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Arthur, 5 anos de idade, representado por sua mãe, Carla, ajuizou ação de alimentos
contra seu pai, Fausto, funcionário regularmente contratado de uma empresa.
Fausto não concordou com a decisão. Qual é o recurso que ele pode interpor neste
caso?
SIM. Trata-se de uma das hipóteses em que é possível concessão de tutela provisória de
urgênica de ofício. Esta previsão está implícita no art. 4º da Lei nº 5.478/68:
Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem
pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
Em seu recurso, o pai/alimentante alegou que a pensão alimentícia não deve incidir
sobre as horas extraordinárias do alimentante, tendo em vista que referidas verbas têm
cunho indenizatório ou de prêmio ao esforço empreendido pelo trabalho.
SIM.
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STJ. 3ª Turma. REsp 1.741.716-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
25/05/2021 (Info 698).
O valor recebido pelo alimentante a título de horas extras, mesmo que não habituais,
embora não ostente caráter salarial para efeitos de apuração de outros benefícios
trabalhistas, é verba de natureza remuneratória e, portanto, integra a base de cálculo
para a incidência dos alimentos fixados em percentual sobre os rendimentos líquidos do
devedor (STJ. 4ª Turma. REsp 1098585/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
25/06/2013).
Soma-se a isso que a 1ª Seção do STJ também decidiu que o adicional de horas extras
possui caráter remuneratório (REsp 1358281/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
23/04/2014).
Logo, os alimentos incidem sobre as horas extras, pois, para tal finalidade, as verbas
integram a remuneração do alimentante, conferindo acréscimo a seu patrimônio.
O 13º salário, a participação nos lucros e outras gratificações extras (eventuais) não
compõem a base de cálculo da pensão alimentícia quando esta é estabelecida em valor
fixo, salvo se houver disposição transacional ou judicial em sentido contrário.
No caso em que os alimentos tenham sido arbitrados pelo juiz em valor fixo (ex: 10 mil
reais, 5 salários-mínimos etc.), o alimentando não tem direito a receber, com base
naquele título judicial, quaisquer acréscimos decorrentes de verbas trabalhistas
percebidas pelo alimentante e ali não previstos. Assim, o credor não terá direito a
qualquer acréscimo no valor da pensão quando o devedor receber no mês um abono,
comissão por produtividade, 13º salário, participação nos lucros etc.
STJ. 4ª Turma. REsp 1091095-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/4/2013
(Info 519).
STJ. 4 ª Turma. REsp 1.332.808-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
24/02/2015.
O aviso prévio não integra a base de cálculo da pensão alimentícia, salvo se houve
disposição transacional ou judicial em sentido contrário
Não importa que a pensão tenha sido fixada em valor fixo ou percentual variável, o aviso
prévio não interfere no valor a ser pago como pensão alimentícia.
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O aviso prévio é parcela de caráter excepcional, razão pela qual não deve incidir no
cálculo da pensão alimentícia, salvo se houver disposição transacional ou judicial em
sentido contrário.
STJ. 4ª Turma. REsp 1332808/SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
18/12/2014 (Info 553).
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