

• Qual a relação entre os sistemas digestório e respiratório?

• O sistema respiratório de todos os seres vivos é igual?

• Que ser vivo estudado hoje mais chamou sua atenção? Conte como é a respiração
desse ser vivo.

VIII. Atividade complementar – 20 min.

Reúna-se com mais três colegas e combinem para se encontrar em algum lugar. Pode ser,
por exemplo, na casa de algum de vocês.

A tarefa é montar um modelo do sistema respiratório. Veja o exemplo seguinte, mas, se


quiser, pode fazer outro modelo que funcione.

Disponível em www.revistaescola.abril.com.br. Acessado em 24/05/2012.

Para o modelo da ilustração, você irá precisar do seguinte material:

• garrafa plástica com tampa;

• bexigas;

• tubo em formato de “Y” (pode ser feito com três canudos colados);

• fita adesiva;

• elástico.

102 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Quando o modelo estiver pronto, discuta com os colegas como ele funciona e o que
representa cada uma de suas partes.

Preparem-se, na próxima aula você e seus colegas deverão apresentar o modelo


construído para a turma e explicar seu funcionamento.

IX. Avaliação da aula – 15 min.

Escreva um pequeno texto com o seguinte título: Os sistemas trabalhando em conjunto.

Esse texto deve conter informações sobre os sistemas digestório e respiratório, e a forma
como cada um se relaciona com o outro.

Segundo Ano
103
BIOLOGIA

X. Para saber mais

Doentes pelo fogo

Queimadas na Amazônia causam problemas respiratórios e oculares na população do


Acre

A degradação da floresta está longe de ser a única consequência das queimadas na


Amazônia. Essa atividade tem um profundo impacto sobre a saúde dos habitantes da
região, como mostra um estudo da Universidade Federal do Acre (Ufac) que monitorou o
efeito das queimadas sobre a população de baixa renda em Rio Branco, capital do estado.
Os resultados são alarmantes: dentre os indivíduos analisados pelos pesquisadores, 90%
apresentavam doenças respiratórias ou oculares.

A poeira e a fuligem produzidas pelas queimadas prejudicam a saúde humana,


principalmente a da população de baixa renda e de idosos e crianças (foto: Univ. de Lancaster).

O impacto sobre a saúde humana se deve à poeira e à fuligem produzidas pelas


queimadas. Essas partículas suspensas no ar, especialmente as que podem passar através dos
pelos do nariz, chegam até os pulmões e causam uma série de doenças respiratórias, como
asma e bronquite. A poeira também irrita as mucosas dos olhos, que ficam constantemente
avermelhados.

Tatiane Leal
Ciência Hoje On-line
08/08/2008
Texto adaptado. Disponível em www.cienciahoje.uol.com.br. Acessado em 24/05/2012.

104 Asas da Florestania


BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 2 – AULA 07

Tema: Os nutrientes e o oxigênio


precisam chegar às células. Mas, como?

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Anatomia e fisiologia • Conhecer os componentes básicos do sistema
comparada dos sistemas respiratório.
respiratório e circulatório • Conhecer os componentes básicos do sistema
(cardiovascular): dos seres circulatório, bem como seu papel no organismo.
unicelulares à espécie
• Estudar, textos expositivos, tanto para aprender sobre
humana.
eles, quanto para aprender procedimentos de estudo.
• Discutir com outros leitores as interpretações geradas

por uma leitura.


• Fazer grifos ou anotações para selecionar o que é

principal e o que é secundário em um texto.


• Resumir o texto, a partir de informações mais

relevantes.
• Utilizar procedimentos eficazes de leitura para

compreender melhor o texto.

I. Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

Na aula passada, iniciamos nossos estudos acerca do sistema respiratório e, hoje,


daremos continuidade.

Para começarmos, que tal ler o texto que você escreveu na aula passada? Vamos lá,
mostre que você entendeu a relação entre os sistemas digestório e respiratório!

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min

Seu grupo conseguiu montar o modelo do sistema respiratório? Agora é hora de


apresentá-lo para a turma e o professor.

Ouça as orientações do professor e capriche na apresentação! Procure explicar com


detalhes como funciona o sistema respiratório.

III. Problematização – 20 min.

Vamos repetir a atividade física realizada na aula passada? Você também pode escolher
outra atividade. Combine com os colegas e o professor e vamos lá!

Segundo Ano
105
BIOLOGIA

Hoje, antes de realizar a atividade, você deverá contar e anotar, no caderno, o número
de seus batimentos cardíacos. Sabe como fazer? Se sim, ensine aos colegas!

Se não sabe, não tem problema. Observe a figura abaixo:

Disponível em www.revistaescola.abril.com.br. Acessado em 24/05/2012.

Para aferir os batimentos cardíacos, coloque o dedo indicador e médio sobre a lateral
do pescoço, um pouco abaixo da orelha, ou na parte interna do punho. Cronometre 15
segundos e conte os batimentos cardíacos.

Após o exercício, conte e anote novamente o número de batimentos cardíacos. Agora


multiplique os resultados obtidos por quatro, para obter a frequência cardíaca por minuto.

• Houve aumento dos batimentos cardíacos após a atividade? Por quê?

• Você viu na aula passada que todas as células do corpo precisam de nutrientes e
oxigênio para obter a energia que utilizamos nas atividades diárias. De que forma esses
nutrientes e o oxigênio chegam a cada uma dos trilhões de células do nosso corpo?

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Para a leitura do texto a seguir, sente-se com os colegas que construíram o modelo do
sistema respiratório junto com você.

Realize a leitura, procurando identificar, no modelo, os componentes do sistema


respiratório apresentados no texto. Você também deve testar o funcionamento do modelo a
partir da leitura realizada.

Boa leitura!

SISTEMA RESPIRATÓRIO HUMANO

Nossas células necessitam, enquanto vivas e desempenhando suas funções, de um


suprimento contínuo de oxigênio para que, num processo químico de respiração celular,
possam gerar a energia necessária para seu perfeito funcionamento e produção de trabalho.

106 Asas da Florestania


BIOLOGIA

O oxigênio existe em abundância em nossa atmosfera. E para captá-lo necessitamos de


nosso aparelho respiratório. Através deste, parte do oxigênio da atmosfera se difunde através
de uma membrana respiratória e atinge a nossa corrente sanguínea, é transportado pelo
nosso sangue e levado às diversas células presentes nos diversos tecidos. As células, depois
de utilizarem o oxigênio, liberam gás carbônico que, após ser transportado pela mesma
corrente sanguínea, é eliminado na atmosfera também pelo mesmo aparelho respiratório.

Durante a inspiração e a expiração, o ar passa por diversos e diferentes segmentos que


fazem parte do aparelho respiratório.

Disponível em www.alunosonline.com.br. Acessado em 24/05/2012.

Nariz: É o primeiro segmento por onde, de preferência, passa o ar durante a inspiração.


Ao passar pelo nariz, o ar é filtrado, umidificado e aquecido. Na impossibilidade eventual
da passagem do ar pelo nariz, tal passagem pode acontecer por um atalho, a boca. Mas,
infelizmente, quando isso acontece, o ar não sofre as importantes modificações descritas acima.

Faringe: Após a passagem pelo nariz, antes de atingir a laringe, o ar deve passar pela
faringe, segmento que também serve de passagem para os alimentos.

Laringe: Normalmente permite apenas a passagem de ar. Durante a deglutição de algum


alimento, uma pequena membrana (epiglote) obstrui a abertura da laringe, o que dificulta
a passagem de fragmentos para as vias respiratórias inferiores. Na laringe localizam-se
também as cordas vocais, responsáveis pela produção de nossa voz.

Segundo Ano
107
BIOLOGIA

Disponível em www.afh.bio.br. Acessado em 24/05/2012.

Traqueia: Pequeno tubo cartilaginoso que liga as vias respiratórias superiores às inferiores.

Brônquios: São numerosos e ramificam-se também numerosamente, como galhos de


árvore. Permitem a passagem do ar em direção aos alvéolos.

Disponível em www.infoescola.com. Acessado em 24/05/2012.

Bronquíolos: Mais delgados, estão entre os brônquios e os sacos alveolares, de onde


saem os alvéolos.

Por toda a mucosa respiratória, desde o nariz até os bronquíolos, existem numerosas
células ciliadas, com cílios móveis, e grande produção de muco. Tudo isso ajuda bastante
na constante limpeza do ar que flui através das vias respiratórias.

A cada ciclo respiratório que executamos, certo volume de ar entra e sai de nossas vias
respiratórias durante uma inspiração e uma expiração, respectivamente. Numa situação de
necessidade, podemos inspirar um volume muitas vezes maior, numa inspiração forçada

108 Asas da Florestania


BIOLOGIA

e profunda. Da mesma forma, se desejarmos, podemos expirar profundamente, além do


volume que normalmente expiramos em repouso, um maior volume de ar.

Mesmo após uma expiração profunda, um considerável volume de ar ainda permanece


no interior de nossas vias aéreas e de nossos alvéolos.

Regulação da Respiração

Quando executamos uma atividade física aumentada, nossas células produzem uma
quantidade bem maior de gás carbônico e consomem também quantidade bem maior de
oxigênio. Por isso devemos aumentar bastante nossa ventilação pulmonar, pois caso isso
não ocorra, pode nos levar a um estado de acidose. A acidose, se não tratada, pode nos
levar a um estado de coma e, posteriormente, à morte.

Tudo isso normalmente é evitado graças a um mecanismo automático que regula, a cada
momento, nossa respiração, de acordo com a nossa necessidade a cada instante.

No tronco cerebral, na base do cérebro, possuímos um conjunto de neurônios encarregados


de controlar a cada instante a nossa respiração: trata-se do Centro Respiratório.

Os sinais nervosos são transmitidos desse centro, através da coluna espinhal, para os
músculos da respiração. O mais importante músculo da respiração, o diafragma, recebe os
sinais respiratórios através de um nervo especial, o nervo frênico.
Texto adaptado. Disponível em www.algosobre.com.br. Acessado em 26/05/2012.

Disponível em www.afh.bio.br. Acessado em 24/05/2012.

A respiração ocorre em consequência do movimento periódico da musculatura do


diafragma e também de músculos que, interligados às costelas (músculos intercostais),
harmonizam uma alteração do volume torácico:

– Na situação de contração do diafragma (deslocando-se para baixo) e relaxamento


dos músculos intercostais (expansão das costelas), a cavidade torácica tem seu volume
aumentado, proporcionando uma baixa pressão no interior do pulmão, o que resulta na
entrada de ar (rico em oxigênio);

Segundo Ano
109
BIOLOGIA

– Na situação de relaxamento do diafragma (deslocamento para cima) e contração dos


músculos intercostais (retração das costelas), a cavidade torácica tem seu volume diminuído,
proporcionando uma alta pressão no interior do pulmão, resultando na saída de ar (rico em
gás carbônico).

Texto adaptado. Disponível em www.brasilescola.com. Acessado em 26/05/2012.

Atividade

1. Agora que você já leu e discutiu o texto com os colegas, registre o caminho que o
ar atmosférico percorre no aparelho respiratório humano, citando seus segmentos
anatômicos e explicando a diferença na composição do ar inspirado e expirado.

2. O que provoca a entrada e a saída de ar na respiração pulmonar? Explique.

110 Asas da Florestania


BIOLOGIA

3. Explique o mecanismo que nosso corpo usa para reconhecer a necessidade de mudar
o ritmo respiratório.

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min.

Nós vimos, na aula passada, que os sistemas digestório e respiratório precisam funcionar
em conjunto para que o nosso corpo obtenha a energia necessária para as atividades diárias.

Antes do intervalo, você discutiu com os colegas sobre o funcionamento do sistema


respiratório e pôde entender melhor como esse sistema funciona. Agora, releia o trecho
abaixo:

O oxigênio existe em abundância em nossa atmosfera. E para captá-lo necessitamos de nosso


aparelho respiratório. Através deste, parte do oxigênio da atmosfera se difunde através de
uma membrana respiratória e atinge a nossa corrente sanguínea, é transportado pelo nosso
sangue e levado às diversas células presentes nos diversos tecidos.

• Que outro sistema do corpo é indispensável para a obtenção de energia?

Para saber a resposta, leia os textos seguintes! Durante a leitura, grife as informações
principais.

Texto 1

Sistema Cardiovascular

A função básica do sistema cardiovascular é a de levar material nutritivo e oxigênio às


células. O sistema circulatório é um sistema fechado, sem comunicação com o exterior,
constituído por tubos, que são chamados vasos, e por uma bomba percussora que tem
como função impulsionar um líquido circulante de cor vermelha por toda a rede vascular.

Segundo Ano
111
BIOLOGIA

Disponível em www.ulbra-to.br. Acessado em 28/05/2012.

O sistema cardiovascular consiste no sangue, no coração e nos vasos sanguíneos. Para


que o sangue possa atingir as células corporais e trocar materiais com elas, ele deve ser,
constantemente, propelido ao longo dos vasos. O coração é a bomba que promove a
circulação de sangue por cerca de 100 mil quilômetros de vasos sanguíneos.

O sistema circulatório permite que algumas atividades sejam executadas com grande
eficiência:

• Transporte de gases: os pulmões, responsáveis pela obtenção de oxigênio e pela


eliminação de dióxido de carbono, comunicam-se com os demais tecidos do corpo
por meio do sangue.

• Transporte de nutrientes: no tubo digestivo, os nutrientes resultantes da digestão passam


através de um fino epitélio e alcançam o sangue. Por essa verdadeira "autoestrada",
os nutrientes são levados aos tecidos do corpo, nos quais se difundem para o líquido
intersticial que banha as células.

112 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 28/05/2012.

• Transporte de resíduos metabólicos: a atividade metabólica das células do corpo


origina resíduos, mas apenas alguns órgãos podem eliminá-los para o meio externo.
O transporte dessas substâncias, de onde são formadas até os órgãos de excreção, é
feito pelo sangue.

• Transporte de hormônios: hormônios são substâncias secretadas por certos tecidos,


distribuídas pelo sangue e capazes de modificar o funcionamento de outros órgãos
do corpo.

• Intercâmbio de materiais: algumas substâncias são produzidas ou armazenadas em


uma parte do corpo e utilizadas em outra parte.

• Transporte de calor: o sangue também é utilizado na distribuição homogênea de calor


pelas diversas partes do organismo, colaborando na manutenção de uma temperatura
adequada em todas as regiões; permite ainda levar calor até a superfície corporal,
onde pode ser dissipado.

• Distribuição de mecanismos de defesa: pelo sangue circulam anticorpos e células


fagocitárias, componentes da defesa contra agentes infecciosos.

• Coagulação sanguínea: pelo sangue circulam as plaquetas com função na coagulação


sanguínea. O sangue contém ainda fatores de coagulação, capazes de bloquear
eventuais vazamentos, em caso de rompimento de um vaso.
Texto adaptado. Disponível em www.ulbra-to.br. Acessado em 28/05/2012.

Segundo Ano
113
BIOLOGIA

Texto 2

Hematose

A hematose é o processo de trocas gasosas que ocorre nos capilares sanguíneos dos
alvéolos pulmonares através da difusão de gases: oxigênio e dióxido de carbono.

Devido a esse processo, mediando o sistema respiratório e o sistema circulatório, o sangue


venoso, concentrado em CO2 e convertido em sangue arterial rico em O2, é distribuído aos
tecidos do organismo para provimento das reações metabólicas das células.

Portanto, a difusão nos alvéolos pulmonares se estabelece por diferenças no gradiente de


concentração dos capilares, onde o CO2 difunde-se do sangue venoso em direção ao meio
externo, havendo a oxigenação do sangue a partir do mecanismo inverso com as moléculas
de oxigênio na cavidade pulmonar.

O gás oxigênio em maior concentração externa difunde-se no plasma sanguíneo em


direção às hemácias, combinando-se com a hemoglobina (proteína associada a íons de
ferro), passando a sangue arterial.

Dependendo do hábito de alguns vertebrados e até invertebrados, a hematose passa


a ocorrer em órgãos especializados dependendo da adaptação ao meio ambiente: nas
traqueias de borboletas (respiração aeróbia traqueal); nas brânquias de animais aquáticos
(respiração aeróbia branquial); e na cloaca de tartarugas (respiração aeróbia clocal).
Disponível em www.mundoeducacao.com.br. Acessado em 28/05/2012.

Atividade

1. Depois de ler os textos e grifar as informações principais, construa um resumo, no seu


caderno, a partir dessas informações.

114 Asas da Florestania


BIOLOGIA

2. De acordo com os textos, o sistema circulatório permite que algumas atividades


sejam executadas com grande eficiência. Que atividades executadas pelo sistema
circulatório estão diretamente relacionadas à obtenção de energia? Explique cada
uma dessas atividades.

3. Registre no espaço abaixo onde e como ocorre o processo de hematose no organismo


humano.

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

Na aula de hoje, vimos como os nutrientes e o oxigênio chegam às células para que
possamos ter energia para as nossas atividades.

Agora, auxilie o grupo responsável pela socialização de aprendizagens, falando sobre


o que você entendeu a respeito dos temas trabalhados e contribuindo para que todos
aprendam mais sobre esse assunto.

Segundo Ano
115
BIOLOGIA

VIII. Atividade complementar – 20 min.

1. (FUVEST) Observe o esquema:

Identifique:

a) o sistema representado no esquema.

b) os órgãos apontados pelas setas de um a quatro.

c) o detalhe representado em cinco.

d) o local das trocas gasosas

2. (VUNESP) Com relação à respiração dos mamíferos, responda:

a) Cite a sequência correta e ordenada das estruturas do aparelho respiratório humano


por onde passa o ar inspirado.

116 Asas da Florestania


BIOLOGIA

b) Explique o que é e dê a função do diafragma.

c) A faringe é um órgão comum a dois sistemas orgânicos. Quais são esses sistemas?

d) O que são alvéolos pulmonares? Qual a sua função?

e) A respiração pela boca é útil quando precisamos de mais oxigênio (durante um


exercício físico, por exemplo), porém é muito melhor respirarmos pelo nariz. Por quê?

3. (FUVEST) Que relação existe entre respiração pulmonar e respiração celular?

4. Esquematize o intestino delgado e sua relação com o sistema circulatório. Depois,


explique como os nutrientes chegam à corrente sanguínea.

Segundo Ano
117
BIOLOGIA

Para responder às questões abaixo, assinale a alternativa correta.

5. (UFRN-RN). 0 diafragma e os músculos intercostais têm participação ativa:

a) nos movimentos peristálticos

b) na deglutição

c) na diurese

d) na mastigação

e) na respiração

6. (FUVEST-SP) A obstrução dos bronquíolos impede que o oxigênio atinja:

a) a faringe

b) o esôfago

c) a laringe

d) a traqueia

e) os alvéolos

IX. Avaliação da aula – 15 min

Na aula passada, você escreveu um texto sobre os sistemas digestório e respiratório com
o seguinte título: Os sistemas trabalhando em conjunto.

Hoje, você deverá reescrever esse texto acrescentando informações acerca do sistema
circulatório e a forma como cada um desses sistemas se relaciona com os outros.

Capriche!

118 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Segundo Ano
119
BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 2 – AULA 08

Tema: Haja coração!

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Anatomia e fisiologia • Conhecer os componentes básicos do sistema
comparada do circulatório, bem como seu papel no organismo.
sistema circulatório • Utilizar procedimentos eficazes de leitura para
(cardiovascular): dos seres compreender melhor o texto.
unicelulares à espécie
• Estudar, textos expositivos, tanto para aprender sobre
humana.
eles, quanto para aprender procedimentos de estudo.
• Fazer anotações sobre cada parágrafo do texto lido,

por exemplo: escrever palavras-chave, elaborar títulos


e registrar comentários.

I. Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

Disponível em www.jornalacidade.com.br. Acessado em 24/05/2012.

Converse com os colegas e o professor sobre as questões abaixo:

• Você conhece alguém que tem problema cardíaco? Que tipo de problema é esse?

• O que as pessoas devem fazer para evitar os problemas cardíacos?

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

120 Asas da Florestania


BIOLOGIA

III. Problematização – 20 min.

Sente-se com um colega para discutir as questões abaixo.

Observe a imagem:

Disponível em www.whala.com.br. Acessado em 30/05/2012.

• O que está representado na imagem? Você já utilizou esse aparelho? Qual a sua
função?

• Imagine que a médica informa ao rapaz que sua pressão está 12 por 8. O que isso
quer dizer?

Segundo Ano
121
BIOLOGIA

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Leia o texto a seguir, fazendo anotações de palavras-chave ou pequenos comentários ao


lado de cada parágrafo.

Sistema circulatório

O coração, os vasos sanguíneos e o sangue formam o sistema cardiovascular ou


circulatório. A circulação do sangue permite o transporte e a distribuição de nutrientes,
gás oxigênio e hormônios para as células de vários órgãos. O sangue também transporta
resíduos do metabolismo para que possam ser eliminados do corpo.

O coração

O coração de uma pessoa tem o tamanho aproximado de sua mão fechada, e bombeia
o sangue para todo o corpo, sem parar; localiza-se no interior da cavidade torácica, entre
os dois pulmões.

Observe o esquema do coração humano; existem quatro cavidades:

• Átrio direito e átrio esquerdo, em sua parte superior;

• Ventrículo direito e ventrículo esquerdo, em sua parte inferior.

O sangue que entra no átrio direito passa para o ventrículo direito e o sangue que entra
no átrio esquerdo passa para o ventrículo esquerdo. Um átrio não se comunica com o outro
átrio, assim como um ventrículo não se comunica com o outro ventrículo. O sangue passa
do átrio direito para o ventrículo direito através da valva atrioventricular direita e passa do
átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através da valva atrioventricular esquerda.

122 Asas da Florestania


BIOLOGIA

O coração humano é um órgão basicamente constituído por três camadas:

• Pericárdio – é a membrana que reveste externamente o coração, como um saco. Esta


membrana propicia uma superfície lisa e escorregadia ao coração, facilitando seu
movimento ininterrupto;

• Endocárdio – é uma membrana que reveste a superfície interna das cavidades do


coração;

• Miocárdio – é o músculo responsável pelas contrações vigorosas e involuntárias do


coração; situa-se entre o pericárdio e o endocárdio.

Quando, por algum motivo, as artérias coronárias – ramificações da aorta – não


conseguem irrigar corretamente o miocárdio, pode ocorrer a morte (necrose) de células
musculares, o que caracteriza o infarto do miocárdio.

Existem três tipos básicos de vasos sanguíneos em nosso corpo: artérias, veias e capilares.

Artérias

As artérias são vasos de paredes relativamente espessas e musculares, que transportam


sangue do coração para os diversos tecidos do corpo. A maioria das artérias transporta
sangue oxigenado (rico em gás oxigênio), mas as artérias pulmonares transportam sangue
não oxigenado (pobre em gás oxigênio) do coração até os pulmões. A aorta é a artéria mais
calibrosa (de maior diâmetro) do corpo humano.
Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 30/05/2012.

Veias

As veias são vasos de paredes relativamente finas, que transportam sangue dos diversos
tecidos do corpo para o coração. A maioria das veias transporta sangue não oxigenado,
mas as veias pulmonares transportam sangue oxigenado dos pulmões para o coração. As
veias cavas superior e inferior são as mais calibrosas do corpo humano.

Segundo Ano
123
BIOLOGIA

No esquema abaixo você pode ver o caminho percorrido pelo sangue em nosso
corpo. Observe-o e acompanhe a explicação.

O sangue oxigenado é bombeado pelo ventrículo esquerdo do coração para o interior


da aorta. Essa artéria distribui o sangue oxigenado para todo o corpo, através de inúmeras
ramificações, como a artéria coronária, a artéria carótida e a artéria braquial.

Nos tecidos, o sangue libera gás oxigênio e absorve gás carbônico. O sangue
não oxigenado e rico em gás carbônico é transportado por veias diversas, que acabam
desembocando na veia cava superior e na veia cava inferior. Essas veias levam então o
sangue não oxigenado até o átrio direito. Deste, o sangue não oxigenado passa para o
ventrículo direito e daí é transportado até os pulmões pelas artérias pulmonares.

Nos pulmões, o sangue libera o gás carbônico e absorve o gás oxigênio captado do ambiente
pelo sistema respiratório. Esse fenômeno, em que o sangue é oxigenado, chama-se hematose.

Então, o sangue oxigenado retorna ao átrio esquerdo do coração, transportado pelas


veias pulmonares. Do átrio esquerdo, o sangue oxigenado passa para o ventrículo esquerdo
e daí é impulsionado para o interior da aorta, reiniciando o circuito.

124 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Num circuito completo pelo corpo, o sangue passa duas vezes pelo coração humano.

Nesse circuito, são reconhecidos dois tipos de circulação: a pequena circulação e a


grande circulação.

Pequena circulação- Também chamada circulação pulmonar, compreende o trajeto do


sangue desde o ventrículo direito até o átrio esquerdo. Nessa circulação, o sangue passa
pelos pulmões, onde é oxigenado.

Grande circulação- Também chamada de circulação sistêmica, compreende o trajeto


do sangue desde o ventrículo esquerdo até o átrio direito; nessa circulação, o sangue
oxigenado fornece gás oxigênio aos diversos tecidos do corpo, além de trazer ao coração o
sangue não oxigenado dos tecidos.

Pelo que foi descrito, e para facilitar a compreensão:

• A aorta transporta sangue oxigenado do ventrículo esquerdo do coração para os


diversos tecidos do corpo;

• as veias cavas (superior e inferior) transportam sangue não oxigenado dos tecidos do
corpo para o átrio direito do coração;

• as artérias pulmonares transportam sangue não oxigenado do ventrículo direito do


coração até os pulmões;

• as veias pulmonares transportam sangue oxigenado dos pulmões até o átrio esquerdo
do coração.

Observe que, pelo lado direito do nosso coração, só passa sangue não oxigenado e,
pelo lado esquerdo, só passa sangue oxigenado. Não ocorre, portanto, mistura de sangue
oxigenado com o não oxigenado.
Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 30/05/2012.

Vasos capilares

Os vasos capilares – muito finos (são microscópicos) e permeáveis – estão presentes nos
tecidos do corpo humano, cedendo nutrientes, gás oxigênio e hormônios às células. Além
disso, recolhem gás carbônico e resíduos do metabolismo celular.

Há capilares arteriais e capilares venosos. As artérias se ramificam sucessivamente,


formando vasos de calibres menores chamados arteríolas. Estas continuam se ramificando e
formam os capilares arteriais. Os capilares venosos, espalhados pelo nosso corpo, juntam-
se até formar vênulas. As vênulas vão se unificando até formar as veias. Assim, o sangue
circula em nosso organismo por um sistema fechado de vasos, pela continuidade dos
capilares venosos e arteriais nos tecidos.

Segundo Ano
125
BIOLOGIA

Como o coração funciona

Trabalhando como uma espécie de bomba, o coração se contrai e se dilata. Encostando


a orelha no peito de um colega, por exemplo, você deverá ouvir facilmente as batidas
do coração. A contração da musculatura do coração é chamada sístole, o relaxamento é
chamado diástole. Primeiro ocorre a sístole dos átrios: o sangue passa para os ventrículos.
Em seguida, ocorre a sístole dos ventrículos: o sangue é impelido para as artérias pulmonares
e para a aorta. Após a sístole, ocorre a diástole da musculatura cardíaca nos átrios e nos
ventrículos: os átrios se enchem de sangue e o processo da sístole recomeça.

Medindo a pressão arterial

Alternando-se ordenadamente, a sístole e a diástole são responsáveis pelo fluxo de


sangue dentro dos vasos sanguíneos.

A pressão arterial que se mede é a pressão exercida pelo sangue sobre as paredes da aorta
após ser lançado pelo ventrículo esquerdo. Ela é diferente na sístole e na diástole ventricular.

A pressão arterial máxima corresponde ao momento em que o ventrículo esquerdo


bombeia sangue para dentro da aorta e esta se distende. Já a pressão arterial mínima é a
que se verifica no final da diástole do ventrículo esquerdo.

A pressão arterial máxima corresponde a 120 mm de mercúrio, enquanto a pressão


arterial mínima corresponde a 80 mm de mercúrio. Estes são os valores normais para a
população. Daí falar-se em 120 por 80 ou 12 por 8 para a pressão normal.

Por meio de um aparelho chamado esfigmomanômetro, a pressão arterial pode ser


medida pelo médico ou profissional habilitado. O valor da pressão arterial é um dado
importante na avaliação das condições de saúde do sistema cardiovascular.

Sangue

Você já sabe que o sangue transporta nutrientes, gases respiratórios, hormônios e


resíduos do metabolismo. Embora o sangue pareça um líquido vermelho completamente
homogêneo, ao microscópio óptico podemos observar que ele é constituído basicamente
de: plasma, glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.

126 Asas da Florestania


BIOLOGIA

O plasma é a porção líquida do sangue, contém água (mais de 90%), proteínas e sais
minerais diversos, glicose e vitaminas, entre outras substâncias.

Os glóbulos vermelhos

Os glóbulos vermelhos são também denominados eritrócitos ou hemácias.

As hemácias são as mais numerosas células sanguíneas. A forma discoide e a concavidade


em ambos os lados garantem uma superfície relativamente grande para a captação e a
distribuição de gás oxigênio.

A cor vermelha das hemácias se deve à presença do pigmento hemoglobina. O gás


oxigênio se combina com a hemoglobina, formando a oxiemoglobina. Nos tecidos, essa
combinação é desfeita e o gás oxigênio passa para o interior das células. Assim, as hemácias
promovem o transporte e a distribuição de gás oxigênio para todas as partes do corpo.
Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. acessado em 30/05/2012.

Os glóbulos brancos

Os glóbulos brancos ou leucócitos são as células de defesa do organismo que destroem


os agentes estranhos, por exemplo, as bactérias, os vírus e as substâncias tóxicas que atacam
o nosso organismo e causam infecções ou outras doenças.

No sangue, há vários tipos de leucócitos, de diferentes formatos, tamanhos e formas de


núcleo. Eles são: neutrófilos, monócitos, basófilos, eusinófilos, linfócitos.

Segundo Ano
127
BIOLOGIA

Os leucócitos são maiores que as hemácias, no entanto a quantidade deles no sangue é


bem menor.
Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 31/05/2012.

As plaquetas

As plaquetas são fragmentos celulares bem menores que as células sanguíneas, ou seja,
menores que as hemácias e os leucócitos. As plaquetas atuam na coagulação do sangue.
Quando há um ferimento com rompimento do vaso sanguíneo, ocorre uma série de eventos
que impedem a perda de sangue.

A coagulação ou formação de coágulo se dá, quando filamentos, de uma proteína do


plasma transformada, formam uma espécie de rede e impedem a passagem do sangue.
O coágulo evita hemorragia, isto é, a perda de sangue que pode ocorrer na superfície
do corpo – por exemplo, na pele do braço ou da mão – ou nos órgãos internos, como
estômago e intestino. À medida que o vaso sanguíneo vai se cicatrizando, o coágulo seca e
é reabsorvido pelo organismo.

Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 31/05/2012.

128 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Atividade

1. (PUC-SP) O esquema abaixo é referente ao coração de um mamífero:

a) Que números indicam artérias e veias?

b) Que números indicam vasos por onde circulam sangue arterial e sangue venoso?

c) Que números indicam vasos que participam da circulação pulmonar e da circulação


sistêmica?

2. (UNESP – adaptada) O esquema a seguir apresenta o coração de um mamífero.


Baseando-se no esquema, responda:

Segundo Ano
129
BIOLOGIA

a) Quais os nomes dos vasos representados pelos números I e II? Registre na figura.

b) Qual é o destino do sangue que percorre esses vasos?

3. (UFPB) Em um exame médico de rotina, um jovem descobre que sua pressão arterial
é igual a 12/8 e que sua frequência de batimentos cardíacos é de 70 batimentos/
minuto. Qual o significado fisiológico do valor 12/8 obtido para a pressão arterial?

4. (Fuvest) A figura a seguir esquematiza o coração de um mamífero:

a) Em qual das câmaras do coração, identificadas por A, B, C e D, chega o sangue rico


em gás oxigênio?

b) Em qual dessas câmaras chega o sangue rico em gás carbônico?

c) Qual dos vasos, identificados por I, II, III e IV, leva sangue do coração para os pulmões?

130 Asas da Florestania


BIOLOGIA

d) Qual desses vasos traz sangue dos pulmões?

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min.

Antes do intervalo, você conheceu o sistema circulatório dos mamíferos, incluindo o


homem. E, nos outros animais, como é o sistema circulatório? Será que ele se diferencia
muito do humano? Para descobrir, leia o texto abaixo.

Estudo comparativo do sistema circulatório

Já foi dito que as células recebem materiais do meio e lançam para esse meio os produtos
do seu metabolismo.

A passagem dessas substâncias só é possível por estarem em solução aquosa, e por as


células, elas próprias, estarem banhadas por um meio líquido.

Este fato é verdadeiro mesmo para os animais mais complexos; todas as células estão
rodeadas por um líquido intersticial, com o qual estabelecem as trocas.

Nos animais mais simples, aquáticos e com poucas células, as trocas podem realizar-
se diretamente com o meio, o que se torna impossível com o aumento de tamanho e
complexidade.

Contrariamente às plantas, um animal fisicamente ativo deve ter um sistema de transporte


capaz de deslocar rapidamente grandes quantidades de substâncias, por duas razões:

• Músculos consomem grande quantidade de nutrientes e geram quantidade


correspondente de resíduos;

• Tecidos e órgãos não possuem a capacidade de sintetizar os seus próprios nutrientes,


necessitando de contínuo fornecimento.

Devido a estes tipos de dificuldade, surgiram ao longo da evolução animal sistemas


de transporte que garantem a chegada de nutrientes e oxigênio às células, bem como a
remoção de substâncias tóxicas resultantes do metabolismo.

Dada a simplicidade do corpo do cnidário, bem como o fato de ser aquático, não existe
um sistema de transporte especializado. Tanto a gastroderme como a epiderme estão
diretamente em contato com a água, sendo os nutrientes difundidos para todo o corpo

Segundo Ano
131
BIOLOGIA

com a ajuda de contrações da cavidade gastrovascular. Após a digestão intracelular, os


nutrientes difundem-se para todas as células. Oxigênio e resíduos metabólicos difundem-se
igualmente da e para a água, respectivamente.

Disponível em www.sites.google.com. Acessado em 31/05/2012.

A situação dos platelmintos é semelhante à dos cnidários, ocorrendo difusão direta de


nutrientes do tubo digestivo muito ramificado para as células e trocas de oxigênio e resíduos
metabólicos com a água. Existe um fluido circulatório que banha todos os órgãos, posto em
movimento pelas contrações do corpo, mas não existem canais circulatórios.

Disponível em www.static.infoescola.com. Acessado em 31/05/2012.

Nos anelídeos existe um sistema circulatório fechado, muito mais eficiente, pois todo o
percurso do sangue é feito dentro do sistema de vasos.

132 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Disponível em www.simbiotica.org. Acessado em 31/05/2012.

Existem dois vasos longitudinais principais, um dorsal (onde o sangue circula de trás para
frente) e outro ventral (onde o sangue circula da frente para trás), ligados por vasos laterais
de menor calibre com disposição circular em volta do tubo digestivo, que se ramificam em
redes de capilares ao nível de todos os órgãos e sob a pele, onde ocorrem as trocas com o
fluido intersticial ou ar.

O vaso dorsal funciona como coração, impulsionando o sangue com as suas contrações.
Na sua parte anterior, existem cinco a sete pares de corações laterais ou arcos aórticos (que
não são mais que vasos laterais com um revestimento muscular), que impulsionam o sangue
para o vaso ventral.

No caso dos artrópodes, existe um verdadeiro sistema circulatório, mas este é aberto:
não existe diferença entre o sangue e o fluido intersticial, pois o primeiro abandona os vasos
e acumula-se em lacunas no corpo. Por esse motivo, alguns biólogos designam este líquido
circulante como hemolinfa.

Disponível em www.simbiotica.org. Acessado em 31/05/2012.

Este sistema é composto por um vaso dorsal com câmaras contráteis – coração tubular -
na zona abdominal, que impulsionam o sangue para a aorta dorsal. O sangue passa então

Segundo Ano
133
BIOLOGIA

para uma série de cavidades designadas lacunas ou seios, cujo conjunto cheio de sangue se
designa hemocele. Neste tipo de sistema circulatório não existem capilares.

O coração tubular apresenta válvulas e orifícios laterais designados ostíolos, por onde o
sangue entra, vindo da hemocele, quando o coração está relaxado.

O movimento do sangue é também facilitado pelas contrações musculares do corpo e


apêndices. A presença de válvulas ou esfíncteres determina o sentido da circulação.

Nos artrópodes traqueados, a hemolinfa não transporta gases, pois estes são entregues
diretamente às células; nos artrópodes branquiados a hemolinfa proveniente da hemocele
passa pelas brânquias, onde é oxigenada.

Nos vertebrados, o sistema circulatório é fechado e apresenta um coração, realizando


o transporte de nutrientes, de gases respiratórios e hormônios, bem como a remoção dos
resíduos metabólicos, defesa do organismo e distribuição do calor metabólico. O coração é
sempre ventral, mas com número variável de cavidades e vasos a ele ligados. No entanto, é
comum que o sangue chegue aos átrios por veias, passe pelos ventrículos e saia do coração
por artérias, que se ramificam em arteríolas e capilares. Estes se reúnem em vênulas, que
convergem até formar as grandes veias e daí para o coração novamente.

Nos peixes existe um coração com duas cavidades, um átrio e um ventrículo.

Disponível em www.simbiotica.org. Acessado em 31/05/2012.

O sangue venoso do corpo penetra no átrio pelo seio venoso e sai do ventrículo pelo
cone arterial, dilatação inicial da aorta branquial, seguindo depois para as brânquias,
onde é oxigenado. Passa para a aorta dorsal, que se ramifica pelo corpo, regressando
posteriormente ao coração.

134 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Disponível em www.anacristinabioifes.wordpress.com. Acessado em 31/05/2012.

Assim, neste caso, apenas circula sangue venoso no coração, por onde passa uma única
vez – circulação simples.

O sangue passa por duas redes de capilares (branquial e dos órgãos), por isso o sangue
arterial que sai das brânquias circula lentamente e com baixa pressão.

Nos anfíbios, o coração tem três cavidades, dois átrios e um ventrículo.

Disponível em www.simbiotica.org. Acessado em 31/05/2012.

O sangue venoso chega ao coração pelo átrio direito, passa ao ventrículo e sai para os
pulmões pelo cone arterial e artéria pulmonar (também designada pulmocutânea), sendo
oxigenado pelos pulmões e pela pele. Regressa ao coração pela aurícula esquerda, vai
novamente ao ventrículo onde se mistura parcialmente com o sangue venoso e vai para
o corpo, novamente pelo cone arterial. A contração dessincronizada dos átrios evita uma

Segundo Ano
135
BIOLOGIA

mistura completa do sangue arterial e venoso no ventrículo único, bem como o fato do cone
arterial se dividir em duas vias de circulação.

Disponível em www.anacristinabioifes.wordpress.com. Acessado em 31/05/2012.

Neste caso, existe uma dupla circulação, uma pequena circulação ou pulmonar e uma
grande circulação ou sistêmica. O sangue passa duas vezes pelo coração, permitindo uma
velocidade e pressão elevadas após a oxigenação. No entanto, como existe a possibilidade
de mistura de sangue arterial e venoso, a circulação é incompleta.

Com exceção dos crocodilianos, o coração dos répteis apresenta três cavidades, dois
átrios e um ventrículo parcialmente separado por um septo incompleto.

A circulação é realizada de modo semelhante à dos anfíbios, sendo a mistura de sangue


minimizada pela diminuição de contração dos átrios e dos lados do ventrículo. O sangue
arterial da metade esquerda do coração passa para arcos sistêmicos. Por este motivo, a
circulação é dupla e incompleta.

136 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Disponível em www.anacristinabioifes.wordpress.com. Acessado em 31/05/2012.

As aves e os mamíferos têm coração com quatro cavidades, dois átrios e dois ventrículos,
sem possibilidade de mistura de sangue arterial e venoso. Por este motivo, estes animais
apresentam circulação completa, sendo a metade direita do coração atravessada
exclusivamente por sangue venoso e a esquerda por sangue arterial.

Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 31/05/2012.

Do ventrículo esquerdo o sangue passa para a aorta, que nas aves descreve a trajetória para
a direita e nos mamíferos para a esquerda. O sangue regressa ao coração pelas veias cavas.

Segundo Ano
137
BIOLOGIA

Disponível em www.anacristinabioifes.wordpress.com. Acessado em 31/05/2012.

Disponível em www.anacristinabioifes.wordpress.com. Acessado em 31/05/2012.

138 Asas da Florestania


BIOLOGIA

O fato de as células destes animais receberem um sangue mais oxigenado e com maior
pressão que as dos répteis ou anfíbios, faz com que apresentem uma maior capacidade
energética e permita a homeotermia.

Quadro resumo do sistema circulatório de alguns animais

Animal Habitat Sistema circulatório Órgão propulsor


Platelmintos Água doce – –
Anelídeos Água doce ou Fechado com sangue Arcos aórticos
terrestre
Insetos Terrestre Aberto com Vaso dorsal contrátil
hemolinfa com ostíolos
Peixes cartilaginosos Água salgada Fechado com sangue Coração com
2 cavidades
Peixes ósseos Aquático Fechado com sangue Coração com
2 cavidades
Anfíbios Água doce e terrestre Fechado com sangue Coração com
3 cavidades
Répteis Terrestre Fechado com sangue Coração com
3 cavidades
Aves Terrestre Fechado com sangue Coração com
4 cavidades
Mamíferos Terrestre Fechado com sangue Coração com
4 cavidades

Texto adaptado. Disponível em http://www.simbiotica.org/circulatorio.htm. Acessado em 31/05/2012.

Atividade

1. Escolha um animal da Floresta Amazônica que faça parte de um dos grupos


apresentados no texto. No espaço abaixo, desenhe o coração desse animal e, em
seguida, explique como funciona seu sistema circulatório.

Animal: _____________________________________________________________________

Segundo Ano
139
BIOLOGIA

2. (FUVEST) Analise os esquemas de circulação.

a) Onde ocorre circulação dupla e incompleta?

b) De que tipo é a circulação dos peixes?

c) Por que o sistema circulatório das aves e dos mamíferos é mais eficiente?

d) Qual o papel das artérias e veias no sistema circulatório sistêmico?

3. (UFPR) O sistema circulatório é um importante sistema de integração entre as diferentes


regiões de um organismo, em função do transporte de substâncias entre essas regiões.
Em relação ao sistema circulatório, responda:

140 Asas da Florestania


BIOLOGIA

a) Como os cnidários sobrevivem sem esse sistema?

b) Quais são as consequências, para os animais, da presença de um sistema circulatório


aberto? Dê um exemplo de animal com esse tipo de sistema.

c) Quais foram às tendências evolutivas relacionadas à circulação e ao coração dos


vertebrados?

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

VIII. Atividade complementar – 20 min.

1. (UFRJ/2007) O miocárdio (músculo cardíaco) dos mamíferos não entra em contato


direto com o sangue contido nas cavidades do coração. Nesses animais, o miocárdio é
irrigado por artérias denominadas coronárias. Em muitas doenças cardíacas, ocorre o
bloqueio (entupimento) das artérias coronárias, o que pode levar a lesões no miocárdio.
Uma abordagem experimental para o tratamento de bloqueios coronarianos, testada
com sucesso em animais, consiste em fazer minúsculos furos nas paredes internas do
ventrículo esquerdo.

Segundo Ano
141
BIOLOGIA

Por que esse tratamento é eficaz no caso do ventrículo esquerdo, mas não no caso do
ventrículo direito?

Para responder as questões abaixo, assinale a alternativa correta.

2. (UFSCar/2009) O sistema circulatório dos vertebrados mostra uma evolução ocorrida


entre os grandes grupos. Na maioria das espécies de cada grupo, há um padrão na
divisão das cavidades do coração. Isto pode ser confirmado na frase:

a) O coração dos peixes tem dois átrios e um ventrículo, ocorrendo a mistura do sangue
venoso com o sangue arterial nos primeiros.

b) O coração dos anfíbios tem dois átrios e um ventrículo, ocorrendo a mistura de sangue
venoso com o sangue arterial neste último.

c) O coração dos répteis tem dois átrios e um ventrículo, não ocorrendo mistura do
sangue venoso com o sangue arterial.

d) O coração dos répteis é igual ao das aves, ocorrendo em ambos mistura do sangue
venoso com sangue arterial.

e) O coração dos mamíferos apresenta dois átrios e dois ventrículos, parcialmente


separados, ocorrendo mistura do sangue venoso com o sangue arterial em pequena
escala.

3. (UFSCar/2004) Se pudéssemos marcar uma única hemácia do sangue de uma pessoa,


quando de sua passagem por um capilar sanguíneo do pé, e seguir seu trajeto pelo
corpo a partir dali, detectaríamos sua passagem, sucessivamente, pelo interior de:

a) artérias - veias - coração - artérias - pulmão - veias - capilares.

b) artérias - coração - veias - pulmão - veias - coração - artérias - capilares.

c) veias - artérias - coração - veias - pulmão - artérias - capilares.

d) veias - pulmão - artérias - coração - veias - pulmão - artérias - capilares.

e) veias - coração - artérias - pulmão - veias - coração - artérias - capilares.

142 Asas da Florestania


BIOLOGIA

4. (MACKENZIE) A figura a seguir mostra o coração de um mamífero.

Assinale a alternativa correta:

a) 3, 4 e 5 são artérias que levam o sangue do coração para outras partes do corpo.

b) 1, 2 e 5 são veias que trazem o sangue venoso do corpo para o coração.

c) 5 são veias que levam o sangue do coração para os pulmões.

d) 3 e 4 transportam o sangue arterial.

e) 4 é uma artéria que leva o sangue do coração para as demais partes do corpo.

5. (FUVEST) No coração dos mamíferos há passagem de sangue:

a) do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo;

b) do ventrículo direito para o átrio direito;

c) do ventrículo direito para o ventrículo esquerdo;

d) do átrio direito para o átrio esquerdo;

e) do átrio direito para o ventrículo esquerdo.

Segundo Ano
143
BIOLOGIA

IX. Avaliação da aula – 15 min.

Observe a figura abaixo.

Disponível em www.revistaescola.abril.com.br. Acessado em 01/06/2012.

Agora, elabore um texto explicativo para a figura. Capriche, mostre o que você aprendeu!

144 Asas da Florestania


BIOLOGIA

X. Para saber mais.

ALGUNS DISTÚRBIOS CARDÍACOS

Sopro no coração

É uma alteração no fluxo do sangue dentro do coração provocada por problemas em


uma ou mais válvulas cardíacas ou por lesões nas paredes das câmaras. Na maioria das
vezes, não existem sequelas. No entanto, quando o sopro é muito forte, decorrente de
lesões nas paredes das câmaras, ele certamente precisará ser tratado, pois um volume
considerável de sangue sem oxigênio irá se misturar com o sangue que já foi oxigenado.

Algumas pessoas já nascem com válvulas anormais. Outras vão apresentar esse tipo de
alteração por causa de males como a febre reumática, a insuficiência cardíaca e o infarto,
que podem modificar as válvulas.

Sintomas: Sopros são caracterizados por ruídos anormais, percebidos quando o


médico ausculta o peito e ouve um som semelhante ao de um fole. O problema pode ser
diagnosticado de maneira mais precisa pelo exame de ecocardiograma, que mostra o fluxo
sanguíneo dentro do coração.

Tratamento: Como existem várias causas possíveis, o médico precisa ver o que está
provocando o problema, antes de iniciar o tratamento — que vai desde simples medicamentos
até intervenções cirúrgicas para conserto ou substituição das válvulas, que poderão ser de
material biológico ou fabricadas a partir de ligas metálicas.

Prevenção: Não há uma maneira de prevenir o sopro. Mas existem formas de evitar que
ele se agrave. Para isso, é importante que você saiba se tem ou não o problema, realizando
exames de check-up.

Segundo Ano
145
BIOLOGIA

Infarto do miocárdio

É a morte de uma área do músculo cardíaco cujas células ficaram sem receber sangue
com oxigênio e nutrientes.

A interrupção do fluxo de sangue para o coração pode acontecer de várias maneiras.


A gordura vai se acumulando nas paredes das coronárias (artérias que irrigam o próprio
coração). Com o tempo, formam-se placas, impedindo que o sangue flua livremente. Então,
basta um espasmo — provocado pelo estresse — para que a passagem da circulação
se feche. Também pode ocorrer da placa crescer tanto que obstrui o caminho sanguíneo
completamente, ou seja, pode acontecer por entupimento - quando as placas de gordura
entopem completamente a artéria, o sangue não passa. Dessa forma, as células no trecho
que deixou de ser banhado pela circulação acabam morrendo. A interrupção da passagem
do sangue nas artérias coronárias também pode ocorrer devido à contração de uma artéria
parcialmente obstruída ou à formação de coágulos (trombose).

146 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Sintomas: O principal sinal é a dor muito forte no peito, que pode se irradiar pelo braço
esquerdo e pela região do estômago.

Prevenção: Evite o cigarro, o estresse, os alimentos ricos em colesterol e o sedentarismo,


que são os principais fatores de risco. Também não deixe de controlar a pressão arterial.

Tratamento: Em primeiro lugar, deve-se correr contra o relógio, procurando um


atendimento imediato — a área morta do músculo cresce feito uma bola de neve com
o passar do tempo. Se ficar grande demais, o coração não terá a menor chance de se
recuperar. Conforme a situação, os médicos podem optar pela angioplastia, em que um
catéter é introduzido no braço e levado até a coronária entupida. Ali, ele infla para eliminar
o obstáculo gorduroso. Outra saída é a cirurgia: os médicos constroem um desvio da área
infartada — a ponte — com um pedaço da veia safena da perna ou da artéria radial ou das
artérias mamárias.

Aterosclerose

Doença devida ao aparecimento, nas paredes das artérias, de depósitos contendo


principalmente LDL colesterol (“mau colesterol”), mas também pequenas quantidades de
fosfolipídios e gorduras neutras (placas de ateroma). No estágio inicial da aterosclerose
aparecem apenas depósitos gordurosos nas paredes dos vasos, mas nos estágios terminais os
vasos podem tornar-se extremamente fibróticos e contraídos, ou mesmo de consistência óssea
dura, caracterizando uma condição chamada arteriosclerose ou endurecimento das artérias.

Segundo Ano
147
BIOLOGIA

A aterosclerose muitas vezes causa oclusão coronária aguda, provocando infarto do


miocárdio ou "ataque cardíaco".

Prevenção: reduzir o peso e a ingestão de gorduras saturadas e colesterol (presente


apenas em alimentos de origem animal), parar de fumar, fazer exercícios físicos.

Arritmia

Toda vez que o coração sai do ritmo certo, diz-se que há uma arritmia. Ela ocorre tanto
em indivíduos saudáveis quanto em doentes. Várias doenças podem dispará-la, assim como
fatores emocionais — o estresse, por exemplo, é capaz de alterar o ritmo cardíaco.

Os batimentos perdem o compasso de diversas maneiras. A bradicardia ocorre, quando


o coração passa a bater menos de 60 vezes por minuto — então, pode ficar lento a ponto
de parar. Já na taquicardia chegam a acontecer mais de 100 batimentos nesse mesmo
período.

A agitação costuma fazê-lo tremer, paralisado, em vez de contrair e relaxar normalmente.


Às vezes surgem novos focos nervosos no músculo cardíaco, cada um dando uma ordem
para ele bater de um jeito. No caso, também pode surgir a parada cardíaca.

Sintomas: Na taquicardia, o principal sintoma é a palpitação. Nas bradicardias ocorrem


tonturas e até desmaios.

Tratamento: Em alguns casos, os médicos simplesmente receitam remédios. Em outros,


porém, é necessário apelar para a operação. Hoje os cirurgiões conseguem implantar no
coração um pequeno aparelho, o marca-passo, capaz de controlar os batimentos cardíacos.

Prevenção: Procure um médico ao sentir qualquer sintoma descrito acima. Além


disso, tente diminuir o estresse no seu dia-a-dia. Reduzir o peso e a ingestão de gorduras
saturadas e colesterol (presente apenas em alimentos de origem animal), parar de fumar,
fazer exercícios físicos.

Arteriosclerose ou Arterioesclerose

Processo de espessamento e endurecimento da parede das artérias, tirando-lhes a


elasticidade. Pode surgir como consequência da aterosclerose (estágios terminais) ou devido
ao tabagismo. O cigarro, além da nicotina responsável pela dependência, tem cerca de
80 substâncias cancerígenas e outras radioativas, com perigos genéticos. Investigações
epidemiológicas mostram que esse vício é responsável por 75% dos casos de bronquite
crônica e enfisema pulmonar, 80% dos casos de câncer do pulmão e 25% dos casos de
infarto do miocárdio. Além disso, segundo pesquisas, os fumantes têm risco entre 100%
e 800% maior de contrair infecções respiratórias bacterianas e viróticas, câncer da boca,
laringe, esôfago, pâncreas, rins, bexiga e colo do útero, como também doenças do sistema
circulatório, como arteriosclerose, aneurisma da aorta e problemas vasculares cerebrais.
A probabilidade de aparecimento desses distúrbios tem relação direta com o tempo do

148 Asas da Florestania


BIOLOGIA

vício e sua intensidade. O cigarro contrai as artérias coronárias e, ao mesmo tempo, excita
excessivamente o coração; também favorece a formação de placas de ateroma (aumento
de radicais livres).

Prevenção: Reduzir o peso e a ingestão de gorduras saturadas e colesterol, parar de


fumar, fazer exercícios físicos.

Hipertensão

O termo hipertensão significa pressão arterial alta. Caracteriza-se por uma pressão
sistólica superior a 14 cm de mercúrio (14 cmHg = 140 mmHg) e uma pressão diastólica
superior a 9 cm de mercúrio (9 cmHg ou 90 mmHg). A hipertensão pode romper os vasos
sanguíneos cerebrais (causando acidente vascular cerebral ou derrame), renais (causando
insuficiência renal) ou de outros órgãos vitais, causando cegueira, surdez etc. Pode também
determinar uma sobrecarga excessiva sobre o coração, causando sua falência.

Causas da hipertensão: o conceito mais moderno e aceito de hipertensão defende que


a doença não tem uma origem única, mas é fruto da associação de vários fatores, alguns
deles incontroláveis: hereditariedade, raça, sexo e idade. As causas se combinam, exercendo
ação recíproca e sinérgica.

Prevenção:

• dieta hipossódica (com pouco sal) e hipocalórica (sem excesso de calorias);

• redução de peso;

• prática de exercícios físicos aeróbicos (de baixa intensidade e longa duração) ou


isotônicos (com grande movimentação dos membros). Sedentários devem procurar
um cardiologista antes de iniciar qualquer tipo de exercício;

• dieta balanceada, rica em vegetais e frutas frescas e pobre em gorduras saturadas e


colesterol;

• medir periodicamente (a cada seis meses) a pressão arterial e tratar o diabetes (quando
for o caso);

• eliminar ou reduzir o fumo e, nos casos de mulheres hipertensas, eliminar o uso de


contraceptivos orais (são uma bomba para o coração, quando associados ao cigarro);

• reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas;

• consultar o médico regularmente.


Texto adaptado. Disponível em www.afh.bio.br. Acessado em 01/06/2012.

Segundo Ano
149
BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 2 – AULA 09

Tema: Sistema imunitário – um campo de batalha!

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Sistema imunitário. • Relacionar o sistema imunitário com as defesas do
organismo.
• Utilizar procedimentos eficazes de leitura para

compreender melhor o texto.


• Estudar, textos expositivos, tanto para aprender sobre

eles, quanto para aprender procedimentos de estudo.


• Fazer grifos ou anotações para selecionar o que é

principal e o que é secundário em um texto.

I. Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

Acre avança no controle da malária

Febre alta, calafrios, dores e cansaço. Sintomas comuns a tantas doenças, mas que não
enganam a muitos moradores do Acre. Aos primeiros sinais no corpo, eles já sabem: ela
chegou de novo.

Combater a malária na Amazônia, região que concentra mais de 90% dos casos da
doença no Brasil, pode parecer entrar em luta perdida. Mas não é. Apesar das condições
favoráveis ao mosquito, algumas medidas mostram que o esforço vale a pena.

Foi o que o Acre fez a partir de 2006, quando um surto de malária registrou 93.864
casos - 91% deles ocorreram nos municípios de Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio
Lima, região endêmica por conta da quantidade de igarapés, rios e açudes que concentra.

Os agentes de endemias que visitam casa por casa venceram a história da epidemia das
comunidades em que todos os moradores pegavam a doença. Isso agora é página virada,
é reconhecida internacionalmente, pois foi vencida com uma estratégia simples de muita
união e esforço. Vejam como as coisas simples podem mudar a realidade ao nosso redor, e
os mosquiteiros impregnados com inseticida são um exemplo disso.

Nos últimos anos, o Acre vem conseguindo resultados satisfatórios nas ações de controle
e combate à malária, fruto do trabalho conjunto dos governos federal, estadual, municipal
e comunidade. Entre os anos de 2006 e 2007 houve 48% de redução. De 2007 para 2008,
47%. De 2010 para 2011 o número de casos foi 37,9% menor. E se compararmos os anos
de 2006 (quando houve o surto de malária) com 2011, a redução dos casos da doença no
Acre é de 75,6%.

150 Asas da Florestania


BIOLOGIA

A malária é um desafio diário, porque a Amazônia favorece a proliferação do mosquito


vetor. Ela é uma doença essencialmente rural, mas hoje a história da malária no Acre é outra.

Reconhecimento internacional

A estratégia adotada pelo Acre trouxe resultados positivos e um reconhecimento


internacional. Em 2011, o governador Tião Viana e a secretária de Saúde, Suely Melo,
representaram o Brasil em Washington (EUA), no prêmio da Organização Pan-Americana
de Saúde (Opas). O Acre foi escolhido como a segunda melhor estratégia das Américas no
combate à doença. A metodologia usada no Estado foi elogiada e impressionou os demais
países por sua eficácia e atitudes simples, porém integradas.
Texto adaptado. Disponível em www.oriobranco.net. Acessado em 03/06/2012.

Discuta com os colegas e o professor as questões abaixo:

• Você conhece alguém que já teve malária?

• Como uma pessoa adquire a malária?

• Você acha que o nosso corpo tem mecanismos para nos proteger das doenças?

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

É hora de compartilhar o que foi feito como lição de casa. Confira suas respostas e, se
tiver alguma dúvida, não deixe de perguntar ao professor: esclareça-a!

III. Problematização – 20 min.

Sente-se com um colega para realizar a atividade abaixo.

1. Leia a manchete:

Acre - Surto de gripe ataca crianças em Rio Branco

Disponível em www.rondoniaovivo.com. Acessado em 04/06/2012.

• Por que, mesmo sem a ajuda de médicos e remédios, algumas doenças, como a
gripe, surgem e se vão?

Segundo Ano
151
BIOLOGIA

• E, por que algumas pessoas morrem com gripe?

2. Agora, analise a figura abaixo:

Disponível em www.revistaescola.abril.com.br. Acessado em 04/06/2012.

• Qual a relação entre a figura e as questões da atividade1?

• Elabore uma legenda explicativa para a figura.

152 Asas da Florestania


BIOLOGIA

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Leia o texto abaixo, utilizando a estratégia de grifar as informações que você considera
importantes.
Sistema Imunitário Humano

O sistema imunológico (também conhecido como sistema imunitário) é a defesa do


organismo contra organismos infecciosos e outros invasores. Através de uma série de passos,
o sistema imunitário ataca organismos e substâncias que invadem o corpo e causam a doença.

O sistema imunológico é composto de uma rede de células, tecidos e órgãos que


trabalham juntos para proteger o corpo. As células envolvidas são os glóbulos brancos ou
leucócitos, que aparecem em dois tipos básicos e se combinam para procurar e destruir
organismos causadores de doenças ou substâncias.

Os leucócitos são produzidos ou armazenados em vários locais do corpo, incluindo o


timo, baço e medula óssea. Por esta razão, eles são chamados de órgãos linfoides. Há
também grupos de tecido linfoide pelo corpo, principalmente em gânglios linfáticos, que
abrigam os leucócitos.

Disponível em www.biologia-ap.no.comunidades.net. Acessado em 03/06/2012.

Segundo Ano
153
BIOLOGIA

Os leucócitos circulam pelo corpo, entre os órgãos e gânglios, via vasos linfáticos e
vasos sanguíneos. Desta forma, o sistema imunitário funciona de forma coordenada para
defender o corpo de germes ou substâncias que possam causar problemas.

Os dois tipos básicos de leucócitos são os seguintes:

fagócitos, células que protegem dos organismos invasores através da digestão;

Disponível em www.infoescola.com. Acessado em 03/06/2012.

linfócitos, células que permitem ao corpo lembrar e reconhecer os invasores anteriores e


ajudam a destruí-los.

Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 03/06/2012.

154 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Um número de células diferentes é considerado como fagócitos. O tipo mais comum são
os neutrófilos, que lutam principalmente com bactérias. Se os médicos estão preocupados
com uma infecção bacteriana, eles podem requisitar um exame de sangue para ver se o
paciente tem um aumento do número de neutrófilos, causado pela infecção. Outros tipos de
fagócitos têm seus próprios postos de trabalho para se certificar de que o corpo responda
de forma adequada para um determinado tipo de invasor.

Disponível em www.mundoeducacao.com.br. Acessado em 03/06/2012.

Os dois tipos de linfócitos são os linfócitos B e linfócitos T. Linfócitos são formados na


medula óssea e ficam lá até amadurecerem como células B, ou partem para o timo, onde
amadurecem como células T.

Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 03/06/2012.

Segundo Ano
155
BIOLOGIA

Os linfócitos B e linfócitos T têm funções distintas: os linfócitos B são como o corpo militar
do sistema de inteligência, buscando as suas metas de defesas para bloquear o ataque
de invasores. As células T são como os soldados, destroem os invasores que o sistema de
inteligência identificou.

Como funciona o Sistema imunológico do nosso corpo?

Quando os antígenos (substâncias estranhas que invadem o corpo) são detectados, vários
tipos de células trabalham em conjunto para reconhecê-los e responder. Estas células acionam
os linfócitos B para produzir anticorpos, proteínas especializadas que travam os antígenos.

Uma vez produzidos, estes anticorpos continuam a existir no corpo de uma pessoa, de
modo que, se o mesmo antígeno é apresentado para o sistema imunológico mais uma vez,
os anticorpos já estão lá para fazer o seu trabalho. Assim, se alguém fica doente com uma
determinada doença, a pessoa geralmente não fica doente de novo.

Esta é também a forma como as imunizações previnem certas doenças. Uma imunização
introduz no corpo um antígeno numa maneira que não faz mal a ninguém, mas permite
que o organismo produza anticorpos que irão proteger a pessoa de futuros ataques com a
bactéria ou substância que produz a doença em questão.

Embora os anticorpos possam reconhecer um antígeno e bloqueá-lo, eles não são capazes
de destruí-lo sem ajuda. Essa é a função das células T, que são parte do sistema que destrói
os antígenos que foram marcados por anticorpos ou células que foram infectadas ou de
alguma forma alteradas (Algumas células T são realmente chamadas células “assassinas”).

Os anticorpos também podem neutralizar as toxinas (substâncias tóxicas ou nocivas),


produzidas por diferentes organismos. Por último, os anticorpos podem ativar um grupo de
proteínas, chamado complemento, que também fazem parte do sistema imunológico. O
complemento ajuda a matar as bactérias, vírus ou as células infectadas.

Todas essas células especializadas fazem parte do sistema imunológico do corpo, de


proteção contra a doença. Esta proteção é chamada de imunidade.

Imunidade

Os seres humanos têm três tipos de imunidade:

1. imunidade inata.

2. imunidade adaptável.

3. imunidade passiva.

Imunidade Inata

Todo mundo nasce com imunidade inata (ou natural), um tipo de proteção geral. Muitos
dos germes que afetam outras espécies não nos prejudicam. Por exemplo, o vírus que causa

156 Asas da Florestania


BIOLOGIA

leucemia em gatos ou em cães com cinomose não afeta os seres humanos. A imunidade
inata funciona nos dois sentidos, porque alguns vírus que fazem o homem doente, como o
vírus que provoca o HIV / AIDS, não afetam os gatos ou cães.

A imunidade inata inclui também as barreiras externas do corpo, como a pele e


membranas mucosas (como aquelas do nariz, da garganta e trato gastrointestinal), que
são a primeira linha de defesa na prevenção de doenças. Se esta parede externa defensiva
é quebrada (como através de um corte), a pele tenta curar a ruptura de forma rápida e as
células especiais do sistema imunológico atacam a pele combatendo os germes.

Imunidade adaptativa

O segundo tipo de proteção é a imunidade adaptativa (ou ativa), que se desenvolve ao


longo de nossa vida. A imunidade adaptativa envolve os linfócitos e desenvolve-se à medida
que as pessoas estão expostas a doenças ou imunizadas contra doenças através da vacinação.

Imunidade passiva

A imunidade passiva é “emprestada” de outra fonte e prolonga-se por um curto período


de tempo. Por exemplo, os anticorpos no leite de uma mãe fornecem a um bebê imunidade
temporária a doenças a que a mãe tenha sido exposta. Isso pode ajudar a proteger o bebê
contra uma infecção durante os primeiros anos da infância.

O sistema imunológico de cada pessoa é diferente. Algumas pessoas parecem nunca ter
infecções, enquanto outras parecem estar doentes o tempo todo. Como as pessoas envelhecem,
elas geralmente tornam-se imunes a mais germes do que o sistema imunológico entra em
contato com eles. É por isso que os adultos e os adolescentes tendem a ficar menos vezes
doentes; os seus corpos já aprenderam a reconhecer e atacar imediatamente muitos dos vírus.
Texto adaptado. Disponível em http://cuidadossaude.com.
Acessado em 03/06/2012.

Como foi a leitura? Você compreendeu o texto? Grifou as informações importantes?

Então, agora sente com mais três colegas e, a partir das informações grifadas por vocês,
construam 5 questões desafiadoras. Capriche, pois após o intervalo seu grupo participará
de um jogo de perguntas e respostas com os outros grupos!

V. Intervalo – 15 min.
Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min.


Vamos ao jogo? Seu grupo conseguiu elaborar as questões? Elas são desafiadoras?

Ouça as orientações do professor e divirta-se!

Segundo Ano
157
BIOLOGIA

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

Hoje, para a socialização das aprendizagens, você deverá escolher uma questão
construída por seu grupo e que mais compreendeu. Leia a questão para os colegas; caso
eles não saibam responder, você deverá responder e esclarecer as dúvidas.

Vamos lá, contribua para que todos aprendam mais sobre esse assunto!

VIII. Atividade complementar – 20 min.

1. Mais do que um simples ato de amor, a amamentação representa a maneira mais eficiente
e prática de alimentar e nutrir o filho. Levando em consideração o que você estudou sobre
o sistema imunológico, qual a importância da amamentação para o bebê?

2. O sistema imune é formado por vários órgãos, tecidos e células. Considerando este
sistema, cite:

a) a função do timo.

b) o nome da célula que produz anticorpos.

3. O que são os linfócitos?

4. Como os leucócitos agem contra os inimigos “invasores” do nosso corpo?

158 Asas da Florestania


BIOLOGIA

5. O que são os antígenos? E os anticorpos? Eles possuem a mesma função?

Para responder às questões abaixo, assinale a alternativa correta.

6. Leia o texto abaixo:

Acre consegue passar da meta de vacinação contra a gripe

A Coordenadoria Estadual de Imunização informou que o Estado conseguiu ultrapassar a


meta direcionada pelo Ministério da Saúde que é 80%. Em todo o Acre a vacinação chegou
a 83%. Foi o segundo Estado da Federação a alcançar a meta. Rio Branco chegou a 86%.

Para a Coordenação do programa, o alto índice de vacinação vai ajudar a reduzir as filas
nos postos de saúde e hospitais.
Texto adaptado. Disponível em www.agazeta.net. Acessado em 04/06/2012.

Para que esta meta fosse atingida, foi necessária a vacinação, que consiste em injetar no
organismo:

a) vírus ou bactérias vivas para provocar a doença de forma branda. O corpo, imunizado,
produzirá antígenos específicos.

b) um medicamento eficaz no combate à doença já instalada e que produza no corpo


uma reação para a fabricação de anticorpos específicos e resistentes.

c) vírus ou bactérias mortos ou atenuados que, reconhecidos pelo corpo como antígenos,
induzam a produção de anticorpos específicos.

d) o plasma, retirado de pessoas que já tiveram a doença, para que o corpo produza
antígenos e anticorpos específicos.

e) o soro obtido através do sangue de animais, como os cavalos, criados em laboratório


onde recebem grande quantidade de antígenos.

Segundo Ano
159
BIOLOGIA

7. A imunidade ativa pode ser:

I – transferida por meio de soros

II – conseguida pelo uso de vacinas

III – adquirida após infecção bacteriana

IV – adquirida após doenças virais

a) Somente a I está correta.

b) Somente a II e III estão corretas.

c) Somente a II está correta.

d) Somente a III e IV estão corretas.

e) Somente a II, III e IV estão corretas.

IX. Avaliação da aula – 15 min.

Dê uma nota de 1 a 10 para cada um dos itens da aula de hoje:

Aula 9 Itens avaliados 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10


Importância do tema
Atividades vivenciadas
Atuação do professor
Meu desempenho

Se você for sorteado, apresente sua avaliação ao grupo, argumentando sobre suas opiniões.

X. Para saber mais.

Distúrbios do sistema imunológico

Os distúrbios do sistema imunológico dividem-se em:

1. imunodeficiências (primária ou adquirida);

2. doenças autoimunes (em que o corpo do próprio sistema imunitário ataca o próprio
tecido como corpos estranhos);

3. doenças alérgicas;

4. cancros do sistema imunológico.

160 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Problemas de Imunodeficiência

As imunodeficiências ocorrem, quando uma parte do sistema imunológico não está


presente ou não está funcionando corretamente. Às vezes uma pessoa nasce com uma
imunodeficiência (conhecidas como imunodeficiências primárias), embora os sintomas da
doença podem não aparecer até mais tarde na vida. As imunodeficiências também podem
ser adquiridas através de infecção ou produzidas pelo uso de drogas (estas são chamadas
de imunodeficiências secundárias).

As imunodeficiências podem afetar os linfócitos B, linfócitos T ou fagócitos.

Exemplos de imunodeficiências primárias que podem afetar crianças e adolescentes são:

• deficiência de IgA é a imunodeficiência mais comum. A IgA é uma imunoglobulina


que é encontrada principalmente na saliva e outros fluidos corporais que ajudam
a proteger as entradas para o corpo. A deficiência de IgA é uma doença na qual o
organismo não produz o suficiente de anticorpo IgA. As pessoas com deficiência de
IgA tendem a ter alergias ou obter mais resfriados e outras infecções respiratórias,
mas a condição geralmente não é grave.

• A imunodeficiência combinada severa (SCID) é também conhecida como doença


do menino bolha. SCID é uma doença do sistema imunológico grave que ocorre
devido à falta de ambos os linfócitos B e T, o que torna quase impossível lutar contra
as infecções.

• Síndrome de DiGeorge (displasia tímica) é um defeito congênito em que as crianças


nascem sem uma glândula timo; é uma doença primária.

• Síndrome de Chediak-Higashi e doença granulomatosa crônica - ambas envolvem


a incapacidade dos neutrófilos de funcionar normalmente como fagócitos.

As imunodeficiências adquiridas (ou secundárias) geralmente desenvolvem-se depois de


alguém ter uma doença, embora possa também ser o resultado de desnutrição, queimaduras
ou outros problemas médicos. Alguns medicamentos também podem causar problemas
com o funcionamento do sistema imunológico.

Imunodeficiências adquiridas (ou secundária) incluem:

• HIV (vírus da imunodeficiência humana) / AIDS (Síndrome da Imunodeficiência


Adquirida) - é uma doença que destrói lenta e progressivamente o sistema imunológico.
É causada pelo HIV, um vírus que apaga certos tipos de linfócitos chamados células T
helper. Sem as células T, o sistema imune é incapaz de defender o organismo contra
organismos normalmente inofensivos, que podem causar infecções com risco de vida em
pessoas que têm AIDS. OS recém-nascidos podem adquirir a infecção pelo HIV das suas
mães, ainda no útero, durante o processo de nascimento ou durante a amamentação. As
pessoas podem adquirir a infecção pelo HIV por ter relações sexuais desprotegidas com
uma pessoa infectada ou pela partilha de agulhas para drogas, esteroides ou tatuagens.

Segundo Ano
161
BIOLOGIA

• Imunodeficiências causadas por medicamentos - alguns medicamentos suprimem


o sistema imunitário. Uma das desvantagens do tratamento de quimioterapia para
o câncer, por exemplo, é que ele não só ataca as células cancerosas, mas outras
de rápido crescimento, as células saudáveis, incluindo as encontradas na medula
óssea e em outras partes do sistema imunitário. Além disso, as pessoas com doenças
autoimunes ou que tiveram transplantes de órgãos podem precisar tomar medicamentos
imunossupressores, que também podem reduzir a capacidade do sistema imunológico
de combater infecções e causar imunodeficiência secundária.

Doenças autoimunes

Em doenças autoimunes, o sistema imunológico ataca por engano órgãos saudáveis do


corpo e tecidos como se fossem invasores estrangeiros.

• Lupus, uma doença crônica, marcada por dores musculares e nas articulações, além
de inflamação (a resposta imune anormal também pode envolver os ataques sobre os
rins e outros órgãos).

• Artrite reumatoide juvenil, uma doença na qual o sistema imunológico do corpo age
como se certas partes do corpo (como as articulações dos joelhos, mãos e pés) fossem
tecidos estranhos e os ataca.

• Esclerodermia, uma doença crônica autoimune que pode levar à inflamação e danos
da pele, articulações e órgãos internos.

• A espondilite anquilosante, uma doença que envolve a inflamação da coluna


vertebral e articulações, causando dor e rigidez.

• A dermatomiosite juvenil, uma doença marcada por inflamação e danos da pele e


dos músculos.

Doenças Alérgicas

As doenças alérgicas ocorrem quando o sistema imunológico reage demais à exposição


a antígenos do meio ambiente. As substâncias que provocam tais ataques são chamadas
alérgenos. A resposta imune pode causar sintomas como inchaço, lacrimejamento e espirros,
e até mesmo uma reação fatal chamada anafilaxia. Os medicamentos anti-histamínicos
podem aliviar a maioria dos sintomas.

• Asma, uma doença respiratória que pode causar problemas respiratórios,


frequentemente envolve uma resposta alérgica através dos pulmões. Se os pulmões
são muito sensíveis a determinados alérgenos (como o pólen, mofo, pelos de animais
ou ácaros do pó), pode provocar estreitamento desse órgão, levando à redução do
fluxo aéreo e tornando-se difícil para uma pessoa respirar.

• Eczema é uma erupção pruriginosa também conhecida como dermatite atópica.


Embora a dermatite atópica não seja necessariamente causada por uma reação
alérgica, mais frequentemente ocorre em crianças e adolescentes que sofrem de
alergias, febre do feno ou asma, ou que têm uma história familiar de tais condições.

162 Asas da Florestania


BIOLOGIA

• Alergias de vários tipos podem ocorrer em crianças e adolescentes. As alergias


ambientais (os ácaros da poeira, por exemplo), alergias sazonais (como febre do feno),
alergias a medicamentos (reações a medicamentos específicos ou drogas), alergia
alimentar (como a nozes) e alergias a toxinas (picadas de abelha, por exemplo) são as
condições comuns a que as pessoas geralmente se referem como alergias.

Cancros do Sistema Imunológico

O cancro ocorre, quando as células crescem fora de controle. Isso também pode
acontecer com as células do sistema imunológico. O Linfoma envolve o tecido linfoide e é
um dos cancros infantis mais comuns. A leucemia, que envolve o crescimento anormal de
leucócitos, é outro cancro comum na infância. Com medicamentos, na maioria dos casos,
os tipos de cancro em crianças e adolescentes são curáveis.
Texto adaptado. Disponível em www.cuidadossaude.com. Acessado em 03/06/2012.

Segundo Ano
163
BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 2 – AULA 10

Tema: O que já aprendi? O que ainda preciso aprender?

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• A classificação dos seres • Refletir sobre o processo de aprendizagem e sobre os
vivos e sua relação com avanços e dificuldades.
o desenvolvimento da • Avaliar as expectativas de aprendizagem indicadas para
ciência. o curso de Biologia, revisitando a Ficha para identificar
• Sistema de nomenclatura o que aprendeu e o que precisa ainda melhorar.
binomial. • Revisar os conteúdos trabalhados até a presente aula

• Anatomia e fisiologia

comparada do sistema
digestório: dos seres
unicelulares à espécie
humana.
• Metabolismo.

• Anatomia e fisiologia

comparada dos sistemas


respiratório e circulatório
(cardiovascular): dos seres
unicelulares à espécie
humana.
• Sistema imunitário.

I. Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

Disponível em www.walkiriaroque.files.wordpress.com. Acessado em 26/06/2012.

Converse com os colegas e o professor acerca das questões abaixo:

• Você está gostando de estudar Biologia?

• Dos conteúdos trabalhados até essa aula, qual você mais gostou? Por quê?

• O que você já aprendeu?

• O que você ainda não entendeu?

164 Asas da Florestania


BIOLOGIA

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

III. Problematização – 20 min

Hoje, chegamos à metade do curso. Através das atividades realizadas durante as aulas,
muitas informações foram trocadas entre você, seus colegas e o professor. Por isso, é hora
de rever o percurso de aprendizagem para checar se ainda há algum conteúdo que não foi
bem entendido.

Veja o esquema a seguir que representa os modos de nutrição dos seres vivos. No
caderno, coloque em um esquema como este (ou crie outro que julgue melhor) os principais
conceitos trabalhados até hoje. Capriche, mostre o que você sabe!

Disponível em www.vsites.unb.br. Acessado em 26/06/2012.

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Na primeira aula do curso, você conheceu as expectativas de aprendizagem propostas


para o segundo ano. Para avaliar o que você já sabe e o que ainda precisa melhorar, é
preciso voltar à ficha apresentada e refletir sobre as expectativas propostas.

Leia novamente cada expectativa de aprendizagem e verifique seus avanços e dificuldades.


Caso ache necessário, altere a numeração que você deu anteriormente.

Segundo Ano
165
BIOLOGIA

Atenção! Não faça a atividade com pressa. Agora, é hora de refletir sobre seu processo
de aprendizagem para que o professor possa ajudá-lo a avançar.

Em seguida, registre, numa folha de caderno, aquelas expectativas de aprendizagem


que você marcou 1 na ficha e entregue o registro ao professor. Isso irá ajudá-lo a conhecer
melhor o que você já sabe e o que ainda precisa aprender.

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min

Revisão

1. Quais são os reinos em que os seres vivos estão classificados? Dê exemplos de


representantes desses reinos.

2. Cite quatro regras de Nomenclatura Científica dos seres vivos.

3. O que significa a nomenclatura binária, no sistema de classificação criado por Lineu?

166 Asas da Florestania


BIOLOGIA

4. Qual é a vantagem de se dar nomes científicos aos seres vivos?

5. Com relação ao sistema digestório humano, responda:

a) Quais são os segmentos do tubo digestivo humano, desde a entrada do alimento até
a eliminação dos detritos fecais?

b) Quais são as glândulas anexas ao tubo digestivo humano?

c) Explique o que ocorre com os alimentos ao longo do tubo digestivo, indicando os


sucos digestivos e as enzimas que atuam sobre eles.

6. A evolução nos animais acabou por permitir que o movimento dos alimentos se fizesse
num só sentido e, consequentemente, que as suas transformações se sucedessem em
cadeia, o que tornou a digestão mais fácil e eficiente. Evolutivamente, em que grupo
de seres vivos ocorreu primeiro esse processo digestivo?

7. Observe o trecho seguinte: “Os seres vivos dependem da luz solar, direta ou indiretamente...
Um fluxo constante de materiais passa dos seres autotróficos, produtores, para os seres
heterotróficos, consumidores, que aproveitam a matéria e a energia armazenada nos
organismos de que se alimentam como combustível para o corpo”.

Segundo Ano
167
BIOLOGIA

No trecho “Os seres vivos dependem da luz solar, direta ou indiretamente...” quais
organismos poderíamos dizer que dependem INDIRETAMENTE da luz solar? Cite as razões
que o levaram a sua resposta.

8. Algumas reações fragmentam moléculas orgânicas complexas e ricas em energia,


originando moléculas mais simples e pobres em energia como dióxido de carbono,
água e amônia. Como são chamadas essas reações? E o processo inverso dessas
reações, como é chamado?

9. Que relação existe entre respiração pulmonar e respiração celular? Explique.

10. Observe o esquema abaixo e identifique os órgãos apontados pelas setas de um a oito.

Disponível em www.tudoquevocefazconta.files.wordpress.com. Acessado em 26/06/2012.

168 Asas da Florestania


BIOLOGIA

11. O esquema abaixo representa o coração humano.

Disponível em www.djalmasantos.files.wordpress.com. Acessado em 26/06/2012.

a) O que está representado pelos números de um a quatro?

b) Pinte de verde as artérias e de marrom as veias.

c) Faça setas indicando os vasos por onde circula sangue rico em oxigênio e marque
com um X aqueles onde circula sangue pobre em oxigênio.

d) Circule os vasos que participam da circulação pulmonar e marque com um asterisco


aqueles que participam da circulação sistêmica.

12. A reação do corpo humano a doenças infectocontagiosas é influenciada pelo sistema


imunológico. Explique como o sistema imunológico funciona na defesa do organismo.

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

Este é o momento de você verificar o que ainda precisa aprender ou aprofundar mais
em relação aos conteúdos trabalhados até aqui. O professor, com a ajuda do grupo de
socialização, possibilitará a você e seus colegas uma troca de ideias sobre as respostas
dadas na atividade de revisão.

Não deixe de esclarecer as suas dúvidas com o professor!

Segundo Ano
169
BIOLOGIA

VIII. Atividade complementar – 20 min.

Para casa, você deverá estudar todo o conteúdo, mais uma vez. Algumas dicas:

• Reveja os procedimentos de estudo.

• Leia todos os textos oferecidos para a leitura.

• Reveja as atividades realizadas.

• Se houver possibilidade, consulte outros livros sobre os conteúdos das aulas.

• Registre suas dúvidas para esclarecê-las com o professor.

IX. Avaliação da aula – 15 min.

Como você avalia sua aprendizagem até a aula de hoje?

A aula de hoje ajudou a esclarecer suas dúvidas?

Reflita sobre essas questões e registre no espaço abaixo suas conclusões.

170 Asas da Florestania


BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 3 – AULA 11

Tema: Podemos ficar sem urinar?

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Anatomia e fisiologia • Conhecer a estrutura do néfron, compreendendo como
comparada do sistema ocorre a filtração do sangue e a formação da urina.
urinário. • Compreender a evolução do sistema urinário e sua

relação com a evolução das espécies.


• Utilizar procedimentos eficazes de leitura para

compreender melhor o texto.


• Discutir com outros leitores as interpretações geradas

por uma leitura.


• Estudar, textos expositivos, tanto para aprender sobre

eles, quanto para aprender procedimentos de estudo.


• Fazer grifos ou anotações para selecionar o que é

principal e o que é secundário em um texto.


• Resumir o texto, a partir de informações mais

relevantes.

I. Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

Leia o texto abaixo:

Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 14/07/2012.

Agora, converse com o professor e os colegas sobre as questões abaixo:

Segundo Ano
171
BIOLOGIA

• Você conhece alguém que já teve pedra nos rins? O que essa pessoa sentia?

• Você sabe a causa das pedras nos rins?

Que tal saber mais sobre esse problema? Então, vamos ler o texto abaixo!

O que é Pedra nos Rins

Um dos problemas mais comuns na Urologia é conhecido popularmente como "pedra no


rim". Outro nome muito utilizado para esta formação é cálculo renal. Um cálculo renal pode
localizar-se nos rins, ureteres (canais que ligam os rins à bexiga) ou na bexiga. Na medicina,
estas formações possuem ainda outros nomes como litíase, cálculo urinário, calculose urinária
ou nefrolitíase. Pedra no rim é uma deposição que se cristaliza e forma uma pedra dentro dos
rins, a qual pode se locomover por todo o trato urinário juntamente com a urina. Uma pedra
no rim é formada a partir de uma matriz orgânica e um material cristalino – cristais (cálcio,
ácido úrico, amônia, magnésio) que vão se agregando com o passar do tempo. Os cálculos
menores em alguns casos acabam percorrendo as vias urinárias excretoras e sendo eliminados
com a urina, sem causar sintomas. Mas, inúmeros são os casos em que o cálculo causa
sintomas. Estes sintomas não estão diretamente relacionados com o tamanho do cálculo como
muitos pensam. Não é o cálculo maior que necessariamente dá maior dor, mas sim o seu
formato. Em geral cálculos renais são cheios de espículas que ao se deslocarem machucam
os tecidos por onde passam, levando a dores intensas com ou sem sangramento na urina.

Estudiosos apontam várias causas para a formação dos cálculos renais. O principal deles
seria uma disfunção no metabolismo que acaba inibindo algumas substâncias e produzindo
outras em excesso. Outros fatores que podem ocasionar a formação dos cálculos renais são:
herança genética, problemas de funcionamento do sistema urinário e infecções.

O número, tamanho, forma e cor das pedras nos rins são bastante variáveis. Algumas pessoas
só têm uma pedra, enquanto outras têm diversas. Da mesma forma, as pedras podem variar
de tamanho, iniciando com 1mm (tamanho de um grão de areia), podendo chegar até 20cm.

A fotografia acima mostra diversos tipos de cálculos renais, com vários tamanhos, formas e cores.

172 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Usualmente, o primeiro sintoma de um cálculo renal é uma dor intensa. A dor começa
subitamente quando a pedra se move no trato urinário, causando irritação e obstrução.
Tipicamente, a pessoa sente uma dor aguda no dorso ou abdômen inferior. Pode ocorrer
palpitação, náusea e vômito. Mais tarde, a dor pode chegar até a virilha.
Texto adaptado. Disponível em www.pedranorim.com.br. Acessado em 19/07/2012.

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

III. Problematização – 20 min.

Junte-se a um colega e discuta com ele as questões abaixo:

• O que aconteceria se ficássemos um longo período de dias sem urinar?

• O que é e como se forma a urina?

Será que seus colegas sabem o mesmo que você? Ouça as orientações do professor para
saber o que eles pensam!

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Para a leitura do texto abaixo, utilize a estratégia de grifar as informações principais.

O sistema urinário

Os nossos tecidos, que recebem do sangue as substâncias nutritivas, abandonam no


sangue aqueles compostos químicos tóxicos que neles se formam como resultado do
complexo fenômeno da nutrição. Tais substâncias são danosas e devem ser eliminadas
para não intoxicar o organismo e pôr a vida em perigo. A maior parte desses produtos é
eliminada por trabalho do aparelho urinário; somente uma parte mínima é eliminada pelas
glândulas sudoríparas mediante o suor.

O aparelho urinário tem a tarefa de separar do sangue as substâncias nocivas e de


eliminá-las sob a forma de urina.

Juntamente com as substâncias de rejeição, o aparelho urinário filtra e elimina também


água. A eliminação de água é necessária seja porque as substâncias de rejeição estão
dissolvidas no plasma, que é constituído, na sua maior parte, de água, seja porque também
a quantidade de água presente no sangue e nos tecidos deve ser mantida constante.

A água entra no organismo com os alimentos e as bebidas; em parte se forma no próprio


organismo por efeito das reações químicas que aí têm lugar. Depois de ter realizado as suas
importantes funções, a água deve ser eliminada: como antes tinha servido de veículo às
substâncias nutritivas, agora serve de veículo às substâncias de rejeição.

Segundo Ano
173
BIOLOGIA

O nosso sangue contém muitas substâncias de que não necessitamos e algumas podem
mesmo ser perigosas - água em excesso, sais minerais, células mortas ou alteradas e
resíduos das atividades celulares. Por isso têm de ser eliminadas.

Como é constituído o sistema urinário?

Os componentes do sistema urinário são: dois rins, dois ureteres, a bexiga urinária
e a uretra. Os rins são os principais órgãos do sistema urinário. Situados na cavidade
abdominal, na região lombar, um de cada lado da coluna vertebral e rodeados por um
tecido gorduroso, os rins são órgãos em forma de feijão, de cor vermelha escura. Têm
o tamanho de um ovo de galinha, medindo cerca de 11 cm de comprimento e 6 cm de
largura. O lado côncavo está voltado para a coluna vertebral e é por esse lado que entram
e saem os vasos sanguíneos, do qual a artéria renal e a veia renal são os mais importantes.

Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 19/07/2012.

Os rins extraem os produtos residuais do sangue através de milhões de pequenos filtros,


denominados néfrons, que são a unidade funcional dos rins. Cada néfron apresenta duas
partes principais: a cápsula glomerular (ou cápsula de Bowman) e os túbulos renais. Os
túbulos renais são identificados como túbulo contorcido proximal, alça néfrica (alça de
Henle) e túbulo contorcido distal. No interior da cápsula glomerular penetra uma arteríola
(ramificação da artéria renal) que se ramifica, formando um emaranhado de capilares
chamado glomérulo renal. A cápsula glomerular continua no túbulo contorcido proximal,
que se prolonga em uma alça em forma de U chamada alça néfrica. Dessa alça segue outro
túbulo contorcido, o distal.

174 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Disponível em www.infoescola.com. Acessado em 19/07/2012.

A urina se forma nos néfrons basicamente em duas etapas: a filtração glomerular e a


reabsorção renal. É na cápsula glomerular que ocorre a filtração glomerular, que consiste
no extravasamento de parte do plasma sanguíneo do glomérulo renal para a cápsula
glomerular. O líquido extravasado é chamado filtrado. Esse filtrado contém substâncias
úteis ao organismo, como água, glicose, vitaminas, aminoácidos e sais minerais diversos.
Mas contém também substâncias tóxicas ou inúteis ao organismo, como a ureia e o ácido
úrico. Da cápsula glomerular, o filtrado passa para os túbulos renais. O processo em que
há o retorno ao sangue das substâncias úteis ao organismo presentes no filtrado é chamado
reabsorção renal e ocorre nos túbulos renais. Essas substâncias úteis que retornam ao
sangue são retiradas do filtro pelas células dos túbulos renais. Daí passam para os vasos
capilares sanguíneos que envolvem esses túbulos.

Dos néfrons, os resíduos recolhidos são enviados através dos ureteres para a bexiga. Os
ureteres são dois tubos musculosos e elásticos, que saem um de cada um dos rins e vão para
a bexiga. A bexiga é um saco musculado, muito elástico, com um comprimento aproximado
de 30 cm, onde a urina (resíduos filtrados) é acumulada. Este reservatório está ligado a um
canal - a uretra - que se abre no exterior pelo meato urinário, e a sua base está rodeada
pelo esfíncter uretral, que pode permanecer fechado e resistir à vontade de urinar. Válvulas
existentes entre os ureteres e a bexiga impedem o retrocesso da urina.
Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 19/07/2012.

Mas o que é a urina?

A urina é um líquido transparente, amarelado, formado nos rins e que transporta


produtos residuais do metabolismo até o exterior do organismo. Ela é constituída por 95%
de água, na qual a ureia, toxinas e sais minerais, como o cloro, o magnésio, o potássio, o

Segundo Ano
175
BIOLOGIA

sódio, o cálcio, entre outros (que formam os restantes 5%), estão dissolvidos. Também pode
conter substâncias comuns, utilizadas frequentemente pelo organismo, mas como estão em
excesso, o corpo tem que se livrar delas.

Os néfrons estão sempre funcionando?

Sim, a sua atividade é contínua e permanente. Mais de 1000 litros de sangue passam
através dos rins diariamente, o que significa que eles filtram todo o sangue do nosso
organismo várias vezes por dia (porque no nosso corpo existem apenas 5 litros de sangue).
Num período de 24 horas os néfrons produzem cerca de 180 litros de urina, mas, em
média, cada pessoa só excreta cerca de 1,5 litros por dia.

Então, para onde é que vão os litros restantes de urina que os rins produzem?

É verdade que se forma uma quantidade muito maior de urina do que a que realmente
é expulsa, ou seja, nem tudo o que sai da corrente sanguínea vai parar o exterior do corpo.
Se os rins diariamente produzem 180 litros de urina, mas apenas são responsáveis pela
excreção de 1,5 litros, isto significa que 178,5 litros têm um destino diferente.

Quando o sangue é filtrado, muitas coisas que passam para os rins fazem falta no organismo.
Por isso, existem mecanismos para que esses produtos não se percam. É o mecanismo designado
por reabsorção, que permite que grande parte da água que sai do sangue (cerca de 99%) não
chegue a integrar a urina. Se excretássemos todos os litros de urina que se formam, imagine a
quantidade de água que não teríamos de beber todos os dias para não morrermos desidratados.
É uma questão de conservação do conteúdo hídrico do corpo.
Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 19/07/2012.

Agora, a partir das informações que você grifou, faça um resumo sobre o sistema urinário,
no seu caderno.

Atividade

1. (FUVEST) Observe o esquema do néfron do rim humano:

176 Asas da Florestania


BIOLOGIA

a) O processo de formação da urina se passa em duas fases: filtração e reabsorção. Em


que partes do néfron ocorrem essas fases?

b) Por que na urina normal não aparecem proteínas?

c) Para onde vão as substâncias úteis absorvidas?

d) Qual o caminho seguido pelo fluído filtrado que se transforma em urina?

2. (PUC-SP) Em relação à excreção humana responda:

a) Quais são os órgãos do aparelho renal humano?

b) Quais são as estruturas microscópicas dos rins responsáveis pela filtração e regulação
da composição química do sangue?

c) Qual é a composição normal da urina humana?

d) Quais os principais processos que ocorrem, respectivamente, no glomérulo localizado


na cápsula de Bowman e no túbulo do néfron?

e) Cite uma substância orgânica filtrada que será reabsorvida pelo sangue e dê o nome
da principal substância tóxica que será filtrada e posteriormente eliminada pela urina.

Segundo Ano
177
BIOLOGIA

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min.

Antes do intervalo, você conheceu como funciona o sistema urinário humano. Será que nos
outros animais o sistema urinário funciona da mesma forma? Para descobrir, leia o texto seguinte.

Sistema excretor

Como já vimos, as formas de vida mais simples realizam as suas trocas diretamente
com o meio, enquanto os seres mais complexos utilizam o sangue e outros fluidos como
intermediários.

A maioria dos animais apresenta sistemas excretores eficientes, que contribuem também
para a manutenção da composição do meio interno, ajustando a quantidade de sais e
outras substâncias.

No metabolismo celular são produzidos resíduos que devem se eliminados. Alguns,


como o CO2, são liberados pelas superfícies respiratórias, mas os resíduos nitrogenados
devem ser retirados pelos sistemas excretores. A estes cabe igualmente a tarefa de gestão
do conteúdo hídrico do corpo.

Nos seres unicelulares ou multicelulares simples, os resíduos nitrogenados são liberados


para o meio por difusão através da superfície do corpo. Nos animais complexos, a reduzida
razão área/volume impede essa solução, surgindo sistemas especializados nessa função.

Todos os sistemas excretores realizam três processos fundamentais:

• Filtração – filtração seletiva dos fluidos corporais através de membranas, condicionada


ao tamanho das moléculas, para que moléculas úteis sejam filtradas;

• Reabsorção – regresso ao meio interno, nas quantidades adequadas, de substâncias


anteriormente filtradas, mas úteis ao organismo;

• Secreção – secreção ativa de substâncias dos fluidos corporais para zonas do sistema
já consideradas meio externo.

Pode-se, portanto, concluir que os produtos excretados incluem moléculas tóxicas e


moléculas em excesso no organismo.

Os produtos nitrogenados podem ser eliminados de diversas formas, dependendo do


animal e do meio em que vive:

178 Asas da Florestania


BIOLOGIA

• Amônia – do metabolismo dos aminoácidos resulta amoníaco (NH3), que ao reagir


com a água origina o íon amônia (NH4+). Este íon é muito solúvel na água, por
isso sua excreção implica perda significativa de água pelo organismo. Assim, esta
excreção é típica de animais aquáticos, onde a perda de água não é problema;

• Ácido úrico – em animais terrestres a perda de água é perigosa, mas a amônia é


muito tóxica para ser armazenada. Deste modo, répteis, aves e insetos transformam-
na no fígado (com gasto de energia) em ácido úrico, menos tóxico e insolúvel (por isso
não tem implicações osmóticas). Este será removido do sangue pelos rins e excretado
juntamente com as fezes, numa forma quase seca;

• Ureia – também formada no fígado (com gasto de energia) a partir da amônia, é o


modo encontrado pelos mamíferos, peixes cartilaginosos e anfíbios para reduzir a
toxicidade e a solubilidade dos resíduos nitrogenados. Também é retirada dos fluidos
pelos rins e excretada sob a forma de urina.

Estudo comparativo do sistema excretor

Dada a importância deste tipo de sistema, até mesmo os animais invertebrados


apresentam, embora sejam geralmente tubulares e simples.

Por causa de sua reduzida espessura, os cnidários não apresentam sistema excretor,
assim, a remoção de amônia é feita por difusão direta.

Os platelmintos possuem sistema excretor sob a forma de nefrídios (tubos simples


abertos para o exterior por poros excretores). Por conta da simplicidade destes tubos, são
igualmente designados protonefrídios e geralmente distribuem-se por todo o corpo, embora
em algumas espécies possam existir apenas um ou dois pares.

Disponível em www.files.biologiasoberana.webnode.com.br. Acessado em 06/08/2012.

Segundo Ano
179
BIOLOGIA

Cada túbulo termina em fundo de saco alargado com uma célula-flama terminal
especializada em recolher dos fluidos corporais os resíduos, geralmente sob a forma de
amônia. A designação de célula-flama deriva da presença de um ou mais cílios, cujo
batimento permanente faz lembrar uma chama e cria um ligeiro vácuo na extremidade
fechada do protonefrídio. As moléculas de pequenas dimensões dos fluidos corporais
atravessam as membranas permeáveis da extremidade do tubo, sendo as maiores retidas.

Estes resíduos são, depois, empurrados pelos tubos para o exterior pelo batimento dos
cílios, saindo pelo nefridióporo (poro excretor) na parede do corpo do animal.

Como existe um sistema circulatório fechado, nos anelídeos há uma associação íntima
entre este sistema e o excretor, neste caso formado por metanefrídios.

Estes órgãos especializados na excreção são formados por um tubo aberto nas duas
extremidades e mais ou menos enrolado, dependendo do ambiente em que o animal vive
(quanto mais seco, mais longo e enrolado para reabsorver o máximo de água). A extremidade
mais interna abre na cavidade celomática através de um funil ciliado – nefróstoma – e a
extremidade externa abre na parede do corpo por um poro excretor ou nefridióporo.

Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 06/08/2012.

Cada segmento contém um par de metanefrídeos que recolhem resíduos do segmento


anterior, envolvidos por capilares que reabsorvem as substâncias úteis. As excreções,
principalmente amônia, são armazenadas temporariamente numa zona do tubo designada
bexiga, que é esvaziada regularmente. A urina é diluída, compensando a entrada de água
por osmose pela pele fina (no caso dos anelídeos clitelados, como as minhocas).

Nos insetos e outros artrópodes terrestres com sistema circulatório aberto, a excreção
é feita por túbulos de Malpighi. Estas estruturas localizam-se na parte posterior do corpo,
ligadas ao tubo digestivo na zona de transição entre o intestino médio e posterior, podendo
existir apenas um par ou algumas centenas.

180 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Figura adaptada. Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 06/08/2012.

A extremidade livre do tubo é fechada e está mergulhada na hemocele, ocorrendo a


filtração através da sua parede. As células da parede do tubo transportam ativamente
ácido úrico, íons potássio e sódio, entre outros, da hemolinfa para o seu interior. Devido ao
aumento de pressão osmótica dentro do tubo, a água é também recolhida.

O filtrado é, depois, conduzido ao reto com a ajuda das paredes musculosas dos tubos,
onde parte dos sais é reabsorvida e, também, devido ao gradiente osmótico criado, a água.
O ácido úrico restante precipita devido à diferença de pH que ocorre ao longo do tubo (é cada
vez mais básico, à medida que se aproxima do reto), sendo eliminado com as fezes, numa
pasta quase seca, muito eficiente do ponto de vista de regulação hídrica em meio seco.

Apesar da variedade de animais incluídos nos vertebrados, bem como a variedade de meios
em que vivem, o sistema excretor é semelhante e composto por rins. Estes são órgãos compactos,
cuja unidade funcional é o néfron, tubos excretores associados a capilares sanguíneos.

Os néfrons revelam um gradual aumento de complexidade ao longo da evolução do


grupo, desde os peixes aos mamíferos.

Quadro resumo da excreção em alguns grupos

Animal Habitat Produto de excreção Órgãos excretores


Platelmintos Água doce Amônia Protonefrídios com
células flama
Anelídeos Água doce ou Amônia Metanefrídios
terrestre
Insetos Terrestre Ácido úrico Túbulos de Malpighi
Peixes cartilaginosos Água salgada Ureia Rins mesonefros
Peixes ósseos Água salgada Amônia Rins mesonefros e
brânquias
Água doce Amônia Rins mesonefros

Segundo Ano
181
BIOLOGIA

Animal Habitat Produto de excreção Órgãos excretores


Anfíbios Água doce ou Amônia ou ureia Rins mesonefros e
terrestre pele
Répteis e Aves Água salgada Ureia e ácido úrico Rins metanefros
Terrestre Ácido úrico Rins metanefros
Mamíferos Água salgada Ureia Rins metanefros
Terrestre Ureia Rins metanefros

Texto adaptado. Disponível em www.curlygirl.no.sapo.pt. Acessado em 06/08/2012.

Disponível em www..bp.blogspot.com. Acessado em 06/08/2012.

Atividade

1. (FUVEST) Com relação à excreção, responda:

a) Quais os principais produtos de excreção nitrogenada dos animais?

b) Qual desses produtos indica uma adaptação ao ambiente terrestre? Por quê?

182 Asas da Florestania


BIOLOGIA

2. (Fuvest) Considere a seguinte tabela que indica produtos da excreção de duas espécies,
X e Y, de vertebrados.

Espécie X Espécie Y
Amônia 20 – 25 6
Ureia 20 – 25 20 – 30
Ácido úrico 5 50

a) Quais os prováveis habitats das espécies X e Y? Por quê?

b) A que grupos de vertebrados podem pertencer a espécie X?

c) A que grupos de vertebrados podem pertencer a espécie Y?

3. Qual grupo animal invertebrado produz, normalmente, grandes quantidades de ácido


úrico?

4. Qual a explicação fisiológica para os animais terrestres produzirem ácido úrico em


grandes quantidades?

Segundo Ano
183
BIOLOGIA

5. A degradação dos aminoácidos ingeridos na alimentação gera como subproduto a


amônia. Nos mamíferos, a amônia é transformada em ureia. Onde ocorre o processo
de transformação da amônia em ureia?

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

No Bloco 1, você construiu um resumo a parti da leitura do texto. Que tal apresentar
para os colegas seu resumo? Então, ouça as orientações do professor para saber como você
deverá apresentar seu resumo.

VIII. Atividade complementar – 20 min.

1. Observe o esquema do sistema urinário abaixo:

Disponível em www.singularjunior.com.br. Acessado em 06/08/2012.

Quais os nomes e as funções dos órgãos dos números correspondentes no esquema


acima?

184 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Para responder às questões abaixo, assinale a alternativa correta.

2. O filtrado glomerular percorrerá, sequencialmente, no néfron, os seguintes


componentes:

a) cápsula de Bowman - túbulo contorcido proximal - alça de Henle - túbulo contorcido


distal

b) cápsula de Bowman - túbulo contorcido proximal - alça de Henle - túbulo coletor.

c) glomérulo - alça de Henle - túbulo contorcido proximal - túbulo coletor.

d) glomérulo - túbulo coletor - alça de Henle - túbulo contorcido proximal.

e) túbulo contorcido proximal - cápsula de Bowman - alça de Henle - túbulo contorcido


distal.

3. Cada ureter conduz a urina:

a) do rim à bexiga.

b) da bexiga ao meio externo.

c) da bexiga ao rim.

d) do bacinete aos cálices.

e) dos cálices aos bacinetes.

4. O sangue deve passar por um processo de filtração, na cápsula de Bowman. Logo


após, esse líquido circula através de estruturas, em que ocorrem outros processos
de reabsorção e secreção de substâncias, modificando muito a composição final do
filtrado. Esses ocorrem, particularmente:

a) nas células hepáticas.

b) nas ilhotas de Langerhans.

c) nos néfrons.

d) nas microvilosidades intestinais.

e) na medula óssea.

5. Na formação da urina em mamíferos, a filtração do sangue ocorre:

a) nos corpúsculos renais.

b) na alça de Henle.

c) no túbulo contorcido proximal.

Segundo Ano
185
BIOLOGIA

d) na bexiga urinária.

e) no túbulo contorcido distal.

6. A respeito da fisiologia e organização do sistema urinário, analise as afirmativas a


seguir.

I. A produção de urina ocorre na bexiga urinária.

II. A urina proveniente dos rins é acumulada nos ureteres.

III. Os ureteres conectam os rins à bexiga urinária.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

IX. Avaliação da aula – 15 min.

Imagine que você pode se comunicar com os cientistas que pesquisaram e descreveram o
funcionamento do sistema urinário dos animais. Escreva um resumo do que você aprendeu
na aula de hoje para enviar para eles, explicando também o que mais gostaria de saber
sobre esse assunto.

186 Asas da Florestania


BIOLOGIA

X. Para saber mais.

Infecção Urinária

Causas da doença

A infecção do trato urinário (ITU) é uma infecção bacteriana que afeta qualquer parte
do trato urinário. Ela acomete principalmente as mulheres, pois estas, diferentemente dos
homens, possuem a uretra mais curta, permitindo que as bactérias tenham um acesso mais
fácil à bexiga.

A maior parte das infecções urinárias é causada pelas bactérias Escherichia coli (E. coli),
que atuam de forma benéfica no trato intestinal, mas, quando em contato com o sistema
urinário, tornam-se nocivas e causam bastante sofrimento ao paciente.

Tipos

Há dois tipos de infecção do trato urinário. O tipo mais comum é conhecido como
cistite (infecção da bexiga urinária), o outro tipo de ITU é a pielonefrite (infecção renal), e
é o mais grave.

Sintomas

Os principais sintomas da cistite são dor ou ardor ao urinar, necessidade frequente de


urinar com pouca eliminação de urina, dor na uretra, dor na pélvis, algumas vezes pode
apresentar febre baixa e a presença de sangue na urina. Na pielonefrite os sintomas mais
comumente apresentados costumam ser dores nas costas na altura dos rins, febre alta,
calafrios e náuseas.

Segundo Ano
187
BIOLOGIA

Tratamento

O tratamento deve ser indicado pelo médico após confirmação diagnóstica. Neste caso,
somente o médico é quem poderá indicar a medicação correta e a duração do tratamento.
É muito importante que o tempo de tratamento seja respeitado e seguido, mesmo após o
desaparecimento dos sintomas.

Existem algumas medidas importantes que podem prevenir as infecções do trato urinário,
tais como:

- Cuidados com a higiene pessoal.

- Evitar transportar as bactérias da região anal para a uretra, para isso, as meninas
devem ser orientadas desde cedo a fazer a higiene da frente para trás sempre que usarem
o banheiro.

- Lavar as mãos antes e após utilizar o banheiro.

- No banho, as mulheres e meninas devem lavar-se sempre na direção da frente para trás.

- Durante o período menstrual, os absorventes devem ser trocados várias vezes, pois o
sangue menstrual é um meio de proliferação de bactérias.

- Ingerir bastante água, pelo menos 2 litros por dia.

- Não reter a urina por longos períodos, o ideal é urinar a cada duas ou três horas.

- Para mulheres que sofrem de ITU após atividade sexual, recomenda-se ingerir água
antes e depois da relação, para que, após o ato, esvaziem a bexiga o quanto antes. Com
este procedimento simples, as bactérias que podem ter entrado na uretra são expelidas.
Texto adaptado. Disponível em www.todabiologia.com. Acessado em 06/08/2012.

188 Asas da Florestania


BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 3 – AULA 12

Tema: Hormônios provocam maremotos

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Anatomia e fisiologia • Conhecer os principais componentes do sistema
comparada da reprodução nervoso e sua relação com a reprodução humana.
e do sistema nervoso. • Utilizar procedimentos eficazes de leitura para

compreender melhor o texto.


• Discutir com outros leitores as interpretações geradas

por uma leitura.


• Estudar, textos expositivos, tanto para aprender sobre

eles, quanto para aprender procedimentos de estudo.


• Elaborar e anotar perguntas sobre o conteúdo do texto.

I. Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

Disponível em www..bp.blogspot.com. Acessado em 06/08/2012.

Converse com os colegas e o professor sobre as questões abaixo:

• Você sabe o que é TPM?

• O que causa a TPM?

• O que sentem as mulheres com TPM?

Agora, vamos ler o texto abaixo para conhecer melhor a TPM.

Segundo Ano
189
BIOLOGIA

TPM: como reduzir os efeitos da tensão pré-menstrual?

Tensão Pré-Menstrual (TPM) é uma condição de difícil identificação. Seus sintomas são
muitos e variam de uma mulher para outra.

A TPM é classificada como uma síndrome, já que é um conjunto de sintomas que aparecem
na segunda fase do ciclo menstrual (de uma a duas semanas antes da menstruação) e
desaparecem nos primeiros dias do início do ciclo menstrual (geralmente de dois a três dias
após o início da menstruação).

Alterações do humor, mamas doloridas, compulsão por comer certos alimentos


(principalmente doces), fadiga, irritabilidade e depressão estão entre os sintomas mais comuns
da TPM. A maioria das mulheres apresenta certo desconforto antes da menstruação, mas
aquelas com TPM sentem os sintomas atrapalharem o seu dia-a-dia em casa e no trabalho.

A causa exata da síndrome pré-menstrual não é conhecida, mas muitos fatores podem
contribuir para esta condição. Mudanças cíclicas nos níveis hormonais parecem contribuir
para o seu aparecimento, pois os sinais6 e sintomas2 da síndrome1 mudam com as
flutuações hormonais e desaparecem com a gravidez7 e a menopausa8.

Mudanças químicas no cérebro podem também estar envolvidas. Alterações nos níveis
de serotonina, um neurotransmissor cerebral que se acredita participar das alterações
do estado de humor, podem desencadear alguns sintomas2. Quantidade insuficiente
de serotonina pode contribuir para a redução do prazer e do bem-estar, depressão pré-
menstrual, sensação de fadiga5, compulsão alimentar e alterações do sono.

Estresse ou problemas psicológicos não causam a TPM, mas eles podem colaborar para
piorar os sintomas da síndrome pré-menstrual.

A mulher pode controlar ou algumas vezes reduzir os sintomas da síndrome pré-menstrual


fazendo modificações nos seus hábitos alimentares, nas suas atividades físicas e em suas
atividades diárias.

O tratamento para TPM será sempre individualizado, de acordo com os sintomas. Pode ser
necessário usar mais de um tipo de tratamento diferente para saber qual deles funciona melhor.

O sucesso das medicações varia de mulher para mulher. Muitas vezes as medicações
não são necessárias. Mudanças no estilo de vida e nas atividades físicas rotineiras podem
aliviar muito os sintomas. Existem também medicamentos para a TPM que não precisam de
prescrição médica. Outros só são vendidos com a retenção do receituário médico. O melhor
é sempre receber a orientação de um especialista para tratar a TPM.
Texto adaptado. Disponível em www.abc.med.br. Acessado em 06/08/2012.

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

190 Asas da Florestania


BIOLOGIA

III. Problematização – 20 min.

Junte-se a um colega e leia o texto abaixo:

Não Vou Me Adaptar


Nando Reis

Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia


Eu não encho mais a casa de alegria
Os anos se passaram enquanto eu dormia
E quem eu queria bem me esquecia

Será que eu falei o que ninguém ouvia?


Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar

Eu não tenho mais a cara que eu tinha


No espelho essa cara já não é minha
É que quando eu me toquei achei tão estranho
A minha barba estava deste tamanho

Será que eu falei o que ninguém ouvia?


Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar
Não vou me adaptar!
Me adaptar!

Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia


Eu não encho mais a casa de alegria
Os anos se passaram enquanto eu dormia
E quem eu queria bem me esquecia

Será que eu falei o que ninguém ouvia?


Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar
Não vou me adaptar!
Não vou!

Eu não tenho mais a cara que eu tinha


No espelho essa cara já não é minha
Mas é que quando eu me toquei achei tão estranho
A minha barba estava deste tamanho

Será que eu falei o que ninguém ouvia?


Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar
Não vou!

Não vou me adaptar! Eu não vou me adaptar!


Não vou! Me adaptar!...

Disponível em www.letras.mus.br. Acessado em 06/08/2012.

Segundo Ano
191
BIOLOGIA

Agora, discuta com o colega as questões a seguir:

• Que mudanças ocorreram no seu corpo até hoje?

• Quando essas mudanças começaram a ocorrer?

• Por que ocorrem essas mudanças no nosso corpo?

• Existem diferenças entre o que ocorre no corpo de meninos e meninas?

• Além das mudanças externas, também ocorrem mudanças internas ao corpo?

• Quem coordena as mudanças que ocorrem no nosso corpo?

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Nesse bloco de atividades, você deverá estudar o texto a seguir, elaborar e anotar
questões sobre o conteúdo do texto.

Para iniciar, você deverá fazer uma primeira leitura do texto individualmente, procurando
compreender seu conteúdo.

Em seguida, junte-se a um colega e discuta com ele o texto. Não se preocupe em esclarecer
todas as dúvidas nesse momento, pois o próximo bloco será dedicado ao entendimento do texto.

Agora que você já discutiu com o colega, elabore junto com ele questões sobre o conteúdo
do texto e anote no caderno. Capriche, pois após o intervalo você irá participar de um jogo!

Origem da puberdade

As transformações físicas e funcionais que constituem a puberdade dependem de um


complexo mecanismo hormonal que, a determinado momento, como se fosse desencadeado
por um relógio biológico, se ativa de forma espontânea.

Início da puberdade

A puberdade desencadeia-se a partir de um complexo mecanismo neuro-hormonal que


tem como "maestro" o hipotálamo, uma estrutura nervosa localizada na base do cérebro
que constitui uma autêntica ponte entre o sistema nervoso central e o sistema endócrino:
por um lado, mantém inúmeras ligações com o encéfalo e abriga os centros que regulam
funções tão destacadas como os sonhos, a temperatura corporal, a sede ou o apetite; por
outro lado, produz hormônios que controlam a função da hipófise, a glândula que comanda
a atividade do sistema endócrino.

192 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 06/08/2012.

A partir de condicionantes genéticos próprios da espécie humana, começa a funcionar o que


se chama de "relógio biológico", que induz a produção de determinados fatores hormonais que
atuam sobre a hipófise e estimulam, nesta glândula, a secreção de hormônios responsáveis,
direta ou indiretamente, pelas modificações orgânicas constituintes da puberdade.

Hormônios e puberdade

As primeiras alterações na atividade do sistema endócrino, que anunciam o iminente início


da puberdade, acontecem nas glândulas suprarrenais: sob o estímulo do eixo hipotálamo-
hipofisário, aumenta a produção suprarrenal de andrógenos, hormônios anabolizantes e
com efeitos virilizantes presentes nos dois sexos e que, apesar de numa primeira etapa
não ocasionarem alterações físicas visíveis, acabam por estimular o crescimento corporal,
ativar o funcionamento tanto das glândulas sebáceas como das sudoríparas e determinar o
aparecimento de pelos púbicos e axilares.

Mais destacada, ainda assim, é outra alteração na função do hipotálamo: esta


estrutura também começa a produzir o denominado fator hipotalâmico liberador de
gonadotrofinas, abreviadamente LH/FSH-RH, uma substância hormonal que atua sobre
a hipófise e, como o seu nome indica, induz a produção de gonadotrofinas: o hormônio
estimulante folicular (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), também denominado hormônio
estimulante das células intersticiais (ICSH). Estes hormônios atuam sobre as gônadas,
induzindo, por um lado, a produção de hormônios sexuais e, por outro, a maturação das
células germinativas. Assim, nos indivíduos de sexo masculino, ativam-se, nos testículos,
a produção de testosterona e o início da espermatogênese, e nos do sexo feminino,
ativam-se, nos ovários, a secreção de estrogênios e, posteriormente, a maturação cíclica
de óvulos. São precisamente os referidos hormônios sexuais, a testosterona nos homens
e os estrogênios nas mulheres, as substâncias responsáveis pelo desenvolvimento dos
caracteres sexuais secundários que caracterizam a puberdade.

Segundo Ano
193
BIOLOGIA

É também nesta época, sob o estímulo do hipotálamo, que a hipófise aumenta a produção
de hormônio de crescimento, conhecido também como somatotropina, que exerce uma
ação anabolizante sobre o organismo e, entre os seus efeitos mais importantes, determina
o aumento do volume dos ossos e da massa muscular, provocando o típico aumento de
tamanho e de peso corporal durante a puberdade.

Idade do inicio e duração da puberdade

Em termos gerais, a puberdade começa entre os 9 e os 13 anos de idade e prolonga-se,


em média, durante quatro anos, embora as alterações físicas e, sobretudo, a maturação
psicológica que acompanha as alterações corporais apenas se completem uns anos depois.
Ainda assim, é importante destacar que, como é habitual na generalidade dos processos
biológicos, tanto o momento do seu início como a sua duração variam em função das
características individuais e, às vezes, também influenciadas por condicionantes ambientais.

A questão que mais preocupa os pais e, muitas vezes, também os jovens é se a puberdade
tem início na idade que devia.

Entre as mulheres, a primeira transformação pubertária física consiste num aumento


progressivo do tamanho do peito, e isto começa quase sempre a ser observado, de acordo
com dados estatísticos, entre os 8 e os 14 anos de idade, apesar de a média se situar nos
9 anos. Entre os rapazes, a primeira alteração física observada é um aumento do tamanho
dos testículos, geralmente pouco antes dos 12 anos de idade, apesar de se considerar
normal a ocorrência entre os 10 e os 15 anos.
Texto adaptado. Disponível em www.medipedia.pt. Acessado em 06/08/2012.

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min.

Antes do intervalo, você elaborou questões sobre o texto “Origem da puberdade”. Agora,
sente novamente junto ao colega e esteja com as questões elaboradas em mãos. Ouça as
orientações do professor e vamos ao jogo!

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

194 Asas da Florestania


BIOLOGIA

VIII. Atividade complementar – 20 min.

1. Sabemos que os hormônios masculinos e femininos alteram não apenas o


comportamento humano durante a puberdade, como também imprimem mudanças
externas. Cite quatro dessas modificações.

2. Explique a ação do FSH e do LH no corpo de homens e mulheres.

3. O aumento de tamanho dos testículos é a primeira mudança visível na puberdade


de meninos. Ela ocorre porque os testículos começam a produzir a testosterona, da
qual dependem quase todas as transformações da puberdade. Cite as transformações
causadas pela testosterona.

4. Relacione a coluna dos hormônios com a coluna das modificações, traçando linhas
que mostrem a correspondência entre ambos.

HORMÔNIOS MODIFICAÇÕES
LH • produção de espermatozoides
FSH • produção de testosterona
Testosterona • crescimento do pênis
Hormônios de crescimento • aparecimento de pelos
• engrossamento da voz
• aumento da secreção de sebo
• distribuição da musculatura e gordura
• aumento de estatura
• aumento da musculatura

Segundo Ano
195
BIOLOGIA

5. Levando em conta que os testículos são responsáveis pela produção de espermatozoides


e de testosterona, quais seriam as consequências da retirada dos testículos (castração)
antes da puberdade?

6. Sobre a produção e ação dos hormônios femininos, responda ao que se pede:

a) Que hormônio provoca o amadurecimento dos óvulos?

b) Relacione as alterações que são causadas pelo hormônio chamado estrógeno.

c) A hipófise produz os hormônios FSH e LH e, também, o hormônio de crescimento (SH).


Qual a ação do SH nas transformações que ocorrem na puberdade feminina?

IX. Avaliação da aula – 15 min.

Escreva um texto informativo que contenha os seguintes tópicos:

• O que são hormônios e qual é sua função?

• Exemplos de hormônios que atuam na puberdade.

• Diferenças entre as características no corpo de garotos e garotas durante a puberdade.

• Caminho entre a liberação e a atuação dos hormônios femininos e masculinos durante


a puberdade.

196 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Segundo Ano
197
BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 3 – AULA 13

Tema: Há vida sem cérebro?

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Anatomia e fisiologia • Conhecer os principais componentes do sistema
comparada da reprodução nervoso e sua relação com a reprodução humana.
e do sistema nervoso. • Compreender a evolução dos sistemas reprodutor e

nervoso, e sua relação com a evolução das espécies.


• Utilizar procedimentos eficazes de leitura para

compreender melhor o texto.


• Discutir com outros leitores as interpretações geradas

por uma leitura.


• Estudar, textos expositivos, tanto para aprender sobre

eles, quanto para aprender procedimentos de estudo.


• Fazer anotações sobre cada parágrafo do texto lido,

por exemplo: escrever palavras-chave, elaborar títulos


e registrar comentários.

I. Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

Imagine que está a sua frente um prato maravilhoso de pato no tucupi. Está sentindo o
cheiro? Como é possível sentir o cheiro de diferentes comidas? Vamos descobrir? Então leia
o texto abaixo!

A FORÇA DA MENTE

Antes de continuar a leitura desta reportagem, pare um instante e olhe a sua volta. O
mundo que você vê é real ou imaginário? A luz que se projeta a seu redor seria observada e
sentida da mesma forma se você não estivesse aqui? As cores fariam algum sentido se alguém
não as pudesse observar, catalogar e interpretar? Os sons produziriam o mesmo efeito se não
existissem ouvidos para captá-los? O frio ou o calor teriam alguma importância na ordem
geral do universo, se não fosse você que os estivesse sentindo? Tudo que você vê, ouve e
sente reflete o mundo exterior. A forma como alguém percebe, interpreta ou reage a isso, no
entanto, é pura criação do cérebro, a mais maravilhosa e elaborada produção da vida na
Terra. Se não existisse cérebro, não haveria som, nem cores, nem luz, nem escuridão.

Vida mais longa – O cérebro bem estimulado em tarefas como leitura, aprendizado de novas
línguas, resolução de problemas matemáticos ou mesmo em tarefas rotineiras no trabalho
pode esticar a longevidade de uma pessoa e evitar que ela sofra de problemas típicos da
velhice, como a senilidade e a perda de memória. Quanto mais informação útil é armazenada

198 Asas da Florestania


BIOLOGIA

no cérebro, melhor é seu desempenho. Maior também é o benefício que ele leva a todo o
resto do organismo ao qual está ligado. O uso adequado das potencialidades do cérebro
também pode multiplicar muitas vezes a capacidade de aprendizado de uma criança, melhorar
o desempenho de uma pessoa no emprego e aprimorar seus vínculos familiares e sociais.

O cérebro é uma “máquina” maravilhosa que desempenha múltiplas tarefas biológicas.


É o cérebro que comanda as funções que asseguram a reprodução e a sobrevivência da
espécie. Pense na batida inconsciente do coração, nas pálpebras piscando, na respiração
contínua dos pulmões, nos alimentos sendo processados pelos intestinos, numa perna que se
move. Tudo isso é organizado e dirigido pelo cérebro. Pense nas suas emoções, na atração
sexual, no amor entre pais e filhos, nos sonhos e pensamentos. Eles também são produtos
do cérebro. Sua missão mais elementar é recolher os estímulos externos, captados pelos
sentidos, e transformá-los em impulsos elétricos que percorrem os neurônios. Toda essa
informação é catalogada e arquivada na memória. É a ela que o cérebro recorre, quando
precisa tomar decisões, comandar os movimentos corporais e organizar o pensamento.

Numa pessoa intelectualmente ativa, o cérebro pode melhorar cada vez mais. Numa
outra, que não lê, não estuda, não trabalha nem se envolve em atividade desafiadora para
a mente, ocorre o oposto. O cérebro decai e envelhece, como qualquer outra parte do
corpo não utilizada. Há pesquisas curiosas a esse respeito. Pessoas que trabalham e saem
de férias por uma semana, ao retornar mantêm praticamente intacto o número de sinapses
cerebrais associadas às atividades no trabalho. Quando as férias são mais longas que um
mês, no entanto, a queda é expressiva. Isso explica aquela sensação de preguiça que toma
conta das pessoas ao final de férias mais prolongadas. Ao retornar ao trabalho, o cérebro
precisa ser reeducado e exercitado novamente para recuperar o desempenho perdido. Isso
também explica por que pessoas que se aposentam e não se dedicam a nenhuma outra
atividade estimulante, muitas vezes envelhecem e até morrem precocemente.

Atividades complexas ou inovadoras são a melhor forma de exercitar o cérebro. Jogar


xadrez sempre foi considerado um bom exercício cerebral, porque exige concentração
e capacidade de inventar saídas para novas situações. Outra maneira apontada pelos
especialistas é a leitura. Para expandir as ligações cerebrais, o ideal é não desistir da leitura
de textos um pouco mais complicados. Outra maneira é viajar para lugares desconhecidos
e surpreendentes. Até mesmo arrumar os móveis da casa de outra forma é uma tarefa
estimulante para a atividade cerebral. Poucas experiências são tão desafiadoras para o
intelecto quanto aprender uma nova língua. Ela provoca uma reação em cadeia no cérebro,
que se vê convidado a criar novas combinações para decifrar e armazenar palavras até
então desconhecidas. São essas novas conexões, geradas pelo desafio diante da novidade,
que aumentam a capacidade do intelecto de trocar informações consigo mesmo.
Texto adaptado. Disponível em www.veja.abril.com.br. Acessado em 09/08/2012.

• Que tal melhorar o desempenho de seu cérebro? Então se prepare para estimulá-lo
durante a aula!

Segundo Ano
199
BIOLOGIA

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

III. Problematização – 20 min.

Para você, o que é estar vivo? Registre abaixo.

• O que é mais importante: o cérebro ou o coração?

• É possível viver sem cérebro? Por quê?

Agora, leia o texto abaixo.

A menina sem estrela

Marcela de Jesus Galante Ferreira vai completar 9 meses na próxima semana sem jamais
ter sentido o toque das mãos de sua mãe. A menina nunca ouviu um único som e não
sabe o que é sentir dor física ou emocional. Desconhece o cheiro e o sabor de qualquer
alimento. Sobrevive no mais absoluto vazio. Portadora de uma anomalia congênita cruel –
anencefalia, ou ausência de cérebro –, a garotinha resiste graças às funções básicas mantidas
pelo tronco encefálico, a única estrutura do sistema nervoso de que dispõe. Composto de
fibras nervosas, o tronco encefálico garante os batimentos cardíacos, a respiração e alguns
movimentos de sucção. Nada mais. Os bebês anencéfalos, em geral, não duram mais do
que três semanas. Marcela é um caso raro na medicina.

A família Ferreira age como se Marcela não fosse diferente dos outros bebês de sua
idade. A menina está em dia com a carteira de vacinação do Ministério da Saúde. Toma
ferro e vitaminas, como qualquer criança da mesma faixa etária. As reações esporádicas de
Marcela aos afagos da mãe, como um meio sorriso que esboça vez por outra, são resultado
de reflexos involuntários que não precisam necessariamente passar pelo cérebro.

200 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Casos como o de Marcela costumam dividir opiniões: quem é capaz de determinar se


uma criança nessas condições merece ou não viver, e por quanto tempo?
Texto adaptado. Disponível em www.veja.abril.com.br. Acessado em 09/08/2012.

• Para você, Marcela está viva? Por quê?

• Qual a função do cérebro?

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Leia o texto abaixo utilizando a estratégia de escrever palavras-chave ao lado de cada


parágrafo. Esse procedimento lhe ajudará a entender melhor o texto e, dessa forma, aprender!

Sistema Nervoso

Na nossa relação com o mundo, o tempo inteiro, somos estimulados e respondemos aos
elementos do ambiente. A cada estímulo externo (como o cheiro de um alimento ou o som
de uma buzina) e mesmo interno (como dor ou sensação de fome), o organismo reage, ou
seja, de certo modo “responde” a essas perguntas:

De onde vem o estímulo?

Como meu corpo reage a esse estímulo?

Isto me fará bem ou mal?

Já tive essa sensação antes?

Esse processo ocorre no sistema nervoso central de maneira tão instantânea que a nossa
consciência não tem como identificar todas as suas etapas, nem os milhares de estímulos
que o corpo recebe a todo instante.

Segundo Ano
201
BIOLOGIA

Para compreender melhor como percebemos os estímulos externos e como respondemos


a eles, é fundamental reconhecer o sistema que forma a rede de comunicação do corpo.

Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 16/08/2012.

Por que precisamos de um sistema nervoso?

Seu cérebro é o órgão mais importante de seu corpo. Ele controla tudo o que você faz,
seus movimentos, seus pensamentos e sua memória. Muitas vezes ele não age diretamente,
mas pode controlar pequenas quantidades de substâncias químicas do sangue que, por sua
vez, têm um forte efeito sobre outra parte do corpo.

Embora pareça muito simples, o cérebro é imensamente complicado. É uma massa de


tecido esbranquiçado, bastante mole ao tato, que ocupa cerca de metade do volume da
cabeça. Fica posicionado no alto da cabeça, acima dos olhos e dos ouvidos, estendendo
para trás e para a parte inferior da cabeça.

Quase tão importante quanto o cérebro é o restante do sistema nervoso. A medula


espinhal estende-se do cérebro para baixo, ao longo da coluna. O cérebro e a medula
espinhal formam o sistema nervoso central.

Ao longo do comprimento da medula espinhal saem nervos semelhantes a fios que se


dividem e se ligam com quase todas as partes do corpo. Os nervos transportam mensagens
dos órgãos dos sentidos para o cérebro, e também instruções do cérebro para outras partes
do corpo. O cérebro funciona como uma rede telefônica complicada, mas muito compacta,
com um complexo fluxo de mensagens que chegam, são selecionadas e depois dirigidas a
seu destino apropriado.

202 Asas da Florestania


BIOLOGIA

As membranas protetoras do cérebro

Por ser um órgão tão importante, o cérebro precisa de boa proteção contra acidentes.
Ficando em pé, o ser humano mantém o cérebro e a cabeça afastados de choques e batidas.
Mesmo assim, é necessária uma proteção muito confiável. Por isso o cérebro fica alojado no
crânio, uma dura caixa óssea.

Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 16/08/2012.

Embora de paredes finas, o crânio é muito resistente devido a sua forma arredondada.
Uma das formas mais fortes que se conhece é uma bola rígida. Um ovo, por exemplo, é
extremamente resistente, considerando-se como é fina sua casca. Assim, o mole e delicado
cérebro é protegido contra danos externos diretos pelo resistente crânio. Entretanto, mesmo
sendo o crânio rígido e forte, um abalo violento poderia balançar o cérebro e causar-lhe
danos. É preciso, então, maior proteção, que é dada por três membranas, denominadas
meninges, que recobrem completamente o cérebro. A membrana mais externa é chamada de
dura-máter, que fornece uma boa proteção e apoio devido a sua constituição forte e coriácea.

Junto ao cérebro há outra membrana, denominada pia-máter, muito mais fina, que
acompanha cada depressão e cada elevação da superfície do cérebro. Entre essas duas
membranas há uma terceira, de constituição esponjosa, a aracnoide. Os espaços desta
membrana são preenchidos por um líquido no qual flutua todo o cérebro, fornecendo a
camada protetora final. Há ainda grandes espaços dentro do cérebro, que também são
preenchidos com o mesmo líquido da aracnoide, de modo que o delicado tecido do cérebro
não se deforma quando movemos nossa cabeça.
Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 16/08/2012.

A medula espinhal

A medula espinhal é uma extensão do cérebro, estendendo-se da base do crânio até logo
abaixo das costelas. É uma haste de tecido cerebral, com um pequeno canal passando através
de todo seu comprimento. Toda a medula é coberta por membranas, tal como o cérebro, e é
também banhada por dentro e por fora com o mesmo líquido protetor do cérebro.

Segundo Ano
203
BIOLOGIA

Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 16/08/2012.

Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 16/08/2012.

Como o cérebro, a medula espinhal precisa de proteção. Enquanto o cérebro está


seguramente encerrado em um crânio rígido, a medula espinhal está cercada por um conjunto
de ossos chamados vértebras. Estes formam a coluna vertebral, que é capaz de flexionar-se
quando nos dobramos ou movemos. Ao mesmo tempo, a coluna vertebral tem que ser forte

204 Asas da Florestania


BIOLOGIA

o suficiente para suportar o peso do corpo e dar proteção segura à coluna espinhal. Poderia
parecer que flexibilidade, força e proteção de seu frágil conteúdo não poderiam ser obtidos
pela coluna vertebral, mas sua construção engenhosa torna tudo isso possível.

A coluna vertebral é constituída por mais de duas dúzias de vértebras em forma de


anel. A medula espinhal passa através do buraco existente no centro de cada uma das
vértebras, e é completamente protegida pelos arcos ósseos. As protuberâncias ósseas das
vértebras articulam-se de maneira que cada vértebra pode mover-se apenas um pouco,
para não apertar ou machucar a medula espinhal. Entre cada par de vértebras há pequenas
aberturas através das quais os nervos podem passar, ramificando-se a partir da própria
medula espinhal. A complicada estrutura da coluna é mantida unida por flexíveis cordões
de ligamento e por músculos poderosos.

A estrutura do encéfalo

O encéfalo se parece com uma noz grande, de cor rosa clara. Sua superfície é
profundamente enrugada e cheia de dobras, e sua parte superior está quase dividida em
duas partes por um sulco muito profundo. Essa superfície enrugada ocupa a maior parte do
encéfalo e é chamada de cérebro. Na maioria dos animais o cérebro é bem pequeno, mas
no homem ele cresceu tanto que cobre todo o resto do encéfalo.

Disponível em www.auladeanatomia.com. Acessado em 16/08/2012.

O cérebro, junto com outras partes do encéfalo, cresce do tronco cerebral, que é uma
expansão no topo da medula espinhal. Um pouco mais abaixo do tronco cerebral está
o cerebelo, com apenas 1/8 do tamanho do cérebro, mas bastante semelhante em sua
aparência exterior. E até mesmo mais enrugado, e está colocado diretamente na parte de
trás da cabeça. O tálamo e o hipotálamo, outras partes menores do encéfalo, também
crescem do tronco cerebral, sendo completamente cobertos pela massa do cérebro. Uma
série de grandes espaços, ou ventrículos, atravessa toda a estrutura do cérebro, e são
preenchidos com líquido.
Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 16/08/2012.

Segundo Ano
205
BIOLOGIA

O tronco cerebral

O tronco cerebral, onde se localiza o bulbo, é algumas vezes chamado de a parte mais
velha do cérebro, porque é a principal parte do cérebro na maioria dos animais primitivos.
Controla a maior parte das funções importantes do corpo e é o sistema de sustentação da
vida. Se o tronco cerebral não for prejudicado, é realmente possível o corpo permanecer
vivo por algum tempo, mesmo depois que o resto do cérebro tenha sido destruído.

O tronco cerebral atua junto com a medula espinhal para controlar as funções vitais,
como o batimento regular do coração, a pressão sanguínea e a respiração. Mas a função
mais importante do tronco cerebral é controlar a consciência, desligando as atividades do
cérebro, quando dormimos e ligando, quando acordamos. Mesmo quando dormimos, o
tronco cerebral controla e confere nossas atividades vitais, mantendo o corpo funcionando.

Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 16/08/2012.

O tronco cerebral trabalha como um computador, continuamente conferindo e controlando


as informações que entram no cérebro através do sistema nervoso; em seguida ele age em
cima dessa informação liberando as mensagens para que o sistema nervoso controle o
corpo inteiro. Não tomamos consciência de todas essas atividades; podemos apenas notar
seus efeitos. O tronco cerebral controla funções, como a respiração, automaticamente.

Cerebelo

Localiza-se abaixo do cérebro. Coordena, com o cérebro, os movimentos do corpo. É


responsável pelo equilíbrio do corpo, pois está ligado a alguns canais da orelha interna.
Além disso, mantém o tônus muscular, isto é, regula o grau de contração muscular dos
músculos em repouso.
Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 16/08/2012.

O sistema nervoso periférico

O Sistema Nervoso Periférico é constituído pelos nervos e gânglios nervosos e sua


função é conectar o sistema nervoso central às diversas partes do corpo humano.

206 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Nervos e gânglios nervosos

Nervos são feixes de fibras nervosas envoltas por uma capa de tecido conjuntivo. Nos nervos
há vasos sanguíneos, responsáveis pela nutrição das fibras nervosas. As fibras presentes nos
nervos podem ser tanto dendritos como axônios que conduzem, respectivamente, impulsos
nervosos das diversas regiões do corpo ao sistema nervoso central e vice-versa. Gânglios
nervosos são aglomerados de corpos celulares de neurônios localizados fora do sistema
nervoso central. Os gânglios aparecem como pequenas dilatações em certos nervos.

Disponível em www.culturamix.com. Acessado em 16/08/2012.

O sistema nervoso autônomo

Algumas das atividades do sistema nervoso, como o pensamento e o controle dos


movimentos, são muito óbvias para nós. Mas o sistema nervoso também está trabalhando,
sem que o percebamos, no controle dos órgãos internos.

Esta é a responsabilidade de uma parte especial do sistema nervoso, chamada sistema


nervoso autônomo, que regula a circulação sanguínea, a digestão, a respiração, os órgãos
reprodutores e a eliminação dos resíduos do organismo. Também controla glândulas
importantes que têm efeitos poderosos sobre o corpo. O sistema nervoso autônomo
trabalha independentemente da maior parte do cérebro e suas células estão agrupadas
em gânglios próximos da coluna vertebral. Ele opera inteiramente por reflexos e, embora o
tronco cerebral também esteja envolvido em suas atividades, não temos consciência disso.

Esse sistema está dividido em duas partes, o sistema nervoso simpático e parassimpático,
que trabalham um em oposição ao outro. Um dos sistemas estimula um órgão, uma
glândula, por exemplo, fazendo-a trabalhar bastante, o outro sistema faz cessar esse
trabalho. Primeiro um começa; depois o outro, e o resultado é que o órgão é mantido
trabalhando no nível correto.

Segundo Ano
207
BIOLOGIA

Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 16/08/2012.

O trabalho do sistema nervoso simpático pode ser observado, quando estamos bravos
ou assustados; sua ação faz o coração bater mais rápido e a respiração tornar-se mais
profunda. As pupilas dos olhos dilatam-se e nos tornamos pálidos à medida que o sangue
é drenado da pele para alimentar os músculos de que podemos precisar para uma reação
qualquer. Isso tudo acontece porque o sistema simpático foi acionado, fazendo o corpo ficar
pronto para uma emergência.
Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 16/08/2012.

Rotas através do sistema nervoso

A atividade elétrica dos neurônios não tem lugar apenas no cérebro. Os nervos espalham-
se pelo corpo todo desde o alto da cabeça até a ponta dos dedos dos pés. São feixes de
axônios, ou fibras nervosas, dividindo-se e tornando-se mais finos quanto mais afastados
estão do cérebro ou da medula espinhal.

As mensagens dos órgãos dos sentidos, situados nos olhos, nariz, ouvidos e boca, dos
órgãos do tato, espalhados por toda a superfície do corpo, e até mesmo em alguns órgãos
internos, chegam ao cérebro através do sistema nervoso. Os neurônios que carregam essas
mensagens para o cérebro são chamados neurônios sensoriais. Outros sinais passam do
cérebro e da medula espinhal de volta para todo o corpo, sendo carregados pelos chamados
neurônios motores.

208 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Os sinais passam ao longo de todo o sistema muito rapidamente, mas não tão depressa
quanto em um circuito elétrico normal. Leva certo tempo para os sinais serem carregados
através da sinapse pelas substâncias químicas transmissoras. Por esta razão os axônios dos
nervos são imensamente compridos de maneira que a mensagem possa ser levada tão
rápido quanto possível, sem ser retardada por sinapses desnecessárias.

Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 16/08/2012.

Segundo Ano
209
BIOLOGIA

A rede neurônica

É difícil perceber como podem ser complicadas as conexões das células nervosas.
Os terminais das ramificações de um axônio não apenas tocam a célula mais próxima,
mas podem também estar em contato com outras 50.000 células ou mais. Sabemos que
as mensagens passam de um neurônio para o seguinte na rede de células e que sinais
repetidos geralmente passam pelo mesmo caminho. Se queremos dizer a palavra "cérebro",
as instruções para a fala vêm do cérebro e passam ao longo de uma série de caminhos
especiais. Se queremos dizer "cérebro", em voz mais baixa ou mais alta, os músculos da
caixa da voz (laringe) devem ser instruídos para se moverem de maneiras diferentes; então,
as mensagens devem passar por caminhos diferentes.

O cérebro pode selecionar diferentes conjuntos de caminhos para obter resultados


semelhantes. Por causa dessa habilidade, as pessoas podem, muitas vezes, sobrepujar
danos cerebrais, aprendendo a usar partes diferentes do cérebro para duplicar as funções
das partes prejudicadas. Isso é importante para nós, porque, ao contrário de outras células
do corpo, as células do cérebro não podem crescer ou regenerar-se depois do nosso
nascimento. Células cerebrais estão morrendo a cada minuto, mas temos as remanescentes
tomando o seu lugar e geralmente não notamos qualquer efeito prejudicial.

Os reflexos

O controle cerebral é essencial para muitas de nossas funções, mas em algumas situações
é necessário que o corpo reaja muito rapidamente, na verdade, sem esperar instruções.
Essas reações de emergência são chamadas reflexos. Afastar o dedo de uma picada de
alfinete é uma reação muito comum para evitar ferimentos. Isso acontece rapidamente,
antes mesmo que possamos perceber o que houve. É um reflexo.

Miniórgãos sensoriais da pele, chamados receptores, registram a picada do alfinete


e imediatamente passam os sinais para os nervos que correm pelo braço em direção à
medula espinhal. Os sinais são então transmitidos para outras fibras nervosas (neurônios)
que os carregam para a massa cinzenta dentro da medula espinhal. Na medula, os sinais
saem em duas direções. Alguns contatam fibras nervosas que os conduzem diretamente
de volta aos músculos do braço. Eles fazem os músculos do braço reagirem violentamente,
afastando a mão para longe da picada do alfinete. Enquanto isso, os outros sinais originais
ainda estão sendo levados ao cérebro, através da medula espinhal.

Uma fração de segundo mais tarde percebemos que fomos picados. E dói. O cérebro
instrui agora a cabeça e os olhos para se moverem e observarem o ferimento. Algumas
vezes temos que levar uma picada quando recebemos uma vacina, por exemplo. Contudo,
sabemos disso com antecedência e, embora a picada da agulha acione um reflexo, o
cérebro manda uma mensagem inibidora pela medula espinhal. Então o reflexo é contido
antes de ser completado e o braço, portanto, não se afasta da picada.
Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 16/08/2012.

210 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Atividade

1. (UFOP/2000) O sistema nervoso autônomo (SNA) é constituído de duas partes que,


em geral, se antagonizam em suas ações. Responda:

a) Quais são essas duas partes do SNA?

a) Dê dois exemplos que ilustrem esse antagonismo.

2. (UNICAMP) O locutor, ao narrar uma partida de futebol, faz com que o torcedor se
alegre ou se desaponte com as informações que recebe sobre os gols feitos ou perdidos
na partida. As reações que o torcedor apresenta ao ouvir as jogadas são geradas pela
integração dos sistemas nervoso e endócrino. A vibração do torcedor ao ouvir um gol
é resultado da chegada dessa informação no cérebro através da interação entre os
neurônios. Como se transmite a informação através de dois neurônios?

Para responder às questões seguintes, assinale a alternativa correta.

1. (PUC-SP 2007) Ao liberar acetilcolina, a fibra nervosa:

a) simpática promove aumento do ritmo cardíaco.

b) parassimpática promove diminuição do ritmo cardíaco.

c) simpática promove diminuição do ritmo cardíaco.

d) parassimpática promove aumento do ritmo cardíaco.

e) simpática e a parassimpática não alteram o ritmo cardíaco.

Segundo Ano
211
BIOLOGIA

2. Se o cerebelo de um rato for destruído, ele perderá a capacidade de:

a) digerir alimentos.

b) eliminar excretas.

c) respirar.

d) andar.

e) produzir anticorpos.

3. Considere os seguintes elementos do sistema nervoso:

I - encéfalo

II - medula

III - nervos cranianos

IV - nervos raquidianos

O sistema nervoso central é constituído por:

a) II e III

b) III e IV

c) I e II

d) I e III

e) II e IV

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min.

Origem e Evolução do Sistema Nervoso

Sistema nervoso dos invertebrados

As esponjas são os animais mais primitivos. Formam colônias de células mais ou menos
independentes umas das outras e não possuem qualquer organização tecidual, portanto,
não possuem órgãos ou sistemas de órgãos. Há entre elas células que, ao serem estimuladas,

212 Asas da Florestania


BIOLOGIA

reagem encurtando-se (ou contraindo-se). Essas células, no entanto, não são controladas
por neurônios, pois as esponjas não possuem células nervosas.

Nos cnidários, a organização é multicelular, mas apresentam organização tecidual.

A contração coordenada de várias células mioepiteliais propiciou não só movimentos de


partes do corpo como também do próprio corpo possibilitando uma forma de locomoção
rudimentar.

Entre os cnidários vamos encontrar pela primeira vez células sensoriais e células
nervosas. O sistema nervoso é bastante difuso e situa-se na mesogleia.

Segundo Ano
213
BIOLOGIA

As células sensoriais convertem os estímulos físico-químicos em impulsos elétricos


na porção que está em contato com ambiente externo. A célula sensorial conduz essa
informação para um neurônio motor que inerva várias células mioepiteliais. Pela primeira
vez, encontramos uma sinapse nervosa e uma junção neuromuscular formando o mais
rudimentar circuito nervoso que permite ao organismo reagir aos estímulos do ambiente por
meio da integração entre células funcionalmente distintas.

As células sensoriais estão simetricamente distribuídas pelo corpo permitindo o


monitoramento das variáveis ambientais que incidem sobre a superfície (detecção de
alimento, predadores etc.) assim como os neurônios e as fibras mioepiteliais responsáveis
pelas respostas motoras coordenadas (captura, fuga etc.).

Todos os demais animais do reino apresentam um novo projeto de organização do corpo.


Na cabeça, concentram-se neurônios que integram as informações sensoriais e as motoras,
formando os gânglios cefálicos (um projeto de cérebro).

Com o alongamento do corpo, o sistema nervoso acompanhou a nova tendência,


abandonando a organização difusa e reticulada, assumindo o padrão de organização
longitudinal, com o tecido nervoso mais concentrado na cabeça.

O tecido nervoso migrou para as porções mais profundas do corpo em um ambiente


fisiologicamente mais estável e o tecido contrátil mioepitelial foi substituído pelo tecido
muscular. A função contrátil das células mioepiteliais, contudo, não foi totalmente
abandonada durante o curso da evolução: a ereção de pelos dos mamíferos ocorre graças
às células mioepiteliais da pele.

Nos platelmintos, os corpos celulares dos neurônios funcionalmente relacionados


tenderam a acumular-se formando gânglios nervosos e facilitando a integração sensorial

214 Asas da Florestania


BIOLOGIA

e motora. Com a concentração de órgãos sensoriais na cabeça, a quantidade de neurônios


também se concentrou mais nessa região, originando os gânglios cerebrais. Esses, por
sua vez, estão conectados a cordões nervosos longitudinais que interligam outros gânglios
nervosos situados ao longo do corpo. Para uma atividade coordenada do corpo há cordões
que realizam conexões nervosas transversais (comissuras) e longitudinais (tratos).

Surgimento de um sistema nervoso central e periférico

O aumento de velocidade na condução dos impulsos nervosos tem como consequência


maior agilidade na reação e emissão de respostas ao ambiente. Os anelídeos (minhocas e
sanguessugas) apresentaram a solução para uma maior agilidade de respostas aumentando
o calibre dos axônios. O padrão de organização do sistema nervoso é de um cordão nervoso
ventral único e um “gânglio cerebral” compacto devido à fusão dos segmentos mais
anteriores. Reconhecemos, pela primeira vez, um sistema nervoso dividido anatomicamente
em sistema nervoso central e um sistema nervoso periférico.

Segundo Ano
215
BIOLOGIA

Fusão de gânglios nervosos

Os artrópodes possuem um “cérebro anterior dorsal” seguido por um cordão nervoso


ventral com vários gânglios segmentados.

Os artrópodes, particularmente os insetos, possuem um “cérebro” de organização


bastante complexa que resultou da fusão de vários gânglios dos segmentos mais anteriores:
possuem na cabeça órgãos sensoriais bem desenvolvidos como os olhos e as antenas.

Nos moluscos (marisco, ostra, lula, polvo etc.), a sofisticação do sistema nervoso alcançou
o mais elevado nível de complexidade.

216 Asas da Florestania


BIOLOGIA

O plano de organização geral do sistema nervoso consiste de um anel nervoso na região


do esôfago, do qual partem, posteriormente, dois pares de cordões nervosos que estão
interconectados por várias comissuras. Aos cordões estão ligados vários gânglios nervosos.
Possuem vários órgãos sensoriais.

Possuem vários pares de neurônios gigantes que conferem o aumento de velocidade da


condução nervosa para a musculatura

O sistema sensorial é bastante complexo: os olhos formam uma imagem visual e suas
conexões nervosas realizam processamento extremamente preciso sobre a forma dos
objetos que se encontram em seu campo visual, adaptação essencial para organizar o
comportamento de caça e de comunicação visual.

Evolução do sistema nervoso de vertebrados

Entre as classes de vertebrados houve uma tendência progressiva de aumento do


encéfalo, (encefalização) e junto com ela mecanismos progressivamente mais complexos
no processamento e análise das informações sensoriais (aumento no número de neurônios
e de sinapses). Essa tendência pode ser prontamente reconhecida na figura seguinte ao
compararmos a organização geral do SN de duas classes de vertebrados filogeneticamente
distantes: um anfíbio e um mamífero. Uma análise cuidadosa mostra facilmente que ambos
possuem estruturas anatômicas homólogas, como um sistema nervoso central (encéfalo e
medula) e um sistema nervoso periférico (nervos cranianos, espinhais e gânglios sensitivos
e autonômicos). O que salta aos olhos é a profunda transformação do encéfalo.

Segundo Ano
217
BIOLOGIA

Assim como a tendência observada nos invertebrados, nos vertebrados também houve
uma concentração de órgãos sensoriais na região cefálica.

O encéfalo dos vertebrados corresponde aos gânglios cerebrais dos invertebrados e a


medula, ao cordão nervoso longitudinal, porém, esta é oca e situa-se dorsalmente. Ainda
que a medula possua circuitos neurais próprios, o encéfalo, através de longos tratos de
projeção, exerce controle hierárquico sobre as regiões medulares.
Texto adaptado. Disponível em http://www2.ibb.unesp.br.
Acessado em 29/08/2012.

Atividade

1. (Unicamp) Os esquemas a seguir mostram a crescente complexidade evolutiva do


sistema nervoso em quatro grupos de invertebrados:

a) Qual a diferença entre o sistema nervoso do animal A em relação aos outros?

b) E do animal B em relação ao animal C? E do animal C em relação ao animal D?

218 Asas da Florestania


BIOLOGIA

c) Dê uma vantagem proporcionada pelo tipo de sistema nervoso encontrado no animal D.

2. (Ufes-ES) O sistema nervoso constitui o meio mais rápido de comunicação, pois se


vale de mensagens elétricas, que caminham por nervos mais rapidamente que os
hormônios pelo sangue.

Analisando as figuras, descreva a evolução do sistema nervoso dos grupos representados,


considerando as principais vantagens adaptativas das alterações ocorridas ao longo do processo.

Segundo Ano
219
BIOLOGIA

Para responder às questões abaixo, assinale a alternativa correta.

3. (PUC-MG) Possuem sistema nervoso, EXCETO:

a) Artrópodes.

b) Cnidários.

c) Nematodas.

d) Poríferos.

e) Platelmintos.

4. (PUCCAMP) Na história evolutiva aceita pela maioria dos zoólogos, o primeiro grupo
de animais a apresentar simetria bilateral acompanhada de processo de cefalização
é o dos:

a) poríferos.

b) cnidários.

c) artrópodes.

d) platelmintos.

e) nematodas.

5. (G2) Foram feitas três afirmações com relação à evolução do sistema nervoso dos
invertebrados. Julgue-as.

I. Verifica-se uma centralização e cefalização já nos Poríferos (Espongiários).

II. As medusas são os primeiros invertebrados a apresentarem centralização do sistema


nervoso.

III. Anelídeos e Artrópodes possuem sistema nervoso ganglionar em posição ventral.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):

a) I e II

b) II e III

c) I e III

d) II

e) III

220 Asas da Florestania


BIOLOGIA

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

VIII. Atividade complementar – 20 min.

1. (UNICAP-PE) O sistema nervoso periférico é constituído:

a) da fração simpática, gânglios e nervos.

b) da fração parassimpática, gânglios e nervos.

c) do sistema autônomo, gânglios e nervos.

d) dos nervos e gânglios espinais e simpáticos.

e) dos nervos cranianos e dos nervos raquianos.

2. (VUNESP) Quando uma pessoa encosta a mão em um ferro quente, ela reage
imediatamente por meio de um reflexo. Neste reflexo o neurônio efetuador leva o
impulso nervoso para:

a) a medula espinhal.

b) o encéfalo.

c) os músculos flexores do braço

d) as terminações sensoriais de calor na ponta dos dedos.

e) as terminações sensoriais de dor na ponta dos dedos.

3. A unidade estrutural e fisiológica no sistema nervoso é denominada:

a) bulbo.

b) neurônio.

c) néfron.

d) axônio

e) gânglio

4. Cérebro, cerebelo e bulbo são órgãos do:

a) sistema nervoso periférico.

b) sistema nervoso parassimpático.

c) sistema nervoso autônomo.

Segundo Ano
221
BIOLOGIA

d) sistema nervoso central

e) As respostas c e d estão corretas

5. Foi seccionada uma área do sistema nervoso de um mamífero. Em seguida, constatou-


se que o referido animal não manteve seu equilíbrio corpóreo, permanecendo deitado
no chão.

A área seccionada em questão faz parte:

a) do bulbo

b) do cerebelo

c) do hipotálamo

d) das meninges

e) do sistema nervoso autônomo

6. (UFRRJ 2009)

“...Você vai entender


A força do pensamento
Pra nunca mais esquecer
Pensamento é um momento
que nos leva à emoção...”
(Cidade Negra. Pensamento. Ras Bernardo, Bino, Da Gama, Lazão. Rio de Janeiro: Sony Music, 1999. Digital áudio.)

O pensamento, as emoções, as ações voluntárias e os atos reflexos são comandados por


partes diferentes do nosso sistema nervoso. Sobre a célula nervosa que tem a propriedade
de conduzir impulsos nervosos, responda:

a) Qual o seu nome e quais as partes que a compõem?

b) Qual o sentido de propagação do impulso nervoso nessa célula?

222 Asas da Florestania


BIOLOGIA

IX. Avaliação da aula – 15 min.

• Afinal, quem é mais importante, o cérebro ou o coração?

• É possível viver sem cérebro?

Escreva um pequeno texto de opinião, inicialmente relacionando o que foi estudado hoje
e, em seguida, defendendo sua posição em relação às questões apresentadas acima.

Segundo Ano
223
BIOLOGIA

X. Para saber mais.

Doenças e Distúrbios do Sistema Nervoso

Acidente Vascular Cerebral (AVC)

É um distúrbio grave do sistema nervoso. Podem ser causados tanto pela obstrução de
uma artéria, que leva à isquemia de uma área do cérebro, como por uma ruptura arterial
seguida de derrame. Os neurônios alimentados pela artéria atingida ficam sem oxigenação
e morrem, estabelecendo-se uma lesão neurológica irreversível. A porcentagem de óbitos
entre as pessoas atingidas por AVC é de 20 a 30% e, dos sobreviventes, muitos passam a
apresentar problemas motores e de fala.

Algum dos fatores que predispõem ao AVC são a hipertensão arterial, a taxa elevada de
colesterol no sangue, a obesidade, o diabete melito, o uso de pílulas anticoncepcionais e o
hábito de fumar.

Ataques Epiléticos

Epilepsia não é uma doença e sim um sintoma que pode ocorrer em diferentes formas
clínicas. As epilepsias aparecem, na maioria dos casos, antes dos 18 anos de idade e podem
ter causas diversas, tais como anomalias congênitas, doenças degenerativas do sistema
nervoso, infecções, lesões decorrentes de traumatismo craniano, tumores cerebrais etc.

Cefaleias

São dores de cabeça que podem se propagar pela face, atingindo os dentes e o pescoço.
Sua origem está associada a fatores diversos como tensão emocional, distúrbios visuais e
hormonais, hipertensão arterial, infecções, sinusites etc.

A enxaqueca é um tipo de cefaleia que ataca periodicamente a pessoa e se caracteriza


por uma dor latejante, que geralmente afeta metade da cabeça. As enxaquecas são
frequentemente acompanhadas de fotofobia (aversão à luz), distúrbios visuais, náuseas,
vômitos, dificuldades em se concentrar etc. As crises de enxaqueca podem ser desencadeadas
por diversos fatores, tais como tensão emocional, tensão pré-menstrual, fadiga, atividade
física excessiva, jejum etc.

Doenças degenerativas do sistema nervoso

Diversos fatores podem causar morte celular e degeneração, em maior ou menor escala,
do sistema nervoso. Esses fatores podem ser mutações genéticas, infecções virais, drogas
psicotrópicas, intoxicação por metais, poluição etc. As doenças nervosas degenerativas mais
conhecidas são a esclerose múltipla, a doença de Parkinson, a doença de Huntington e a
doença de Alzheimer.

224 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Esclerose Múltipla

Manifesta-se por volta dos 25 a 30 anos de idade, sendo mais frequente nas mulheres.
Os primeiros sintomas são alterações da sensibilidade e fraqueza muscular. Pode ocorrer
perda da capacidade de andar, distúrbios emocionais, incontinência urinária, quedas de
pressão, sudorese intensa etc. Quando o nervo óptico é atingido, pode ocorrer diplopia
(visão dupla).

Doença de Parkinson

Manifesta-se geralmente a partir dos 60 anos de idade e é causada por alterações nos
neurônios que constituem a "substância negra" e o corpo estriado, dois importantes centros
motores do cérebro. A pessoa afetada passa a apresentar movimentos lentos, rigidez
corporal, tremor incontrolável, além de acentuada redução na quantidade de dopamina,
substância neurotransmissora fabricada pelos neurônios do corpo estriado.

Doença de Huntington

Começa a se manifestar por volta dos 40 anos de idade. A pessoa perde progressivamente
a coordenação dos movimentos voluntários, a capacidade intelectual e a memória,
causado pela morte dos neurônios do corpo estriado. Pode ser hereditária, causada por
uma mutação genética.

Doença de Alzheimer

O nome da doença surgiu por causa do neurologista alemão Alois Alzheimer. Esta doença
é uma demência que pode se manifestar a partir dos cinquenta anos e se caracteriza por uma
deterioração intelectual profunda, desorientando a pessoa, que perde progressivamente a
memória, as capacidades de aprender e de falar.

Essa doença é considerada a primeira causa de demência senil. A expectativa média


de vida de quem sofre desta moléstia é entre cinco e dez anos, embora atualmente muitos
pacientes sobrevivam por 15 anos ou mais.

PS.: Demência senil - forma clínica de deterioração intelectual do idoso. Cerca de 10%
de todas as pessoas maiores de 65 anos sofrem uma degeneração intelectual significativa.

Através do Alzheiner, ocorrem alterações em diversos grupos de neurônios do córtex-


cerebral; é uma doença hereditária, tendo origem por mutação gênica. É uma demência
degenerativa primária ainda pouco conhecida: pré-disposição hereditária, fatores
congênitos, perturbações metabólicas diversas, intoxicações, infecções por vírus etc. Mas
todas essas causas ainda são consideradas hipóteses.

Não existe uma prevenção possível para esta doença. Só um tratamento médico-
psicológico intensivo do paciente, que visa mantê-lo o maior tempo possível em seu tempo
normal de vida. Com a ajuda da família e a organização de uma assistência médico-social
diversificada é possível retardar a evolução da doença.

Segundo Ano
225
BIOLOGIA

Doenças infecciosas do sistema nervoso

Vírus, bactérias, protozoários e vermes podem parasitar o sistema nervoso, causando


doenças de gravidade que depende do tipo de agente infeccioso, de seu estado físico e da
idade da pessoa afetada.

Diversos tipos de vírus podem atingir as meninges (membranas que envolvem o sistema
nervoso central), causando as meningites virais. Se o encéfalo for afetado, fala-se de
encefalites. Se a medula espinal for afetada, fala-se de poliomielite. Infecções bacterianas
também podem causar meningites.

O protozoário Plasmodium falciparum causa a malária cerebral, que se desenvolve


em cerca de 2 a 10% dos pacientes. Destes, cerca de 25% morrem em consequência da
infecção. O verme platelminto Taenia solium (a solitária do porco) pode, em certos casos,
atingir o cérebro, causando cisticercose cerebral. A pessoa adquire a doença através da
ingestão de alimentos contaminados com ovos de tênia. Os sintomas são semelhantes aos
das epilepsias.
Texto adaptado. Disponível em www.webciencia.com. Acessado em 04/09/2012.

226 Asas da Florestania


BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 3 – AULA 14

Tema: Para que serve o sexo?

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Anatomia e fisiologia • Conhecer a anatomia geral do sistema genital
comparada da reprodução feminino e do sistema genital masculino.
e do sistema nervoso. • Discutir com outros leitores as interpretações geradas

por uma leitura.


• Elaborar e anotar perguntas sobre o conteúdo do texto.

I. Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

Acre declara guerra à homofobia


Disponível em www.babaluneon.blogspot.com.br. Acessado em 04/09/2012.

Reflita sobre as questões abaixo:

• Você sabe o que é homofobia? E sexualidade?

• O que você pensa acerca da homofobia?

Agora, leia o texto abaixo:

Palestras e oficinas marcam o início de um projeto inovador no Acre: o “Escola Sem


Homofobia”. A ação é uma iniciativa da escola estadual Heloisa Mourão Marques, pioneira
nesse aspecto em todo o Acre. O objetivo com o projeto é o de sensibilizar e capacitar
professores e alunos no que diz respeito ao direito dos cidadãos de exercerem sua sexualidade
sem serem discriminados ou coagidos.

Segundo Ano
227
BIOLOGIA

O projeto inovador da escola é um compromisso com o Programa Brasil Sem Homofobia,


por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad),
através do Ministério da Educação.

“Relações de gênero, orientação sexual, opressão sexual, saúde, cidadania e direitos


humanos devem ser temas abordados para auxiliar e fortalecer iniciativas de combate
à violência e discriminação presentes no contexto escolar junto à população de jovens
homossexuais", discorre a diretora.

Para o coordenador do Centro de Referência LGBT do Acre (CRLGBT), da Secretaria de


Justiça e Direitos Humanos, os temas da sexualidade, e em particular os da homossexualidade,
causam profundo impacto, aos serem levados para o ambiente escolar.

“As instituições escolares precisam assumir o papel de sensibilizar e conscientizar para o


respeito à diversidade sexual. As diferenças existem nas salas de aula, mas abordar assuntos que
envolvem temas complexos é de extrema importância na construção de cidadania”, comenta.

Segundo a representante da Associação de Homossexuais do Acre (AHAC), o Projeto


Escola Sem Homofobia visa orientar e capacitar professores e alunos para que a escola
possa zelar para o respeito e, acima de tudo, ser um ambiente de inclusão sem discriminação
a qualquer que seja seus cidadãos.

“Esse projeto é acima de tudo cidadania. A realidade é muito cruel, e é jogada todos os dias
para debaixo do tapete. Que outras escolas sigam o exemplo da Heloisa Mourão Marques”.
Texto adaptado. Disponível em www.babaluneon.blogspot.com.br. Acessado em 04/09/2012.

• Qual a sua opinião sobre o texto lido? Converse com os colegas e o professor a
respeito.

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

228 Asas da Florestania


BIOLOGIA

III. Problematização – 20 min.

Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 04/09/2012.

• Para que serve o sexo? Discuta com os colegas e o professor.

• Quais as suas dúvidas sobre sexualidade? Escreva-as no pedaço de papel dado pelo
professor e coloque-o na caixa de dúvidas. Atenção! Se não quiser, não precisa se
identificar.

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Vamos abrir a caixa de dúvidas e esclarecê-las? Então, ajude o professor a organizar a


classe num círculo e participe da discussão!

Não precisa ficar ansioso para esclarecer logo a sua dúvida, pois utilizaremos toda a
aula de hoje para isso.

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min.

Vamos continuar a discussão do primeiro bloco? Não deixe de participar!

Atenção! Não fique chateado, se a sua dúvida não for totalmente esclarecida, pois a
sexualidade ainda é um tema que requer muito estudo para a compreensão de vários aspectos.

Segundo Ano
229
BIOLOGIA

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

VIII. Atividade complementar – 20 min.

Leia o texto abaixo.

Mudança precoce

Garoto alemão é a pessoa mais jovem a fazer tratamento para trocar de sexo

Diogo Schelp

Com que idade uma pessoa está madura o suficiente para concluir que o sexo que a
natureza lhe deu não é o que ela gostaria de ter? Essa foi a questão apresentada a uma
comissão de ética médica alemã que tomou uma decisão inédita: permitir que um garoto de
13 anos começasse a tomar hormônio feminino para ficar mais parecido com uma garota.
Johanna, hoje com 14 anos, sente que nasceu no corpo errado. É a pessoa mais jovem de
que se tem notícia a passar por um processo de mudança de sexo com o acompanhamento
oficial de especialistas de uma instituição médica conceituada. Os primeiros efeitos das doze
gotas diárias de estrógeno, o hormônio feminino que Johanna toma, já estão aparecendo.
Os seios começaram a se desenvolver. Quando for adulta, ela poderá fazer uma cirurgia
de mudança de sexo, através de uma técnica conhecida como transgenitalização. Então, a
transformação de sua aparência será definitiva.

A ciência ainda não descobriu por que certas pessoas se sentem desconfortáveis com
o próprio gênero sexual. Estima-se que um em cada 30.000 homens e uma em cada
100.000 mulheres sintam, desde criança, que seu sexo biológico não condiz com seu sexo
psicológico. Sabe-se que as pessoas que se definem como transexuais na idade adulta
costumavam se comportar, na infância, como uma criança do sexo oposto. No jardim de
infância, quando as professoras chamavam os meninos para alguma atividade, Johanna
ficava sentada. Isso não significa que todo menino que se comporta como menina, ou
vice-versa, seja transexual. É uma atitude que pode mudar na adolescência. No caso de
Johanna, os médicos consideraram que as chances de isso acontecer eram mínimas.

Quando os primeiros sinais da puberdade masculina começaram a aparecer, aos


12 anos, Johanna entrou em pânico. Os psiquiatras do departamento de sexologia da
Universidade de Hamburgo, que a atendiam, mandaram-na consultar um endocrinologista.
Ele aplicou um remédio que bloqueou a produção de hormônios masculinos. Foi uma
solução provisória, reversível. Uma comissão de ética, formada por psicólogos e médicos,
foi reunida para discutir se deviam ou não tratar Johanna com hormônios femininos. Eles
tiveram de pesar de um lado a possibilidade de ela estar cometendo um erro ao decidir, aos
13 anos, que pertencia ao outro sexo e, de outro, o pânico que tinha de ver a puberdade
transformá-la definitivamente em homem. Não foi uma decisão fácil. Chama atenção como

230 Asas da Florestania


BIOLOGIA

ela quase não questiona sua decisão de mudar de sexo. Para ela é muito simples: ela se
sente mulher, e ponto. No Brasil, a lei não permite que menores de idade façam cirurgia ou
tratamento com hormônio para mudança de sexo.
Texto adaptado. Disponível em www.veja.abril.com.br. Acessado em 12/09/2012.

• O que levou Johanna a se apresentar como uma menina em outro corpo, com
tamanha convicção que convenceu a comunidade científica?

• Onde reside a sexualidade, nos órgãos genitais ou no psiquismo?

• Qual o papel dos hormônios (estrógeno e testosterona) citados no texto?

• Como ocorre a determinação do sexo?

A partir das questões apresentadas acima, escreva um texto de opinião defendendo sua
posição em relação ao texto lido. Realize a atividade em seu caderno.

IX. Avaliação da aula – 15 min.

Preencha a tabela abaixo de modo bem detalhado:

OPINIÃO SOBRE A PRÓPRIA APRENDIZAGEM

O que eu O que passei a As principais O que aprendi O que ainda


pensava antes achar depois da dúvidas que eu de mais gostaria de
aula de hoje tive importante saber sobre o
assunto e que
posso pesquisar
por mim mesmo

Segundo Ano
231
BIOLOGIA

X. Para saber mais.

Muito silêncio e pouco prazer


Uma pesquisa mostra que nem mesmo os ginecologistas sabem lidar com os
problemas sexuais das mulheres

Paula Beatriz Neiva

Revista feminina que se preza tem de ter reportagens sobre orgasmo, frigidez, posições
sexuais ou jogos eróticos. Esses temas frequentam, ainda, programas vespertinos de
televisão e são prato de resistência de um sem-número de sites na internet. A sexualidade
da mulher é objeto de tantos comentários e debates na mídia que até parece que virou
assunto livre entre quatro paredes. Trata-se de uma impressão falsa. As questões sexuais
femininas continuam a ser um tabu para as diretamente interessadas, para os indiretamente
envolvidos (maridões, namorados e congêneres) e para quem deveria tratar delas de um
ponto de vista profissional – os ginecologistas. O primeiro estudo sobre o comportamento
dos especialistas em relação às queixas sexuais das mulheres, realizado por uma equipe do
Projeto Sexualidade, do Hospital das Clínicas de São Paulo, concluiu que 60% dos médicos
não têm o costume de investigar a quantas anda a vida sexual de suas pacientes. Para chegar
a esse cenário, os pesquisadores entrevistaram nada menos que 5.000 ginecologistas.

Boa parte dos médicos não toca no assunto por constrangimento. E, quando o fazem,
muitos se apressam em encaminhar a psicólogos casos que deveriam ser abordados
clinicamente. Encaminham-nos para o pessoal do divã e simplesmente os esquecem.
Quando são as pacientes que tomam a iniciativa de falar, revela o estudo, apenas metade
dos ginecologistas se sente segura para ajudá-las. De um jeito e de outro, livram-se de uma
batata quentíssima, já que a sexualidade feminina está para a sexualidade masculina assim
como o painel de comando de um ônibus espacial está para os botões de um liquidificador.
Do lado das pacientes, também reina o embaraço. Para se ter uma ideia do tamanho
da encrenca, 54% das brasileiras sofrem de algum tipo de problema sexual. A maioria
esmagadora delas não conversa a respeito de suas dificuldades nem mesmo com a melhor
amiga. O roteiro básico, enfim, é o seguinte: o médico não pergunta, a paciente não conta
e o diagnóstico não é feito. Resultado: uma legião de insatisfeitas – e insatisfeitos –, que
veem seu cotidiano comprometido num quesito fundamental. O sexo prazeroso (e seguro)
é tão importante que se tornou um dos quatro parâmetros utilizados pela Organização
Mundial de Saúde para definir a qualidade de vida de uma pessoa. Os outros são: poder
trabalhar, não depender de ninguém para as tarefas do dia-a-dia e manter um convívio
familiar e social satisfatório.

Os conhecimentos sobre a sexualidade feminina são relativamente recentes. Data de


1953 a descoberta de que o prazer da mulher depende da tumescência do clitóris. A partir
daí, começaram a ser desvendados os mecanismos fisiológicos de certas disfunções. Os
problemas femininos têm um leque de razões muito maior do que os masculinos. Além de

232 Asas da Florestania


BIOLOGIA

distúrbios que dificultam a irrigação sanguínea dos órgãos genitais, elas estão sujeitas a
desequilíbrios na gangorra hormonal que inibem a libido. Somam-se às causas biológicas
barreiras sociopsicológicas que se transubstanciam na falta de desejo, na dor durante a
relação ou no orgasmo inatingível. Apesar da revolução dos costumes, das conquistas do
movimento feminista, a sexualidade da mulher é altamente reprimida.

A repressão sexual da mulher é milenar. Liga-se aos primórdios do estabelecimento da


sociedade patriarcal e foi mencionada por diversos autores – de ambos os sexos, diga-
se. Na peça As Mulheres de Troia, escrita há 2.400 anos pelo grego Eurípedes, uma das
personagens já dizia: "Gostamos tanto quanto os homens, mas disfarçar isso é tanto uma
arte quanto uma necessidade". Na Inglaterra do fim do século XIX, vigorava a teoria de
que a mulher que tinha orgasmo era uma mulher doente. Sexo, apenas para procriação.
Ainda que inconscientemente, muitas mulheres (inclusive de visual moderninho) continuam
a incorporar a ideia de que é uma coisa suja, pecaminosa, repugnante e, portanto, não
pode ser fonte de prazer. A revolução sexual teve início há quarenta anos. Em tão pouco
tempo, é impossível mudar uma mentalidade sedimentada ao longo de séculos.

O panorama é ruim, mas a tendência é que melhore. Um levantamento da Sociedade


Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, realizado na década de 70, mostrava
que só 2% das mulheres vítimas de disfunção sexual procuravam espontaneamente ajuda
especializada. Hoje, esse índice chega a 18%. É uma porcentagem baixa, mas que indica
uma mudança de comportamento. Outro ponto a ser destacado é que nos mais importantes
centros de pesquisa há uma legião de cientistas tentando desenvolver remédios que deem
fim a tormentos sexuais femininos.

Terreno inexplorado

Apesar da revolução dos costumes, a sexualidade feminina ainda é um tabu.

• 54% das brasileiras sofrem de alguma disfunção sexual, mas apenas 18% delas
procuram ajuda especializada.

• Por vergonha, 90% das vítimas de disfunções sexuais não comentam o problema nem
com a melhor amiga.

• 60% dos ginecologistas brasileiros não investigam espontaneamente a qualidade da


vida sexual das clientes.

• Para cada 4 estudos sobre a sexualidade masculina, existe 1 sobre a feminina.


Texto adaptado. Disponível em www.veja.abril.com.br. Acessado em 12/09/2012.

Segundo Ano
233
BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 3 – AULA 15

Tema: O que é ser homem e ser mulher?

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Anatomia e fisiologia • Conhecer os principais componentes do sistema
comparada da reprodução nervoso e sua relação com a reprodução humana.
e do sistema nervoso. • Conhecer a anatomia geral do sistema genital feminino

e do sistema genital masculino.


• Discutir com outros leitores as interpretações geradas

por uma leitura.


• Estudar, textos expositivos, tanto para aprender sobre

eles, quanto para aprender procedimentos de estudo.

I. Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

Na aula 12, discutimos algumas diferenças fisiológicas que ocorrem no corpo de meninos
e meninas durante a puberdade. Você também viu que essas diferenças são influenciadas
por hormônios. Na aula passada, discutimos questões que envolvem as diferenças na
identidade de gênero e sexualidade.

Agora, converse com os colegas e o professor sobre o que você aprendeu: o que diferencia
um homem de uma mulher?

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

Você escreveu o texto de opinião sobre a mudança precoce de sexo? Então, é hora de
compartilhar o que foi feito como lição de casa. Leia seu texto para os colegas e professor,
ouça a leitura dos colegas e conversem acerca do que pensam sobre o texto lido.

III. Problematização – 20 min.

Sente junto a um colega e leia com ele o texto abaixo.

Desde a adolescência até a meia-idade ou um pouco mais somos capazes de nos


reproduzir. O sexo tem um papel importante em nossa cultura; nós o vemos na moda,
literatura, música, televisão e filmes.

Do ponto de vista biológico, o objetivo do sexo é fundir dois grupos de informações genéticas,
um da mãe e outro do pai, para formar um bebê que seja geneticamente diferente de seus pais.
Disponível em http://saude.hsw.uol.com.br/reproducao-humana.htm. Acessado em 12/09/2012.

234 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Agora, discuta com o colega a seguinte questão:

• Qual o caminho percorrido pelo espermatozoide, desde sua produção, até a fertilização
do óvulo feminino? Registre abaixo a resposta de vocês.

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Para responder à pergunta proposta na atividade de Problematização, é preciso conhecer


o sistema reprodutor humano. Então, vamos lá, leia o texto abaixo.

SISTEMA REPRODUTOR HUMANO

O sistema ou aparelho reprodutor humano é constituído no sexo masculino pelos testículos,


ductos genitais, glândulas acessórias e pênis, e no sexo feminino pelos ovários, dois ovidutos
(também denominados trompa de Falópio), útero, vagina e duas glândulas mamárias.

APARELHO REPRODUTOR MASCULINO

Disponível em www.biologia.ifsc.usp.br. Acessado em 04/09/2012.

Segundo Ano
235
BIOLOGIA

TESTÍCULOS: Em número de dois, apresentam-se envolvidos por uma espessa cápsula


de tecido conjuntivo, rico em fibras colágenas, a albugínea.

Os testículos são constituídos por uma série de túbulos enovelados, túbulos seminíferos,
na parede dos quais são formados os espermatozoides, originários das células germinativas
primárias (espermatogênese).

Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 12/09/2012.

As duas extremidades de cada túbulo drenam para a rede de dutos no epidídimo, de


onde os espermatozoides passam para o canal deferente, deste para o ducto ejaculador e
daí para a uretra prostática por ocasião da ejaculação. Entre os túbulos no testículo existem
ninhos de células que contêm grânulos de lipídeos (células intersticiais de Leydig), as quais
secretam testosterona para a circulação.

ESPERMATOGÊNESE: as espermatogônias, células germinativas primárias localizadas


junto à lâmina de base dos túbulos seminíferos, evoluem para espermatócitos primários,
sendo este processo iniciado durante a adolescência, por ação hormonal. Os espermatócitos
primários reduzem, pela divisão meiótica, o número de cromossomos em dois estágios:
espermatócitos secundários e em espermátides; este último contém o número haploide de 23
cromossomos. Após as espermátides sofrerem maturação, formam-se os espermatozoides.

236 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Disponível em www.biologia.ifsc.usp.br. Acessado em 04/09/2012.

Sabe-se que a temperatura é muito importante na regulação da espermatogênese e


que esse processo geralmente ocorre só a temperaturas inferiores a do corpo humano,
aproximadamente 32oC. É por esse motivo que na maioria dos mamíferos, os testículos
se encontram fora da cavidade abdominal, nas bolsas escrotais, e sua distância do
abdômen varia com a temperatura, sendo esta distância controlada por ação de músculos
que se contraem ou relaxam. Porém o fator de ação mais contínua e importante sobre
a espermatogênese é, sem dúvida, o endócrino. Esse processo depende do estímulo do
hormônio folículo-estimulante (FSH) da hipófise anterior, que age diretamente na linhagem
seminal, e do LH, que estimula a secreção de andrógeno nas células intersticiais, hormônio
este que estimula a espermatogênese.

DUCTOS GENITAIS: são os ductos que transportam os espermatozoides produzidos no


testículo: epidídimo e ducto deferente.

GLÂNDULAS ACESSÓRIAS: são as vesículas seminais, a próstata e as glândulas


bulbouretrais.

Vesículas Seminais: são dois órgãos, cada um formado por um tubo de 15 cm de


comprimento, intensamente enrolado sobre si mesmo. A secreção da vesícula seminal
(sêmen), que é acumulada no interior dessa glândula, é eliminada na ejaculação. Essa
secreção contém proteínas e é rica em vitamina C e frutose, metabólitos importantes para os
espermatozoides. O funcionamento desse órgão é dependente do hormônio testosterona.

Segundo Ano
237
BIOLOGIA

Próstata: é um conjunto de 30 a 50 glândulas tubuloalveolares ramificadas, cujos ductos


desembocam na uretra prostática. A próstata não só produz o líquido prostático, mas
também o armazena no seu interior para expulsá-lo durante a ejaculação.

Os processos de secreção da próstata dependem, como na vesícula seminal, da


testosterona; quando falta esse hormônio, a glândula regride.

Glândulas bulbouretrais: são formações pares, do tamanho de uma ervilha, que se


situam atrás da uretra membranosa, onde desembocam. Sua secreção tem aspecto mucoso.

PÊNIS: é constituído essencialmente por três massas cilíndricas de tecido muscular, mais
a uretra, envoltas externamente por pele. Delas, duas são colocadas dorsalmente e recebem
o nome de corpos cavernosos do pênis. A outra, ventral, chama-se corpo cavernoso da
uretra e envolve a uretra peniana em todo o seu trajeto. Na sua porção terminal, dilata-se
formando a glande.

APARELHO REPRODUTOR FEMININO

Disponível em www.biologia.ifsc.usp.br. Acessado em 04/09/2012.

OVÁRIOS

Folículos ovarianos: o número total de folículos nos dois ovários da criança recém-nascida
é estimado em dois milhões, porém a maioria sofrerá um processo degenerativo, sendo que
na época da puberdade restam apenas cerca de 300.000 folículos. Essa regressão folicular
ocorre durante toda a vida, desde a menarca (primeira menstruação) até a menopausa
(última menstruação). Distinguem-se os folículos primários, os folículos em crescimento e
os folículos maduros ou de Graaf. A regressão pode atingir qualquer tipo de folículo, desde

238 Asas da Florestania


BIOLOGIA

os primários até os quase completamente maduros. Como em geral apenas um ovócito é


liberado pelos ovários em cada ciclo menstrual (duração média 28 dias) e a vida reprodutiva
da mulher é de 30 a 40 anos, o total de ovócitos liberados é de aproximadamente 450.
Todos os demais folículos, com seus ovócitos, degeneram e desaparecem.

Ovulação: ocorre na ruptura do folículo maduro com liberação do ovócito, que será
colhido pela extremidade dilatada na trompa uterina. A ovulação ocorre aproximadamente
no meio do ciclo menstrual, portanto em torno do 14o dia, considerando-se o ciclo de 28
dias, que é o mais frequente. A ovulação ocorre através da pressão exercida pelo folículo
maduro na superfície do ovário fazendo com que se inicie uma isquemia, o que contribui
para o enfraquecimento dos tecidos, facilitando a saída do ovócito.

Pós-ovulação: após a ovulação, as células foliculares e as da teca interna que permanecem


no ovário dão origem a uma glândula endócrina temporária, denominada corpo lúteo
(corpo amarelo). O corpo lúteo secreta progesterona e estrógenos, que atuam sobre a
mucosa uterina, estimulando a secreção de suas glândulas. Além disso, a progesterona
impede o desenvolvimento dos folículos ovarianos e a ovulação. As células foliculares não se
dividem depois da ovulação, mas aumentam muito de volume e adquirem as características
de células secretoras de hormônios esteroides.

O corpo lúteo é formado pelo estímulo do hormônio luteinizante (LH) sintetizado pela
hipófise, sob o controle do hipotálamo. Quando não ocorre gravidez, o corpo lúteo tem uma
existência de 10 a 14 dias apenas. Após esse período, devido à falta de hormônio luteinizante,
ele degenera e desaparece. Este é chamado corpo lúteo menstrual ou espúrio. Ocorrendo
a gravidez, as gonadotrofinas coriônicas produzidas pela placenta estimularão o corpo lúteo,
que se manterá durante a gestação. Este é o corpo lúteo gravídico ou verdadeiro.

Disponível em www.biologia.ifsc.usp.br. Acessado em 04/09/2012.

Segundo Ano
239
BIOLOGIA

OVIDUCTOS

A trompa uterina ou oviducto é um tubo de grande mobilidade, com cerca de 12 cm


de comprimento. Uma de suas extremidades abre-se na cavidade peritoneal, próximo
ao ovário, e a outra atravessa a parede do útero e abre-se no interior desse órgão. A
extremidade livre do infundíbulo, que é a mais larga, apresenta prolongamentos em forma
de franjas (fímbrias).

Quando ocorre a ovulação a trompa uterina recebe o ovócito expulso pelo ovário e o
conduz na direção do útero. Sua luz representa um ambiente adequado à fertilização, e
a secreção aí contida contribui para a proteção e nutrição do ovócito, bem como para a
ativação do espermatozoide.

Na época da ovulação, a trompa movimenta-se de modo regular pela contração de


sua musculatura. As fímbrias do infundíbulo aproximam-se da superfície do ovário e
sua forma de funil facilita a captação do ovócito liberado. A trompa também apresenta
ondas de contração iniciadas no infundíbulo e que se dirigem na direção do útero. Essas
ondas, auxiliadas pela atividade ciliar do epitélio, parecem ser de grande importância na
movimentação do embrião no sentido do útero.

ÚTERO

Tem a forma de uma pera, com uma porção dilatada cuja parte superior é o fundo do
útero e uma parte inferior cilíndrica que se abre na vagina, a cérvix ou colo uterino. A
parede do útero é relativamente espessa e constituída por três túnicas, que, de fora para
dentro são: 1) serosa ou adventícia; 2) miométrio; e 3) endométrio.

Miométrio: é a túnica mais espessa do útero. Durante a gravidez o miométrio cresce


acentuadamente, sofrendo regressão após o parto.

Endométrio: Sob a ação dos hormônios ovarianos (estrógeno e progesterona) produzidos


por estímulo da adeno-hipófise, o endométrio sofre modificações estruturais cíclicas, que
constituem o ciclo menstrual. As modificações estruturais do endométrio podem ser descritas
na seguinte ordem: fase proliferativa, fase secretória e fase menstrual.

Fase Proliferativa: após a fase menstrual, a mucosa uterina fica reduzida a uma pequena
faixa de tecido conjuntivo, pois suas porções superficiais e o epitélio de revestimento se
perderam. As células presentes proliferam e vão reconstruir as glândulas e o epitélio de
revestimento do endométrio, havendo crescimento do endométrio como um todo.

Fase Secretória: inicia-se após a ovulação e depende da formação do corpo lúteo, o


qual secreta progesterona. Nesta fase, o endométrio atinge sua espessura máxima.

Fase Menstrual: não havendo fertilização do óvulo expelido pelo ovário, ocorrerá uma queda
brusca dos níveis de estrógenos e progesterona no sangue. Em consequência, o endométrio,
que estava desenvolvido pelo estímulo desses hormônios, entra em colapso, sendo parcialmente
destruído. O endométrio destaca-se por partes e o grau de perda endometrial varia de mulher
para mulher; daí o motivo da menstruação durar aproximadamente 3 dias, ou mais.

240 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Disponível em www.biologia.ifsc.usp.br. Acessado em 04/09/2012.

GLÂNDULAS MAMÁRIAS

Cada mama é um conjunto de 15 a 25 glândulas; essas glândulas têm por função


secretar leite para nutrir os recém-nascidos.

A estrutura das glândulas mamárias varia de acordo com a idade e condições fisiológicas
do organismo.

Disponível em www.biologia.ifsc.usp.br. Acessado em 04/09/2012.

Segundo Ano
241
BIOLOGIA

Desenvolvimento das glândulas mamárias: antes da puberdade as glândulas mamárias


apresentam-se constituídas por pequenos maciços celulares. Ao atingir a maturidade sexual,
puberdade, as mamas aumentam de tamanho e tomam a forma hemisférica e o mamilo
torna-se proeminente.

Na mulher adulta: durante o ciclo menstrual, observam-se pequenas variações na


estrutura dessas glândulas, que se caracterizam por uma proliferação dos ductos e das
partes secretoras, aproximadamente na época da ovulação, e que coincidem com o maior
teor de estrógeno circulante. Além disso, observa-se maior acúmulo de tecido adiposo na
fase pré-menstrual, que se reflete num aumento do volume das mamas. O crescimento das
glândulas mamárias durante a gravidez dá-se pela ação de vários hormônios.

A lactação caracteriza-se pelo desencadeamento dos processos de secreção do leite.


Consequentemente, o aspecto das glândulas nesta fase é diferente do apresentado pelas
glândulas em crescimento.

A sucção da criança funciona em mulheres lactantes como estímulo nos receptores


tácteis que existem em abundância ao redor do mamilo e que são os responsáveis pelo
desencadeamento de um reflexo que promoverá a liberação da oxitocina (hormônio da
hipófise posterior). Este hormônio promove a contração das células mioepiteliais presentes
na glândula, ocorrendo, assim, a ejeção do leite. Em mulheres em período de lactação,
os estímulos emocionais e sexuais também podem determinar a liberação de oxitocina,
fazendo com que o leite brote nos mamilos.
Texto adaptado. Disponível em www.biologia.ifsc.usp.br. Acessado em 04/09/2012.

FECUNDAÇÃO

Os espermatozoides depositados no fundo da vagina, no ato sexual, nadam para o interior


do útero, de onde atingem os ovidutos. Durante a viagem à trompa, muitos espermatozoides
morrem, devido às condições desfavoráveis de acidez, ou são devorados por macrófagos,
células responsáveis pela limpeza do sistema reprodutor feminino. Mesmo assim, milhares de
espermatozoides atingem o óvulo. O primeiro espermatozoide a tocar na membrana do óvulo
penetra, fenômeno denominado fecundação ou fertilização. O óvulo estimulado pela entrada
do gameta masculino completa a meiose e elimina o segundo corpúsculo polar. Finalmente o
pronúcleo masculino se funde ao núcleo do óvulo, originando o núcleo do zigoto.
Texto adaptado. Disponível em www.webciencia.com. Acessado em 12/09/2012.

Atividade

Agora que você já sabe o caminho percorrido pelo espermatozoide, desde sua produção,
até a fertilização do óvulo, reveja o que você escreveu na atividade de problematização.

Você acha que aprendeu mais depois de ler o texto?

242 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Agora, no espaço abaixo, monte um esquema que ilustre todo o caminho percorrido pelo
espermatozoide até sua chegada ao óvulo.

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min

Que tal exercitar um pouco o que você aprendeu antes do intervalo? Então, responda às
questões abaixo.

1. (Unicamp-SP) Observe o esquema.

Segundo Ano
243
BIOLOGIA

Identifique:

a) os órgãos produtores de gametas no sistema reprodutor representado.

b) os órgãos indicados pelas setas 1, 2, 3 e 4.

c) Quais são os órgãos produtores de hormônios e que hormônios são esses?

2. (PUC-MG) Tendo em vista os hormônios que atuam no ciclo feminino, cite:

a) dois hormônios produzidos pelo ovário.

b) o que acontece com a quantidade de estrógeno nas proximidades anteriores e


posteriores à ovulação.

c) como ocorre o surgimento da menstruação.

3. (UFRJ) Observe o esquema e responda aos itens.

244 Asas da Florestania


BIOLOGIA

a) Tendo por base as informações contidas no esquema, identifique os hormônios


denominados H1, H2, A e B.

a) Qual a função do hormônio H1?

a) Quais os efeitos do hormônio H2?

a) Além de inibir a produção de H1, que outros efeitos o hormônio A tem sobre o
organismo feminino?

a) Qual o efeito do aumento da taxa do hormônio B sobre a produção hormonal da


hipófise?

a) Qual o dia aproximado do ciclo menstrual em que está mais elevada a concentração
do hormônio H2 no sangue?

4. (Unicamp) Observe o esquema.

Segundo Ano
245
BIOLOGIA

Identifique

a) O órgão produtor de gametas.

b) As estruturas indicadas pelas setas 5, 6, 8 e 4.

c) No desenho, aparece indicada uma das glândulas que produzem o líquido seminal.
Que número indica essa glândula e quem é ela? Cite as duas outras glândulas.

5. (Unicamp) Observe a figura.

a) Onde se formam os espermatozoides?

246 Asas da Florestania


BIOLOGIA

b) Qual a função do epidídimo?

c) Para que serve o canal deferente?

d) Qual a função das células de Leydig?

6. Os testículos, no homem, e os ovários, na mulher, são denominados gônadas. São


os órgãos que produzem as células envolvidas na reprodução, chamadas gametas
(respectivamente os espermatozoides e os óvulos). As gônadas femininas são internas,
enquanto as masculinas são externas. Por quê?

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

Hoje, para a socialização de aprendizagens, ajude o professor a construir no quadro um


esquema que represente o caminho percorrido pelo espermatozoide, desde sua produção,
até a fertilização do óvulo.

Atenção! À medida que for apresentando o caminho, também diga o que ocorre em cada
parte, pois assim você estará contribuindo para que todos aprendam mais sobre esse assunto.

VIII. Atividade complementar – 20 min.

1. (Fuvest-SP) O gráfico abaixo representa as variações nos níveis de dois importantes


hormônios relacionados com o ciclo menstrual na espécie humana. Que fenômenos
ocorrem, respectivamente, nos momentos 1 e 2 do ciclo?

Segundo Ano
247
BIOLOGIA

2. (Unicamp-SP) O gráfico mostra os níveis dos hormônios sexuais no sangue durante o


ciclo menstrual.

a) Observando as curvas dos hormônios, diga se ocorreu ou não fecundação. Justifique


sua resposta.

b) Onde são produzidos os hormônios gonadotróficos e esteroides envolvidos no


processo?

3. (Vunesp-SP) O que ocorre normalmente no útero de uma mulher, quando o óvulo não
é fecundado? Por que isso ocorre?

248 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Para responder às questões abaixo, assinale a alternativa correta.

4. Observe a legenda:

1. trompa de falópio

2. testículo

3. duto ejaculador

4. vagina

5. canal deferente

6. epidídimo

7. uretra

8. útero

Para que a fecundação ocorra, o espermatozoide deverá percorrer:

a) 2 - 6 - 5 - 3 - 7 - 4 - 8 – 1

b) 6 - 5 - 4 - 3 - 7- 8 - 1 – 2

c) 4 - 7 - 6 - 5 - 1 - 2 - 3 – 8

d) 3 - 2 - 5 - 7 - 6 - 4 - 8 – 1

e) 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 – 8

5. (PUC-PR) A produção do hormônio luteinizante estimula as células intersticiais ou de


Leydig a liberar um hormônio que, por sua vez, é responsável pela manutenção dos
caracteres sexuais.

Assinale a opção que corresponde ao descrito no texto:

a) A hipófise produz o hormônio luteinizante e estimula o testículo a produzir testosterona.

b) O testículo produz hormônio luteinizante e estimula a hipófise a produzir o estrógeno.

c) O hormônio luteinizante estimula o testículo a produzir o estrógeno, estimulando a


hipófise.

d) O hormônio luteinizante estimula o ovário a produzir a progesterona, estimulando a


hipófise.

e) O hipotálamo produz o hormônio luteinizante estimulando a hipófise a produzir


testosterona.

Segundo Ano
249
BIOLOGIA

6. Para a questão abaixo, dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.

(U. E. Ponta Grossa-PR) Sobre o aparelho reprodutor masculino, representado na figura


abaixo, assinale o que for correto:

01) Na estrutura de número 1, ocorre a espermatogênese e a produção de testosterona.

02) Na estrutura de número 2, os espermatozoides recém-formados terminam sua


maturação e ficam armazenados até a sua eliminação.

04) A vasectomia é realizada através do seccionamento da estrutura de número 3.

08) A estrutura de número 6 possui três cilindros de tecido esponjoso em seu interior
(corpos cavernosos), uma “cabeça” (glande), e uma prega protetora, de pele (prepúcio),
que recobre a glande.

16) As estruturas de números 4 e 5 são chamadas de gônadas masculinas.

Soma das alternativas corretas: ______________________________

IX. Avaliação da aula – 15 min.

Imagine que você irá apresentar um seminário com o seguinte tema: caminho percorrido
pelo espermatozoide, desde sua produção, até a fertilização do óvulo feminino.

• Que informações seriam apresentadas no seminário?

250 Asas da Florestania


BIOLOGIA

X. Para saber mais.

DST: Doenças sexualmente transmissíveis

As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) são doenças causadas por vários tipos
de agentes. São transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de camisinha,
com uma pessoa que esteja infectada e, geralmente, se manifestam por meio de feridas,
corrimentos, bolhas ou verrugas.

Algumas DST são de fácil tratamento e de rápida resolução. Outras, contudo, têm tratamento
mais difícil ou podem persistir ativas, apesar da sensação de melhora relatada pelos pacientes.
As mulheres, em especial, devem ser bastante cuidadosas, já que, em diversos casos de DST,
não é fácil distinguir os sintomas das reações orgânicas comuns de seu organismo. Isso exige
da mulher consultas periódicas ao médico. Algumas DST, quando não diagnosticadas e
tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves e até a morte.

Algumas DST também podem ser transmitidas da mãe infectada para o bebê durante a
gravidez ou durante o parto. Podem provocar, assim, a interrupção espontânea da gravidez
ou causar graves lesões ao feto, outras podem também ser transmitidas por transfusão de
sangue contaminado ou compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso
de drogas injetáveis.

Tipos de DST:

Aids: causada pela infecção do organismo humano pelo HIV (vírus da imunodeficiência
adquirida). O HIV compromete o funcionamento do sistema imunológico humano,
impedindo-o de executar adequadamente sua função de proteger o organismo contra as
agressões externas, tais como: bactérias, outros vírus, parasitas e células cancerígenas.

Cancro mole: também chamada de cancro venéreo, popularmente é conhecida como


cavalo. Manifesta-se através de feridas dolorosas com base mole.

Condiloma acuminado ou HPV: é uma lesão na região genital, causada pelo Papilomavirus
Humano (HPV). A doença é também conhecida como crista de galo, figueira ou cavalo de crista.

Segundo Ano
251
BIOLOGIA

Gonorreia: é a mais comum das DST. Também é conhecida pelo nome de blenorragia,
pingadeira, esquentamento. Nas mulheres, essa doença atinge principalmente o colo do útero.

Clamídia: também é uma DST muito comum e apresenta sintomas parecidos com os
da gonorreia, como, por exemplo, corrimento parecido com clara de ovo no canal da
urina e dor ao urinar. As mulheres contaminadas pela clamídia podem não apresentar
nenhum sintoma da doença, mas a infecção pode atingir o útero e as trompas, provocando
uma grave infecção. Nesses casos, pode haver complicações como dor durante as relações
sexuais, gravidez nas trompas (fora do útero), parto prematuro e até esterilidade.

Herpes: manifesta-se através de pequenas bolhas localizadas principalmente na parte


externa da vagina e na ponta do pênis. Essas bolhas podem arder e causam coceira intensa.
Ao se coçar, a pessoa pode romper a bolha, causando uma ferida.

Linfogranuloma venéreo: caracteriza-se pelo aparecimento de uma lesão genital de curta


duração (de três a cinco dias), que se apresenta como uma ferida ou como uma elevação
da pele. Após a cura da lesão primária surge um inchaço doloroso dos gânglios de uma
das virilhas. Se esse inchaço não for tratado adequadamente, evolui para o rompimento
espontâneo e formação de feridas que drenam pus.

Sífilis: manifesta-se inicialmente como uma pequena ferida nos órgãos sexuais (cancro
duro) e com ínguas (caroços) nas virilhas. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não
ardem e não apresentam pus. Após certo tempo, a ferida desaparece sem deixar cicatriz,
dando à pessoa a falsa impressão de estar curada. Se a doença não for tratada, continua a
avançar no organismo, surgindo manchas em várias partes do corpo (inclusive nas palmas
das mãos e solas dos pés), queda de cabelos, cegueira, doença do coração, paralisias.

Tricomoníase: os sintomas são, principalmente, corrimento amarelo-esverdeado, com


mau cheiro, dor durante o ato sexual, ardor, dificuldade para urinar e coceira nos órgãos
sexuais. Na mulher, a doença pode também se localizar em partes internas do corpo, como o
colo do útero. A maioria dos homens não apresenta sintomas. Quando isso ocorre, consiste
em uma irritação na ponta do pênis.
Disponível em www.bvsms.saude.gov.br. Acessado em 18/09/2012.

252 Asas da Florestania


BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 4 – AULA 16

Tema: Sexo tem vantagens evolutivas

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Anatomia e fisiologia • Compreender a evolução dos sistemas reprodutor e
comparada da reprodução nervoso, e sua relação com a evolução das espécies.
e do sistema nervoso. • Relacionar a reprodução sexuada ao aumento de

variabilidade genética.
• Discutir com outros leitores as interpretações geradas

por uma leitura.


• Estudar, textos expositivos, tanto para aprender sobre

eles, quanto para aprender procedimentos de estudo.


• Utilizar procedimentos eficazes de leitura para

compreender melhor o texto.


• Sublinhar fragmentos do texto para facilitar a

localização de informações.

I. Acolhida – 15 min.

Leia o texto abaixo.

ONDE HÁ MAIS VIDA


Pesquisadores encontram no Acre a região de maior biodiversidade da Amazônia.
E, surpresa, o lugar é habitado pelo homem

Carlos Rydle

O Rio Juruá atravessa uma paisagem variada no Acre: clima mais úmido e frio do que no restante
da Amazônia possibilita a diversificação de espécies

Uma velha coleção de borboletas do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, intrigava os


observadores havia décadas. Reunida por naturalistas que viajaram pela região do Rio
Juruá, no Acre, no início do século XX, chamava a atenção pela variedade e por incluir

Segundo Ano
253
BIOLOGIA

insetos que existiam em vários pontos da Amazônia. Muitos especialistas até duvidavam de
sua legitimidade. Um estudo recém-concluído por pesquisadores de cinco universidades
brasileiras acaba de provar que não há nada de errado com a coleção de borboletas.
Ela não só é autêntica como reflete apenas uma ínfima parte da opulência natural que
cerca esse trecho do Juruá. O levantamento, que será publicado no segundo semestre na
forma de uma enciclopédia natural, mostra que lá está a região de maior biodiversidade da
Amazônia, provavelmente do planeta. Ou seja, lá está a maior concentração de espécies
numa mesma área. Ela supera com folga outras regiões de Floresta Amazônica, como
Cacaulândia, em Rondônia, Pakitza e Tambopata, no Peru, tidas até agora como campeãs
em variedades de seres vivos na Amazônia, que é, por sua vez, a maior extensão de mata
para a sobrevivência de espécies animais e vegetais do planeta. No Juruá, foram contadas
616 espécies de aves, pelo menos seis delas raras e outras duas completamente novas
para a ciência. Nas outras áreas, são pouco mais de 550. Em se tratando de borboletas,
os cientistas já registraram 1.620 tipos, mas há indícios de que o número poderá chegar
a 2.000. Há ainda cinquenta espécies de répteis, 300 de aranhas, 140 de sapos e 64
variedades de abelhas.

No Rio Moa, um afluente do Juruá, há cenários espetaculares, como escarpas que formam
cânions com paredões de 150 metros. No fundo desses vales surgem bromélias e orquídeas
em número nunca visto no restante da Amazônia brasileira. Para completar, nas regiões
mais altas existem florestas anãs, com mata baixa, nas quais o chão chega a ter camadas
de 50 centímetros de raízes finas e musgo. Além de animais considerados vulneráveis ou
ameaçados de extinção, como a preguiça-real, o tamanduá-bandeira, a lontra e o tatu-
canastra, há por lá peculiaridades como uma mariposa de 30 centímetros, considerada a
maior do mundo, e um morcego com envergadura de 1 metro, o maior das Américas. Os
especialistas acreditam que exista ali muito que descobrir.

254 Asas da Florestania


BIOLOGIA

O estudo da biodiversidade na Amazônia ainda engatinha. Mesmo no caso das aves,


os animais mais estudados, só se conhecem bem aquelas que vivem nas áreas em que
existem postos de observação, o que corresponde a apenas 20% do território da floresta.
A ignorância aumenta conforme o tamanho dos bichos diminui. O Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa) conta com um acervo de 5 milhões de amostras de formigas.
Desse total apenas 500 foram estudadas. Quando o assunto são os microrganismos, a
obscuridade é maior. E não se trata de pouco caso dos cientistas – mas das dificuldades
inerentes à impressionante diversidade de seres vivos.

Sapo pintado Sapo campu Tucano


Foto Ronaldo Francini Foto Moises B. de Souza Foto Araquém Alcântara

Preguiça-real Saimiri Murucututu


Foto Araquém Alcântara Foto Araquém Alcântara Foto Araquém Alcântara

Arara-canindé
Além das aves nativas da região, como o
tucano e a arara-canindé, o Alto Juruá recebe
outras 23 espécies migratórias, vindas dos
extremos norte e sul do continente americano.
Foram encontradas na região dezesseis espé-
cies de macacos e de animais raros, como a
preguiça-real. Há também 140 tipos de sapos,
o que é um bom sinal: a existência de grande
número de anfíbios é um dos mais confiáveis
barômetros para aferir as condições do meio
ambiente

Texto adaptado. Disponível em www.veja.abril.com.br. Acessado em 18/09/2012.

Segundo Ano
255
BIOLOGIA

Agora, discuta com os colegas e o professor as questões:

• Você conhece os seres vivos apresentados no texto?

• Sabe o que faz com que o Juruá tenha uma grande biodiversidade?

• Por que os seres vivos são tão diferentes?

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

III. Problematização – 20 min.

Observe as raças de cães a seguir.

Disponível em www.super_dog.no.comunidades.net. Acessado em 18/09/2012.

256 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Todos os cães, independente da raça, pertencem à mesma espécie: Canis familiaris.

Sente-se com um colega e discuta com ele as questões abaixo:

• Por que os cães, mesmo sendo da mesma espécie, são tão diferentes?

• Como as diferentes raças são originadas?

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Para a leitura do texto abaixo, utilize a estratégia de sublinhar os fragmentos que


respondem às questões discutidas na Problematização.

Evolução do sexo e sobrevivência

Para morrer basta estar vivo. Parece verdade universal, mas não é. A morte não é
companheira inseparável da vida. Esta é uma das afirmações mais importantes da Biologia.
Existem seres imortais, e são muitos.

É o caso das bactérias, formas de vida constituídas por uma única célula capaz de captar
nutrientes do meio, convertê-los em energia para exercer as funções básicas e multiplicar-se.
Representam elas o maior sucesso ecológico de todos os tempos: foram a primeira manifestação
da vida na Terra há 3,5 bilhões de anos e não só estão aí até hoje, como constituem metade
da biomassa, isto é, metade da somatória do peso de todos os seres vivos existentes.

Na reprodução das bactérias, a célula-mãe duplica o material genético (DNA), adquire


o formato de um 8 e se divide em duas filhas iguais a ela que, através do mesmo processo
se dividirão em quatro, oito, dezesseis etc. Funcionam como máquinas de replicar DNA,
a molécula que arquiva os genes de quase todos os seres vivos, inclusive os do homem.
Nesse processo, descontadas as mutações que ocorrem ocasionalmente, as células-filhas
são em tudo idênticas à mãe.

Embora uma bactéria possa morrer acidentalmente de fome ou porque a temperatura do meio
aumentou, mantidas as condições ambientais e o acesso a nutrientes, a divisão não para. Podemos
dizer que a bactéria que se dividiu em duas morreu? Ou, que suas quatro netas, idênticas a ela,
ao se dividir em oito deixaram de estar vivas? Ou, ainda, numa comparação antropocêntrica, se
você pudesse se dividir em dois indivíduos iguais, duas réplicas em tudo idênticas a você mesmo,
seria possível dizer que você morreu? Nesse caso, onde estaria seu cadáver?

A morte não é fenômeno obrigatório nos seres unicelulares. A morte surgiu com o sexo, e
está definitivamente associada a ele. Esta é outra constatação da Biologia, tão fundamental
quanto a anterior, como veremos a seguir.

Morte e reprodução sexual

Na evolução, a estratégia da divisão simples traz a desvantagem da identidade genética.


Qualquer evento letal para um indivíduo pode provocar a extinção da espécie inteira. Por

Segundo Ano
257
BIOLOGIA

isso, na competição entre os seres unicelulares, habitantes exclusivos da Terra de 3,5 bilhões
até 600 milhões de anos atrás, emergiu a multicelularidade como forma de vida mais
versátil para enfrentar variações deletérias do meio ambiente.

Organismos constituídos por muitas células apresentam algumas vantagens ecológicas:

1) A diversidade genética entre os indivíduos aumenta a possibilidade de sobrevivência


da espécie, diante das variações do meio.

2) O tamanho maior permite a elaboração de funções orgânicas mais complexas.

3) A capacidade de atribuir funções específicas a cada tipo de célula faz com que populações
celulares especializadas passem a cuidar de funções essenciais para o funcionamento do
organismo: respiração, digestão, excreção etc.

4) Como consequência, células germinativas ou gametas serão encarregados da


transmissão do DNA para as futuras gerações, através da reprodução sexual.

Células germinativas e o nascimento do sexo

Na evolução, o aparecimento das células germinativas é considerado como o nascimento


do sexo. Enquanto as demais células do corpo (somáticas) carregam dois pares (uma cópia
materna, outra paterna) de cada gene que constitui o patrimônio genético do indivíduo, nas
células germinativas os pares se separam, e cada gameta passa a conter apenas uma cópia de
cada gene. Algumas cópias terão origem materna, outras terão origem na linhagem paterna.

Os gametas, contendo metade dos genes das células somáticas de um indivíduo, fecundarão
ou serão fecundados por células germinativas que contêm metade das cópias de genes de
outro indivíduo. Da união, resultará um novo ser vivo cujo genoma (conjunto de todos os
genes) será formado por uma cópia de cada gene: uma vinda do pai, outra da mãe.

É lógico que não podemos dizer qual dos dois tipos de células, somáticas ou germinativas,
é mais importante para a sobrevivência da espécie. Sem gametas não há reprodução e se
não existissem células somáticas não haveria corpo. Do ponto de vista da evolução da vida
na Terra, entretanto, a única função do corpo é a de otimizar a sobrevivência e a função
reprodutiva dos gametas.

O advento do sexo como estratégia reprodutiva trouxe como consequência inevitável, o


envelhecimento e a morte das células somáticas no final de cada geração.

Morte acidental x Morte programada

Se os seres multicelulares que se reproduzem sexualmente são todos constituídos por


DNA, como se explica que um inseto possa viver no máximo uma semana, um rato viver 3
anos e um homem, 120 anos?

No momento em que o espermatozoide fecunda o óvulo e os genes maternos e paternos


formam pares, cada um traz para essa união toda a história da vida na Terra.

258 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Os genes que chegaram até hoje foram selecionados a partir dos primeiros habitantes
unicelulares do planeta. Aqueles que controlam características úteis para a sobrevivência,
conferiram vantagem competitiva a seus portadores e foram transmitidos às gerações
futuras. Os outros não deixaram descendentes, no melhor estilo darwiniano de competição
e seleção natural.

No decorrer de tantos milhões de anos, os genes essenciais para a sobrevivência foram


preservados sem possibilidade de grandes variações individuais. Por exemplo, os genes
envolvidos na respiração da mosca que sobrevoa as bananas maduras (drosófilas) são tão
semelhantes aos humanos, que os estudos conduzidos numa espécie valem para outra, com
diferenças mínimas.

Esses genes que controlam mecanismos essenciais persistiram nas espécies, porque os
indivíduos que nasceram sem eles não deixaram descendentes. Imagine uma criança que
precisasse aprender a respirar, ou a fazer o coração começar a bater. Que chance de ter
filhos teria?

Os genes transmitidos sexualmente trazem com eles informações sobre todo o passado
vivido pela espécie. Quando esticamos o dedo na frente de um bebê, a primeira coisa que
ele faz é agarrá-lo: reflexo preênsil, herança de nossos ancestrais arbóreos que viveram
milhões de anos atrás. Pela mesma razão, temos medo de precipício, e a criança de 6 anos
nascida na cidade se assusta quando vê uma cobra na televisão.

Os genes que recebemos dos pais foram selecionados de forma a elaborar as estratégicas
básicas de sobrevivência da nossa espécie. Por isso, temos paladar, reconhecemos na pele
sensações agradáveis de temperatura, sentimos dor e gostamos tanto de sexo. Os genes
que engendraram nossos corpos não determinam nosso comportamento futuro, o meio
ambiente exerce função fundamental. O que eles fazem é aumentar a probabilidade de que
diante de certo estímulo o indivíduo reaja de determinada maneira.

Vantagens e desvantagens das estratégias reprodutivas

Na evolução, os animais optaram por duas estratégias básicas: poligamia e monogamia.


Ambas têm vantagens e desvantagens ecológicas que o indivíduo precisa avaliar
criteriosamente, se quiser transmitir seus genes às gerações futuras.

A poligamia tem a vantagem de permitir acesso a genes de diversos indivíduos e criar


uma prole com maior diversidade genética. Tem riscos, no entanto. Para os machos, a
possibilidade de fecundar várias fêmeas pode provocar confrontos violentos com outros
machos e trazer doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, a poligamia reduz o
investimento de energia masculina nos cuidados com a prole. Como consequência, está
associada a níveis mais altos de mortalidade infantil.

A opção poligâmica faz mais sucesso entre os animais menos dependentes de cuidados paternos,
que vivem em ambientes com alta disponibilidade de alimentos e baixa pressão predatória.

Segundo Ano
259
BIOLOGIA

A monogamia é uma estratégia empregada com menor frequência pelas espécies. Para a
maioria dos animais, a monogamia está associada aos cuidados com a prole. Os pássaros,
por exemplo, tradicionalmente considerados como modelo de associação monogâmica,
teriam adotado essa estratégia pressionados pela necessidade de investir energia na
construção do ninho, incubação dos ovos, alimentação e proteção dos filhotes indefesos.

Uma série de trabalhos publicados recentemente sobre a evolução da monogamia tem


deixado claro que embora o comportamento monogâmico social seja característico de
muitas espécies (muitas aves e de 3% a 10% dos mamíferos formam pares monogâmicos),
a monogamia genética é um fenômeno extremamente raro.
Texto adaptado. Disponível em http://drauziovarella.com.br.
Acessado em 21/09/2012.

Atividade

1. (Fuvest-SP) Um organismo apresenta reprodução sexuada durante uma fase da vida e


assexuada em outra. Em qual dessas fases os descendentes devem apresentar maior
semelhança com seus genitores? Por quê?

2. (Unicamp-SP) Culturas de cana são obtidas através do plantio de pedaços de colmos,


os toletes; culturas de subsistência de milho, pelo plantio das sementes que o agricultor
colheu no ano anterior. Qual dessas duas culturas terá maior potencial para enfrentar
uma alteração do ambiente, como por exemplo, o aparecimento de um novo patógeno
(agente causador de doença)? Justifique sua resposta.

260 Asas da Florestania


BIOLOGIA

3. (UNICAMP) A figura abaixo mostra uma situação jocosa referente à fragmentação


de um invertebrado hipotético, em que cada um dos fragmentos deu origem a um
indivíduo. Um exemplo real muito conhecido é o da fragmentação da estrela-do-mar,
cujos fragmentos dão origem a outras estrelas-do-mar.

a) Tanto a figura quanto o caso da estrela-do-mar se referem à reprodução assexuada.


Explique em que a reprodução assexuada difere da sexuada.

b) Dê uma vantagem e uma desvantagem da reprodução assexuada em relação à


sexuada. Justifique.

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

Segundo Ano
261
BIOLOGIA

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min.

Vamos aprender mais sobre reprodução? Então, leia o texto abaixo e faça anotações de
palavras-chave ao lado de cada parágrafo.

REPRODUÇÃO

A reprodução é uma característica de todos os seres vivos. Ela é fundamental para a


manutenção da espécie, uma vez que, nas atuais condições da Terra, os seres vivos só
surgem a partir de outros seres vivos iguais a eles por meio da reprodução. No nível
molecular, a reprodução está relacionada com a capacidade ímpar do DNA de se duplicar.
Quem comanda e coordena todo o processo de divisão celular é o DNA dos cromossomos.

São vários os tipos de reprodução que os seres vivos apresentam, mas todos eles podem
ser agrupados em duas grandes categorias: a reprodução assexuada e a sexuada.

Reprodução assexuada

Os indivíduos que surgem por reprodução assexuada são geneticamente idênticos entre
si, formando o que se chama clone. Esses indivíduos só terão patrimônio genético diferente
se sofrem mutação gênica, ou seja, alteração nas sequências de bases nitrogenadas de uma
ou mais moléculas de DNA.

Vários são os seres vivos que se reproduzem assexuadamente e vários são os tipos de
reprodução assexuada.

Nos eucariontes, unicelulares ou multicelulares, a reprodução assexuada está


relacionada com a mitose.

No caso dos unicelulares, o tipo de reprodução assexuada que lhes permite se dividir em
dois é denominado bipartição.

O processo de bipartição também ocorre nos procariontes, mas nesse caso, não há
mitose como a verificada nos eucariontes.

262 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Nos organismos multicelulares, como as plantas, por exemplo, a reprodução assexuada


pode ocorrer por propagação vegetativa. Nesse caso, partes da planta podem dar origem,
por mitose, a outros indivíduos.

Conhecendo essas peculiaridades das plantas, o ser humano aprendeu a fazer uso dela,
em benefício próprio, confeccionando mudas, que cultivadas, dão origem à nova planta,
idêntica à planta mãe, preservando, assim, as características comercialmente importantes.

Nos animais, um dos tipos de reprodução assexuada mais frequentemente observado é


o brotamento ou gemiparidade: de um indivíduo inicial brota outro indivíduo, que pode se
destacar do primeiro e passar a ter vida independente. É o que acontece, por exemplo, na
hidra. Em outros casos, o brotamento pode dar origem a uma colônia de organismos, em
que os brotos permanecem ligados ao indivíduo inicial e se desenvolvem ligados. É o que
ocorre na maioria das esponjas.

Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 21/09/2012.

Reprodução sexuada

A reprodução sexuada está relacionada com processos que envolvem troca e mistura
de material genético entre indivíduos de uma mesma espécie. Os indivíduos que surgem por
reprodução sexuada assemelham-se aos pais, mas não são idênticos a eles.

Esse modo de reprodução, apesar de mais complexo e energicamente mais custoso do


que a reprodução assexuada, traz grandes vantagens aos seres vivos e é o mais amplamente
empregado pelos diferentes grupos. Mesmo organismos que apresentam reprodução
assexuada podem também se reproduzir sexuadamente, embora existam algumas espécies
em que a reprodução sexuada não ocorre.

Se o nosso ambiente fosse completamente estável, sem sofrer alterações ao longo do


tempo, a reprodução assexuada seria muito vantajosa, pois preservaria, sem modificações, as
características dos organismos para uma certa condição ecológica. Essa, entretanto, não é a

Segundo Ano
263
BIOLOGIA

realidade. O meio ambiente sempre pode apresentar alterações. Sobreviver a elas depende
em grande parte de o patrimônio genético conter soluções as mais variadas possíveis.

Coloração é um tipo de variabilidade.

Populações formadas por indivíduos geneticamente idênticos, como os originados


por reprodução assexuada, são mais suscetíveis a alterações ambientais. Se ocorrer no
ambiente uma modificação que lhes seja desfavorável, todos os indivíduos podem morrer
de uma vez só. Isso pode não acontecer com populações formadas por indivíduos que se
reproduzem sexuadamente, pois a variabilidade genética entre eles é maior. Essa alteração
ambiental pode afetar parte da população, mas outra parte sobrevive por ter em seu material
genético condições para resistir à alteração.

Na agricultura, utiliza-se muito a reprodução assexuada das plantas visando à


manutenção, ao longo das gerações, de características comercialmente importantes.
O uso desse recurso, no entanto, permite que culturas inteiras possam ser dizimadas caso
ocorra no meio alguma alteração que prejudique esses organismos.

Nos animais, a reprodução sexuada envolve a meiose, cujos produtos são sempre os
gametas, células reprodutivas haploides. Os gametas masculinos são os espermatozoides
e os femininos, os óvulos.

264 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Na maioria dos animais, os espermatozoides são produzidos pelo indivíduo do sexo


masculino e os óvulos são produzidos pelo indivíduo do sexo feminino. Nesses casos,
os sexos são separados. Alguns animais, no entanto, como é o caso das minhocas, são
hermafroditas, pois óvulos e espermatozoides são produzidos pelo mesmo indivíduo.

Nos hermafroditas pode ocorrer autofecundação, ou seja, a fecundação do óvulo pelo


espermatozoide do mesmo indivíduo. Ocorre em algumas espécies vegetais. Entretanto,
geralmente existem mecanismos que impedem a autofecundação. Nesses casos, os óvulos
de um indivíduo são fecundados pelos espermatozoides de outro indivíduo da mesma
espécie. Fala-se, então, em fecundação cruzada.

As minhocas fazem fecundação cruzada


Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 21/09/2012.

Tipos de fecundação

A fecundação pode ser externa, quando ocorre fora do corpo, no meio ambiente, ou
interna, quando ocorre no corpo do indivíduo que produz os óvulos.

Segundo Ano
265
BIOLOGIA

Algumas espécies de anfíbios possuem a fecundação externa. O macho estimula a fêmea


a liberar os óvulos no ambiente e o macho libera os espermatozoides em cima deles.

O custo energético da produção de gametas é especialmente grande nas espécies cuja


fecundação é externa. Nesses casos formam-se muitos gametas masculinos e femininos, o
que garante a chance de encontro casual entre eles, originando o maior número de zigotos.
Porém, desses inúmeros zigotos, nem todos sobrevivem às adversidades do meio ambiente.
Apenas um pequeno número forma indivíduos adultos, dando continuidade à espécie.

Nos animais em que a fecundação é interna, o número de gametas produzidos é


menor, com isso, o custo energético de sua produção também é menor.
Texto adaptado. Disponível em www.sobiologia.com.br. Acessado em 21/09/2012.

Atividade

1. (Vunesp-SP) Os seres vivos podem reproduzir-se sexuada ou assexuadamente.

a) Qual é o tipo de divisão celular envolvido em cada uma dessas modalidades


reprodutivas?

b) Qual a importância biológica da reprodução sexuada?

266 Asas da Florestania


BIOLOGIA

2. (Unicamp-SP) Em muitos organismos unicelulares, como as amebas, as células-filhas


resultantes da divisão mitótica funcionam como organismos independentes; novas
plantas podem surgir a partir de raízes ou mesmo de folhas; em certos animais, como
a hidra, novos indivíduos surgem por brotamento.

a) A que tipo de reprodução se referem esses exemplos?

b) Cite duas vantagens e uma desvantagem desse tipo de reprodução.

3. (Fuvest-SP) Quais organismos têm maior probabilidade de se adaptar a ambientes


em contínua modificação: os que se reproduzem por autofecundação ou os que se
reproduzem por fecundação cruzada? Por quê?

4. Diversas espécies de seres vivos se reproduzem assexuadamente, quando o ambiente


é favorável e estável. Quando as condições ambientais se tornam desfavoráveis,
esses organismos passam a se reproduzir sexuadamente. Justifique a importância da
mudança do tipo de reprodução na sobrevivência dessas espécies.

Para responder à questão abaixo, assinale a alternativa correta.

5. Nos seres vivos pode ocorrer reprodução sexuada ou assexuada. Assim sendo, pode-
se afirmar:

a) O brotamento é um tipo de reprodução assexuada, em que os descendentes são


formados por sucessivas mitoses.

Segundo Ano
267
BIOLOGIA

b) A reprodução assexuada permite uma evolução mais rápida das espécies.

c) A reprodução sexuada, exceto quando ocorrem mutações, produz indivíduos


geneticamente iguais.

d) A reprodução assexuada promove maior variabilidade genética e produz grande


quantidade de descendentes.

e) A reprodução assexuada se caracteriza pela presença de meiose, formação de


gametas e fecundação.

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

VIII. Atividade complementar – 20 min.

1. Diferencie reprodução sexuada da assexuada.

Assinale a alternativa correta.

2. O processo de união dos núcleos do óvulo e do espermatozoide é chamado de:

a) segmentação

b) estrobilização

c) fecundação

d) nidação

e) permutação

3. (Fuvest-SP) A reprodução sexuada, do ponto de vista evolutivo, é mais importante do


que a reprodução assexuada porque:

a) assegura a perpetuação da espécie.

b) promove maior variabilidade genética.

c) processa-se após a meiose que produz gametas.

268 Asas da Florestania


BIOLOGIA

d) permite produzir maior número de descendentes.

e) ocorre somente nos animais e vegetais pluricelulares.

4. Cesgranrio) No processo evolutivo foram selecionados os seres de fecundação externa


que liberam uma grande quantidade de gametas para o meio ambiente. As hidras,
no entanto, reproduzem-se rapidamente, embora lancem um pequeno número
de gametas na água. A explicação para esse fato é que as hidras apresentam um
acelerado processo de reprodução:

a) assexuada por divisão binária.

b) assexuada por esporulação.

c) assexuada por brotamento.

d) sexuada por autofecundação.

e) sexuada por partenogênese.

5. (Fuvest) Através de técnicas modernas de melhoramento vegetal, conseguiu-se uma


linhagem de cana-de-açúcar altamente produtiva. Sabendo-se que a cana pode se
reproduzir tanto sexuada como assexuadamente, analise as alternativas e assinale a
forma com que esta linhagem deve ser propagada para que suas boas características
não sejam perdidas em plantios sucessivos.

a) reprodução assexuada;

b) reprodução sexuada;

c) metagênese;

d) reprodução gâmica;

e) conjugação;

IX. Avaliação da aula – 15 min.

Forme um grupo com mais dois colegas e, na folha de papel metro entregue pelo
professor, faça um desenho de um ser vivo que o grupo escolha.

Em seguida, faça uma legenda explicativa sobre o tipo de reprodução desse ser vivo e a
importância dela para a própria espécie.

Pronto? Agora apresente o painel para os colegas e professor.

Segundo Ano
269
BIOLOGIA

X. Para saber mais.

MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS

Na sociedade atual, o planejamento familiar é muito importante para a qualidade de


vida, pois só assim será possível garantir um futuro digno para os descendentes.

Para isso, foram criados vários métodos contraceptivos, ou seja, métodos que evitem a
gravidez.

Métodos de barreiras

São métodos onde se cria literalmente uma barreira física para a fertilização.

– Camisinha masculina

A camisinha é feita de látex, material que tem certa elasticidade. Ela é colocada no pênis
ereto do homem, com o objetivo de barrar os espermatozoides logo após a ejaculação. Na
ponta, é muito importante deixar uma parte vazia sem ar, para que ali fique o esperma.
Caso contrário, a camisinha pode estourar ou o esperma subir até a base do pênis, tendo
contato com o corpo feminino.

A camisinha, além de evitar a gravidez, também evita a aquisição de DSTs (doenças


sexualmente transmissíveis), como sífilis, gonorreia, AIDS etc. É um método barato e acessível
a todas as camadas da sociedade, fazendo com que seja o método contraceptivo mais
adotado no mundo. A sua eficácia fica em torno de 96%, se utilizada corretamente.

– Camisinha feminina

É um “saco” feito de mesmo material que a camisinha masculina, que possui dois anéis
nas extremidades. Um serve para facilitar a introdução da camisinha na vagina, e o outro
serve para segurar a camisinha na vulva, protegendo os pequenos e grandes lábios também.
Evita a aquisição de DSTs e AIDS. A eficácia contra a gravidez é de aproximadamente 97%.

270 Asas da Florestania


BIOLOGIA

1 – bexiga; 2 – útero; 3 – intestino grosso; 4 – camisinha feminina

– Diafragma

É uma pequena cúpula feita de látex ou silicone, que deve ser introduzido na vagina
momentos antes da relação sexual. Ele se encaixará na entrada do útero, obstruindo-o.
Essa obstrução evita que os espermatozoides encontrem o óvulo (ovócito secundário). É
altamente recomendado que se utilize juntamente com uma pomada espermicida, para
aumentar a eficácia. Deve ser removido somente seis horas após a ejaculação do homem,
para garantir que todos os espermatozoides já tenham morrido. A eficácia desse método é
de aproximadamente 80%.

Segundo Ano
271
BIOLOGIA

Métodos hormonais ou químicos

– Método injetável

Com uma seringa são injetados hormônios que evitam a ovulação em certo período
(mensal ou trimestral). Após a interrupção das injeções, é possível engravidar seis meses
depois. Sua eficácia é de aproximadamente 98,5%. Deve ser utilizado com prescrição e
acompanhamento médico.

Esse método não é recomendado para mulheres acima de 35 anos e fumantes, pois pode
trazer algumas complicações para a saúde. Também deve ser evitado o uso por mulheres que
tiveram trombose, glaucoma, problema cardiovascular, hepatites, hipertensão, neoplastias,
diabetes, entre outros. O uso em períodos de amamentação pode prejudicar a produção
de leite.

– Implante

São implatados no braço pequenos bastões que contêm hormônios, que impedem a
ovulação e são liberados gradativamente, por até 5 anos. Depois da interrupção do uso
desse método, é possível engravidar após um ano.

– Pílula do dia seguinte

Contém grande quantidade de hormônios (levonorgestrel), que cria um ambiente


desfavorável aos espermatozoides e também evita a ovulação. É utilizada em casos de
emergência, como um furo na camisinha, ou vazamento de esperma etc. Não deve ser
utilizada com muita frequência, pois pode desregular o ciclo menstrual. Eficácia de 99,9%.
Deve ser tomada em até 4 dias após a relação sexual, pois após esse período a eficácia da
pílula cai bastante. Ela somente previne a gravidez de relações sexuais anteriores, não futuras.

– DIU – Dispositivo intrauterino

É uma peça de plástico banhada de cobre, material que funciona como espermicida. O
DIU é colocado dentro do útero pelo médico, durante o período menstrual, quando o colo
do útero está mais aberto. O dispositivo pode ficar por muitos anos no útero, mantendo
a sua eficácia, desde que tenha acompanhamento do ginecologista. Não protege contra
DSTs, e em caso de uma possível gravidez (eficácia de 98%), pode ter efeito abortivo.

272 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Métodos comportamentais

São métodos que se baseiam apenas no comportamento dos indivíduos que praticam o
ato sexual.

– Coito interrompido

Consiste em retirar o pênis de dentro da vagina momentos antes da ejaculação. Esse


método é bastante falho, pois antes da ejaculação é expelido outro líquido, lubrificante, que
também contém espermatozoides capazes de fecundar o óvulo.

– Método de Ovulação Billings

Também conhecido como Método Billings, é um método de Regulação Natural da


Fertilidade em que o casal identifica o período fértil, com base nas observações que a
mulher faz de seu corpo e identifica os sinais de fertilidade e infertilidade. É melhor utilizado,
quando a mulher quer engravidar, e não o contrário.

Para usar o método é importante que seja feito um acompanhamento com instrutora
qualificada pela Organização Mundial do Método de Ovulação Billings, no Brasil
representada pela CENPLAFAM. As observações são feitas na vulva, enquanto a mulher está
em suas atividades diárias normais. Não é feito exame interno. As características mais férteis
do dia são registradas a cada noite com uma ou duas palavras para descrever a sensação
e a aparência. Selos coloridos ou símbolos são usados em gráfico.

A mulher reconhece o começo de sua fertilidade pela mudança na sensação vulvar


espontânea e talvez por observações visuais diferentes de seu Padrão Básico de Infertilidade.
Próximo da ovulação, a sensação se torna escorregadia, o muco visível pode diminuir ou
desaparecer, e pode haver uma sensibilidade intensificada e edema vulvar. O registro do
gráfico da mulher revelará um padrão de desenvolvimento progressivo, refletindo a resposta
cervical aos níveis crescentes de estrógeno. A fertilidade do casal está, portanto, regulada
pelas distintas funções das secreções cervicais em resposta à produção de mudança dos
hormônios ovarianos.

É um método que pode ser falho, se for mal acompanhado, pois depende muito da
interpretação da mulher, e também porque outros fatores podem influenciar na consistência

Segundo Ano
273
BIOLOGIA

do muco, como calcinhas apertadas, infecções, excitação etc. Esse método serve mais para
saber o dia em que se deve ter relações sexuais a fim de ter uma gravidez do que evitá-la.

– Tabelinha

É uma tabela do ciclo hormonal e fértil da mulher, detectando, assim, os dias em que
pode ter relações sexuais com menor risco de gravidez.

Todo mês, deve-se marcar em um calendário a data de início da menstruação. Isto deve
ser feito por no mínimo seis meses, para que se tenha uma informação correta sobre o ciclo
hormonal. O número de dias entre as menstruações, dividido por dois, indica o meio do
ciclo. Nos três dias antes e depois do meio (incluindo o dia de referência), não se deve ter
relações sexuais, ou então utilizar camisinha.

Toda mulher possui um ciclo hormonal diferente, então é muito importante ficar os seis
meses criando a tabela com as informações dos ciclos. Por exemplo, uma mulher que inicia
o ciclo menstrual no primeiro dia do mês, e tem outra menstruação no dia 28, tem um ciclo
menstrual de 28 dias, sendo férteis os dias 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17, quando o óvulo
está sendo liberado.

Se no período de “testes” for detectado uma variação maior que 10 dias entre os ciclos
mais longos e curtos, esse método não é recomendado. Também deve ser evitado por
mulheres que têm o ciclo irregular, seja por qualquer motivo. Importante lembrar que nem
sempre os dias do ciclo serão numericamente iguais aos do mês.

Métodos cirúrgicos

– Laqueadura ou Ligação de Trompas

É uma intervenção cirúrgica onde as trompas da mulher são amarradas ou cortadas,


evitando que o óvulo e os espermatozoides se encontrem. É um método definitivo, ou seja,
depois que a laqueadura é feita, é impossível engravidar novamente. Deve ser um método
utilizado com muita certeza do que se está fazendo. Muitas mulheres se arrependem anos
após a realização da esterilização, mesmo que tenham dito ter certeza do que queriam
fazer. Só é indicado para mulheres maiores que 25 anos que já tenham pelo menos 2 filhos.

274 Asas da Florestania


BIOLOGIA

– Vasectomia

É uma cirurgia feita na bolsa escrotal do homem, por onde passa o canal deferente.
Esse canal é cortado, impedindo que os espermatozoides cheguem ao esperma. Isso não
faz com que o homem fique impotente, nem prejudica a produção de testosterona pelos
testículos. Esse método contraceptivo só é feito por recomendação médica, sendo requisitos
ter no mínimo 25 anos ou dois filhos vivos, e ter passado por grupos educativos, pois é um
processo irreversível.

Texto adaptado. Disponível em www.infoescola.com. Acessado em 21/09/2012.

Segundo Ano
275
BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 4 – AULA 17

Tema: Ninhada humana

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Embriologia humana. • Compreender os eventos que iniciam a vida humana.
• Discutir com outros leitores as interpretações geradas

por uma leitura.


• Estudar textos expositivos, tanto para aprender sobre

eles, quanto para aprender procedimentos de estudo.


• Utilizar procedimentos eficazes de leitura para

compreender melhor o texto.

I. Acolhida – 15 min.

• Existem gêmeos na sua família ou entre seus amigos? São gêmeos idênticos?

• Por que existem gêmeos que são parecidos e outros que são até de sexos diferentes?

Agora, leia o texto abaixo.

SÃO TODOS GÊMEOS


Povoado gaúcho tem 18% da população formada por gêmeos e vira tema de estudo

Rodrigo Vieira da Cunha, de Linha São Pedro

Até algum tempo atrás, as características mais comentadas do município de Cândido


Godói, no Rio Grande do Sul, eram a ascendência alemã de sua população e a proximidade
de Santa Rosa, cidade onde nasceram a apresentadora de TV Xuxa Meneghel e o goleiro
Taffarel. De uns tempos para cá, comenta-se cada vez mais o que acontece com os
moradores do pequeno povoado de Linha São Pedro, na zona rural do município. É que lá
aparecem filhos gêmeos com uma facilidade espantosa. Na primeira conta feita para avaliar
o fenômeno, chegou-se a este resultado: da população de 375 moradores do povoado, 68
são gêmeos, 18% do total. Levando-se em conta que a incidência normal de gêmeos em
Porto Alegre, São Paulo ou Tóquio é de 1,25%, chega-se à conclusão de que em Linha São
Pedro nascem, proporcionalmente, catorze vezes mais gêmeos que no resto do mundo.
Computados apenas os partos realizados de 1986 para cá, a ocorrência fica ainda maior.
Dos últimos setenta bebês nascidos no vilarejo, 24 são gêmeos. No resto do município, a
quantidade também é superior à normal. Um levantamento extraoficial registra mais de 100
casos, 3% da população. Nada que se compare a Linha São Pedro, no entanto. Qualquer
um que visite o povoado reconhece facilmente o fenômeno. Seja entre os fiéis sentados
para a missa de domingo na pequena paróquia, seja em meio aos senhores na quadra de
bocha, seja entre a meninada no campo de futebol da escola, é comum deparar com pares

276 Asas da Florestania


BIOLOGIA

e mais pares de gêmeos. Alguns com roupa rigorosamente igual.

A descoberta do fenômeno atraiu o interesse de cientistas e agitou a habitualmente


pacata vida de interior do vilarejo. Até a prefeitura de Cândido Godói entrou na festa e já
planeja transformar gêmeo em atração turística.

A importância dessa característica, contudo, vai muito além da eventual projeção que
o município venha a alcançar. Comunidades pequenas, com muitos casamentos entre
os próprios membros (caso de Linha São Pedro), são um prato cheio para a biologia. As
uniões consanguíneas mantêm o repertório genético de cada membro da comunidade
parecido com o dos outros. Como há pouca diversidade, fica mais fácil localizar os genes
responsáveis por características comuns a várias pessoas. Basta procurar diferenças entre o
DNA desses indivíduos e o dos outros moradores. Nos últimos dois anos, cientistas do Serviço
de Genética do Hospital de Clínicas de Porto Alegre se esforçaram para encontrar em Linha
São Pedro o gene responsável pela incidência de gêmeos. Na primeira tentativa, retiraram
amostras de sangue de 55 moradores. O DNA presente nas células sanguíneas dos gêmeos
foi comparado ao de outros moradores. Pretendiam descobrir um gene presente apenas
em quem tivesse irmão gêmeo. Parte da pesquisa foi feita na Universidade de Nantes, na
França, mas o esforço foi em vão. Não foi encontrado o gene comum. O estudo agora
está entrando numa nova etapa. O sangue de cada gêmeo será confrontado com o de
indivíduos de sua família que não tenham irmãos gêmeos.

Enquanto os cientistas não encontram a explicação definitiva, a população convive


bem-humorada com o fenômeno. Sem explicação científica, o grande número de casos de
gêmeos já rendeu histórias curiosas ao folclore da região.
Texto adaptado. Disponível em www.veja.abril.com.br. Acessado em 21/09/2012.

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

III. Problematização – 20 min.

Observe a imagem abaixo:

Disponível em www.=.bp.blogspot.com. Acessado em 21/09/2012.

Segundo Ano
277
BIOLOGIA

• O que está representado nessa imagem?

Na aula 15, você aprendeu o caminho percorrido pelo espermatozoide, desde sua
produção, até a fertilização do óvulo feminino. O que ocorre após a fertilização do óvulo
pelo espermatozoide? Registre abaixo.

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO

O desenvolvimento humano inicia-se com a fertilização, a junção do espermatozoide


(gameta masculino) com o óvulo (gameta feminino). Da união destas duas células, surge
uma única célula, o zigoto, que contém informações genéticas provenientes do pai e da
mãe. Este organismo unicelular (uma célula) é o início de todos nós.

FECUNDAÇÃO

Na espécie humana os espermatozóides são atraídos por substâncias químicas


(quimiotactismo) liberadas pelo óvulo. É bom ressaltarmos aqui que nos mamíferos
a estrutura denominada óvulo é, na verdade, um ovócito secundário. Vamos lembrar
que a meiose se completa, se houver fecundação. Ao encontrar o ovócito secundário, o
espermatozoide libera enzimas catalíticas que auxiliam a perfurar sua camada externa.
Ao penetrar, o espermatozoide faz com que seja criada uma barreira externa, protegendo,

278 Asas da Florestania


BIOLOGIA

assim, o ovócito secundário de ser fecundado novamente. A essa “barreira” dá-se o nome
de membrana de fecundação.

A fusão das membranas plasmáticas do espermatozoide e do ovócito secundário, e a entrada


do espermatozoide no óvulo, iniciam uma sequência de eventos. A primeira resposta à entrada
do espermatozoide é o bloqueio à polispermia, mecanismo que previne a entrada de mais
de um espermatozoide no óvulo. Caso isso aconteça, é provável que o embrião não sobreviva.

O núcleo do espermatozoide, ao penetrar no citoplasma do ovócito, aumenta de tamanho


passando a formar o pronúcleo masculino. Esse pronúcleo masculino, ao se fundir com o
pronúcleo feminino, forma o que chamamos de núcleo de fecundação. A esse processo de
fusão damos o nome de cariogamia (anfimixia) e marca a formação da primeira célula do
indivíduo, o ZIGOTO.

FASES INICIAIS DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO

Antes de falarmos sobre desenvolvimento embrionário, vamos discutir alguns pontos: O


que significa a palavra desenvolvimento? Desenvolvimento é “todo o processo contínuo e
organizado que se inicia no momento em que um óvulo é fecundado por um espermatozoide
e termina na morte”. O desenvolvimento engloba toda a vida de um determinado indivíduo.
É um processo irreversível dos eventos biológicos. Entretanto, os processos que ocorrem
ao longo da vida não são de forma desorganizada, mas sim claramente organizado tanto
estrutural como funcional.

Vimos que após a união dos dois núcleos, masculino e feminino, é estabelecido o
desenvolvimento. Os primeiros processos que ocorrem a partir de agora são: a clivagem, a
gastrulação e a diferenciação.

CLIVAGEM

Após a formação do zigoto pelo processo de cariogamia, ele inicia um processo de


sucessivas divisões, originando duas células, quatro, oito e assim sucessivamente. A partir de
24 horas, contadas após a fertilização, o zigoto começa a sofrer sucessivas divisões mitóticas,
inicialmente originando duas células filhas denominadas blastômeros, depois quatro e assim
sucessivamente. Os blastômeros ficam envoltos por uma membrana gelatinosa, a zona
pelúcida. A divisão dessas células embrionárias recebe o nome de clivagem (segmentação).

Cada uma das células resultantes da clivagem é denominada de blastômeros. Os


blastômeros vão se dividindo até que, por volta do terceiro dia, seja formada uma célula
com aproximadamente 16 blastômeros. Estes se encontram unidos por glicoproteínas,
formando uma massa compactada e evidente, denominada mórula.

Segundo Ano
279
BIOLOGIA

Esquema da Clivagem
Disponível em www..bp.blogspot.com. Acessado em 29/09/2012.

BLÁSTULA

A formação da blástula e da mórula são consequências do processo de clivagem. A


mórula, como vimos, é um conjunto de blastômeros unidos entre si, e que são formados
com o início da clivagem. À medida que esses blastômeros vão crescendo, vão se afastando
uns dos outros, formando uma cavidade. E assim, vai surgindo, então, a fase da blástula que
é resultante do arranjo dos blastômeros em torno da cavidade, a blastocele. Este processo
ocorre, geralmente, no quinto dia depois da fecundação.

280 Asas da Florestania


BIOLOGIA

A blástula nos mamíferos é denominada de blastocisto, e é delimitada por uma camada


de células denominada trofoblasto. Na transição do estágio de 16 células para 32 células,
estas se separam em dois grupos. As células mais internas formam a massa celular interna
que irá originar o embrião, enquanto as células mais externas se fecham formando o que
chamamos de trofoblasto. Esta estrutura irá contribuir para a formação da placenta. O
trofoblasto atuará também na implantação da célula na parede uterina, o que ocorre no
sexto dia após a fecundação.

Esquema da Blástula.
Disponível em www.biomania.com.br. Acessado em 29/09/2012.

GASTRULAÇÃO

É a fase que sucede a blástula. Dará origem à gástrula. Durante esse processo as células
da blástula migram para a superfície da cavidade interna, a blastocele, surgindo novas
camadas de tecido embrionário. Alguns blastômeros se movem como uma dobra para
dentro do embrião, criando uma camada germinativa interna, denominada de endoderma
que irá originar os tecidos intestinais. As células que permanecem na superfície externa irão
originar a camada germinativa mais externa, denominada de ectoderma que dará origem
ao sistema nervoso e à epiderme. Por fim, as demais células migram entre essas camadas
formando uma camada intermediária, a mesoderma, que irá formar os tecidos dos ossos,
músculos, sangue e coração.

Com o passar do tempo, a blastocele vai sendo substituída por uma nova cavidade, o
arquêntero, que futuramente dará origem à cavidade digestiva do animal. O arquêntero
se comunica com o meio externo através de uma abertura denominada blastóporo. O
blastóporo originará o ânus.

Segundo Ano
281
BIOLOGIA

Esquema da Gastrulação.
Disponível em http://200.145.142.234/embriologia_NOVO/8/Imagens/8_19.jpg. Acessado em 30/09/2012.

FOLHETOS GERMINATIVOS

Durante a fase da gástrula, nos cordados superiores, surgem três camadas celulares
simultaneamente: a camada mais externa é denominada ectoderma; a camada do meio é
denominada de mesoderma, e a camada mais interna é chamada de endoderma. Essas
três camadas juntas formam o que denominamos de folhetos embrionários. A função dos
folhetos embrionários é de formar todos os tecidos do animal adulto. A tabela abaixo indica
quais os órgãos e tecidos que serão originados pelos seus respectivos folhetos:

FOLHETO EMBRIONÁRIO TECIDO/ÓRGÃO


ECTODERME Epiderme e anexos (pelos, glândulas etc.).
Sistema Nervoso.
MESODERME Derme (camada interna da pele).
Sistemas musculares, circulatório, esquelético, excretor e
reprodutor.
ENDODERME Vísceras e os sistemas digestório e respiratório.

NEURULAÇÃO

Com a formação dos três folhetos germinativos inicia agora a formação do sistema
mais complexo e central: o sistema nervoso. A origem desse sistema se dá em um processo
denominado de neurulação, onde a ectoderma dará origem a uma estrutura denominada
placa neural, que dará origem ao tubo nervoso. O tubo nervoso dará origem, então, ao
sistema nervoso.

282 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Neurulação.
Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 30/09/2012.

Ao mesmo tempo em que está ocorrendo a diferenciação do tubo nervoso, um conjunto


de células se isola do mesoderma e forma uma espécie de “bastão”, a notocorda, que
posteriormente dará origem à coluna vertebral. O principal papel da notocorda é orientar a
diferenciação do sistema nervoso.

Simultaneamente à formação do tubo nervoso, o mesoderma se desenvolve e passa a


ocupar os espaços entre o ectoderma e o endoderma.

ANEXOS EMBRIONÁRIOS

Paralelamente a todo este processo de desenvolvimento embrionário surgem estruturas


que auxiliarão o feto. Essas estruturas, ou melhor, os anexos embrionários, não farão parte
do indivíduo quando este nascer. Os principais anexos embrionários são: saco vitelínico,
âmnio, alantoide e córion.

Anexos embrionários.
Disponível em www.clickescolar.com.br. Acessado em 30/09/2012.

Segundo Ano
283
BIOLOGIA

SACO VITELÍNICO

É a primeira membrana extraembrionária a ser formada. É originada a partir do


endoderma. Sua principal função é de armazenar o vitelo, nutriente para o embrião. É uma
estrutura altamente vascularizada.

ÂMNIO

É uma membrana originada a partir do ectoderma que tem como função, através da
bolsa amniótica, manter o embrião em um ambiente líquido, prevenindo a dessecação e
amortecendo os choques mecânicos.

ALANTOIDE

É uma evaginação formada a partir do endoderma, cuja principal função é armazenar


as substâncias excretadas pelos rins do embrião, principalmente o ácido úrico.

CÓRION

É uma membrana formada a partir do ectoderma que envolve todos os demais anexos
embrionários, incluindo a bolsa amniótica. É uma estrutura altamente vascularizada que
permite uma eficiente troca de gases entre os tecidos embrionários.

NIDAÇÃO

É o processo de implantação do embrião no útero.

Implantação no Útero.
Texto adaptado. Disponível em www.acervoescolar.com.br. Acessado em 29/09/2012.

284 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Atividade

1. (UFPA) De que folhetos(s) embrionários(s) provém(êm) as estruturas destacadas no


trecho do soneto de Augusto dos Anjos, Monólogo de uma Sombra?

“E o que foi: clavículas, abdômen.

O coração, a boca, em síntese, o Homem,

- Engrenagem de vísceras vulgares –

Os dedos carregados de peçonha,

Tudo coube na lógica medonha

Dos apodrecimentos musculares”

2. (UFSCar) As mais versáteis são as células-tronco embrionárias (TE), isoladas pela


primeira vez em camundongos há mais de 20 anos. As células TE vêm da região de
um embrião muito jovem que, no desenvolvimento normal, forma as três camadas
germinativas distintas de um embrião mais maduro e, em última análise, todos os
diferentes tecidos do corpo.
SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL. jul. 2004.

a) Quais são as três camadas germinativas a que o texto se refere?

b) Ossos, encéfalo e pulmão têm, respectivamente, origem em quais dessas camadas


germinativas?

Segundo Ano
285
BIOLOGIA

Para responder às questões abaixo, assinale a alternativa correta.

3. (UNESP) Considere os esquemas, numerados de 1 a 6, que mostram os diferentes


estágios que ocorrem durante o processo de clivagem. Observe que eles não estão na
sequência correta de acontecimentos.

Em qual alternativa o desenvolvimento embrionário está em ordem sequencial totalmente


correta?

a) 3 - 6 - 1 - 4 - 5 - 2.

b) 5 - 3 - 1 - 4 - 6 - 2.

c) 3 - 5 - 2 - 1 - 6 - 4.

d) 1 - 3 - 5 - 6 - 4 - 2.

e) 3 - 1 - 5 - 2 - 6 - 4.

4. (PUC-MG) Notocorda é (são):

a) um termo sinônimo para tubo neural.

b) um eixo esquelético dorsal.

c) fendas existentes na faringe de cordados inferiores.

d) uma porção superior do arco branquial.

e) uma base de articulação da mandíbula.

5. (UFPB) O desenvolvimento de órgãos e sistemas integrados, bem como o aparecimento


de cavidades corporais que permitem a circulação de fluidos contendo nutrientes e
gases respiratórios entre as células constituem etapas da evolução animal que podem
ser atribuídas:

a) à presença de ectoderme e endoderme.

b) à formação da cavidade celomática entre a mesoderme e a endoderme.

286 Asas da Florestania


BIOLOGIA

c) ao aparecimento da mesoderme e à formação do celoma.

d) apenas ao aparecimento da mesoderme.

e) ao crescimento da mesoderme entre a ectoderme e a endoderme.

6. (UFSCAR) Observe o corte de um embrião, a seguir esquematizado.

Os números 1, 2 e 3 representam, respectivamente,

a) o arquêntero, o celoma, o tubo neural.

b) o arquêntero, a mórula, o tubo neural.

c) a mórula, a blástula, a notocorda.

d) o arquêntero, o celoma, a notocorda.

e) o celoma, o arquêntero, a notocorda.

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min.

MAIS DO MESMO

A possibilidade de se gerar uma criança a partir do material genético de dois homens,


como se houvesse uma fecundação simultânea do óvulo com dois espermatozoides, nunca
foi relatada na literatura científica, mas a questão nos dá uma boa oportunidade para
discutir os eventos envolvidos na formação de gêmeos.

Segundo Ano
287
BIOLOGIA

A gravidez e fecundação já são por si sós eventos de uma beleza e complexidade enorme.
Mas algo ainda mais extraordinário pode ocorrer: ocasionalmente, podem ser gerados ao
mesmo tempo dois, três, quatro ou até mais bebês! Esses gêmeos são desde a Antiguidade
motivo de fascinação (e algumas vezes de temor e adoração) pelos seres humanos.

Popularmente conhecem-se apenas dois tipos de gêmeos: os monozigóticos (univitelinos


ou idênticos), originados a partir da divisão de um único zigoto ou de suas células-filhas
(blastômeros), e os gêmeos dizigóticos (bivitelinos ou fraternos), que surgem após a gestação
simultânea de dois ou mais zigotos diferentes.

Em algumas ocasiões, pode ocorrer durante a ovulação a liberação concomitante de dois


ou mais óvulos, normalmente por ovários diferentes. Nesse caso, cria-se a possibilidade
de suceder mais de uma fecundação – processo que levará ao desenvolvimento de dois
ou mais gêmeos dizigóticos. Esses bebês, apesar de compartilharem o útero durante a
gestação, desenvolvem-se de modo independente até o nascimento. Além disso, essas
crianças possuem um patrimônio genético distinto, tendo a mesma chance estatística de
possuir características similares entre si que filhos gerados em partos diferentes.

Gêmeos monozigóticos

A formação de gêmeos monozigóticos se dá a partir da divisão do zigoto ou de suas células-filhas (blastômeros) –


estágio retratado na foto acima, que mostra um embrião com oito células.

Os gêmeos monozigóticos, por outro lado, surgem após uma divisão do zigoto ou, mais
frequentemente, dos blastômeros. Esses gêmeos formam-se somente até o 14º dia após a
fecundação. O desenvolvimento dos gêmeos monozigóticos segue o padrão embrionário
normal, ocorrendo no interior de duas membranas embrionárias: o córion, de localização
externa e que constituirá posteriormente a placenta (elo entre a mãe e o feto), e o âmnio,
de localização interna.

Normalmente, os gêmeos monozigóticos são do mesmo sexo, mas em alguns casos


raríssimos podem se formar irmãos de sexos diferentes. Isso ocorre, quando os óvulos
fecundados são triploides, isto é, possuem uma combinação não usual de cromossomos
sexuais: dois X e um Y. A tendência é que, durante as divisões celulares subsequentes,
um dos cromossomos extras (um X ou um Y) seja perdido, podendo originar um gêmeo
composto por células XX (mulher) e outro por células XY (homem).

288 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Apesar de serem muito similares, os gêmeos monozigóticos não são totalmente idênticos:
um pequeno número de genes presentes nas mitocôndrias pode sofrer mutações após a
formação dos gêmeos, introduzindo modificações no desenvolvimento dos futuros indivíduos.
Mesmo que esses irmãos sejam criados de forma similar, eles estão sujeitos a pressões
ambientais distintas, que podem acentuar diferenças de altura, peso, constituição física e
mesmo na personalidade desses indivíduos.

Essas pressões ambientais já se manifestam durante a vida intrauterina. O espaço interno


do útero – com um volume aproximado de 6 litros – é insuficiente para o desenvolvimento
de vários fetos. Dessa forma, a presença de gêmeos normalmente diminui o período
gestacional em cerca de três semanas. Além disso, a formação de gêmeos está associada
com a ocorrência de partos prematuros e com a incidência de abortos espontâneos.

Além do mais, como a maioria dos gêmeos monozigóticos está ligada à mesma placenta,
no decorrer de seu desenvolvimento embrionário esses irmãos competirão entre si não
apenas por espaço no útero, mas também pela alimentação fornecida pela mãe. Após
algum tempo, estabelece-se uma relação de dominância entre os gêmeos e um deles acaba
por se desenvolver mais que o(s) outro(s) irmão(s).

Avaliações intrauterinas mostram inclusive que o feto dominante é mais agitado e indicam
que partos múltiplos são muito mais comuns do que se pensava anteriormente. Porém, a
maioria desses gêmeos tem seu desenvolvimento interrompido e é absorvida pelo organismo
materno, pois é incapaz de obter recursos e espaço suficientes para o seu crescimento. Esse
fato ocorre, muitas vezes, sem que a mãe saiba disso. Anomalias genéticas também podem
estar associadas com esse processo.

Outros tipos de gêmeos

Apesar dos gêmeos monozigóticos e dizigóticos serem os tipos mais conhecidos de


gravidez múltipla, há outras formas menos comuns. Em algumas ocasiões, por exemplo,
podem se formar em uma mesma gravidez grupos de gêmeos monozigóticos e dizigóticos.

Em outras circunstâncias, os gêmeos podem apresentar tempos de gestação diferentes.


Esse acontecimento (denominado superfetação) é extremamente raro e se restringe às três
primeiras semanas de gravidez do primeiro embrião. Sua ocorrência está relacionada com
algum problema hormonal que faz com que a grávida ovule novamente, possibilitando
que um novo óvulo seja fecundado e se junte no útero ao embrião que já estava em
desenvolvimento.

Outra possibilidade, também rara, é a existência de gêmeos de pais diferentes. Para que
isso ocorra, a mãe deve produzir mais de um óvulo em um mesmo ciclo menstrual e possuir
em seu útero espermatozoides vivos de dois homens diferentes durante as 24 horas em que
os óvulos estiverem viáveis.

Segundo Ano
289
BIOLOGIA

A existência de irmãos formados por óvulos fertilizados por dois espermatozoides diferentes,
conhecidos como gêmeos de corpúsculo polar, não foi comprovada cientificamente,
porém é teoricamente possível. Para que isso ocorresse, seria necessária a fecundação
e desenvolvimento de algum corpúsculo polar não descartado (corpúsculos polares são
pequenas células geradas no processo de formação do óvulo, que são eliminadas em
circunstâncias normais). Teríamos nesse caso a formação de gêmeos que compartilhariam
os mesmos genes maternos, mas que possuiriam o material genético de pais diferentes,
uma vez que foram fecundados por espermatozoides distintos.

Pistas para a origem dos gêmeos

O nascimento de gêmeos monozigóticos é um evento raro e considera-se que aconteça


uma vez a cada 250 partos. Os gêmeos dizigóticos, por sua vez, são mais frequentes e
ocorrem em média a cada 100 partos. A ocorrência de mais de dois gêmeos monozigóticos
é um evento extremamente raro – o nascimento de quadrigêmeos idênticos ocorre em um a
cada 64 milhões de partos normais!

A ciência não sabe ainda ao certo que circunstâncias levam à formação dos gêmeos,
mas a maioria deles é concebida por mulheres que se encontram no início ou no final de
seu período reprodutivo. É provável que elas estejam mais propensas a sofrerem erros
metabólicos que levem à separação dos zigotos recém-formados ou que apresentem falhas
no controle de sua ovulação, gerando dois ou mais óvulos em um mesmo ciclo reprodutivo.

Fatores hereditários também estão associados à formação de gêmeos. Mulheres com


algum parente próximo (tia, avó ou mãe) que tenha tido partos múltiplos, por exemplo,
têm maior probabilidade de gerarem gêmeos. A origem étnica da mãe também parece
influenciar essa probabilidade. Mulheres orientais têm uma chance muito menor de
conceberem gêmeos dizigóticos (1 caso em 400 nascimentos) do que norte-americanas (1
em 88 nascimentos) ou nigerianas (1 em 25 partos). Além disso, mulheres que tenham tido
vários partos anteriores têm uma maior chance de conceberem gêmeos.

Desde o desenvolvimento, no final da década de 1970, de tratamentos de fecundidade


para aumentar as chances de casais com problemas reprodutivos conceberem seus próprios
filhos, o número de concepções múltiplas tem aumentado de forma considerável. O uso de
medicamentos que estimulam a produção simultânea de vários óvulos e a introdução de mais
de um óvulo fecundado externamente (in vitro) em mulheres com problemas reprodutivos
também contribuem para a ocorrência de partos múltiplos.

Sejam quais forem os fatores envolvidos na formação dos gêmeos, essas pessoas
certamente continuarão sempre representando para os outros indivíduos uma fonte de
fascínio e, para a ciência, uma fonte de pistas essenciais sobre os mistérios envolvidos em
nossa origem.
Texto adaptado. Disponível em www.cienciahoje.uol.com.br. Acessado em 30/09/2012.

290 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Atividade

1. (UNICAMP) As figuras A e B representam o útero de duas mulheres grávidas de


gêmeos.

A B

a) Diferencie os tipos de gêmeos representados nas figuras da esquerda com a da direita.


Explique como esses gêmeos são originados.

b) Que sexo os fetos podem apresentar em cada um dos úteros?

2. Qual é a diferença entre os gêmeos univitelinos e bivitelinos? E por que os gêmeos


idênticos têm que ser, obrigatoriamente, do mesmo sexo?

Segundo Ano
291
BIOLOGIA

3. (Ufg) O exame de paternidade através da comparação de DNA sequenciado vem


sendo utilizado para determinar progenitores. É possível determinar o pai de um
recém-nascido, quando a dúvida sobre a paternidade desse recém-nascido está entre
gêmeos univitelinos? Justifique sua resposta.

4. (UFRJ) Um casal tem quatro filhos: João, Maria, Paulo e Luíza. Dois dos filhos do casal
são gêmeos monozigóticos e os outros dois são gêmeos dizigóticos. João, um dos
gêmeos monozigóticos, precisa de transplante de um órgão. Qual seria a pessoa da
família mais indicada para ser o doador? Justifique sua resposta.

Para responder às questões abaixo, assinale a alternativa correta.

5. Um cientista investigava a influência dos fatores ambientais na variabilidade fenotípica


de um determinado caráter.

Quais os grupos de gêmeos que o pesquisador deve estudar para comparar os resultados?

a) Gêmeos idênticos criados juntos e gêmeos fraternos criados juntos.

b) Gêmeos fraternos criados juntos e gêmeos fraternos criados separados.

c) Gêmeos idênticos criados separados e gêmeos fraternos criados separados.

d) Gêmeos fraternos criados juntos e gêmeos idênticos criados separados.

e) Gêmeos idênticos criados juntos e gêmeos fraternos criados separados.

292 Asas da Florestania


BIOLOGIA

6. Dois irmãos se originam de blastômeros provenientes de um mesmo zigoto. Pode-se


afirmar que os mesmos são gêmeos:

a) univitelinos e, obrigatoriamente, do mesmo sexo.

b) univitelinos, podendo ser de sexos diferentes.

c) fraternos e, obrigatoriamente, do mesmo sexo.

d) fraternos, podendo ser de sexos diferentes.

e) fraternos e, obrigatoriamente, de sexos diferentes.

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

VIII. Atividade complementar – 20 min.

1. Com relação à origem, qual a diferença entre os gêmeos univitelinos e os gêmeos


bivitelinos?

2. Descreva resumidamente os processos de formação da mórula e da blástula no


desenvolvimento embrionário.

3. O que é nidação, no processo de desenvolvimento embrionário?

Segundo Ano
293
BIOLOGIA

4. Quais são os anexos embrionários que ocorrem no desenvolvimento embrionário


humano?

5. Leia com atenção o texto a seguir.

Na espécie humana, "... o encontro de um espermatozoide com um óvulo desencadeia uma


gigantesca série de reações, centenas de milhares que se seguem, sobrepõem-se, cruzam-
se em uma rede de espantosa complexidade. Tudo para chegar, quaisquer que sejam as
condições, à aparição de um bebê humano e nunca de um patinho, uma girafinha ou uma
borboletinha. O impressionante é que, terminada a fecundação, a primeira célula, o ovo
fecundado, começa a dividir-se. Dá duas células. Depois quatro. Depois oito. Depois um
cachinho de células. Que esse cacho grude na parede do útero, que ele se alongue, cresça
e, alguns meses mais tarde, forme um bebê com, em mais de noventa e cinco por cento dos
casos, tudo de que precisa para viver, percorrer o mundo e até pensar, eis o milagre. Eis o
fenômeno mais estupendo que se desenrola neste mundo. Tão estupendo que deveria ser
admiração para a terra inteira. Que os homens deviam passar o tempo perguntando-se sobre
os mecanismos subjacentes a tal maravilha."
(François Jacob, O RATO, A MOSCA E O HOMEM. Companhia das Letras, 1998)

Atendendo à sugestão de François Jacob, prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina de


1965, contida no último período do texto:

a) Diga a que etapa da ontogênese se refere o trecho "(...) O impressionante é que,


terminada a fecundação, a primeira célula, o ovo fecundado, começa a dividir-se. Dá
duas células. Depois quatro. Depois oito. Depois um cachinho de células. Que esse
cacho grude na parede do útero, que ele se alongue, cresça e, alguns meses mais
tarde..."

b) Diga que nome se dá ao "cachinho de células" de que o autor nos fala no texto?

294 Asas da Florestania


BIOLOGIA

c) Preencha o quadro a seguir com um tecido e um órgão que se originam no adulto a


partir dos folhetos embrionários (ectoderma, mesoderma e endoderma).

Folheto Tecidos e órgãos que o folheto origina no adulto

Ectoderma

Mesoderma

Endoderma

6. Associe a segunda coluna de acordo com a primeira:

Fases de desenvolvimento: Características:

1) Fertilização ( ) Fase caracterizada pela formação do tubo


neural.
2) Gástrula
( ) Fase em que o ovo se divide,
3) Blástula
sucessivamente, até as células atingirem as
4) Segmentação dimensões normais da espécie.

5) Nêurula ( ) Fase durante a qual os gametas se unem.

( ) Fase durante a qual um grupo de células


envolve uma pequena cavidade central.

( ) Fase na qual se origina o intestino


primitivo.

Assinale a sequência correta:

a) 5 - 4 - 1 - 3 – 2

b) 1 - 2 - 3 - 4 – 5

c) 5 - 4 - 1 - 2 – 3

d) 3 - 4 - 1 - 2 – 5

e) 5 - 1 - 4 - 3 - 2

Segundo Ano
295
BIOLOGIA

IX. Avaliação da aula – 15 min.

Preencha a tabela abaixo de modo bem detalhado:

OPINIÃO SOBRE A PRÓPRIA APRENDIZAGEM

O que eu O que passei a As principais O que aprendi O que ainda


pensava antes achar depois da dúvidas que eu de mais gostaria de saber
aula de hoje tive importante sobre o assunto
e que posso
pesquisar por
mim mesmo

296 Asas da Florestania


BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 4 – AULA 18

Tema: Já acabou? Foi tão rápido!

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Conteúdos de Biologia • Refletir sobre o processo de aprendizagem e sobre os
trabalhados no segundo avanços e dificuldades.
ano. • Revisar os conteúdos trabalhados no segundo ano.

I. Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

Disponível em www.estatico.cadaminuto.com.br. Acessado em 30/09/2012.

Estamos chegando ao final dos estudos de Biologia no segundo ano. A diversidade


animal é incrível, não é mesmo?

• Para você, como foi o estudo de Biologia no segundo ano?

• Você acha que aprendeu?

• Que conteúdo foi mais difícil?

• Você ainda tem dúvidas sobre os conteúdos?

II. Trabalho com a lição de casa – 20 min.

É hora de compartilhar o que foi feito como lição de casa. Confira suas respostas e, se
tiver alguma dúvida, não deixe de perguntar ao professor: esclareça-a!

Segundo Ano
297
BIOLOGIA

III. Problematização – 20 min.

Hoje, você terá uma aula de revisão. Por isso, folheie seu livro, desde a primeira aula,
e reveja os conteúdos e as expectativas de aprendizagem propostos. Reveja também as
atividades realizadas e a avaliação que você fez das aulas. Ao fazer isso, vá registrando em
seu caderno os conteúdos que você acha que precisam ser revistos.

IV. Atividades – Bloco 1 – 60 min.

Agora é hora de revisão!

1. Uma particularidade inerente ao ser humano é a tendência de reunir em grupos os


objetos ou seres que apresentam características semelhantes. A distribuição de objetos
ou seres em grupos, de acordo com suas semelhanças e diferenças, é o que se chama
de classificação. Por que os seres vivos são classificados?

2. Em 1735, Lineu publicou o livro Systema naturae, no qual apresentava determinadas


regras capazes de padronizar a forma de nomear espécies. Tais sugestões foram
amplamente aceitas e são utilizadas até hoje. Esse sistema compreende as seguintes
características:

– Todo ser vivo possui um nome científico.

• Todo nome científico é composto por duas palavras. A primeira se refere ao gênero
da espécie, e o segundo, ao epíteto (ou nome) específico, que é o que caracteriza a
espécie em questão.

• Os nomes científicos, quando escritos, devem estar destacados em itálico. Nos casos
em que os nomes estejam sendo redigidos à mão, ou em outras situações nas quais
utilizar o itálico se apresente inviável, tais nomenclaturas devem estar grifadas.

• A primeira letra do nome científico deve ser apresentada em maiúsculo e a primeira


letra do epíteto específico, em minúsculo.

298 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Alguns nomes científicos:

Ser humano - Homo sapiens

Leão - Panthera leo

Tigre - Panthera tigres

Milho - Zea mays


Texto adaptado. Disponível em www.mundoeducacao.com.br. Acessado em 09/10/2012.

Por que a nomenclatura binomial é importante?

3. Os sistemas digestórios evoluíram no sentido do aproveitamento mais eficaz dos


alimentos ingeridos, podendo ser uma simples cavidade ou apresentar diferentes
órgãos especializados. Explique o sistema digestório dos animais, desde os mais
primitivos, como as esponjas, até o homem, apontando as etapas evolutivas desse
sistema.

Segundo Ano
299
BIOLOGIA

4. Os organismos podem ser classificados como autótrofos ou heterótrofos, de acordo


com o modo como obtêm o alimento. Diferencie seres autótrofos e heterótrofos.

5. O metabolismo é o conjunto de reações químicas que ocorrem no organismo a fim


de que este gaste energia. Tais reações ocorrem em dois processos: o anabolismo e o
catabolismo. Diferencie as reações de anabolismo e de catabolismo.

6. O crescimento do corpo, desenvolvimento e funcionamento são alguns dos aspectos


essenciais e fundamentais da vida. Eles não podem ser explicados sem se referir à
energia: o combustível da vida depende de transformações de energia. Como o nosso
o corpo obtém a energia de que precisa?

7. Para que a energia seja liberada dos nutrientes e aproveitada por você, é muito
importante a presença do oxigênio.

a) Explique a relação entre o sistema digestório e o respiratório no processo de


transformação de energia.

300 Asas da Florestania


BIOLOGIA

b) A sobrevivência dos animais nos diferentes habitats implicou a evolução de estruturas


especializadas nas trocas com o meio. Estas estruturas variam, sobretudo, com o
tamanho e a estrutura do corpo, história evolutiva do grupo e meio em que vivem.
Escolha um animal e explique como ele realiza as trocas gasosas.

V. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

VI. Atividades – Bloco 2 – 60 min.

Vamos continuar a revisão? Então, mãos à obra!

1. Observe o sistema respiratório abaixo e indique seus componentes.

Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 10/10/2012.

Segundo Ano
301
BIOLOGIA

2. Observe a imagem seguinte.

Disponível em www.papacaio.com.br. Acessado em 10/10/2012.

a) Que sistema do corpo humano está representado na imagem? Quais os componentes


básicos desse sistema?

b) Qual o papel do sistema, representado na imagem, para o organismo humano?

3. Estamos diariamente expostos a milhares de perigosos micro-organismos, como


vírus, bactérias e parasitas. Nosso corpo possui algumas barreiras físicas contra esses
micro-organismos, como a pele, as mucosas, a acidez gástrica, as lágrimas e a saliva.
Mas, o que acontece quando, por exemplo, uma bactéria consegue ultrapassar essas
barreiras protetoras?

302 Asas da Florestania


BIOLOGIA

4. No espaço abaixo, faça um esquema do néfron do rim humano e, em seguida,


explique como ocorre a filtração do sangue e a formação da urina.

5. Designa-se como sistema excretor qualquer conjunto de órgãos que eliminem o que
o corpo não necessita. Num organismo, é responsável pela filtragem do sangue,
regulação do teor de água e sais minerais e eliminação de resíduos nitrogenados
formados durante o metabolismo celular. Escolha dois animais de habitats diferentes
e compare o funcionamento do sistema excretor desses animais.

Segundo Ano
303
BIOLOGIA

6. O corpo humano possui um complexo mecanismo neuro-hormonal que atua sobre


as gônadas, induzindo, por um lado, a produção de hormônios sexuais e, por outro, a
maturação das células germinativas. Explique como funciona esse complexo mecanismo
neuro-hormonal que atua sobre as gônadas.

6. Descreva a evolução do sistema nervoso dos grupos representados abaixo,


considerando as principais vantagens adaptativas das alterações ocorridas ao longo
do processo.

Disponível em www.djalmasantos.files.wordpress.com. Acessado em 10/10/2012.

304 Asas da Florestania


BIOLOGIA

7. Observe a imagem seguinte e responda:

Disponível em www.graosdeareia.files.wordpress.com. Acessado em 11/10/2012.

Como é possível aumentar a variabilidade genética da espécie acima e, assim, obter


biodiversidade? Explique.

VII. Socialização das aprendizagens – 15 min.

Este é o momento de você verificar o que ainda precisa aprender ou aprofundar mais em
relação aos conteúdos trabalhados no segundo ano. O professor, com a ajuda do grupo
de socialização, possibilitará a você e seus colegas uma troca de ideias sobre as respostas
dadas na atividade de revisão.

Não deixe de esclarecer as suas dúvidas com o professor!

VIII. Atividade complementar – 20 min.

Em casa, você deverá estudar todo o conteúdo, mais uma vez, pois na próxima aula fará
uma atividade avaliativa. Algumas dicas:

• Reveja os procedimentos de estudo.

• Leia todos os textos oferecidos para a leitura.

• Reveja as atividades realizadas.

Segundo Ano
305
BIOLOGIA

• Se houver possibilidade, consulte outros livros sobre os conteúdos das aulas.

• Registre suas dúvidas para esclarecê-las com o professor.

IX. Avaliação da aula – 15 min.

• Como você avalia sua aprendizagem em Biologia, no segundo ano?

• A aula de hoje ajudou a esclarecer suas dúvidas?

306 Asas da Florestania


BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 4 – AULA 19

Tema: Aprendi! Quer ver?

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Avaliação de • Utilizar procedimentos eficazes de leitura para
aprendizagem compreender melhor o texto.
• Produção de respostas por • Reler um fragmento do texto para verificar se

escrito. compreendeu adequadamente.


• Responder, por escrito, perguntas de compreensão do

texto lido.

I. Acolhida – 15 min.

Sejam todos bem-vindos!

Disponível em www.bp.blogspot.com. Acessado em 11/10/2012.

• Você estudou para a avaliação?

• Como se sente?

II. Trabalho com a lição de casa – 5 min.

Sua tarefa para casa consistia em estudar todo o conteúdo trabalhado nas últimas
18 aulas. Então, acreditamos que você tenha se preparado muito bem para a atividade
avaliativa que deverá fazer nesta aula.

Segundo Ano
307
BIOLOGIA

III. Problematização – 20 min.

Seu desafio hoje é refletir sobre a atividade avaliativa a ser realizada nesta aula. Para
isso, pense, troque ideias com os colegas e responda:

• O que você espera desta avaliação?

• O que você considera que será avaliado?

• Como espera participar deste processo?

• E que importância este momento tem para você?

Registre suas hipóteses:

IV. Atividades – Bloco 1 – 180 min.

Agora é hora da atividade de avaliação!

Esta etapa é muito importante no processo de aprendizagem. Nosso objetivo é o de


verificar como está o seu desempenho em Biologia, pensando, inclusive, naquilo que você
precisará melhorar daqui para frente...

A atividade é individual. Você receberá as folhas contendo as questões a serem trabalhadas


e terá três horas (180 minutos) para respondê-las. Siga as orientações:

• Use caneta de tinta azul ou preta.

• Evite borrões e rasuras.

• Responda às questões apenas nas folhas da avaliação.

308 Asas da Florestania


BIOLOGIA

• Organize-se para que o tempo previsto seja suficiente para responder a todas as
questões.

• Não converse durante a avaliação.

• Você poderá consultar o dicionário, mas não consulte seu módulo ou outros materiais.

Bom trabalho!

V. Avaliação da aula – 20 min.

Retome as suas hipóteses levantadas na Problematização, para avaliar a aula de hoje.

Considerando o que você afirmou anteriormente e o que realizou na atividade proposta,


pense e responda:

• O que você achou da atividade realizada? Ela satisfez suas expectativas iniciais? Por quê?

• Que importância você atribui a esse momento?

• Você encontrou dificuldades para responder às questões propostas?

• Que sugestões você daria para melhorar o instrumento de avaliação?

Segundo Ano
309
BIOLOGIA

SEGUNDO ANO: UNIDADE 4 – AULA 20

Tema: Avaliando o que aprendi...

Conteúdos Expectativas de aprendizagem


• Avaliação das expectativas • Refletir sobre o processo de aprendizagem e sobre os
de aprendizagem avanços e dificuldades.
• Reflexão sobre o próprio • Avaliar as expectativas de aprendizagem indicadas para

desempenho em Biologia. o curso de Biologia, identificando o que aprendeu e o


que ainda precisa melhorar.

I. Acolhida – 20 min.

Sejam todos bem-vindos!

Chegamos ao final de nosso curso. Passa um filme na cabeça sobre o que vivenciamos,
não é mesmo?

Observe o símbolo abaixo. Ele é o símbolo da Biologia, a ciência que estuda a vida!

Disponível em www.brasilescola.com. Acessado em 11/10/2012.

Neste ano, estudamos como a vida funciona. Você seria capaz de dizer o que é vida?
Essa discussão tem provocado longas discussões, mas, vamos lá, sei que você é capaz!
Desenhe no espaço abaixo o que representa a vida, para você.

310 Asas da Florestania


BIOLOGIA

Agora, apresente seu desenho para os colegas e professor e conte como foi esse ano,
para você.

II. Problematização – 20 min.

Na primeira aula, conversamos acerca do que seria estudado no segundo ano. Você se
lembra?

Apresentamos a você as questões abaixo:

• Os animais apresentam muitas estruturas corporais diferentes entre si. Por que os
animais são diferentes?

• Mesmo quando os animais têm estruturas semelhantes, o funcionamento do corpo


difere de um animal para outro. Você sabe por quê?

• Você sabe quem foi Darwin? O que ele tem a ver com as diferenças observadas nos
animais?

Agora que chegamos ao final do curso, você seria capaz de responder o que aprendeu
nessa caminhada?

III. Atividades – Bloco 1 – 80 min.

Na primeira aula do curso, você conheceu o que seria estudado em Biologia por meio
da Ficha de Expectativas de Aprendizagem. Naquele momento, você, juntamente com os
colegas, analisou como estavam chegando ao segundo ano, ou seja, o que já sabiam e o que
precisavam aprender. Você lembra quais conhecimentos já possuía, quando o curso começou?

Segundo Ano
311
BIOLOGIA

Depois, na metade do curso, fizemos uma aula de revisão dos conteúdos trabalhados até
aquele momento e, também, solicitamos que você avaliasse, através da ficha, o que havia
aprendido e o que ainda precisava melhorar.

Agora que chegamos ao final do curso, precisamos rever a ficha para refletir sobre o
que foi aprendido e o que não foi possível aprender. Mas, não se preocupe com o que não
aprendeu, o mais importante é saber por que não conseguiu aprender o conteúdo, ou seja,
entender como você aprende, aprender a aprender. Você compreende isso?

Então, volte à ficha, na introdução do livro, para avaliar seu desempenho final. Para
isso, leia cada uma das expectativas e registre o número correspondente a ela ao lado do
número que você deu durante a avaliação feita na aula 10. Caso tenha dúvidas, peça ajuda
ao professor.

Agora, compare a avaliação que você acabou de fazer com aquela que você fez na aula
10. Você conseguiu verificar seus avanços nas expectativas de aprendizagem?

Releia as expectativas que você avaliou, hoje, como 1 ou 2 e registre abaixo os motivos
para o seu desempenho não estar bom nessas expectativas.

IV. Intervalo – 15 min.

Bom intervalo!

Retorne no horário combinado.

312 Asas da Florestania


BIOLOGIA

V. Atividades – Bloco 2 – 70 min.

• Como você se sente após ter feito uma avaliação de sua aprendizagem?

• Está animado para dar continuidade ao estudo da Biologia no terceiro ano? O que
espera aprender no próximo ano?

• Que importância tem o estudo da Biologia para a sua vida?

Reflita sobre essas questões e escreva um texto sobre o que pensa a respeito.

VI. Socialização das aprendizagens – 15 min.

O professor possibilitará a socialização entre você e os colegas sobre sua opinião em


relação ao que foi avaliado durante a aula. Poderão trocar ideias sobre o que responderam
nas atividades propostas, ouvir em que o colega discorda de você ou com que ele concorda.
O importante é que você tenha clareza de seu desempenho neste curso e do que precisa
fazer para continuar estudando, investindo em você.

Segundo Ano
313
BIOLOGIA

VII. Avaliação da aula – 20 min.

Enfim...

Chegamos à nossa última avaliação da aula. Nesse momento, a proposta é avaliar todo
o percurso, inclusive o material que foi utilizado. Para lhe ajudar nessa avaliação, sugerimos
algumas questões:

• Qual a sua opinião sobre a avaliação proposta para a aula de hoje? Você considera
importante avaliar a aprendizagem?

• O que você achou do estudo realizado no segundo ano?

• Você gostou dos textos e atividades propostos?

• Quais foram as suas maiores dificuldades?

• Que sugestões você daria para os autores para melhorar este material?

Foi muito bom ter compartilhado com você tanto conhecimento!

Espero por você no terceiro ano!

314 Asas da Florestania


Projeto Gráfico e Editoração:
2DESIGNERS LTDA. – Beto Cerqueira e Zeo Antonelli

Coordenação e pré-produção:
Pedro Santana

Ilustrações:
Fabio Maltez Pimentel
José Leônidas Rodrigues Pereira

Pesquisa e tratamento de imagens:


Adelmir de Souza Machado Filho
Ailson Rolemberg R. Lyra Filho

Editoração:
Ailson Rolemberg R. Lyra Filho
Bruno Pitanga Lobo
Danilo Mascarenhas do Carmo
Danilo Oliveira Lima
Daylane Rosário dos Santos
Pedro Hijo R. N. B. da Silva

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